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NOME DO PARTICIPANTE
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CAPITULO 1
-CONCEITOS BÁSICOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
“São ensaios que, quando realizado sobre peças semi-acabadas e acabadas, não prejudicam,
nem interferem com o uso futuro da mesma”. Tal definição, usada internacionalmente e aceita
pela maioria dos profissionais que dele se utiliza, diz claramente: “ensaios que não prejudicam,
ou que não afetam o funcionamento futuro da peça (no todo ou em parte) ”.
Os ensaios não destrutivos envolvem todos os métodos para a medição e detecção de
propriedades, capacidade de desempenho dos materiais metálicos, partes e peças de
equipamentos e estruturas, por meio de energias físicas que não danificam as mesmas.
Uma das principais ferramentas do Controle da Qualidade e utilizados no ensaio de produtos:
- Soldados
- fundidos
- forjados
- laminados
- entre outros,
Com vasta aplicação nos setores petroquímico, nuclear, aeroespacial, siderúrgico, naval,
autopeças, transporte rodo - ferroviários.
a) Aumento da produtividade
Dada as informações recebidas com o resultado do ensaio poderá:
evitar desperdício de material;
reduzir o volume de refugos;
auxiliar na utilização da matéria prima;
reduzir o consumo;
reduzir o tempo de produção;
evitar divergências em relação às especificações de qualidade, melhorando a
uniformidade do produto;
diminuir os custos de operação e produção
auxiliar no controle do processo;
dar informações necessárias para que materiais defeituosos ainda possam ser
recuperados;
propiciar um acompanhamento do projeto;
identificar a existência de materiais inaceitáveis.
d) Identificação de materiais
possibilita sua classificação;
define diferenças no tratamento térmico executado;
define diferenças nas propriedades físicas e químicas;
define diferenças nas propriedades metalúrgicas.
2.3 Vantagens
O ensaio visual é o ensaio não destrutivo de mais baixo custo.
O ensaio visual permite detectar e eliminar possíveis descontinuidades antes de se
iniciar ou completar a soldagem de uma junta.
O ensaio visual detecta as descontinuidades maiores e geralmente indica pontos de
prováveis descontinuidades, que devem ser inspecionados por outros ensaios não
destrutivos.
Um ensaio visual bem executado proporciona uma diminuição da quantidade de
reparos de solda, uma maior produção dos outros ensaios não destrutivos e
consequentemente diminui o custo da obra.
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Para a execução do ensaio propriamente dito, lança-se mão do princípio físico do magnetismo,
que é uma característica intrínseca dos materiais. Através do magnetismo pode-se separar os
materiais em três grupos: Magnéticos, levemente magnético e não-magnéticos. Após esta
primeira separação, pode-se identificar o material de cada grupo, lançando mão agora das
propriedades químicas, que são verificadas pela capacidade de reação, espontânea ou
forçada, quando na presença de determinadas soluções químicas.
Figura 2 – Polarização
Figura 1 – Kit de
Eletrônica
Reagentes
Materiais identificáveis:
ferro fundido;
aço carbono;
aços ligas;
aços inoxidáveis austeníticos AISI série 300 (304, 316, 317, 321, 347);
aços inoxidáveis ferríticos ou martensíticos (AISI série 400);
Ligas de cobre (Latão, Cupro-niquel);
Ligas patenteadas (Hasteloy, Inconel, Monel, Stellite);
As normas estipulam a faixa de pressão para execução do teste, cuidados especiais devem
ser tomados, para que a pressão, não ultrapasse o valor máximo estabelecido, de modo a
eliminar a possibilidade de empolamento de chapas e/ ou danos a soldas, equipamentos ou
peças.
Também grandes vazamentos podem não ser detectados em virtude do grande fluxo de ar
“soprar” a solução tão rápido que não há formação de bolhas.
Limpeza – deve ser efetuada a limpeza das soldas, equipamentos ou peças a serem
inspecionadas, que devem estar livres de argamassa, óleo, pintura, graxa e outros
contaminantes.
Tempo de pressurização – antes de se iniciar o ensaio, a pressão deve ser mantida por um
período de no mínimo 15 minutos.
Limpeza.
Relatar os resultados.
4.3 - Ensaios de Formação de Bolhas com pressão Negativa
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É o método pelo qual se detecta defeitos passantes, através da aplicação da solução
formadora de bolhas, estando cada trecho inspecionado sujeito a um vácuo parcial de no
mínimo 14 Kpa (0,15 Kgf/ cm2 psi), abaixo da pressão absoluta, o qual é obtido no interior de
uma caixa de vácuo.
Figura 4: Tipo de
4.4 SequênciaCaixa de Vácuo
do Ensaio de Formação de Bolhas com pressão negativa
Limpeza – deve ser efetuada a limpeza das soldas, equipamentos ou peças a serem
inspecionadas, que devem estar livres de argamassa, óleo, pintura, graxa e outros
contaminantes.
Inspeção – aplica -se a solução formadora de bolhas na região a ser inspecionada, posiciona-
se a caixa de vácuo, aguarda-se o tempo para o estabelecimento da pressão requerida e
verifica-se a existência ou não de bolhas provenientes de vazamento oriundo de defeito
passante.
Limpeza.
Relatar os resultados.
2- A limpeza inicial tem como objetivo remover contaminantes, que poderiam mascarar os
resultados do ensaio, das proximidades e de dentro de possíveis descontinuidades.
5.4 Vantagens
O ensaio por meio de líquido penetrante tem sensibilidade muito boa e detecta até
descontinuidades muito pequenas.
A forma da peça não é um problema, pois é um método que se aplica tanto a
superfícies planas quanto a superfícies curvas.
É um ensaio rápido, de fácil execução e custo relativamente baixo.
É aplicável em materiais magnéticos e não magnéticos.
Para o treinamento de operadores e inspetores se requer menor tempo que para os
outros tipos de ensaios não destrutivos.
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O resíduo de penetrante que permanece nas descontinuidades (pois os penetrantes
são de remoção muito difícil) pode ser prejudicial à peça ou solda quando em
serviço.
6.0 ENSAIO POR PARTICULAS MGNETICAS
O ensaio por meio de partículas magnéticas é utilizado para localizar descontinuidades
superficiais e sub-superficiais em peças de material ferromagnético, tais como, as ligas de
ferro e níquel. O método consiste na aplicação de uma corrente de magnetização, ou de um
campo magnético à peça inspecionada, com o objetivo de se ter um campo magnético nesta.
A presença de descontinuidades superficiais ou sub-superficiais irá produzir campos de fuga
na região da descontinuidade, causando uma polarização localizada, que é detectada pelas
partículas ferromagnéticas que são aplicadas sobre a peça (figura 5).
Os tipos de corrente são:
-Corrente Contínua (CC):
-Corrente Alternada (CA):
-Corrente Retificada de meia onda (CRMO):
-Corrente Retificada de onda completa (CROC):
-Corrente Retificada Trifásica de onda completa (CRTOC):
6.1.Tipos de Correntes:
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Figura 8: Corrente alternada retificada Figura 9: Corrente alternada retificada de
de meia onda (CRMO) onda completa (CROC)
Existem dois tipos de Yokes; o yoke permanente e o yoke eletromagnético, sendo que a
norma Petrobrás N-1598 apenas permite o uso de yoke eletromagnético de corrente alternada,
pelo fato do mesmo apresentar as melhores características de detecção de descontinuidades.
O yoke eletromagnético consiste basicamente de uma bobina enrolada em um entreferro ou
núcleo em forma de “U”.
O yoke induz na peça um campo magnético longitudinal, que é gerado por corrente alternada.
Durante a inspeção, as descontinuidades são detectadas entre os pontos de contato do yoke,
em uma direção aproximadamente perpendicular às linhas de força do campo magnético
estabelecido na peça.
Aplicação das Partículas - Enquanto a peça está sujeita ao campo magnético, aplica-se as
partículas, por via-seca ou via-úmida, as quais são atraídas para os possíveis campos de fuga
existentes na peça.
6.3 Vantagens
Detecta descontinuidades sub-superficiais.
Fornece resultados imediatos, não tendo os tempos de espera requeridos pelo
ensaio por meio de líquido penetrante.
6.4 Limitações e Desvantagens
O ensaio por partículas magnéticas aplica-se somente a materiais ferromagnéticos.
A inspeção de áreas com materiais de características magnéticas muito diferentes
dificulta bastante a inspeção.
A geometria da peça pode dificultar e/ou tornar a inspeção não confiável, ou mesmo
impossível em alguns casos.
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Figura 12 –pulso sônico se propagando na peça- onda mecânica.
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Figura 14-cabeçote duplo cristal
7.4 Cabeçote Angular
Compõe-se basicamente de um cristal piezoeléctrico disposto em ângulo em relação ao plano
da peça a ser examinada (Figura 15).
Os cabeçotes angulares mais usuais são os de 45º, 60º, 70º, e 80º.
Como o próprio nome diz, é o ensaio que visa determinar a espessura de uma peça.
O ensaio é feito normalmente com o auxílio de cabeçotes duplo-cristal, após calibrado o
aparelho. Esta calibração é feita em blocos padrões de dimensões padronizadas, de material
similar ao da peça a ser medida.
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O ensaio é feito com o auxílio de cabeçotes normais e/ou duplo-cristal, após feita a calibração
da escala e a determinação da sensibilidade do exame.
7.6.3 Inspeção de Solda pela aplicação de transdutor angular
É a modalidade de ensaio que visa detectar descontinuidades oriundas de operações de
soldagem, tais como, falta de penetração, falta de fusão, inclusões de escória, poros,
porosidades, trincas e trincas interlamelares (Figura 16).
O ensaio é feito com o auxílio de cabeçotes normais e/ou duplo-cristal e cabeçotes angulares,
depois de feita a calibração da escala e a determinação da sensibilidade do ensaio.
É usual o uso de curvas de referência, tracadas no equipamento ou sobre a tela do aparelho,
de curvas, que servem para avaliar as descontinuidades existentes. Estas curvas são
traçadas, a partir de refletores padronizados, de acordo com a norma de projeto ou de
construção e montagem do equipamento.
Figura 16
7.6.4 Vantagens
- Pode ser executado em materiais metálicos e não-metálicos.
- Não necessita, para inspeção, do acesso por ambas as superfícies da peça.
- Permite localizar e dimensionar com precisão as descontinuidades.
- É um ensaio mais rápido do que radiografia.
- Pode ser executado em juntas de geometria complexa, como nós de estruturas tubulares.
- Não requer paralisação de outros serviços durante a sua execução e não requer requisitos
rígidos de segurança, tais como os requeridos para o ensaio radiográfico.
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Esta capacidade depende de vários fatores, tais como comprimento de onda da radiação, tipo
e espessura do material. Quanto menor for o comprimento de onda, maior é a capacidade de
penetração da radiação.
Parte da radiação atravessa o material e parte é absorvida. A quantidade de radiação
absorvida depende da espessura do material.
Onde existe um vazio ou descontinuidade há menos material para absorver a radiação.
Assim, a quantidade de radiação que atravessa o material não é a mesma em todas as
regiões.
A radiação, após atravessar o material irá impressionar um filme, formando uma imagem do
material. Este é chamado radiografia (figura 17).
A norma Petrobrás N-1595 fixa as condições exigíveis na realização dos ensaios por meio de
raios X e raios .
Figura 17
8.1.1 Raios X
São produzidos eletricamente e são formados pela interação de elétrons de alta velocidade
com a matéria. Quando elétrons de suficiente energia colidem com elétrons de um átomo pode
ser gerado um raio X característico. Cada elemento quando atingido por elétrons em alta
velocidade emite o seu raio X característico.
Quando elétrons de suficiente energia colidem com o núcleo de átomos são gerados raios x
contínuos, que são assim chamados porque o seu espectro de energia é contínuo. As
condições necessárias para a geração de raios X são:
- fonte de elétrons
- alvo para ser atingido pelos elétrons (foco)
- acelerador de elétrons na direção desejada.
Um tubo de raios X apresenta no seu interior todas estas condições (figura 18).
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8.1.2 Raios gama
Figura 19
A diferença mais importante entre os raios X e gama é o fato de se poder regular a tensão
anódica e, por conseqüência, o poder de penetração dos raios X ao passo que não é possível
de maneira alguma fazer variar o comprimento de onda dos raios gama.
Com os raios gama, a única solução é mudar a fonte radioativa. Prefere-se o irídio para as
menores espessuras (de 10 a 60 mm para aços); e o cobalto para as espessuras maiores (de
60 a 160 mm para aços).
Do ponto de vista de qualidade, os raios X são melhores que os raios gama.
Porém, existem, a favor dos raios gama, diversas circunstâncias nas quais eles apresentam
um interesse prático.
Os raios gama são emitidos espontaneamente, não necessitando de aparelhagem ou
alimentação elétrica. Em locais onde não existe energia elétrica os raios gama devem ser
usados.
Para espessuras muito altas (acima de 90 mm) o poder de penetração dos raios X não
é suficiente.
As instalações para uso de raios gama são bem mais baratas que as dos raios X.
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Certos casos particulares apresentam problemas de acesso e o uso de raios gama é o
indicado. Para estes casos as fontes radioativas são mais maleáveis e tornam possíveis
posicionamentos corretos.
Uma grande vantagem dos raios gama é a sua emissão esférica a partir da fonte, permitindo
efetuar radiografias circunferências em uma única exposição (exposição panorâmica).
Figura 20
A espessura também contribui para a absorção, quanto maior a espessura maior quantidade
de radiação irá absorver.
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Figura 21
8.1.6 Indicadores de Qualidade de Imagem (PENETRÂMETROS)
O penetrâmetro é um dispositivo, cuja imagem na radiografia é usada para determinar o nível
de qualidade radiográfica (sensibilidade).
Não é usado para julgar o tamanho das descontinuidades ou estabelecer limites de aceitação
das mesmas.
O penetrâmetro padrão adotado pelo código ASME (American Society of Mechanical
Engineers) é um prisma retangular de metal com três furos de determinados diâmetros, e a
sensibilidade radiográfica é definida em função do menor furo visível na radiografia.
O penetrâmetro padrão adotado pela norma DIN (Deutsche Industrie Normen) é composto de
uma série de sete arames de metal e de diâmetros padronizados. A sensibilidade radiográfica
é definida em função do menor arame visível na radiografia.
Os penetrâmetros devem sempre ser de material idêntico ou radiograficamente similar ao
material radiografado (figura 22).
8.1.7 Telas
São utilizadas com o intuito de filtrar determinadas radiações, proteger o filme contra radiações
dispersas e também atuar como intensificadoras, isto é, diminuir o tempo necessário para
exposição.
A tela mais usada é a tela de chumbo.
8.2 Vantagens
Registro permanente dos resultados.
Detecta facilmente defeitos volumétricos, tais como porosidades, inclusões, falta de
penetração, excesso de penetração.
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CAPITULO 2
2.1. OBJETIVO
Este material visa promover o conhecimento teórico básico sobre os requisitos legais,
normas regulamentadoras e outros requisitos aplicáveis de Segurança, Meio Ambiente e
Saúde Ocupacional.
Os treinandos, ao final do curso, deverão ser capazes de identificar, avaliar e reconhecer
quais os Equipamentos de Proteção Individual mínimos necessários, associados aos
trabalhos executados, assim como, assegurar que todas as atividades sejam feitas de
forma preventiva, visando garantir a proteção do ser humano e do meio ambiente.
2.2. INTRODUÇÃO
Todos os tipos de organizações estão cada vez mais preocupados em obter e demonstrar
uma boa performance ambiental através do controle do impacto de suas atividades,
produtos ou serviços sobre o meio ambiente, levando em consideração seus objetivos e
políticas ambientais. Atualmente, a norma internacional ISO 14001 especifica as exigências
de um sistema de gerenciamento ambiental, sendo cada vez mais utilizado pelas empresas.
O sucesso deste sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções da
organização.
Diante de um Sistema de Gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SGSMS)
implementado, a organização visa garantir o controle dos aspectos ambientais significativos
e perigos para a segurança e saúde do empregado, assim como o atendimento aos
requisitos legais aplicáveis. Com isso, será elaborada uma Política de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde, descrevendo os compromissos da organização quanto ao atendimento
à legislação, capacitação e conscientização dos empregados quanto às questões de
Segurança, Meio Ambiente e Saúde, envolvendo, inclusive, os prestadores de serviço e
fornecedores.
2.3.DEFINIÇÕES
2.3.1 Aspecto Ambiental – elemento das atividades, produtos ou serviços de uma
organização que pode interagir com o meio ambiente.
2.3.2 Impacto Ambiental – qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte das atividades, produtos ou serviços de
uma organização.
2.3.3 Perigo – fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de
ferimentos humanos ou problemas de saúde, danos à propriedade, ao meio
ambiente de trabalho, ou a combinação destes danos.
2.3.5 Consequência – qualquer dano à saúde, à propriedade, ao ambiente de trabalho ou
a combinação destes danos provocados.
2.3.6 Fonte da Lesão
Por definição, Fonte de Lesão é a substância, objeto ou movimento do corpo que
diretamente provocam a lesão.
Para efeito da investigação de acidentes, é de fundamental importância o estudo da fonte
da lesão, pois é o melhor caminho para identificar o ato inseguro cometido ou a condição
insegura existente:
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O contato da parte móvel da máquina que bater no corpo do trabalhador, o estilete que
perfurar o dedo, o respingo de solda, etc.
Considerar-se-á também como acidente do trabalho, aquele que, embora não tenha sido a
causa única, haja contribuído diretamente para a morte, perda ou redução da capacidade
de trabalho.
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Para efeitos legais, iguala-se ao acidente do trabalho a doença do trabalho, assim
como o trabalhador acidentado equipara-se ao trabalho acometido de doença
profissional. Em caso de doença profissional, é considerada como data do
acidente, a de comunicação da empresa ao INSS. Definindo a doença
profissional, diremos que é aquela decorrente de condições especiais ou
excepcionais, em que o trabalho seja desenvolvido e relacionadas em ato do
Ministério do Trabalho.
