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ENSAIOS DE CORROSÃO

Os ensaios de corrosão são processos de análise e verificação do


desenvolvimento de ação corrosiva realizados em laboratórios ou no próprio
campo. Servem como auxiliares na previsão e avaliação de falhas por
corrosão, bem como monitoração de processos corrosivos.
Esses ensaios são considerados ferramentas fundamentais para avaliação de
um processo corrosivo, de medidas de proteção, bem como para monitoração
de corrosão.
Os ensaios podem ser de três tipos: de laboratório, em instalações ou
equipamentos-pilotos e de campo. Os ensaios de campo podem ser utilizados
para monitoração da corrosão.

ENSAIOS DE LABORATÓRIO

São aqueles realizados em condições de laboratórios e visam uma avaliação


preliminar de um processo corrosivo. Estes ensaios são excelentes indicadores
do desempenho de materiais e da aplicação de métodos de proteção, embora
os resultados dos mesmos não possam ser transplantados diretamente para o
que ocorre no campo.
Ensaio de imersão: São ensaios em que corpos de prova dos materiais são
imersos em fluídos corrosivos ou que se queira avaliar a corrosividade. Estes
ensaios podem ser projetados para reproduzirem o mais próximo possível a
realidade de campo, introduzindo por exemplo agitação, temperatura, aeração,
pressão e outros fatores que podem estar associados a um processo corrosivo.
Alguns exemplos de ensaios de imersão podem ser citados:
- Imersão contínua ou alternada;
- Imersão contínua com agitação ou com fluxo constante;
- Imersão em líquidos aquecidos;
- Imersão em líquidos aerados ou desaerados;
- Imersão em líquidos associados com esforços mecânicos;
- Imersão em líquido com pressão.
Ensaios acelerados: São ensaios em corpos de prova do material que se quer
avaliar a resistência à corrosão, podendo estar revestidos ou não. Estes
ensaios servem também para avaliar o desempenho de revestimento. Todos os
ensaios acelerados buscam certa correlação com uma situação de
corrosividade muito intensa existente nas condições de campo.
Todos os ensaios acelerados buscam certa correlação com uma situação de
corrosividade muito intensa existente nas condições de campo.
- Câmara de névoas salinas: que visa simular o que ocorre nas áreas de
atmosfera salina e umidade elevada.
- Câmara de SO2: visa simular o que se passa nas atmosferas industriais,
poluídas e carregadas em SO2.
- Câmara de umidade a 100%: visa simular o que se passa nas atmosferas
muito úmidas.
- Ensaio de intemperismo: visa simular as condições de ação do tempo a que o
material está sujeito nas situações normais de trabalho.
- Ensaios cíclicos.
- Ensaios de eficiência de anodos galvânicos: visa avaliar de forma rápida a
eficiência anódica de ânodos galvânicos utilizados utilizados nos sistemas de
proteção catódica.
Técnicas eletroquímicas: Varias são as técnicas eletroquímicas disponíveis
para ensaios de corrosão. Duas das mais importantes são as de impedância
eletroquímica e os ensaios potenciostáticos.
- Ensaios potenciostáticos: estes ensaios consistem na obtenção das curvas de
polarização (gráficos) para corpos de prova do material a ser estudado em
contato com certo meio corrosivo. As curvas de polarização obtidas permitem,
através da corrente de corrosão, determinar a taxa de desgaste de forma
rápida, sendo um recurso importante para avaliar a resistência de materiais à
corrosão em um determinado meio e para analisar o efeito da adição de
inibidores e de outros métodos de modificação de meio corrosivo.
“O potenciostato é um instrumento capaz de aplicar um potencial e medir
a corrente resultante em um sistema eletroquímico. É um
aperfeiçoamento de uma fonte de alimentação, utilizado principalmente
em pesquisa científica para o estudo de reações eletroquímicas
- Impedância eletroquímica: a impedância eletroquímica é uma técnica de
monitoração, mas o mesmo ensaio pode ser usado em laboratório para
investigação do comportamento de interfaces eletroquímicas, incluindo
processos corrosivos, revestimentos, inibidores em meios de boa condutividade
elétrica. Consiste na aplicação de um potencial elétrico variável, através de um
potenciostato em uma célula eletroquímica e a medição da resposta, na forma
de corrente elétrica, desta célula a esta excitação.
Ensaios em instalações ou equipamentos-piloto: estes ensaios são feitos em
condições idênticas àquelas do sistema no qual se quer avaliar a corrosividade.
No caso de instalações-piloto, utiliza-se uma instalação idêntica à que se
deseja avaliar a corrosão, apenas em escala reduzida. Por exemplo, pode-se
avaliar a corrosão de um sistema de água de refrigeração utilizando-se uma
instalação em escala menor e ensaiar a aplicação de inibidores, bactericidas
etc.
Para os equipamentos-piloto utiliza-se, nos casos de equipamentos
considerados críticos no sistema, como por exemplo os permutadores de calor,
um equipamento idêntico aos existentes, porém em escala reduzida, que é
colocado em paralelo àquelas e submetidos às mesmas condições de
operação. Este equipamento poderá, entretanto, ser bloqueado e retirado de
operação para exame e inspeção periodicamente, e desta maneira avalia-se,
por analogia, as condições físicas dos equipamentos maiores.
Ensaios de campo: os ensaios de campo são aqueles efetivados nas condições
reais de operação e podem ser basicamente os seguintes: cupons de teste,
carretéis de teste, acompanhamento da perda de espessura, ensaios de campo
de anodos galvânicos e ensaios de corrosão atmosférica.
 Cupons de teste: são amostras do metal ou liga, pesados e
introduzidos no processo. Após um intervalo de tempo razoável, o
cupom é retirado do processo, limpo de todo o produto de corrosão e
novamente pesado. A perda de massa é convertida em taxa de
corrosão.
 Carretéis de teste: são corpos de prova de diversos materiais
colocados, separados por isoladores, dentro de um equipamento
durante uma campanha e analisados ao final da mesma.
 Acompanhamento de perda de espessura: através do
acompanhamento da espessura de equipamento em pontos críticos pela
medição com ultra-som ou outros métodos, pode-se avaliar a
corrosividade de um meio corrosivo e estimar a vida útil, bem como
determinar o momento mais apropriado para parada operacional.
 Ensaios de campo de ânodos galvânicos: são ensaios utilizando-se
corpos de prova com dimensões que dependem da estrutura a proteger
e que buscam avalia-los em condições idênticas às a de uma estrutura
de campo, permitindo medir corrente, potencial e desgaste de cada
corpo de prova ou ânodo, o que se torna mais difícil em uma instalação
real.
 Ensaios de corrosão atmosférica: são ensaios que utilizam corpos de
prova revestidos ou não, os quais são instalados em painéis apropriados
com isoladores de porcelana, permitindo-se avaliar a corrosividade
atmosférica aos diversos materiais.
QUESTÕES SOBRE O TEMA
1) Quais são os tipos de ensaios de corrosão?
2) Qual a utilidade dos ensaios de laboratório?
3) Conceitue ensaios de campo.
4) Quais os principais ensaios de campo?
5) Explique o que é um cupom de teste?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NUNES, L.P., Fundamento de Resistência à Corrosão, Editora Interciência,
Rio de Janeiro, 2007.

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