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ASTM G73-10

Erosão por Impingimento Líquido utilizando aparato rotativo


1. Escopo
1. Este método engloba testes nos quais espécimes sólidos são erodidos ou
danificados por impactos discretos e repetitivos de gotículas líquidas ou jatos.

2. Por causa da natureza especializada destes testes e o desejo, em muitos casos, de


simular em certo grau o ambiente de serviço esperado, a especificação de um
aparato padrão não foi considerada praticável.

3. Este método de teste é um guia para configurar um teste e também especifica os


procedimentos de teste e análise e os requisitos de relatório que podem ser
seguidos mesmos com materiais vastamente diferentes, além das condições e
instalações de teste. Ele também provém uma escala padronizada para os
números de resistência à erosão, aplicável a metais e outros materiais
estruturais. Ele serve, de certa maneira, como um tutorial sobre erosão por
impingimento líquido.
4. Resumo do Método de Teste
1. Testes de impingimento líquido são normalmente conduzidos anexando os
espécimes a um disco ou braço rotativo, tal que em seu trajeto circular elas
repetidamente passem através e impactem sprays ou jatos líquidos (Seções 6 e 7).
2. Materiais padrões de referência (Seção 8) devem ser utilizados para calibrar o
aparato e devem ser inclusos em todos os programas de teste.
3. A análise de dados inicia pelo estabelecimento de uma curva erosão-tempo advinda
das medições de perda de massa (ou outra manifestação de danos) periódicas
durante os testes (Seção 9).
4. Estas curvas são então caracterizadas pelos seus atributos específicos como o tempo
de incubação nominal e a taxa de erosão máxima (Seção 10). Para avaliações
comparativas entre materiais, os resultados são normalizados em relação ao
material de referência incluso no programa de teste. Uma escala padrão de
resistência à erosão é providenciada para materiais volumosos e revestimentos
(10.4.3).
6. Aparatos
6. Aparatos
1. “Distributed impact tests” vs “Repetitive impact tests”
• Aparatos utilizando sprays ou simulando chuva caem na primeira categoria,
enquanto a maioria dos aparatos utilizando jatos caem na segunda.
• Testes de impacto repetitivo geralmente provém frequências específicas de
impacto e fatores de severidade muito mais altos, causando erosão mais
rapidamente na mesma velocidade de impacto. Entretanto, como o dano é
localizado em uma linha ou ponto no espécime, a topografia e progresso do
dano difere daquelas apresentadas em testes de Impacto Distribuído ou sob a
maioria das condições típicas de serviço.

2. Dispositivos de teste são construídos para velocidades periféricas de 50-1000 m/s.


• As velocidades mais altas incidem em dificuldades relativas a requisitos de
potência do motor, aquecimento e ruído aerodinâmico e balanceamento.
6. Aparatos
3. Parâmetros de gotas e jatos:
• Diâmetros de gotas ou jatos variam de 0.1 mm a 5 mm.
• O diâmetro típico de gotícula/jato, e o volume de líquido impactando o espécime por
unidade de tempo deve ser determinado com precisão de até 10%.

GOTÍCULAS
• Gotículas podem ser geradas por bicos spray, agulhas ocas vibratórias ou discos rotativos
com alimentação de água em sua superfície.
• Para gotículas, normalmente haverá uma distribuição de tamanhos, e na maioria dos casos
será necessário determinar esta distribuição através da análise de fotografias (algumas
técnicas, como as agulhas, provém um tamanho de gotas mais uniforme).

JATOS
• Para jatos, o diâmetro pode ser considerado igual ao diâmetro do bico (entretanto,
evidência fotográfica é desejável, pois jatos podem exibir instabilidade sob certas
condições).
7. Espécimes de Teste
1. Os espécimes podem apresentar uma superfície de impingimento curva (aerofólio
ou cilíndrica) ou plana, a depender do objetivo do teste.
• Um perfil curvo, entretanto, vai resultar em uma variação do componente
normal da velocidade de impacto, dos ângulos de impacto, das taxas de
impingimento ao longo da superfície exposta, e uma variação na extensão da
área danificada ao longo do teste.

2. Aparato de posicionamento:
• Devem ser construídos para facilitar a repetida remoção, limpeza e pesagem dos
espécimes.
• O aparato deve ser projetado para minimizar o esforço local no espécime devido
às forças centrífuga e de aperto (especialmente para materiais frágeis).
7. Espécimes de Teste
3. Para revestimentos ou “sheet materials”:
• Sheet materials: devem estar suportadas de maneira adequada pelo substrato.
• Revestimentos: devem ter a espessura utilizada em serviço, ou a espessura deve
ser considerada uma variável de teste.
• Reflexão de ondas entre a interface e o material base pode afetar os resultados.

