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índice
Capitulo 1. Introdução 15
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Capitulo 2 Fissuras causada» por movimentações t érmicas: mecanismos de
tormaçâo o configurações típicas 19
2,I . Mecanismos do formação das fissuras 19
2.2. Propriedades tònmcas dos materiais de construção 20
2 3 Configurações típicas do trincas provocadas por movimentações térmicas 22
2.3. 1 Lajes do coberturas sobro paredes autoportnntes 22
2 3 2 Movimentações térmicas do arcabouço ostmtural 25
2.3.3 Movimentações teimicas em muros 27
2.3. 4. Movimentações térmicas em platibandas 28
2.3 5 Movimentações térmicas em argamassas do revestimento 28
2.3.6 Movimentações térmicas em pisos externos 29
'2.3. 7 Movimentações térmicas em lajes do forio 30
2.3.8 Movimentações térmicas em placas de vidro 30
2.3.9 Fissuras provocadas por cura térmica do concreto 32
Capitulo 3. Fissuras causadas por movimentações hlgroscõplcas: mecanismos de
formaç Ao e configurações t ípicas 33
3.1. Mecanismos de formação das fissuras 33
3.2. Propriedades higroscòpicas dos materiais de construção 34
3.3. Configurações tipicas de trincas provocadas por movimentações higroscòpicas 37
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5 2 Previsão ce flechas em componentes fletidos 71
5- 3 Ccofigurações tocas de trmcas pmvocadas oe'a flexão de vigas e lajes 75
Capítulo 6. Fissuras causadas por recalques de fundação: mecanismos de
formação e configurações típicas 83
S.V Ccoace^ ações seere a de*onmabí d3de dos so os e a ng:dez dos edif ícios 83
& 2 Vode.es cara a estimativa ce recalques
ô 2.1 Recaques de sacatas aoc adas em arg ía
62
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leca'ques ce saoatas accjadas em areia
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6 2.3 Reca dues co* adensamento de camadas profundas 89
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Capítulo 7. Fissuras causadas peia retração de produtos à base de cimento:
mecanismos de formação e configurações típicas 103
71. Mecanismos ca retração 103
7.2. Vecarvsmos ce mrm.açâo e configurações de fissuras provocadas por retração 107
7 2,1 Retração ce vrgas e p 'ares de concreto armado
107
.7 2 2 Retra çãc ce lajes de concreto armado
7 2.3 Retração de oaredes e muros 109
72 ação ce argamassas ce revestimento 109
7 2 5 Retração ce argamassas ce assentamento de azulejos 115
117
Capítulo 8 Fissuras causadas por aiterações químicas dos materiais
»
de
constru ção: mecanismos de formação e configurações típicas
8.1. Hidratação retardada ce ca’es 119
3 2 Atacue oor su' fatos 119
S 3 Corrosão de armaduras 120
122
Capitulo 9. Prevenção de fissuras nos edifícios
91 Fundações 127
9 2 Estruturas ce concreto armaco 127
9.3 Liga ções entre estrutura e oaredes de vedação 131
9 -í Alvenarias 136
9.5. La,;es ce cooertura 138
9 6 Revestimentos rig dos Ce parede 143
9.7. Pisos cerâmicos 145
9 8. Forros ce gesso 146
9,9. Caixihose envidraç am,entos 148
149
Capítulo 10. Diagnóstico das trincas
151
Capí tulo 11. Recuperação de componentes trincados
‘ 1 1. Recuperação ou reforç o Ce componentes ce concreto
159
armado 160
11 2. Recuperação ou refor ço de oaredes em alvenaria
165
11.3. Recuperação de revestimentos rígidos 170
Capitulo 12. Considerações finais
173
Relação de tabelas
177
Relação de figuras
179
Referências bibliográficas 189
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Capítulo 1
Introdução
Dentre os inúmeros problemas patológicos que afetam os edifícios, sejam eles residenciais,
comerciais ou institucionais, particularmente importante é o problema das trincas, devido a
três aspectos fundamentais: o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura, o compro-
metimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade á água, durabilidade, isolação
acústica etc.), e o constrangimento psicológico que a fissuração do edif ício exerce sobre
seus usuários .
A evolução da tecnologia dos materiais de construção e das t écnicas de projeto e execução
de edifícios evoluíram no sentido de torná-los cada vez mais leves, com componentes estruturais
mais esbeltos, menos contraventados.
Tais fatos, aliados a quadros mais complexos de formação deficiente de engenheiros e arquite-
tos, de políticas habitacionais e sistemas de financiamento inconsistentes e da inusitada fuga
de recursos para atividades meramente especulativas, vêm provocando a queda gradativa
da qualidade das nossas construções, até o ponto de encontrarem-se edif ícios que, nem
tendo sido ocupados, já estão virtualmente condenados. Para a solução de tais problemas,
a experiência revela que as obras de restauração ou reforço são em geral muito dispendiosas;
e o que é o mais grave... nem sempre solucionam o problema de forma definitiva. Os encargos
decorrentes dessas reformas desnecessárias representam também um grande ônus para
a economia dos países pobres, onde, via de regra, há enorme carência de habitações , de
nateriais de construção, de mão-de-obra especializada e de recursos de uma forma geral.
Para o eng. Pfeffermann, consultor do Centre Scientifique et technique de la Construction
e autor de diversos trabalhos sobre o assunto (1 , 2, 3, 4), " as trincas podem não constituir
um defeito na medida em que são a expressão, ás vezes pode ser doloroso dizer -se, de
uma nova era da construção; mas serão, se cruzarmos os braç os sem nos esforç armos para
encontrar uma solução". No caso brasileiro, parece recomendável a busca dessa solução,
pela classe dos engenheiros e arquitetos, pelos poderes constituídos e pela sociedade como
um todo, no sentido do aproveitamento otimizado dos nossos poucos recursos e da não
transferência aos usuários dos edifícios de problemas crónicos que repercutirão em elevados
custos de manutenção; caso contr ário, continuará a sociedade brasileira malbarantando esses
poucos recursos, construindo obras cada vez com pior padrão de qualidade e, em contra -
partida, contribuindo para a formação dos maiores especialistas do mundo em patologia.
Entre os técnicos e empresários que atuam na construção civil, as fissuras são em geral
motivo de grandes polêmicas teóricas e de infindáveis demandas judiciais, onde em ciclo
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16 - Trincas em edif ícios
fechado os diversos intervenientes atribuem-se uns aos outros a responsabilidade pelo probi
ma, enquanto o ônus financeiro dele decorrente acaba sendo assumido quase sempre
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consumidor final. "Aos olhos do leigo em construção a fissura constitui um defeito cujo respon
*
Do ponto de vista físico um edifício nada mais é do que a interligação racional entre diversos
materiais e componentes; é muito comum especificarem- se nos projetos componentes "bons
e resistentes", não se dando maior cuidado aos elementos de ligação e esquecendo-se,
frequentemente, de que um sistema de juntas ás vezes é indispensável para que os compo-
nentes apresentem o desempenho presumido. Segundo Baker (S) , é uma falácia muito comum
referir -se a materiais de construção como bons ou ruins, duráveis ou não duráveis e resistentes
ou não resistentes, como se essas fossem propriedades inerentes dos materiais. Na realidade,
esses termos são muito relativos: a durabilidade do material está diretamente relacionada
ás condições de aplicação e de exposição. Por outro lado, não existe nenhum material infinita-
mente resistente; todos eles irão trincar-se ou romper -se sob ação de um determinado nível
de carregamento, nível este que não deverá ser atingido no caso de n ão se desejar na
edificação componentes trincados ou rompidos.
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Introdução - 17
patológicos nos edifícios e sobre suas formas mais típicas de manifestação. Na Bélgica,
segundo pesquisa desenvolvida pelo Centre Scientifique et Technique de la Construction 7 ,
com base na análise de 1.800 problemas patológicos chegou- se á conclusão de que ''
a maioria deles originava-se de falhas de projeto (46%), seguindo - se falhas de execução
(22%) e qualidade inadequada dos materiais de construção empregados ( 15%) . No tocante
âs fissuras, que em ordem de import ância perdiam apenas para os problemas de umidade,
concluiu-se que as causas mais importantes eram a deformabilidade das estruturas e as
movimentações t érmicas, seguindo-se os recalques diferenciados de fundações e as movimen-
tações higrosc ópicas.
Com o atual trabalho, muito respaldado na experiência pr ática, pretende-se indicar as configu-
rações mais típicas das trincas , os principais fatores que as acarretam e os mecanismos
pelas quais se desenvolvem. São analisadas também algumas medidas preventivas e alguns
sistemas para recuperação de componentes trincados. É óbvio que não há espaç o nem
muito menos capacidade para produzir -se o “ grande manual da construção", com todas
as leis do conhecimento; espera- se , entretanto , chamar para o problema a atenção dos profissio-
nais envolvidos com a construção civil e, na medida do possível, desmistificar-se um pouco
os conceitos relativamente fatalistas estabelecidos sobre o tema.
Toda ênfase do trabalho é dada aos mecanismos de formação das fissuras, elemento cuja
compreensão é substantiva para orientar decisões concernentes á recuperação de compo-
nentes trincados ou á adoção de medidas preventivas, incluindo-se aí a elaboração de projetos
e a especificação e controle de materiais e de serviços. Com esse enfoque, e levando-se
em conta que as fissuras são provocadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas
ou de movimentações de materiais, dos componentes ou da obra como um todo, são analisados
os seguintes fenômenos:
Por não se coadunarem com o escopo pretendido, o trabalho não abrange fissuras provenientes
da má utilização do edif ício, de falhas na sua manutenção ou de acidentes originados pelos
mais diversos fatores como inc êndios , explosões ou impactos de veículos. Não são abordados
ainda temas muito específicos como vibrações, transmitidas pelo ar ou pelo solo, solicitações
c íclicas e degradações sofridas pelos materiais e componentes em função do seu envelhe -
cimento natural.
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Capítulo 2
Fissuras causadas
por movimentações térmicas:
mecanismos de formação e configurações típicas
As trincas de origem térmica podem também surgir por movimentações diferenciadas entre
componentes de um elemento, entre elementos de um sistema 1e entre regiões distintas de
um mesmo material. As principais movimentações diferenciadas^ ocorrem em função de:
Por outro lado, alguns materiais também podem sofrer fadiga pela ação de ciclos alternados
de carregamento-descarregamento ou por solicitações alternadas de tração-compressão. Po -
de-se equacionar o fenômeno da fadiga através de métodos muito sofisticados de cálculo
dinâmico, devendo-se considerar, nesse caso, a frequência e a amplitude das tensões solici-
tantes; pela singularidade e complexidade do problema, como já foi mencionado anteriormente,
não consideraremos o fenômeno da fadiga no presente estudo.
As tensões altas advindas de mudanç as bruscas de temperatura podem ser também relevantes
para os materiais que se degradam sob efeito de choques térmicos; de acordo com James
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20 - Trincas em edifícios
McCaviley (9) a expressão "choque térmico" descreve uma situação em que um compon
ó submetido a uma variação de temperatura de 100°F, em poucas horas. Segundo
os materiais que mais resistem aos choques té rmicos são aqueles que apresentam b '
Marinff
condutibilidade t érmica, baixo coeficiente de dilatação térmica linear, baixo módulo de def
mação e elevada resist ência a esforç os de tração; considerando-se esses parâmetros aa 1
resist ência ao choque t érmico é equacionada por :
X , fcj
R = (f) (D
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sional, para uma dada variação de temperatura, varia de material para material, podendo -se
considerar, salvo algumas exceções, que as movimentações térmicas dos materiais de constru-
ção são praticamente as mesmas em todas as direções. Na Tabela 5, apresentada no capítulo
seguinte, est ão indicados os coeficientes de dilatação t érmica linear dos materiais de constru-
ção de maior uso.
Considerando-se o caso mais comum das edificações residenciais, a principal fonte de calor
que atua sobre seus componentes é o sol. A amplitude e a taxa de variação da temperatura
de um componente exposto â radiação solar irá depender da atuação combinada dos seguintes
fatores:
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Movimentações térmicas - 21
d) condut ância t érmica superficial: as trocas de calor entre a superf ície exposta de um compo-
nente da construção e o ar ambiente dependem não só da diferenç a verificada entre as
temperaturas dos mesmos, como também de outras condições (rugosidade da superfície,
velocidade do ar, posição geográfica do edifício, orientação da superf ície etc.). A influência
conjunta desses fatores pode ser traduzida pelo coeficiente de condut ância térmica superficial;
e) diversas outras propriedades térmicas dos materiais de construção: calor específico, massa
espec ífica aparente e coeficiente de condutibilidade térmica.
,
De acordo com Latta ( 2), sob efeito da radiação direta do sol a temperatura de paredes
com pouca massa entra em equilíbrio em períodos inferiores a 1 hora, enquanto que para
paredes muito pesadas este período pode ultrapassar 24 horas. Ainda segundo Latta, a tempe
ratura superficial da face externa de lajes e de paredes, expressa em graus Farenheit, pode
-
ser estimada em função da temperatura do ar (tA) e do coeficiente de absorção solar (a)
,
de acordo com a seguinte formulação indicada na Tabela 2.
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22 - Trincas em edif ícios
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a) materiais não-metálicos:
•superf ície de cor preta: a = 0,95
•superf ície cinza- escuro: a = 0,80
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superf ície cinza -claro: a = 0, 65
• ície de cor branca: a = 0,45
b) materiais met álicos:
•cobre
cobre oxidado: a = 0,80
• polido: a = 0,65
•ferro galvan
alum ínio: a = 0, 60
• izado: a = 0,90
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Movimentações térmicas - 23
nas lajes, teoricamente as tensões de origem t érmica s ão nulas nos pontos centrais das
laies , crescendo proporcionalmente em direção aos bordos onde atingem seu ponto máximo
conforme indicado na Figura 1
Figura 1 — Propagação das tensões numa laje de cobertura com bordos vinculados devida a efeitos
térmicos
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Figura 4 — Trinca típica presente no topo da parede paralela à largura da laje; a trinca
apresenta-se com traçado bem definido, realçando o efeito dos esforços de tração na face normalmente
parede interna da
Deve-se salientar ainda que, em função das dimensões da laje e da natureza dos
materiais
constituintes das paredes, nem sempre poder-se-áo observar configurações t ão típicas
as apresentadas anteriormente; na maioria dos casos, contudo, as fissura como
s manifestam-se
exatamente de acordo com a teoria, conforme ilustrado nas Figuras 5 e 6
.
A presença de aberturas nas paredes, por outro lado, propiciará o aparec
naturalmente enfraquecidas (ao nível do peitoril e ao nível do topo
imento de regiões
de caixilhos, porexempb),
desenvolvendo-se as fissuras preferencialmente nessas regiões (13)
.
Assim, em função das dimensões da laje, da nature •
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do grau de aderência entre paredes e laje e da eventu materiais que constituem as paredes,
desenvolver trincas inclinadas próximas ao topo das al presen(17)
ç a de aberturas, poder-se-ão
7 parede s , conforme ilustrado na Figura
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Figura 6 — Fissura com abertura regular no topo da parede, resultante do abaulamento e da dilatação
plana da laje de cobertura
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A exemplo do que foi exposto no item anterior , o arcabouç o estrutural da edificação estar á
sujeito a movimentações térmicas , principalmente em estruturas de concreto aparente. Deve-se
salientar que, devido â insolação direta, as( temperatur as nas faces expostas das peç as de
concreto poderão atingir, segundo Serdaly
18) ,
valores da ordem de até 80PC.
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26 - Trincas em edif ícios
do concreto, o por Isso mesmo, não detectáveis. A movimenta o érmica das viaa P de
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provocar , contudo, fissuração aparente em pilares este
; fato pode ocorrer principalmente °
do a estrutura não possui juntas de dilatação ou quando as mesmas foram mal proiet 30'
Segundo Fabiani ( l9) , a dilatação t érmica de vigas pode provocar nas extremidades dos npiares
fissuras ligoiramonte inclinadas, conforme representado na Figura 8 .
