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UNIASSELVI – CENTRO UNIVERSITARIO LEONARDO DA VINCI

Edson Rodrigues Tibúrcio

Monica Farias

Shirlei Ribeiro Oliveira Felice

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO CIENTÍFICO PARA O UNIVERSITÁRIO


DE SERVIÇO SOCIAL

Orientadora: Alessandra Borges dos Santos

São Paulo, SP

2022
1. RESUMO / ABSTRACT:

É preciso familiarização com diversos fatores do dia a dia para a formação em


Serviço Social. E, necessita-se de meios para esse conhecimento, sendo a pesquisa
científica um deles. A profissão em questão, traz muitos desafios constantes, o que
torna a pesquisa científica ainda mais necessária.
Para nós acadêmicos, é necessário fazer uso do raciocínio tanto para elaborar
as fases de desenvolvimento de uma pesquisa científica: desde a escolha do tema ao
planejamento metodológico, coleta de dados, fazendo-se uso de linguagem técnica e
científica até a apresentação dele, sendo necessário ter domínio no campo da
argumentação, unindo originalidade e criatividade. O pesquisador deve ser muito
cauteloso, e ter solidez na argumentação, para assim poder resolver os problemas,
responder aos objetivos, e confirmar as hipóteses que foram inicialmente definidas.
O trabalho está composto de forma simples e clara : primeiro a pesquisa
científica de maneira geral, qual sua contribuição social, seu conceito e algumas
polêmicas que a envolvem; em seguida, qual a relação da pesquisa científica com o
Serviço Social; depois : a pesquisa científica feita por assistentes sociais como
ferramenta para uma intervenção qualificada diante do desafio de pesquisar para
transformar a realidade social. E, por fim, faremos inferências sobre os limites e
desafios postos para a pesquisa no Serviço Social.

*Palavras-Chave: Serviço Social, Pesquisa Científica, Formação Profissional.


2. INTRODUÇÃO:

Todos os tipos de pesquisa são importantes, tanto para a sociedade em geral,


quanto para o estudo acadêmico, por trazer grande contribuição ao avanço do
conhecimento e o desvendamento da realidade social.

A pesquisa na formação profissional dos(as) assistentes sociais é muito


importante pois contribui para compreensão das expressões da Questão Social,
possibilitando dessa forma, o pensar em estratégias para a redução das desigualdades
e para a transformação social. Tudo: instituições, leis, visões de mundo “é provisório,
passageiro e está em constante dinamismo e, potencialmente, pode ser transformado.

Para Severino (2007, p. 17-18) o trabalho científico:

[...] refere-se ao processo de produção do próprio conhecimento


científico, atividade epistemológica de apreensão do real; ao
mesmo tempo, refere-se igualmente ao conjunto de processos
de estudo, de pesquisa e de reflexão que caracterizam a vida
intelectual do estudante... (2007, p. 17-18).
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

3.1 A PESQUISA CIENTÍFICA DE MODO GERAL

Pesquisa significa: busca do conhecimento utilizando determinados recursos


e instrumentos científicos. Requer rigor e objetividade.

É o ponto de partida para a construção do conhecimento, sendo que não se


constrói ciência sem pesquisa. Sempre haverá algo novo a se desvendar nas mais
variadas realidades sociais, portanto, não existe conhecimento acabado.

Fazer ciência é, constantemente, uma busca pelo aperfeiçoamento do


conhecimento, em que ele pode ser rejeitado ou aprimorado.

3.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

Seja a pesquisa, bibliográfica, documental ou de campo, possibilita


descobertas sobre uma determinada realidade a qual se propõe problematizar.

Ao pesquisarmos ampliamos nosso olhar crítico, comprovamos, ou não,


nossas teses, afinal, a arte de pesquisar exige fundamentação teórica, para embasar e
dar credibilidade à discussão abordada, e de um método de análise que respalde o
caminho percorrido para chegarmos à solução do cotidiano problematizado.

Empirismo é um método filosófico baseado na ideia de que a única forma


válida de conhecimento é aquela obtida através dos sentidos.

