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SUMÁRIO
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Bons estudos!
O termo ‘pesquisa’, do latim perquirere, que significa procurar com afinco, consta nos
dicionários etimológicos, logo, podemos deduzir que a curiosidade humana remonta
aos mais remotos registros da civilização, sobretudo seu aparato filosófico.
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A partir dos exemplos citados acima, podemos concluir, de uma maneira geral, que a
pesquisa diz respeito ao processo de levantamento de dados e investigação sobre
determinado tema ou objeto. Umberto Eco, em seu livro, Como se faz uma tese (1977)
sintetiza quatro pontos principais para atribuir cientificidade a uma pesquisa, são eles:
Vemos, portanto, que dentre as características de uma pesquisa científica, no caso das
ciências humanas, temos o fato de ela ser subsidiada por critérios de verificabilidade,
conforme veremos ao longo deste capítulo, em que serão abordados os
procedimentos de pesquisas científicas, classificadas por métodos e categorias de
análise no âmbito do Serviço Social.
No que diz respeito ao Serviço Social, a pesquisa tem profunda relevância tanto no
âmbito da formação profissional, quanto na atuação de um Assistente Social, como
aponta Iamamoto (2013, p.273-274):
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Como exemplo, suponhamos que um determinado assistente social que atue na área
da saúde desconheça as mais recentes orientações técnicas, produções acadêmicas e
demais informações oriundas de pesquisas relacionadas ao seu segmento profissional,
território e campo de atuação. Não seria semelhante a um advogado que desconheça
as portarias mais recentes, ou até mesmo um médico cirurgião que não tenha se
atualizado em relação a novos procedimentos cirúrgicos?
Para evitar que sua prática recaia em um contexto moralista e de senso comum,
defende-se a pesquisa em Serviço Social tanto para compreender os fenômenos como
para formular respostas profissionais enraizadas na realidade, além disso, é necessário
que a formação profissional sofra um
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Tais suportes contribuem para o registro histórico das pesquisas sociais, uma vez que
estas acompanham a dinâmica de relações sociais e sua consequente transformação
política e tecnológica. É a partir destas mudanças que o conhecimento científico pode
ser concebido como falível, pois uma determinada ideia ou teoria pode ser superada
por outra, a medida em que se desenvolvam novas comprovações e se aperfeiçoem as
experimentações científicas.
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baseadas nas suas próprias observações e vivências. Para apreender toda esta gama
subjetiva e produzir a partir dela a composição de amostras, os sistemas de
classificação, instrumentos de coleta de dados para análises e elaborações de
interpretações a respeito da construção social, destacamos aqui as principais
características da pesquisa qualitativa, explicitadas por Baptista (2012, p. 37):
Neste sentido, ilustramos aqui a síntese proposta pela Maria Lucia Martinelli, que
sistematiza três considerações sobre a pesquisa qualitativa no texto: O uso de
abordagens qualitativas na pesquisa em serviço social:
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Como os leitores já devem supor, a pesquisa mista tem como característica principal a
possibilidade de integração entre a pesquisa qualitativa e quantitativa, ou seja, de
elementos subjetivos e objetivos. Convém, contudo, ressaltar que para estes casos, a
integração pode ser tanto na produção do instrumental de coleta de dados, quanto ao
que se refere a análises realizadas.
Como exemplo de pesquisa mista, podemos citar uma pesquisa cujo objetivo é
conhecer o perfil profissional dos assistentes sociais trabalhadores da política de
assistência social da cidade de São Paulo. Nesse caso, podemos fazer em um primeiro
momento o levantamento do número de profissionais atuantes nessa área, dentro de
uma perspectiva quantitativa e, em um segundo momento, uma entrevista com uma
amostra desses profissionais com perguntas relacionadas a formação e dinâmica de
trabalho cotidiano, já nos utilizando de uma perspectiva qualitativa.
Conclusão
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Concluímos, deste modo, que a pesquisa social é fruto da curiosidade humana e seu
processo científico é composto por elementos filosóficos, teóricos e metodológicos e
sobretudo de dimensões políticas, capazes de oferecer ao sujeito, um elo do sujeito e a
sua história, através das transformações sociais da totalidade.
REFERÊNCIAS
CASARIN, Helen de Castro Silva e CASARIN, Samuel José. Pesquisa Científica: Da teoria
à prática. Edição digital. Curitiba: Editora Intersaberes, 2012.
ECO, Uberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Editora Perspectiva, 1977.
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Bons estudos!