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Figura 8 — Pitar íissurado devido à movimentação térmica das vigas de concreto armado
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Figura 9 — Destacamento entre alvenaria e estrutura, provocado por movimentações térmicas diferenciadas
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Movimentações térmicas * 27
Figura 10 — Trincas de cisalhamento nas alvenarias, provocadas por movimentação térmica da estrutura
A B
Figura 11 — Trincas verticais causadas por movimentações térmicas: a) destacamento entre alvenaria
e pilar, b) trinca no corpo da alvenaria
Figura 12 — Trinca vertical: a resistência à tração dos componentes de alvenaria é superior à resistência
à tração da argamassa ou à tensão de aderência argamassa/blocos
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28 - Trincas em edif ícios
Figura 13 — Trinca vertical: a resistência à tração dos componentes de alvenaria é igual ou inferior
à resistência à tração da argamassa
Em nosso país, tomando-se janeiro e julho como épocas típicas do ano, dados do Serviç o
Nacional de Meteorologia revelam que , para um período de 24 horas, a temperatura do ar
pode apresentar variações com amp itudes de 14°C e 20°Crespectivamente. Essas variações,
além da elevada temperatura superficial que os revestimentos podem apresentar por efeito
da insolação direta, conforme exposto no item 2.2, podem provocar o aparecimento de fissuras
nos revestimentos, devidas ás movimentações diferenciadas que ocorrem entre esses e as
bases de aplicação.
As fissuras induzidas por movimentações t érmicas no corpo do revestimento geralmente são
regularmente distribuídas e com aberturas bastante reduzidas ( espécie de gretagem), asseme -
lhando-se, conforme Joisel (21\ ás fissuras provocadas por retração de secagem, o que será
analisado no Capítulo 7 . Fissuras com aberturas maiores poderão aparecer, entretanto, nos
encontros entre paredes ou em outras junções.
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Figura 16 — Destacamento do revestimento do piso, sob ação de sua dilatação térmica ou da contração
térmica da estrutura
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30 - Trincas em edif ícios
Sob ação das temperaturas que se desenvolvem nos áticos, considerado o efeito da
da cobertura para suas superf ícies internas , as lajes de forro apresentam dilataçõreirradia cã
es e contra
ções que podem produzir fissuras nas arestas constituídas entre os forros e os
das paredes. Tais fissuras geralmente são perceptíveis quando não é adotado nenhum paramentos
de acabamento (moldura de gesso, por exemplo) na união parede-forro. detalhe
Em lajes mistas, constituídas por vigotas pré-moldadas de concreto e componentes cer
â
vazados , observam- se com alguma frequência fissuras longitudinais nas regiões de micos
vigota-componentes cer âmicos; essas fissuras, representadas na Figura 17 , devem-se encontro
a movi-
mentações diferenciadas entre vigotas subsequentes e mesmo a movimentações
entre o concreto armado e a cerâmica. diferenciadas
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Figura 18 — Trinca presente na placa de vidro, proveniente do gradiente de temperatura causado peio
sombreamento
Além das irregularidades presentes nas bordas das placas de vidro, com entalhes onde
haverá concentração natural de tensõ es, estas poderão ser também introduzidas pela presenç a
de corpos sólidos na folga existente entre a placa e o caixilho, tais como cabeç as de parafusos,
restos de argamassa etc. À s tensões introduzidas nas placas pela dilatação térmica poderão
somar -se ainda tens ões oriundas das próprias deformações da estrutura.
A Figura 19 ilustra o trincamento de uma placa de vidro, já retirada do caixilho, num caso
em que as folgas existentes entre os caixilhos e as placas de vidro eram praticamente inexis-
tentes. Pode-se observar nitidamente que a trinca iniciou- se na borda da placa, mais precisa-
mente a partir de um entalhe bastante pronunciado.
Figura 19 — Trinca presente na placa de vidro, a partir de entalhe resultante da operação de corte
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32 - Trlncns om odllfclos
do concroto
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Capítulo 3
Fissuras causadas
por movimentações higroscópicas:
mecanismos de formação e configurações típicas
A umidade pode ter acesso aos materiais de construção através de diversas vias:
O material poder á absorver água de chuva antes mesmo de ser utilizado na obra, durante
o transporte até a obra ou por armazenagem desprotegida no canteiro. Durante a vida da
construção, as faces de seus componentes voltadas para o exterior poderão absorver quanti-
dades consideráveis de água de chuva ou, em algumas regiões, até mesmo de neve. Também
a umidade presente no ar pode ser absorvida pelos materiais de construção, quer sob a
forma de vapor, quer sob a de água líquida (condensação do vapor sobre as superfícies
mais frias da construção).
d) Umidade do solo
A água presente no solo poder á ascender por capilaridade á base da construção desdp
que os diâmetros dos poros capilares e o nível do lençol d'água assim o permitam Não
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34 - Trincas om edif ícios
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sendo 0 sentido de percolação da égua através fios rnosmoo determinado por capilaridade com 0
do teor de umidade dos materiais em contato; variando a nuc Ao
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se o norilldo da porco
teor de umidade do material, torna - so extromamonto difícil estabelecer
lação da á gua entre os materiais.
Por exemplo, para 0 concreto ocorre uma contração iniciei por perdn da água om excesso
utilizada na sua fabricação ( esta contração não deve ser confundida com a retração proveniente
das reações químicas que ocorrem entro 0 cimento e a é gua); completada esta contração
inicial, o material, sujeito a diferentes teores do umidado, apresenta movimentações que flcrmi
delimitadas dentro de um corto intervalo, ou seja, mesmo quo se consiga salurar este concrete
completamente, ele jamais retornar á ao sou volume inicial. A Plgura 31, Ilustra esse fondmenf /'T
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Movimentações higrosc ópicas - 35
1 Movimentação (%)
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reversíveis
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movimentação
irreversí vel
Tempo
Para os materiais de construção que apresentam contração inicial por secagem, de forma
geral os movimentos irreversíveis são bem superiores aos reversíveis. O mesmo já não ocorre
para as madeiras, que são suscetíveis a grandes variações dimensionais em função dos
teores de umidade.
Tabela 4 —
Contração de argamassas e concretos em função do teor de umidade: dados do Building
Research Station (1)
náo só âs propriedades do corpo cerâmico mas também ás condi ções de umidade a que
estará submetido. Pesquisas desenvolvidas na Á frica do Sul
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revelam que a expansão
de tijolos cerâmicos pode variar de 0,04% a 0,12%, sendo que metade da expansao e verificada
nos primeiros seis meses de idade. Nessas pesquisas concluiu-se ainda que os tijolos mal
queimados apresentam dilatação bastante superior aos bem queimados; todavia, o módulo
de deformação dos tijolos mal queimados é geralmente pequeno, o que lhes confere maior
poder de acomodação.
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Movimentações higroscópicas 37 *
Stubbs e Putterll' (23) registram a ocorr ência de alguns casos de trincas provocadas pela expan-
são de tijolos cerâmicos com elevada resistência á compressão, conforme Figuras 22, 23
e 24.
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Figura 25 Canto externo de edifício com blocos estruturais assentados com juntas a prumo: destacamento
—
entre paredes
Movimentações higrosc ópicas - 39
higrosc ópicas que tender ão a provocar o destacamento entre as paredes. Tais destacamentos,
que normalmente ocorrem a despeito do emprego de ferros inseridos nas juntas de assenta-
mento a cada duas ou tr ê s fiadas , provocar ão a penetração de umidade para o interior do
edif ício, conforme ilustrado na Figura 26.
Figura 26 — Vista interna do encontro entre as paredes: penetração de umidade em função do destacamento
ocorrido
-°
• " rj v« .° V
Figura 27 — Trinca vertical no terço médio da parede, causada por movimentações higroscópicas de
tijolos de solo-cimento
Scanned by CamScanner
40 - Trincas em edif ícios
Para tijolos maciços de solo -cimento, constata-se na pratica um tipo do fissura bastante caracto -
,
rístico, ou seja, fissura vertical que ocorre no ter ço médio da parede (Figura ? / ). Essa trinca,
;
geralmente pronunciada, aparece em paredes relativamente longas (com cerca de G a 7
m) e pode ser causada tanto pela contração de secagem do produto quanto por suas movimen -
tações reversíveis; ressaite - se que o solo -cimento è um material altamenlo suscetível ê s varia -
ções de umidade , particularmente quando a argila contiver nrgílominerais da família das mont -
morilonitas.
Em estudo efetuado pelo IPT - lnstituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado do São Paulo 4’’ ,
'
4
com blocos vazados de solo -cimento, pòdo -se constatar o aparecimento do microfissurns
verticais nas paredes de blocos, após a ocorr ência de chuvas que provocavam o umodecimonto
das paredes. Como os blocos haviam sido empregados na obra com idade superior a tr ês
meses (a contração inicial, portanto, deveria estar concluída), deduziu so que as fissuras
eram ocasionadas por movimentações reversíveis originados pela brusca vnrinção do umidado
dos blocos.
Paredes monolí ticas construídas com solo estabilizado ( solo - cimento ou solo - cal) são altamente
suscetíveis á formação de fissuras, tanto pela retração inicial quanto polas movimentações
higroscópicas reversíveis do material. At é mesmo a adição de saibro ã argamassa para a
construção de paredes monolíticas tem conduzido a experiências muito malsucedidas (Figuras
28 e 29) , exatamente em função das grandes variações volumé tricas quo a argila apresenta
ao variar seu teor de umidade.
^ ^^
movimenl ns líl
^^* * ,inidatmente
«Mlpnvocan
< » cimento, ateia e satbm: as
* o mstacamento e a tissura
intensas
çao do
MovimontaçôGs higrosc óplcao - 41
Figura 29 — Os sucessivos ciclos de umedecimento e secagem do material constituído por solo, favorecidos
cada vez mais pelos danos no revestimento, provocam a gradativa destruição da parede
X
\
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$ 7
1
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Scanned by CamScanner
42 - Trincas em edifícios
Trincas horizontais podem aparecer também na base de paredes (Figura 31) , onde a impermea-
bilização dos alicerces foi mal-executada. Nesse caso, os componentes de alvenaria que
estão em contato direto com o solo absorvem sua umidade, apresentando movimentações
diferenciadas em relação às fiadas superiores que estão sujeitas á insolação direta e à perda
de água por evaporação; essas trincas quase sempre s ão acompanhadas por efloresc ências,
o que auxilia o seu diagnóstico.
Outro tipo bastante característico de fissura causada por umidade é aquele presente no topo
de muros, peitoris e platibandas que não estejam convenientemente protegidos por rufos;
a argamassa do topo da parede absorve água (de chuva ou mesmo do orvalho), movimenta-se
diferencialmente em relação ao corpo do muro e acaba destacando-se do mesmo.
A fissuração dos revestimentos em argamassa será mais acentuada em regiõ onde, por
es
qualquer motivo, ocorra a maior incidência de água. Os peitoris, as saliências e outros detalhes
arquitetônicos inseridos nas fachadas t êm , por exemplo, a função básica de interromper os
fluxos de água que escorrem pela parede, defletindo-os para fora da construção; contudo ,
caso esses detalhes não tenham sido bem projetados ou bem executados, poderão causar
problemas em regiões localizadas da fachada, conforme ilustrado na Figura 34.
Scanned by CamScanner
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Movimentações higrosc ópicas - 43
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Scanned by CamScanner
Capítulo 4
Fissuras causadas
pela atuação de sobrecargas:
mecanismos de formação e configurações típicas
Assim sendo, para efeito deste trabalho , considera -se como sobrecarga uma solicitação exter -
na, prevista ou não em projeto, capaz de provocar a fissuração de um componente com
ou sem função estrutural; com esse enfoque, serão consideradas apenas as sobrecargas
verticais.
Scanned by CamScanner
46 * Trincas em edif ícios
;
c ) as seções transversais planas permanecem
planas
ção , nas condições
levado em conta o efeito da retração, Como simplifica
d) dever á ser sempre
ado supondo - se a tens ão de tração igual a 0, 75 flk
correntes , este efeito pode ser consider
e desprezando - se a armadura
crit ério recome ndado pela NBR 6118 é ada
Tem - se observad o na pr á tica que este
tensões
seguranç a, isto é, as fissuras começ am a surgir com entidade s (LNEC , ACI, C E Betc
a d\ adotam
o t e m
< > que diversas
por esse método. Branson * relata
para previsão do início do fissuramento em peç as
fletidas um
ento de fjSSurac áo
, e que consiste no c álculo do
clássica da resistência dos materiais
da peç a de acordo com a seguinte formulação:
Mr - ff — (2)
> tf •
Y ,
onde: M, = momento fletor de fissuraçáo;
valores bastante aproximados das solicitações que, de forma real, provocam o aparecimento
das primeiras fissuras nas seções fracionadas das peç as de concreto armado . Na falta de
(28 )
dados sobre o módulo de ruptura do concreto, o American Concrete Institute recomenda
a sua previsão atravé s da seguinte f órmula :
fr 1
U
- 0,0463 (3)
„
onde: fr , = módulo de ruptura do concreto (kgf /cm2 );
yc = massa específica aparente do concreto (kg/m3 );
Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas - 47
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3 p/ a alínea c
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2r b -0,75
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2 p/ a alínea b
3 p/ a alínea c
( 5)
Ferry Borges (29), levando em conta a grande relação existente entre os módulos de deformação
longitudinal do aç o e do concreto (E E,, =* 10) e que , a partir da primeira fissura, as tensões
^
de tração são transmitidas somente às armaduras , desenvolveu a seguinte f órmula para estima-
ção das aberturas das fissuras em peç as solicitadas â tração pura ou â flexão:
= S rm *
f
"sm ,r (6)
8m , r
= alongamento médio da armadura tracionada (%).
De acordo com distintas teorias existentes sobre fissuração do concreto armado e com experi-
mentações em laboratório, Ferry Borges chegou ainda ã seguinte expressão para estimativa
do distanciamento entre as fissuras:
0
Srm = 1,5 C + T)b (7)
Pr
Scanned by CamScanner
48 - Trincas em edifícios
" má
* . = 0,8 • y (1’5 c + K _ )
~
Fr Pr
• 10 -6 (8 )
onde: cum áx. = abertura máxima das fissuras (mm), com 95% de nível de signific ância, su-
pondo-se que as aberturas das fissuras distribuem -se de maneira normal;
b = largura das vigas de seção retangular ou da nervura das vigas de seção Tê;
*
d = dist ância entre o centro de gravidade da armadura e a fibra mais comprimida;
= s sm . r Ccs ) O)
= 1J (10)
" mãx 0) m
'
(
sm = 2 c + ) + K, • K2 —P0, (11)
A formulação indicada presta-se tanto para vigas quanto para lajes de concreto armado,
sendo que neste último caso a altura efetiva da área interessada na fissuração \
{ e i ) é limitada
á metade da altura da zona tracionada. O manual citado 32 analisa ainda os efeitos da defor
**
mação lenta e de carregamentos c íclicos na evolução das fissuras, além de estabelecer
-
diversas considerações sobre máximos diâmetros e máximos afastamentos das barras , arma-
duras de pele e taxas mínimas de armadura para combater -se a fissuração excessiva das
peç as de concreto armado, sob ação de esfor ços de diferentes naturezas (tração,
corte
torção, compressão).
Scanned by CamScanner
50 - Trincas em edif ícios
.
4.2 1 Flex ão de vigas
Os esforç os numa viga isost á tica submetida á flex ão desenvolvem - se conforme esquema
seguinte:
As fissuras ocorrem perpendicularmente ás trajet órias dos esforç os principais de tração. São
praticamente verticais no terço médio do vão e apresentam aberturas maiores em direção
á face inferior da viga onde est ão as fibras mais tracionadas. Junto aos apoios as fissuras
ínclinam- se aprox ímadamente a 45° com a horizontal, devido á influência dos esforços cortantes
(vide Figura 37). Nas vigas altas esta inclinação tende a ser da ordem de 60°.
t 1 1 1 1 1
// / // / í i l l l l ) l \ U \U \ \
7/7777
/ / / / /7
A localização, número, extensão e abertura das fissuras dependem das características geomé-
tricas da peç a, das propriedades físicas e mec ânicas dos materiais que a constituem e do
est ágio de solicitação da carga. No caso de vigas def í cientemente armadas ao cisalhamento,
ou mesmo no caso de ancoragern deficiente das armaduras, podem surgir inicialmente apenas
as fissuras inclinadas nas proximidades do apoio (Figura 38).
