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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA CIVIL

ALISSON DOS SANTOS MIRANDA


AMANDA MOREIRA DA SILVA
ELIVELTON LOPES DOS SANTOS
VINÍCIUS ALMEIDA COELHO

ENSAIOS DESTRUTIVOS E NÃO DESTRUTIVOS

Cruz das Almas


2017
ALISSON DOS SANTOS MIRANDA
AMANDA MOREIRA DA SILVA
ELIVELTON LOPES DOS SANTOS
VINÍCIUS ALMEIDA COELHO

ENSAIOS DESTRUTIVOS E NÃO DESTRUTIVOS

Trabalho apresentado à disciplina de


Construção Civil II do curso de Engenharia
Civil.

Orientador: Prof.Claudia Campos e Silva

Cruz das Almas


2017
Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................. Error! Bookmark not defined.


ENSAIOS DESTRUTIVOS .......................................................................................... 5
EXTRAÇÃO DE TESTEMUNHO ................................................................................ 5
ENSAIO DE ARRANCAMENTO ................................................................................. 6
ENSAIO DE CARBONATAÇÃO .................................................................................. 8
ENSAIO DO TEOR DE ÍONS CLORETO ..................................................................... 9
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS ............................................................................... 11
ENSAIO DE ULTRASSON ......................................................................................... 11
ENSAIO DE ESCLEROMETRIA ............................................................................... 12
ENSAIO DE PACOMETRIA ....................................................................................... 14
RESISTIVIDADE ELÉTRICA SUPERFICIAL............................................................ 17
ENSAIO DE RESISTENCIA À PENETRAÇÃO ...................................................... 19
ENSAIO DE MATURIDADE ....................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 22
Introdução

Os ensaios para verificação de estruturas que sofreram alterações


dividem-se em ensaios destrutivos e não destrutivos, os ensaios não
destrutivos são os que primeiramente devem ser executados, pois não trazem
prejuízos na estrutura em questão. (MEDEIROS, 2011).
Os ensaios destrutivos são aqueles que deixam algum sinal na peça ou corpo
de prova submetido ao e n s a i o , m e s m o q u e e s t e s n ã o f i q u e m
i n u t i l i z a d o s . Exemplos: tração, compressão,cisalhamento, dobramento,
flexão, embutimento, torção, dureza, fluência, fadiga e impacto, carbonatação,
entre outros.

Ensaios não destrutivos e de corpos de prova pré moldados tem como


vantagem o fato de não necessitar retirar amostras da estrutura para obtenção
de resultados, ou seja, não ocorre prejuízo estrutural. Por outro lado os ensaios
destrutivos, que podem ser obtidos através da extração de testemunho,
possuem maior confiabilidade quanto a resistência real da estrutura.

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Ensaios destrutivos

Extração de testemunho

Assim, quando os ensaios não destrutivos não permitem a avaliação


segura da resistência da estrutura, neste caso então, é necessárioa retirada de
testemunhos diretamente da estrutura a ser avaliada, estes são conhecidos
como ensaios destrutivos de extração e ruptura de testemunhos. Os
testemunhos são peças de forma cilíndrica, cúbica ou prismática, que podem
ser extraídos do concreto por meio de corte com sonda rotativa ou com disco.
Para isso, utiliza-se uma máquina extratora dotada de coroa diamantada e
refrigerada à água que realizará as perfurações e cortes no concreto.
A extração e o ensaio à compressão de testemunhos constituem a
técnica mais comumente aceita para estimar a resistência in loco do concreto
como material estrutural. Outras informações importantes podem ser coletadas
através da inspeção dos mesmos, tais como: compacidade do concreto,
homogeneidade, aderência em juntas de construção, espessura de lajes ou
placas de pavimento, deterioração do concreto e a verificação de aderência de
armaduras, em obras.Também tem importante aplicação na investigação de
estruturas com reações expansivas álcaliagregado.
As amostras extraídas não devem conter materiais contaminantes como
madeira e barras de aço, sempre que possível a extração deve ser feita na
posição ortogonal ao lançamento do concreto, e mantendo-se um diâmetro de
testemunho das juntas de concretagem. (FIGUEIREDO2005)
As extrações em geral apresentam uma resistência menor
nasproximidadesda superfície da estrutura, por causa do fenômeno da
exudação do concreto.Anorma NBR 7680 (ABNT, 1983) prevê que, em
colunas, pilares e paredes cortina, os testemunhos devem ser extraídos de
seções 50 cm abaixo da superfície topo de concretagem do componente
estrutural. Quando isto não for possível os resultados devem ser aumentados
em 10% (NEVILLE 1997).Sempre que possível, os testemunhos devem ser
extraídos de locais próximos ao centro do elemento estrutural e nunca a uma

