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INTRODUÇÃO
"Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento (órganon) para o correto
pensar. O objeto da lógica é o silogismo.
Silogismo nada mais é do que um argumento constituído de proposições das quais se infere
(extrai) uma conclusão. Assim, não se trata de conferir valor de verdade ou falsidade às
proposições (frases ou premissas dadas) nem à conclusão, mas apenas de observar a forma
como foi constituído. É um raciocínio mediado que fornece o conhecimento de uma coisa a
partir de outras coisas (buscando, pois, sua causa)."
2.BREVE HISTÓRICO
A lógica proposicional é uma linguagem formal. Como toda linguagem, ela tem um alfabeto
composto por diversos símbolos. Primeiramente, definiremos seu alfabeto, que é composto
por um conjunto de símbolos e operadores lógicos. Em seguida, estudaremos o significado de
cada um desses operadores ou co- nectivos e, por fim, definiremos regras gramaticais
utilizadas na construção das sentenças dessa linguagem, que são as proposições compostas
(fórmulas bem- formadas).
Essas afirmações assumem valores lógicos que podem ser verdadeiros ou falsos e para
representar uma proposição usualmente utilizamos as letras p e q.
.(proposição verdadeira).
A Terra é plana. (proposição falsa).
. (proposição falsa)
Considerando a lógica matemática, uma proposição não pode ser ao mesmo tempo verdadeira
e falsa. Além disso, não existe a possibilidade de uma terceira situação diferente de
verdadeiro ou falso.
As proposições podem ser simples, quando apresentam apenas uma sentença, e compostas
quando são formadas pela combinação de duas ou mais proposições simples.
"O céu é azul" é um exemplo de proposição simples, já a sentença "O céu é azul e as nuvens
são brancas" é um exemplo de proposição composta.
Por necessitar de certo rigor para verificar a veracidade dos argumentos, a Lógica adota dois
princípios ou axiomas (ALENCAR FILHO, 2002) : o princípio da não contradição e o
princípio do terceiro excluído. Esses princípios, juntos, afirmam que toda proposição tem um
e apenas um valor lógico. Veja:
Princípio 1 (Não Contradição). Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo
tempo.
5.TABELA-VERDADE
De acordo com o princípio do terceiro excluído, visto anteriormente, toda proposição simples
p é verdadeira (V) ou falsa (F). Quando lidamos com uma proposi- ção composta, podemos
determinar seu valor lógico a partir dos valores lógicos de cada uma das proposições simples
que a compõe, através do princípio fornecido pela definição a seguir (ALENCAR FILHO,
2002).
Definição: o valor lógico de qualquer proposição composta depende unicamente dos valores
lógicos das proposições simples componentes, ficando por eles univocamente determinado.
Em outras palavras, para determinar o valor verdade de uma proposição composta devemos
primeiramente enumerar todas as possíveis atribuições de valores lógicos a cada uma das
variáveis que a compõe. Tal determinação pode ser realizada através de dispositivos
denominados tabelas-verdade.
Por exemplo, no caso de uma proposição composta cujas variáveis envolvidas (átomos) são
p e q, as únicas possíveis atribuições de valores lógicos a p e q são: VV, VF, FV e FF,
conforme indica a tabela a seguir.
p q
1 V V
2 V F
3 F V
4 F F
p q r
1 V V V
2 V V F
3 V F V
4 V F F
5 F V V
6 F V F
7 F F V
8 F F F
Note, a partir da tabela anterior, que os padrões de alternância dos valores lógicos V e F se
apresentam de maneira distinta para cada proposição: eles mudam de quatro em quatro para a
primeira proposição p, de dois em dois para a segunda proposição q e de um em um para a
terceira proposição r. Observe ainda que, além disso, cada linha da tabela-verdade é um
arranjo ternário. Na verdade pouco importa a ordem em que esses arranjos estão dispostos
nas linhas da tabela-verdade, o importante é que, nesse caso, todos os possíveis arranjos
ternários estejam presentes. Essa observação é formalizada pelo seguinte resultado, que
apresentaremos sem demonstração (DAGHLIAN, 2009).
Teorema: o número de linhas de uma tabela-verdade referente a uma proposição p é dado
por 2n, no qual n é o número de átomos que compõem p.