Scanned by CamScanner
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Figura 39 — Ramificação das fissuras na base da viga, devida A presença das armaduras do traçíf o
Nas estruturas correntes de concreto armado, as fissuras prosontos nas bordas trnclonudar,
de vigas fletidas s âo em geral imperceptlveis a olho nu. Em alguns casos, contudo, ostns
podem até mesmo ser fotografadas á distância (Figura 41), sendo tais situações anormais
causadas mais comumente por falhas na construção da viga ( erro na bitola ou no númoro
de barras de aç o) , mau uso da obra (aplicação de sobrecarga não provlsta om projoto),
descimbramento e/ou carregamento precoce da estrutura.
As fissuras também poderão ser introduzidas por erros do concepção estrutural, Isto A , o
comportamento real da estrutura difere daquele idealizado no projoto. Por exemplo, numn
vA,
Scanned by CamScanner
52 - Trincas em edifícios
Figura 40 — Ruptura por compressão do concreto de uma viga superarmada solicitada à flexão
Scanned by CamScanner
Atuaç Ao do sobrecargas - 53
-
Figura 12 — F/ssum do cisalhamonto om viga alta, provista no projeto como " parede de vedação"
—
Figura 43 Embora com aborturn bastante reduzida (da ordem de 0,2 mm), a fissura presente na
vlgn alta pormlto a ponotrnçflo de água para o Interior do edifício
Scanned by CamScanner
54 - Trincas em edifícios
As trincas de torção podem aparecer em vigas de borda , junto aos cantos das construç fios,
por excessiva deformabilidade de lajes ou vigas que lho sâo transversais por atua
, ção
, . . do
cargas exc êntricas ou por recalques diferenciados das fundações . Podem ocorror lambêm
.
em vigas nas quais se engastam marquises e que não estojam convonlontomento armadas
á torção.
Esse tipo de trinca raramente se manifesta nas estruturas de concreto armado, constitui antro -
tanto um tipo caracterlstico: as fissuras inclinam- se aproximadamento a 45 o aparocom nas
duas superf ícies laterais das vigas, segundo retas reversas (Figura 44),
/ X
1/
Xx'
A Figura 45 ilustra o fissuramento de uma viga deficientemente armada á tor ção, sobre a
qual apoiava- se uma laje excessivamente flexível; como pode -se observar , a inclinação das
fissuras ("deitadas ” em direção ao apoio) é diferente da inclinação das fissuras de cisalhamento,
"deitadas" em direção ao centro das vigas.
O aspecto das fissuras varia conforme as condições de contorno da laje ( apoio livro ou engas -
tado) , a relação entre comprimento e largura, o tipo de armação e a natureza e intensidade
da solicitação.
Para lajes maciç as com grandes v ãos , os momentos volventes que se desenvolvem nas proximi -
dades dos cantos da laje podem produzir fissuras inclinadas, constituindo com esses cantos
triângulos aproximadamente is ó sceles , A Figura 46 mostra o aspecto t ípico do fissuramento
na ruptura de uma laje simplesmente apoiada, armada em cruz e submetida a carregamento
uniformemente distribuído.
Um outro tipo de trinca pode surgir quando não existe ferragem negativa entre painéis de
lajes construtivamente contí nuas , por ém projetadas como simplesmente apoiadas ; as trincas
surgem na face superior da laje, acompanhando aproximadamente o sou contorno (Figura
47).
Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas - 55
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Figura 46 — Fissuramento típico de lajes simplesmente
Scanned by CamScanner
56 - Trincas em edifícios
São bastante raros os casos de trincas em pilares; normalmente essas peç as trabalham com
taxas de solicitação que representam apenas pequenas parcelas das suas cargas resistentes.
Pela ocorrência de falhas construtivas, contudo, podem ocorrer trincas de esmagamento do
concreto, sobretudo nos pés dos pilares; nesse caso, os pilares deverão ser imediatamente
reforç ados já que a estabilidade da estrutura estar á comprometida.
Já não tão raros são os casos de fissuras verticais nos corpos dos pilares, aproximadamente
no terç o médio das suas alturas (Figura 49); em função da grande diferenç a entre o módulo
de deformação do agregado graúdo e o módulo de deformação da argamassa intersticial,
esta apresentará deformações bem mais acentuadas, criando -se superf ícies de cisalhamento
paralelas á direção do esfor ç o de compress ão. As fissuras verticais que se manifestam indicam,
portanto, que os estribos foram subdimensionados.
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Scanned by CamScanner
be sobrecargas - 57
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Scanned by CamScanner
58 - Trincas em edif ícios
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ões
Figura 51 — Fissuras inclinadas na cabeça do pifar provocadas por concentração de tens
Em trabalho efetuado sobre alvenarias de blocos sílico-calc ários, Sabbatini resume conside -
''
38
Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas - 59
Figura 52 — Alvenaria (parcialmente encoberta por prancha de madeira) ensaiada à compressão axial:
íf ssuração predominantemente vertical, causada pela deformação transversal da argamassa de
assentamento
b) componentes assentados com juntas em amarração produzem alvenarias com resist ência
significativamente superior àquelas onde os componentes são assentados com juntas verticais
aprumadas;
Como regra geral, de acordo com Sahlin (16), a resistência da parede em situações normais
ficará compreendida entre 25% e 50% da resistência do componente de alvenaria. Diversos
estudos experimentais já foram desenvolvidos em várias partes do mundo, buscando-se correla-
ções entre as resist ências mec ânicas dos componentes de alvenaria, da argamassa de assenta-
Scanned by CamScanner
60 - Trincas em edif ícios
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R E S I S T. A R G A M A S S A | R E S I S T. ALVENARIA
mento e da parede acabada. Sahlin(16) cita em seu trabalho v árias formulações emp í ricas i
a) Fórmula de Haller
-/
f cpa = ( s l + 0,15 fcb - 1 ) (8 + 0,048 fca) (12)
b) Fórmula de Hermann
c ) Fórmula de Onisczyk
0.1 fcb + fca
fcpa = (0,33 fcb + 1) (14)
0,3 fcb + fca
Através dos diversos ensaios efetuados com alvenarias constituídas por blocos cerâmicos,
Gomes(37) concluiu que as f órmulas empíricas geralmente superestimam a resist ência à com -
nrpqqão das oaredes, o que vai contra a seguranç a da estrutura. Já para f órmulas semi -em -
4041 42- 43)
píricas adotadas por diversas entidades de normalização , e que levam em conta
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Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas - 61
.
«« «IU,,ciSJKTJS?5«TáXSSãS?
Topa - 0, 20 rmM-â- n (15)
h = altura da parede;
t = espessura da parede;
.
Nas Figuras 54 55, 56 e 57 sâo apresentados alguns fatores ^
dados dos cantos suporioros da abertura, podendo duptear-sena reqi ao dos cantos inferiores,
re9 ã
'°
de ma| o das tensôes
’.
principais, obtiáos por Utku <« através das poder -se-á vtsualiza a | p rtâncla da
localização da abertura e de seu tamanho em relação ao
Scanned by CamScanner
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Scanned by CamScanner
AtUAÇãO do NotMOCiMvJfW tM
Figura 56 — Fatores de major acao das ter\ Oea ao /ww do MM JIWM po'storo
e altura da parede - 1 ; porta no centro da */ wede)
.
,\ vt‘vv
‘vvio
2 44
5.14
—
Figura 57 Fatores de majoraçao das tensões ao /< vyo MM jwfct |M\'„
e altura da parede - 1; poita deslocada em teiacdo ao tveim ca M I W 1
vV »v \V »\ vt
^ vntys
^>
4.4 Configurações típicas de fissuras em alvenarias, devidas a sobrecargas
Em trochos contínuos do alvenarias solicitadas poi sobieoargas unrtoimemonto distribuídas,
dois tipos caracter ísticos do trincas podem surgir
a) trincas verticais (caso mals típico), provenientes da delormaç Ao lrans\ eisat via aiyiamassA
sob ação das tensões do compressão, ou via He\ ão local dos ovMnrvnentcs via aKcnaua
(Figura 58) .
b) trincas horizontais, provenientes da rupluta por compressão do componentes vie alvenaria
*
ou da pr ópria argamassa de assentamento, ou ainda do solleilAvjóos vle tlevwompressAo
da parede, conforme reprosontado na Figura 59
Scanned by CamScanner
II I
64 - Trincas em edifícios
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sobrecarga vertical
Figura 58 — Fissuração típica da alvenaria causada por
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i
4
alem de fissuras verticais, ocorrer ão destacamentos de paredes externas dos blocos (Figura
60).
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S! ÍSSS Í5ÍÍS£S?S»^
de alguns blocos.
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Rgura 61 - Ruptura
a partir desse ponto
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localizada da alvenana sob o pon
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66 - Trincas em edifícios
Figura 63 — Fissuração típica (real) nos cantos das aberturas, sob atuação de sobrecargas
Scanned by CamScanner
Capítulo fi
Fissuras causadas
por deformabilidade excessiva
de estruturas de concreto armado:
mecanismos de formação e configurações típicas
s) “ as flechas medidas a partir do plano que contém os apoios, quando atuarem todas as
ações, não ultrapassarão 1/300 do v ão teórico, exceto no caso de balanços para os quais
não ultrapassarão 1/150 do seu comprimento teórico";
b) “ o deslocamento causado pelas cargas acidentais não será superior a 1/500 do vão teórico
e 1 250 do comprimento teórico dos balanços".
^
Ainda em seu item 4 2 3 a NBR 6118 estipula que no cálculo das flechas deverão ser levadas
em conta a retração e à deformação lenta do concreto; faz-se uma breve menção de que
no Projeto, especial atenção deverá ser dada â verificação da possibilidade de ser atingido
ser prejudiciais
0 estado
de deformação excessiva, a fim de que as deformações nao possam
outras partes da construção".
a estrLJtura ou a
pr ática, parece que essa recomendação da norma NBR 8118 nâo tem«Uo a M d a
0 POr parte dos calculistas brasileiros, presenciando - se frequeniteme
aia
em alvenarias provocadas pelas flechas dos componentes es?! Semroroiderar
^
de seguranç a,
Scanned by CamScanner
faz-se em geral a verificação das flechas no regime
^^UI tico, sem considerar -se
elástico
r
70 - Trincas em edifícios
; nesse último aspecto normalmente
fjeenrac ãoda Deca e a deformaçã ? o lenta do concreto
constdera
^ ^ ° s
são ne ige ciad ?0es sobre as propriedades em que a estrutura será
gado, as condições climáticas do local da obra
e a idade colocada
em serviço.
ômeno da deformação lenta do concreto,
Diversas instituições de pesquisa t êm estudado o fen . Tais influências são indicadas
considerando a influência dos fatores que foram mencionados pelo Building Research Station
nas Figuras 65, 66 e 67 a seguir, conforme dados obtidos . ^
para concretos com agregados normais, isto é, rocha britada
^5
UI
O O
,< «
O
2
4
3LU *" 3
RELA ÇÃO A / C
cr — 1
0,2 ,
03 0.4
1
0, 6
1
0,6 0,7
1
0.8
Figura 65
dosagensm
— Relação entre deformação lenta e deformação elástica para concretos de diferentes
UL
o ^0 ,
10
tf> 0,8
2 i »
w of
b ,
06
u:
ui
<
0,4
oa
i<
02
<J F *
- 2
UJ UJ UM 1 DADE RELATIVA ( %)
a: - j o 1 i j
100 90 80 70 60 50
Scanned by CamScanner
Deformabilidade das estruturas - 71
U
- 2,0
o<
a o
J5 Q - 1.6
3§ °
ZuJ
S 1,2 -
u: - ' •
UJ o
<h 0,8
Q £t
Ao que tudo indica, as alvenarias são os componentes(3 da obra mais suscetíveis à ocorrência
1>
de fissuras pela deformação do suporte. Pfeffermann '
realizou estudos com alvenarias de
tijolos de barro ( paredes com 7 , 50 m de comprim ento e 2,50 m de altura), constatando o
aparecimento das primeiras fissuras na alvenaria quando a flecha da viga suporte era de
apenas 6,54 mm , ou seja, 1/1.150. O autor cita ainda que tem constatado o aparecimento
de fissuras nas alvenarias mesmo com flechas da ordem de 1/1.500.
ânea de
As prescrições belgas, bastante severas, recomendam que a flecha relativa instant
lajes sobre as quais se apoiam paredes não ultrapasse a 1 2.500
/ . Mathez, da "Comiss
, citado por Pfefferm ann
ão
1) ,.
de Deformações Admissíveis" do Conseil International du Bàtiment
/1.000.
recomenda que a flecha máxima em lajes de piso não ultrapasse a 1
E , quer para vigas ou lajes
Não existe um consenso sobre os valores admissíveis das flechasão executados pisos cerâ-
as quais ser
onde serão apoiadas alvenarias, quer para lajes sobre
o destaca mento dos ladrilhos). Os valores anteriormente
micos (a deflex ão da laje pode provocar
flechas adrrrtidos pela NBR 6118. Existe,
comentados são, contudo, muito inferiores aos de prolongados estudos práticos, atravé s
na realidade, a necessidade de que sejam efetuados das estruturas com as dos demais
ções
dos quais poder-se- ão compatibilizar as deforma
componentes da construção.
b x3 (d-x)2 ( 17)
+ n . As
' r
3
b = largura da viga;
ço e do concreto (E
n = relação entre os módulos de deformação do a ^EJ ;
\
Antigamente adotado pelo CEB, baseia-se num andamento bilinear para a curva momento
atuante x flecha desenvolvida, com ponto de inflex ão coincidente com o momento de fissuraçáo
(Mr) da viga; para taxas de armadura relativamente altas o método desconsiderava a inflexão
mencionada, resultando portanto as seguintes expressões:
f,i =
Ec . Es As d2 (1 — 2,67 p -f 1,33 p 2) (18)
.
f = íL + Mk - Mr
EJ
c 'g 0,75 Es Asd 2
-
(1 2,67p + 1,33 p 2 ) ]
Deformabilidade das estruturas ' 73
= flecha instantânea da
onde: ft viga fissurada;
( = v ão teórico da viga;
I = momento de inércia da
seção homogeneizada;
= inércia da peç a fissurada;
b) Método de Rousseff
AA partir de
^ uma série bastant nrandP
g .
dp ensaios Rousseff constatou que a formulação
desenvolvidas, principalmente quando
realm
proposta por Jager subestimava_as flechas rpalmente
se ultrapassava o valor 0,5 Mr. Em ç propós um ent0 parabó|ico Pnda£
nas seguintes expressões:
,
para a curva momento atuante x flecha no intervalo
intervaio u
0o Mr a
5M .
d 1,5 Mrr , resultando seu método
„
-- . „., -
onde: K = E,. A,. d2 (1
2.67 p +1'33 p
K K IE I
demais símbolos: mesmo sig
'
d0 apresentado na alínea "a"
precedente.
Scanned by CamScanner
74 - Trincas em edifícios
.f «f , +2f g
(22)
f oo
Mk
fg
4
Mg
Mr
f\ 2 fg f
Figura 68 — Flecha fina/ numa viga fletida, considerando a fissuração e a deformação lenta do concreto
•A j /A j = 0: fator multiplicativo = 3;
A 'S /AS = 0,5 : fator multiplicativo = 2,2;
"
" A /AS = 1: fator multiplicativo = 1,8.
'S
Deformabilidade das estruturas - 75
b) Normas belgas (NBN 15);
^^ Pefa è
3
° ^^
estruturas de concreto armado < > admite
7 sumnHrf °AcHdaSonccureto pode
aturas final e inicial na seçâo de
alon
25
— fj + fj rL 31 |+ ,
f X
| d+
r
ri (23)
Figura 69
superior
- Trincas em parede de vedação: deformação do suporte maior que a deformação da viga
Surgem trincas inclinadas nos cantos superiores da Parada \
erfmator carreía-
merTjunto aos camofdafpa edefNà parteMerior do painel normalmente surge
Scanned by CamScanner ^
f
uma ^^ ^
g QCQ
76 - Trincas em edifícios
oaolv !tnomalmen1°
trinca horizontal; quando com-Pri n |çP
°
o que se pode observar , contudo, e ^ ^ ^^
de arco e a trinca honzontal desvia-se em dire ão
f çã
“ érticesinferioresdopaine
Neste caso, a parede comporta-se como viga, resultando fissuras semelhantes àquelas apre-
sentadas para o caso de flexão de vigas de concreto armado (item 4.2.1) .
