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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...3
DESENVOLVIMENTO 4
1.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 4
1.2 ANÁLISE DAS ATIVIDADES 5
CONCLUSÃO 8
ADENDOS 9
1.1 PLANO DE ENSINO 9
1.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS 10
1.3 TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...21
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INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Plano de Ensino
O grupo realizou duas entrevistas com dois professores de uma Escola Estadual da
cidade de São João Del Rei sendo uma professora da área de Física e outro professor da área
de História. Essas entrevistas tiveram em média quinze minutos de duração e foram
transcritas literalmente, respeitando até os cacoetes dos entrevistados (ver Anexo X). Feita
esta transcrição, o grupo construiu uma breve análise das falas dos entrevistados de acordo
com as referências bibliográficas propostas pelo curso sobre Análise do conteúdo, de
narrativa, análise do discurso (CHIZZOTTI, 2006).
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Plano de Ensino
Ou seja, segundo Lyotard em sua obra A condição Pós-Moderna, uma das formas
desse saber científico ser legitimado, é a sua transmissão. A sua crítica perpassa então sobre o
desempenho, a performance que esta transmissão se faz. A universidade transmitirá esses
conhecimentos não por sua forma idealizadora do “amor ao conhecimento”, mas “é e será
transmitido aos adultos já ativos ou esperando sê-lo, em vista da melhoria de sua competência
e de sua promoção, mas também em vista da aquisição de informações, de linguagens e de
jogos de linguagem que lhes permitam alargar o horizonte de sua vida profissional e de
entrosar experiência técnica e ética” (LYOTARD, 2008), ou seja, uma função simplesmente
profissionalizante. “A questão, explícita ou não, apresentada pelo estudante profissionalizante,
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pelo Estado ou pela instituição de ensino superior não é mais: isto é verdadeiro? mas: para
que serve isto?” (Idem, 2008). A didática e todos os seus métodos de eficácia, não passam de
uma técnica que apenas nos mantém ocupados tempo o bastante para não podermos nem
sequer participar das decisões políticas que definem o rumo de nossas vidas escravizantes (DE
LA SERVITUDE MODERNE, Brient).
Ainda nos lembra este autor que “quando a dicotomia entre linguagem e realidade
está sendo discutida, o estoicismo não estará longe, pois não nos dão ambas as linguagens do
romancista e do historiador uma ilusão de realidade, seja ela de ficção ou genuína?” (Idem,
2008). Continuando, Ankersmit nos remete ao estudo de Hobbes, que há tanta interpretação
de sua obra que para o pesquisador, já não é mais importante ler a obra em si de Hobbes,
apenas seus comentadores onde estão centradas as discussões.
Perante todo esse percalço teórico acadêmico, como podemos prosseguir fazendo
ciência, ou mais especificadamente, sugerir em conhecer uma realidade através de entrevistas
quantitativas sendo que podemos apenas estar criando novas meta-narrativas, novos grandes
discursos literários disfarçados de ciência? Aliás, porque o jogo de linguagem científico
tomou espaço completo deixando as artes de fora? Segundo Packter, “o que a pessoa utiliza
para significar nós denominamos de semiose” (p. 24), essa semiose se dá por frases de
hipérboles ou parábolas, um beijo, um olhar de aprovação, o dobrar dos sinos, etc. Se nós,
humanos, usamos diferentes formas de comunicação, porque elegemos apenas a racional e
técnica para nos embasar no mundo?
Enquanto pesquisadores, professores, os ditos doutores e cientistas definem e
somente definem conceitos, constroem regras, técnicas e textos, o modo de produção e de
gestão da vida humana é deixado de lado. Pior, ainda colaboramos para sua eficácia. Com o
pretexto de sair do senso comum, o ensino científico que recebemos para ampliar na esfera
pública como professores, tornamo-nos meras engrenagens. Enquanto o mundo gira, apenas
construímos significados pra ele enquanto outros o dominam através de leis, burocracias,
guerras, escassez e convenções. Será mesmo necessária essa esquizofrenia toda para
entendermos a nossa realidade ou para conseguir um diploma? Sem a preocupação de
referência e repetição, o que precisamos é atuar no mundo, e não de forma técnica como
temos feito, mas de forma direta na relação que temos com a realidade e nosso modo de
produção de acesso aos recursos da manutenção da espécie e do planeta.
