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Definição
São aqueles que deixam algum sinal na peça ou corpo de
prova submetido ao ensaio, mesmo que estes não fiquem
inutilizados.
Exemplos: tração, compressão , cisalhamento,
dobramento, flexão, embutimento , torção, dureza,
fluência, fadiga e impacto.
Ensaios Não Destrutivos
Os Ensaios Não Destrutivos (END) são definidos como testes para o
controle da qualidade, realizados sobre peças acabadas ou semi
acabadas , para a detecção de falta de homogeneidade ou defeitos,
através de princípios físicos definidos, sem prejudicar a posterior
utilização dos produtos inspecionados.
Aos cristais que se deformam em função de uma tensão elétrica aplicada e que
geram uma tensão elétrica quando deformados dá-se o nome de cristais piezo-
elétricos.
CABEÇOTES
4.3.1 Cabeçote Normal
Compõe-se basicamente de um cristal piezo-elétrico, disposto em um plano
paralelo ao plano da peça a ser examinada,
Cabeçote Duplo-cristal
Compõe-se basicamente de dois cristais piezo-elétricos, um agindo
como emissor e outro como receptor.
Cabeçote Angular
Compõe-se basicamente de um cristal piezo-elétrico disposto em ângulo
em relação ao plano da peça a ser examinada. Os cabeçotes angulares
mais usuais são os de 45 graus, 60 graus e 70 graus.
ACOPLANTE
O acoplante é qualquer substância , introduzida entre o cabeçote e a
superfície da peça em inspeção com o propósito de transmitir
vibrações de energia ultra-sônica entre ambos. Ele tem a
finalidade de fazer com que a maior parcela possível de som seja
transmitida do cabeçote à peça e vice-versa, o que não aconteceria
se existisse ar entre o cabeçote e a peça.
TIPOS USUAIS DE ENSAIO POR ULTRA-SOM
Medição de Espessura
Como o próprio nome diz, é o ensaio que visa determinar a
espessura de uma peça. O ensaio é feito normalmente com o
auxilio de cabeçotes duplo-cristal.
Detecção de Dupla-Laminação
É o ensaio feito em chapas, a fim de que se detecte as
duplas-laminações porventura existentes O ensaio é feito
com o auxilio de cabeçotes normal e/ou duplo-cristal.
Inspeção de Solda
É a modalidade de ensaio que visa detectar
descontinuidades oriundas de operações de soldagem.
O ensaio é feito com o auxilio de cabeçotes normal e/ou
duplo-cristal e cabeçotes angulares, depois de feita a
calibração da escala e a determinação da sensibilidade
do ensaio.
SEQUÊNCIA DE ENSAIO
Medição de Espessura
a) Verificar o tipo de material a ser inspecionado; b) Escolher o aparelho e cabeçote de acordo com o
procedimento qualificado; c) Calibrar o aparelho em bloco padrão de material similar ao da peca a ser
inspecionada e espessura dentro da faixa recomendada; d) Preparar a superfície tomando os devidos
cuidados para peças de aços inoxidáveis austeníticos e ligas de níquel; e) Aplicar o acoplante; f)
Posicionar o cabeçote; g) Efetuar a leitura; h) Relatar os resultados.
Detecção de Dupla-Laminação
a) Verificar o tipo de material e espessura do material a ser inspecionado; b) Escolher a aparelho e
cabeçote conforme procedimento qualificado; c) Calibrar a escala conforme procedimento
qualificado; d) Ajustar a sensibilidade do ensaio conforme procedimento qualificado; e) Preparar a
superfície tomando os devidos cuidados para peças de aço inoxidável austenítico e ligas de níquel; f)
Aplicar a acoplante; g) Executar a inspeção; h) Relatar os resultados.