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distância menor do que o um diâmetro do testemunho com relação às bordas
ou juntas de concretagem.
Quanto as dimensões das extrações, as amostras devem possuir um
diâmetro de 150mm, ou, quando não exequível, neste caso, deverá ser no
mínimo 3 vezes a dimensão máxima característica do agregado graúdo,
preferencialmente maior ou igual a 100mm. A altura da amostra de extração
deve sempre ser de 2 vezes o diâmetro, nunca maior. Quando não for possível,
a NBR 7680 (ABNT, 1983) fornece fatores de correção a serem aplicados. Este
cuidado se deve ao fato de que ao efetuar o rompimento de testemunhos de
diferentes diâmetros, a resistência é mais regular quando a dimensão é maior.
Sendo assim quanto maior for o diâmetro do testemunho, com relação a altura,
maiorseráa resistência obtida da amostra em questão(MEHTA E MONTEIRO
2008).
Este procedimento para a determinação da resistência do concreto nos
diâmetros preconizados pela norma brasileira, dado o caráter destrutivo do
ensaio, provoca um dano no elemento que se estuda. Qualquer atuação neste
sentido deve contemplar previamente a análise da segurança estrutural que se
deriva da extração e quanto menor o dano produzido menor será o efeito sobre
a mesma. Em muitos casos, a extração de testemunhos com os diâmetros
pedidos em norma produzirá danos inaceitáveis na estrutura.

Ensaio de arrancamento

A aderência da argamassa ao substrato – seja ele concreto ou blocos de


qualquer tipo – varia de acordo com fatores como condições ambientais e
métodos de aplicação do produto, e um dos instrumentos que permitem avaliar
cada caso é o chamado teste de arrancamento, ou de aderência.
O método é prescrito pela ABNT NBR 13.528:2010 – Revestimentos de
Paredes e Tetos de Argamassas Inorgânicas – Determinação da Resistência
de Aderência à Tração, da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Ensaio de resistência à tração, o teste de arrancamento verifica a
interação entre as camadas constituintes do revestimento (base, ligação e
acabamento), determinando o valor máximo da tensão de aderência
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suportada.Deve ser executado em painel teste, ao iniciar o assentamento das
alvenarias, em locais de fácil acesso e expostos às reais condições do canteiro
– nível de umidade, temperatura, chuvas. Isso aponta para a necessidade de
cuidados com a argamassa a utilizar numa fachada sul, sombreada, e noutra
norte, onde o sol incide durante todo o dia.O teste também serve para controlar
processos de execução. Define os traços da argamassa, principalmente em
relação à granulometria da areia, com o objetivo de evitar que edificações já
ocupadas apresentem patologias, como o descolamento de placas na fachada.
Com uma furadeira acoplada a uma broca serra-copo de 50 mm de
diâmetro, são feitos os furos para retirada do corpo de prova. Ao total, são
feitos 12 furos aleatórios, de forma a abranger diversos pontos de blocos e nas
juntas entre eles, onde as resistências da aderência são diferentes.
Após a limpeza da superfície de recorte, sobre cada furo é colada uma pastilha
circular, com resina epóxi ou de poliéster. A pastilha tem ponto de acoplamento
para equipamento de tração. Depois, o aparelho de arrancamento
(dinamômetro de tração), dotado de dispositivo para leitura de carga, é
acoplado, e as pastilhas, então, arrancadas. Por fim, as amostras são
analisadas em laboratório. É calculada a resistência de aderência à tração de
cada corpo de prova, e analisada sua forma de ruptura.