óí
obser
rlpre
' em^ ’
^
a parir do can direito da
janela obfeZa° detote co
que aparecia aproxi-
o “ afundamento” da
51»
ÍSS
«e os painéis, conforme
."„
. SS^^
u
•*"
»as por pa né s
'
,. £..^-sftSSS»
-
4
dSacament^ e <®> ut
Um caso , ,
esUU ural é aquele
< » se bastante ítpico de fesu a«®
*
edifíciosobserva nas regiões «M»
sobre pilotis, onde o
' Pde . Pre°
a pe a falta
vigas
intencionaimente utilizado par
** gentes
Scanned by CamScanner
78 - Trincas em edifícios
Figura 74 — Cisalhamento entre painéis pré- fabricados, provocado pela deflexão dos componentes
estruturais
mmmm
Figura 75 Trincas na alvenaria, provocadas por deflexã
o da região em balanço da viga
'
1
SsSSacSSrFasS ,
que se estende p eticamente por
, .-
,
# f
* .
. . v*
•*' ' v ..
%i
0 v‘
.- I
—
Figura 76 A flexão da viga em balanço (à direita, no canto superior da foto) comprime a parede
de vedação, que apresenta esmagamentos localizados no encontro com a viga per í metral
\ \
\
t l
I
I
i
i i
i
I J
i
I i
i
JxL
Figura 77 — Trinca horizontal na base da parede provocada pela deformação excessiva da laje
Ainda para as alvenarias estruturais há um risco potencial da sua fissuração pela deforma-
bilidade de vigas de fundação e de transição (nos prédios sobre pilotis); aliás, a concepção
de edifícios em alvenaria estrutural sobre pilotis parece ser tecnicamente um contra- senso,
_ medida em que poder ão ser introduzidas nas paredes solicitações distintas ás de compres -
são, frente âs quais sabidamente as alvenarias não apresentam bom comportamento. Ocor -
, num ou noutro caso, deformação significativa da viga suporte, a parede solicitada
rendo
ã flexão passa a comportar-se como viga alta, podendo surgir fissuras verticais de tração
3 partir de sua base (Figura 79).
Scanned by CamScanner
lio lilmutu MIM ui lllli ill IN
I IIJUKI / li .
I lnfiii / n I mil •miltil IUI Imtin < ht / uirmln, finmxuul: / pohi Ifrxnii tlti lajo chi gtirtujsm nn diroçfto
Itv
/ / will lit vltit f ) I nil min
Scanned by CamScanner
Deformabilidade das estruturas - 81
Um último caso que se pode comem
£ »° , o piso passa
trabalhar col' “ quais se assentam^
>
a9 t emé a,fissura
r ldoat ção
u Ção da
da laje a
lascamenlos e destacamentos no
Ocor end "
-
\ < 0» .* ;
- . •
• • *. *
:
i
solo^aDreslntando IfrnrSf **
,
edí icios eram dimensionadas pelo critério de ruptura
do solo, apresentando as construções cargas que geralmente não excediam a 500 Tf An
.
mesmo tempo que as estruturas iam ganhando esbeltez conforme enfocado no
, capftSo
ante-
nllf
o çsolo ijá
total sobre n -
ganhando ma or altura chegando -se em nossos dias a obras cuja carga
à chegou a atingir 20.000 Tf . Dentro desse quadro, é imprescindível uma
mudança de postura para o cálculo e dimensionamento das fundações dos edif ícios .
Oe acordo com Vitor Mello(48), apenas em argilas de baixa plasticidade o critério de c álculo
condicionante é o de ruptura (principalmente perante carregamentos r ápidos como os verifica -
-- -^
dosem silos, descimbramento de pontes etc ); já em
SfeeSS STW» ,
1 ciemes de a«0 nténo ptora
s ó pode ser
condicionante para sapatas muito peque ,
automaticamente passa a ser condicionante o critério de recalques .
A capacidade de carga e a deformabilidade dos solos nâo são constantes, sendo função
dos seguintes fatores mais importantesí .
-estados
tipo e estado do solo (areia nos vários estados de compacidade ou argilas nos vários
de consistência);
^
os
presente
pressões m
rec
aatuanteed0
\ques sà0
^ das ^
enle provenientes da
ôes das fundações ten er
de lensoe
^
84 - Trincas em edif ícios
eentg01
^ ^ ^^
danf
Denomina-se "consolidação'' ao fenômeno de m
?
curtos ap0s serem solicitados; já parais
solos menos permeáveis como as argilas a consoli-
camadas de gadas
dação ocorre de maneira bastante lenta, ao longo de vários anos. Mesmo
de argila entre maciços rochosos estarão sujeitas a esse fenômeno.
só do tipo de solo,
Para as fundações diretas a intensidade dos recalques dependerá nao
, onde a capacidade
mas também das dimensões do componente da fundação. Para as areias
de carga e o módulo de deformação aumentam rapidamente com a profundidade
, existe
a tendência de que os recalques ocorram com mesma magnitude, tanto para placas estreitas
quanto para placas mais largas (Figura 81 ).
Para os solos com grande coesão* 49 , onde os par âmetros de resist ência e deformabilidade
*
não variam tanto com a profundidade, pode -se raciocinar hipoteticamente que uma sapata
com maior área apresentar á maiores recalques que uma outra, menor, submetida â mesma
pressão, pois o bulbo de pressões induzidas no terreno na primeira sapata alcanç a maior
profundidade. Na Figura 81 representa-se esse comportamento hipot ético atravé s de gráficos
pressão x recalque para placas com diferentes dimens ões.
PRESS Õ ES PRESSÕES
O c* CV O ”
C r CT “ r
T I
I
I I
SAPATA I
I
SAPATV
LARGA
^ I ESTREITA
I
SAPATA
CA LARGA
LU SAPATA ^ CA
ESTREITA UJ
O
O
o
LU O
a.: LU
cr
ARGILA AREIA
Figura 81 — Gráficos teóricos pressão x recalque de sapatas apoiadas em argilas e areias >
(49
Para as fundações profundas onde, at é bem pouco tempo, supunha-se não serem importantes
os recalques diferenciados, a prática vem demonstrando que existem situações particularmente
desfavor á veis, onde podem ocorrer recalques bastante significativos. Mello 48 cita como exem-
* *
plos dessas situações o efeito de agrupamento de estacas, as estacas flutuantes e as estacarias
muito profundas; lembra ainda que o máximo atrito lateral mobilizado ocorre para pequenos
recalques, independentemente do diâmetro do componente de fundação, ou seja, ultrapas -
S3
Scanned by CamScanner
Recalques de fundação - 85
= «KSSSãr
de e e aterroeste fenômeno
'
5 S
,
5
solo um acr
zido por
B é scimo de
carga âSSsS
tensões de atrito
proveniente do peso do solo em movimento
ao longo das paredes das estacas (Figura 82).
descendente, tradu-
AT Ê RRO
rNA
\I3
^ \
ARGILA MOLE \ \
%
•% ••
\ /
*
:• AREIA COMPACTA V
•• ••••*“ »
è
t k . I *
«
Do pomo de vista qualitativo, contudo, algumas conclusões importantes foram obtidas com
Sse sstudo. A seguir algumas delas: '1 i
, . •• i
r
••
.
"J . >•
V*
: . .
*
y
86 - Trincas em edif ícios
— em paredes com altura "h" e comprimento "b" entre contraventamentos, providas de janelas
com altura "hw" e comprimento "b ", relações h„ / h > 0, 4 ou bw / b > 0, 4 farão com que
os trechos de alvenaria sobre as aberturas comportem-se francamente como vigas, predomi-
*
nando as tensões de tração no centro das aberturas e as tensões de cisalhamento nas proximi-
dades dos apoios;
— o comportamento do edif ício só se torna mais flexível , propiciando, portanto, melhor absorção
das tensões introduzidas pelos recalques, mediante o aumento do seu comprimento; a adoção
de aberturas com grandes dimensões ( hw / h > 0, 4 ou bw /b >0,4), o que aparentemente
diminui a rigidez da obra, torna-a ainda mais suscetível ás tensões de cisalhamento que
se desenvolvem ao redor das aberturas;
Figura 83 — Variação dos recalques absolutos e diferenciados, em edifícios assentados sobre argilaslUI
J
Scanned by CamScanner
Recalques de fundação - 87
? razoavelmentetojfumdos
£2timativas granãesdesafiSsoara a ecâ é
.J dos ? A rigor•
?*". * «
^ Solos ,
precisas só nica
pç poderiam
provas de carga. ainda assim apenas para os recalques imediato? da execu çâ o de
v áfidann
ciados"parece vanaa ? falta
^ jnvar avelmente nos recalques diferen-
q U a S e qUe
, oareM , na falta de indica es'çõ , 'a tentativa de
mais precisas á-los admi-
quantific
tindoparaio solo par âmetros elásticos com valores aproximados nessa ; circunstância
s a Previsao dos recalques absolutos seriam aproximadamente
, supõe-se
que os err
° 2 os
mesmos , podendo-se ent ão ter uma idéia do risco da ocorrência de recalques diferenciados
na obra.
0 modelo clássico da teoria da elasticidade, para sapatas rasas apoiadas em solos coesivos
saturados, é:
A H= p . B ( ní )
'
• (24)
onde; AH = recalque;
Schmertmann citado nor Perloff (52)desenvolveu uma formulação que leva em *?onta a c?
ta
duas'vezes^
' 'iargura 'sapa'MBlTpsto teoria da ew'icidade.'cocaM ^ xima
a a má
o vaiorda
^
88 - Trincas em edif ícios
referência 52)
Tabela 6 — Coeficiente de forma e rigidez Cd para sapatas (Perloff
Sapata flexível
Sapata
Forma Compr. (L)
m édia rígida
Largura (B) centro canto
0, 64 0,85 0.79
circular 1,00
0, 56 0,95 0,99
quadrada 1,12
0,67 1.15 1,06 *
1.5 1,36
0, 76 1,30 1, 20*
2 1,52
1,78 0, 88 1,52
3
1,05 1,83 1,70*
retangular 5 2,10
2,53 1 , 26 2,25 2, 10 *
10
4,00 2,00 3,70 3, 40*
100
1000 5, 47 2, 75 5,15
1.0
í
to
li.
UJ .9
O
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3
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O
cc
Q.
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•5 ..
.6 7 6.9 W 2.0 3.0 4.0 5.0 10.0
, .
R E L A Ç ÃO D / B
ãH em un
*° da
* assentamento da largura da
í
do fak de deformação
« oeoZ !i ° T T°
"« de aSlond°aCcaTa se ls adCr:
^
^° ° re alque da sa?a a a?ós
'
AHI. - Cj . C 2 . Ap 2 (A.)n • A
-
i i p
^^ (25)
. .!
]
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TI
Scanned by CamScanner
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0
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^rSSSSSSSS» vv punjonl wptmmo op onummsuopv iod ««ntyvatu c C 9
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V
\ \ opouioo vo 0|os op ov Vunojop . op oinpoui - *3
Vw V \ I \ P\ \ ) I vpvmioo \>o 0|0« op ovOminojop op io|oi - wl
Houaitt»} op 0^\VM\ V;0 \ > OpiAOp OV«S«Oii op o\\\\\ > ) \ \ < - "li
\ >|0\ 1 0pU0l|p0 OVSSOhl -
HOIOiltt* \ > OpiAop »>.\(10|0 OVftWOlil Op OUIUW0IOO) ’\ 1 vl - Py
ISCHItt \ «pvU> |0|O| 0| \1 |0 0< » I - *nv opiM
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+ AP a
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a
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* • P0 a a a a
a a a
a «I a
•
* ;
N a a 4 #
a i a
a
•
•a a
Do acordo com Terzaghl, o recalque Ah da camada profunda de argila será expresso por:
C . log Po + AP
Ah =
Po .h ( 26)
1 +e
onde: C « índice de compressão da argila;
°
De aC do em função de correlações estatísticas com 0
o llmite de ifmitedel'
Ser grosseiramente
e5linn vPmp|0S dessas correlações:
dois
(LL - 10): Skempton, argilas de Londres;
quidez (
'
LL) da argila, citando
s 0,009
a) Cc
b) CC =
0
fdaS
alentados na
(aP -
função
das
.
0,004 LL : IPT, argilas terciárias da cidade de São Paulo.
fddadeSDe
dimens õ es em planta do edif
pTáfca
referência 54) obtendo-se o
ício ( ^
de
^,
vide Finura
F
sefeCSad
am
^ ^ If '
^
coeficiente dftnh nYff ' °
,
de distribuição de
C
Ca CUlado Pela
S de Newmark
press
.
ão o-2, em
^
n
0 ura 86) e da Profundidade z da camada
0 acré
compressivel . us scimos ae
éscimos de nres
pressãn An, e
o Ap consequentemente os reca
v árias posiç oes do pr édio, a íques, poder
recalaues Doderãno
em
ser estimados saber :
édio
a) centro do pr
(27) ,
Ap - 4. p . cr2 (<rZi1 determinado para m
—z
= en=
r*
b) ponto médio do comprimento
d) cantos do prédio
2a- ).
(30) Ap = p . o-2 4 (o- 2 4 determinado para m =
^ en =
^2 4 Recalques em tubulões
:
*
3
< >;' Irlnciiri MID MILLFLOLCW »
htfrolti / AftIh > lulotnl out lutmtOori contuol / ulm nut ttii / llnu, sogundo fomllntion
nv ,
Confine do unjHa MAxirno alrito lateral
luhtilno ( KIM ) dofionvolvldo (KPn)
ilu oonciolo, 0 - 3/ 0 - 34
oarnlna, om contain 37 - 7fl 14 - 50
com M 11 ) 1111 / 11 14 / 50 - 04
.
0.2 1) Hocnlquou om onlnonu
Pam u provluAn do recalques om nuluen Ponlou o Ii/ivlu'^ desenvolveram urn modelo basoado
no módulo do dofonnnçrio do motorlol conslllulnlo do osteon, no módulo do deformação
do nolo o no ( joomolrln do noç Ao Iraiiuvoruul do estaco, celoulnndo
< aaolm o rocalquo bá3lco
(l
.. . i .
( AH ) do umn onlnon li olndu om oiril espaç lolinlloo , porlollornonlo elástico, corn coeficiente
do I'olr r on ft. - ,! > , A pnrtlr do recalque bAsloo, on ouloron desenvolveram oxtonsa formulação,
( )
odolondo Interns do corrnç Ao pura oii dlvumotj vnriAvols envolvidas (coeficiente do Poisson
mol, cummin flnlln do nolo, roululAncle do ponto do ostacu ole. ). i
um mólodo llorallvo do crtlculo para a dolorrnlnnçâo da Influòncia quo ostacas vizinhas oxercom
ummi sobro an outran, produ/ lndo no arjnlm a (ormulaç rio quo pároco sor hoje a mais eficiente
porn a prodlgAo do roculquo rk; onlncnn agrupada»; a oxtonsÁo dessa metodologia, baseada
num riúmoro multo orando do Atracou, Importo nua aprosontnç Ao nosso trabalho,
.
0.2 0 Entlrnatlva dou parAmotrou olAntlcon do nolo i
Como |A í;O pódo notar , Iodou ou rnodolo» analítico» desenvolvido» baseiam - so nas proprie*
dados olrtullcao do solo (E o / A ) , do dlllcil quantificação. O rnó todo quo pároco estimar com
maior procluAo o valor do m * ódulo rto rJoformaç Ao rjo solo ó aquolo quo so baseia no ensaio
Irlnxlnl om amoulrau Indolormadau o conduz, segundo Bowles , a valores que podem
sor 1 a 1 ,6 vo/ os Inforloroo ao valor real rio módulo do doformaçáo do solo, O autor fornece ^
ainda a ordorn tio grnndozu do módulo do doformaç Ao o do cooficionto do Poisson de diferentes
solos, conformo a Tabola 0,
Tnboln 0 — Módulo do do /ormnç/í o o coo /lclunlo do Poisson pnrn dlforonlo3 solos, segundo Bowles <s0>
--- 50
-mullo rnolíí
* molo
2
5
15
25
- unturnda 0,4 - 0,5
-- mdura
édia 15
• riAo snlurndn 0, 1 - 0,3
• arenosa 0,2 - 0.3
• uronoco
50
25
-- 250
100 ulliosa 0,3 - 0,35
Arola Areia
•filltosa
• fofa
7 - 21
10 - 24
• danou
• fofa* e oroosa
0,2 0,4
0, 15
-
4 J - fi 1
j
• compacta Í - fofa* o fina 0, 25
Afola/podregulho Rochas
• loto
45 - 144 • varia apenas orn
lunç Ao do tipo 0,1 -0, 4 :
- compacta 00 - 102 da rocha
i
Scanned by CamScanner
i
X-
Recalques de fundação - 93
da inexatidão dos valores obtidos através do ensaio
tP função triaxial, e também porque
desse ensaio é relatrvamente elevado, vem - se
0 custo tentando estabelecer o módulo de
Reformação dos so os a partir de correlações com valores obtidos em
ensaios de penetração
d n ánnica (SPT ) ou ensaios de penetração de cone (R - "deepsounding"). Bowles(50) dá indica-
ções de algumas dessas correlações, apresentadas na Tabela 9.