Inspeção de Solda
a) Verificar o tipo e espessura do material a ser inspecionado; b) Escolher aparelho e cabeçote a serem
utilizados, conforme procedimento qualificado; c) Determinar área de varredura para os cabeçotes
angulares, de modo que toda a solda seja inspecionada; d) Calibrar a escala para os cabeçotes normal
e/ou duplo-cristal; e) Ajustar a sensibilidade de inspeção conforme procedimento qualificado; f)
Preparar a superfície, tomando os devidos cuidados para peças de aço inoxidável austenítico e ligas de
níquel; g) Aplicar o acoplante; h) Examinar a área de varredura dos cabeçotes angulares; i) Calibrar a
escala para os cabeçotes angulares; j) Traçar as curvas de referência para os cabeçotes angulares; 1)
Ajustar a sensibilidade de inspeção conforme procedimento qualificado; m) Aplicar o acoplante; n)
Efetuar a inspeção; o) Relatar os resultados.
VANTAGENS
- Pode ser executado em materiais metálicos e não metálicos. - Não
necessita, para inspeção, do acesso por ambas as superfícies da peça. –
- Não requer paralisação de outros serviços durante a sua execução e não
requer requisitos rígidos de segurança, tais como os requeridos para o
ensaio radiográfico.
LIMITAÇÕES E DESVANTAGENS
- Não se aplica a peças cuja forma, geometria e rugosidade superficial
impeçam o perfeito acoplamento do cabeçote à peça. - O grão grosseiro
de certos metais de base e de solda (particularmente ligas de níquel e
aço inoxidável austenítico) pode dispersar o som e causar sinais que
perturbem ou impeçam o ensaio. - o reforço da raiz, cobre-juntas e
outras condições aceitáveis podem causar indicações falsas. - O
equipamento de ultra-som é caro.
RADIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
Ensaio radiográfico utiliza os raios x e raios γ (gama) para mostrar a
presença e certas características de descontinuidades internas ao
material. O método baseia-se na capacidade que os raios-x e γ
possuem de penetrar em sólidos. Esta capacidade depende de
vários fatores, tais como comprimento de onda da radiação, tipo e
espessura do material. Quanto menor for o comprimento de onda,
maior é a capacidade de penetração da radiação. Parte da radiação
atravessa o material e parte é absorvida. A quantidade de radiação
absorvida depende da espessura do material. Onde existe um vazio
ou descontinuidade há menos material para absorver a radiação.
Assim, a quantidade de radiação que atravessa o material não é a
mesma em todas as regiões. A radiação, após atravessar o material,
irá impressionar um filme, formando uma imagem do material.
Raios-X
São produzidos eletricamente e são formados pela
interação de elétrons de alta velocidade com a matéria.
Um tubo de raios X apresenta no seu interior todas estas
condições,
Raios –γ (Gama)
Os raios- γ são ondas eletromagnéticas de baixo comprimento de
onda e com as mesmas propriedades dos raios-X.
Dos isótopos radioativos, o Cobalto 60 e o Irídio 192 são os mais
utilizados na radiografia industrial. Por causa do perigo de
radiação sempre presente, as fontes radioativas devem ser
manejadas com muito cuidado e são necessários aparelhos que
permitam guardá-las, transportálas e utilizá-las em condições de
segurança total.
Comparação entre Raios-X e Raios- γ
A diferença mais importante entre os raios-x e γ é o fato de se poder
regular a tensão anódica e por conseqüente, o poder de penetração dos
raios-x ao passo que não é possível de maneira alguma fazer variar o
comprimento da onda dos raios γ. Com os raios-γ, a única solução é
mudar a fonte radioativa. Prefere-se o Irídio para as menores
espessuras (de 10 a 60 mm para aços) e o Cobalto para as espessuras
maiores (de 60 a 160 mm para aços).
. Os raios- γ são emitidos espontaneamente, não necessitando de
aparelhagem ou alimentação elétrica. Em locais onde não existem
energia elétrica os raios γ devem ser usados. Para espessuras muito altas
(acima de 90 mm) o poder de penetração dos raios-X não é suficiente.