Entendemos que pesquisa científica possibilita às(aos) discentes e docentes


sair da dimensão teórica (imprescindível) e ir para o mundo concreto, ampliando o olhar
sob diversos fenômenos sociais que rodeiam e requerem respostas concretas e
palpáveis, mas sem cair na redução do empirismo.

3.3 . SEU CONCEITO E ALGUMAS POLÊMICAS QUE A ENVOLVEM

À vista do exposto, “faz-se necessária, em especial no


campo das ciências sociais, uma abordagem dialética da
pesquisa, que se proponha inclusive a tratar o objeto não
como algo inerte, mas que permita a esse participar
ativamente da construção da pesquisa” (REIS, 2015, p.
164).

E , sendo assim, as entidades representativas do Serviço Social irão criar um


projeto pedagógico ancorado na importância da pesquisa no processo de ensino-
aprendizagem das(os) futuras(os) assistentes sociais, considerando-a primordial para a
compreensão das expressões da Questão Social, para a avaliação dos resultados das
políticas sociais públicas, para o fortalecimento da dimensão investigativa da profissão
aliada às reflexões teóricas para a superação da dicotomia existente entre teoria e
prática, “o que supõe uma formação profissional que imprima um perfil crítico, fundado
em rigorosa capacidade teórica, ético-política e técnico-prática voltada ao conhecimento
e transformação da realidade” (KOIKE, 2009, p. 249).

3.4. QUAL A RELAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA COM O


SERVIÇO SOCIAL

A pesquisa científica caminha lado-a-lado com o Serviço Social. Eles se


entrelaçam, um nutrindo o outro. Convertendo o conhecimento das ciências sociais em
princípios para o exercício da prática profissional. O serviço social diferentemente das
outras ciências, não está voltado para a descrição e interpretação do mundo social,
mas sim, para o controle desse mundo. A pesquisa das relações do Serviço Social não
está pautada somente na descrição ou reflexão em si do mundo real, mas constitui uma
atividade transformadora, com o objetivo de construir diversos conhecimentos sobre as
múltiplas expressões da Questão Social por meio da aproximação, explicação e
apreensão dos aspectos sociais, econômicos, políticos e cultuais da realidade social,
em busca de encontrar novas respostas diante os desafios que são postos para a
sociedade em geral.
Nesse sentido, Ferreira et al. (2009, p. 03), destaca a relevância da pesquisa
como atividade fundamental dos(as) assistentes sociais para a realização da
investigação e de intervenção da realidade social por meio de correntes teóricas.

A própria realidade tem suas particularidades, e torna-se complexa para os


estudiosos, no entanto para melhor entender e compreender utilizamos de várias
teorias, como o marxismo, fenomenologia e o positivismo e, de conceitos para a
abordagem da realidade, como afirma Iamamoto (2007), os processos sociais e a
pesquisa da realidade social são indissociáveis ao exercício profissional.

3.5 A PESQUISA FEITA POR ASSISTENTES SOCIAIS COMO


FERRAMENTA PARA A INTERVENÇÃO QUALITATIVA DIANTE DO DESAFIO DE
PESQUISAR PARA TRANSFORMAR A REALIDADE SOCIAL

Serviço Social: seu maior desafio é pesquisar para transformar.


Profissão que exerce sua prática cotidianamente e pesquisa com o objetivo de
responder aos mais diversos questionamentos da Questão Social. Para que isso
aconteça, pesquisa e produz conhecimentos constantemente.
Atualmente, aqui no Brasil, temos muitos grupos de pesquisa registrados na
Plataforma Sucupira (que assegura a qualidade de ensino nos cursos de mestrado e
doutorado no país. Seu nome, é em homenagem ao professor Newton Sucupira, autor
do Parecer N° 977 de 1965. Documento que formatou e institucionalizou a pós-
graduação brasileira nos moldes dos dias atuais.), diversos cursos de pós-graduação
lato sensu e stricto sensu, sem esquecer os centros de pesquisas existentes. É
impossível falar em Serviço Social sem falar em produzir conhecimento fundamentado
nas pesquisas realizadas. A investigação no âmbito do Serviço Social abre espaço para
construir e reconstruir conhecimentos, e questionar a verdade que se diz absoluta, o
que está associada às ideologias, pré-noções, visões de mundo e o senso comum.