Como extensão do conceito legal, podemos dizer que atos como os de sabotagem ou
terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiros de trabalho; ofensa física
internacional, inclusive de terceiro, relacionando com o trabalho; de imprudência ou de
negligência de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; pessoa privada do uso da razão;
desabamento, inundação, incêndio, são considerados como de acidente do trabalho.
Embora fora do local de trabalho, todas as ocorrências com o empregado que esteja
realizando execução de ordem ou de serviço sob a autoridade da empresa; prestando
voluntariamente qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízos ou proporcionar
proveitos; viajando a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de sua propriedade; no percurso usual da residência para o trabalho ou
vice-versa; no horário das refeições, também são caracterizados como acidentes do
trabalho. Podemos concluir que, tanto no conceito prevencionista, como no conceito legal,
o acidente deve ser sempre evitado, pois embora não haja lesão em determinado acidente,
ele nos serve de alerta para evitarmos um futuro que poderia trazer sérios prejuízos à
empresa e principalmente ao trabalhador.
Exemplificando, um simples tropeção em um piso irregular, poderia trazer a princípio um
acidente sem lesão, mas nos chamaria atenção para providenciarmos a regularização
daquele piso, evitando assim um futuro acidente com lesão.
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2.7.3 Agentes Causadores
A classificação de riscos dentro da segurança do trabalho se dá por “assuntos” como
“Segurança em Caldeiras”, “Segurança na Construção Civil”, etc., todavia, pode-se também
considerar que todo acidente é um desvio de energia que, atingindo o trabalhador, causará
uma lesão. Dentro desse princípio, os agentes causadores dos riscos operacionais podem
ser divididos nas próprias formas de energia envolvidas em tais acidentes, conforme segue:
a) Energia Mecânica (Potencial, cinética, etc) - Choques, quedas, partes projetadas,
prensamento, abrasão, esforços, etc.
b) Energia Térmica (Contato, Vapor ou Chama) - Queimaduras
c) Energia Química – álcalis, ácidos
d) Energia Elétrica – acidentes elétricos
2.8 RISCOS GERAIS EM SOLDAGEM
A seguir é apresentado um quadro geral dos riscos na soldagem para os processos usuais,
processos associados e processos especiais.
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Atualmente, é muito comum nas organizações, a implementação de uma conversa diária
com curta duração. Esta conversa, não necessariamente, deve ser feita com a presença de
um técnico do setor SMS, mas entre os profissionais que atuam em determinado setor da
organização com o respectivo líder ou responsável, aproveitando para discutir incidentes
recentes e fatores de risco de determinadas atividades. Nessa reunião os presentes devem
ser incentivados a serem participativos através de idéias, alertando sobre determinadas
condições inseguras, ou ainda, orientando os colegas sobre atos inseguros.
- Medidas de controle relativas ao ambiente, nas quais o controle dos agentes é feito
nas fontes (máquinas, processos, produtos e operações) e na trajetória desses agentes
até o trabalhador;
-
- Medidas relativas ao trabalhador, que é o receptor involuntário desses agentes.
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d) Segregação da operação ou processo – significa isolar operações ou processo em um
determinado espaço ou em um horário fora do expediente normal, reduzindo o número
de expostos;
e) Ventilação geral diluidora – tem o propósito de rebaixar a concentração de
contaminantes ambientais a níveis aceitáveis através da introdução de grandes volumes
de ar;
f) Ventilação local exaustora – é a captação do contaminante em seu ponto de origem,
antes que atinja a zona respiratória do trabalhador;
g) Manutenção.
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Figura 27
Óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos,
provenientes de impacto de partículas (figura 28);
Óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar irritações
nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos e metais em fusão;
Figura 28
óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos provenientes
de poeiras;
óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritações nos olhos e outras
lesões decorrentes da ação de radiações perigosas;
máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;
capacetes de segurança para proteção do crânio (figura 29) nos trabalhos sujeitos a:
- agentes meteorológicos (trabalhos a céu aberto);
- impactos provenientes de quedas, projeção de objetos ou outros;
- queimaduras ou choque elétrico.
Figura 29
30
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
b) Proteção para os Membros Superiores
Luvas (figuras 30a, 30b e 30c) e/ou mangotes de proteção (figura 31) e/ou cremes
protetores devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de lesão provocada por:
- materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
- produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos,
graxas, solventes orgânicos e derivados de petróleo;
- materiais ou objetos aquecidos;
- choque elétrico;
- radiações perigosas;
- frio;
- agentes biológicos.
Figura 30
Figura 31
31
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Figura 32 Figura 33
Figura 34 Figura 35
e) Proteção Auditiva
Protetores auriculares (Figuras 36a, 36b e 36c), para trabalhos realizados em locais em
que o nível de ruído seja superior ao estabelecido na NR 15. Anexos I e II.
abc
Figura 36
f) Proteção Respiratória
Proteção respiratória (figuras 37a e 38b), para exposições a agentes ambientais em
concentrações prejudiciais à saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos
na NR-15:
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respiradores contra poeira, para trabalhos que impliquem em produção de poeiras;
máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jateamento de areia;
respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos
prejudiciais à saúde;
aparelhos de isolamento (autônomos ou adução de ar), para locais de trabalho onde o
teor de oxigênio seja inferior a 18% (dezoito por cento) em volume.
Figura 38
g) Proteção do Tronco
Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção (figuras 39a e 39b)
para trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por:
riscos de origem térmica, radioativa ou mecânica;
agentes químicos;
agentes meteorológicos;
umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de
lavagem.
ab
Figura 39
h) Proteção do Corpo Inteiro
Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho onde haja
exposição a agentes químicos, absorvíveis pela pele, pelas vias respiratórias e digestiva,
prejudiciais à saúde (figura 40).
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Figura 40
2.14. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)
Equipamentos de proteção coletiva são usados, quando riscos podem afetar a mais de uma
pessoa. Em casos de explosões ou respingos de produtos químicos, por exemplo, o
equipamento de proteção coletiva pode variar desde uma barreira simples até um completo
isolamento em cabines, cuja operação é feita pelo lato externo.
Quando os riscos são gases, vapores ou aerodispersóides, é preciso usar algum sistema
de ventilação (Ex.: Coletores de ar).
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CAPITULO 3
PROCESSOS DA FABRICAÇÃO, METALURGIA BASICA, FUNDIÇÃO, FORJAMENTO,
LAMINAÇÃO, TREFILAÇÃO E EXTRUSÃO
De um modo geral, pode-se descrever um metal como sendo um material sólido à temperatura
ambiente, que reflete a luz quando polido, de densidade relativamente alta, que se comporta
de maneira elástica até seu limite de elasticidade e plasticamente quando submetido a cargas
mais elevadas, e que é um bom condutor de calor. Os metais podem existir nos estados gasoso,
liquido e sólido. Submetido à solidificação, a partir do estado liquido, um metal se torna uma
massa sólida cristalina. Os cristais metálicos são de tamanho microscópico, e, portanto, são
raramente observados a olho nu.A maioria dos metais utilizados comercialmente são ligas, isto
é, consiste de dois ou mais elementos. Ligas bem conhecidas são o aço, o latão, o bronze, o
monel e as ligas de alumínio.Os metais utilizados comercialmente são obtidos a partir de seu
óxido, carbonetos, hidretos e outras formas químicas complexas, os quais existem em depósito
na crosta terrestre.O controle dos processos de solidificação, de transformação e o controle do
tamanho de grão do metal são os meios pelos quais as propriedades físicas e mecânicas
importantes são obtidas em elementos de estruturas e de maquinas.
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 41
Figura 42
Em resumo cada grão é constituído por milhares de células unitárias; estas, por sua vez,
consistem de grupos de átomos que se dispuseram em posições fixas, formando figuras
geométricas típicas.
As disposições dos átomos dão, origem aos chamados retículos ou reticulados cristalinos
(figura 43). Os mais importantes são os seguintes:
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Figura 43
Figura 44
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Todos os materiais apresentam um grande número de defeitos e imperfeições em suas
estruturas cristalinas. Portanto, não existem estruturas cristalinas perfeitas. Utilizando-se as
técnicas atuais de refino é muito difícil e caro refinar metais com níveis de pureza superior a
99,9999%. Nesta pureza ainda estão presentes cerca de 1022 – 1023 átomos impuros por m3 de
material.
As diversas propriedades dos materiais metálicos são profundamente afetadas pela presença
de defeitos cristalinos e freqüentemente determinadas características são intencionalmente
alteradas pela introdução de quantidades controladas de defeitos.
Como exemplo podemos citar: Processos de cementação e nitretação de aços, endurecimento
de metais e ligas por encruamento (deformação a frio), refino do tamanho de grão, etc.
As imperfeições ou defeitos cristalinos são classificados em três classes:
- Imperfeições de Ponto;
- Imperfeições de linha;
- Imperfeições de superfície.
Todos os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, classificados por sua dimensionalidade.
Vale lembrar que estes defeitos na estrutura cristalina é uma imperfeição ou um "erro" no
arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. Podem envolver uma irregularidade na
posição dos átomos ou no tipo de átomos.
O tipo e o número de defeitos dependem do material, do meio ambiente, e das circunstâncias
sob as quais o cristal foi processado (“história” de processamento do material).
Ainda assim, é importante salientar que apenas uma pequena fração dos sítios (ou posições)
atômicos é imperfeita, ou seja, menos de 1 em 1 milhão. Mesmo sendo poucos eles influenciam
muito nas propriedades dos materiais e nem sempre de forma negativa.
Como importância da presença destas imperfeições ou impurezas, podemos afirmar que elas
permitem desenhar e criar novos materiais com a combinação desejada de propriedades.
Algumas impurezas (chamadas elementos de liga) são adicionadas intencionalmente com a
finalidade de aumentar a resistência mecânica, aumentar a resistência à corrosão, aumentar a
condutividade elétrica e etc.
38
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 45
Nas figuras abaixo apresentamos mais exemplos de impurezas e lacunas presentes nas
estruturas cristalinas.
Figura 46
Figura 47
3.3.2 Soluções Sólidas
Antes de iniciarmos este tópico vamos esclarecer alguns termos que serão colocados. Um
elemento de liga ou Impureza é denominado Soluto, ou seja, apresenta-se em menor
quantidade na estrutura do material. Já a Matriz ou Hospedeiro é denominado Solvente e
apresenta-se em maior quantidade na estrutura.
As soluções sólidas formam-se mais facilmente quando o elemento de liga ou soluto (impureza)
e matriz ou solvente apresentam estrutura cristalina e dimensões eletrônicas semelhantes. Com
isso evita-se a precipitação de outra fase.
A solução sólida é obtida com a adição intencional de outros elementos (elementos de liga -
soluto) no metal solvente. Nas soluções sólidas as impurezas ou elementos de liga podem ser
do tipo:
- Intersticial;
- Substitucional.
Geralmente ocorre quando os átomos de soluto apresentam dimensões menores que os
átomos de solvente.
Na solução sólida intersticial os átomos de soluto se localizam nos interstícios existentes entre
átomos maiores (solvente). Como exemplo clássico, podemos citar Fe-C, onde o Carbono tem
raio atômico bem menor, se comparado com o Ferro (figura 48).
39
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 48
Figura 49
Dentre os fatores que determinam a formação da solução sólida substitucional podemos citar:
- Raio atômico: deve ter uma diferença de no máximo 15%, caso contrário pode promover
distorções na rede e assim formação de nova fase;
- mesma estrutura cristalina (CCC, CFC ou HC);
- estruturas eletrônicas semelhantes (eletronegatividade e valência);
- dimensões atômicas similares (diferença de ~15% máx.).
40
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 50
Figura 51
Figura 52
Considerações finais:
a) A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados pelo grau de
deformação (conformação mecânica) e/ou por tratamentos térmicos.
b) Com o aumento da temperatura há um aumento na velocidade de deslocamento das
discordâncias favorecendo o aniquilamento mútuo das mesmas e formação de
discordâncias únicas.
c) Impurezas tendem a difundir-se e concentrar-se em torno das discordâncias formando uma
atmosfera de impurezas
3.3.4 Imperfeições de Superfície (Planares)
Os defeitos superficiais são defeitos bidimensionais ou interfaciais que compreendem regiões
do material com diferentes estruturas cristalinas e/ou diferentes orientações cristalográficas.
Estes defeitos incluem:
- superfícies externas,
- contornos de fase;
- contornos de grão,
- contornos de macla e
41
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
- defeitos de empilhamento.
Figura 53
Figura 54
3.4 LIGAS METÁLICAS
Geralmente os metais são utilizados na forma de ligas metálicas, ou seja: “uma mistura de dois
ou mais elementos químicos dos quais pelo menos um é um metal”.
A mistura de dois ou mais elementos químicos, dar-se ao nível de reticulo cristalino, ou seja,
um metal considerado puro, apresenta teoricamente uma estrutura uniforme em todas as
direções.
Quando há presença de impurezas ou átomos de natureza diferente do metal puro, como por
exemplo: carbono, hidrogênio e oxigênio, por serem menor que o átono de ferro, estes se
dispõem na região intersticial dos átomos de ferro, constituído a solução sólida intersticial.
Se os átomos diferentes forem de dimensões semelhantes aos do ferro, estes vão deslocar os
átomos do metal puro, ocupando seus lugares, constituindo uma solução sólida substitucional.
Algumas ligas metálicas são constituídas por soluções sólidas intersticial e substitucionais ao
mesmo tempo.
A finalidade da introdução de átomos de natureza diferentes na reticula cristalina de um metal
puro é promover distorção na estrutura, e dificultar o deslocamento dos átomos / planos, assim
podemos dizer que o metal está mais resistente. Este é o principal mecanismo para o aumento
da resistência do aço pela adição de elementos de liga.
3.4.1 Difusão
Os átomos do reticulado cristalino de um metal, vibram em torno de sua posição.
A vibração aumenta proporcionalmente com o aumento da temperatura, consequentemente a
energia do átomo aumenta, facilitando sua movimentação na estrutura cristalina do metal.A
difusão se dá exatamente quando um átomo se desloca de sua posição de equilíbrio, por vários
mecanismos: a troca de posição na difusão intragranular (substitucional ou intersticial);
migração de átomos, para superfícies livres e nos contornos de grãos (apresenta maior espaço,
caminho preferencial) e difusão nas linhas de discordância por apresentar maior espaço.
43
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 55
Figura 56
CORROSÃO SOB TENSÃO se caracteriza pelo aparecimento de trincas na superfície de
materiais decorrentes da ação combinada de um meio corrosivo específico e de tensões
estáticas residuais, induzidas ou externas. Os mecanismos causadores dessa corrosão ainda
não são bem conhecidos.
Figura 57
3.5 FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DOS GRÃOS
Todas os grãos tem a mesma estrutura cristalina e o tamanho de grão é delimitado pela
interferência de um grão vizinho.
As direções dos planos são independentes em cada grão, portanto os contornos de grãos são
regiões onde a ordenação dos átomos são respectivamente desfeitos, consequentemente nos
contornos de grãos os metais se comportam de maneira diferente (figura 59).
Figura 59
A ordenação dos cristais e tamanhos de grãos e as fases constantes de uma liga metálica se
chama microestrutura, e esta é a responsável pelas propriedades físicas e mecânica da liga.
A microestrutura vária com a composição química e pelo ciclo térmico imposto ao material.
Os contornos de grão, muitas vezes definem muitas propriedades das ligas metálicas.
Nestas regiões os átomos não estão ordenados, existindo vazios que permitem mais facilmente
a movimentação atômica. Devido a isto, a difusão ocorre, em geral, mais rapidamente nos
contornos que no centro dos grãos. Em decorrência, as impurezas segregam nos contornos de
grão, podendo formar fases que alterarão desfavoravelmente as propriedades do material
como, por exemplo, a redução de dutilidade ou aumento à susceptibilidade à trinca durante a
soldagem ou tratamento térmico.
Um dos efeitos do tamanho de grão é influenciar na resistência dos materiais. Na temperatura
ambiente, quanto menor o tamanho de grão maior a resistência dos materiais, e em altas
temperaturas quanto menor o tamanho de grão, menor a resistência. Disto resulta que materiais
de granulação fina se comportam melhor em baixa temperatura e materiais de granulação
grosseira em altas temperaturas.
- Conformação de chapas:
- Compreende as operações de:
a) Embutimento;
b) Estiramento;
c) Corte ou cisalhamento;
d) Dobramento.
Um outro processo que tem ampla aplicação nas construções industriais que faz parte da
obtenção desses produtos é a soldagem. Como cada um desses processos tem características
próprias, podemos dizer que ocorrerá o mesmo com as descontinuidades, sendo que algumas
são peculiares a mais de um processo. Além desses processos existem outros, mais
direcionados para o acabamento final, como: usinagem (torneamento, fresamento,
aplainamento, brochamento etc.).
46
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 60
47
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
compreendida (grosseiramente) entre 0,3 e 0,5 Tf e trabalho a frio (TF) aquele que é executado
entre 0 e 0,3 Tf.
É importante compreender que a distinção básica entre TQ e TF é, portanto, função da
temperatura em que se dá a recristalização efetiva do material. Assim, embora para muitas ligas
comerciais a temperatura do TQ seja realmente elevada em relação à ambiente, para metais
como Pb e Sn, que se recristalizam rapidamente à temperatura ambiente após grandes
deformações, a conformação à temperatura ambiente é TQ. Por outro lado, a conformação a
1100oC é TF para o tungstênio, cuja temperatura de recristalização é superior a esta, embora
seja TQ para o aço.
Figura 62
Figura 64
Em alguns metais o processo de recuperação aumenta a ductilidade mais do que diminui a
resistência, sendo então possível controlar as propriedades finais do produto deformado por
meio de um severo trabalho a frio, seguido de um recozimento de recuperação que restaura
grande parte da ductilidade sem reduzir muito a resistência.
