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APOSTILA IV

Mackenzie Pós-Graduação em Engª Civil, 2014 Fernando Monteiro


ÍNDICE DO MODULO:

“ PATOLOGIA, MANUTENÇÃO E RECUPERAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES CIVIS ”

II. PATOLOGIAS DO CONCRETO ARMADO (continuação …)

 MÉTODOS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS, PARA AUXILIO NO DIAGNÓSTICO DE


ANOMALIAS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO;

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Durante a inspeção, através da observação visual das anomalias, deverão ser
caracterizados os mecanismos físicos e químicos que estão na sua origem e estabelecidas
relações causa-efeito.
Para além do conhecimento aprofundado dos materiais, do seu comportamento e das técnicas
de construção, devem ser seguidas metodologias rigorosas de observação, registo, análise dos
defeitos, com a eventual realização de ensaios, preferencialmente, não-destrutivos ou semi-
destrutivos.

Neste capítulo, as técnicas de ensaios são divididas em 2 tipos:

• ensaios estruturais (têm como objetivo determinar as características estruturais dos materiais
utilizados e analisar o comportamento da estrutura);

• ensaios de durabilidade (determinam as características dos materiais e estrutura que possam


vir a provocar anomalias a longo prazo).

Para cada tipo, existem ensaios in-situ e ensaios de laboratório.

É de referir a importância da realização destes dois tipos de ensaios em paralelo pois muitas
vezes os resultados obtidos são diferentes (normalmente devido à betonagem e ao processo de
cura), podendo ser complementares.

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ENSAIOS ESTRUTURAIS
EM LABORATÓRIO

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Obtém-se através do ensaio de rotura por compressão de amostras
(cilíndricas ou cúbicas), geralmente com 28 dias.

Obtém-se através do ensaio de rotura por compressão diametral


(o chamado ensaio brasileiro) que pode ser realizado de acordo com
as normas de ensaio (EN 12390-6).

Através do ensaio de amostras de acordo com as especificações técnicas,


sujeitando-as a compressão elástica e medindo simultaneamente
as deformações e as tensões axiais.

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As tensões de fluência são medidas em amostras prismáticas testadas num
ambiente de temperatura e humidade controladas.
Estas amostras são sujeitas a tensões de compressão constantes durante
vários meses.

As tensões de retração são medidas em amostras prismáticas testadas


num ambiente de deformação livre e com parâmetros de humidade
e temperatura controlados.
Os níveis de deformação (diminuição do comprimento) atingidos
definem o efeito de retração para determinada idade da estrutura.

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ENSAIOS ESTRUTURAIS
EM LABORATÓRIO

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A utilização de carotes para testar o comportamento do betão à compressão é um dos procedimentos
mais frequente e fiável.
As carotes devem ter uma proporção de 2 para 1 (comprimento e diâmetro respetivamente) e um
comprimento mínimo de 10 cm.
As partes superior e inferior são retificadas e, de seguida, as carotes são testadas à compressão
para obter a tensão de compressão de cada uma.

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O esclerómetro determina a dureza superficial do concreto.
Esta técnica não-destrutiva baseia-se na relação entre a dureza da superfície do concreto e a sua tensão
de rotura por compressão.
Devido à falta de precisão da técnica, os melhores resultados são obtidos testando a mesma área com o
esclerómetro e com o ensaio sobre as carotes. Depois de calibrar o esclerómetro, é possível então
utilizar apenas este aparelho para verificar variações no betão em outros pontos da estrutura.

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O ensaio de pull-off é utilizado para obter a resistência à tração
do betão in-situ por arrancamento ou para verificar a aderência de
betão novo (ou outro material) colocado sobre betão antigo.
Consiste em fazer uma carote que não é retirada. Aplica-se depois tração até à rotura, através de
uma patilha metálica colada, registando a tensão à qual a carote parte e o local por onde parte.

A determinação do módulo de elasticidade do CONCRETO


in-situ é feita do mesmo modo que em laboratório mas
utilizando carotes obtidas em obra.

