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ENSAIOS DE ABSORÇÃO E PERMEABILIDADE EM AGREGADOS

ABSORPTION AND PERMEABILITY TESTS OF AGGREGATES

CASTRO-GOMES, J.P. *
PEREIRA-OLIVEIRA, L.A. **
GONILHO-PEREIRA, C.N. ***
PACHECO-TORGAL, F. ****

RESUMO

Neste trabalho apresentam-se os métodos adoptados nos Laboratórios de Construção do


Departamento de Engenharia Civil da Universidade da Beira Interior, para determinar a
absorção de água e a permeabilidade ao oxigénio e à água de agregados para a produção de
betão. Juntamente com as descrições das metodologias, apresentam-se alguns exemplos de
valores de absorção de água e de permeabilidade ao oxigénio, obtidos em diferentes tipos de
rocha utilizados na produção de betão. Conclui-se pela adequação e sensibilidade dos ensaios,
na diferenciação de aspectos da estrutura interna dos agregados para produção de betão que
interessam aos problemas de transporte de agentes agressivos no interior deste.

ABSTRACT

This article presents water absorption method and oxygen and water permeability methods used
to study concrete aggregates, adopted in the Construction Laboratories of Civil Engineering
Department, of University of Beira Interior. Some examples of water absorption and oxygen
permeability results obtained for concrete aggregates are also presented. Finally, is shown the
interest of the results obtained and it is concluded about the method suitability to differentiate
aggregates internal structure aspects that interest to the problems of aggressive agents' transport
in concrete.

(*) Universidade da Beira Interior, Covilhã, castro.gomes@ubi.pt


(**) Universidade da Beira Interior, Covilhã, luiz.oliveira@ubi.pt
(***) Universidade da Beira Interior, Covilhã, cristiana.pereira@ubi.pt
(****) Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, fernandotorgal@est.ipcb.pt
1. INTRODUÇÃO

A necessidade de garantir a qualidade das construções, a verificação do envelhecimento das


construções mais antigas e a degradação prematura em muitas construções recentes justificam,
pelos elevados custos que representam, uma atenção especial aos estudos sobre durabilidade
dos materiais e das estruturas.

Grande parte desses estudos tem-se ocupado em caracterizar os mecanismos de agressão e a


maior ou menor capacidade dos materiais de construção serem agredidos pelos agentes
externos. Essa capacidade depende da estrutura física dos materiais, isto é da sua porosidade
que possibilita maior ou menor penetração dos agentes agressivos. Sendo assim, a
permeabilidade dos materiais e dos compósitos constituídos aparece como uma propriedade
fundamental e interessante de ser conhecida para se poder estimar a durabilidade de uma
estrutura.

Portanto, torna-se de grande importância para a indústria da construção a normalização de


ensaios experimentais necessários para medir as propriedades de transporte de agentes
agressivos em rochas utilizadas para a produção de agregados para betão, sem os quais será
difícil desenvolver critérios e modelos objectivos para a previsão da vida útil de uma
construção.

Este trabalho pretende contribuir para o desenvolvimento dos critérios de previsão,


apresentando a metodologia de ensaio de absorção de água e de permeabilidade ao oxigénio e à
água, de agregados para a utilização em betão, adoptada nos Laboratórios de Construção do
Departamento de Engenharia Civil da UBI.

2. PERMEABILIDADE DE ROCHAS

A permeabilidade caracteriza a aptidão de uma rocha deixar os fluídos circularem no interior do


seu espaço ou meio poroso. À escala microscópica, a lei que descreve o escoamento de um
fluido num meio poroso é a lei de Darcy, a qual exprime a proporcionalidade entre um fluxo
hidráulico e a força motriz responsável por esse fluxo, como se discute mais adiante.