6. CONECTIVO
As palavras usadas para formar novas preposições apartir de preposições são chamadas de
conectivos
Os conectivos fundamentais da lógica são
Conectivo Simbolo
e ^ Conjunção
ou v Disjunção
se então → Condicional
Dada as proposições simples p e q podemos com uso de conectivos formar novas preposições
apartir de p e q
A negação de p ~p não p
A disjunção de p e q pvq p ou q
A biocondicional de p e q p #q p se e somente se q
As operações feitas a partir de proposições são chamadas de operações lógicas. Este tipo
de operação segue as regras do chamado cálculo proposicional.
As operações lógicas fundamentais são:negação, conjunção, disjunção, condicional e
bicondicional.
~ ~ p = P
V F V = V
F V F = F
Negar, por exemplo, que o João Teodósio não seja professor de Filosofia equivale a afirmar
que João Teodósio é professor de Filosofia.
Negação da Conjunção – 1ª Lei de De Morgan
De Morgan estabeleceu a seguinte lei de negação da conjunção: negar a conjunção equivale
a uma disjunção com proposições atómicas negadas. Assim:
~ (p Ù q) = ~ p V ~ q
Negação da Disjunção – 1ª Lei de De Morgan
De Morgan estabeleceu a seguinte lei de negação da disjunção inclusiva: a negação de uma
disjunção equivale a uma conjunção em que os seus átomos são ambos negados. Assim:
~ (p V q) = ~ p Ù ~ q
Negar uma disjunção exclusiva equivale a uma proposição bicondicional. Assim:
~ (p W q) = (p Û q)
Negação da Implicação
Uma implicação negada equivale a:
a) p Ù ~ q
b) ~ (~ p V q)
Negação da Bicondicionalidade
A negação de uma proposição bicondicional equivale a:
a) (p W q)
b) (p Ù ~ q) V (q Ù ~ p)
c) (p Ù q) V (~ p Ù ~ q)
Exemplos
• p : Filipe Nyusi nasceu na China
q : Filipe Nyusi é presidente de Moçambique
p ∧ q : Filipe Nyusi na China e é presidente de Moçambique (p∧q)=V(p)∧V(q)=F∧V =F
• p : o Brasil venceu a Copa do Mundo de 2002
q : o Brasil venceu a Copa do Mundo de 2010
p∧q: o Brasil venceu as Copas do Mundo de 2002 e 2010 V(p∧q) = V(p) ∧ V(q) = V ∧ F = F
V(p ∧ q) = V(p) ∧ V(q) = V ∧ V = V
O símbolo utilizado para representar essa operação é o ^ colocado entre as proposições. Desta
forma, quando temos p^q, significa "p e q"
Desta forma, a tabela verdade desse operador lógico será:
p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F
6.3.Disjunção
Nesta operação, o resultado será verdadeiro quando pelo menos uma das proposições é
verdadeiro. Sendo assim, será falso apenas quando todas as proposições forem falsas.
A disjunção é usada quando entre as proposições existe o conectivo ou e para representar esta
operação é usado o símbolo v entre as proposições, assim, p v q significa"De ou g" Levando
em consideração que se uma das proposições for verdadeira o resultado será
Na segunda sentença acima, este tipo de construção é uma DISJUNÇÃO EXCLUSIVA, pela
presença dos dois conectivos “ou”, que determina que uma sentença é necessariamente
verdadeira, e a outra, necessariamente falsa.
temos a seguinte tabela verdade:
p q pvq
V V V
V F V
F V V
F F F
CONDICIONAL
Chamamos de condicional toda proposição que é definida da forma “se p, então q”,
representada por p → q, e cujo valor lógico é F somente quando p é verda- deira e q é falsa.
A expressão p → q é lida como “p implica q” ou simplesmente “se p, então q”, de modo que
seu resultado é F somente quando uma proposi- ção verdadeira implica em falsidade. O
oposto, ou seja, uma proposição falsa implicando em verdade, resulta em V, o que significa
que p → q é sempre V quando p é falso. Em outras palavras, essa definição nos diz que de
uma decla-
ração falsa podemos concluir qualquer coisa, que o resultado será logicamente verdadeiro.
Em uma condicional, as proposições p e q são denominadas de an- tecedente e ,
respectivamente.
Exemplo
• p : Carlos mora em Fortaleza
q : Carlos mora no Ceará
p → q : se Carlos mora em Fortaleza, então ele mora no Ceará V(p→q)=V(p)→V(q)=V →V
=V
p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V