Argila mole E, = 6 a 8 Rp
O emprego dessas correlações deve ser efetuado com cuidado, verificando-se, em função
de dados locais, qual a que produz melhor ajuste. Mello(40) considera bastante promissor
o emprego de Rp para estimativa do módulo de deformação do solo, advertindo contudo
sobre o perigo de empregarem-se "pseudocorrelações".
Outra maneira de estimar -se o valor do módulo de deformação do solo é a partir do coeficiente
de reação Ks, obtido em prova de carga direta. Nessa circunstância, pela teoria da elasticidade,
seria expresso por:
ES = KS . D (1 V ) . Cd (31)
At I - Al l „ /Ml HI y m
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ondo: All - roc3Blquo do oompononlo do fundngAo;
AHP - rocnlqtio da plncn;
II - lurgura do compononlo do lundngAo;
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o vnlor do rocnlquo roul, prlnclpnlmnnlo (|unndo A qrrmdo n ruingAo [3/13!,. Bond, cltndo por
Bowlos(6n), propOo n soqulnlu oqungAo pnm cAluulo do lonnlquo ronl n pnrtlr dn provn do
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96 - Trincas em edifícios
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Figura 91 — Fundações assentadas sobre seções de corte e aterro; trincas d$ cisalhamento nas ao/ enarias
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A construção de edif ícios dotados de i
secundáno (menos carregado), c esmosistema
a recalques diferenciados entre as duas pa t surgindo fissuras verticais entre elas e, não
surg
adoção de SiStemas diferentes
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98 - Trincas em edif ícios
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Figura 95 — Diferentes sistemas de fundação na mesma construção: recalques diferenciados entre os '
sistemas, com a presença de trincas de cisalhamento no corpo da obra
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Figura 96 Recalques diferenciados entre pilares: surgem trincas
sofreu maior recalque inclinadas na direção do pilar que
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Recalques de fundação - 99
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9ura 98
ente de recalque ríical:as Par1eS
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100 - Trincas cm odií fclos
Figuro 99 — Fissura de rocalquo horizontal: ocorrou praticnmento ruptura da fundação do pilar localiz
ado
entre as duns aberturas
Como regra geral, as aberturas das fissuras provocadas por recalques serão diretamente
proporcionais ã sua intensidade; a estruturação do edif ício o todas as demai
s condições
de contorno , entretanto , t ôm influôncia tambóm direta na dimens ão da fissura e na
do problema . No coso comentado a seguir , por oxornplo, ocorreram recalques extensão
cativos num conjunto do sobrados geminados, com juntas de movimentaçã
bastante signifi
o a cada três
-
sobrados. Numa dos ocorrências mais oxprossivas (Figuras 100 e 101), o
sobrad
de recalque praticamento encostou no sobrado vizinho , o que limitou a gravid o em processo
ade do problema.
típica e aberturas pronunciadas; omporramonto riot contido polo sobrado vizinho; fissuras com inclinação
à
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Hocalquea do lundaçâo - 101
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Flgtim 101 — Ws//i Inlornu da patada tlgsurnda, fxxlundo ao registrar a pnssngom do luz através da
fissura quo acompanha as Juntas do nssontamonlo da nlvonarla
Alóm do todos on Intoron ( jooldcnicon nnlorlortnonlo uponlndos como prov áveis causadores
do rocnlquoB dlloronolnln (oon!iolidíí; f 0on dlnllnlas! do aterros, Intortor ôncia om bulbo
do tensões
etc ) , podo nrr ucronconlnr um londmono poolónico quo , sonflo muito importante, ó pelo monos
muito curioso, Imlo no do oluiidomonlon loooli / odon do torrono ("doilnas", de acordo com
os floòlo( jou) , quo om tjoral v óo no pioeonnundo lontamonto com o passar dos anos , causados
por Irillwm no subsolo ( cnvoinun, oriundas moularmonto da iixivlagáo do calc ário localizado
.
em camadas profundas) Nas loqloos su|ollan a osso tipo do fonômono podom ocorrer fissura-
çôon ( jonorull/ adas das odlllcaçOou, alárn do outros latos cnractorlstlcoa, como a inclinação
do postoa o torrou om dlroç fto ao oplcontro da dollnn
Com um corto Inodltlamo, ocorrou no munic ípio paulista do Cajumar no nno do 1907 o verdadeiro
rompimento do uma fjrnndo caverna, localizada nproxlmudamonlo 40 tn abaixo da superf ície
do torrono; a camada riu aiqila acima da do calc ário lot om parto trapada pela cavorna,
resultando um qranclo burarjo ("buraco do Cn|nmnr ") ciuo, por nua voz, tragou para o seu
interior um sobrado completo (Figura 102) i
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Figura 102 — "Recalque" do sobrado para o interior do " buraco de Cajamar "
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Scanned by CamScanner
Capítulo 7
Fissuras causadas
pela retração de produtos
à base de cimento:
mecanismos de formação e configurações típicas
stSiomen?e°
b) retração de secagem: a quantidade
^ rando-se p
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l hidratada liberada nas rea
ções de hidratação do cimento
c) retração por carbonatação! a ca
ar, formando carbonato de c álcio; esta reação é
presente no o
reage com o gás carbónico volume , ge rando a chamada retração por carbonata .
çã
acompanhada de uma redução de
á
a exsudaÇâo de água num concreto
d) granulometria dos agregados: quanto maior a finura dos agregados, maior ser á a quantidade
necessária de pasta de cimento para recobri-los e, portanto, maior será a retração;
Desses seis fatores distinguidos como principais, a relação água/cimento é sem dúvida o
que mais influencia a retração de um produto constituído por cimento, sobrepujando inclusive
a própria influência do consumo de cimento. A Figura 104 ilustra a importância relativa do
consumo de cimento e do consumo de água na retração de concretos, conforme estudos
efetuados pelo LNEC, citados por Helene (59) .
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CONSUMO DE CIMENTO
( Kg / m3 )
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e da relação água/cimento
0LNECJ ,
e argamassas, o BRS*
. ^ para a determinaçã^ o em laboratório dao retra
em qufla eç a concratada ficar exposta. Em relaçã
â umidade relativa de
faz a seguinte projeção para retrações
ção de concretos
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desenvolvidas em concretos:
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v0 e s 0 = volume o área exposta do corpo de prova
(normalmonto 4 cm x 4 cm x 16 cm);
vos =» volume o ârea oxposta da peça para a qual deseja-se
ostabolecer a retração;
UR « umldado relativa do ar no local de exposição da peça
(UR variando entre 0 e 1);
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E = módulo de deformação do aç o;
As = área da armadura;
A retração diferenciada numa peça de concreto armado, promovida pela presenç a de arma-
r
dura, tende a provoca deflex da peç a, já que regiões menos armadas ou sem a presença
ão
ar ão maiores encurtamentos; para peças fissuradas,
de armaduras apresent (32) calculadas portanto
no Est ádio III, o CEB d á a seguinte indicação para o c álculo da flecha desenvolvida:
*, . e r T[
Es
f =£ • 0,25 + 7.
Ec
(
P, l,2
f >] (38)
d = altura útil;
P
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= taxa geométrica da armadura de compressão:
retração
7.2.1 Retração de vigas e pilares de concreto armado
As peças de uma estrutura reticulada de concreto
adaf?Sra
tensões provenientes da retração do cone
Eigura 106 .
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vigas superiores poder á induzir a fissuraça 0rizontal dos pilares mais extremos, c
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Haura W7 — Hoauras do retração numa viga de concreto armado
em v,9a de
ZZZz 3ES2w causadas pela elevadíssima relação
Retração - 109
De acordo com Eichler (63), contudo, o efeito mais nocivo da retração de lajes de concreto
armado ser á a fissuração de paredes solidárias á laje, conforme representado na Figura
109 .
Figura 109 — Fissuras em parede externa, promovidas pela retração da laje de cobertura
Estudos desenvolvidos na Suécia, mencionados por Sahlin<16), indicam que fissuras horizontais,
oriundas da retração de lajes, poder ão aparecer também em paredes de andares interme-
diários , de edifícios constituídos por alvenaria estrutural; nesse caso, as fissuras poderão
surgir imediatamente abaixo da laje ou nos cantos superiores de caixilhos, conforme repre -
sentado na Figura 110.
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Figura 110 — Fissuras em parede externa, causadas pela retração de lajes intermediárias
As Figuras 9, 11, 12, 13, 27 e 30, apresentadas nesses capítulos, ilustram bem os problemas
que podem se manifestar em função da retração da parede e/ou de seus componentes isolados.
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Figura 111 Fissura e destacamento na interface bloco/argamassa, provocados pela retração da
argamassa de assentamento da alvenaria estrutural (no caso, argamassa de cimento e areia traço 1:3)
Scanned by CamScanner
Retração - 111
O recalque plástico do concreto, conforme exposto por Johnson , poderá provocar o apareci-
(60)
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Figura 112 — Destacamento provocado pelo encunhamento precoce da alvenaria
A retração final de uma alvenaria depende de inúmeros fatores; experiências realizadas pela
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PCA Portland Cement Association 64 com blocos vazados de concreto revelam que a quali-
dade dos blocos e da argamassa de assentamento, além do grau de restrição imposto á
parede, exercem grande influência nas acomodações finais dos componentes de alvenaria.
A Figura 113 ilustra um caso de paredes constituídas por blocos curados a vapor, assentados
com argamassa mista de cimento, cal e areia.
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Figura 113 Retração de paredes e blocos de concreto, em função da idade e da vinculação — PCA<54>
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Figura 115 — Fissura da retração na alvenaria, em seção enfraquecida pela presença de tubulação
F/yt/ra 116 — Flssuração generalizada causada pela retração dos componentes de alvenaria e freto
grande número de janelas na parede
regulares, diferenciando- so dos destacamentos gorados por dufloxAo do suporte, onde oxIstlrAo
evidências de cisalhamento ( fissuras ascnmndns) .
Um caso partlcularmente importante do ílsnuraç flo provocndn por rotrnç Ao A nquolo quo
tem verificado em odiílcaçõos constituídos por paredes monolí ticos do concreto, moldados ••
"in loco", com o emprego do f ôrmas met álicas ( sistemas "Outlnord", "Precise" elo,),
114 • Trincas om edif ícios
ávol", com relação água/cimento
Polas cnrnctorlstlcns do concrolo empregado ("auto -ndens oxposta o o volume das paredes
bastante elevada), poln grande rolaç Ao vorlflcndn ontro n Aron do dolalhes construtivos
polas baixas taxas do armadura empregadas o polo InobsorvAncia d fissuração peiQ
apropriados ( juntas do controlo), ossns pnrodos sAo bnslnnto suscotlvois .
ç Ao do concreto, com comprometimento da ostanquoldado do odificio
rotra
—
Figura 117 Fissura do rotração om pnrodo monolítico de concroto, na seção enfraquecida peia presença
do vão do janota
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Figura 119 Destacamento na região de contato parede monolítica de concreto/laje de fundação, com
penetração de umidade para o interior da edificação
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de tinos existente na mistura e com o teor da água de
intrínsecos, diversos outros estar ão influenciando na formaç ao ou não
ae ^ .
^
nas argamassas de revestimento: ader ência com
esDes ura da camadas tempo decorrido entre a aplicação de uma e o outra c ada r
camaaa âoida
rapiaa
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água durante o endurecimento
por ação intensiva de venti a ao e ou msolaçao
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1 1 6 - Trincas em edif ícios
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V = coeficiente de Poisson;
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T = tensão de aderência entre a argamassa e a base;
e = espessura do revestimento.
—
da camada;
diretamente proporcional ao seu índice de retração, â sua
resistência á tração e â espessura
Os azulejos s ão peç as cer âmicas esmaltadas, com espessuras bastante reduzidas, e que
devem ser assentadas com argamassas mistas de cal, cimento e areia. A quantidade de
cimento adicionada á mistura deve ser, no entanto, extremamente reduzida.
Scanned by CamScanner
Capítulo 8
Fissuras causadas
por alterações químicas
dos materiais de construção:
mecanismos de formação e configurações típicas
Os materiais de construção são suscet íveis de deterioração pela ação de substâncias químicas,
principalmente as soluções ácidas e alguns tipos de álcool. Assim, edif ícios que abrigam
f ábricas de laticínios, cerveja , álcool e açúcar, celulose e produtos químicos em geral podem
ter seus materiais e componentes seriamente avariados por essas substâncias . Pela especifi-
cidade do tema, e também porque a patologia nesSes casos manifesta-se muito mais na
forma de lixiviação e não na formação de fissuras, essas deteriorações não ser ão aqui tratadas.
Também não ser ão consideradas alterações nas cadeias poliméricas de tintas e plásticos
expostos á radiação solar, onde a ação do ultravioleta, ao longo do tempo, provoca a microfis-
suração da película de pintura ou do componente plástico. O problema est á muito mais voltado
para envelhecimento natural e durabilidade, conforme abordado por Flauzino .
(66)
Independente da presenç a de meios fortemente agressivos, como atmosferas com alta concen-
tração de poluentes e os ambientes industriais, os materiais de construção podem sofrer
alterações químicas indesejáveis que redundem, dentre outras coisas, na fissuração do compo -
nente. Não aprofundando muito no tema “ degenera ções químicas de argamassas de revesti-
20 e 67) , ser ão enfocados a seguir tr ê s tipos de
mento", assunto bem estudado por Cincotto '
alterações químicas que se manifestam com relativa frequência .
8.1 Hidratação retardada de cales
t
Uma cal bem hidratada praticamente não apresenta óxidos livres de cal e magné sio; em
contrapartida, as cales mal hidratadas podem apresentar teores bastante elevados desses
óxidos, que sempre estarão ávidos por água. No caso a'e fabricação de componentes ou
elementos com cales mal hidratadas, se por qualquer motivo ocorrer uma umidificaçáo do
componente ao longo de sua vida útil, haver á a tendência de que os óxidos livres venham
a hidratar -se, apresentando, em consequência, um aumento do volume de aproximadamente
100%(20>.
O efeito mais nocivo da hidratação retardada de cales manifesta-se, entretanto, nos revesti
no
-
mentos em argamassa, cuja expansão decorrente tende a produzir danos generalizados
locais
revestimento (além de fissuras, descolamento, desagregações e pulverulências). Em ção
com a presenç a de gr ânulos isolados de óxidos ativos, a expansão e posterior desagrega
do óxido resultará em pequenos buracos no revestimento (Figur a 123).
Scanned by CamScanner - ;
•
120 - Trincas em edif ícios
.
Fgura 122 — Fissuras horizontais no reuestimento pnnvcadas pela o\ pans lo da argamassa da
assentamento
S5SST 00 em
-
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" * “
* *
8.2 Ataque por sulfatos
reaS
?
nac ,
antadaSdpdnn rtinaCi
,°
0 aluminato tric á cico, um constituinte normal dos cimentos node reaoir com <$ij|fato< em
0 sul alu! lnat0 tricalcico ou ^oltingHafsondo
^ ^ ?^
0 iW>)
J
esta <
é necessâna a D «enra rip
utilização coniunta de cimento e gesso
'’
elipansao Portanto, para puo n toaçâo ocorra,
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^ MS como 0 8ol ' aSuas contaminadas ou mesmo
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;as com al os leo os do suis solúveis. A agua,
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»
Scanned by CamScanner
*
Altoroçôos qulmlcai don material!) 1 2 1
-
No caso da expansão de argamassas do assonlamonlo, por uxomplo, ocorro Inlolnlmonte
uma expansãdesintegra
o geral da alvenaria, sendo quo em casos mnln oxtromos pocJur
ção das juntas do argamassa . No coso do
íi ocorrer urna
progressiva nlvonnrluo rovontldna
as trincas serão semelhantes àquelas que ocorrom polo rotração da nrqamnuna do rovontlmonto'
desenvolvendo - se conformo esquema representado nn Figura 124 , Dllomrn dau prlmolraa !
entretanto, em tr ês aspectos fundamentais: aprosoritnm nburturus rnnls pronunclndae, acompa -
nham aproximadamente as juntas de assentamento horizontals o verticais o aparecem quase
sempre acompanhadas de efloresc ências .