As rochas apresentam uma grande variedade de valores de permeabilidade: mais de 14 ordens


de grandezas separam as rochas mais permeáveis das menos permeáveis. Para esclarecer essas
grandezas, uma permeabilidade igual a 1 Darcy (0,987 x 1012 m2) é considerada elevada e
corresponde à permeabilidade de um bom aquífero; no domínio petrolífero, a permeabilidade
das rochas reservatórios é superior à uma centena de milidarcy. Em oposição, para o deposito
em grandes profundidades de detritos radioactivos, por exemplo, procura-se permeabilidades
bem inferiores aos microdarcy [1]. Das rochas que se destinam à construção civil, o
conhecimento das grandezas de permeabilidade também é vital para a longevidade das
edificações. Esta questão tem sido objecto de estudos recentes no domínio da durabilidade dos
compósitos e das estruturas que se compõem de rochas ou de seus fragmentos.

Em geral, a variação da permeabilidade das rochas pode, em grande parte, ser assumida pela
maneira como as propriedades geométricas das redes de poros ou de fissuras são modificadas
em resposta à aplicação de tensões ou de temperaturas elevadas.
Segundo a ordem de grandeza da permeabilidade a ser medida, diferentes técnicas podem ser
utilizadas em laboratório. Para permeabilidades elevadas, as técnicas preferidas são aquelas
baseadas no estabelecimento de um escoamento através de um volume representativo de rocha,
ou sejam métodos à carga constante ou à carga variável. Nestes casos a permeabilidade é
deduzida pela aplicação directa da lei de Darcy. Para as permeabilidades mais fracas, um
método transitório é correntemente utilizado e consiste em estimar a permeabilidade a partir de
um incremento de pressão numa amostra de rocha, num sistema fechado [1].

3. METODOLOGIA DE ENSAIOS DE ABSORÇÃO E PERMEABILIDADE

A metodologia apresentada nesse trabalho, para determinar a absorção de água e a


permeabilidade ao oxigénio e à água de agregados para a produção de betão, foi adoptada com
base naquela que é seguida também para os casos do betão e argamassas.

3.1 Preparação dos corpos de prova

Para os ensaios de permeabilidade ao oxigénio e à água preparam-se corpos de prova cilíndricos


com 5cm de diâmetro e cerca de 4cm de altura, conforme apresentado na figura 1. A forma e
dimensão dos corpos de prova estão determinadas pelas dimensões das células dos
permeâmetros que são utilizados nestes ensaios. No entanto, estes permeâmetros permitem
também ensaiar corpos de prova como dimensões diferentes, de 2,5 e de 10cm de diâmetro, o
que se utiliza, respectivamente, em ensaios de permeabilidade de argamassas e de betões.

Figura 1 – Forma e dimensão dos corpos de prova de rocha adequada para os ensaios de
absorção e permeabilidade

A forma e dimensão dos corpos de prova é adequada, quer para os ensaios de permeabilidade ao
oxigénio e à água quer para os ensaios de absorção de água por imersão, o que facilita a
preparação inicial de corpos de prova. Com estas dimensões, os corpos de prova podem ser
usado em todos estes ensaios, o que é uma vantagem. No entanto, cada corpo de prova deve ser
submetido apenas a ensaios de absorção ou de permeabilidade. Garante-se assim que os
resultados obtidos nos ensaios de permeabilidade não são influenciados por eventuais alterações
da estrutura do corpo de prova quando submetido a vácuo durante os ensaios de absorção. Tanto
mais, que na metodologia adoptada quer para a realização dos ensaios de absorção quer para os
de permeabilidade ao oxigénio os corpos de prova são primeiro secos em estufa a 110ºC,
durante 24 horas. Este período de secagem, à temperatura referida, poderá também em alguns
casos alterar a micro estrutura do corpo de prova, o que reforça muito a razão pela qual não se
deve realizar os ensaios de absorção e de permeabilidade no mesmo corpo de prova.

