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TENSÕES NOSMACIÇOS

ROCHOSOS
Prof.: Antônio Carvalho Filho
TENSÕES NOS MACIÇOS ROCHOSOS

• Tensão é uma grandeza vetorial, ligada ao acúmulo de


energia, associada a um plano (tensor). Está relacionada à
tendência de deslocamento relativo das partículas de um
corpo, em função de solicitações externas. A oposição das
partículas a este deslocamento gera a tensão.
• A tensão é, portanto, função do ponto considerado, do
plano considerado e dos esforços solicitantes.
• Maciço rochoso é o conjunto formado por tipo
litológico, descontinuidades e água (Müller, 1963 apud
Ayres a Silva, 1993).
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• A influência de descontinuidades geológicas nas características mecânicas dos
maciços rochosos, quais sejam resistência e deformabilidade, é inegável. Müller
(1963) sugere uma redução de até 1/30 na resistência da rocha devido à
existência de planos de fraqueza. Enquanto as descontinuidades aumentam a
permeabilidade e a deformação de um maciço rochoso, elas tendem a diminuir
sua resistência e capacidade de suporte.
• O estado de tensões no interior de um maciço rochoso varia, geralmente, de
ponto a ponto, tanto para o valor quanto para direção das componentes
principais que o definem. Por um lado devido às variações de intensidade e de
direção das solicitações que o motivaram, por outro, em virtude das
heterogeneidades que os maciços sempre evidenciam.
• O conhecimento das tensões que se desenvolvem no interior dos maciços
rochosos é uma condição prévia para se conseguir uma boa sustentação.
Decisões importantes serão tomadas, a começar da orientação do eixo da
escavação em função da direção principal de tensões.
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• Em uma rocha não escavada, regular e horizontal, as tensões verticais
atuantes sobre um determinado volume de rocha têm como grande causa a
gravidade e seu valor é igual ao peso da coluna litostática de seção
transversal unitária sobreposta ao ponto considerado (P =  x H).
• O maciço virgem não está submetido somente a esforços verticais, mas a
um sistema triaxial de tensões devido à seguinte razão: quando um corpo
coerente (por exemplo um cubo de aço ou de rocha) é submetido à
compressão, ele se encurtará segundo a direção desta solicitação e se
alargará na direção transversal à mesma. Se se opuser a este alargamento,
demonstra-se e comprova-se a aparição de forças transversais neste corpo.
Esta é a origem dos empuxos horizontais nas minas subterrâneas, mais ou
menos importantes conforme a natureza das rochas.
• Tudo que foi dito até então refere-se a um maciço virgem, cujas condições
de equilíbrio não foram afetadas por trabalhos de mineração.
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• As tensões que se desenvolvem em uma determinada região, no interior
de um maciço rochoso virgem (antes de ser escavado), são designadas por
tensões naturais ou tensões “in situ”. Ou seja, é o estado resultante da
ação de diversos fatores, embora o peso das rochas sobrejacentes seja o
mais importante (tensão gravitacional ou mássica).
• Com o advento de uma escavação, ocorre uma modificação no estado
natural de tensões, havendo uma distribuição de tensões no maciço
circunvizinho à escavação (tensões induzidas). Distribuição esta que pode
gerar, nos contornos desta escavação, concentrações de tensões tais que
chegam até a ruptura do maciço. Depois de executada a abertura, a
transmissão das tensões deixa de ser possível através do vazio criado. A
carga distribui-se de um lado e do outro dos limites deste vazio, originando
as concentrações de tensões nas paredes (laterais) da galeria,
considerando-se a tensão vertical como a mais importante (vide figura 1.1).
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• Forma-se então, em torno da galeria, uma zona aliviada de tensões e a porção da
rocha descomprimida, situada em seu interior, ficando submetida à ação de seu peso
próprio, será susceptível de sofrer flexões que originarão esforços de tração, os quais,
se ultrapassarem o limite de resistência da rocha, acabarão por levar a rocha do teto à
ruptura.
• Esta zona de descompressão ou de alívio de tensões não se propaga
indefinidamente. Ela tende a limitar-se superiormente pela formação de uma abóboda
auto-suportante (“arco de pressão”). A instalação deste arco de pressão auto-
suportante, transferindo lateralmente as cargas atuantes, é que permite a sustentação
dos tetos das escavações (Silveira, 1987).
• A perturbação do estado de tensões pré-existentes estende-se até o limite de
influência, além do qual, as tensões naturais do maciço não são mais afetadas pela
presença da escavação. Quando as escavações estão a tal distância que os limites e
influência não se interceptam (cerca de 3 vezes a dimensão característica da seção),
dizemos que são escavações singulares; caso contrário, dizemos que temos
escavações múltiplas.
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• A escavação de um poço ou de uma galeria permite a expansão das