—
Figura 125 Painéis pré-fabricados constituídos por cimento e gesso: a aç&o da umidade desencadeia
a reação de formação da etringita, com grande poder expansivo
Scanned by CamScanner
122 - Trincas em edif ícios
—
Figura 126 Fissuras provocadas pela expansão do material, comprometendo irreversivelmente o
desempenho da construção sob os aspectos de segurança estrutural, salubridade, durabilidade etc.
* '
De acordo com Johnson 60 , o efeito expansivo numa massa de concreto provoca fendilhamentos
generalizados e fissuras que vão aumentanto tanto na abertura quanto na profundidade, at ó
que fragmentos de concreto relativamente grandes sejam destacados. Onde a oxpansão
não encontra vínculos resistentes (muros de arrimo, parapeitos etc . ) as trincas configuram-se
ao acaso; quando a expansão encontra resistência ao longo de um ou mais eixos ( pilares,
por exemplo), as trincas ocorrem como uma série de aberturas paralolas ao eixo vinculado,
com expansão lateral do concreto (Figura 127).
\A
>
Figura 127 — Trincas e lascamenlos em pilar, em função da expansão do concreto provocada peia
ação do sulfatos
Além dos componentes em concreto armado, diversos outros est ão sujeitos aos efeitos
da corrosão. No caso de painéis pró - fabricados de concreto celular autoclavado, caso sejam
armados, especial atenção dever á ser dada â proteção anticorrosiva da tela met álica, já
Scanned by CamScanner
l í-M lilnuflq fim n, I|||, I, |f,
AM totiçOoa rio oonoaflo, Indopondonlomonlo do mm imlnio /n, piodu/ om dxldo do loiro, tnijo
volume ó mullim vo /nu irmloi do quo o oiipliml do inoiol uno I mm oxpnnnno provoco o
lltiNiirnnionln o o limoiimoiilo ("tipiillluu") do oonorcilo DOM loplOo ? » pidxlinuo t\w fimmdurOH,
conformo llunirudo imo Pipiui IM iaii, IdOo IMI
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Figum 129 Hmims n Inscanwnlm um vlpn tio concrolo nrmndo, ptutlculannenb tu\x posiçõtM do
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Scanned by CamScanner
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Capítulo 9
Prevenção de fissuras nos edifícios
A prevenção de fissuras nos edif ícios , como não poderia deixar de ser, passa obrigatoriamente
por todas as regras de bem planejar, bem projetar e bem construir. Mais ainda, exige um
controle sistemático e eficiente da qualidade dos materiais e dos serviç os, uma perfeita harmonia
entre os diversos projetos executivos, estocagem e manuseio corretos dos materiais e compo-
nentes no canteiro de obras, utilização e manutenção corretas do edif ício etc.
De acordo com Franç ois Bacon, citado por Joisel ( 21) , " saber , na realidade, é conhecer as
causas" . Nos capítulos anteriores tentou- se analisar as principais causas de formação de
fissuras nos edif ícios, pois somente atravé s do seu perfeito entendimento é que poder ão
ser tomadas medidas eficientes que culminem na prevenção do problema.
É muito extensa a relação de medidas preventivas que podem ser consideradas, algumas
delas não implicando praticamente a oneração do custo do edifício; pode-se argumentar
que a maioria da medidas preventivas são demasiadamente caras, incompatíveis com o poder
de compra dos nossos consumidores de edificações. Pode -se contra-argumentar , entretanto,
que o custo de um edif ício n ão se restringe ao seu custo inicial, mas também ao seu custo
de operação e manutenção, e que não prevenir a ocorrência de trincas ou outras patologias
é uma medida puramente financeira e/ou comercial, nem técnica e nem económica. Os usuários
de edif ícios, infortunadamente, quase sempre não sabem disso; os engenheiros e arquitetos,
lamentavelmente, nem sempre se recordam.
Como já foi dito, a série de medidas preventivas é muito extensa: faltam espaç o e competência
para relacioná -las. Todavia, considerando os problemas mais comuns que se tem verificado
em nossos edifícios, apresentam-se nos itens subsequentes alguns cuidados básicos que
poderão reduzir sensivelmente o problema, sem onerar demasiadamente o custo da obra.
9.1 Fundações
Para prevenir a fissuração devida a recalques diferenciados, no projeto das fundações dever-
se -á ter um conhecimento mínimo sobre as propriedades do solo, o que poder á ser conseguido
por exemplo com um programa de sondagens de simples reconhecimento. A partir dos resulta-
dos dessas sondagens poder-se-á optar pelo melhor tipo de fundação e pelas exigências
do seu dimensionamento, ou concluir-se pela necessidade de estudos mais aprofundados
(ensaiosedométricos , provas de carga etc.).
Scanned by CamScanner
128 - Trincas em edif ícios
^^
mobilizado, da interferência com fundações de edif ícios vizinhos e da _ P0 maneira a l mita-
'
ssl
Diversos estudos de campo já foram desenvolvidos para aquilatar-se o grau de dano promovido
aos edif ícios pela ocorr ência de recalques diferenciados. Em função de estudos dessa natureza,
Bjerrum <53) considera, para diferentes distor ções angulares, diferentes possibilidades de danos,
conforme registrado na Tabela 10.
Tabela 10 — Danos causados aos edifícios peia ocorrência de recalques diferenciados das fundações
— Bjerrum (S3)
( ) Relação entre o recalque diferenciado e a dist ância entre dois pontos adjacentes que estão sendo
considerados.
Os recalques admitidos pelo Código de Cdnstruções da União Soviética, citado por Bowles< 50),
levam em consideração, além do tipo de estrutura, a natureza do solo e o máximo recalque
absoluto; seus valores encontram-se apresentados na Tabela 11.
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 129
Tabela 11 — Recalques admitidos pelo Código de Construções da URSS, citado por Bowles <50)
1 1
Pontes rolantes
330 330
1 1
Estruturas de aço e concreto 10
1000 770
1 1
Extremidades de estruturas 15
reticuladas, fechadas com alvenaria
1420 1000
1 1
Estruturas flexíveis
200 200
1 1 8 (L/H 2* 2,5 )
Edifícios em alvenaria
portante (L/H* 3 ) 10 ( L7H 1 ,5)
330 250
1 1
Edifícios em alvenaria
portante (L/H * >5) 200 140
1 1
Edifícios industriais
1000 1000
1 1
Chaminés, fundações circulares, 30
caixas d'água elevadas 250 250
Como se pode notar pela Tabela 11, as exigências soviéticas para alvenaria portante são
corpos
estranhamente condescendentes , supondo-se que tais edifícios sejam admitidos como(57 )
rígidos, isto é, que girem sem apresentar distorções; já os belgas, através do CSTC , são
bem mais conservadores em relação aos recalques admitidos para alvenarias, conforme valores
transcritos na Tabela 12.
I
75 75 a 110
nrnllii !)
Estruturas 300
reticuladas 1
50 50 a 75
areias
300
1
25 25 a 40
nroilnn
Alvenarias 1000
portantos 1
arolas 15 15 a 25
1000
nheiro do fundações, o quo do corta manolra o torna, dontro do atual mundo cibernético
,
um profissional privilegiado .
Verificada polo projotlsta das fundaçóos n possibllidado do ocorrência do rocalquoo diferen-
ciados porigosos, adoto - so uma " suporfundaç flo", antioconômica, ou dloeuto - so com o calcu-
lista o com o arquitoto modidas quo possam aumontar a lloxlbí lidado (6do odiffc í o ( juntas na
. ) Nosso sonlido, divorsas fontos a6 Wr?) recomendam
estrutura, dosvinculaçõ do parodos
o otc ,
a adoçõo do juntas do movimentação no corpo do odiffc ío, sempre quo so voriflearom situações
potoncialmonto porlgosas, como aquolao Ilustradas na Figura 132.
PLANTA
a
PLANTA
7777,
CASO D
CASO E CASO F
a
a a a a
WAV//A ///AWA iV/ V 'XT V77Í V / /K7 / /A'\S>y /A\ X7 / À\777/:
^
Figura 132 Juntas na ostrulurn para ovltar -so n ocorrência do danos por rocalquos dlforonclados
das fundaçóos
a; edif ícios muito longos
b) odiflclos com goomotrla Irrogular
c) slstomas do fundação dlforontos
d) carrogamontos dlforontos
o) cotas do npolo dlforontos
f) dlforontos fasos do construção
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 131
Exlstom muitos diverg ências sobre o espaç amento a ser observado entre juntas de dilatação
numa ostrutura do concreto armado: as recomendações variam entre 30 m e 60 m, adotando-se,
om gorai, 50 m, Em função da natureza dos componentes de fechamento e das condições
do exposição do odif ício, ou até mesmo em função de movimentos das fundações, conforme
onfocodo no Item anterior, grandes espaç amentos poderão provocar sérios danos aos compo-
nontos não estruturais do edif ício.
Na roalldodo, a dist ância entre juntas de dilatação depender á muito mais de fatores extrínsecos
á ostrutura, sondo que, do ponto de vista eminentemente estrutural, alguns autores consideram
Scanned by CamScanner
132 - Trincas em edif ícios
’ ^
, Fintei
176 ,
até mesmo dispensável o emprego dessas juntas ó as junta d ç à d
o s
global do edif ício considera necessárias nâ ^ ^ ^
do concreto o
e a estrutura, visando acomodar deformações
retração etc .
,
entes estruturais de concreto armado de
Do ponto de vista do fissuramento dos compon4, pode- se prever com m n ma margem de
acordo com o que foi apresentado no Capítulo dade da estrutura, os cód os
erro o nível de fissura
de concreto armado '
ção das peç as . Tendo em vista a durabili
,
(2S 3132 e c ) apresentam limitações nas aberturas das
rm ^màx
1,7 ( e sm. r ecs )
k\náx = abertura máxima admitida para as fissuras;
esm.r = alongamento médio da armadura tracionada;
CS = retração do concreto .
As estruturas apresentarão distorções de diversas ordens Conforme representado na Figura
133, três situações poderão ocorrer:
L AH AHr
AV
-
f
H
I
I
I
I
!
7ÁW/
F 9ura 133 ~
' ^torções angulares num edifício com estrutura reticulada
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 133
a) AV < L/300 ( AV pode ser provocado por recalque diferenciado, deformação lenta do con-
creto, temperatura etc . );
c) AHr < 4 mm ( AHr = deslocamento relativo entre dois estágios distintos de carregamento,
por exemplo, atuação e não atuação do vento).
Em termos de limitação das deflexões, o CSTC(77) faz exigências distintas em função da natureza
do componente apoiado sobre viga ou laje, considerando a flecha "fb" que se manifesta
após a instalação do componente (montagem da parede, assentamento do piso etc.); as
flechas m áximas "fb" estipuladas pelo CSTC, considerando inclusive a parcela resultante da
deformação lenta do concreto, são apresentadas na Tabela 13.
Tabela 13 — Flechas máximas admitidas peio CSTC (T7) , após a instalação do componente
do componente apoiado
país para outro, e que normalmente não se leva em conta a natureza são:
normas
sobre a viga ou a laje; os valores estipulados por algumas dessas
•ou
lajes nervuradas
vigas < - WL < 1/300 (5 m sá L < 7 m)
- WL <1/400 (L > 7 m)
- .
diversas normas a esse respeito, concluindo que:
de 1 20 1/27
t ST
òseveros; ' 71
^ 1 ° multo mais
excetuando -se a Franç a com limites
/ 3
b) idem para lajes maciç as, onde os limites variam de 1/20 a 1/35;
Para iaíes lip c09umel 05 va> recomendados sâo bastante pró ximos, em média
V35 ° ° °
rrna resumWa' os valores estipulados por
í resDectivamlntde ° f
ues normativas, respectivamente para vigas, lajes maciças e lajes tipo cogumelo
algumas ent dades
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 135
1 1 2400
Franç a ( BA 60)
- 100 p, <0,8
10 16
1 1
Grã -Bretanha
(CP 114) 20 25
1
tramo intermediário
1 26
Estados Unidos
(ACI - 318) 20
1
tramo extremo
23
1
tramo intermediário
1 37
Países Baixos
(GBV 62) 26
1
tramo extremo
30
•r
Scanned by CamScanner
|,U\ 11 HUM* om rttlllioio»
tipo cogumelo
laí vto Ifi l mutes \ te /11 para lajes maciças da concreto armado
Lajes apoiadas em
l.rt|ea apoiadas em pilares com capitel
pilares sem capitel
Pais Noima espessura
-
i
máximo
espessura
minima (cm) —L máximo mínima (cm)
1
t
40
Ptia Mieianha Ui
12, 5 12, 5
(CP lt - t ) *
( -5- )' ( -5- )
I 1
Países baixos
\C*W fO) 32 36
1 1
36
r niados Oni- 33
12,5 10
dos ( ACI 31H)
( -à r (
^ r
(' ) Paia fiaineis localizados na borda da laje,
( * * ) Para aç os doces.
( )
Em função dosso quadro, portanto, pode - se extrapolar a recomendação de Vitor Mello 48 ,
direcionada no projeto das fundações, para o c álculo da estrutura, ou seja, muitas vezes
o dimensionamento da viga ou da laje dever á ser condicionado pelo critério da flecha admissível,
áo polo crit ério do ruína. O CEB(3C) cita que “ a princ ípio, o calculista deverá escolher
OS
''*
* 1
.
- vJ Liue acredita serem apropriados, levando em conta o tipo de estrutura
e a dost inação do edif ício; c ódigos, normas t écnicas ou outras regulamentações não podem
olorocor mais do que diretrizes gerais",
dTbwro°
^ ^
C m
maciçC os lrr 0 nraimnts
ar9amassa de
com Pequeno módulo de deformação, como tijolos
° matfriais
aa cal/ e areia, podendo
-se adicionar pequena quantidade de cimento.
Prevenção de fissuras - 137
ou, como sugere Pfeffemnann 2 *, os fechamentos deverão ser inicialmente efetuados em pavi-
*
mentos alternados (Figura 134).
A B
7
7
''A
A
-
V / >W / /As' y/ /iCSW / / /Çs>7/ / A
*
Figura 134 — Montagem recomendada para as paredes de vedação
a) encunhamento "a posteriori" (indicado para alvenarias)
b) montagem em pavimentos alternados (painéis)
No caso de estruturas muito flexíveis e/ou de paredes muito rígidas, o CSTC<77) recomenda
a introdução de material deformável (poliuretano expandido, feltro betumado, estiropor etc.)
na base da parede. Diversas outras fontes 2'63'7879 recomendam a inclusão deste material
deformável no topo da parede, conforme Figura 135 * *.
ir_
T fí oe:
;< Sr
•* •
Figura 135
deformável
— Junta de dessolidarização entre a parede e a estrutura, com o emprego de material
..vt .
•
No caso do emprego dessas juntas, o contraventamento lateral da parede poderá ser garantido
por outras paredes transversais ou, em situações adversas, por ganchos de aço
respectivamente na parede e no componente estrutural. O acabamento da junta
chumbados
poderá ser
efetuado com moldura de gesso ou, conforme ilustrado na Figura 136, com selante
á base de resina acrílica, poliuretano, silicone etc. flexível
Scanned by CamScanner
138 - Trincas em edif
ícios
c *:> V ' -
* t? * v * •
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%
i
MT
SELAN TE SELAN TE
Essa pratica de ligação foi simplesmente transposta para outros materiais (blocos de concre
to,
-
sílica cal, concreto celular etc.), outros componentes (painéis), outros sistemas construtivos
(“ Outinord" etc .) e outras condições de acabamento (alvenaria aparente),
sem considerar-se
devidamente fatores muito importantes como retração, rigidez dos componentes
etc . Assim sendo, a ligação tradicional pode ser mantida apenas para estrutur
da parede
as razoavelmente
ngidas, paredes não muito extensas e componentes que não apresentem
considerável retração
de secagem ou movimentações hí grotermicas muito pronunciadas.