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O ensaio de ultra-sons permite verificar o estado da estrutura,
analisando a homogeneidade do material (uniformidade do betão)
e a existência de fendas ou vazios (anomalias internas).
O ensaio consiste basicamente em medir o tempo de propagação do som
desde um transmissor até a um receptor colocados dos dois lados de uma
amostra.
A velocidade do som é maior em sólidos do que no ar e aumenta também com a compactação do
concreto.

Podem efetuar-se ensaios de carga para


analisar a frequência própria da estrutura
(ensaios dinâmicos) e as deformações da
estrutura (ensaios estáticos).
Destinam-se a verificar se a estrutura se encontra
em condições de suportar, com a segurança necessária,
as ações previstas de acordo com a utilização que se
pretende dar à estrutura.
Estes ensaios consistem em analisar o comportamento da estrutura a uma solicitação.

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Esta análise (realizada para o betão armado) consiste
em expor as armaduras ao ar em determinado ponto
da estrutura para que seja possível a colocação de um
extensómetro nas armaduras.
Em seguida, corta-se um dos varões da armadura e verifica-se a variação na leitura do extensómetro.

O pacómetro permite localizar a armadura no interior do


concreto armado, determinar a espessura do betão de
recobrimento e o diâmetro dos varões de aço.
O pacómetro permite localizar a
armadura no interior do concreto
armado, determinar a espessura
do concreto de recobrimento e o
diâmetro dos varões de aço.

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ENSAIOS DURABILIDADE
EM LABORATÓRIO

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A absorção de água do betão está relacionada
com a penetração da água no betão através da
superfície e pode ser obtida segundo dois
ensaios diferentes: ensaio de absorção por capilaridade ou ensaio de imersão.

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As características de permeabilidade à água são obtidas considerando uma amostra sujeita a pressão de
água numa face e medindo o volume de água que atravessa a amostra.

Estes ensaios são muitas vezes usados em substituição dos ensaios de permeabilidade à água pois
permitem uma determinação mais rápida da permeabilidade do betão.
O procedimento é muito semelhante ao da permeabilidade à água, só que com a utilização de oxigénio em
vez de água.

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Embora sejam mais rápidos do que os ensaios de difusão, os ensaios de migração são mais eficientes para
verificar a qualidade do betão do que para quantificar o coeficiente de difusão.

Ensaios de difusão:
 célula difusora: uma amostra de betão é colocada
entre duas câmaras, uma saturada com cloretos e a
outra sem cloretos.
Passado algum tempo, e medindo a concentração de
Cloretos nas duas câmaras, é possível determinar o
coeficiente de difusão.
 método de imersão: coloca-se uma amostra de
concreto em água saturada com cloretos. Passado algum tempo, mede-se a percentagem de cloretos diferentes
profundidades da amostra, com o que é possível determinar o coeficiente de difusão na amostra.

Ensaios de migração:
 O processo de difusão dos cloretos é acelerado aplicando
um potencial elétrico entre as duas câmaras da célula difusora.
Entre os ensaios de migração, o mais utilizado é o AASHTO T277 1983,
em que é aplicado um potencial de 60 volt entre as duas câmaras
e passadas 6 horas, mede-se a intensidade da corrente em Coulomb.

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O coeficiente de difusão ao gás, à semelhança do coeficiente de permeabilidade ao gás, é normalmente
determinado com oxigénio.
Consiste na medição dos valores de oxigénio que atravessam a amostra em ambientes controlados.

Este é o ensaio mais frequente para estimar


a resistência do concreto à carbonatação.

Demora cerca de duas semanas para testar um fenómeno que naturalmente


dura anos, pelo que é considerado rápido.
As amostras são colocadas numa câmara controlada com humidade relativa
de cerca de 60%, temperatura de cerca de 23 ºC e percentagem de CO2 de
cerca de 5%.
A profundidade de carbonatação é depois medida periodicamente e o
coeficiente de carbonatação é obtido segundo a lei de difusão:
Kt = x / t0,5

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ENSAIOS DURABILIDADE
EM LABORATÓRIO

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 com a carbonatação do betão, o meio básico passa a ácido;
a profundidade da frente de carbonatação in-situ obtém-se
fazendo um furo na superfície do betão junto a uma armadura;
 depois de remover cuidadosamente o pó resultante do furo,
aplica-se um spray de fenolftaleína calibrado para pH = 9.5
(adquire cor lilás sendo incolor na zona carbonatada);
 o aparecimento da cor lilás indica aproximadamente a profundidade da frente de carbonatação.