Fonte: Mapa da Obra, 2017

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Ensaio de Carbonatação

O composto químico que desencadeia o fenômeno da carbonatação do


concreto é bem conhecido, facilmente encontrado nos centros urbanos. Um
bom exemplo são os túneis e viadutos. Nestes ambientes, o concreto está
exposto à alta concentração de gás carbônico (CO 2). Esse dióxido de carbono
penetra nos poros do concreto, dilui-se na umidade presente na estrutura e
forma o composto chamado ácido carbônico (H2CO3).

Este ácido reage com alguns componentes da pasta de cimento hidratada e


resulta em água e carbonato de cálcio (CaCO3). O composto que reage
rapidamente com (H2CO3) é o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2).
O carbonato de cálcio não deteriora o concreto, porém durante a sua formação
consome os álcalis da pasta (ex: Ca(OH)2 e C-S-H) e reduz o pH.

O concreto normalmente possui pH entre 12,6 e 13,5. Ao se carbonatar, estes


números reduzem para valores próximos de 8,5. A carbonatação inicia-se na
superfície da estrutura e forma a “ frente de carbonatação” , composta por
duas zonas com pH distintas (uma básica e outra neutra). Esta frente avança
em direção ao interior do concreto e quando alcança a armadura ocorre a
despassivação do aço e este se torna vulnerável.

Após a despassivação, o processo de corrosão será iniciado se ao mesmo


tempo houver umidade (eletrólito), diferença de potencial (exemplo: diferença
de aeração ou tensões entre dois pontos da barra ou do concreto), agentes
agressivos (exemplo: CO2 ou fuligem) e oxigênio ao redor da armadura.

Os danos causados são vários, como fissuração do concreto, destacamento do


cobrimento do aço, redução da seção da armadura e perda de aderência desta
com o concreto.

O ensaio de carbonatação é um ensaio simples e é um bom indicador de


corrosão, tem um baixo custo e é destrutivo havendo necessidade de reparo
após o ensaio, varia conforme a qualidade do concreto e a exposição, medindo
a profundidade da carbonatação. A fenolftaleína mantém-se incolor em
soluções ácidas e torna-se cor-de-rosa em soluções básicas. A sua cor muda a

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valores entre pH 8,2 e pH 9,8. É utilizada para constatar a carbonatação do
concreto e suas consequentes patologias.

Figura – Carbonatação em Corpos de prova

Fonte: Google, 2017

Ensaio do Teor de Íons Cloreto

Diversas patologias em estruturas de concreto armado situadas em Regiões


litorâneas surgem por conta do ataque de íons cloretos transportados pela
nevoa salina.
Verifica-se que até 400 metros do mar, o teor de íons cloretos encontrados
assume significativa relevância para elementos de concreto estrutural, uma vez
que passam a ser uma das principais causas da despassivacão das armaduras
Pode-se entender que a corrosão das armaduras em concretos e determinada,
fundamentalmente, por fenômenos físicos (cobrimento da armadura) e
químicos(alcalinidade). Agentes nocivos, tais como, sulfatos, ácidos, dentre
outros, levam a deterioração do cobrimento, gerando condições propicias a de
passivação daarmadura, haja vista ataques de CO2 e íons cloreto.
O ensaio para determinar o teor de íons cloretos, consiste na retirada de um
testemunho da estrutura, em que esse corpo de prova é moído e o pó fino
extraído da moagem do concreto de cada elemento, é adicionado a uma

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solução contendo HNO3 (ácido nítrico) e AgNO3 (nitrato de prata), concluindo
ao final do processo do ensaio, o percentual em relação ao cimento.

Ensaios não destrutivos

Ensaio de Ultrasson
O ensaio de ultrasson é regularizado em todo território nacional pela NBR
8802/1994atualizada em 2013) e tem por finalidade a análise da estrutura do
concreto armado em diversos aspectos, a saber: Análise de falhas, análise da
integridade física, determinação da resistência do concreto, análise da injeção
de resina para correção de possíveis falhas por fissuração, determinação do
módulo de elasticidade do concreto e ainda fornece informações suficiente para
a retirada de corpo de prova que serão utilizados em outros ensaios.