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CONCLUSÃO
ADENDOS
Conteúdo Programático
Estratégias/Metodologias/Atividades de Ensino:
Avaliação:
Levará em conta a participação do aluno nas discussões e principalmente o texto
elaborado em aula no Exercício Avaliativo, cujo tema permite que seja observado o
entendimento do aluno perante os conteúdos apresentados.
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Materiais Didáticos:
- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 2. Ed. ver. Atual. – São Paulo: Moderna, 1993.
- JOSEPH, Peter. (2008). Zeitgeist Addendum.
Essas palavras de Mendes nos remetem ao projeto autoritário da ditadura que estava
se implantando naquela ocasião, e, entre outros autores, alertavam para a responsabilidade da
educação e da cultura para ampliar a consciência política e social de uma sociedade. É
também a partir deste argumento que muitos pesquisadores, professores e estudantes
desenvolvem seus trabalhos acadêmicos: A educação como principal arma para o
desenvolvimento de uma nação livre e democrática.
Por mais vasto que esses conceitos podem parecer, veremos que na prática ainda é
um discurso idealizado pelos docentes de acordo com as entrevistas feitas com professores de
escolas públicas que este trabalho pretende apresentar e analisar. Conforme Ankersmit (2001,
p. 117), “a realidade é a informação em si e não mais a realidade por trás desta informação
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(...) isso dá à informação uma autonomia própria, uma substância própria”, assim como uma
lei física descreve a realidade, a informação sob o ato da fala descreve também uma realidade.
Portanto, para não corrermos o risco de uma simples narrativa literária (LYOTARD, 2008),
analisamos de forma mais literal possível as falas dos entrevistados, pois como em
Wittgenstein nas Investigações Filosóficas, o significado das palavras está no seu uso, por
isso seria necessário pesquisar tais significados em seus usos próprios e singulares e, como
essa não é a proposta do trabalho, e também com finalidades didáticas, nos reservamos a uma
análise literal dos enunciados.
Sendo comumente admitido pelo senso comum, a escolha de uma carreira
profissional se dá como uma vocação, uma dádiva divina ou até mesmo um dom, mas, de
acordo com algumas falas, nem sempre isso ocorre:
...Aí optei por fazer história e porque também eu tentei várias outras
opções de trabalho e coincidiu de eu não ter me encontrado e busquei essa
alternativa.
Assim, verificamos que nem sempre a escolha da carreira docente se dá por dom ou
vocação. Como qualquer outro emprego, a docência é tida como uma das maneiras de se
entrar no mercado de trabalho imposto pelo atual sistema de produção. Por mais que existam
mitos e fantasias sobre a profissão, ela pode ser apenas mais uma mão de obra operária
qualquer. Nesse sentido, a profissão está sujeita a toda e qualquer vicissitude do atual sistema,
principalmente com a ideologia neoliberal sendo aplicada no país desde a intervenção do
Banco Mundial nas políticas públicas para a Educação (TOMMASI, L. De; WARDE, J. M.
HADDAD, 1996) que trata os recursos humanos como prejudiciais para um verdadeiro
crescimento no valor custo/benefício focando apenas nos aspectos técnicos e didáticos que
trazem maior eficácia em menor número, ou seja, gastos menores. Assim, fica evidente a
consequência das falas dos entrevistados sobre a atual educação no país como segue o relato:
Neste último relato, além da visão crítica sobre as atuais e antigas práticas
governamentais, destaca-se também o pré-juízo do entrevistado acerca do objetivo da
educação como dito antes, uma educação que é essencial para uma mudança.