Em resumo, os principais fatores que afetam a recristalização são:
1. Uma quantidade mínima de deformação prévia: se o trabalho a frio prévio é zero, não há
energia de ativação para a recristalização e ficam mantidos os grão originais;
2. Quanto maior a deformação prévia, menor será a temperatura de recristalização;
3. Quanto menor a temperatura, maior o tempo necessário à recristalização;
4. Quanto maior a deformação prévia, menor será o tamanho de grão resultante (pois será
maior o número de núcleos a partir dos quais crescerão os novos grãos).
OBS: Uma estrutura de grãos grosseiros apresenta propriedades mecânicas pobres, ao passo
que um tamanho de grão fino fornece ao material alta resistência sem diminuir-lhe muito a
ductilidade.
49
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
5. Adições de elementos de liga tendem a aumentar a temperatura de recristalização (pois
retardam a difusão).
Normalmente, as operações de trabalho a frio/recozimento são as etapas finais dos processos
de conformação mecânica. Isto é devido principalmente às excelentes qualidades superficiais
e tolerâncias dimensionais obtidas no produto final. Porém, os esforços de conformação são
muito elevados, o que em certos casos restringe o tamanho das peças produzidas. Também,
para alguns materiais de baixa ductilidade, a conformação não pode ser realizada.
Figura 65
50
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
discordâncias geradas, ancorando-as. O nome azul refere-se a coloração do óxido formado na
superfície do aço nesta faixa de temperaturas.
Com relação ao trabalho a quente o processo a morno apresenta melhor acabamento
superficial e precisão dimensional devido à diminuição da oxidação e da dilatação - contração
do material e da matriz. Estas características permitem se ter menores ângulos de saída
(podem-se utilizar maiores cargas para a retirada da peça das matrizes sem deformar o
produto).
A maior desvantagem da conformação a morno com relação ao processo a quente é o aumento
do limite de escoamento que ocorre com a diminuição da temperatura durante a deformação.
O aumento da carga de conformação implicará na necessidade de se empregar prensas mais
potentes e ferramentas mais resistentes. Os tarugos para a conformação, por sua vez, podem
requerer decapagem para remoção de carepa e utilização de lubrificantes durante o processo.
Em relação ao trabalho a frio o processo a morno apresenta redução dos esforços de
deformação, o que permite a conformação mais fácil de peças com formas complexas,
principalmente em materiais com alta resistência. A conformação a morno melhora ainda a
ductilidade do material e elimina a necessidade de recozimentos intermediários que consomem
muita energia e tempo.
51
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 68
De um ponto de vista prático o trabalho a quente, que é o estágio inicial da conformação dos
materiais e ligas, apresenta um certo número de vantagens, mas também de problemas, como
listado em seguida.
52
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Extraído o calor, pelo resfriamento, é realizada a solidificação e então, é fixada a forma final do
componente. A fundição é geralmente o processo mais comum e rápido de obtenção de um
produto acabado a partir de matérias-primas.
Podem-se produzir peças de formas complexas, inclusive com detalhes internos, utilizando-se
de processo automático.
Areia Verde
53
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Figura 69
Molde Permanente
Figura 70
Figura 70 (continuação)
Injeção
54
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 71
Figura 71 (continuação)
Cera Perdida
O processo de cera perdida utiliza um molde obtido pelo revestimento de um modelo
consumível (cera) com uma pasta ou argamassa refratária, a qual endurece à temperatura
ambiente ou mediante aquecimento adequado.
Uma vez endurecida a camada de pasta refratária, o modelo é consumido (derretido no interior
de um forno), a cera funde-se, deixando apenas a camada de cerâmica externa. Desta forma,
obtém-se uma espécie de casca endurecida, que vem a ser o molde propriamente dito,
contendo as cavidades e os detalhes correspondentes à peça que se objetiva produzir.
Uma vez vazado o metal líquido no interior do molde e solidificada a peça (ou peças)
correspondente, o molde também é inutilizado.
Diferente do que ocorre na fundição em areia verde (onde o modelo é usado inúmeras vezes e
o molde é inutilizado), no processo de cera perdida tanto o modelo como o molde são
temporários.
55
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
O modelo consumível (feito de cera) é confeccionado com o emprego de matrizes, cujas
cavidades correspondem à forma do modelo, podendo ser metálicas (permanentes) ou de
silicone (semi-permanentes).
Figura 72
Figura 72 (continuação)
56
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Etapas do processo: A mistura é colocada sobre a superfície de um modelo metálico (matriz),
o conjunto é aquecido e endurece formando uma casca resistente e rígida, que constitui o molde
(ou macho) ou uma de suas partes.
A seguir o modelo é extraído e a outra metade do molde, se for o caso, é confeccionada de
modo idêntico. Uma vez prontos os moldes, os machos são colocados em suas cavidades (caso
seja necessário) e as duas partes são posicionadas e presas, geralmente por colagem.
Não
Ligas de Al, ligas de Cu, Ligas de Zn
Ferrosas
57
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
3.7.7 Desenvolvimento da Macroestrutura no Lingote
Os metais líquidos são vazados em moldes para obtenção de peças ou lingotes. O lingote passa
posteriormente por processos de deformação plástica visando a produção de chapas, barras,
perfis, etc.
Os grãos que aparecem na estrutura da peça ou do lingote podem ter diferentes tamanhos
dependendo das taxas de extração de calor e gradientes térmicos em cada momento da
solidificação.
Na ilustração abaixo (figura 19) mostramos o desenvolvimento da macroestrutura durante a
solidificação e as diferentes morfologias de grãos resultantes.
Figura 73
3.7.8.1 Rechupes
Também conhecidos por cavidades de contração ou macroporosidades, originam-se durante a
solidificação devido à contração volumétrica e alimentação inadequada. Estas contrações
concentram-se em um único ponto da peça (que é a última região a se solidificar), resultando
em um vazio grande e com superfície interna rugosa (formada pelas dendritas*).
Um metal líquido ocupa um volume maior neste estado que quando no estado sólido, ou seja,
com solidificação ocorre uma contração. A solidificação começa na superfície externa do
material e, naturalmente, através das regiões de uma peça em que há maior perda de calor.
Assim, quando o volume de metal líquido no centro do molde começa a se solidificar, contrai-
58
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
se e não havendo volume suficiente de metal líquido para alimentação deste centro, forma-se
um vazio de contração.
É uma descontinuidade de forma irregular, tridimensional, que pode aflorar á superfície após
usinagem.
Figura 74
Figura 75
59
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 76
Figura 79
As figuras abaixo mostram a seqüência de formação típica das dendritas em materiais com
pequeno intervalo de solidificação. Observe que não há formação de porosidades.
Figura 80
60
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Para materiais com grande intervalo de solidificação a formação típica das dendritas leva ao
aparecimento de micro-porosidades, como mostrado na seqüência abaixo.
Figura 81
Figura 82 Figura 83
3.7.8.5 Inclusões
São pequenas partículas dispersas na matriz metálica, interrompendo a matriz metálica e
acarretando alta concentração de tensões, por extinguir a distribuição uniforme da tensão.
As inclusões são resultadas da presença de areia, escória ou óxidos na superfície ou no interior
dos metais (figura 84). Na superfície podem ser removidas deixando apenas uma cavidade
(figura 85).
As inclusões podem ser classificadas sob vários aspectos, como por exemplo, quanto à origem,
composição química e propósito.
ORIGEM – São classificadas em exógenas e endógenas.
a) Exógenas – De origem externa, resultante da entrada de escória juntamente com o metal,
da erosão mecânica do refratário do forno ou do material do molde e de reações químicas
entre o refratário do forno e o metal e ou a escória.
b) Endógenas – De origem interna e resultantes de reações químicas, transformações e
precipitações que ocorrem dentro de um metal. Como exemplos podem-se citar
61
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
transformações de óxidos, sulfetos, fosfetos, nitretos e carbonetos, precipitação de cobre e
de chumbo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA – São classificadas em não metálicas e metálicas.
a) Não metálicas – Quando estão sob forma combinada como, por exemplo: óxido, sulfeto,
fosfeto, nitreto e carboneto.
b) Metálicas – Quando estão sob forma de elemento puro, como no caso do chumbo e do
cobre, inclusive a grafita nos aços grafíticos e ferros fundidos.
PROPÓSITO – São classificadas em desejáveis e indesejáveis.
a) Desejáveis – Quando são produzidas, propositalmente, com fim específico, como no caso
do chumbo e do sulfeto de manganês, para proporcionar melhoria da usinabilidade ou,
como no caso do óxido de alumínio, para evitar crescimento dos grãos austeníticos dos
aços. Portanto, as inclusões nem sempre são maléficas.
As inclusões, às vezes, são criadas com o fim de impedir que certo tipo de inclusão seja
gerado, como é o caso da adição do manganês ao aço, cujo enxofre nunca é totalmente
eliminado na sua elaboração, para formar o sulfeto de manganês e impossibilitar a
formação do sulfeto de ferro, o qual provoca fragilidade a quente ou
de impedir a formação de bolhas, que ocorrerão no aço, caso não seja adicionado ao líquido
um desoxidante, como por exemplo, o alumínio, a fim de fixar o oxigênio do óxido de ferro,
formar a alumina e evitar que se uma ao carbono, cujo gás resultante poderá ficar retido
durante a solidificação.
b) Indesejáveis – Quando surgem não intencionalmente.
Figura 84 Figura 85
Figura 86
Figura 87
Figura 88 Figura 89
3.8 FORJADOS
3.8.1 Definição
63
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
O forjamento é o mais antigo processo de conformar metais, tendo suas origens no trabalho
dos ferreiros de muitos séculos antes de Cristo. A substituição do braço do ferreiro ocorreu nas
primeiras etapas da Revolução Industrial. Atualmente existe um variado maquinário de
forjamento, capaz de produzir peças das mais variadas formas e tamanhos, desde alfinetes,
pregos, parafusos e porcas até rotores de turbinas e asas de avião.
Forjamento é o nome genérico de operações de conformação mecânica efetuadas com esforço
de compressão sobre um material dúctil, de tal modo que ele tende a assumir o contorno ou
perfil da ferramenta de trabalho.
A maioria das operações de forjamento é executada a quente; contudo, uma grande variedade
de peças pequenas, tais como parafusos, pinos, porcas, engrenagens, pinhões, etc., são
produzidas por forjamento a frio.
Na maioria das operações de forjamento emprega-se um ferramental constituído por um par de
ferramentas de superfície plana ou côncava, denominadas matrizes ou estampos.
Figura 90
3.8.2.2 Operações Unitárias
São operações relativamente simples de conformação por forjamento, empregando matrizes
abertas ou ferramentas especiais, podendo ter as finalidades de:
- produzir peças acabadas de feitio simples;
- redistribuir a massa de uma peça bruta para facilitar a obtenção de uma peça de geometria
complexa por posterior forjamento em matriz.
Nos itens abaixo apresentamos as operações unitárias mais comuns.
Figura 91
Estiramento: Visa aumentar o comprimento de uma peça às custas da sua espessura (figura
92).
64
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 92
Figura 93
Alargamento: aumenta a largura de uma peça reduzindo sua espessura (figura 94).
Figura 94
Furação: Abertura de um furo em uma peça, geralmente por meio de uma punção de formato
Cunhagem: Geralmente realizada a frio, empregando matriz fechada ou aberta, visa produzir
uma impressão bem definida na superfície de uma peça, sendo usada para fabricar moedas,
65
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
medalhas talheres e outras peças pequenas, bem como para gravar detalhes de diversos tipos
em peças maiores (figura 96).
Figura 96
Figura 97
Nos casos em que a deformação ocorre dentro de uma cavidade totalmente fechada, sem zona
de escape, é fundamental a precisão na quantidade fornecida de material: uma quantidade
insuficiente implica falta de enchimento da cavidade e falha no volume da peça; um excesso de
material causa sobrecarga no ferramental, com probabilidade de danos ao mesmo e ao
maquinário.
Dada a dificuldade de dimensionar a quantidade exata fornecida de material, é mais comum
empregar um pequeno excesso. As matrizes são providas de uma zona oca especial para
recolher o material excedente ao término do preenchimento da cavidade principal. O material
excedente forma uma faixa estreita (rebarba) em torno da peça forjada. A rebarba exige uma
operação posterior de corte (rebarbação) para remoção (Figura 98).
Figura 98
66
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
3.8.2.4 Equipamentos e Métodos
Os equipamentos comumente empregados incluem duas classes principais:
(a) Martelos de forja, que deformam o metal através de rápidos golpes de impacto na superfície
do mesmo;
(b) Prensas, que deformam o metal submetendo-o a uma compressão contínua com velocidade
relativamente baixa.
Os processos convencionais de forjamento são executados tipicamente em diversas etapas,
começando com o corte do material, aquecimento, pré-conformação mediante operações de
forjamento livre, forjamento em matriz (em uma ou mais etapas) e rebarbação.
3.8.2.5 Aplicações
De um modo geral, todos os materiais conformáveis podem ser forjados. Os mais utilizados
para a produção de peças forjadas são os aços (comuns e ligados, aços estruturais, aços para
cementação e para beneficiamento, aços inoxidáveis ferríticos e austeníticos, aços ferramenta),
ligas de alumínio, de cobre (especialmente os latões),
de magnésio, de níquel (inclusive as chamadas superligas, como Waspaloy, Astraloy, Inconel,
Udimet 700, etc., empregadas principalmente na indústria aeroespacial) e de titânio.
O material de partida é geralmente fundido ou, mais comumente, laminado - condição esta que
é preferível, por apresentar uma microestrutura mais homogênea. Peças forjadas em matriz,
com peso não superior a 2 ou 3 kg, são normalmente produzidas a partir de barras laminadas;
as de maior peso são forjadas a partir de tarugos ou palanquilhas, quase sempre também
laminados, e cortados previamente no tamanho adequado. Peças delgadas, como chaves de
boca, alicates, tesouras, tenazes, facas, instrumentos cirúrgicos, etc., podem ser forjadas a
partir de recortes de chapas laminadas.
3.8.3.2 Trincas
As trincas podem ser tanto de resfriamento do material como por contração de regiões com
diferentes quantidades de massa. Como causa das trincas internas podemos citar a não
uniformidade da temperatura no forjamento (aquecimento muito rápido) gerando diferentes
expansões térmicas e, com isso, produzindo concentração de tensões próximo ao centro da
peça.
Também se originam a partir das regiões em que há transição de espessura ou de mudanças
de plano.
Figura 99
67
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
3.8.3.4 Porosidades
Sendo o material forjado obtido a partir de um lingote, que por sua vez foi obtido pelo processo
de fundição, é de se esperar que porosidades devido aos gases durante o resfriamento do
lingote estejam também presentes nas peças forjadas.
3.8.3.5 Rasgos
É uma descontinuidade típica dos forjados que se apresentam como rachaduras em formato de
rasgos. Sua origem é proveniente de problemas metalúrgicos, má qualidade do lingote ou por
temperatura de forjamento abaixo da indicada.
3.8.3.6 Dobras
São descontinuidades provocadas durante o forjamento, causadas por protuberâncias no
lingote primário, que não se unem metalurgicamente (não se fundem) quando submetidos à
deformação mecânica.
As dobras também podem ocorrer se as matrizes de forjamento estiverem desalinhadas e,
mediante a aplicação posterior de outras etapas de forjamento para acabamento da peça, estas
rebarbas acabam gerando a dobra (figura 100).
Figura 100
Outra possibilidade de gerar dobras é quando ocorre o fluxo incorreto do metal durante o
forjamento (figura 101).
Figura 101
A presença de dobra na superfície das peças gera concentração de tensões no local, podendo
ocasionar trincas.
3.9.LAMINADOS
3.9.1 Definição
São produtos obtidos de lingotes que, ao passarem através de rolos laminadores, sofrem uma
deformação plástica com redução da espessura e aumento da largura e comprimento.
O produto obtido após uma série de passagens pelo rolo tem a forma de uma chapa plana,
sendo que a distância entre os dois cilindros deve ser menor que a espessura inicial da peça
metálica.
68
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Também são obtidos perfis metálicos através de laminação; tais como: trilhos, cantoneiras,
barras, tubos.
Este o processo de transformação mecânica de metais mais utilizado, pois apresenta alta
produtividade e um controle dimensional do produto acabado que pode ser bastante preciso.
Durante a laminação o material é submetido a tensões compressivas elevadas, resultantes da
ação de prensagem dos rolos e a tensões cisalhantes superficiais, resultantes do atrito entre
os rolos e o material. As forças de atrito são também responsáveis pelo ato de "puxar" o metal
para dentro dos cilindros.
A redução ou desbaste inicial dos lingotes em blocos, tarugos ou placas é realizada
normalmente por laminação a quente. Depois dessa fase segue-se uma nova etapa de
laminação a quente para transformar o produto em chapas grossas, tiras a quente, vergalhões,
barras, tubos, trilhos ou perfis estruturais.
A laminação a frio que ocorre após a laminação de tiras a quente produz tiras a frio de excelente
acabamento superficial, com boas propriedades mecânicas e controle dimensional do produto
final bastante rigoroso.
3.9.2 Laminadores
Um laminador consiste basicamente de cilindros (ou rolos), mancais, uma carcaça chamada de
gaiola ou quadro para fixar estas partes e um motor para fornecer potência aos cilindros e
controlar a velocidade de rotação. As forças envolvidas na laminação podem facilmente atingir
milhares de toneladas, portanto é necessária uma construção bastante rígida, além de motores
muito potentes para fornecer a potência necessária. O custo, portanto, de uma moderna
instalação de laminação é da ordem de milhões de dólares e consomem-se muitas horas de
projetos uma vez que esses requisitos são multiplicados para as sucessivas cadeiras de
laminação contínua (“tandem mill”).