Por outro lado, em um primeiro momento a ciência impôs ao método científico bases
universais para “estabelecer a distinção e superioridade em relação a outras
modalidades do saber.” (MEDEIROS, 2013, p.18). Contudo, como reunir e
operacionalizar métodos semelhantes para áreas de abrangência tão distintas quanto
as ciências biológicas, físicas e sociais?
Eis o grande desafio “entre estudar seres humanos e objetos da natureza” (MEDEIROS,
2013, p.18), pois um cientista social, “não atua apenas como um pesquisador, mas
também como um cidadão” (MEDEIROS, 2013, p.21), com todo seu repertório de
circunstâncias históricas, sociais e culturais. Entretanto, cabe estabelecer um paralelo
entre o pesquisador e o cidadão, que existe em todo cientista social, a partir do
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Diante deste contexto, tendo a pesquisa social uma profunda interface no cotidiano,
inúmeros questionamentos podem surgir, por exemplo, a respeito da própria ética de
pesquisa, ou da afirmação de uma ciência tão flutuante, em comparação às ciências
naturais e biológicas.
Em todo caso, o fio condutor que garante aos pesquisadores a confiança a respeito de
seus procedimentos investigativos é o método utilizado, uma vez que é dentro deste
que as conclusões apresentadas poderão ser questionadas, problematizadas e até
superadas, abrindo caminho para novos questionamentos, tendo em vista os sistemas
de regras estabelecidas no determinado método de pesquisa.
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A partir destes elementos, podemos concluir que a definição do método nas pesquisas
sociais, constitui-se como uma determinante, uma vez que cada método implica em
uma perspectiva diferente de análise, ou seja, podemos chegar a conclusões distintas
em relação a um mesmo objeto de estudo, em função do método empregado.
Este breve contexto histórico favorece a leitura de uma corrente filosófica que surge
entre o final da idade média e nascimento da sociedade industrial, tendo como
característica a interpretação dos fatos e a classificação de conhecimento por meio de
valores racionais, com base apenas no mundo físico e material, o argumento abaixo
ilustra esta percepção:
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Diante desse contexto, o método positivista pode ser compreendido como movimento
racionalista que:
Sua relação com o processo de produção de conhecimento nas ciências sociais está
relacionada, em alguma instância, às pesquisas científicas e ações advindas de
interpretações quantitativas da realidade social, pautadas na objetividade e
causalidade.
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‘Dialética’ é uma palavra de origem grega, que tinha como significado algo próximo de
“o caminho entre as ideias”. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), do qual Marx
fora contemporâneo, utilizou a mesma palavra para denominar uma forma de pensar a
realidade, diante do fluir dos acontecimentos e do contraditório em torno dos fatos,
de modo que para este processo, identificou as três seguintes etapas: tese, antítese e
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síntese, por meio das quais a razão determinaria a realidade concreta. Esse era um
ponto de discordância entre Hegel e Marx, em relação à dialética. Marx afirmava que o
mundo material é quem determinaria a ideia, questão fundamental para a
compreensão de suas concepções filosóficas. Para aproximar o leitor a uma
investigação mais detalhada, convido-o a analisar as próprias palavras de Marx:
O pensamento complexo é uma teoria social fruto da década de 1960, seu principal
pensador foi o filósofo francês Edgar Morin, nascido em 1921, aproximadamente cem
anos depois do nascimento de Marx. Em suas ideias, o filósofo propôs uma
reconciliação entre o conhecimento da experiência (ciência) com a experiência do
conhecimento (consciência), de forma que, a complexidade estaria na mediação entre
a simplicidade do cotidiano e o rigor do pensamento científico.
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Uma das críticas do pensamento complexo, em relação aos demais métodos, é o fato
de o saber científico do início do século XX, ainda em repercussão do desenvolvimento
industrial e tecnológico, oferecer um conhecimento fragmentado da experiência
humana, em que, em meio a tantas especialidades e capacidades analíticas, o próprio
conhecimento deixou de fazer sentido na vida do sujeito comum. Portanto, o
pensamento complexo se propõe a promover a reconexão dos diversos tipos de
pensamento, do lógico ao mágico, do empírico ao imaginário.
Para além dos princípios, o sistema complexo se apoia em três teorias, são elas:
informação, ou seja, princípios de codificação e de troca de informações; cibernética,
que por sua vez se refere a maneira de regular a maneira pré-programada de
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funcionamento das partes ou do orgânico em si. A terceira teoria diz respeito aos
sistemas, que representam a investigação de todos os princípios comuns a todas as
entidades complexas, bem como dos modelos possíveis para a sua descrição.