Exemplo de aparelho para ensaio de ultrasson

Fonte: Engracon, Arquitetura e engenharia, 2017

O equipamento possui uma fonte, um transmissor e um receptor. O transmissor


emite para dentro da estrutura uma onda ultrasônicaque interceptado pelo
receptor. Com a leitura proveniente da onde é possível avaliar e inferir
características importantes do concreto. Segundo Neris, “Podemos também
associar o conceito de que a velocidade de propagação é maior em um

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elemento mais íntegro do que naqueles que apresentam descontinuidades
internas”.

Profissional executando o ensaio de ultrasson

Fonte: Ultralab engenharia diagnóstico, 2017

Ensaio de Esclerometria

O ensaio de esclerometria é regularizado pela NBR 7584 sendo usado para a


determinação da resistência a compressão do concreto. O método de ensaio é
bastante simples, sendo necessário aplicar em torno de 16 golpes na região
analisada e eliminar os 4 maiores e os 4 menores resultados, restando apenas
8 valores que devem ser utilizados para efeito de cálculo.

Esclerometro convencional

Fonte: Engracon, Arquitetura e engenharia, 2017

Oesclerometro convencional sofre influencia direta da gravidade, importando,


portando, a posição com que os golpes são aplicados. Levando tal fato em
consideração, faz-se necessário a correção por intermédio de um ábaco como
representado abaixo.

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Ábaco

Fonte: Ibracon, 2017

Os esclerometro modernos já dispõem de tecnologia que faz a correção da


posição de aplicação de forma automática, não sendo, portanto, necessário a
correção por intermédio de um ábaco.

Esclerometro moderno.

Fonte: Ibracon, 2017

A foto abaixo discorre demonstra a maneira como os golpes são efetuados na


estrutura de concreto.

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Fonte: Concrelab.com.br, 2017

Ensaio de Pacometria

O ensaio de pacometria é utilizado para determinar o posicionamento de


armaduras em uma estrutura de concreto armado, bem como a camada de
cobertura referente a classe de agressividade citada na NBR 6118. O ensaio
mostra sua importância devido a falta de informações em situações corriqueiras
em obras, uma delas, por exemplo, é reforma de grande e pequenas
edificações onde não se conhece os detalhes do projeto estrutural.

Exemplo de aparelho para ensaio de pacometria

Fonte: Engracon, Arquitetura e engenharia, 2017

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O processo de execução do ensaio é muito simples. O aparelho emite um
campo magnético que sobre a interferência das barras de aço. Com esses
dados é possível estimar o tamanho da armadura presente na estrutura.

Campo magnético

Fonte: Ibracon, 2017

O aparelho é colocado sobre a estrutura de concreto armado e emite um sinal


a partir de um Led quando uma barra interfere no seu campo magnético. A
figura a seguir mostra o processo.

Fonte: Ibracon, 2017

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Resistividade elétrica superficial

A resistividade é uma propriedade física do concreto que indica sua


resistência ao fluxo de corrente elétrica. A propriedade está fundamentalmente
conectada à permeabilidade de fluidos e difusividade de íons através da
solução aquosa presente nos poros do material, sendo a condição saturada
ideal para o fluxo de corrente elétrica.

A resistividade está intimamente relacionada à velocidade do processo


de corrosão das armaduras, uma vez que este parâmetro controla a corrente
estabelecida entre a área anódica e catódica de corrosão das mesmas. A
resistividade está também relacionada às características microestruturais da
matriz de cimento, tais como porosidade total, distribuição do tamanho de
poros e conectividade entre eles, além da condutividade da solução aquosa em
seu interior. Quanto mais baixa a resistividade elétrica e maior disponibilidade
de oxigênio dissolvido na solução aquosa junto à armadura, maior será a
intensidade da corrosão.