Uma grande vantagem dos raios- γ é a sua emissão esférica a partir da
fonte, permitindo efetuar radiografias circunferenciais em uma única
exposição (exposição panorâmica).
ABSORÇÃO DA RADIAÇÃO
Todos os materiais absorvem radiação, alguns mais
do que outros. Os materiais mais densos e os de
maior número atômico absorvem maior
quantidade de radiação do que os materiais
menos densos e os de menor número atômico. A
espessura também contribui para a absorção,
pois quanto maior a espessura maior quantidade
de radiação irá absorver.
FILME
O filme radiográfico consiste de uma fina chapa de
plástico transparente, revestida de um ou ambos
os lados com uma emulsão de gelatina, de
aproximadamente 0,03 mm de espessura,
contendo finos grãos de brometo de prata.
Quando exposto aos raios-X, raios-γ ou luz
visível, os cristais de brometo de prata sofrem
uma reação que os tornam mais sensíveis ao
processo químico (revelação), que os converte em
depósitos negros de prata metálica.
A densidade e o grau de enegrecimento do filme. A
densidade é medida por meio de densitômetros. A
medição da densidade é feita no negatoscópio, que é o
aparelho usado para a interpretação de radiografias. É
uma caixa contendo lâmpadas, com luminosidade
variável.
INDICADORES DE QUALIDADE DE
IMAGEM (IQI)
O IQI é um dispositivo, cuja imagem na
radiografia é usada para determinar o nível
de qualidade radiográfica (sensibilidade).
Não é usado para julgar o tamanho das
descontinuidades ou estabelecer limites de
aceitação das mesmas.
TELAS INTESIFICADORAS (ECRANS)
É utilizado com o intuito de filtrar
determinadas radiações, proteger o filme
contra radiações dispersas e também
atuar como intensificadoras, isto é,
diminuir o tempo necessário para
exposição. À tela mais usada é a tela de
chumbo.
PROTEÇÃO
As radiações ionizantes dos tipos X ou γ tem uma ação nociva sobre
o organismo humano. Os efeitos dependem da quantidade de
raios que o corpo recebe. Os sintomas que se observa, na ordem
de doses crescentes, são dores de cabeça, falta de apetite,
diminuição dos glóbulos no sangue, esterilidade e destruição de
tecidos. Um excesso de radiação pode provocar a morte de uma
pessoa.
Para se evitar qualquer problema, deve ser rigorosamente seguido o
Plano de Radioprotecão da empresa executante do serviço e
previamente aprovado pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear – CNEN, o qual prevê as áreas a serem isoladas e os
controles a serem efetuados. Dessa maneira, os trabalhos podem
ser desenvolvidos preservando-se a saúde dos que trabalham nos
serviços de radiografia e nas imediações dos locais do ensaio.
SEQUÊNCIA DO ENSAIO
a) Verificar o material, diâmetro ( no caso de tubos ) e espessura a ser radiografada;
b) Selecionar a técnica radiográfica;
c) Selecionar a quantidade e dimensões dos filmes;
d) Montar chassis (envelope, telas e filme);
e) Verificar atividade da fonte, no caso de radiografia com raios-γ ou selecionar corrente e
tensão no caso de aparelho de raios-X;
f) Verificar a distância fonte-filme no procedimento qualificado e a densidade requerida;
g) Calcular tempo de exposição;
h) Selecionar IQI;
i) Balizar a área, para proteção;
j) Montar conforme arranjo previsto e bater a radiografia;
1) Processamento do filme;
m) Laudo;
n) Relatar os resultados
VANTAGENS
- Registro permanente dos resultados.
LIMITAÇÕES E DESVANTAGENS
- Descontinuidades bidimensionais, tais como, trincas, duplas-
laminações e faltas de fusão, são detectadas somente se o plano
delas estiver alinhado ao feixe de radiação.
- É necessário o acesso a ambas as superfícies de uma peça para
radiografia.