rochas em direção ao vazio criado, expansão esta que será maior ou
menor dependendo da forma e dimensões das escavações, da
profundidade de trabalho e da natureza das rochas.
• Para uma secção reduzida e à pequena profundidade, a galeria não
necessita de sustentação artificial, com o teto trabalhando da mesma
forma que uma ponte ou uma abóbada e transferindo para as
paredes laterais os esforços verticais anteriormente suportados pelas
rochas arrancadas. Acima de certos limites haverá, contudo, fratura
das rochas seguida de abatimento que se concentrará nos pontos
onde a sobrecarga for maior. A ruptura será, no caso geral, devida a
esforços de flexão ou de cisalhamento, porque a resistência da rocha
a estes tipos de solicitação é muito menor do que à compressão.
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• Somente poderá evitar-se o abatimento mediante uma sustentação
artificial; mesmo assim, a expansão da rocha prosseguirá, tendendo a
reduzir a secção da galeria e a deformar ou destruir a referida sustentação.
Antes que se produza o abatimento ou que seja muito grande a redução
da secção, é necessário abandonar a galeria ou refazê-la.
• Tensões de outra natureza que não a gravimétrica são consideradas,
segundo Ayres da Silva e Hennies (1988), para fins didáticos, tensões
anômalas (ex.: tensões de origem tectônica, como os dobramentos podem
dar origem a tensões anômalas pelo acúmulo de energia nas regiões de
compressão e por alívio nas regiões de tração).
• O cálculo das tensões seria relativamente fácil se as rochas fossem
homogêneas, porém, isto praticamente nunca ocorre. Os maciços se
compõem de porções de rocha mais ou menos inclinadas, de espessuras
variáveis e de resistências diversas.
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• A relação entre a dilatação transversal e a contração longitudinal das
rochas (coeficiente de Poisson) é muito variável, o que ocasiona variações
acentuadas nos empuxos horizontais. Por outro lado, os terrenos estão
sempre estratificados, o que cria uma anisotropia. À estratificação
comumente se juntam redes de fraturas, dobramentos, falhas e outras
descontinuidades geológicas que complicam o processo de cálculo.
• Por outro lado, existem minas nas quais o maciço, regular e bastante
homogêneo, pode ser, em primeira aproximação, adaptado a um modelo
clássico da Mecânica de Rochas. O cálculo fornecerá, pelo menos, o
sentido e a ordem de grandeza dos fenômenos. O mais simples destes é o
modelo elástico.
• Quando se trata de uma rocha não homogênea, o cálculo baseado na
teoria da elasticidade não é válido; porém, pode se tentar assimilar o
maciço rochoso a um outro modelo teórico (plástico, elasto- plástico etc).
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• Para a previsão do comportamento de escavações subterrâneas
em várias formas e configurações, são utilizados cada vez mais
intensamente os processos de cálculo baseados nas teorias dos
elementos finitos, das diferenças finitas, dos elementos de
fronteira ou dos blocos singulares, comumente designados
como modelamento matemático ou modelagem numérica.
• Os dois membros estruturais auto-suportantes com que se
pode contar em aberturas subterrâneas são:
• a viga e
• o arco, que mantém a estabilidade pela transformação da
pressão vertical em pressão horizontal e diagonal.
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• 2.1.1. Zona Clástica
• Zona clástica é a zona de reajustamento de tensões quando se executa uma abertura em uma
rocha e ela é definida até a região em que o material passa a não sofrer nenhuma influência pela
abertura. Isto é até a região onde o equilíbrio inicial não é perturbado (limite de influência).
•  
• Configuração da zona clástica
•  
• Em torno de uma abertura, escorada, sujeita a uma tensão isotrópica natural, a zona clástica se
estende mais na direção vertical do que horizontal. Isto ocorre porque a pressão radial exercida
pelo suporte é parcialmente neutralizada na direção vertical pelo peso do material fraturado.
• Assim, a zona clástica é uma elípse com o eixo vertical maior, mas para os efeitos de cálculos
simplificativos pode se admitir como sendo circular.
• Em um material fraturado com um alto coeficiente de atrito, a pequenas ou moderadas
profundidades, a pressão sobre o escoramento será a devida à rocha na zona clástica acima do
suporte e a pressão exercida no topo do arco para estabilizar a rocha será uma função do peso
específico da rocha e do raio da abertura.
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• Definamos dois termos que aparecem em todas as equações ao se tratar do estado
clástico-plástico de rochas:
• a) ângulo de atrito interno: é função do grau de rugosidade e angulosidade dos
elementos que constituem o material incoerente no qual se trabalha
• Se esses elementos são livres e separados, mas angulosos, o valor de  será de 37º
a 42º. Se os fragmentos são envolvidos por partículas de argila úmida, o ângulo não
será maior que 30º. Mas se são separados por camadas de argila, o ângulo de atrito
interno não chegará em torno de 25º.