Observa-se que o concreto, quando seco, comporta-se como um


isolante elétrico com resistividade da ordem de 109Ωm. No entanto, quando
úmido comporta-se como um semicondutor com resistividade da ordem de
10²Ωm.

Uma das técnicas utilizadas para medição da resistividade superficial é a


Técnica de Quatro Eletrodos, também conhecida como Método Wenner,
consistindo em um método não destrutivo e de simples execução,
diferenciando-se de outras técnicas por não depender de fatores geométricos
nem da área de contato.

O método Wenner consiste em encostar quatro pinos metálicos no


concreto (Figura 1), com um espaçamento de 1 a 2cm entre si e injetar uma
corrente alternada entre nos pinos mais externos, medindo-se a diferença de
potencial entre os pinos interiores. Desta forma, determina-se a resistência
elétrica da porção de concreto contida dentro de uma semiesfera de raio igual
ao espaçamento entre os eletrodos, centrada no ponto médio entre os dois
eletrodos internos, calculando-se a resistividade através da expressão

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𝜌 = 2𝜋 ∙ 𝑎 ∙ 𝑅

Onde 𝑎 é a distância entre os pinos e 𝑅 a resistência elétrica.

Equipamento para avaliação de resistividade

Fonte: PROCEQ, 2017

Quando a resistividade elétrica do concreto está baixa e a medida do


potencial indica a despassivação da armadura, admite-se em geral que a
corrosão da armadura é certa e já deve apresentar taxa elevada, sendo
necessário tomar medidas corretivas.

Dentre as vantagens do método de resistividade superficial destacam-se o


baixo custo, a fácil execução e a possibilidade de ser executado diversas vezes
e em diversas estruturas.

Potencial de Corrosão

É uma técnica que indica quais as probabilidades de ocorrência da


corrosão, fazendo uso da relação eletroquímica entre o concreto e o aço. O
potencial eletroquímico de um metal é o que determina a probabilidade do
mesmo em reagir com o meio que o rodeia. No caso do concreto armado, é
possível delimitar zonas com potenciais eletroquímicos diferentes que
correspondem a comportamentos variados do aço, sendo um método bastante
interessante de monitoramento ainda que só forneça uma estimativa das
condições de exposição da armadura, sendo recomendado o emprego de
técnicas complementares para avaliação das condições das armaduras.

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O potencial de corrosão pode ser determinado com auxílio de um
eletrodo de referência e um voltímetro de alta impedância, observando-se a
diferença de potencial entre a barra de aço e o eletrodo quando este é
colocado na superfície do concreto.

É possível ainda, durante a fase construtiva, instalar sensores


galvânicos na camada de cobrimento, sendo possível o monitoramento ativo da
estrutura, inclusive de maneira remota. Sendo bastante indicados para obras
de grande responsabilidade instaladas em ambientes agressivos e locais de
difícil acesso.

Um dos equipamentos conhecidos para tal ensaio é a semi-pilha CPV-4


(Figura 2). Seu funcionamento consiste em realizar a aspersão de água, com
algumas gotas de detergente, na região a ser analisada visando reduzir a
resistividade local do concreto. Conecta-se um polo do CPV-4 com a armadura
por meio de uma esponja (também embebida com água e detergente) e o outro
polo em um eletrodo de cobre (Figura 3). No mesmo instante de contato o
voltímetro acusa o potencial do aço naquele ponto, devendo ser mapeada uma
malha quadrada imaginária para que seja possível traçar as células de
corrosão por meio dos pontos equipotenciais.

Semi-pilha CPV-4

Fonte: SA – Soluções de Engenharia, 2017

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Verificação do potencial de corrosão

Fonte: SA – Soluções de Engenharia, 2017

Ensaio de Resistência à Penetração

É um ensaio que objetiva correlacionar a resistência à compressão do


concreto com a profundidade de penetração de um pino ou parafuso disparado
por uma pistola especial chamada de finca-pino.

Uma vez conhecido o comprimento total do pino pode-se obter o quanto


o mesmo foi cravado no material e com auxílio de curvas de correlação obter a
resistência do material, que é inversamente proporcional à penetração do
mesmo.