- A radiografia afeta a saúde dos operadores, inspetores e do público
e deve por isso, ser criteriosamente utilizada.
- É necessária a interrupção de trabalhos próximos para a exposição
da fonte.
LÍQUIDO PENETRANTE
INTRODUÇÃO
O ensaio por meio de liquido penetrante é relativamente simples,
rápido e de fácil execução. É utilizado na detecção de
descontinuidades abertas para a superfície de materiais sólidos
não porosos.
CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE LÍQUIDO PENETRANTE
O líquido penetrante é um líquido de grande poder de penetração e
alta ação capilar.
Tipo A - Penetrante fluorescente - É utilizado em ambientes escuros
sendo visível com luz ultravioleta (luz negra);
Tipo B - Penetrante visível (não fluorescente) – É utilizado em
ambientes claros, sendo visível com luz natural.
Os penetrantes, quanto a remoção do seu excesso, podem
ser classificados como:
Tipo A-1 ou B-l - Removível com água.
Tipo A-2 ou B-2 -Removível com água após a
emulsificação.
Tipo A-3 ou B-3 - Removível com solvente.
CARACTERÍSTICAS DO REVELADOR
O revelador fundamentalmente é um talco aplicado de
forma seca, úmida ou liquida, que tem como função
retirar o penetrante das descontinuidades e conduzi-lo
para a superfície dando uma indicação colorida ou
fluorescente destas descontinuidades.
VANTAGENS
- O ensaio por meio de liquido penetrante tem
sensibilidade muito boa e detecta até
descontinuidades muito pequenas.
- É aplicável em materiais magnéticos e não
magnéticos.
LIMITAÇÕES E DESVANTAGENS
- Detecta somente descontinuidades abertas para a
superfície e que não estejam obstruídas.
PARTÍCULAS MAGNÉTICAS
INTRODUÇÃO
O ensaio por meio de partículas magnéticas é utilizado para
localizar descontinuidades superficiais e sub-superficiais
em peças de material ferromagnético O método consiste
na aplicação de uma corrente de magnetização, ou de um
campo magnético a peça inspecionada, com o objetivo de
se criar um campo magnético nesta. A presença de
descontinuidades superficiais ou sub-superficiais irá
produzir campos de fuga na região da descontinuidade,
causando uma polarização localizada, que é detectada
pelas partículas ferromagnéticas que são aplicadas sobre
a peça,
TÉCNICAS DO ENSAIO
Técnicas do Yoke
O yoke eletromagnético consiste basicamente de uma
bobina enrolada em um entreferro ou núcleo em forma
de “U". O yoke induz na peça um campo magnético
longitudinal,
Técnicas dos Eletrodos
Esta técnica consiste na injeção de corrente na peça
através de dois eletrodos. A corrente, ao passar
pela peça, provoca um campo magnético circular
na mesma.
Técnica da Bobina
Esta técnica consiste na indução de um campo
magnético longitudinal a peça a ser inspecionada,
podendo esta indução ser feita de duas maneiras.
Técnica do contato Direto
Esta técnica consiste na indução de um campo magnético circular à
peça a ser inspecionada, pela aplicação de corrente continua ou
retificada de meia-onda pelas extremidades da peça.
PARTÍCULAS FERROMAGNÉTICAS
As partículas ferromagnéticas indicam a existência das
descontinuidades, aderindo aos locais existem campos de
fuga.
As partículas podem ser:
Coloridas - Fluorescentes
- Quanto ao método de aplicação as partículas se
classificam em:
Partículas para via seca - Partículas para a via úmida
VANTAGENS
- Detecta descontinuidades sub-superficiais.
- Fornece resultados imediatos, não tendo os
tempos de espera requeridos pelo ensaio
por meio de liquido penetrante.
LIMITAÇÕES E DESVANTAGENS
- O ensaio por partículas magnéticas aplica-se
somente a materiais ferromagnéticos.