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A determinação da penetração de cloretos in-situ obtém-se fazendo um furo na superfície do concreto
e recolhendo o pó de concreto a diferentes profundidades (cada 5 mm);

A percentagem de cloretos é então medida para cada nível


em termos de total de cloretos (ataque ácido) e cloretos livres
(extracção de água), para que se obtenha o perfil dos cloretos
variando com a profundidade.

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Este ensaio é efetuado principalmente para verificar se entre uma armadura e a superfície do concreto, existe
humidade suficiente para provocar corrosão.
Esta técnica utiliza um elétrodo de referência que está ligado a um cabo da armadura.
A análise do potencial entre a armadura e o elétrodo permite definir um mapa de corrosão potencial.
As medidas de potencial informam sobre a probabilidade de corrosão do aço.
O método adotado é o prescrito na ASTM C 876
A tabela abaixo dá uma referência sobre os valores potenciais e os riscos de corrosão do aço.

(*) Tabela retirada do livro técnico de “Patologia das Construções” de Engº José Eduardo Granato

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A circulação de iões no betão pode ser analisada através da sua Resistividade Elétrica.
Daqui se retira informação sobre a qualidade do concreto, nomeadamente no que se relaciona com a difusão de
cloretos.
Esta técnica consiste na colocação de quatro elétrodos em linha na superfície do concreto.
Uma corrente elétrica passa entre as duas extremidades e o potencial associado é medido nos elétrodos do meio
A resistividade elétrica é uma propriedade de cada material e corresponde ao oposto da condutividade.
Sua medida é em ohm-cm ou ohm-m.
Dependem em grande parte do grau de saturação dos poros do
concreto e em menor parte do grau de hidratação da pasta de
cimento e da presença de sais dissolvidos.
É também função de variáveis como: tipo de cimento, adições
orgânicas, a relaçâo água/cimento, a porosidade da estrutura, etc.

Não existe acordo entre os especialistas sobre o limite de resistividade


elétrica na relaçâo do potencial de corrosâo da armadura.
No entanto é aceito como critério geral a tabela abaixo:

(*) Tabela retirada do livro técnico de “Patologia das Construções” de Engº José Eduardo Granato

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Para teores de humidade inferiores a 50%, raramente ocorre corrosão;
A humidade no concreto pode ser medida a partir de amostras retiradas da estrutura e colocadas em contentores
isolados para que o teor de humidade seja depois medido em laboratório (de acordo com o procedimento já
descrito).
Em alternativa, podem também utilizar-se sensores químicos ou elétricos para medir a humidade do concreto
imediatamente in-situ.

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Recobrimentos com espessuras inadequadas facilitam a ação dos
fenómenos de degradação ao longo do tempo.
O pacómetro permite determinar a espessura do betão de recobrimento.

Os recobrimentos mínimos, para armaduras ordinárias em elementos


não laminares e com betão de classe inferior a C25/30, são:
• em ambientes pouco agressivos - 3.0 cm;
• em ambientes moderadamente agressivos - 3.0 cm;
• em ambientes muito agressivos - 4.0 cm.

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Conclusões do capítulo

. A realização de ensaios permite complementar a caracterização das anomalias e a avaliação das suas
causas.

. O tipo de diagnóstico a efetuar e os meios e recursos disponíveis justificam os ensaios a realizar.

. Os ensaios a realizar deverão ser, preferencialmente, não-destrutivos ou semi-destrutivos.

. As técnicas de ensaios dividiram-se em:


 ensaios estruturais (características estruturais dos materiais utilizados e análise do
comportamento da estrutura) e
 ensaios de durabilidade (características dos materiais e estrutura que possam vir a provocar
anomalias a longo prazo),

realizados in-situ e/ou laboratório.

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APONTAMENTOS COMPLEMENTARES
SOBRE ENSAIOS
IN-SITU
E EM
LABORATÓRIO

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Inspeção estrutural
Os trabalhos de inspeção estrutural têm por objetivo avaliar o estado de conservação e a constituição das estruturas em causa, permitindo
uma caracterização estrutural / construtiva e a verificação das condições de segurança e de durabilidade das construções.