• b) J = 1 + sen 
• 1 - sen 
•  
• , onde o  é o ângulo de atrito interno e vai definir a maior ou menor estabilidade de
um material incoerente.
•  
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• A zona clástica pode estender-se lentamente - levar dias, semanas ou meses. Mas em
rochas com fraturamento intensivo pode ser rápida e vai exigir escoramento
simultaneamente à abertura, para impedir o preenchimento de cavidade com fragmentos
de rocha.
• Essa extensão é acompanhada de aumento de volume. Isto é, o material desmontado
ocupa maior espaço que o material em seu estado inicial. Portanto, é necessário deixar um
espaço entre o escoramento e a rocha para ser ocupado por esse aumento de volume, ou
então usar um escoramento que se deforme suficientemente para abrigar este aumento de
volume (Ayres da Silva e Hennies, 1988).

• Em resumo:
•  
• a) antes da execução da abertura  distribuição natural das tensões
• b) após a execução da abertura  redistribuição das tensões e criação de:
• zonas de concentração
• zonas de alívio
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• Heim (apud Hoek e Brown, 1980) sugeriu em 1912 que os maciços rochosos
seriam incapazes de suportar grandes diferenças de tensões. Tal fato, associado
aos efeitos de deformação dependentes do tempo, levaria a um campo de
tensões naturais, onde as componentes vertical e lateral tenderiam a se igualar
(campo uniforme de tensões), ao longo do tempo geológico. De acordo com Hoek
& Brown (1980), a sugestão de Heim é aplicável a rochas incompetentes, como é
o caso de carvão e evaporitos.
• Hoek & Brown apresentaram uma coletânea de medições de tensões naturais
obtidas em várias localidades, cuidadosamente selecionada. Medições realizadas
em ambientes geológicos pouco usuais, como é o caso de regiões com atividade
tectônica recente, foram omitidas. Na figura 1.2 são apresentados os valores de
tensões verticais reunidos nesta coletânea, em função da profundidade de
medição. Neste caso, é possível constatar que os valores de tensões verticais são
consistentes com os valores obtidos devido ao peso da coluna litostática
sobrejacente.
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• A pequenas profundidades, observa-se considerável
dispersão dos valores medidos (figura 1.2). Hoek & Brown
associam esta dispersão ao fato de que as tensões
medidas a pequenas profundidades estariam próximas
aos limites mínimos de medição da maioria dos aparelhos
utilizados. Entretanto, estes autores não descartam a
possibilidade da existência de altos valores de tensão
vertical a pequenas profundidades, que poderiam estar
relacionados a uma condição geológica ou topográfica
pouco usual.
•  
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• Na figura 1.3 são apresentados os valores de K (razão entre a tensão
horizontal média e a tensão vertical) em função da profundidade. A pequenas
profundidades, o valor de K é extremamente variável, e freqüentemente
maior que a unidade. Àmedida que aumenta a profundidade, a variação de K
é menor e seu valor se aproxima da unidade, como previsto por Heim. A
maioria dos valores de K estão na ampla faixa dos limites definidos pela
relação:
• 100/y + 0,3 < K < 1500/ y + 0,5
• y – profundidade
•  
• Em alguns casos, o valor de K não fornece uma estimativa representativa das
tensões virgens num maciço. Tal é o caso onde há uma diferença considerável
na magnitude das tensões segundo a direção. Nestes casos, o valor das
tensões horizontais médio é pouco representativo.
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Figura 1.3 - Variação da Tensão Horizontal média/ Tensão vertical com a profundidade (Hoek & Brown, 1980).