Utilizam-se variadas disposições de cilindros na laminação, o mais simples é constituído por
dois cilindros de eixo horizontais, colocados verticalmente um sobre o outro. Este equipamento
é chamado de laminador duo e pode ser reversível ou não. Nos laminadores duos não
reversíveis (figura 102a) o sentido do giro dos cilindros não pode ser invertido e o material só
pode ser laminado em um sentido.
Nos reversíveis (figura 102b) a inversão da rotação dos cilindros permite que a laminação
ocorra nos dois sentidos de passagem entre os rolos. No laminador trio (figura 102c) os cilindros
sempre giram no mesmo sentido. Porém, o material pode ser laminado nos dois sentidos,
passando-o alternadamente entre o cilindro superior e o intermediário e entre o intermediário e
o inferior.
Figura 102
À medida que se laminam materiais cada vez mais finos, há interesse em utilizar cilindros de
trabalho de pequeno diâmetro. Estes cilindros podem fletir, e devem ser apoiados por cilindros
de encosto (figura 102d). Este tipo de laminador denomina-se quádruo, podendo ser reversível
ou não.
69
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Quando os cilindros de trabalho são muito finos, podem fletir tanto na direção vertical quanto
na horizontal e devem ser apoiados em ambas as direções; um laminador que permite estes
apoios é o Sendzimir (figura 103).
Figura 103
Um outro laminador muito utilizado é o universal, que dispõe de dois pares de cilindros de
trabalho, com eixos verticais e horizontais (figura 104). Existem outros tipos de laminadores
mais especializados, como o planetário, “passo peregrino”, Mannesmann, de bolas, etc.
Figura 104
Os cilindros de laminação são de aço fundido ou forjado, ou de ferro fundido, coquilhados ou
não; compõem-se de três partes, conforme figura 105 abaixo: a mesa, onde se realiza a
laminação, podendo ser lisa ou com canais; os pescoços, onde se encaixam os mancais; os
trevos ou garfos de acionamento. Os cilindros são aquecidos pelo material laminado a quente
e é de grande importância um resfriamento adequado deles, usualmente através de jatos de
água.
Os mancais dos cilindros servem de apoio a estes cilindros; eventuais deformações destas
peças provocariam variações dimensionais nos produtos, o que é altamente indesejável.
Figura 105
70
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As placas são laminadas até chapas grossas (material mais espesso) ou tiras a quente. Na
laminação de chapas grossas utilizam-se laminadores duos ou quádruos reversíveis, sendo
este último o mais utilizado.
Deve-se observar que, com o lingotamento contínuo, produzem-se placas e tarugos
diretamente da máquina de lingotar, evitando-se uma série de operações de laminação, em
especial a laminação desbastadora.
As indústrias de transformação de não ferrosos operam com uma diversidade muito grande de
produtos, portanto os equipamentos utilizados na laminação a quente desses materiais são
muito menos especializados do que os empregados na laminação a quente de aços. Os lingotes
de materiais não ferrosos são menores e as tensões de escoamento são normalmente mais
baixas do que as dos materiais ferrosos, o que permite o uso de laminadores de pequeno porte.
Laminadores duos ou trios são normalmente usados para a maioria dos metais não ferrosos na
laminação a quente, entretanto, laminadores quádruos contínuos são usados para as ligas de
alumínio.
71
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Figura 106
Figura 107
3.9.4.2 Inclusão
Esta descontinuidade caracteriza-se como uma impureza ou material não metálico retido no
metal durante a solidificação do lingote e que, mesmo sofrendo o processo de laminação, pode
permanecer em concentrações maiores ou menores (figura 108).
Figura 108
3.9.4.3 Mancha Dura
Caracteriza-se em uma região localizada da chapa laminada ou bobina que apresenta um nível
de dureza mais alto que o resto do material, geralmente, devido a uma têmpera localizada.
3.9.4.4 Estrias
São marcas no sentido transversal de uma bobina, proveniente do excesso de esforço no
embobinamento.
72
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3.9.4.5 Esfolhamento ou Dobra
Tira de metal alargada e extremamente fina, laminada contra a superfície do metal original,
porém sem caldeamento e que, geralmente, está unida por uma extremidade à superfície (figura
109).
Figura 109
3.10. TREFILAÇÃO
3.10.1 Definição
É uma operação em que a matéria-prima é estirada (puxada) através de uma matriz em forma
de canal convergente (fieira ou trefila) por meio de uma força de tração aplicada do lado de
saída da matriz.
O escoamento plástico é produzido principalmente pelas forças compressivas provenientes da
reação da matriz sobre o material.
A simetria circular é muito comum em peças trefiladas, mas não obrigatória. Além disso, este
processo é executado normalmente a frio.
3.10.2 Aplicações
Dentre os produtos mais comuns, podemos afirmar que este processo aplica-se a barras,
arames e tubos, cujas dimensões são apresentadas na tabela abaixo:
Figura 110
73
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Figura 111
Figura 112
Figura 113
3.10.2.1 Vantagens do Processo
O material pode ser estirado e reduzido em secção transversal mais do que com qualquer
outro processo;
A precisão dimensional obtenível é maior do que em qualquer outro processo exceto a
laminação a frio, que não é aplicável às bitolas comuns de arames;
A superfície produzida é uniformemente limpa e polida;
O processo influi nas propriedades mecânicas do material, permitindo, em combinação com
um tratamento térmico adequado, a obtenção de uma gama variada de propriedades com
a mesma composição química.
3.10.3 Fieira
A fieira é o dispositivo básico da trefilação e compõe todos os equipamentos trefiladores.
A Geometria da fieira: é dividida em quatro zonas (ver figura 114):
(1) de entrada
(2) de redução ( = ângulo de abordagem)
(3) (guia) de calibração-zona cilíndrica (acabamento é crítico)
(4) de saída
Figura 114
3.10.4 Equipamentos para Trefilação
Podem-se classificar os equipamentos para trefilação em dois grupos básicos:
Bancadas de trefilação – utilizadas para produção de componentes não bobináveis como
barras e tubos (figura 115);
Trefiladoras de tambor – utilizada para produção de componentes bobináveis, ou seja,
arames (figura 116).
74
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Figura 115
Figura 116
Figura 117
3.11. EXTRUSÃO
3.11.1 Definição
É processo em que a peça é “empurrada” contra a matriz conformadora, com redução da sua
seção transversal. A parte ainda não extrudada fica contida num recipiente ou cilindro
(container); o produto pode ser uma barra, perfil ou tubo.
Na extrusão o material é forçado através de uma matriz, de forma similar ao aperto de um tubo
de pasta de dentes.
Praticamente qualquer forma de seção transversal vazada ou cheia pode ser produzida por
extrusão. Como a geometria da matriz permanece inalterada, os produtos extrudados têm
seção transversal constante.
Dependo da ductilidade do material a extrudar o processo pode ser feito a frio ou a quente, em
altas temperaturas. Cada tarugo é extrudado individualmente, caracterizando a extrusão como
um processo semicontínuo. O produto é essencialmente uma peça semi-acabada. A extrusão
pode ser combinada com operações de forjamento, sendo neste caso denominada extrusão
fria.
Os produtos extrudados mais comuns são quadros de janelas e portas, trilhos para portas
deslizantes, tubos de várias seções transversais e formas arquitetônicas. Produtos extrudados
podem ser cortados nos tamanhos desejados para gerarem peças, como maçanetas, trancas
e engrenagens, como mostrado na figura abaixo. Em operação combinada com forjamento
76
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pode gerar componentes para automóveis, bicicletas, motocicletas, maquinário pesado e
equipamento de transporte.
O alumínio, cobre, aço, magnésio e chumbo são os materiais mais comumente extrudados.
Figura 118
Figura 119
Extrusão Hidrostática: o diâmetro do tarugo é menor que o diâmetro da câmara, que é
preenchida por um fluido. A pressão é transmitida ao tarugo através de um pistão. Não há
fricção nas paredes da câmara.
Extrusão Lateral: o material do tarugo é forçado através de abertura lateral da câmara.Os
eixos do punção e da peça tem diferentes direções (ângulo reto), conforme ilustra a figura 120.
Figura 120
Figura 122
Algumas medidas preventivas podem sanar ou minorar o efeito dos problemas mencionados
acima:
78
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Para reduzir o efeito de esfriamento e prolongar a vida da ferramenta, a matriz pode ser
pré-aquecida.
Para melhorar o acabamento superficial, a camada de óxido é removida através do uso de
uma placa, com diâmetro inferior ao da câmara, posicionada sobre o pistão. Ao extrudar o
tarugo, uma casca cilíndrica contendo a camada de óxido permanece "colada" à parede da
câmara. Com isto elimina-se a presença de óxidos no produto. A casca é posteriormente
removida da câmara.
A tabela abaixo apresenta o campo de temperaturas para extrusão de vários metais:
Figura 123
Figura 124
Lubrificação é importante na extrusão a quente. O vidro é excelente lubrificante para aço, aço
inox, metais e ligas para altas temperaturas.
No processo Séjournet, uma pastilha de vidro é colocada na entrada da matriz. A pastilha atua
como um reservatório de vidro fundido, que lubrifica a interface da matriz durante a extrusão.
Vidro pulverizado sobre o tarugo reduz a fricção da interface câmara-tarugo.
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Para metais com tendência a aderir à parede da matriz, pode-se usar um revestimento fino de
metal macio e de baixa resistência, como cobre ou aço doce. O procedimento é denominado
“jaquetamento” ou “enlatamento”. Além de formar uma superfície de baixa fricção o tarugo fica
protegido contra contaminação do ambiente, e vice-versa no caso de material tóxico ou
radioativo.
Figura 125
3.11.4.2.1 Vantagens em relação à extrusão a quente
Melhores propriedades mecânicas resultantes do encruamento, desde que o calor gerado
pela deformação não recristalize o metal;
Controle das tolerâncias, requerendo pouca ou nenhuma operação posterior de
acabamento;
Melhor acabamento superficial devido, em parte, pela não existência de camada de óxido,
desde que a lubrificação seja eficiente;
Eliminação do pré-aquecimento do tarugo;
Taxas de produção e custos competitivos com outros métodos. Algumas máquinas são
capazes de produzir mais de 2000 partes por hora.
3.11.4.2.2 Desvantagens
A magnitude da tensão no ferramental de extrusão é muito alta, especialmente para trabalhar
peças de aço. A dureza da punção varia de 60 a 65 HRc e a da matriz de 58 a 62 HRc.
80
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Figura 126
Figura 127
O método foi desenvolvido nos anos 50 e evoluiu para o uso de uma segunda câmara
pressurizada mantida a uma pressão mais baixa. É a chamada extrusão fluido a fluido, que
reduz os defeitos do produto extrudado.
A extrusão por pressão aumenta a ductilidade do material. Portanto, materiais frágeis podem
se beneficiar desta forma de extrusão. Entretanto as vantagens essenciais do método são:
Baixa fricção;
Pequenos ângulos de matriz;
Altas relações de extrusão.
Podem ser extrudados por este método uma grande variedade de metais e polímeros, formas
sólidas, tubos e outras formas vazadas como favo de abelha e perfis.
A extrusão hidrostática é realizada usualmente a temperatura ambiente, em geral usando óleo
vegetal como meio fluido, combinando as qualidades de viscosidade e lubrificação. Pode-se
também trabalhar em alta temperatura. Neste caso ceras, polímeros ou vidro são usados como
81
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fluido, que também tem a função de manter o isolamento térmico do tarugo durante o
procedimento de extrusão.
3.11.6.2 Cachimbo
O tipo de padrão de fluxo mostrado na figura 128 abaixo tende a arrastar óxidos e impurezas
superficiais para o centro do tarugo, como num funil. Este defeito é conhecido como defeito
cachimbo (ou rabo de peixe). O defeito pode se estender até um terço do comprimento da parte
extrudada e deve ser eliminado por corte. O defeito pode ser minimizado alterando-se o padrão
de fluxo para um comportamento mais uniforme, controlando a fricção e minimizando os
gradientes de temperatura. Alternativamente o tarugo pode ser usinado ou tratado
quimicamente antes da extrusão, removendo-se as impurezas superficiais.
Figura 128
3.12.CONFORMACAO DE CHAPAS
3.12.1 Definição
Conformação de chapas é o processo de transformação mecânica que consiste em conformar
um disco plano ("blank") à forma de uma matriz, pela aplicação de esforços transmitidos através
de um punção.
Na operação ocorrem: alongamento e contração das dimensões de todos os elementos de
volume, em três dimensões. A chapa, originalmente plana, adquire uma nova forma geométrica.
83
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Figura 130
Deve-se ainda estudar a pressão a ser aplicada no prensa-chapas: se esta for muito pequena,
surgem rugas nas laterais da peça; se, por outro lado, for muito elevada, pode ocorrer a ruptura
da peça na prensa.
Cuidado deve se ter com o ferramental, para que haja folga suficiente entre a matriz e o punção
que permita o escoamento do material para o interior da matriz, sem que surjam tensões
cisalhantes ocasionadas pelo atrito e que levem à ruptura do metal em prensa.
Às vezes, o diâmetro do "blank" é muito superior ao diâmetro da peça a estampar, sendo que
esta deve atingir uma profundidade de copo muito elevada. A fabricação poderá exigir uma
sequência de operações de estampagem, utilizando uma série de ferramentas, com diâmetros
decrescentes (da matriz e do punção). O número de operações depende do material da chapa
e das relações entre o disco inicial e os diâmetros das peças estampadas.
84
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Figura 131
A aresta de corte apresenta em geral três regiões: uma rugosa (correspondente à superfície da
trinca da fratura), uma lisa (formada pelo atrito da peça com as paredes da matriz) e uma região
arredondada (formada pela deformação plástica inicial). A qualidade das arestas cortadas não
é a mesma das usinadas, entretanto quando as lâminas são mantidas afiadas e ajustadas é
possível obter arestas aceitáveis para uma grande faixa de aplicações.
A qualidade das bordas cortadas geralmente melhora com a redução da espessura da chapa.
No corte por matriz e punção (“piercing” ou “blanking”) não existe uma regra geral para
selecionar o valor da folga, pois são vários os parâmetros de influência. A folga pode ser
estabelecida com base em atributos, como: aspecto superficial do corte, imprecisões,
operações posteriores e aspectos funcionais. Se não houver nenhum atributo específico
desejado para superfície do “blank”, a folga é selecionada em função da força mínima de corte.
A força necessária para o corte pode ser bastante reduzida construindo-se as bordas da
ferramenta em plano inclinado em relação ao plano da chapa, de maneira que apenas uma
pequena fração do comprimento total do corte seja feita de uma só vez.
Tipos de Corte
Dependendo do tipo de corte, são definidos diversos grupos de operações da prensa, conforme
listagem abaixo:
A operação de corte é usada para preparar o material para posterior estampagem ("blank").
A parte desejada é cortada (removida) da chapa original.
A fabricação de furos em prensa (piercing ou punching) caracteriza uma operação de corte
em que o metal removido é descartado.
A fabricação de entalhes (notching) nas bordas de uma chapa pode ser feita em prensa
através do puncionamento destas regiões.
O corte por guilhotina é uma operação que não retira material da chapa metálica.
85
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A rebarbação (trimming) é uma operação que consiste em aparar o material em excesso
(rebarbas) da borda de uma peça conformada. A remoção de rebarbas de forjamento em
matriz fechada é uma operação deste tipo.
Existe um processo relativamente recente de corte fino de "blanks" (fine blanking), que se
caracteriza pelo emprego de folgas muito pequenas (0,0002 pol.), com prensas e jogo de
matrizes muito rígidos (para evitar dobramento da chapa). Com este equipamento é
possível produzir "blanks" com superfícies de corte quase isentas de defeitos. As peças
produzidas podem ser empregadas como engrenagens, cames, etc., sem que seja
necessária a usinagem das bordas cortadas.
3.12.2.3 Dobramento
Nesta operação, a tira metálica é submetida a esforços aplicados em duas direções opostas
para provocar a flexão e a deformação plástica, mudando a forma de uma superfície plana para
duas superfícies concorrentes, em ângulo, com raio de concordância em sua junção. A figura
132 mostra os esforços atuantes e a forma adquirida por uma tira submetida a dobramento.
Figura 132
Figura 133
Para a operação de dobramento existe um raio de dobramento, sendo que, se for realizada
operação de dobramento com um raio menor, o metal trinca na superfície externa. É o raio
mínimo de dobramento, expresso geralmente em múltiplos da espessura da chapa.
Um raio de dobramento de 3t indica que o metal pode ser dobrado formando um raio de três
vezes a espessura da chapa sem que haja o aparecimento de trincas. O raio mínimo de
dobramento é, portanto, um limite de conformação, que varia muito para os diversos metais e
sempre aumenta com a prévia deformação a frio do metal.
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Alguns metais muito dúcteis apresentam raio mínimo de dobramento igual a zero. Isto significa
que as peças podem ser achatadas sobre si mesmas, mas geralmente não se utiliza este
procedimento para evitar danos no punção ou na matriz.
Efeito Mola
A operação de dobramento exige que se considere a recuperação elástica do material (efeito
mola), para que se tenham as dimensões exatas na peça dobrada. A recuperação elástica da
peça será tanto maior quanto maior for o limite de escoamento, menor o módulo de elasticidade
e maior a deformação plástica. Estabelecidos estes parâmetros, a deformação aumenta com a
razão entre as dimensões laterais da chapa e sua espessura.
O efeito mola ocorre em todos os processos de conformação, mas no dobramento é mais
facilmente detectado e estudado.
3.12.2.4 Estiramento
É a operação que consiste na aplicação de forças de tração, de modo a esticar o material sobre
uma ferramenta ou bloco (matriz). Neste processo, o gradiente de tensões é pequeno, o que
garante a quase total eliminação do efeito mola.
Como predominam tensões trativas (tração), grandes deformações de estiramento podem ser
aplicadas apenas para materiais muito dúcteis. Para estes materiais, almejam-se altos valores
de coeficiente de encruamento.