3.2 Determinação da absorção de água por imersão com vácuo

O método de determinação da absorção de água por imersão com vácuo (também designada por
alguns autores como “porosidade aberta”) baseia-se no princípio da saturação por vácuo, cujo
equipamento se apresenta esquematicamente, e sua respectiva fotografia, na figura 2.

O ensaio para determinar a absorção por imersão com vácuo compreende duas etapas, a
primeira consiste em submeter os corpos de prova ao vácuo (de cerca de 0.7 mbar) durante 3
horas sendo, após este período e numa segunda etapa, saturadas em água destilada e submetidas
novamente a vácuo durante um novo período de 3 horas. De acordo com a representação
esquemática apresentada na figura 2, os corpos de prova são colocados no excicador com as
válvulas 1 e 2 fechadas. Seguidamente abre-se a válvula 3 e liga-se a bomba de vácuo,
estabelecendo-se, assim, o vácuo durante 3 horas. Ao fim deste tempo a válvula 3 é fechada e
abre-se a válvula 1, a fim de deixar entrar água destilada no excicador de modo a deixar os
corpos de prova submersos. Após isto, a válvula 1 é fechada de novo e a válvula 3 é aberta,
restabelecendo-se o vácuo por mais 3 horas, findo o qual a válvula 3 é fechada e a bomba de
vácuo desligada. Nesta fase a válvula 2 está aberta deixando entrar ar no excicador até ser
restabelecida a pressão atmosférica, provocando, desta forma, uma pressão adicional que força
ainda mais a entrada da água nos poros das amostras.

Figura 2 – Esquema e fotografia do equipamento de absorção de água por imersão com vácuo

A absorção obtém-se da equação


Wsat - Wdry
A(%) = ⋅ 100 (i)
Wsat - Wwat

sendo, A – absorção por imersão com vácuo, em percentagem; Wsat – massa da amostra
saturada; Wdry – massa da amostra seca e Wwat – massa da amostra saturada imersa em água.
3.3 Determinação da permeabilidade ao oxigénio

Para a determinação da permeabilidade ao oxigénio utiliza-se o permeâmetro que se apresenta


na figura 3. O permeâmetro utilizado foi desenvolvido na Universidade de Leeds (UK.) e tem
sido largamente utilizado para determinar a permeabilidade de betões e argamassas, quer à
água, quer ao oxigénio [2,3]. Este permeâmetro permite submeter os corpos de prova com as
dimensões referidas, a uma determinada pressão garantindo que o fluxo do fluído que atravessa
a amostra é uniaxial. Após um determinado período de tempo decorrido no ensaio o fluxo pode
ser considerado laminar. Deste modo, os resultados obtidos com este equipamento podem ser
explicados com base na lei de Darcy. No entanto, a lei da variação da pressão no interior de um
corpo de prova de rocha ou de betão, quando atravessado por um fluído não compressível
(como por exemplo a água) é praticamente desconhecida [4,5].

A lei de Darcy (válida para um meio terroso em que há continuidade da fase fluída) permite-
nos, com alguma aproximação e desde que se estudem amostras com espessura delgada (com
menos de 10 cm), saber qual a variação de pressão no interior do material em estudo. Neste
caso considera-se que, quando os poros do corpo de prova estão completamente saturados, o
fluxo do fluído sob pressão através deste é proporcional ao gradiente de pressão;

K a ⋅ A⋅ Δ P
V= (ii)
η ⋅L

sendo: V – Fluxo (m3.s-1), η - Viscosidade do fluído (Ns.m-2), A – Área da secção do provete


atravessada pelo fluído (m2), L – Espessura do corpo de prova (m), ΔP – Diferença de pressão
através da espessura do corpo de prova (N.m-2), Ka – Permeabilidade intrínseca a um fluído
(m2).