Técnica e resultados de ensaios


A durabilidade de uma estrutura tem essencialmente que ver com o meio em que se insere e com o betão de recobrimento, já que os
agentes agressivos penetram a partir da superfície do betão. Daí que a maior parte dos ensaios que se relacionam com o estado de
conservação das estruturas sejam realizados a partir das superfícies expostas de betão.

No que se refere à caracterização mecânica, interessa avaliar a totalidade da estrutura,


devendo ser realizados ensaios no interior e na superfície dos elementos estruturais.

Ensaios mecânicos
a) Ensaios de compressão uniaxial
A recolha de carotes deverá ser efetuada de forma a interferir o mínimo com as armaduras existentes. Para tal, proceder-se-á à
deteção da armadura existente recorrendo a um aparelho de indução magnética (FerroScanner). Os ensaios de compressão serão realizados
de acordo com a especificação LNEC E 226-1968. A resistência real do betão, equivalente à que se obteria em provetes cilíndricos, será
obtida por correlação com a resistência das carotes, em função da sua dimensão e do facto de estas terem sido retiradas na horizontal ou
na vertical.
A resistência atual e a resistência potencial do betão poderão ser determinadas de acordo com o estipulado no documento «CSTR n.º 11 –
Concrete Society Technical Report n.º 11», intitulado «Concrete Core Testing for Strength». A estimativa do valor característico da
tensão de rotura à compressão do betão é efetuada de acordo com a Norma NP EN 206-1:2007, através do cálculo da resistência potencial.

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b) Determinação do posicionamento das armaduras e dos recobrimentos
Os ensaios são efetuados através de processo de indução magnética, com aparelho
especialmente concebido para detetar armaduras. Estes ensaios permitem determinar
espaçamentos e recobrimentos das armaduras da zona em estudo.

c) Ensaios esclerométricos
Estes ensaios têm por objetivo determinar a dureza de uma superfície de betão, com a finalidade de estabelecer correlações com a
resistência do mesmo e sondar eventuais áreas de qualidade diferente. O ensaio deverá ser executado através de um martelo repercutor
e baseado na norma Britânica BS 1881: Part 202: 1986 do British Standard Institution .
Durante cada ensaio é projetada uma peça metálica contra uma superfície de betão através de uma mola, sendo medido o seu ressalto na
escala do martelo. Cada impacto corresponde a uma leitura. Os ensaios deverão ser realizados sobre uma superfície lisa, sem particular
concentração de inertes e com o esclerómetro posicionado perpendicularmente à superfície a ensaiar.
Para análise de cada zona serão feitas doze leituras definidas pela intersecção de linhas ortogonais cujo afastamento oscile entre 20 e 50
mm. Estas linhas formam uma grelha regular. A média destas doze leituras corresponde ao resultado do ensaio.
Os ensaios são efetuados de acordo com as normas ASTMC 805-79; ISO/DIS 8045 e BS 4408.

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Ensaios químicos e electroquímicos:
a) Determinação da profundidade de carbonatação
A medição da profundidade de carbonatação permite avaliar o risco de corrosão das armaduras ordinárias por despassivação devida ao
abaixamento do pH do betão, associado à evolução da frente de carbonatação, a partir da superfície dos elementos em contacto com o ar.
A carbonatação é o fenómeno subjacente à redução da alcalinidade do betão, devida à difusão de dióxido de carbono, através dos poros do
betão. Em presença da humidade, o dióxido de carbono reage com os alcalis neutralizando-os, provocando um abaixamento do pH.
Para a determinação da profundidade de carbonatação, aplica-se uma solução alcoólica de fenolftaleína (1 9 de fenoftaleína + 49 9 de
álcool + 50 9 de água) sobre uma superfície recém-exposta, logo após a execução do furo, ou uma solução timolftaleína (1 g de
timolftaleína + 99 9 de água).
A fenolftaleína é um indicador ácido-base com intervalo de viragem entre pH de 8.2 a 9.8, variando a sua tonalidade de incolor (ácido) a
violeta (base).
A zona carbonatada apresentar-se-á incolor e a não carbonatada apresentará uma coloração violeta, sendo a profundidade de carbonatação
medida na transição de uma zona para a outra, com uma régua graduada em mm.