O equipamento de estiramento consiste basicamente de um pistão hidráulico (usualmente
vertical), que movimenta o punção. Duas garras prendem as extremidades da chapa. Na
operação, não existe uma matriz fêmea. As garras podem ser móveis permitindo que a força
de tração esteja sempre em linha com as bordas da chapa (figura 134). Garras fixas devem ser
usadas somente para conformação de peças com grandes raios de curvatura, evitando-se com
isto o risco de ruptura da chapa na região das garras.
Figura 134
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Durante os processos de conformação de chapas, grãos cristalinos individuais são alongados
na direção da maior deformação de tração. O alongamento é consequência do processo de
escorregamento do material durante a deformação. Nos materiais poli cristalinos os grãos
tendem a girar para alguma orientação limite devido a um confinamento mútuo entre grãos.
Este mecanismo faz com que os planos atômicos e direções cristalinas dos materiais com
orientação aleatória (materiais isotrópicos) adquiram uma textura (orientação preferencial). Os
materiais conformados se tornam anisotrópicos.
A distribuição de orientações tem, portanto, um ou mais máximos. Se estes máximos são bem
definidos são chamados de orientações preferenciais, que irão ocasionar variações das
propriedades mecânicas com a direção, ou seja, anisotropia. Um modo de avaliar o grau de
anisotropia das chapas quando deformadas plasticamente é através do coeficiente de
anisotropia.
CAPITULO 4
4- PROCESSO DE SOLDAGEM
A soldagem está intimamente ligada às mais importantes atividades industriais que existem no
mundo moderno: construção naval, ferroviária, aeronáutica, automobilística, caldeiraria,
tubulação de aço, construção civil metálica, indústria metalúrgica, mecânica e elétrica. Na
verdade, é rara, se é que existe, a indústria que pode prescindir da soldagem como processo
de produção ou manutenção.
É um processo de obtenção de peças e equipamentos pela união de partes por soldagem, com
ou sem a adição de material. Neste caso, as possíveis descontinuidades existentes, devido ao
processo, são limitadas somente á região do cordão da solda e adjacências.
Para obter a solda, não basta apenas colocar duas peças metálicas próximas, aplicar calor com
ou sem pressão. Para que a soldagem realmente se realize, os metais a serem unidos devem
ter uma propriedade imprescindível: a soldabilidade.
Soldabilidade é a facilidade que os materiais têm de se unirem por meio de soldagem e
de formarem uma série contínua de soluções sólidas coesas, mantendo as propriedades
mecânicas dos materiais originais.
O principal fator que afeta a soldabilidade dos materiais é sua composição química.
Outro fator importante é a capacidade de formar a série contínua de soluções sólidas
entre um metal e outro. Assim, devemos saber como as diferentes ligas metálicas se
comportam diante dos diversos processos de soldagem.
É preciso saber que, em se tratando de soldagem, cada tipo de material exige maior ou menor
cuidado para que se obtenha uma solda de boa qualidade.
Se o material a ser soldado exigir muitos cuidados, tais como controle de temperatura de
aquecimento e de interpasse, ou tratamento térmico após soldagem, por exemplo, dizemos que
o material tem baixa soldabilidade. Por outro lado, se o material exigir poucos cuidados,
dizemos que o material tem boa soldabilidade. O quadro a seguir resume o grau de
soldabilidade de alguns dos materiais metálicos mais usados na indústria.
soldabilidade
material
ótima boa regular difícil
aço de baixo
X
carbono
aço de médio
X X
carbono
88
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aço de alto
X
carbono
aço inox X X
aços liga X
ferro fundido X
cinzento
ferro fundido
maleável X
e nodular
ferro fundido
X
branco
ligas de alumínio X
ligas de cobre X
Figura 135
4.1 Definição
Existem muitas definições sobre este assunto, mas iremos utilizar a definição oficial por ser
operacional (que é o que buscamos) não discorrendo muito do ponto de vista teórico. A
definição da American Welding Society - AWS nos diz:
89
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
"Processo de união de materiais usado para obter coalescência localizada de metais e não-
metais, produzida por aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a utilização
de pressão e/ou material de adição”.
4.2 Soldagem com Eletrodo Revestido-ER (Shielded Metal Arc Welding - SMAW)
Uma escória, que é formada do revestimento do eletrodo e das impurezas do metal de base,
flutua para a superfície e cobre o depósito, protegendo esse depósito da contaminação
atmosférica e também controlando a taxa de resfriamento. O metal de adição vem da alma
metálica do eletrodo (arame) e do revestimento que em alguns casos é constituído de pó de
ferro e elementos de liga (figura 136).
Figura 136
A soldagem com eletrodo revestido é o processo de soldagem mais usado de todos que
falaremos, devido à simplicidade do equipamento, à resistência e qualidade das soldas, e do
baixo custo. Ele tem grande flexibilidade e solda a maioria dos metais numa faixa grande de
espessuras. A soldagem neste processo pode ser feita em quase todos os lugares e em
condições extremas.
A soldagem com eletrodo revestido é usada extensivamente em fabricação industrial, edifícios,
navios, carros, caminhões, comportas e outros conjuntos soldados.
Equipamento de Soldagem
O processo de soldagem com eletrodo revestido é usualmente operado manualmente.
Como mostrado na figura 81, o equipamento consiste de uma fonte de energia, cabos de
ligação, um porta eletrodo (alicate de eletrodo), um grampo (conector de terra), e o eletrodo.
a) Fonte de Energia
O suprimento de energia pode ser tanto corrente alternada como corrente contínua com
eletrodo negativo (polaridade direta), ou corrente contínua com eletrodo positivo (polaridade
inversa), dependendo das exigências de serviço.
- Corrente contínua - Polaridade direta (CC -): a peça é ligada ao pólo positivo e o eletrodo
ao negativo. O bombardeio de elétrons dá-se na peça, a qual será a parte mais quente.
- Corrente contínua - Polaridade inversa (CC +): eletrodo positivo e a peça negativa. O
bombardeio de elétrons dá-se na alma do eletrodo, o qual será a parte mais quente.
90
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 137
b) Cabos de Soldagem
São usados para conectar o alicate de eletrodo e o grampo à fonte de energia. Eles devem
ser flexíveis para permitir fácil manipulação, especialmente do alicate de eletrodo. Eles
fazem parte do circuito de soldagem e consistem de vários fios de cobre enrolados juntos
e protegidos por um revestimento isolante e flexível (normalmente borracha sintética).
Os cabos devem ser mantidos desenrolados, quando em operação, para evitar a queda de
tensão e aumento de resistência por efeito Joule*.
* O efeito Joule é o aquecimento de um condutor que é percorrido por uma corrente
elétrica.
c) Porta Eletrodo, Alicate de Eletrodo
É simplesmente um alicate que permite ao soldador controlar e segurar o eletrodo.
d) Grampo (Conector de Terra)
É um dispositivo para conectar o cabo terra à peça a ser soldada.
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
As peças a serem soldadas, devem estar isentas de óleo, graxé', ferrugem, tinta, resíduos do
exame por líquido penetrante, areia e fuligem do pré-aquecimento a gás, numa faixa de no
mínimo 20 mm de cada lado das bordas e desmagnetizadas.
92
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
4.3 Soldagem a Arco Submerso – AS (Submerged Arc Welding- SAW)
Soldagem a arco submerso (SAW) une metais pelo aquecimento destes com um arco elétrico
(ou arcos), entre um eletrodo nú (ou vários eletrodos) e o metal de base. O arco está submerso
e coberto por uma camada de material granular fusível que é conhecido por fluxo; portanto o
regime de fusão é misto: por efeito joule e por arco elétrico.
Figura 138
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Neste processo o soldador ou o operador de solda não necessita usar um capacete ou máscara
de proteção. O profissional não pode ver o arco elétrico através do fluxo e tem dificuldades de
acertar a direção do arco quando se perde o curso..
Devido ao arco estar oculto da vista e requerer um sistema de locação de curso, o processo de
soldagem a arco submerso tem flexibilidades limitadas. Mas, isto é compensado por diversas
vantagens, tais como:
(1) Alta qualidade da solda e resistência.
(2) Taxa de deposição e velocidade de deslocamento extremamente altas.
(3) Nenhum arco de soldagem visível, minimizando requisitos de proteção.
(4) Pouca fumaça.
(5) Facilmente automatizável, reduzindo a necessidade de operadores habilidosos.
O processo de soldagem a arco submerso também solda uma faixa ampla de espessuras, e a
maioria dos aços, ferríticos e austeníticos.
Uma utilidade do processo de soldagem a arco submerso está na soldagem de chapas
espessas de aços, por exemplo, vasos de pressão, tanques, tubos de diâmetros grandes e
vigas.
Equipamento de Soldagem
A soldagem a arco submerso é um processo normalmente automático podendo ser encontrado
como sem i-automático, em que a alimentação do consumível e o comprimento do arco são
controlados pelo alimentador de arame ou fita e pela fonte de energia. No processo automático,
um mecanismo de avanço movimenta o cabeçote de soldagem ao longo da peça, e
normalmente um sistema de recuperação do fluxo granular não utilizado (ver figura 139). Na
soldagem de união de cilindros, o cabeçote de soldagem permanece fixo e o conjunto se
movimenta através de posicionadores giratórios.
Figura 139
A fonte de energia para a soldagem a arco submerso pode ser uma das seguintes:
- uma tensão variável de gerador CC ou retificador;
- uma tensão contínua de gerador CC ou retificador;
- um transformador de CA.
A tendência atual é para o uso de retificadores de tensão constante ou de característica plana.
Neste tipo de equipamento quando se aumenta a velocidade de alimentação de arame o
equipamento aumenta a corrente de soldagem. Para se variar a energia de soldagem é
necessário ajustar a voltagem.
As fontes de energia fornecem altas correntes de trabalho. A maioria da uma faixa de 350 a
2000 A.
A soldagem com corrente contínua permite melhor controle de formato do passe de soldagem,
da profundidade de penetração e da velocidade de soldagem. A soldagem em corrente contínua
normalmente desenvolve-se com polaridade inversa (eletrodo positivo, CC+).
94
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
A corrente alternada tem a vantagem de reduzir o sopro magnético (deflexão do arco de seu
percurso normal, devido a forças magnéticas).
Os eletrodos para soldagem a arco submerso têm, usualmente, composição química muito
similar à composição do metal de base.
Fluxos para soldagem a arco submerso também alteram a composição química da solda e
influenciam em suas propriedades mecânicas. As características do fluxo são similares às dos
revestimentos usados no processo de soldagem a arco com eletrodo revestido. Os diferentes
tipos de fluxo estão listados a seguir:
- fundido;
- aglutinado;
- aglomerado;
- mecanicamente misturado.
A composição da solda é alterada por fatores como reações químicas do metal de base com
elementos do eletrodo e do fluxo, e elementos de liga adicionados através do fluxo.
As várias combinações arame-fluxo possibilitam grande flexibilidade para alcançar as
propriedades desejadas à solda.
Controle de Processo
As observações abaixo são importantes para que se tenha o domínio sobre a técnica da
soldagem a arco submerso:
- Quanto maior a intensidade de correntente (I) maior a penetração;
- Quanto maior a tensão (V) maior o comprimento de arco e, conseqüentemente, maior a
largura do passe;
- Quanto maior o stick-out (distância entre o contato elétrico e a peça) maior a taxa de
deposição;
- Quanto maior velocidade de soldagem, menor a penetração e menor a largura do passe;
- Quanto menor o diâmetro do eletrodo, maior a penetração;
- Soldagem com Corrente Contínua a polaridade inversa (CC+) produz menor taxa de
deposição e maior penetração.
95
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
revestimento para obter as propriedades desejadas em uma superfície, por exemplo,
resistência a corrosão ou erosão, o metal de adição usado é normalmente uma fita.
A taxa de deposição pode variar de 5,0 kg/h, usando processos semi-automáticos, até um
máximo aproximado de 85 kg/h, quando se usam processos automáticos com vários arcos
conjugados.
Na soldagem a arco submerso, a exemplo da soldagem com eletrodo revestido, pode ocorrer
quase todo tipo de descontinuidade, pelo menos as mais comuns. Vejamos alguns aspectos
principais:
a) Falta de Fusão - pode ocorrer no caso de um cordão espesso executado em um único
passe ou em soldagens muito rápidas, ou seja, nos casos de baixa energia de soldagem.
b) Falta de Penetração - como já citamos anteriormente, a falta de penetração, quando
acontece, é devida a um alinhamento incorreto da máquina de solda com a junta a ser
soldada ou velocidade de soldagem inadequada.
c) Inclusão de Escória - pode ocorrer quando a remoção de escória, na soldagem em vários
passes, não for perfeita. Devemos cuidar para que toda a escória seja removida, atentando
que existem regiões onde esta operação é mais difícil: a região entre passes e aquela entre
o passe e o chanfro executado no metal de base.
d) Mordedura - acontece com certa frequência na soldagem a arco submerso, quando a
soldagem se processa rapidamente e quando a corrente for muito alta.
e) Porosidade - ocorre com frequência, tendo como causas principais a alta velocidade de
avanço da máquina e o resfriamento rápido da solda. São bolhas de gás retidas sob a
escória. Podemos eliminar a porosidade mudando a granulação (finos em menor
quantidade) ou a composição do fluxo. Outros meios de evitar porosidades são: limpeza
adequada da junta, diminuição da velocidade de avanço da máquina e utilização de arames
com maior teor de desoxidantes.
f) Trinca - na soldagem a arco submerso pode ocorrer trincas em elevadas temperaturas ou
em temperaturas baixas. Trincas de Cratera ocorrem normalmente na soldagem a arco
submerso, a não ser que o operador tenha uma perfeita técnica de enchimento de cratera.
Na prática utilizamos chapas apêndices (run-on e run-off tabs) para deslocar o início e o fim
da operação de soldagem para fora das peças que estão sendo efetivamente soldadas.
Trincas na Garganta ocorrem em pequenos cordões de solda entre peças robustas. São
típicas de soldagem com elevado grau de restrição. Trincas na Margem e Trincas na Raiz
96
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
muitas vezes ocorrem algum tempo após a operação de soldagem e, neste caso, são
devidas ao hidrogênio. Freqüentemente a causa é umidade no fluxo.
Duplas laminações, lascas e dobras no metal de base podem conduzir a trincas na soldagem
a arco submerso. Tais descontinuidades apresentam-se sob a forma de entalhes que tendem
a iniciar trincas no metal de solda. Duplas laminações associadas às altas tensões de soldagem
podem redundar em trinca interlamelar.
A tabela abaixo contém um resumo das informações sobre a soldagem a arco submerso.
97
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Fundamentos do Processo
Soldagem TIG é a união de metais pelo aquecimento e fusão destes com um arco elétrico
estabelecido entre um eletrodo não consumível de tungstênio puro ou de ligas a base de
tungstênio, e a peça.
A proteção durante a soldagem é conseguida com um gás inerte ou mistura de gases inertes,
que também tem a função de transmitir a corrente elétrica quando ionizados durante o
processo. A soldagem pode ser feita com ou sem metal de adição (solda autógena). Quando é
feita com metal de adição, ele não é transferido através do arco, mas é fundido pelo arco, não
fazendo, portanto, parte do circuito elétrico de soldagem.
A figura 140 mostra esquematicamente este processo.
Figura 140
A área do arco é protegida da contaminação atmosférica pelo gás de proteção, que flui do bico
da pistola. O gás remove o ar, eliminando a contaminação do metal fundido e do eletrodo de
tungstênio aquecido pelo nitrogênio e oxigênio presentes na atmosfera. Há pouco ou nenhum
salpico e fumaça. A camada da solda é suave e uniforme, requerendo pouco ou nenhum
acabamento posterior.
A soldagem TIG pode ser usada em soldas de alta qualidade na maioria dos metais e ligas.
Não apresenta nenhuma escória e o processo pode ser usado em todas as posições. Este é o
processo mais lento dos processos de soldagem manuais.
Equipamentos de Soldagem
A soldagem TIG é usualmente um processo manual, mas pode ser mecanizado e até mesmo
automatizado.
A figura 141 abaixo ilustra o equipamento necessário para o processo TIG.
Figura 141
Características e Aplicações
A soldagem TIG é um processo bastante adequado para espessuras finas dado ao excelente
controle da poça de fusão (arco elétrico). O processo pode ser aplicado em locais que não
necessitam de metal de adição.
Este processo pode também unir paredes espessas de chapas e tubos de aço e de ligas
metálicas. É usado tanto para soldagem de metais ferrosos como de não ferrosos. Os passes
de raiz de tubulações de aço carbono e aço inoxidável, especialmente aquelas de aplicações
críticas, são frequentemente soldadas pelo processo TIG.
Embora a soldagem TIG tenha um alto custo inicial e baixa produtividade, estes são
compensados pela possibilidade de se soldar muitos tipos de metais, de espessuras e em
posições não possíveis por outros processos, bem como pela obtenção de soldas de alta
qualidade e resistência.
A soldagem TIG possibilita soldar alumínio, magnésio, titânio, cobre e aços inoxidáveis, como
também metais de soldagem difícil e outros de soldagem relativamente fácil como os aços
carbono.
Preparação e Limpeza
A preparação e limpeza das juntas para a soldagem TIG requer todos os cuidados exigidos
para a soldagem com eletrodo revestido e mais:
- a limpeza do chanfro e bordas deve ser ao metal brilhante, numa faixa de 10 mm, pelos
lados interno e externo.
- quando da deposição da raiz da solda deve ser empregada a proteção, por meio de gás in
e, pelo outro lado da peça. A este gás injetado na raiz da junta, chamamos de Purga. Para
os aços carbono não é necessária esta proteção.