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Conclusão
Podemos concluir que mesmo sendo a ciência social tão dinâmica quanto as próprias
relações sociais, não podemos perder de vista os fundamentos que direcionaram a
produção do conhecimento, especialmente a partir da revolução industrial cujo
impacto político e econômico, reverberam questões presentes em nosso cotidiano até
os dias atuais, do mesmo modo que os métodos apresentados no presente conteúdo.
Por fim, podemos afirmar que a sintética aproximação dos métodos com os diferentes
momentos históricos do Serviço Social, também apresentados, oferecem uma
aproximação maior do leitor aos principais traços históricos da profissão, e se coloca
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neste texto como um convite para que os temas sejam aprofundados durante seu
processo de formação.
REFERÊNCIAS
MARX, Karl. Para a crítica da economia política e outros escritos. São Paulo: Abril,
1974. (Coleção Os Pensadores).
NETTO, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do serviço social no pós-
64., São Paulo: Cortez, 2005.
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Bons estudos!
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Para uma visualização mais ampla sobre as possibilidades de uso dos instrumentos, na
tabela abaixo, apresentamos os tipos de coletas de dados que podem ser utilizados
nos processos de pesquisa e as opções apresentadas a partir dos mesmos.
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Conclusão
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas da pesquisa social. 6a edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2008.
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RUDIO, Victor Franz. Introdução ao projeto de pesquisa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes,
1986.
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Bons estudos!
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Moroz e Gianfaldoni (2006, p. 24), apontam que a definição do tema pode ser
elaborada através da identificação das lacunas no conhecimento existente, “quando se
colocam dúvidas quanto aos procedimentos empregados na solução de um
determinado problema, quando a previsão advinda de pesquisas anteriores não se
verifica”.
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Tuckman (1972, p. 24), Kerlinger (1980, p. 38) apud Koche (2014, p. 109), destacam
três características principais de uma hipótese:
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A terceira característica é que a hipótese deverá ser testável, neste sentido podemos
afirmar que ela precisa ser submetida a testes de aplicabilidades, como estratégias de
confrontações empíricas, questão que irá direcionar toda a série de abordagens no
decorrer das demais etapas do processo de investigação científica.
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NÍVEIS DE HIPÓTESE
Ocorrência: Hipóteses que não encontram apoio nas evidências, empíricas dos
fatos ou fenômenos e nem na fundamentação do conjunto das teorias
existentes. São palpites lançados sem justificativa alguma ou, no máximo,
amparados por conhecimentos muito obscuros e experiências ambíguas.
Empíricas: São hipóteses que têm a seu favor algumas evidências empíricas
preliminares que justificam a escolha das suposições e das correlações por elas
estabelecidas. As hipóteses empíricas, porém, não gozam de consistência
lógica.
Plausíveis: São as hipóteses que se inter-relacionam com as teorias existentes
de forma consistente, coerente e lógica. As hipóteses plausíveis são produto
ou dedução lógica do conhecimento corroborado e acumulado pela ciência ou
de modificações introduzidas nas teorias existentes quando falseadas.
Convalidadas: São as que se sustentam em um sistema de teorias, assim como
as plausíveis, e, ao mesmo tempo, encontram apoio em evidências empíricas
da realidade, tal qual as hipóteses empíricas. As hipóteses convalidadas
representam um nível ótimo, pois oferecem condições de se alcançar os dois
ideais da ciência: o da racionalidade e o da objetividade.
Fonte: KOCHE, 2014, p.110. Adaptado.
Uma vez que a ciência não se constitui apenas de observações e classificações dos
fenômenos, podemos constatar, em relação aos tipos de hipóteses, que quanto mais
estas se aproximam das teorias e demais produções científicas, maior será seu rigor e
pertinência, no que se refere à produção de conhecimento, uma vez que haverá neste
sentido, a ênfase na integração de um referencial teórico consistente e também das
possibilidades de testabilidade, ou seja, da capacidade empírica de sua produção.
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Outro ponto abordado por Gil (2002, p. 162) é a “referência a sua possível contribuição
para o conhecimento de alguma questão teórica ou prática ainda não solucionada”. Da
mesma maneira com a qual o pesquisador defende a importância da pesquisa em
questão em seus aspectos teóricos, metodológicos e empíricos, faz parte também
deste momento de sua produção, justificar as contribuições de seu trabalho para a
ciência, especialmente dentro do segmento de pesquisa, em contato com o referencial
bibliográfico. Supõe-se que o pesquisador tenha encontrado, possíveis desafios e
limitações vivenciadas por outros pesquisadores em relação ao mesmo tema. Neste
caso, a importância se vale tanto na dimensão teórica quanto nas possibilidades
empíricas ou interventivas de sua investigação, que de maneira complementar, servirá
como referencial para futuros pesquisadores, aprofundando desta forma a produção
de conhecimento em relação ao tema de seu objeto de pesquisa.