Figura 3 – Permeâmetros de oxigénio e água utilizados neste trabalho

A permeabilidade intrínseca, Ka, determinada pela equação (ii) depende apenas das
propriedades do meio poroso, ao contrário do coeficiente de permeabilidade determinado pela
lei de Darcy que tem uma unidade de viscosidade e é dependente das propriedades do fluído
(viscosidade e densidade) e do meio poroso.

Grude e Lawrence [6] propõem uma modificação à equação (ii) sempre que é utilizado um
fluído compressível, como é o caso do oxigénio, uma vez que o gradiente de pressão não é
constante em todo o corpo de prova sendo, no entanto, a viscosidade do gás independente do
gradiente de pressão. Considerando que para um elemento de espessura, dl, existirá uma perda
elementar de pressão, dP, em que P corresponde à pressão média nesse elemento, a equação
proposta por Grude e Lawrence considera que se a perda de pressão for muito pequena, o
gradiente de fluxo nesse elemento é proporcional a P e V e que este gradiente tem de ser o
mesmo através da espessura do corpo de prova quando se atingem condições de fluxo laminar
[7,8]. Desta forma, e recorrendo à expressão (iii), a permeabilidade intrínseca ao oxigénio
(sendo η - Viscosidade dinâmica do oxigénio = 2.02 x 10-16 Ns.m-2), pode ser determinada;

−16
4.04 ⋅ R ⋅ L ⋅ 10
K=
( 2
A ⋅ P2 − 1 ) (iii)

em que: R – Fluxo do oxigénio à saída (cm3.s-1), L – Espessura do corpo de prova (m), A - Área
da secção atravessada pelo oxigénio (m2), P2 – Pressão do oxigénio à entrada (bar), sendo a
pressão de saída de 1 bar, K – Permeabilidade intrínseca ao oxigénio (m2).

No que respeita à preparação dos corpos de prova, após secagem em estufa a 110ºC durante 24
horas, estes são impermeabilizados lateralmente com uma fina camada de silicone precisamente
para garantir uma penetração uniaxial, a partir do topo do corpo de prova. Logo de seguida, os
corpos de prova são colocados em excicador durante algumas horas, para permitir o
endurecimento da silicone. Após o qual são então submetidos ao ensaio de permeabilidade ao
oxigénio. Dentro da célula, conforme apresentado na figura 3, o corpo de prova é colocado sob
pressão no interior de um cone de borracha que veda lateralmente este depois de se fechar e
apertar devidamente o topo da célula. A pressão de oxigénio é depois regulada para o valor
desejado deixando-se os corpos de prova sob esta pressão durante cerca de 30 minutos, para
garantir fluxo laminar. Após esse tempo, regista-se o fluxo do oxigénio à saída do corpo de
prova. Os valores de pressão de oxigénio utilizados podem variar entre 2 e 3 bar de acordo com
a natureza dos corpos de prova a ensaiar, de modo a permitir leituras correctas de fluxo, i.e. de
modo a que o tempo de um percurso de 10 cm de uma bolha de sabão no tubo de vidro, pipeta
indicada na figura 3, se situe entre 30 e 60 seg. Os valores de pressão não deverão ser superiores
a 3 bar para não ocorrer o risco de danificação da estrutura interna do corpo de prova, podendo
este considerar-se impermeável para a utilização no betão, se até este valor de pressão não se
deixar atravessar por oxigénio.

3.4 Determinação da permeabilidade à água

O ensaio de permeabilidade à água pode realizar-se após o de permeabilidade ao oxigénio, de


modo similar e no mesmo corpo de prova. Não se conhece alteração da estrutura de um corpo
de prova de rocha ou betão após o ensaio de permeabilidade ao oxigénio, para os valores de
pressão indicados. Pelo contrário, os resultados do ensaio de permeabilidade têm um alto grau
de reprodutibilidade.