 
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• A observação desta coletânea de medições confirma a necessidade de medição das tensões
virgens do maciço e a impossibilidade de sua determinação analítica. Deve ser tomado um
cuidado especial na determinação das tensões, em função da variação espacial do tensor de
tensões. Este fato dificulta a determinação do estado natural de tensões a partir de um
pequeno número de medições aleatórias de tensão, requerendo a elaboração de uma
metodologia adequada de medição para obtenção de resultados consistentes.
• As tensões laterais ou horizontais são estimadas, conforme dito, por:
•  
• H = Kp onde: 1< K <3 para y <1000m
• 0,5< K< 2 para y >1000m
• com K = /(1-), conforme Silveira (1987).
•  
• H = tensão horizontal média;
• p = tensão vertical;
•  - coeficiente de Poisson
•  
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• De acordo com a relação anterior, as tensões laterais num
maciço rochoso seriam invariavelmente menores que as
tensões verticais. Isto torna restrita a utilização desta
relação, como evidenciado na discussão sobre os fatores
condicionantes do campo de tensões naturais.
•  
• K = /(1-) não tem validade em um maciço que sofre
ciclos de carregamento e descarregamento. A erosão de
uma camada de rocha sobrejacente tende a aumentar o
valor de K
•  
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• 2.2. - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LAVRA SUBTERRÂNEA
•  
• A forma e as dimensões da zona de perturbação das
tensões nas vizinhanças de uma escavação dependem dos
seguintes fatores:
• profundidade dos trabalhos;
• natureza das rochas;
• presença de planos de descontinuidades;
• e, principalmente, da forma e das dimensões das escavações.
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• - DESMONTES COM ABANDONO DE PILARES
•  
• Nos métodos com abandono de pilares, o desmonte é realizado com o
avanço de várias câmaras paralelas, convenientemente espaçadas e que
são posteriormente interligadas para formar os pilares, de formas e
dimensões adequadas, que irão limitar os vãos livres das aberturas e
promover a sustentação do teto (figura 1.5). Acima dos vãos formam-se as
zonas de alívio e as tensões são distribuídas para os pilares.
• Os pilares devem ser dimensionados para resistirem às cargas
relacionadas ao material envolvido pelo arco de pressão. Sendo necessário,
para a segurança dos trabalhos, deve ser efetuado um controle das tensões
instaladas e das deformações nos pilares e no teto, de forma a prevenir-se
contra a ocorrência de esboroamentos inesperados.
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•  Em minas subterrâneas, a resistência à compressão do maciço rochoso é
a propriedade de resistência mecânica determinante da capacidade de
suporte dos pilares em rocha e é, portanto, aquela cujo conhecimento é
fundamental para o seu dimensionamento. Tal importância avulta
quando a lavra é realizada pelo método de câmaras e pilares.
• Tem-se observado que a resistência à compressão varia inversamente
com a dimensão do corpo de prova cúbico, segundo uma função
exponencial. Tal efeito tem sido justificadamente chamado “efeito de
escala” ou “size effect” e tem-se considerado como “tamanho crítico” do
corpo de prova aquele a partir do qual não se observa mais uma variação
significativa da resistência. Esta seria a dimensão na qual o fator de
escala seria o adequado à verificação da propriedade para o maciço
rochoso.
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• Por outro lado, verifica-se também, que para corpos de prova
prismáticos, de seção quadrada ou retangular e corpos de
prova cilíndricos, a mesma propriedade varia diretamente com
a esbeltez dos espécimes ensaiados, entendendo-se por
esbeltez a relação entre a menor dimensão de sua seção e sua
altura (L/H). É o chamado efeito de forma (“shape effect”). Tal
efeito é também observado sobre pilares em rocha.
• Não é por outro motivo que inúmeros pesquisadores têm-se
preocupado com o estudo desses efeitos, realizando suas
constatações através de: ensaios sobre corpos de prova de
pequenas dimensões; ensaios realizados in situ; métodos
observacionais.
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• Os fatores de segurança, conforme calculados, necessitam de uma interpretação cuidadosa.
• Os fatores de segurança para pilares, como recomendados nos primeiros trabalhos de
Mecânica de Rochas, sobre ensaios de laboratório e sem considerar o efeito de escala, variam
de 2 a 4.
• Atualmente, considerando-se o efeito escala, os fatores de segurança recomendados situam-
se entre 1,5 e 2,5.
• Juntas inclinadas em um pilar de seção quadrada interceptarão as laterais, reduzindo a
estabilidade. Por este motivo, muitas vezes, prefere-se usar câmaras longas perpendiculares à
direção de juntas fortemente inclinadas mais problemáticas.
• A maior redução na resistência do pilar ocorre quando a direção das descontinuidades é
paralela às laterais e mergulham com um ângulo de (45 + /2)º (Goodman, 1980).
• As descontinuidades com aproximadamente esta atitude devem governar a orientação das
laterais. Em câmaras simples, é usualmente desejável escolher o eixo maior oblíquo à direção
de todos os conjuntos de descontinuidades maiores.
• Para determinar as dimensões de um pilar ou avaliar o grau de segurança de uma dada
configuração do pilar, a tensão média sobre o pilar (v) calculada deve ser comparada com a
resistência do pilar (p).
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•  
• Existem várias maneiras de se calcular a tensão média em pilares, como as teorias da
área tributária, da deflexão de viga, da deflexão de pilar ou dos coeficientes de
carregamento. Apresentaremos aqui a primeira destas.
•  
• Tensões ao redor de escavações múltiplas
•  
• Pode ser feita uma analogia entre o fluxo de um rio obstruído por pilares de uma ponte
com a transmissão de tensões através dos pilares entre uma série de escavações paralelas.
• Na teoria da área tributária, a tensão é calculada assumindo-se que os pilares suportam
uniformemente a carga sobrejacente a eles e às aberturas.
• A tensão em um ponto do pilar depende da tensão média no pilar (que depende da
razão da área total escavada para a área remanescente como pilares) e da concentração de
tensões (que é função da forma do pilar).
• Considerando-se um conjunto de pilares uniformes e um plano horizontal simples, a
tensão vertical média no pilar é dada por:
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• Para pilares quadrados:
• p = Pz(1+ W0/Wp)2 = z(1 + W0/Wp)2
•  
•  
• onde z é a profundidade; Wo, Lo são as dimensões da abertura; Wp, Lp
são as dimensões do pilar (figura 1.6)
• Para pilares laterais, de comprimento unitário:
• p = z(1 + W0/Wp)
•  
• Para pilares retangulares:
• p = z(1 + W0/Wp)(1+Lo/Lp)
•  
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• Para pilares irregulares:
• p = z Ai / Ap
•  