4. Performance de revestimentos elastoméricos:


• Depende da técnica de aplicação e do substrato, portanto recomenda-se:
• Utilizar a técnica recomendada de preparação superficial, método de cura e
condicionamento pós-aplicação.
• Para os substratos:
1. Substrato idêntico em composição àquele onde o revestimento será utilizado.
2. Substrato padronizado (laminado fibra-epóxi, liga de alumínio, compósito
grafite-epóxi).
8. Materiais de Referência; Calibração do Aparato
1. Em qualquer teste cujo objetivo é a determinação das
propriedades de resistência à erosão de materiais de
teste, ao menos dois dos materiais de referência listados
em 8.3 devem ser inclusos no programa de teste.
2. Isto serve para:
• Prover uma referência para calcular os valores de
resistência relativos ou normalizados dos materiais
de teste.
• Para calcular os “fatores de severidade” da
instalação (neste caso, materiais de referência
metálicos são sempre utilizados).
3. A escolha dos materiais de referência deve ser realizada
com base na resistência à erosão esperada dos materiais
a serem avaliados. Quanto maior a diferença entre o
material de teste e o material de referência, pior é a
consistência dos resultados normalizados entre
diferentes laboratórios.
9. Procedimentos de Teste
1. A menos que especificado de outra maneira, cada variação do teste deve possuir
ao menos 3 réplicas.
2. Em casos onde o tempo para remoção, limpeza, secagem, pesagem e outras
avaliações de danos das amostras é muito maior que o tempo de teste em si um
procedimento alternativo aceitável é testar uma série de espécimes idênticos,
cada um por um certo período de exposição ininterrupta para obter um único
registro sintetizado do teste.
9.2. Procedimento de Teste para Revestimentos e Materiais a Granel

1. Aplica-se a materiais e sistemas onde a perda de material e consequente mudança


de forma e tamanho seja a preocupação primária.
• Isto inclui metais, plásticos e compósitos estruturais, metais com revestimentos
metálicos ou cerâmicos, entre outros.

2. O resultado primário é a curva de erosão acumulada VS tempo.


• Ela é obtida pela interrupção do teste e análise de massa e volume da amostra.
• Todas as outras caracterizações relativas às taxas de erosão e propriedades de
resistência à erosão são derivadas analiticamente destas curvas.
• Adicionalmente, observações fotográficas, topográficas e metalográficas da
superfície erodida, assim como medições de dureza, entre outras, podem ser
realizadas.
9.2. Procedimento de Teste para Revestimentos e Materiais a Granel

1. Prepare a amostra conforme a Seção 7.


2. Conduza um teste de dureza, preferencialmente em um local próximo, mas não
exatamente na superfície a ser exposta à erosão.
3. Limpe e seque o espécime cuidadosamente, e determine sua massa em uma
balança com precisão e acurácia de 1 mg ou menos.
4. Instale o espécime no aparato de teste.
5. Primeiro, estabilize o aparato na velocidade de operação, então defina qualquer
outra condição ambiental, e então acione o fluxo de água e registre o tempo.
6. Após um intervalo de tempo pré-determinado, pare o fluxo de água, registre o
tempo e pare o aparato.
7. Remova o espécime cuidadosamente, limpe e seque-o, e determine sua nova massa
em uma balança, como realizado anteriormente.
8. Calcule o tempo de exposição acumulado, a perda de massa acumulada, divida pela
densidade do material para obter a perda volumétrica acumulada, tabule os valores
e plote o gráfico da perda total do volume VS tempo de exposição.
9.2. Procedimento de Teste para Revestimentos e Materiais a Granel
9. Repita os passos 4 a 8 até que o período de incubação e a taxa máxima de erosão estejam
claramente definidas e a taxa de erosão comece a reduzir. Recomenda-se que o teste continue até
que uma linha reta possa ser traçada através da origem seja tangente à curva erosão-tempo.
9.2. Procedimento de Teste para Revestimentos e Materiais a Granel
• Período de incubação: o estágio inicial da erosão, onde a taxa é nula ou insignificante comparado a
outras etapas.
• Taxa máxima de erosão: taxa máxima, seguida da redução da taxa de erosão.
9.2. Procedimento de Teste para Revestimentos e Materiais a Granel
• Opcionalmente, o teste pode ser prolongado por um período mais longo para investigar o
comportamento de erosão a longo prazo e determinar se a taxa terminal de erosão é estabelecida.
9.2. Procedimento de Teste para Revestimentos e Materiais a Granel
• Os intervalos de tempo entre determinações de massa sucessivas devem ser curtos o bastante para
que o padrão taxa de erosão-tempo possa ser discernido, e o período de incubação nominal e a taxa
de erosão máxima sejam graficamente estabelecidas com uma acurácia de 10%. Tentativa e erro
pode ser necessária.