Com o corpo de prova já colocado na célula de permeabilidade, a água é introduzida na sua


parte superior e a pressão é aplicada de modo a forçar a água a penetrar através do mesmo.
Apesar do coeficiente de permeabilidade à água poder ser determinado pela equação de Darcy,
a medição da permeabilidade é efectuada através de um método de profundidade de penetração
da água. Para tal, é introduzido com a água um indicador de cor que ajuda a determinar a
fronteira de profundidade de penetração, que se pode visualizar e medir após o ensaio,
dividindo em duas metades (longitudinalmente) o corpo de prova.

O coeficiente de permeabilidade à água é determinado então pela expressão de Valenta [10], a


seguir apresentada, que tem em conta a profundidade de penetração;

d p2 ⋅ δ
k = (iv)
w 2⋅h ⋅ t

em que: kw – Coeficiente de permeabilidade à água (m.s-1), dp – Profundidade de penetração da


água (m), δ - absorção do corpo de prova (porosidade aberta), t – tempo que levou a penetrar à
profundidade dp , h – altura de água (m), 1 bar = 10.207 m de coluna de água.

Contudo, para converter o coeficiente de permeabilidade à água expresso em m.s-1 em


permeabilidade intrínseca Kw expresso em m2, que é independente das propriedades do líquido,
recorre-se à seguinte expressão:

η
K =k ⋅ (v)
w w ρ⋅g

sendo: Kw – Permeabilidade intrínseca à água (m2), η – Viscosidade da solução, a 20ºC, ρ –


Densidade da água (1 000 kg.m-3), g – Gravidade (9.8 m.s-2).

Caso se utilize apenas água, a expressão (v) passa a ser a expressão (vi) e, no caso de utilizar
um indicador de fenolftaleina que consiste numa mistura de 5ml de fenolftaleina em 500ml de
etanol com 500ml de água, então a expressão passa a ser a expressão (vii). As expressões são
diferentes tendo em conta a viscosidade dinâmica da solução com o indicador.

−7
K = 1.02 ⋅ 10 ⋅k (vi)
w w

−7
K = 1.3 ⋅ 10 ⋅k (vii)
w w
4. ALGUNS RESULTADOS DE ABSORÇÃO E PERMEABILIDADE DE ROCHAS

Apresentam-se, na tabela 1, a título de exemplo, alguns valores de absorção por imersão com
vácuo e de permeabilidade ao oxigénio obtidos para diferentes tipos de rochas da Região
Centro.

Tabela 1 – Exemplos de resultados da absorção por imersão com vácuo e da permeabilidade ao


oxigénio para diferentes tipos de rocha (valores médios resultantes do ensaio de pelo menos 6
corpos de prova) [9].
Tipo de Granitos Calcários
rocha
Ensaio G1 G2 G3 G4 G5 C1 C2
Absorção por imersão
0.72 0.88 0 0.48 0.62 0.084 0.0018
com vácuo (média)
Permeabilidade ao
Imp. 3.0 e-18 Imp. Imp. 1.9 e-17 Imp. Imp.
oxigénio (média) (m2)
Imp. - Impermeável

G1 – Granito de Alpalhão, de granulado fino e de cor cinzenta homogénea; G2 – Granito da


Capinha, de granulado médio fino; G3 – Gabrodiorito da região de Crato - Alter Pedroso, de
textura granular e grão muito fino, com coloração cinzenta muito escura; G4 – Granito de Évora
de granulado médio fino; G5 – Granodiorito da Covilhã de textura média fina; C1 – Calcário de
Cantanhede - Portunhos, de cor clara, branco-amarelada, de granulado muito fino, compacto e
homogéneo e C2 – Calcário de Condeixa-a-Velha, bege acastanhado, de granulado muito fino e
compacto.

5. CONCLUSÕES

Os ensaios de absorção e permeabilidade, de acordo com a metodologia apresentada e que tem


sido adoptada para o estudo destas propriedades em betões, podem também utilizar-se para o
estudo de agregados, desde que se possam preparar corpos de prova com as dimensões
apropriadas. No entanto, cada corpo de prova, de um determinado agregado, deve ser apenas
submetido ao ensaio de absorção ou aos ensaios de permeabilidade, uma vez que eventuais
pequenas alterações na estrutura interna devidas ao efeito do vácuo ou de secagem em estufa,
podem levar a alterações consideráveis na permeabilidade.