3.6. OS LIMITES E DESAFIOS DA PESQUISA NO


SERVIÇO SOCIAL.

1. Pouco esclarecimento sobre a profissão: As pessoas não entendem qual é a


verdadeira função da assistência social. É comum associar à ajudar aos necessitados e
aos mais vulneráveis. Esta é uma das atribuições, mas não é a única. O assistente
social, protege os direitos da população, sejam eles: sociais, civis, políticos e
econômicos. E, isso independe de classe social, todos os cidadãos. Fazem as
intervenções necessárias e garantem a qualidade de vida e dignidade para todos os
que vão em busca de uma sociedade mais justa.

2. Excesso de trabalho: O Brasil é um dos países que mais possui desigualdades no


mundo e, nem é necessário ser especialista no assunto para saber disso. Afinal, a
desigualdade está escancarada e obriga os profissionais da área a lidar com ela todos
os dias. Nosso país possui muitas riquezas, mas estão concentradas nas mãos de
poucos. Consequentemente, milhões de pessoas, passam dificuldades diárias, em
condições péssimas de moradia, passando fome e lidando com os mais diversos
problemas. Cada vez mais longe de ter seus direitos assegurados, gerando um enorme
desafio para a assistência social: tentar proteger os direitos humanos da população que
precisa desse suporte. Isso torna o volume de trabalho enorme, maçante, o que faz os
profissionais terem que se desdobrar.

3. Contato com público em vulnerabilidade: Uma das maiores funções da profissão, e,


ao mesmo tempo, um grande desafio. Não é fácil ter que encarar alguns dos aspectos
dolorosos da nossa sociedade, mesmo tendo um enorme preparo profissional. Por isso,
não é qualquer um que tem a capacidade de trabalhar na área. Pois, lidar com pessoas
em situações de vulnerabilidade exige peculiaridades especiais, para propor boas
soluções.

4. Dificuldade na liberação de recursos: O sucesso do trabalho feito


pelos profissionais da área, não depende somente de esforços dos profissionais.
Necessita de dinheiro, como qualquer outra atividade. Os recursos para os programas,
ações e projetos da área vêm de repasses dos governos federais, estaduais ou
municipais. Esses recursos são fundamentais para a estruturação do programa e
realização dos atendimentos. Só que, nem sempre é fácil ter acesso a eles. A liberação
da verba enfrenta obstáculos criados pela desorganização da gestão e até por conta de
questões políticas. E, quando não há recursos financeiros suficiente, o trabalho fica
comprometido, por não haver como comprar materiais importantes, que treinamentos
sejam feitos etc.

5. Dificuldade de chegar a quem realmente precisa: Não adianta ter


diversos serviços assistenciais, se as pessoas que necessitam usá-los não estiverem
indo em busca deles. Na maioria das vezes, famílias que necessitam de suporte, não
têm conhecimento que têm direito à assistência social, porque a população não é
instruída sobre os seus próprios direitos, e nem como fazer para usar os benefícios etc.
Além do mais, os próprios assistentes sociais não conseguem chegar a quem mais
necessita de ajuda. Até mesmo porque no sistema de cadastro, por exemplo, eles não
conseguem localizar as famílias.
4. METODOLOGIA:

Foram utilizados na pesquisa bibliográfica a respeito do assunto proposto, a


análise de artigos, documentos, livros, revistas e leis, e pesquisa em fonte confiáveis de
pesquisa na internet.

A pesquisa bibliográfica de acordo com Gil, 2008 p.50,

é desenvolvida a partir de material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos.
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios podem ser
definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo
número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de
análise de conteúdo.

Após selecionado, o material foi organizado e trabalhado entre os membros


discentes, para expor de forma coerente e clara o que diz respeito ao enfrentamento
das mais variadas expressões da Questão Social, a fim de mobilizar a luta e defesa os
direitos com a qualidade dos bens e serviços prestados à população, bem como para a
ruptura e superação de análises discriminatórias.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A dimensão investigativa no Serviço Social ajuda a a transformar a realidade de


seus usuários, defendendo os direitos sociais e buscando eliminar qualquer forma de
opressão, exploração, preconceito ou discriminação social, na tentativa de
fortalecer/ampliar a concepção de sociedade democrática e igualitária, produzindo
conhecimentos, o qual possui um papel social, político e científico fundamental,
proporcionando qualidade nos serviços e atendimentos sociais à população.