De acordo com nossas atuais estruturas sociais, partindo do pressuposto que essas
estruturas segundo Lévi-Strauss nas palavras de Carvalho (2005, p. 88) são “as regras de
conveniência de uma sociedade como um sistema, incluindo as relações familiares, as regras
do trânsito e as normas da convivência civilizada, regras que articulam as realidades sociais
(...) a soma das descrições iguala a totalidade do descrito”, ou seja, as superestruturas influem
diretamente no modo de viver do cidadão, e em nosso caso, do aluno. O que essas práticas da
nossa estrutura educacional causam no principal objetivo dela mesma, o aluno? Assim, segue
os relatos dos professores sobre os seus alunos:
É relativo de escola pra escola, relativo de turnos, o turno da noite, por
exemplo, o aluno falta mais, o turno da manhã o aluno é mais assíduo; o aluno da
manhã ele é mais cobrado pelos familiares, ele não tem essa autonomia pra... né? E
o aluno da noite já tem. Eu vejo assim que aluno tem até consciência que ele precisa
estudar, mas ele não tá disposto, não busca com bastante decisão aquilo. (...) o aluno
hoje, diante desse leque de informações de possibilidades ele não consegue ter um
enfoque.
Além das questões vistas neste relato e nos pressupostos teóricos apresentados de
forma a chegar numa totalidade, numa estrutura que explica todas as coisas da mesma forma
que um cálculo matemático revela uma natureza física, supomos também que as questões
subjetivas relacionadas a cada disciplina encontram-se com diversas dificuldades. Não é
surpresa a intensa e infinidade de publicações, estudos, livros e teorias sem nexos ou
preocupações com a realidade chegando a serem quase vômitos acadêmicos insanos
relacionados especificamente a cada disciplina com o objetivo de ampliar a eficácia da
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E por fim, para fecharmos essa breve análise das entrevistas acerca da educação e da
carreira docente, foi perguntado aos entrevistados o que eles têm como ação principal para
serem aplicadas no contexto atual. Questão bastante subjetiva, mas relativamente válida, já
que a maioria das nossas decisões são tomadas à partir de meras opiniões e posições
ideológicas de partidos políticos quase ou sem nenhuma relação com a técnica e competências
estudadas acerca do assunto (ZEITGEIST Addendum, 2007).
... Deixa eu pensar... Olha, eu acho que a organização dos currículos seria
uma coisa boa e unificação dos currículos também nas escolas. Eu falo do ponto de
vista da escola estadual, da rede pública estadual, então, entendam assim. Eu acho
que seria bom uma organização melhor de infraestrutura nas escolas, igual eu te
falei, aqui nós estamos numa situação muito privilegiada, a gente tem laboratórios
equipados, a gente tem muito espaço físico, a escola tem bastante verba mas é uma
escola modelo na cidade, o resto das escolas não tem essa realidade, às vezes pra
gente conseguir um laboratório, às vezes um data-show é muito difícil, as salas são
pequenas, não tem cadeiras às vezes, pra todo mundo, então... Infraestrutura. Sem
contar valorização da profissão passa pela valorização econômica, porque hoje eu
trabalho com isso porque eu sou solteira, moro sozinha e eu to fazendo meu
mestrado, só a minha bolsa do meu mestrado é maior do que meu salário, então se
fosse pra eu trabalhar pro resto da minha vida, eu não vou trabalhar, vou trabalhar
até eu acabar meu mestrado e fazer um concurso pra outra coisa que eu me sinto
valorizada e é um tempo perdido, o que eu estudo eu não posso fazer aqui,
entendeu? Também as escolas tem que ter um pouco mais de autonomia com relação
a superintendência, não só autonomia mas participação das políticas públicas, é
essencial.
ENTREVISTADA 01:
Formação: Física, Mestranda em Educação. 06 anos de experiência.
acontece, não tem muito o que falar. A gente tem uma carga horária muito pesada,
não tem tempo pra planejar, o salário é baixo, a situação das escolas, tanto de
infraestrutura quanto de pessoal é muito fraca... eu acho que essas práticas
neoliberais do estado de Minas não ajudam muito a carreira docente. Em escola
particular eu tive pouca inserção, trabalhei um ano e meio, e escola particular é outro
clima, lá a educação é tratada como um produto mesmo, como uma mercadoria, não
tenho o que reclamar porque já entrei sabendo como seria, e mesmo assim as coisas
funcionavam muito mais, os alunos eram mais interessados, mais motivados. A escola
pública é difícil por causa disso, porque além de encontrar aluno de faixa
socioeconômica mais baixa, os pais não estimulam, eles não veem perspectiva na hora
que vão sair da escola, então, é todo um processo, os alunos não estão interessados,
os alunos também não, o governo também não, a gente finge que ensina, eles que
aprendem, eles passam e aí vão pra universidade entrar tentar alguma coisa...