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Os leitores mais atentos que chegaram até este item poderão acompanhar a discussão
a partir de um exemplo prático de elaboração de pesquisa, contudo, talvez seja
necessário retomar os conceitos separadamente: problema, hipóteses e justificativa.
Exemplo: A formação em Serviço Social na modalidade EAD, cumpre com todos os pré-
requisitos do MEC e diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social defendidos
pela categoria profissional, ou seja, sua operacionalização é legítima e não produzirá
impactos na formação e tampouco na sua produção intelectual.
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Conclusão
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REFERÊNCIAS
CASARIN, Helen de Castro Silva e CASARIN, Samuel José. Pesquisa Científica: Da teoria
à prática. Curitiba: Editora Intersaberes, 2012.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas,
2002.
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Bons estudos!
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De uma maneira geral, os livros continuam sendo a principal fonte de referência para a
produção de uma pesquisa bibliográfica, de modo que esta abordagem é classificada
de duas formas: leitura corrente e leitura de referência. No caso da primeira, podemos
incluir obras de variados gêneros literários, como peças de teatro, revistas
especializadas e técnicas, bem como jornais e até mesmo livros de poesia. Em relação
a leitura de referência, estes podem ser identificados como livros informativos,
dicionários e periódicos, em uma perspectiva informativa. A leitura de referência
também pode ser nomeada como remissiva, quando utiliza como referencial
determinado grupo de catálogo com informações globais, ou determinada coleção,
tanto pública quanto particular.
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Contudo, cabe neste momento precaver o leitor com a seguinte advertência: Cuidado
com a veracidade das informações coletadas, pois as contradições ou inverdades
contidas nelas podem prejudicar não só sua pesquisa como também a própria fonte
utilizada. Levantamos este aspecto, pois, atualmente, para além das fontes citadas
acima, temos também fontes digitais. Conteúdos produzidos e divulgados na internet
em larga escala. Nesse sentido, no caso de uma pesquisa científica, é importante
utilizar fontes (mesmo que digitais) que sejam cientificamente confiáveis.
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recursos informais que possam colaborar com o processo investigativo. Por conta
destes elementos, inclusive, a pesquisa documental pode ser considerada como uma
atividade de baixo custo, em comparação aos demais tipos de pesquisa, pois o acesso
às fontes e informações, muitas vezes, pode ser feito através de bibliotecas públicas,
diretamente em instituições de acordo com o objeto de pesquisa e também por meio
de sites da internet.
Neste sentido, destacamos as palavras de Gil (2002, p. 48), que definem a pesquisa
experimental como uma prática na qual:
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Este trabalho de manipulação, como o leitor pode imaginar, vem sendo utilizado na
maioria das pesquisas das ciências naturais, com objetos de pesquisa absolutamente
manipuláveis, por exemplo: o estudo de bactérias, líquidos, vírus etc. Contudo, no que
se refere a pesquisas sociais, o processo investigativo não é semelhante, justamente
pelo fato de que a natureza humana, no âmbito da pesquisa social, não pode estar
relacionada a uma simples dimensão de causa e efeito, como nas bactérias, por
exemplo, em que o pesquisador possui o controle de todas as possíveis variáveis.
O que pretendemos ilustrar com este argumento, está bem sintetizado por Gil (2002,
p. 49), trecho em que ele afirma que:
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Outro ponto importante colocado pelo autor é que esses procedimentos precisam ser
testados antes de aplicados. De acordo com Gil (2002, p. 132) estes testes ajudarão o
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Katz (1974, p. 85-87 apud Gil, 2002, p. 132) sugere algumas práticas que podem ser
adotadas pelo pesquisador, ajudando essa aproximação com o campo de pesquisa:
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Além das dicas apontadas por Katz (1974, p. 85-87 apud Gil, 2002, p. 132) é importante
também que o pesquisador, em contato com o campo de pesquisa e os sujeitos que
fazem parte deste contexto, esteja atento para que possa deixar de lado os
preconceitos, não deixando que eles interfiram na escuta e observação da realidade,
respeitando aqueles que farão parte da pesquisa enquanto narradores daquela
realidade.
Conclusão
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REFERÊNCIAS
BABBIE, Earl. Métodos de Pesquisas de Survey. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Editora Atlas, 2002.