Serviço Social x pesquisa x transformação = nesse triângulo norteia-se todo o


ciclo de trabalho/pesquisa no setor da Assistência Social, pois já que na profissão
depara-se com inúmeras situações em relação à problemática da comunidade, é
através da pesquisa, que se buscam os melhores caminhos, melhores soluções para
cada caso, e, saindo da mesmice, deixando de tratar todos os casos de uma maneira
padrão , e passando à "personalizar o atendimento caso-a-caso" fica clara essa
transformação necessária para um bom desempenho profissional.
6. REFERÊNCIAS:

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GIL, Antonio Carlos Métodos e técnicas de pesquisa social / Antonio Carlos Gil. - 6. ed.
- São Paulo : Atlas, 2008.
MINAYO ;MCS & Souza ER 1993. Violência para todos. Cadernos de Saúde
Pública9(1):65-78.
PIANA, Maria Cristina. O serviço social na contemporaneidade: demandas e respostas.
Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual.
São Paulo, SP: Cortez, 2007.
SOUZA, Edinilsa Ramos de (org). Curso Impactos da Violência Sobre a Saúde. – Rio
de Janeiro. ENSP/FIOCRUZ, 2007.

Consulta a trabalhos acadêmicos via internet.


https://www.unicesumar.edu.br/blog/assistencia-social/

https://www.scielo.br/j/rk/a/T9XKT7zBYthsVXs3LMPCzch/?lang=pt
7. CONSIDERAÇÕES DO BOLSISTA/ PESQUISADOR:

O trabalho foi elaborado conforme a exploração e análise de conteúdos de


autores conceituados. E, graças a esses estudos, é possível construir e produzir um
conhecimento com alternativas que viabilizem a transformação da realidade social
comprometidas a descontruir estrutura desigual da sociedade contemporâneo.

Não existe um saber absoluto, ou seja, algo pronto e acabado. E, a pesquisa é


um espaço aberto para o coletivo para descobertas, questionamentos, reflexões e
aprendizado sobre o movimento dialético entre os sujeitos e a sua formação social.

Para melhorar ainda mais o desempenho do profissional, é


necessário adquirir algumas habilidades:

Lidar com pessoas: É importante de saber lidar com todo tipo de gene para entender o
perfil de cada um, e usar uma linguagem que se adeque a cada caso, para estabelecer
uma comunicação efetiva com quem precisa ser atendido, poder identificar o problema
e propor uma solução.

Controle emocional :É impossível não nos sensibilizarmos diante de certas situações.


Porém, o assistente social, mesmo sendo humano, precisa saber controlar as emoções.
Isso não é nada fácil. Mas no decorrer do curso de graduação, os estudantes aprendem
como ter esse controle e saber se distanciar dos problemas de quem estão atendendo.
Comunicação: O assistente social precisa saber se comunicar, para exercer sua
função. Ou seja, a comunicação é sua ferramenta de trabalho, pois é ele que mediar as
necessidades das pessoas com os órgãos responsáveis, para negociar e argumentar
bem em defesa de suas propostas.

Organização: Geralmente, os recursos financeiros são poucos e o volume de


trabalho é grande. Sendo ainda mais importante a organização. As equipes de
assistência social precisam dividir bem as funções, montar cronogramas de visitas,
registrar os atendimentos e manter o controle do que vem sendo feito. Para correrem
um risco menor das informações se perderem. Ao mesmo tempo, facilita otimizar o
tempo de trabalho, muitas vezes desperdiçado por conta da desorganização.

Mudança na visão assistencialista: Para melhorar a assistência social no nosso país é


preciso mudar a visão das pessoas de que se trata de um trabalho de caridade. Afinal,
pensando assim, não se consegue reverter o quadro de desigualdade do país. Para
exercer a profissão de assistente social, ter vontade de ajudar não é suficiente. É
preciso mudar a forma de pensar e agir. Assim, a profissão poderá ser mais valorizada
e a superar os desafios, estando mais perto da realidade.

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