• Ai = área de influência
• Ap = área do pilar
• Ou ainda:
• p = z 1/ (1-R)
• ,onde R é o fator de recuperação.
•  
• Figura 1.6 - Teoria da Área Tributária (Hoek e Brown, 1980 ou BRAdy e Brown,
1985).
•  
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• 2.2.1.2 - DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES EM PILARES
•  
• Influência da Forma do Pilar
• A forma de um pilar entre duas escavações adjacentes depende da forma da escavação e da
distância que as separa. A forma de um pilar tem uma influência principal na distribuição de
tensão dentro do pilar.
• Estudos fotoelásticos foram feitos para determinar a distribuição de tensão em pilares laterais
entre um número de túneis circulares paralelos. O tipo de modelo de placa que poderia ser
usado em tais estudos está mostrado na figura 1.7. A figura 1.8 mostra que a tensão vertical
média, a meia altura do pilar é dada por:
•  
• p = Pz(1+ W0/Wp) = z(1 + W0/Wp)

•  
• Fig. 1.7 - Modelo de placa que contém uma série de furos que representam túneis circulares
paralelos. A distribuição de tensões principal maior em pilares depende da tensão média e da
concentração de tensões em túneis individuais (Hoek & Brown, 1980).
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• A distribuição da tensão principal máxima


1 através da meia altura do pilar, pode ser
aproximada pela superposição de duas
distribuições de tensões circunvizinhas a
túneis individuais. O valor médio da tensão 1
através do pilar deve ser igual à tensão p para
satisfazer as condições de equilíbrio.

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• Fórmulas Empíricas de Resistência de Pilares
•  
• S = K ( L ) ½ / T , onde:
• S é a resistência do pilar (psi);
• L é a maior dimensão lateral (polegadas);
• T é a espessura (polegadas).
• K = Sp ( D ) ½ , onde :
•  
• Sp é a resistência de teste; D é a dimensão da amostra;
• K é o coeficiente do material do pilar.
•  
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• À medida que o fator de segurança diminui,


passando a menor que 1, o colapso se iniciará
naquele ponto (não necessariamente ocorrerá
o colapso total do pilar). Uma das
conseqüências perigosas do colapso do pilar é
que pode gerar o “efeito dominó”.
• Quando o fator de segurança é maior que
1,5, pode-se considerar o suporte como
permanente.

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