A metodologia apresentada permite identificar uma maior sensibilidade do ensaio de


permeabilidade em relação à absorção. Os resultados deste último parecem estar mais de acordo
com os aspectos da estrutura interna dos grãos e eventual micro fissuras que interessam, em
muito, aos problemas de transporte, sobretudo dos agentes agressivos à rocha e ao betão. Por
outro lado, atendendo às pequenas espessuras dos corpos de prova e aos valores de pressão
utilizados, o ensaio de permeabilidade ao oxigénio, permite verificar a impermeabilidade da
amostra, para diferentes valores de absorção.

Os resultados do ensaio de permeabilidade podem ser relevantes no auxílio às decisões e


estudos referentes a qualificação da rocha e do betão face as questões de durabilidade, que
levará à continuação destes trabalhos de investigação.
AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o financiamento concedido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia


no âmbito do Programa POCTI, para o Projecto 36027/99 “Influence of Physical Properties and
Morphological Parameters of Granites and Calcareous Aggregates on the Permability of
Concrete”.

REFERÊNCIAS

[1] Comité Français de Mécanique des Roches, coordonné por Françoise Homand et Pierre
Duffaut (2000). Manuel de Mécanique des Roches, Les Presses de lÉcole des mines,
Paris, 265 p.

[2] Cabrera, J.G.; Gowripalan, N.; Wainwright, P.J. (1989). An Assessment of Concrete
Curing Efficiency Using Gas Permeability, Magazine of Concrete Research, Vol. 41, No
149,193-198, Sept.

[3] Cabrera J.G.; Lynsdale, C.J. (1988). A New Gas Pemeameter for Measuring the
Permeability of Mortar and Concrete, Magazine of Concrete Research, vol. 40, No. 144,
177-182.

[4] The Concrete Society (1985). Permeability Testing of Site Concrete: A Review of
Methods and Experience, Report of a Concrete Society Working Party Permeability of
Concrete and its Control, Papers of a one-day Conference, London 12 Dec., The
Concrete Society.

[5] Grube, H.; Lawrence, C.D. (1984). Permeability of Concrete to Oxygen, Proceedings of
Rilem Seminar, Durability of Concrete Structures Under Normal Outdoor Exposure,
University of Hanover, Institute fur Baustoffkunde und Materialprufung 68-79.

[6] LNEC, Especificação E392-1993. Betões- Determinação da Permeabilidade ao Oxigénio.

[7] Ferreira, R. Miguel (2000). Avaliação de Ensaios de Durabilidade do Betão, Dissertação


de Mestrado em Engenharia Civil – Materiais e Reabilitação da Construção,
Universidade do Minho, Escola de Engenharia, Guimarães.

[8] Castro Gomes, J.P. , Rodrigues-Carvalho, J.A., Pissarra Cavaleiro, V.M. e Afonso Costa,
B.J. (1999). Determinação da Porosidade e Permeabilidade em Inertes Graníticos para
Utilização em Betões, 1º Simposium Internacional da Pedra Natural na Construção,
Lisboa.

[9] Castro Gomes, J.P.; Pereira de Oliveira, L.A.; Gonilho Pereira, C.N.; Torgal, F.M.A.S.P.
(2001). Absorção e Permeabilidade de Inertes como Parâmetro de Avaliação da
Durabilidade do Betão, Engenharias 2001, Universidade da Beira Interior, Covilhã,
Novembro, pp. 315-321.

[10] Valenta, O. (1970). The permeability of concrete in aggressive conditions. Proc. 10th
International Congress on Large Dams. Montreal, pp. 103-117.

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