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Bem-vindo(a) ao último bloco dessa disciplina! Até aqui falamos sobre vários
elementos que compõe uma pesquisa social, tentando aproximar esse exercício de
pesquisa a nossa caminhada enquanto estudantes pesquisadores(as) e, também, como
assistentes sociais. Nesse percurso, introduzimos a importância da pesquisa no âmbito
do serviço social, refletindo sobre a relevância desta na construção do conhecimento e
intervenção profissional. Falamos também sobre o processo de definição do método,
que aponta para nosso posicionamento e perspectiva enquanto pesquisadores, assim
como o delineamento da pesquisa, considerando as possibilidades de instrumentos a
serem utilizados e como a pesquisa será conduzida. Por fim, começamos a caminhar
para a etapa de definição do tema a partir do problema de pesquisa, apontando
também para hipóteses e justificativas, além dos delineamentos possíveis a serem
usados.
Dito isso, aqui neste bloco, vamos exercitar tudo o que aprendemos até agora,
podendo construir juntos os elementos que irão compor um Projeto de Pesquisa em
sua estrutura. Vamos lá?
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O referencial teórico aponta para a forma como iremos dialogar com o tema escolhido
e o problema elaborado, apresentando um levantamento de autores que estudam ou
já estudaram o tema proposto a partir de determinados processos históricos, aqui
também já podemos levantar problematizações possíveis no diálogo com esses
autores de referência.
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A ABNT irá nos orientar na construção do trabalho no que diz respeito a estrutura,
composta por elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós textuais
(que destrincharemos a seguir), como também os tipos de trabalho que podem ser
apresentados, a maneira como os mesmos devem ser formatados, além de nos
orientar sobre a forma de desenvolver e apresentar citações de outros autores
utilizados enquanto referência nesse processo.
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No que diz respeito às citações, a ABNT nos orienta em como apresentar no corpo do
texto do trabalho científico/acadêmico, as citações diretas e indiretas. As citações
diretas se referem a transcrição literal do texto de origem. Podem aparecer no corpo
do trabalho entre aspas (quando tem até três linhas), ou quando maiores de três
linhas, em um bloco com formatação específica (com início sob a linha anterior, a 4 cm
à direita da tabulação, em espaço simples). Já as citações indiretas são aquelas que
trazem uma reprodução das ideias do(a) ator(a) de referência, mas não de forma
transcrita, literal.
É importante lembrar que no uso, tanto das citações diretas, como das indiretas, é
necessário mencionar o nome do autor, o ano em que a fonte utilizada foi publicada,
assim como a página em que se localiza na publicação (no caso, específico de citações
diretas). Quando não utilizamos adequadamente as citações, de acordo com o que
normatiza a ABNT, o trabalho pode assumir características de plágio. O plágio trata-se
do descumprimento do direito autoral, sendo considerado crime no Brasil e sujeito a
punições.
A partir desse tópico, vamos retomar sobre como a ABNT normatiza a estrutura do
trabalho científico e técnico. Vamos dar início falando um pouco dos elementos pré-
textuais, estes são compostos por Capa, Folha de Rosto, Folha de Aprovação,
Dedicatória, Agradecimentos, Epígrafe, Língua estrangeira, Sumário. Alguns desses
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itens são obrigatórios e outros não. Aqui, vamos falar sobre os elementos obrigatórios.
No entanto, seria importante o pesquisador buscar modelos e referências nos
materiais institucionais da ABNT1, como também dessa instituição2.
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Disponível em: <http://www.abnt.org.br/>. Acesso em: set. 2020.
2
Disponível em: <http://www.unisa.br/media/Manual-Normatizacao20062018.pdf>. Acesso em: set.
2020.
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dizem respeito aos principais assuntos e/ou categorias analisadas ao longo do texto
técnico/científico.
Nesse sentido, podemos dizer que a introdução deve proporcionar ao leitor o acesso à
apresentação das principais problematizações propostas no trabalho, e como serão
desenvolvidas.
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para uma melhor organização e entendimento do texto. Essa divisão estará subjugada
a natureza da pesquisa (ANDRADE ET. AL., 2018).
A conclusão tem como foco trazer as avaliações finais do(a) autor(a) sobre a pesquisa.
É interessante que nesse estágio o(a) autor(a) retome o problema inicial,
apresentando as possíveis respostas encontradas no percurso de desenvolvimento do
trabalho, ou seja, suas contribuições para a temática. Nesse momento, o pesquisador
pode indicar também suas considerações finais, enquanto um desfecho possível
daquele trabalho acadêmico, indicando novos caminhos para que o tema continue a
ser debatido.
Ressaltamos, mais uma vez, que esses elementos devem ser formatados e
apresentados no corpo do trabalho de acordo com as normas técnicas da ABNT.
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Conclusão
REFERÊNCIAS
ALVES, Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo. 2. ed.
rev. atual. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
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