A solução de timoftaleína tem tonalidade azul escuro


(roxo) em contato com os álcalis do concreto e vai
tornando-se azul claro na faixa de pH entre 10 e 9,2 ,
ficando transparente a partir deste pH.

(*) Tabela retirada do livro técnico de “Patologia das Construções” de Engº José Eduardo Granato

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b) Determinação do teor de cloretos
Os resultados obtidos neste ensaio permitem avaliar o risco de corrosão das armaduras, originado quer pela penetração de cloretos do
meio exterior, quer pela eventual contaminação inicial do betão por este agente agressivo. A determinação do teor de cloretos é realizada
a partir de amostras extraídas do elemento estrutural interessado, a vários níveis de profundidade. Estes valores permitem a
elaboração de perfis de concentração, a partir dos quais é possível avaliar os riscos envolvidos para as armaduras.

De acordo com a Norma NP EN 206-1:2007 – DNA 5.2.7 – «Teor de Cloretos»,


as classes de teor de cloretos do betão aplicáveis em Portugal são definidas no
quadro que se segue, em função da classe de exposição ambiental

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c) Potenciais eléctricos
Como indicador da probabilidade de ocorrência de corrosão, procede-se à medição do potencial elétrico em diversos pontos de malhas
pré-definidas. Para tal, utiliza-se um aparelho com um elétrodo de sulfato de cobre, segundo a norma ASTM C876-86. A
interpretação dos resultados é feita de acordo com as seguintes considerações:

d) Resistividade elétrica do betão


A determinação da resistividade do betão permite estimar o índice de
corrosão possível para as armaduras. Depende essencialmente da maior ou menor comunicação entre os poros do betão e da sua
humidade relativa. A velocidade de corrosão depende da resistividade do betão e do acesso de oxigénio às armaduras.
O ensaio é realizado em laboratório a partir de amostras extraídas e consiste em medir a resistência à passagem de corrente elétrica
através do provete.
Os provetes ensaiados em laboratório são saturados, determinando-se desta forma a resistividade mínima, correspondente ao máximo índice
de corrosão possível para o betão em causa.
A resistividade efectiva do betão, in situ, dependerá do valor da humidade relativa do betão, que varia de zona para zona, e com a variação
da humidade e temperatura ambiente, e será sempre superior ao valor determinado em laboratório.
A interpretação dos resultados pode ser feita de acordo com as seguintes considerações:

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e) Exames micrográficos
Permitem analisar, através do microscópio eletrónico de varrimento, a microestrutura do betão e determinar a sua composição
elementar, analisando o espectro obtido por difração de energia.

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BIBLIOGRAFIAS UTILIZADAS:
PUBLICAÇÕES:
 Coutinho, Joana Sousa. Durabilidade. FEUP, 2001.
 Manual “ Patologia, recuperação e reforço de Estruturas de Concreto” de Thomaz
Ripper e Vicente Sousa, Editora PINI, 1998
 Ripper, Thomaz. Curso de durabilidade, reparação e reforço de estruturas de concreto -
IST, 1997
 Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 416. 2002a.
 Apostilha da disciplina “ Conservação e reabilitação de Estruturas de Concreto “ –
Faculdade Engenharia Univ. Porto - FEUP
 Slides, da disciplina “ Patologia do Concreto Armado - Curso Mestrado de Bolonha -
IST, Lisboa “
 Slides, da disciplina “ Construção e Reabilitação das Construções - Curso Mestrado de
Bolonha - Universidade do Minho “
 Slides, da disciplina “ Conservação e Reabilitação da Construção – Curso Mestrado de
Bolonha – Esc. Sup. Tecnologia Beja “
 Eva Antunes, curso de Mestrado, IST, 2010
 MaurÍcio Santos, curso de especialização - Latus Sensu, UFMG, 2012
 Flávia Poggiali, curso de especialização – Latus Sensu, UFMG, 2009
 Rita Catarino, Curso de Mestrado, FEUP, 2010
 VÍtor Coias, IST, autor de diversos livros sobre o Tema “PATOLOGIA E REABILITAÇÃO “
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