direção dava apoio total para os estudantes, os professores tavam meio sozinhos pra
dar conta de tudo.
um laboratório, às vezes um data-show é muito difícil, as salas são pequenas, não tem
cadeiras às vezes, pra todo mundo, então... Infraestrutura. Tem uma política agora do
governo de diminuição da nossa carga-horária, a gente passou de 18 horas pra 16
horas, só que essas 16 horas tem que ser feitas na escola, eu acho que deveria ter
autonomia do professor, escolher aonde vai fazer porque por exemplo eu tenho que
ficar aqui duas horas por semana, mas por exemplo hoje não tem internet na escola,
como é que vou trabalhar? Tem três computadores, e olha quantos professores tem na
escola. Então não tem infraestrutura pra trabalhar aqui já que eles querem que eu
permaneça aqui por um tempo a mais. Sem contar valorização da profissão passa
pela valorização econômica, porque hoje eu trabalho com isso porque eu sou solteira,
moro sozinha e eu to fazendo meu mestrado, só a minha bolsa do meu mestrado é
maior do que meu salário, então se fosse pra eu trabalhar pro resto da minha vida, eu
não vou trabalhar, vou trabalhar até eu acabar meu mestrado e fazer um concurso
pra outra coisa que eu me sinto valorizada e é um tempo perdido, o que eu estudo eu
não posso fazer aqui, entendeu? Também as escolas tem que ter um pouco mais de
autonomia com relação a superintendência, não só autonomia mas participação das
políticas públicas, é essencial.
ENTREVISTADO 02:
Brasil é uma imagem que ficou bastante prejudicada e isso tem prejudicado demais a
educação, tem desvalorizado a educação porque a sociedade não tem essa
consciência... tem consciência até da educação, mas a gente vê aí até uma situação
controversa que embora tenha essa consciência, essa sociedade, ela não busca que
esse conhecimento seja uma coisa que você tem que se sacrificar um pouco, eu falo
pros meus alunos, de uma coisa assim que depende de um certo esforço, quer dizer, de
um grande esforço.
Tem de positivo que a escola é necessária. Até porque ela tem um papel social muito
importante. A escola é o espaço da socialização, a escola não vai acabar por isso. Só
na escola o aluno consegue conviver com realidades diferentes da dele, então é onde
ele vai desenvolver a tolerância, o respeito às diversidades. A gente vê, por exemplo...
eu tava observando e analisando a situação... eu li em algum lugar alguma coisa a
respeito, nos Estados Unidos, 2% da população cuida pessoalmente da educação dos
filhos. Alguns pais, eles mesmos, tem condições pra isso, eles mesmo dão aulas pros
filhos contrata também às vezes professores particulares. E aí o que acontece, esse
aluno, ele não tem essa socialização que só a escola fornece e isso tem até uma
hipótese que estaria ligado a violência da escola porque o aluno que só depois, na
universidade, que ele vai pra escola... então ele não desenvolveu essa tolerância, o
respeito à diversidade, as diferenças... aí ele chega a ponto de pegar uma arma e
fazer aí um assassinato em série aí na escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução
à Filosofia. 2. Ed. ver. Atual. – São Paulo: Moderna, 1993.
CARVALHO, José Maurício de. Filosofia Clínica: Estudos de Fundamentação. São João Del
Rei: UFSJ, 2005.
LYOTARD, Jean-François. A condição Pós-Moderna. 10ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
2008.
MENDES, Durmeval Trigueiro. Existe uma filosofia da educação brasileira? In: MENDES,
Durmeval Trigueiro (coord.). Filosofia da educação brasileira. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1983.
PACKTER, Lúcio. Cadernos de Filosofia Clínica. Porto Alegre: Instituto Packter, s.d.