9.4 Alvenarias
.
s a venarias portantes ou não apresentam .
em geral bom comportamento ás solicitações
3X13 0 mesmo hão ocorrendo
’ , sempre que
amer]tofi portanto com os outros tipos de esforços ( tração e
possível, as cargas exc êntricas dever
n ra ão ser evitadas,
? ! KC ^
ever ser distribuídas por meio de
^ ^°
nas aberturas deverão ser absorvidas por coxins, as concentrações de tensões
vergas e contravergas etc .
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 139
i FF &.. - v
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*
d - SELANTE MAT. DEFORM ÁVEL
Sendo muito sensíveis âs distorções e deflexões, as. alvenarias exigem cuidados especiais
no projeto das fundações e no c álculo da estrutura; alvenarias portantes em edifício com
pilotis, por exemplo, significa a necessidade de projetarem-se vigas de transição com elevada
rigidez.
Os cuidados com a execução das alvenarias deverão iniciar-se pelo controle de recepção
e estocagem dos blocos ou tijolos, atentando-se principalmente para os seguintes detalhes:
t
Scanned by CamScanner
-
140 Trincas em edifícios
ão água do chuva, contralndo -so subso.
— componentes nâo abrigados no cantoiro absorvor .
quentemente na parede quando esta água ovaporar -
so
i
As faixas de absorção de água ou suc ção inicial especificadas pelas diferentes normas variam
muito. Para blocos cer âmicos, por exemplo, os italianos (UNI 5632/65) estipulam uma absor ção
de água compreendida entre 8% e 28%, enquanto os ingleses (BS 3921) não fazem nenhuma
exigência. Para blocos de concreto, os belgas (NBN 538) exigem uma absor ção de água
não inferior a 12%, enquanto que os brasileiros (EB-959/78) especificam uma absorção máxima
de 10%. O National Building Research Institute183 recomenda, para blocos sflico-calcários,
*
suc ção inicial compreendida entre 14 e 35 gramas de água por minuto por 30 polegadas
quadradas ( =* 194 cm2 ) de área exposta.
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 141
argamassas sem cal hidratada. Nessa hipótese, entretanto, recomenda-se a adição á arga
-
massa de agentes incorporadores de ar ou aditivos retentores de água (normalmente derivados
da celulose).
Além dos cuidados referentes á escolha dos materiais, a qualidade da alvenaria dependerá
fundamentalmente da qualidade do serviço (nível, prumo, regularidade das juntas etc.). O
adensamento da argamassa das juntas verticais e horizontais, conseguido mediante a pressão
de um bloco contra outro na operação de assentamento, e o não realinhamento do bloco
assentado após o início de pega da argamassa são cuidados imprescindíveis para que se
obtenham juntas estanques , requisito indispensável para as alvenarias aparentes localizadas
nas fachadas da obra. Nessas alvenarias é sempre recomendável o frisamento das juntas,
tanto para melhorar -se a compacidade da argamassa, quanto para propiciar-se o descolamento
da lâmina de água de chuva escorrendo pela fachada, podendo-se frisar as juntas de diferentes
maneiras, conforme representado na Figura 138.
.
•• \ •• * \
\ <
V
Juntas de controle deverão ser previstas também em paredes muito longas, ou em paredes
muito enfraquecidas pela presenç a de aberturas de portas e janelas. Para alvenarias com
juntas em amarração, com desempenho bastante superior àquelas com juntas a prumo, o
CSTC (77> limita o comprimento da parede ou a dist ância entre juntas de controle em função
Scanned by CamScanner
142 - Trincas em edif ícios
Tabela 18 — Comprimento máximo da parede ou distância máxima entre juntas de controle, em alvenarias
com juntas em amarração — CSTC { 77)
Tabela 19 — Distância máxima entre juntas de controle em alvenarias (m ) — Federal Housing Administration
i'»
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 143
juntas do assentamento; nosso último cnso o diâmetro das armaduras não dever á exceder
a mofado da ospossurn cin junta o, om qualquer caso, as armaduras dever ão ser convenien-
tomonto cobortns para quo nâo haja risco do corros ão.
—
Figura 139 Juntas provisórias em lajes muito extensas: absorção da retração com possibilidade de
retificação das barras ou do seu deslocamento relativo no transpasse
Scanned by CamScanner
144 1 tineas am odlfjoloa
l \ > ponto do vista dan movlmonlagpon loimlons, undo uma bon soluç Ao sorla a ndoç fio do
juntas, algumas solugAos combinada» como o sombmamonto da ln|o, o onrljocimenlo do
Clntamonloo a ndogAn da ramada da Isolug Ao lArmloa podom MO í consideradas; com rofor ôncia
a naans solugOos, davam sai lollas oonludo as soguinlos obsoivaçOoa:
a) o sombmamonto Isolado nAo apmsontn boas insultados, priiu'lpalmanlo quando a cobortura
lot constituí da pot eanalotos asliuluiais do clmanto amlnnlo (lallias com prando podor do
mluadlagAu, Atteos gotalmonlo Inovlstonloa ou mal vonlllndos);
o) a IsoIngAo toimlea ila la|a, ilasda pun bam pio|atnda a bam oxocutada, podo aprosontar
bons resultados,
bin tungAo dassa quadio, uma soluç Ao pua so allpuia cornu bastnnto razoAvol ó a dossolida -
.
tlifngAo antm a:' puiodos do ultimo pavlmanto a a la|a ou o vlgamonto da cobortura. Nas
nstmtuias mtlculadus, tal dosviiuuilngAo podorA sar taita nos moldos do que foi proposto
pain ns puiodos do vodagAo (Horn b ;i, l ipuia KU>), Nusnlvunuilasoatruturals, sogundo divorsos
autoios a dossolidnii / agAo dovo sai obiigatoilamonto adotada. Assim sendo, ontre
a nlvonniia o a lu|o da oobuituiu dovo :UM ctladu uma junta dosli/ anlo, conformo Figura 140,
pun podo sai constituí da pot naoprana , folhas duplas da uobru, pollotllono, loltro botumado,
papol Kraft botumado ale,
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rtgura 140 — Junta Mirant ( # on/ro laj do cobsrtum s alvenaria estrutural
*
Atom da dnsvInculaç Ao do topo das parados outras procnuçõea podorAo
A aimnç Ao das alvenarias, a dosvlnculaç Ao das pniodos nos oncontros
sor tomadas, como
foi visto no item dd (I ipuia \ IW )> n udogAo tin juntas do com os pilaros, conformo
longas (subdividindo as am sag0«s monoms , quo absorvom movimonta ç Ao nas paredos muito
gOns); nossn ultimo aspooto, podom sar adotadas
com mals facllidndo ns deforma *
portas com bandeiras no último pavlmonto
(Figura 141), Intoriompntido so poitanto as parados com
um dotalho arpuitot ônlco,
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 145
4-
Figura 141 — Seccionamento das paredes do último pavimento, empregando-se portas com bandeira
tanto porque as lajes s ão menores, quanto porque as vigotas pré - fabricadas de concreto
já desenvolveram parte de sua retração. As fissuras entre vigotas e componentes de laje
(Figura 17) , normalmente causadas por movimentações térmicas diferenciadas, podem ser
evitadas solidarizando- se os componentes uns aos outros com tela metálica embutida na
capa de compressão executada "a posteriori".
Ocorrendo o endurecimento das argamassas que cont êm cal pela penetração do anidrido
carbónico na massa ( reação de carbonatação), a espessura da camada não deverá ser muito
fina, o que resultará na "impermeabilização" da superf ície do revestimento pela grande concen-
tração do finos, nem muito grossa, o que dificultar á a penetração do anidrido carbónico
atrav és da argamassa. Como regra geral, a espessura da argamassa de revestimento dever á
estar compreendida entre 1 cm e 2 cm; no caso da necessidade de espessuras superiores,
a argamassa dever á ser aplicada em várias camadas.
Scanned by CamScanner
146 - Trincas em edifícios
,
Ainda quanto á aplicação, que deve ser efetuada em base suficienlemente rústica (chapiscada,
sempre que necessário) , Cincotto 67) observa que, se não houve tempo de secagem suficiente •
entre a aplicação de duas camadas sucessivas, a retração de secagem da camada inferior
pode gerar a fissuração da camada mais externa.
—ou 1emprego de argamassas não muito rígidas, sugerindo os traç os 1:4 (cimento e areia)
:0,25:5 (cimento, cal e areia);
— assentamento com observação de folgas entre as peç as, variando essas folgas de 1
mm a 5 mm em função do tamanho dos ladrilhos e da localização do piso (interno ou externo
ao edif ício) ;
No caso de pisos cer âmicos assentados sobre lajes muito flexíveis, onde a deflexão da laje
pode fazer com que o piso venha a trabalhar como capa de compressão, o IPT (86) recomenda
a introdução de uma camada de separação entre o piso e a laje. A referida camada pode
ser constituída por areia grossa estabilizada com cimento ( pequeno teor), por folhas duplas
de papel Kraft ou ainda por membrana de polietileno, conforme indicado na Figura 143.
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Figura 143 — Camada de separação entre piso cerâmico e laje de concreto armado
Para pisos com áreas muito grandes recomenda-se a adoção de juntas de movimentação
longitudinais e/ou transversais, com distâncias não excedendo aos valores indicados na Tabela
20; tais juntas deverão ser criadas nos seguintes casos:
a) em pisos internos com área igual ou maior que 50 m2 , ou sempre que a extensão do
lado for maior que 8 m; .
b) em pisos externos com área igual ou maior que 20 m , ou sempre que a extensão do
2
Scanned by CamScanner
148 - Trincas em edifícios
Quando houver juntas de movimentação na estrutura, estas devem ser previstas também
no piso, havendo correspondência entre o posicionamento e as aberturas projetadas para
perns extrudados de
as mesmas. Quanto á execução das juntas, poder ão ser empregados
PVC ou, alternativamente, material deformável (estiropor , aglomerado de fibras
de madeira
etc.) e selante flexível, conforme ilustrado na Figura 144.
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deverão ser previstas juntas de movimentação intermediárias, espaç adas, no máximo, a cada
5 ou 6 m, devidamente arrematadas por mata- juntas (normalmente perfil de alumínio, com
formato de I).
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Scanned by CamScanner
Provenç Ao de fissuras - 149
Cavo so lembrar ainda quo a aplicação do pinturas ou filmos plásticos em placas de vidro
comum ja instaladas, com a finalidade do escurecer os ambientes, altera as propriedades
óticas do vidro, fazendo com quo o mosmo passo a absorvor maior quantidade de calor ,
Lm eonsoquòncia, o vidro apresenta maior dilataç Ao t órmica o as folgas, inicialmente adequa-
-
das, podem tornar so insuficiontos para acomodar as movimentações da placa, O escureci-
mento artificial do vidro comum, portanto, devo sor evitado,
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Figura 146 — Junta de movimentação entre estrutura e caixilharia, com ganchos chatos de metal
Scanned by CamScanner
Capítulo 10
Diagnóstico das trincas
Figura 147 - Danos generalizados na base de uma parede de empena, composta por blocos de vedação,
em edifício construído no sistema Outinord (parede longitudinal, à direita da foto, constituída por concreto
armado)
para
" a resolução de um problema pa olbgico
o entendimento dos fenômenos,
passa obrigatoriamente
Scanned by CamScanner
-
Diagnóstico das trincas 153
o) se existem deslocamentos relativos (para fora ou para dentro) na superf ície do componente
trincado;
r) se est á ocorrendo condensação ou penetração de água de chuva para o interior do edif ício;
Também poderão ser adotadas medidas mais simples, para entendimento qualitativo do proble -
ma e acompanhamento de sua eventual evolução. Nesse sentido, as fissuras poder ão ser
providas de testemunhas ( " gravatas") constituídas por material rígido* que, ao se fissurar ,
indicar á a continuidade do movimento. Reygaerts( 90) sugere ainda a utilização de testemunhas
em metal ou vidro, com traç os de referência, coladas alternadamente nos dois lados do
componente adjacentes á fissura. Essas testemunhas , conforme a Figura 149, poderiam dar
uma idéia quantitativa dos deslocamentos ocorridos.
D Normalmente gesso nas partes internas da construção e pasta constituída por cal e cimento nas
partes externas.
Scanned by CamScanner
154 - Trinca3 om odií fc í os
A verificação da movimentação relativa entre trechos da parede seccionada por uma fissura
poderá ser determinada com precisão, mediante instrumentação da fissura com bases de
^
aç o e leitura, corn extensômetro mec ânicoi, das movimentações relativas entre essas bases;
instrumenta- se , por exemplo, uma fissura'com trê s bases constituindo um triângulo equilátero,
nas condições da Figura 150.
I
B
C
Geometricamente, o deslocamento horizontal "n" e o deslocamento vertical relativo "t " seriam
expressos por:
/
n = \ (a + Aa) 2 - x 2 - y / a2 - c
4
2
t=x-- °2
x= 1
2c
|ja + Aa) 2 (b + Ab)2 + c 2 j
Com base nas observações e levantamentos efetuados no local da obra, entretanto, o técnico
já poderá chegar na maioria das vezes ao diagnóstico do problema. Deve -se alertar, contudo ,
que juízos precipitados e idéias preconcebidas geralmente conduzem a diagnósticos incorre-
tos; uma fissura que aparece num apartamento de cobertura pode ter sido originada num
recalque diferenciado das fundações , enquanto uma presente num apartamento do andar
térreo pode ter sido causada por vazamento de água captada na cobertura do edif ício. A
similaridade de situações, algumas vezes muito forte, pode induzir a erro o técnico menos
avisado ou menos cuidadoso. A fissura ilustrada na Figura 151, por exemplo, poderia ser
precipitadamente atribuída a um recalque da fundação , no canto esquerdo do prédio: se
todas as condições de contorno fossem cuidadosamente analisadas (inexist ência de fissura
semelhante no pavimento superior , inexist ência de fissuras inclinadas na parede de empena
etc.), chegar-se -ia, entretanto, á conclusão de que a fissuração da alvenaria foi provocada
por excessiva flexibilidade da estrutura (flecha que se desenvolveu na extremidade do balanço
da viga de fundação, sob a parede de empena).
óricas sobre o
Antes de estabelecerem - se grandes elocubrações te
o t écnico deve também inspecionar , com olhos de lince _
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—
Figura 152 Instalações de esgoto totalmente danificadas, provocando saturaçao do solo e consequente
recalque da fundação
—
Figura 153 Seccionamento da ci
de fachada da obra
cinta de concreto armado que amarrava a parede transversal à parede
Scanned by CamScanner
Diagnóstico das trincas - 157
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movimentação das
figura 155 — implantação, combinando erosáo do terreno e fissuras por
Projeto de
fundações
Scanned by CamScanner
Capítulo 11
Recuperação de componentes
trincados
A recuperação de componentes
tico seguramente firmado, e trincados só deverá ser procedida em função de um diagnós-
trincas no comportamento do edifício após ter-se pleno conhecimento da implicação das
somente
de uma parede trincada, por exemplo
,
como um todo. Conforme o BRE(9 ), antes da reparaçã
o
,
ás instalações; esta trinca não prejudicoudeve -se ter certeza de que: não ocorreram danos
perigosamente as áreas de apoio de lajes o contraventamento da obra; não foram reduzidas
ou tesouras da cobertura e não ocorreram desapru
mos muito acentuados etc . -
ou lascado, nas
executada da seguinte maneira:
la 12°T36rhCo°rasPSs a fe
ínieç 3 C mUnÍCaçâ0
°
, ,
en re 05 ub0S de
Scanned by CamScanner
Recuperação cie componentes trincados - 161
f) sendo perfeita a comunicação, início da injeção de resina pelo furo maís inferior, empre -
gando - se uma seringa ou outro equipamento apropriado; quando a resina começ ar a aflorar
pelo tubo superior adjacente transfere-se a seringa para este tubo, obtura-se o tubo inferior
e assim sucessivamente;
g) 48 horas após a injeção, os tubos plásticos são retirados mediante corte e broqueamento;
os furos resultantes são preenchidos, então, com massa epoxídica ou com mistura de areia
cimento e resina epóxi .