• Para metais, a seguinte equação pode ser utilizada como um guia inicial (ela corresponde a 1/3 do
tempo de incubação estimado):
10. Cálculo da Resistência à Erosão
• Atualmente não é possível definir parâmetros de resistência à erosão “absolutos”.
• A maioria das investigações utiliza avaliações comparativas entre materiais.
• O propósito desta seção é especificar métodos padronizados para calcular e apresentar medidas
relativas ou normalizadas de resistência à erosão para as diferentes classes de materiais
consideradas.
10.2. Avaliação baseada em Tempo para Falha
• Em algumas investigações pode ser possível testar cada espécime até uma condição que corresponde
ao fim da vida útil da aplicação de campo. Os critérios para estas condições podem ser:
• Profundidade média de erosão
• Penetração máxima
• Qualquer penetração do revestimento
• Valor limite do coeficiente de transmissão
• As condições de teste (velocidades de impacto e tamanho das gotas) devem ser as mais próximas
possíveis das condições de serviço.
10.3. Avaliação quantitativa dos resultados de
perda de material
• Esta seção descreve as etapas mínimas para
representar resultados pela perda de material,
com o propósito de comparar ou elencar a
performance de diferentes materiais.
• Para cada material de teste, incluindo os
materiais de referência, plote o gráfico da erosão
volumétrica acumulada VS tempo, apresentando
os pontos de dados originais.
• Curva A: representa o padrão de erosão mais
comum e “bem comportado”.
• Curva B: sem período de incubação – tempo
excessivo entre pontos de teste ou a velocidade
de impacto é tão alta que cada impacto remove
material e não existe período de incubação.
• Curvas C/D: material quebradiço com péssimo
comportamento em erosão, ou um problema com
o aparato.
10.3.4. Representação pelo Período Nominal de
Incubação e Taxa Máxima de Erosão
• Em outrosa casos,
Aplica-se resultados
os pontos
similares
podemà Curva
sugerir
A. Resultados
uma curva
similares
em S, talàque
Curva
o declive
B podem máximo
ser inclusos
seja exibido
(apenas apenas
TME).
• Paraum
em cada
ponto
espécime,
(Fig B). plote uma linha reta que melhor
• represente
Neste últimoo estágio
caso odedeclive
taxa máxima
máximodo pode
teste (Fig.
não A).
ser
uma boa representação dos resultados, e o
procedimento recomendado é: plotar uma linha
através do ponto de maior declive, tal que o desvio
máximo entre a linha e a curva não exceda 1/10 da
ordenada do ponto de interceptação superior entre a
curva e a linha.
• Os resultados são então descritos por 2 parâmetros:
(1) a taxa de erosão volumétrica máxima (Qe), dada
pela derivada da linha reta definida acima, e (2) o
período de incubação nominal (t0), dado pela
interceptação desta linha com o eixo horizontal.
Avaliação de Erosão ASTM G73-10 (Polytech)
10.4 Normalização dos Resultados de Teste
• Métodos para normalização dos resultados entre dois materiais diferentes

11. Expressando os Resultados do Teste em Termos


Racionalizados e Determinando os Fatores de
severidade dos Aparatos
• Fator de Severidade do Aparato: para um certo material e velocidade de impacto específicos, mesmo os
resultados “racionalizados” podem variar bastante entre laboratórios.
• Porém, estas diferenças (expressas como razões) são relativamente consistentes e, portanto,
presumidamente refletem as variáveis não contabilizadas do sistema.
12. Relatório
• A quantidade de informação a ser reportada depende dos objetivos do teste.
• Os requisitos mínimos para um relatório de avaliação de material estão indicados na norma com
um asterisco.

13. Precisão e Viés


• São fornecidos alguns dados estatísticos relacionados à precisão do teste (Repetibilidade,
Reprodutibilidade) e viés.

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