99
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
a) Falta de Fusão - pode acontecer se usarmos uma técnica de soldagem inadequada. A
penetração do arco na soldagem TIG é relativamente pequena. Por esta razão, para a
soldagem TIG devem ser especificadas juntas adequadas ao processo.
b) Inclusão de Tungstênio - podem resultar de um contato acidental do eletrodo de tungstênio
com a poça de fusão: a extremidade quente do eletrodo de tungstênio pode fundir-se,
transformando-se numa gota de tungstênio que é transferida à poça de fusão, produzindo
assim uma inclusão de tungstênio na solda. A aceitabilidade ou não dessas inclusões
depende do código que rege o serviço que está sendo executado.
c) Porosidade - pode ocorrer devido à limpeza inadequada do chanfro ou a impurezas
contidas no metal de base ou por deficiência no suprimento do gás.
d) Trincas - na soldagem TIG normalmente são devidas à fissuração a quente. Trincas
longitudinais ocorrem em depósitos feitos em alta velocidade. Trincas de Cratera, na maioria
das vezes, são devidas a correntes de soldagem impróprias. As trincas devidas ao
hidrogênio (fissuração a frio), quando aparecem, são decorrentes de umidade no gás inerte.
A tabela abaixo contém resumidamente algumas das informações mais importantes sobre a
soldagem TIG.
Fundamentos do Processo
100
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
A Soldagem MIG/MAG usa o calor de um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo nu
alimentado de maneira contínua e o metal de base, para fundir a ponta do eletrodo e a superfície
do metal de base na junta que está sendo soldada. A proteção do arco e da poça de solda
fundida vem inteiramente de um gás alimentado externamente, o qual pode ser inerte, ativo ou
uma mistura destes. Portanto dependendo do gás poderemos ter os seguintes processos:
- Processo MIG (METAL INERT GAS): injeção de gás inerte. O gás pode ser argônio, hélio,
argônio + 1 % de O2, argônio + 3% de O2, argônio + (até) 15% CO2
- Processo MAG (METAL ACTIVE GAS): injeção de gás ativo ou mistura de gases que
perdem a característica de inertes, quando parte do metal de base é oxidado. Os gases
utilizados são o CO2, CO2 + 5 a 10% de O2, argônio + 15 a 30% de CO2, argônio + 5 a 15%
de O2, argônio + 25 a 30% de N2.
A figura 142 mostra como o processo de soldagem MIG/MAG funciona.
Figura 142
Escórias formadas nos processos de soldagem com eletrodo revestido e soldagem a arco
submerso, não são formadas no processo de soldagem MIG/MAG, porque nesses processos
não se usa fluxo. Entretanto, um filme vítreo (que tem o aspecto de vidro) de sílica se forma de
eletrodos de alto silício, o qual deve ser tratado como escória.
A soldagem MIG/MAG pode ser semi-automático ou automático.
Equipamentos de Soldagem
O equipamento de soldagem MIG/MAG consiste de uma pistola de soldagem, um suprimento
de energia, um suprimento de gás de proteção e um sistema de acionamento de arame. A figura
143 mostra o equipamento básico necessário para este processo.
Figura 143
101
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
diâmetro que o eletrodo. Os glóbulos se transferem para a poça sem muita direção e o
aparecimento de salpico é bem evidente.
b) Por transferência por spray ou por pulverização axial - ocorre com correntes altas. O
metal de adição fundido se transfere através do arco como gotículas finas.
Com a transferência por spray a taxa de deposição pode chegar até a 10 kg/h. Entretanto,
essa taxa de deposição restringe o método à posição plana devido a grande quantidade de
material depositado e a fluidez da poça de fusão.
c) Por transferência por curto circuito - pode requerer uma fonte de energia especial. A
fusão inicia-se globularmente e a gota vai aumentando de tamanho até tocar a poça de
fusão, produzindo um curto circuito e extinguindo o arco. Sob a ação de determinadas
forças, a gota é transferida para a peça. Este processo permite soldagem em todas as
posições e é um processo de energia relativamente baixa, o que restringe seu uso para
espessuras maiores.
d) Por soldagem a arco pulsante - mantém um arco de corrente baixa como elemento de
fundo e injeta sobre essa corrente baixa, pulsos de alta corrente. A transferência do metal
de adição é pelo jato de gotículas durante esses pulsos. Esta característica da corrente de
soldagem faz com que a energia de soldagem seja menor, o que torna possível a soldagem
na posição vertical pelo uso de arames de diâmetros grandes. Para se obter este modo de
transferência deve-se utilizar fontes de energia especiais, capazes de fornecer corrente
pulsada, com períodos de pulso controláveis.
A maioria da soldagem MIG/MAG por spray é feita na posição plana. As soldagens MIG/MAG
por arco pulsante e por transferência por curto circuito são adequadas para soldagem em todas
as posições. Quando a soldagem é feita na posição sobre-cabeça, são usados eletrodos de
diâmetros pequenos com o método de transferência por curto circuito. A transferência por spray
pode ser usada com corrente contínua pulsada.
103
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
4.6 Soldagem a Arco com Arame Tubular (Flux Cored Arc Welding – FCAW)
Processo de soldagem a arco que produz a coalescência de metais pelo aquecimento destes
com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico tubular, contínuo, consumível e
o metal de base. A proteção do arco e do cordão é feita por um fluxo de soldagem contido
dentro do eletrodo, que pode ou não ser suplementada por uma proteção gasosa adicional
fornecida por uma fonte externa.
Fundamentos do Processo
A soldagem com arame tubular foi desenvolvida visando unir as vantagens do processo
MIG/MAG (semi-automático ou automático) com as do processo com eletrodo revestido
(revestimento fusível formador de gases protetores, escória, elementos de liga, etc.). Deste
modo o arame eletrodo maciço foi substituído por outro, composto de um arame tubular com
alma de fluxo fusível, semelhante ao utilizado no arco submerso..
Existem dois tipos de arames tubulares:
- Autoprotegido - onde a proteção do arco e da poça de fusão é feita unicamente pela queima
do fluxo em pó, contido no núcleo do arame.
- Proteção adicional de gás - onde, além dos gases gerados pelo fluxo, é utilizado um gás
adicional para a proteção, que flui pelo mesmo bocal de onde emerge o arame tubular. Os
gases normalmente utilizados são:
- CO2
- Ar+ 2% de O2
- Ar + 18 - 25% de CO2
A escória formada sobre o metal de solda possui as mesmas funções metalúrgicas daquelas
vistas anteriormente nos processos de soldagem com eletrodo revestido e arco submerso.
Aliada a estas funções, a escória promove um ótimo acabamento.
Pela utilização de arames de maior diâmetro e faixas mais altas de corrente elétrica têm-se, em
comparação com o processo MIG/MAG, elevadas taxas de deposição, juntamente com boa
penetração e velocidades de soldagem altas.
Assim como os arames maciços, utilizados nos processos MlG/MAG, o arame tubular também
é embalado numa forma contínua (bobinado); por esta razão, eles podem ser empregados tanto
em processos semi-automáticos como em processos automáticos. Em ambos os processos, o
arame tubular é alimentado automaticamente através de uma pistola. No processo semi-
104
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
automático, o soldador controla a inclinação e a distância da pistola à peça, bem como a
velocidade de deslocamento e a manipulação do arco.
Equipamentos de Soldagem
O equipamento de soldagem com arame tubular é bastante próximo ao utilizado no processo
MIG/MAG, com as seguintes ressalvas:
- A fonte tem capacidade de gerar maior intensidade de corrente;
- As pistolas, para intensidade de corrente alta, usualmente são refrigeradas com água ou ar;
- No processo autoprotegido o sistema de gás é inexistente.
Figura 145
105
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
composição química do eletrodo elementos desoxidantes, tais como Mn, e o Si. No caso
dos arames autoprotegidos, existe na composição química do fluxo a presença do AI.
As especificações AWS A5.20 e A5.29 classificam arames tubulares para aços C-Mn e baixa
liga respectivamente. Para aços inoxidáveis são utilizados arames classificados pela AWS
A5.22.
- Gases de proteção - dentre as diversas opções de gases disponíveis utiliza-se mais
freqüentemente o gás CO2 e misturas deste com argônio. Os mesmos são utilizados
conforme requerido pela especificação do eletrodo.
-
Características e Aplicações
Este processo apresenta alta taxa de deposição e a solda possui boa qualidade decorrente dos
benefícios metalúrgicos provenientes do fluxo, justificando a vasta aplicação na indústria.
Um cuidado especial deve ser tomado durante a remoção da escória formada sobre cada passe
depositado, de modo a evitar inclusões na junta soldada.
Figura 146
Equipamento de Soldagem
O processo eletroescória é um processo automático. O equipamento básico necessário para
este processo é constituído de:
- Fonte de energia.
- Alimentador de arame e oscila dor.
- Tubo guia e eletrodo.
- Deslocador (não precisa se o guia é consumível).
- Sapata de retenção (sapata de moldagem)
- Controles de soldagem
- Cabos de conexão elétrica
- Isolantes
No início da soldagem é necessário colocar uma chapa apêndice, pois o processo, na sua fase
inicial, é instável com conseqüentes prejuízos à qualidade da solda. Este apêndice é descartado
posteriormente. Para o avanço vertical da soldagem, usa-se usualmente sapatas de retenção
que podem ser refrigeradas a água (figura 147).
Figura 147
As sapatas de retenção servem para conter tanto o metal de solda fundido como o fluxo fundido.
A superfície da solda é moldada pelo contorno ou formato das sapatas enquanto a poça de
fusão se move para cima na junta. Conforme vai ocorrendo a solidificação, impurezas metálicas
flutuam para cima do metal fundido através da escória.
107
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Fontes de energia para o processo de soldagem eletro-escória são do tipo transformador-
retificador de tensão constante, que operam na faixa de 450 a 1000 A. Elas são similares às
usadas no processo de soldagem a arco submerso. A tensão mínima em circuito aberto da
fonte de energia deve ser de 60 V. É requerida uma fonte de energia separada para cada
eletrodo.
Características e Aplicações
A soldagem eletroescória é um processo de aplicação limitado, usado apenas para fazer soldas
verticais em espessuras médias de aços carbono, de baixa liga, de alta resistência, de médio
carbono e de alguns aços inoxidáveis. O processo se aplica melhor a espessuras acima de 20
mm. Embora a habilidade manual não seja requerida, o conhecimento da técnica é necessário
para operar o equipamento.
Vantagens:
- Alta taxa de deposição e boa qualidade se solda fazem deste processo desejável para
secções espessas encontradas em inúmeras aplicações industriais como maquinarias
pesadas, vasos de pressão, navios e fundidos grandes;
- Requer pouco ajuste e preparação da junta (usualmente em juntas sem chanfro);
- Solda materiais espessos num só passe;
- É um processo mecanizado com um mínimo de manuseio de material. Uma vez iniciado o
processo, ele continua até o término;
- Requer tempo mínimo de soldagem e apresenta uma distorção mínima;
- Não há arco de soldagem visível e nenhum lampejo de arco.
Como desvantagem podemos citar o superaquecimento do metal de base, em função do
deslocamento da fonte ser lenta, permitindo o crescimento exagerado dos grãos na zona
afetada termicamente. Com isso as propriedades mecânicas da junta soldada, sobretudo a
tenacidade, sofre degradação. A fragilidade da solda obtida necessita ser corrigida mediante
tratamento térmico posterior à soldagem (normalização).
108
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
- Trinca Interlamelar - não tem sido observada na soldagem eletroescória de juntas de topo
porque não se registram tensões no sentido da espessura das chapas do metal de base.
- Trincas - devido à fissuração a frio não são encontradas na soldagem eletroescória. Isso
devido ao ciclo lento de aquecimento e resfriamento da junta, inerente ao processo. Já as
trincas causadas pela fissuração a quente são comuns na soldagem eletroescória,
principalmente no caso de soldas com alto grau de restrição, devido à granulação grosseira
da junta soldada. Essas trincas propagam-se ao longo dos contornos de grãos.
- Duplas Laminações - não se constituem em grandes inconvenientes para a soldagem
eletroescória. A escória fundida atrai para fora qualquer inclusão existente na dupla
laminação e sela a dupla laminação ao longo da solda. Analogamente, lascas e dobras são
absorvidas pela soldagem eletroescória.
A tabela abaixo apresenta um resumo das principais informações deste processo.
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 148
Equipamento de Soldagem
O equipamento básico para a soldagem eletrogás é similar ao convencional da soldagem por
eletroescória. A diferença fundamental é a introdução do gás de proteção do arco e da poça de
metal fundido, quando o gás de proteção é necessário (na soldagem eletro-gás com arame
tubular, o gás de proteção nem sempre é necessário).
Basicamente, os componentes do sistema de soldagem eletro-gás são:
a) fonte de energia de corrente contínua.
b) Sapatas refrigeradas com água para conter a solda fundida.
c) Uma pistola de soldagem. .
d) Dispositivo para alimentar o arame.
e) Um mecanismo para oscilar a pistola na soldagem.
f) Equipamento para suprir o gás de proteção, quando usado.
Num sistema típico de soldagem eletrogás, os componentes essenciais, com exceção da fonte
de energia, são incorporados num único conjunto (cabeçote de soldagem) que se move
verticalmente para cima, acompanhando a progressão da soldagem. Dispositivos de controle
para fluxo de água, pressão horizontal nas sapatas retentoras, oscilação da pistola de
soldagem, alimentador de arame, e movimento vertical são similares aos usados no processo
de soldagem com eletroescória.
Fonte de Energia
A fonte de energia pode ser tanto do tipo tensão constante como do tipo corrente constante.
Quando uma unidade de tensão constante é utilizada, o deslocamento vertical pode ser
controlado manualmente ou por um dispositivo, tal como uma célula foto-elétrica, que detecta
a altura da subida da poça de fusão. Com fontes de energia tipo tensão variável (corrente
constante), o deslocamento vertical pode ser controlado pela variação do arco voltaico.
Pistola de Soldagem
A pistola de soldagem para soldagem eletro-gás efetua as mesmas funções daquelas das
soldagens MIG/MAG e com arame tubular.
Ela guia o eletrodo para a posição desejada na abertura da junta, transmite a corrente de
soldagem para o eletrodo, e, em algumas aplicações, ela fornece gás de proteção ao redor do
eletrodo e do arco.
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
A principal diferença entre uma pistola de soldagem eletro-gás e as da soldagem MIG/MAG ou
com arame tubular, é a limitação na dimensão paralela à abertura da raiz entre chapas, pois o
bocal da pistola deve se adaptar nesta abertura estreita. A largura da pistola é freqüentemente
limitada a 10 mm para encaixar-se em aberturas de raiz de no mímino 17 mm, para que possa
ter um deslocamento horizontal adequado.
Sapatas de Retenção
Tal como na soldagem por eletro-escória, sapatas são usadas para reter a poça de fusão da
solda.
Características e Aplicações
A soldagem eletro-gás é usada para a união de chapas espessas que devem ser soldadas na
posição vertical ou que podem ser posicionadas verticalmente para a soldagem. A soldagem é
feita usualmente num só passe.
A viabilidade econômica depende da espessura da chapa e do comprimento da junta. O
processo é usado principalmente para a soldagem de aços carbonos e aços ligas, mas também
é aplicável a aços inoxidáveis austeníticos e outros metais e ligas que são soldáveis pelo
processo MIG/MAG. A espessura do metal de base pode variar numa faixa de 10 a 100 mm.
Usualmente, quando a espessura é superior a 75 mm, o processo de soldagem eletro-escória
é mais recomendado que o processo eletro-gás.
Quanto maior a junta a ser soldada, maior é a eficiência deste processo. Para soldagem de
campo, por exemplo, juntas verticais de tanques de armazenamento de grande porte, o
processo elimina o grande trabalho e o custo da soldagem manual.
As variáveis de soldagem do processo eletro-gás são similares às do processo por eletro-
escória.
A energia normalmente usada, no processo de soldagem eletro-gás, é de corrente contínua,
polaridade inversa.
Fontes de energia usadas para soldagem eletro-gás são usualmente na faixa de 750 a 1000 A
para ciclo de trabalho de 100% (uso contínuo).
Neste processo, o calor do arco deve ser aplicado uniformemente através da junta com chapas
de 30 a 100 mm de espessura, a pistola de soldagem é oscilada horizontalmente sobre a poça
de fusão para realizar uma deposição uniforme do metal e a fusão completa de ambas as partes
da raiz. A oscilação horizontal não é usualmente necessária para chapas menores que 30 mm
de espessura.
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CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Descontinuidades Induzidas pelo Processo
A soldagem eletro-gás é basicamente um processo de soldagem MIG/MAG ou com arame
tubular.
Todas as descontinuidades encontradas nas soldas feitas pelos dois processos podem ser'
encontradas em soldas feitas com a soldagem eletro-gás. Entretanto, a causa de algumas
descontinuidades, tal como falta de fusão, pode ser diferente na soldagem eletrogás.
Soldas feitas com processo de soldagem eletro-gás sob condições normais de operação
resultam em soldas de alta qualidade e livres de descontinuidades prejudiciais. Entretanto,
soldagens feitas em condições anormais podem resultar em soldas defeituosas.
112
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
4.9 TRATAMENTO TÉRMICO NA SOLDAGEM
O tratamento térmico em metais é um conjunto de operações envolvendo aquecimento, tempo
de permanência em determinadas temperaturas e resfriamento sob condições controladas, com
o objetivo de melhorar as propriedades do material ou conferir-lhe características pré-
determinadas.
Os principais tipos de tratamento térmico associado às operações de soldagem são:
recozimento; normalização; revenimento; solubilização; têmpera; (pré-aquecimento; pós-
aquecimento e alívio de tensões).
4.9.1 Recozimento
O recozimento consiste no aquecimento da peça até uma temperatura onde haja recristalização
e/ou transformação em uma nova fase.
Para os aços, a permanência na temperatura de patamar durante um determinado tempo serve
para homogeneizar a austenita e deve ser seguido de resfriamento lento, geralmente no próprio
forno. Os principais objetivos a serem alcançados por este tratamento são: reduzir a dureza do
metal; melhorar a usinabilidade; remover o encruamento; aliviar tensões internas e
homogeneizar a microestrutura de peça.