Apesar de não existir norma brasileira que regulamente o ensaio, existe


uma adaptação brasileira utilizando um penetômetro da marca Walsywa com
pinos lisos de aço com 55mm de comprimento e 6,35 mm de diâmetro (Figura
4), sendo recomendada a realização de 5 penetrações em uma área de 30x30
cm².

Penetômetro

Adaptado de: Silva, Prudêncio Jr e Oliveira

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Observa-se que o método é influenciado pela resistência do concreto e
pelo tipo de agregado graúdo empregado, no entanto, a norma britânica BS
1881: Part 201 afirma que o ensaio não é sensível a fatores como a umidade,
teor de cimento e cura do material.

Alguns autores afirmam que o ensaio apresenta coeficientes de variação


em torno de 6% a 10% e a resistência pode ser estimada com precisão que
varia de 15% a 20%, desde que seja tomado o cuidado de submeter os corpos
de prova, ou a área a ser analisada, aos mesmos procedimentos utilizados
para determinação da curva de calibração.

Joffily (2010) afirma que cada concreto deve ter sua curva de correlação
entre resistência e penetração dos pinos pois o tamanho e proporção de
agregado graúdo utilizados alteram o resultado final.

Apesar de ser não destrutivo, deve-se atentar para o fato de que o


ensaio de resistência à penetração causa danos à superfície onde é executado
e essa região deve ser restaurada para evitar a penetração de outros agentes
agressivos.

Ensaio de Maturidade

Segundo Barbosa et al (2005), “o método da maturidade surgiu a partir


da necessidade de se modelar o desenvolvimento das propriedades do
concreto-massa em relação à temperatura de cura”. O método permite estimar
a resistência do concreto com base no seu histórico de tempo e temperatura,
sendo muito empregado para a liberação de pavimentos de concreto, avaliação
do tempo necessário para aplicação da protensão ou desforma de elementos,
evitando acidentes e perdas.
A temperatura observada é resultante das reações exotérmicas de
hidratação do cimento Portland (responsáveis pelos compostos que conferem
resistência ao concreto). A temperatura é fator preponderante na velocidade
das reações de hidratação e, portanto, pode ser correlacionada com o ganho
de resistência. Um dos modelos mais convencionais que descreve o
comportamento do ensaio de maturidade é o modelo de Nurse-Saul, que é

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relativamente simples e apresenta bons resultados para a maioria das
aplicações (Equação 1).

𝑀(𝑡) = ∑(𝑇𝑎 − 𝑇0 ) ∙ ∆𝑡 Equação 1

A norma ASTM C1074 descreve como pode ser obtida a curva de


calibração para o ensaio, sendo uma para cada dosagem de concreto definida
previamente em laboratório. Os corpos de prova são equipados com sensores
térmicos e monitorados quanto à idade, evolução térmica e resistência.
Figura 5 – Ensaio de Maturidade

Adaptado de: GIATEC Scientific, 2017

Uma vez definida a curva de calibração, procede-se à concretagem e


acompanhamento da peça com auxílio de sensores posicionados durante o
período de cura (Figura 6). É importante para que o método seja bem sucedido
que a dosagem dos materiais em obra seja a mesma definida em laboratório,
bem como a observação de que a variabilidade das condições ambiente podem
levar a variações na estimativa de resistência.

Sendo um método inicialmente desenvolvido na década de 50, o ensaio


de maturidade vem sendo bastante estudado e aprimorado, sendo facilmente
encontrados trabalhos que analisem sua viabilidade no emprego de concreto

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de alto desempenho e peças pré-moldadas como os trabalhos de Barbosa et al
(2005) e Peres, Barbosa e Pinto (2005).

Figura 6 – Aplicação do método de maturidade

Adaptado de: GIATEC Scientific, 2017

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Referências

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em: 22 maio 2017.

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PRODUZIDO COM SEIXO ROLADO."
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<http://www.casadagua.com/dicas/detectando-a-corrosao-no-concreto-
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https://www.giatecscientific.com/concrete-
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