4.9.2 Normalização
A normalização é um tratamento para aços que consiste em aquecer o material a uma
temperatura um pouco acima da austenitização e resfriá-Io ao ar, com o intuito de refinar o grão
e aumentar sua resistência mecânica.
4.9.3 Revenimento
O revenimento é um tratamento para aços que consiste no aquecimento da peça sob
temperaturas entre 450 e 750°C e na permanência no forno por período de 30 minutos a quatro
horas, seguido de resfriamento controlado.
113
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
O revenimento é um tratamento térmico aplicado quando se deseja aliviar tensões internas e
aumentar a tenacidade, isto é, diminuir a fragilidade do material de peças nas quais tenham
sido produzidas microestruturas martensíticas.
Em algumas ligas de alumínio faz-se um envelhecimento, sob temperaturas de 100 a 200°C,
a fim de restaurar a zona afetada pelo calor (ZAC) e aumentar a resistência mecânica afetada
pela solda, de modo a deixar a regiâo menos dura.
4.9.4 Solubilização
A solubilização é um tratamento térmico que transforma elementos antes precipitados em uma
solução no estado sólido, seguido de resfriamento rápido, o suficiente para reter na matriz os
elementos da solução, antes precipitado.
4.9.5 Têmpera
A têmpera consiste no aquecimento da peça até uma temperatura adequada para
austenitização do aço, e na permanência do material nesta temperatura durante um
determinado tempo para homogeneização da austenita, seguido de refriamento rápido. Os
objetivos da têmpera são: endurecer o material; aumentar a resistência mecânica; aumentar a
resistência ao desgaste; aumentar a resistência ao escoamento.
A peça temperada fica muito frágil, sendo necessária a aplicação do revenido após a têmpera.
Ao conjunto de operações de têmpera e revenimento dá-se o nome de beneficiamento.
114
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
temperaturas são bem mais elevadas, acima da temperatura crítica de transformação do
material.
Os benefícios maiores do alivio de tensões são: aumentar a ductilidade, diminuir a dureza e
melhorar as condições metalúrgicas da zona afetada pelo calor.
O alívio de tensões depende fundamentalmente da temperatura e do tempo de permanência
nessa temperatura. Também se deve levar em consideração a resistência mecânica e a
composição química do material.
O aquecimento localizado provoca tensões de tração e de compressão nas adjacências de uma
junta soldada. Para reduzir as tensões provocadas pelas contrações do metal depositado após
a soldagem, faz-se o tratamento térmico de alívio de tensões (figura 149)
Figura 149
Figura 150
Outra forma de introduzir tensões em níveis indesejáveis em um corpo é através da
deformação a frio, como por exemplo a calandragem; além da relação diâmetro/espessura
permitida por norma, devem ser obedecidos os requisitos do código ASME VIII, muito
empregado na indústria.
Abertura da raiz (root opening) -mínima distância que separa os componentes a serem unidos
por soldagem ou processos afins (ver fig. 1).
116
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Acopladeira -Maquinário empregado geralmente nas operações de montagem de
componentes a serem soldados.
Ângulo do bisel (bevel angle) -ângulo formado entre a borda preparada do componente e um
plano perpendicular à superfície do componente (ver fig. 1).
Ângulo do chanfro (groove angle) -ângulo integral entre as bordas preparadas dos
componentes (ver fig. 1).
Ângulo de trabalho (work angle) -ângulo formado entre o eixo do eletrodo e a reta de
referência normal (perpendicular) à superfície do metal de base. (figura 2 A e 2B).
Bisel (bevel) -borda do componente a ser soldado preparado na forma angular (fig. 1).
117
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 2A e 2B – Ângulo de deslocamento (ou de inclinação do eletrodo) e
Ângulo de trabalho
118
CETRE-APOSTILA DE END BASICO-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDAGEM
Figura 3 – Camada, Cordão de solda ou Passe de solda e Seqüência de Passes
- Chanfro em J (single-J-groove)
- Chanfro em duplo J (double-J-groove) -Chanfro em U (single-U-groove)
- Chanfro em duplo U (double-U-groove) -Chanfro em V (single-V-groove)
- Chanfro em X (double-V-groove)
- Chanfro em meio V (single-bevel-groove)
- Chanfro em K (double-bevel-groove)
- Chanfro reto, ou sem chanfro (Square-groove)
Cobrejunta (backing) -material (metal de base, solda, material granulado, cobre ou carvão),
colocado na raiz da junta a ser soldada, com a finalidade de suportar o metal fundido durante a
execução da soldagem.
Corte com eletrodo de carvão (carbon arc cutting) -processo de corte a arco elétrico no qual
metais são separados por fusão devido ao calor gerado pelo arco voltaico formado entre um
eletrodo de grafite e o metal de base.
Eficiência de junta (joint efficiency) -relação entre a resistência de uma junta soldada e a
resistência do metal de base.
Eletrodo de carvão (carbon electrode) -eletrodo usado em corte ou soldagem a arco elétrico,
consistindo de uma vareta de carbono ou grafite, que pode ser revestida com cobre ou outros
revestimentos.
Eletrodo revestido (covered electrode) -metal de adição composto, consistindo de uma alma
de eletrodo no qual um revestimento é aplicado, suficiente para produzir uma camada de
escória no metal de solda. O revestimento pode conter materiais que formam uma atmosfera
protetora, desoxidam o banho, estabilizam o arco e que servem de fonte de adições metálicas
à solda.
Eletrodo para solda a arco (arc welding electrode) -um componente do circuito de solda
através do qual a corrente é conduzida entre o alicate de eletrodo e o arco.
Eletrodo tubular (flux cored electrode, metal cored electrode) -metal de adição composto,
consistindo de um tubo de metal ou outra configuração com uma cavidade interna, contendo
produtos que formam uma atmosfera protetora, desoxidam o banho, estabilizam o arco, formam
escória ou que contribuam com elementos de liga para o metal de solda. Proteção adicional
externa pode ou não ser usada.
Escama de solda (stringer bead, weave bead) -aspecto da face da solda semelhante a
escamas de peixe. Em deposição sem oscilação transversal (stringer bead), assemelha-se a
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uma fileira de letras V; em deposição com oscilação transversal (weave bead), assemelha-se a
escamas entrelaçadas. (ver fig. 5).
Face do chanfro (groove face) -superfície de um componente preparada para conter a solda
(ver fig. 6).
Face de fusão (fusion face) -superfície do metal de base que será fundida na soldagem. (ver
fig. 7). Face da raiz (root face) -porção da face do chanfro adjacente à raiz da junta. (ver fig. 6).
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Face da solda (face of weld) -superfície exposta da solda, pelo lado por onde a solda foi
executada (ver fig. 8).
Fluxo (flux) -material usado para prevenir, dissolver ou facilitar a remoção de óxidos e outras
substâncias superficiais indesejáveis.
Gabarito de solda (weld gage) -dispositivo para verificar a forma e a dimensão de soldas.
Garganta efetiva (effective throat) -distância mínima da raiz da solda à sua face menos
qualquer reforço. (ver fig. 9 e 10).
Garganta de solda (throat of a fillet weld) -dimensão em uma solda em ângulo determinada
de três modos:
- teórica: altura do maior triângulo retângulo inscrito na seção transversal da solda (ver fig.
10).
- real: distância entre a raiz da solda e a face da solda (ver fig. 10).
- efetiva: distância entre a raiz da solda e a face, exclusive qualquer reforço (ver fig. 9 e 10).
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Gás de proteção (shielding gas) -gás utilizado para prevenir contaminação indesejada pela
atmosfera.
Gás inerte (inert gas) -gás que normalmente não combina quimicamente com o metal de base
ou metal de adição.
Geometria da junta (joint geometry) -forma e dimensões da seção transversal de uma junta
antes da soldagem.
Goivagem a arco (arc gouging) -processo de corte a arco usado para fabricar um bisel ou
chanfro.
Goivagem por trás (back gouging) -remoção do metal de solda e do metal de base pelo lado
oposto de uma junta parcialmente soldada, para assegurar penetração completa pela
subseqüente soldagem pelo lado onde foi efetuada a goivagem.
soldagem.
Figura 10 – Perna, Garganta teórica, Garganta real e Garganta efetiva de uma solda em
ângulo
Junta (joint) -região onde duas ou mais peças serão unidas por soldagem.
Junta de aresta (edge-joint) -junta em que, numa seção transversal, as bordas dos
componentes a soldar formam, aproximadamente, um ângulo de 180° (ver fig. 11).
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Figura 11 – Juntas de aresta (edge joint)
Junta de ângulo (corner joint, T -joint) -junta em que, numa seção transversal, os
componentes a soldar apresentam-se sob forma de um ângulo. As juntas (ver fig. 13) podem
ser:
- junta de ângulo em quina;
- junta de ângulo em L;
- junta de ângulo em T;
- junta em ângulo.
Junta dissimilar (dissimilar joint) -junta soldada, cuja composição química do metal de base
dos componentes difere entre si significativamente.
Junta sobreposta (lap joint) -junta formada por dois componentes a soldar, de tal maneira
que suas superfícies sobrepõem-se (ver. fig. 14).
Junta soldada (welded joint) -união, obtida por soldagem, de dois ou mais componentes
incluindo zona fundida, zona de ligação, zona afetada termicamente e metal de base nas
proximidades da solda.
Junta de tôpo (butt joint) -junta entre dois membros alinhados aproximadamente no mesmo
plano (ver fig. 12).
Margem da solda (toe of weld) -junção entre a face da solda e o metal de base (ver fig.8).
Martelamento (peening) -trabalho mecânico, aplicado à zona fundida da solda por meio de
impactos, destinado a controlar deformações da junta soldada.
Metal de adição (filler metal) -metal a ser adicionado à soldagem de uma junta.
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Figura 13 – Juntas de ângulo
Metal de base (base metal, parent metal) -metal a ser soldado, brazado ou cortado.
Metal depositado (deposited metal) -metal de adição que foi depositado durante a operação
de soldagem.
Metal de solda (weld metal) -porção de solda que foi fundida durante a soldagem.
Passe (pass) -progressão unitária da soldagem ao longo de uma junta (ver fig. 3).
Passe estreito (stringer bead) -depósito efetuado seguindo a linha de solda, sem movimento
lateral apreciável (ver fig. 5 A).
Passe oscilante (weave bead) -depósito efetuado com movimento lateral (oscilação
transversal), em relação à linha de solda (ver fig. 5B).
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Penetração da junta (joint penetration) -profundidade mínima da solda em juntas com chanfro
ou da solda de fechamento (flange weld) medida entre a face da solda e sua extensão na junta,
exclusive reforços. A penetração da junta pode incluir a penetração da raiz (ver fig. 9 e 15).
Penetração da raiz (root penetration) -profundidade com que a solda se prolonga na raiz da
junta medida na linha de centro da seção transversal da raiz (ver fig. 9 e 15).
Penetração total da junta (complete joint penetration) -penetração de junta na qual o metal
de solda preenche totalmente o chanfro, fundindo-se completamente ao metal de base em toda
a extensão das faces do chanfro.
Perna de solda (leg of a fillet weld) -distância da raiz da junta à margem da solda em ângulo
(ver fig. 10).
Poça de fusão (molten weld pool) -zona em fusão, a cada instante, durante uma soldagem,
ou a porção líquida de uma solda antes de solidificar-se.
Polaridade direta (straight polarity) -tipo de ligação para soldagem com corrente contínua,
onde os elétrons deslocam-se do eletrodo para a peça (a peça é considerada como pólo positivo
e o eletrodo como pólo negativo).
Polaridade inversa (reverse polarity) -tipo de ligação para soldagem com corrente contínua,
onde os elétrons deslocam-se da peça para o eletrodo (a peça é considerada como pólo
negativo e o eletrodo como pólo positivo).
Posição horizontal (horizontal position) -em soldas em ângulo, posição na qual a soldagem
é executada entre a superfície aproximadamente horizontal e uma superfície aproximadamente
vertical (ver fig. 16A); em soldas em chanfro, posição na qual o eixo da solda está num plano
aproximadamente horizontal e a face da solda em um plano aproximadamente vertical (ver fig.
16B e 20).
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Figura 16 – Posição de soldagem horizontal
Posição plana (flat position) -posição na qual a face da solda é aproximadamente horizontal,
sendo usada para soldar a parte superior da junta (ver fig. 17 e 20).
Posição sobre-cabeça (overhead position) -posição na qual executa-se a soldagem pelo lado
inferior da junta (ver fig. 19 e 20).
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Figura 18 – Posição de soldagem vertical
Processo de soldagem (welding process) -processo utilizado para unir materiais pelo
aquecimento destes a temperatura adequada, com ou sem aplicação de pressão, ou pela
aplicação de pressão apenas, e com ou sem a participação de metal de adição.
Profundidade de fusão, penetração (depth of fusion) -distância que a fusão atinge no metal
de base ou no passe anterior, a partir da superfície fundida durante a soldagem.
Raiz da junta (root of joint) -porção da junta a ser soldada onde os membros estão o mais
próximo possível entre si. Em seção transversal, a raiz pode ser um ponto, uma linha ou uma
área. (ver fig. 21).
Raiz da solda (root of weld) -pontos nos quais a parte posterior da solda intercepta as
superfícies do metal de base. (ver fig. 8A e 22).
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Reforço de solda (reinforcement of weld) -metal de solda em excesso, além do necessário
para preencher a junta; excesso de metal depositado nos últimos passes (ou na última camada),
podendo ser na face da solda e/ou na raiz da solda (ver fig. 8B).
Registro da qualificação de procedimento (procedure qualification record) -documento,
emitido pela executante dos serviços, registrando os parâmetros da operação de soldagem da
chapa ou tubo de teste e os resultados de ensaios ou exames de qualificação.
Seqüência de passes (joint buildup sequence) -ordem pela qual os passes de uma solda
multi-passe são depositados com relação à seção transversal da junta. (ver fig. 3).
Seqüência de soldagem (welding sequence) -ordem pela qual são executadas as soldas de um
equipamento.
Solda (weld) -união localizada de metais ou não-metais, produzida pelo aquecimento dos
materiais a temperatura adequada, com ou sem aplicação de pressão, ou pela aplicação de
pressão apenas, e com ou sem a participação de metal de adição.
Solda em ângulo (fillet weld) -solda de seção transversal aproximadamente triangular que
une duas superfícies em ângulo (ver fig. 28, 8A, 16A, 17A, 18A e 19A).
Solda de aresta (edge weld) -solda executada numa junta de aresta. (ver fig. 28).
Solda autógena (autogenous weld) -solda de fusão sem participação de metal de adição.
Solda automática (automatic welding) -soldagem com equipamento que executa toda a
operação sob observação e controle de um operador de soldagem.
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cordão igualmente espaçados) que coincidem entre si, de tal modo que a um trecho de cordão
sempre se opõe ao outro. (ver fig. 24A ou figura 8B-simbologia).
Solda em chanfro (groove weld) -solda executada em uma junta com bisel previamente
preparado.
Solda de costura (seam weld) -solda contínua executada entre ou em cima de membros
sobrepostos. A solda contínua pode consistir de um único passe ou de uma série de soldas por
pontos. (ver fig. 23).
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(A) Solda em cadeia ou solda intermitente coincidente ou descontínua
coincidente e (B) Solda em escalão ou solda descontínua intercalada ou
intermitente intercalada
(B)
Figura 24 – Solda descontínua ou solda intermitente (A e B)
Solda em escalão ou solda descontínua intercalada ou intermitente intercalada
(staggered intermittent fillet weld) -solda em ângulo, usada nas juntas em T, composta de
cordões intermitentes que se alternam entre si, de tal modo que a um trecho do cordão se opõe
uma parte não soldada. (ver fig. 24 B ou fig. 8C-Simbologia).
Solda heterogênea -solda cuja composição química da zona fundida difere significativamente
da do(s) metal(ais) de base, no que se refere aos elementos de liga.
Solda homogênea -solda, cuja composição química da zona fundida é próxima a do metal de
base.
Solda por pontos (spot weld) -solda executada entre ou sobre componentes sobrepostos cuja
fusão ocorre entre as superfícies em contato ou sobre a superfície externa de um dos
componentes. A seção transversal da solda no plano da junta é aproximadamente circular (ver
fig. 27).
Solda de selagem (seal weld) -qualquer solda estabelecida com a finalidade principal de
impedir ou diminuir vazamentos.
Solda de tampão (plug weld/slot weld) -solda executada através de um furo circular ou não,
num membro de uma junta sobreposta ou em T, unindo um membro ao outro. As paredes do
furo podem ser ou não paralelas e o furo pode ser parcial ou totalmente preenchido com metal
de solda. (ver fig. 25)
Soldagem a arco (arc welding) -grupo de processos de soldagem que produz a união de
metais pelo aquecimento destes por meio de um arco elétrico, com ou sem a aplicação de
pressão e com ou sem o uso de metal de adição.
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Soldagem automática (automatic welding) -processo no qual toda operação é executada e
controlada automaticamente.
Sopro magnético (arc blow) -deflexão de um arco elétrico, de seu percurso normal, devido a
forças magnéticas.
Taxa de deposição (deposition rate) -peso de material depositado por unidade de tempo.
Tensão residual (residual stress) -tensão remanescente numa estrutura ou membro como
resultado de tratamento térmico ou mecânico, ou de ambos os tratamentos. A origem da tensão
na soldagem deve-se principalmente à contração do material fundido ao resfriar-se a partir da
linha solidus até a temperatura ambiente.
Velocidade de avanço -Taxa de deposição do metal depositado ao longo de uma junta durante
a soldagem.
Vareta de solda (welding rod) -tipo de metal de adição utilizado para soldagem ou brazagem,
o qual não conduz corrente elétrica durante o processo.
Zona afetada termicamente (heat-affected zone) -região do metal de base que não foi fundida
durante a soldagem, mas cujas propriedades mecânicas e microestrutura foram alteradas
devido a geração de calor (ver fig. 29).
Zona de fusão (fusion zone) -região do metal de base que sofre fusão durante a soldagem
(ver fig. 7).
Zona fundida -região da junta soldada que sofre fusão durante a soldagem (ver fig. 29).
Zona de ligação -região da junta soldada que envolve a zona que sofre fusão durante a
soldagem (ver fig. 29).
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5.2 TERMINOLOGIA dE DESCONTINUIDADES
Este módulo define os termos empregados na denominação de descontinuidades em juntas
soldadas.
Antes de abordarmos sobre descontinuidades, é conveniente que sejam definidas as três
palavras seguintes:
Em uma avalição o profissional tem que analisar e definir conforme as seguintes definições,
como segue abaixo: o que é:
Indicação: evidência que requer interpretação para se determinar o seu significado.
Descontinuidades: interrupção da estrutura típica de uma peça, no que se refere à
homogeneidade de características físicas, mecânicas ou metalúrgicas.
Defeito: Descontinuidade que, por sua natureza, tipo, dimensões, localização ou efeito
acumulado, torna a peça imprópria para uso por não satisfazer os requisitos mínimos de
aceitação da norma ou especificação aplicável.
Das definições podemos concluir que:
as soldas não são totalmente isentas de descontinuidades, podendo apresentar-se em
diferentes condições;
a) Um defeito é sempre rejeitável;
b) Uma descontinuidade só pode ser chamada de defeito quando a mesma exceder o
padrão de aceitação das normas ou especificações.
A seguir serão apresentadas as definições para os termos relacionados de acordo com a norma
AWS E PETROBRAS.
Abertura de arco: Imperfeição local na superfície do metal de base, caracterizada por uma
ligeira adição ou perda de metal, resultante da abertura do arco elétrico (Fig. 1).
Ângulo excessivo de reforço: Ângulo excessivo entre o plano da superfície do metal de base
e o plano tangente ao reforço de solda, traçado a partir da margem da solda (Fig. 2).
Cavidade alongada: Vazio não arredondado com a maior dimensão paralela ao eixo da solda
podendo estar localizado:
(a) na solda (Fig. 3a);
(b) na raiz da solda (Fig. 3b).
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Figura 3 – Cavidade alongada
Concavidade excessiva: solda em ângulo com a face excessivamente côncava (Fig. 5).
Convexidade excessiva: solda em ângulo com a face excessivamente convexa (Fig. 6).
Desalinhamento: junta soldada de topo, cujas superfícies das peças, embora paralelas,
apresentam-se desalinhadas, excedendo à configuração de projeto (Fig. 9).
Figura 4 - Concavidade
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Figura 7 – Deformação angular
Figura 9 - Desalinhamento
Figura 10 - Embicamento
Falta de fusão: fusão incompleta entre a zona fundida e o metal de base, ou entre passes da
zona fundida, podendo estar localizada:
(a) Na zona de ligação (Fig. 11a);
(b) Entre os passes (Fig. 11b);
(c) Na raiz da solda (Fig. 11c, 11d, 11e, 11f, 11g).
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Falta de penetração: insuficiência de metal na raiz da solda (Fig. 12).
Inclusão de escória: material não metálico retido na zona fundida, podendo ser:
(a) Alinhada (Fig. 13a e 13b);
(b) Isolada (Fig. 13c);
(c) Agrupada (Fig. 13d).
Penetração excessiva: metal da zona fundida em excesso na raiz da solda (Fig. 16).
Perfuração: furo na solda (Fig. 17a) ou penetração excessiva localizada (Fig. 17b) resultante
da perfuração do banho de fusão durante a soldagem.
Figura 14 - Mordedura
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Figura 15 – Mordedura na raiz
Figura 17 - Perfuração
Porosidade: conjunto de poros internos à solda ou superficiais (Fig. 19), podendo ser:
Porosidade agrupada: conjunto de poros agrupados (Fig. 20).
Porosidade alinhada: conjunto de poros dispostos em linha, segundo uma direção paralela
ao eixo longitudinal da solda (Fig. 21).
Porosidade vermiforme: conjunto de poros alongados ou em forma de espinha de peixe
situados na zona fundida (Fig. 22).
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Figura 20 – Porosidade agrupada (interna ou superficial)
Reforço excessivo: excesso de metal da zona fundida, localizado na face da solda (Fig. 24).
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Figura 24 – Reforço excessivo
Figura 25
Solda em ângulo assimétrica: solda em ângulo, cujas pernas são significativamente desiguais
em desacordo com a configuração de projeto (Fig. 27).
Figura 26 - Sobreposição
Trinca irradiante: conjunto de trincas que partem de um mesmo ponto podendo estar
localizada:
(a) na zona fundida (Fig. 30a);
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(b) na zona afetada termicamente (Fig. 30b);
(c) metal de base (Fig. 30c).
Trinca na margem: trinca que se inicia na margem da solda, localizada geralmente na zona
afetada termicamente (Fig. 32).
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Figura 31 – Trinca longitudinal
Trinca na raiz: trinca que se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada:
(a) na zona fundida (Fig. 33a);
(b) na zona afetada termicamente (Fig. 33b).
Trinca ramificada: conjunto de trincas que partem de uma trinca podendo estar localizado:
(a) na zona fundida (Fig. 34a);
(b) na zona afetada termicamente (Fig. 34 b);
(c) no metal de base (Fig. 34c).
Trinca sob cordão: trinca localizada na zona afetada termicamente não se estendendo à
superfície da peça (Fig. 35).
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Figura 33 – Trinca na raiz
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6.3. ANÁLISE DE DESCONTINUIDADES
6.3.1.1 Histórico
A direção de uma fábrica, usina ou companhia, utiliza os ensaios destrutivos e não-destrutivos,
para pôr em prática uma política de produção, de controle de custo e principalmente, a política
de garantir a qualidade do seu produto em um mercado cada vez mais competitivo.
Somente por meio dos ensaios não-destrutivos somos capazes de detectar descontinuidades
escondidas na massa dos metais, somente por meio desses ensaios nós podemos garantir o
funcionamento seguro da peça em serviço de responsabilidade.
Há cerca de 45 anos, a arte de inspecionar uma peça sem danificá-la era espécie de curiosidade
de laboratório. O exame visual foi o pioneiro, e hoje tem grande importância na inspeção por
Ensaios Não Destrutivos de certos tipos de equipamentos.
Existem vários fatores que levam a indústria moderna a utilizar os ensaios não-destrutivos,
dentre estes, podemos citar três importantes razões, são elas:
144
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2ª - Para prevenir acidentes e evitar perdas de vidas humanas ou paralização de serviços
básicos:
Com o passar do tempo, o avanço da tecnologia deixou nossas vidas mais dependentes de
peças, componentes de máquinas e estruturas. Milhões de seres humanos dependem da
integridade de peças metálicas. Basta pensar nas asas, hélices e outros componentes de uma
aeronave; nos eixos dos veículos, na caldeiras, nos reatores nucleares, nos equipamentos de
refinarias, etc.., que trabalham muitas vezes a altas tensões mecânicos e em altas
temperaturas. A falha de peças importantes num equipamento ou estrutura em serviço,
acarretariam a perda de vidas humanas ou paralisação de serviços básicos.
Antes de iniciar a produção de uma determinada peça fundida ou forjada, cujos projetos de
canais de alimentação ou de matrizes, já estão prontos, é de boa técnica submeter as primeiras
partidas de peças semi-acabadas aos ensaios não-destrutivos com a finalidade de verificar se
o projeto e o processamento metálico utilizado, estão produzindo realmente peças isentas de
defeitos, se não, as causas de possíveis defeitos são determinadas e portanto, controlada a
produção dos primeiros produtos, procurando-se produzir desde o início peças isentas de
defeitos, controlando o processo e diminuindo as perdas com lotes rejeitados.
145
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Os termos acima se relacionam à orientação de retirada dos corpos de prova, considerando-se
a direção de laminação da peça em ensaio.
Figura 37
6.6.3 Corpo de Prova Transversal
Significa que o eixo longitudinal do corpo de prova é ortogonal à direção de laminação da
amostra do material a ser ensaiado.
Quando se submete uma barra de metal a uma carga de tração, paulatinamente crescente, ela
sofre uma deformação progressiva de extensão ou aumento de comprimento.
A verificação das propriedades de resistência é feita através de máquinas de ensaio (figura 38)
onde é fixada uma amostra, do material, denominada corpo de prova (C.P.). A máquina de
ensaio aplica esforços crescentes na direção axial do corpo de prova, levando o mesmo até
sua ruptura. Os esforços (cargas) são medidos na própria máquina.
Figura 38
146
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PONTO 1 – Corresponde ao limite de escoamento, ou seja, durante o ensaio de tração,
corresponde à carga que permanece constante ou diminui, formando um patamar no gráfico,
em que ocorrem deformações permanentes no corpo de prova.
PONTO 3 – Após ser atingida a carga máxima (ponto 2 do diagrama), entra-se na fase de
ruptura do material. Inicia-se o decréscimo visível da seção transversal do corpo de prova e a
carga diminui até que se dê a sua ruptura total.
Quanto menor for o teor de carbono do material, mais estrita se torna a seção nessa fase (figura
39).
Figura 39
147
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NOTA: através do ensaio de tração obtem-se valores de outras propriedades do material como
Resiliência (Propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida
quando cessa a tensão causadora de uma deformação elástica.) e Tenacidade (é a capacidade
de o material absorver energia na faixa plástica de deformação) por exemplo.
6.8 Ensaio de Dobramento
O ensaio de dobramento fornece uma indicação qualitativa da ductilidade do material. Por ser
um ensaio de realização muito simples, ele é largamente utilizado nas indústrias e laboratórios,
constando mesmo nas especificações de todos os países, onde são exigidos requisitos de
ductilidade para em certo material.
O ensaio, de um modo geral, consiste em dobrar um corpo de prova de eixo retilíneo e seção
circular, tubular, retangular ou quadrada, assentado em dois apoios afastados a uma distância
especificada, de acordo com o tamanho do corpo de prova, por intermédio de um cutelo, que
aplica um esforço de flexão no centro do corpo de prova até que seja atingido um ângulo de
dobramento especificado em um procedimento ou norma (Figura 40 e 41).
Figura 40
148
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Figura 41
Figura 42
149
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O método de determinação relacionado a este último conceito – dureza por penetração – é o
mais empregado no ramo da Metalurgia e da Mecânica e normalmente citado em
especificações técnicas.
Para aços-carbono e aços-liga de médio teor de liga, a dureza é proporcional ao limite de
resistência à tração.
Na soldagem, a dureza é influenciada pela composição química do metal de base, pela
composição química do metal de adição, pelos efeitos metalúrgicos do processo de soldagem,
pelo grau de encruamento do metal da base e pelo tratamento térmico.
Obs.: Por ser um ensaio mecânico, o ensaio de dureza acha-se incluído entre os ensaios
destrutivos, porém em vários casos não é um ensaio destrutivo pois depende do método
aplicado e da utilização posterior da peça ou equipamento.
Os principais métodos de ensaio são os métodos Brinell, Rockwell e Vickers. O método Brinell
utiliza uma esfera de aço, o Rockwell um cone de diamante com 120º de conicidade e o Vickers
uma pirâmide também de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º.
6.11.Ensaio de Impacto
O ensaio de impacto é um ensaio empregado no estudo da fratura frágil dos metais,
caracterizada pela propriedade de um metal atingir a ruptura sem sofrer deformação apreciável
(figuras 43 e 44).
Figura 43
Figura 44
150
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É um ensaio dinâmico usado ainda em todo mundo e consta de várias normas técnicas
internacionais como ensaio obrigatório, principalmente para materiais utilizados em baixa
temperatura, como teste de aceitação do material.
O corpo de prova é padronizado e provido de um entalhe para localizar a sua ruptura e produzir
um estado triaxial de tensões, quando ele é submetido à uma flexão por impacto, produzida por
um martelo pendular. A energia que o corpo de prova absorve, para se deformar e romper, é
medida pela diferença entre a altura atingida pelo martelo antes e após o impacto, multiplicada
pelo peso do martelo. Nas máquinas em geral essa energia é lida na própria máquina através
de um ponteiro que corre numa escala graduada, já convertida em unidade de energia. Pela
medida da área da seção entalhada do corpo de prova, pode-se então obter a energia absorvida
por unidade de área, que também é um valor útil. Quanto menor for a energia absorvida, mais
frágil será o comportamento do material àquela solicitação dinâmica.
O resultado do ensaio é apenas uma medida da energia absorvida na fratura de um corpo de
prova não fornecendo indicações seguras sobre o comportamento do metal ao choque em
geral.
6.12. Fluência
Entretanto, à medida que a temperatura se eleva, ocorre uma deformação progressiva do
material, mesmo mantida a carga constante.
O fenômeno de deformação progressiva de um metal a tensão constante é chamada
fluência.Esse fenômeno é significativo em ligas de alumínio a temperatura superiores a 150ºC;
nos aços só se torna importante a temperaturas acima de 350ºC.
A fluência depende do tempo e da temperatura.
6.13. Fadiga E Limite de Fadiga
Daí a definição de fadiga: é a “tendência que um material apresenta de romper, por intermédio
de uma pequena fissura frágil, sob a aplicação de tensões cíclicas ou alternadas, de grandeza
muito inferior à resistência nominal”.
Pode-se dizer que a falha por fadiga é traiçoeira, porque ocorre sem qualquer aviso prévio. A
fratura resultante é do tipo frágil e não apresenta deformação visível (figura 45).
Figura 45
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NO QUESTIONARIO A SEGUIR, AS RESPOSTA ESTAO EM NEGRITO.
4) Aço carbono é:
a) Uma liga de Fe+ C com no mínimo 2% de C.
b) Uma liga de Fe+ C com no máximo 2% de C.
c) Uma liga de Fe+Mn
d) Uma liga de Fe+Al
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9) Quais são as principais descontinuidades que ocorrem no processo de laminação?
a) dobras e rechupe
b) Dupla Laminação, dobras de laminação
c) Falta de fusão, trinca de contração
d) Dupla Laminação, rechupe
11) A obtenção de peças e equipamentos, através da fusão de partes com ou sem adição de
material com possíveis descontinuidades existentes, se dá através de:
12) Qual o nome do processo de soldagem a arco elétrico entre um eletrodo revestido e o metal
de base?
a) Tig
b) Eletrodo revestido
c) MIG / MAG
d) Arco-submerso.
15) para espessuras maior que 2 mm a 200 mm, que proporciona baixo custo, versatilidade e
operação em locais de difícil acesso, qual o processo abaixo é mais indicado:
a) Eletrodo revestido
b) TIG
c) MIG
d) MAG
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16) O que significa a palavra TIG?
a) Titâneo (nerte Gás)
b) Taxa de gás Inerte
c) Tungstênio ativo gás
d) Tungstênio Inerte Gás
19) Que nome recebe o maquinário empregado nas operações de soldagem, que tem a
finalidade de manter o alinhamento das partes a serem unidas é:
a) Alicate do eletrodo
b) consumível
c) Acopladeira
d) Desempenadeira
20) Qual o nome do dispositivo empregado nos processos de soldagem que prende o eletrodo
mecanicamente?
a) Alicate de eletrodo
b) consumível
c) fluxo
d) Revestimento
21) Bisel é:
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24)O que é camada?
a) É uma deposição de um ou mais passes consecutivos situados aproximadamente num mesmo
plano
b) Progressão unitária da soldagem ao longo de uma junta
c) Deposito efetuado com movimento lateral
d) n.d.a
25) Que nome recebe o material empregado na raiz da junta a ser soldada, que tem a finalidade
de suportar o metal fundido durante a execução da soldagem?
a) Fluxo
b) Placa de apêndice
c) cobre junta
d) todas as alternativas estão corretas
29) Qual o nome da região onde 2 (duas) ou mais peças serão unidas por soldagem?
a) Junta soldada
b) Junta
c) Metal de Base
d) N.d.a.
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32) O que é solda autógena?
a) solda realizada com eletrodo revestido
b) Processo de soldagem realizado sem a presença de metal de adição
c) solda sem Z.T.A
d) N.d.a
36) Como é denominada a imperfeição local na superfície do metal de base, caracterizada por
uma ligeira adição ou perda de metal, resultante da abertura do arco elétrico?
a) Morderdura
b) abertura de arco
c) Sobreposição
d) trinca
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41) A insuficiência de metal na raiz da solda é denominada:
a) Falta de fusão
b) Falta de penetração
c) deposição insuficiente
d) concavidade
49) Segregação é:
a) Liga binária de Fe+C
b) Concentração de elementos de liga ou impurezas
c) Porcentagem de Cl + F
d) n.d.a
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50) Podemos considerar como exemplo de descontinuidade primária
a) Defeitos de Usinagem
b) trinca de fadiga
c) Porosidade
d) Todas as alternativas estão corretas
55) Podemos definir que a diferença entre trinca irradiante e trinca ramificada é:
a) Trinca irradiante é o conjunto de trincas que partem de uma trinca e trinca ramifica é o conjunto de
trincas que partem do mesmo ponto.
b) Não existe diferença entre estas duas trincas.
c) Trinca irradiante é o conjunto de trincas que partem do mesmo ponto e trinca ramificada é o
conjunto de trincas que partem de uma trinca.
d) n.d.a
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BIBLIOGRAFIA
- SELEÇÃO E EMPREGO DOS AÇOS – Coordenador: Fernando Cosme Rizzo Assunção – Editora ABM.
- METALS HANDBOOK – Nondestructive Inspection and Quality Control – Editora AMERICAN SOCIETY FOR
METALS – Vol. 11.
- Artigo técnico – Material Didático – Centro de Informação Metal Mecânica – CIMM, site:www.cimm.com.br –
agosto de 2005.
- Soldagem – Coleção Tecnologia Senai, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Senai-SP, 1997.
- NBR ISO 14001:1996, Sistemas de Gestão Ambiental – Especificação e Diretrizes para Uso.
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