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Figura 156 — Instalação da tubos plásticos para injeção de resina nas fissuras, em viga alta de concreto
armado (parcialniente encoberta por andaime tubular)
A injeção de resina, conforme exposto, não visa restabelecer ou aumentar a resist ência da
viga fissurada, já que, sob carregamento, as fissuras provavelmente viriam a manifestar- se
em seções contíguas àquelas recuperadas. O reforço de vigas propriamente dito pode ser
feito mediante a colagem , com resina epóxi, de chapas de aço á viga, corretamente dimensio-
nadas e posicionadas. Se houver probema de resistência ao cisalhamento, as chapas serão .
colocadas nas laterais da viga, nas seções mais solicitadas pelas forç as cortantes; se o
Problema advir de momentos fletores, as chapas ou cantoneiras de aço serão coladas na
base da viga, conforme ilustrado na Figura 157.
acordo com Almeida(92) , o reforç o de componentes estruturais de concreto armado com
cbapas met álicas deve ser efetuado com as seguintes precauções:
a) 3 superfície do removida,
a superfície da concreto deve ser apicoada e a poeira resultante totalmente rugosi-
chapa de aço deve ser jateada com areia, adquirindo assim uma certa
abs , e limpa com solventes com alto poder de evaporação (tricloroetileno, xilol etc.) I
« •4 .
«
Scanned by CamScanner
162 - Trincas em odillclos
(b ) (c )
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de aço
Figura 157 — Retorço do viga mediante colagem do cantoneiro
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a) o concroto prosonto na baso dn vlgn ó romovldo com ponteiro mot állco ou outro dispositivo;
f) após a cura inicial do concreto, as laterais das f ôrmas são removidas; o concreto em excesso
é cortado com talhadeira, sendo dado o acabamento final á peç a,
A recuperação ou o reforço de vigas e pilares podem ser ainda efetuados com a aplicação
de concreto projetado, com ou sem a utilização de f ôrmas. As Figuras 159 e 160 ilustram
um caso de refor ço de vigas com concreto projetado.
No caso de pilares, bastante comum é o reforç o com chapas de aço, coladas ao pilar e
soldadas entre si, envolvendo toda a seção do pilar.
Caso se opte em reforç ar o pilar com o pr óprio emprego de concreto poderá haver alguma
dificuldade no lanç amento e adensamento do concreto na região contígua á cabeç a do pilar .
Nessa circunstância, Noronha(34) sugere a solução ilustrada na Figura 161.
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de fôrmas e de
Figura 159 —Apicoamento do concreto, aplicação de resina epóxl, posicionamento
àrrriaduras suplementares para reforço de viga com concreto projetado
164 - Trincas em edif ícios
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Figura 160 — Aspecto finaI de vigas reforçadas com concreto projetad
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( b) ( c) (d)
(a )
, portanto, as
As etapas a serem adotadas no reforç o do pilar , conforme Figura 161 seriam
seguintes:
para
a) s âo executadas duas aberturas ( janelas) na laje, pró ximas á cabeç a do pilar , uma
do com
lanç amento do concreto e outra para refluxo da massa; o concreto existente é apicoa
ponteiro e a poeira removida com escova ou jato de ar;
superf ície
b) a armadura suplementar é posicionada e a resina epóxi é aspergida contra a
do pilar;
il) a iillinui Hduoln ( lo fôrma d posicionada; o concreto ó lanç ado e vibrado por uma das
lanolaa mlcialmente abortas, roflulndo pela outra.
No caso da impossibilidade de abertura das janelas, por exemplo pela presenç a de vigas,
o concreto deva sor lanç ado aló a máxima allura possível; o enchimento do último segmento
com poucos centímetros do altura ó ent ão executado com argamassa de cimento e areia
( I ou I d) com consist ência de farofa , energicamente apiloada contra a superfície do pilar
e a supeillcje da vign ou laje superior.
O ralor ço de lajo do concreto armado ó um fato muito raro; quando tal necessidade for
constatada, provnvolmento sor á mais económico destruir o concreto, reforçar a armardura
o reconcrolar a laje, Podo - se contudo proceder á colagem de chapas de aç o sob a laje
ou tentar a utilização do uma armadura suplementar amarrada á armadura existente, recobrin-
.
do so em seguida a armadura suplementar com concreto projetado; este último procedimento
podo r or adotado tambóm quando desejar-se simplesmente proteger contra a corrosão arma-
iluias oxpostas do lajos,
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— Recuperação de destacamento pilar/parede com teta de estuque
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Figura 162 t
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Scanned by CamScanner
166 - Trincas em edif ícios
Neste tipo de recuperação a tela poder á ser fixada na alvenaria com o emprego de pregos
ou cravos de metal e dever á estar medianamente distendida; a alvenaria e o pilar dever ão
ser chapiscados após a colocação da tela, e a argamassa de recuperação dever á ter baixo
módulo de deformação (traço 1:2:9 em volume).
Nas paredes longas com fissuras intermediárias recomenda-se a criação de juntas de movimen-
tação nos locais de ocorrência das fissuras , podendo- se também recorrer ao artif í
cio de transfor -
marem-se as portas simples em portas com bandeira, conforme foi aventado no item 9.5
(Figura 141). No caso de fissuras provocadas por movimentações iniciais acentuadas, cuja
variação na abertura passa a ser vinculada unicamente a movimentações higrotérmicas da
pr ópria parede , diversos autores (1213 etc ) sugerem a utilização de tela met álica (Figura 162)
ou a interseção de uma bandagem que propicie a dessolidarização entre o revestimento
e a parede na região da fissura, de acordo com o indicado na Figura 163.
2 a 10 cm
10 a 15 cm
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*
(a ) ( b) ( c )
—
Figura 163 Recuperação de fissura em alvenaria com o emprego de bandagem de dessolidarização
parede/revestimento
Existem diversas indicações sobre o tipo de material constituinte da bandagem, tais como
saco de estopa, esparadrapo, fita crepe, plástico etc. No mercado brasileiro já existem banda-
gens pr é-fabricadas com largura de 20 mm ou 50 mm, com tela lateral auto -adesiva ( “ Tela-Fix ” )
-
Scanned by CamScanner
Recuperação de componentes trincados - 167
.
à base; destaJorma ..quanto melhoria dessolidarização pròmoyjdãlpêrá
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^
iagem e quanto
maior for sua largura, menores ser ão as tensões introduzidas no revestimento pelã~yariaçã
^
na abertura jl fjssur ã.-a^ port àntõ, menor a probabilidade da fissura voltar a pronunciar -se
^
no revestimento,
,
A recuperação de fissuras ativas, desde que os movimentos não sejam muito pronunciados,
poder á também ser tentada com o pr óprio sistema de pintura da parede. Nesse caso, a
pintura deve ser reforç ada com uma finíssima tela de náilon ou polipropileno, com aproxima-
damente 10 cm de largura, requerendo-se a aplicação de seis a oito demãos de tinta elástica,
â base de resina acr ílica, poliuret ãnica etc. Sempre que possível, entretanto, a recuperação
de trincas ativas deve ser efetuada com selantes flexíveis (poliuretano, silicone etc.), abrindo-se
na região da trinca um sulco com formato de Vê, com aproximadamente 20 mm de largura
e 10 mm de profundidade (Figura 164).
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Figura 164 — Recuperação de fissuras ativas com selante flexível
A aplicação do selante dever á ser precedida de uma limpeza eficiente da poeira aderente
à parede, devendo esta encontrar -se bem seca quando da aplicação. O selante deverá ser
tixotrópico e bem consistente, não apresentando retração acentuada pela evaporação de
seus constituintes voláteis. No caso de movimentações muito intensas da trinca recomenda-se
a abertura de cavidade retangular, com aproximadamente 20 mm de largura e 10 mm de
profundidade, intercalando - se entre o selante e a parede uma membrana de separação (fita
crepe, por exemplo); esta solução , também representada na Figura 164, propicia ao selante
condições de trabalho muito mais eficientes.
30 cm
^
-V f o
Figura 165 — Recuperação da parede, em seção enfraquecida, com o emprego de tela metálica
d) akemativamente à hipótese acima apresentada, o BRE " 1 sugere ainda a raspagem das
*’
juntas horizontais de assentamento até uma profundidade de aproximadam ente 15 mm. seguin-
do-se o chumbamento, com argamassa 1:1:6 bem seca, de
ferros com diâmetro de 4 ou
5 mm. Esses ferros, com transpasse de aproximadamente 25 cm para
deverão ser chumbados em juntas alternadas, numa e noutra cada lado da fissura,
face da parede conforme esque-
matizado na Figura 166.
Scanned by CamScanner
Recuperação de componentes trincados - 169
Figura 166 — Recuperação de fissura em alvenaria aparente, com o emprego de armaduras defasadas
(a) í b)
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figura 167 — aDesvincula ção entre a parede fissurada e o componente estrutural superior:
) corte efetuado no topo da parede;
b) preenchimento com material deformável.
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Nas lajes de cobertura apoiadas em alvenaria portante, além da solução óbvia de melhorar-se
a isolação t érmica da cobertura, pode-se tentar o escoramento da aje, a remoção da ultima
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de aproximadamente 10 mm e o posterior preenchimento com selante flexível é uma solução
razoavelmente eficiente.
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Scanned by CamScanner
170 - Trincas em edif ícios
A recuperação das paredes trincadas e o reforç o das alvenarias portantes poderão ser conse-
guidos com a introdução de armaduras nas paredes, chumbadas com argamassa rica em
cimento (por exemplo , 1:0, 25:3,5) e posicionadas perpendicularmente à direção das fissuras.
No caso de fissuramento muito pronunciado, resultante por exemplo de recalques intensos
da fundação, poder -se-á recorrer ao atirantamento da avenaria, conforme representado na
Figura 168 .
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Figura 168 — Reforço de alvenaria portante com tirante de aço
Nessa hipótese, o esfor ço produzido pelo tirante deve ser transmitido á alvenaria atrav és
de placas de aç o apoiadas em superf ície regularizada com argamassa de cimento e areia,
sendo posteriormente o corpo e as extremidades rosqueados do tirante , as placas de apoio
e as porcas de fixação protegidas com argamassa aditivada de agente impermeabilizante;
esse tipo de reforço será mais eficiente se na operação de aperto das porcas o tirante estiver
aquecido, produzindo com seu resfriamento e consequente contração a compressão da alve-
naria.
Scanned by CamScanner
Recuperação de componentes trincados - 171
Também no tocante a argamassas de revestimento não há muita opção. Cincotto (67), por
exemplo, recomenda a simples substituição do reboco e/ou do emboço nos casos em que
estes apresentem grande incidência de fissuras de retração, descolamentos, pulverulências
etc . A renovação do revestimento, contudo, deverá ser antecedida da eliminação da causa
do problema, muito frequentemente infiltração de umidade na parede.
As trincas manifestam-se nos edif ícios segundo processos que podem parecer totalmente
aleat órios, mas que na realidade são originados na maioria das vezes por fenômenos físicos,
químicos ou mec ânicos que já s ão de perfeito domínio t écnico; a certa aleatoriedade peculiar
aos estados de fissuração deve-se muito mais á enorme gama de variáveis envolvidas no
processo, com combinações complexas que ás vezes são de difícil entendimento.
A construção de edifícios " á prova de fissuras” representaria uma tarefa técnica difícil e um
ônus financeiro insustent ável; por outro lado, deixar ao arbítrio da natureza a criação de juntas
numa obra, e ás expensas do usuário os encargos advindos da sua continuada restauração,
não parece nem técnico, nem económico, nem justo.
Voltando ao que foi dito no começ o deste trabalho, muito poderia ser feito para minimizar -se
o problema, pelo simples reconhecimento de que os solos, os materiais e os componentes
das edificações movimentam -se; em função dessa verdade irrefut ável, muitas fissuras são
projetadas conjuntamente com a obra, para surpresa dos projetistas e desespero dos empreen-
dedores. A falta de harmonia entre os diversos projetos e o não reconhecimento da necessidade
de controlar -se a qualidade dos materiais e dos serviç os, comuns ainda hoje em muitas
autoridades, t écnicas ou não , colaboram também em grande escala para que fissuras não
projetadas sejam assim mesmo construídas.
A previsão de recalques, por mais aproximada que fosse, e a estimativa de flechas em vigas
e lajes, não no regime elástico como costumeiramente se faz, poderiam evidenciar situações
potencialmente favor áveis á fissuração da obra, tomando-se a tempo as medidas cabíveis
nos dimensionamentos e/ou nos detalhes construtivos que aliviariam as tensões. Isso pressupõe
uma interação eficiente dos profissionais responsáveis pelos diversos projetos e pela construção
do edif ício, o que muitas vezes não se verifica.
Q ncias e de
conhecimento do comportamento dos materiais de construção, de suas deficiêgeral
Sljas incompatibilidades , é imprescindível para que as fissuras e as patologias em sejam
r duzidas a níveis aceit áveis. Pfeffermann cita que muitos dos problemas verificados em
(2)
°
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174 - Trincas em edif í cios
segundo as mesrpas pr áticas construtivas
obra devem -se ao emprego de novos materiais ponto, seria importante a implementa
verificadas para os materiais tradicionais. Nesse componentes ou sistemas
ção
de programas de homologação de novos materiais , construtivos
algum atraso, de programas de cortifjl
assim como importante seria o estabelecimento, ja com .
cação de conformidade para materiais e componentes tradicionais
relevante para o
Como já foi aqui afirmado, e até como se pode depreender pelas medidas de rocupornç Ao
^
sugendas no capitulo anterior, as obras de reparo geralmente sâo dif íceis dispendiosas »
demoradas e inc ómodas, quando não , inócuas ou ineficientes. Assim sendo, parece prudenla
que os profissionais ligados à construção atuem diretamente sobro as causas do problema \
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Figura 170 — Solução alternativa para o problema das fissuras: vista externa
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Relação de tabelas
Tabela 10 - Danos causados aos edif ícios pela ocorrência de recalques diferenciados
das fundações 128
Tabela 13 - Flechas máximas admitidas pelo CSTC, após a instalação do componente 133
Tabela 16 - Limites de h/L para lajes maciças de concreto armado tipo cogumelo 136
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Relação de figuras
FIGURA 1 — Propagação das tensões numa laje de cobertura com bordos vincu-
lados devida a efeitos térmicos 23
'
e desta 14 ~~ Trincas inclinadas no t0P da parede (em ambas as extremidades)
°
lacamento da platibanda causados por movimentações térmicas
28
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180 - Trincas em edifícios
devidas a movimen-
FIGURA 15 — Fissuras regularmente espaç adas em piso externo 29
tações térmicas do piso
ação de sua dilatação
FIGURA 16 — Destacamento do revestimento do piso sob 29
t érmica
em forro constituído
FIGURA 17 — Fissuras provocadas por movimentações t érmicas 30
por laje mista
gradiente de tempe-
FIGURA 18 — Trinca presente na placa de vidro, proveniente do 31
ratura causado pelo sombreamento
da
FIGURA 19 — Trinca presente na placa de vidro, a partir de entalhe resultante
31
operação de corte
FIGURA 23 —
ção
Trincas nas peç as estruturais: a expansão da alvenaria solicita o con-
37
creto á tra
FdevWAo 3
7 ?pfe1eTçrde
, ,
mldadeSSa ^ adian ado p ocesso de degeneração
á cor
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Relaçào de figuras - 181
FIGURA 34
ao mesmo,
—
O fluxo de água interceptado no peitoril da janela escorre lateralmente
provocand o a fissuração da argamassa de revestimento 43
FIGURA 35 — Fissuração de placas de gesso, em forro rigidamente encunhado nas
paredes 44
FIGURA 39 —
Ramificação das fissuras na base da viga, devida â presença da
armadura de tração 51
FIGURA 42
ção"
— Fissura de cisalhamento em viga alta, prevista no projeto como "parede
53
de veda
FIGURA 43 —Embora com abertura bastante reduzida (da ordem de 0,2 mm), a
fissura presente na viga alta permite a penetração de água para o interior do edifício 53
ção da resistência á
FIGURA 53 Resistência á compressão da alvenaria em fun
— 60
compressão da argamassa •
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À
184 - Trincas em edif ícios
FIGURA 100 — Giro do sobrado no sentido anti-hor ário, contido pelo sobrado vizinho:
fissuras com inclinação t ípica e aberturas pronunciadas: emperramento dos caixilhos
do pavimento t érreo 100
FIGURA 101 — Vista interna da parede fissurada podendo-se registrar a passagem 101
de luz através de fissura que acompanha as juntas de assentamento de alvenaria
FIGURA 102 — Recalque de sobrado para o interior do "buraco de Cajamar " 102
FIGURA 121
sentamento
— Gretagem de azulejos provocada pela retração da argamassa de as-
117
FIGURA 124
sulfatos
— Fissuras na argamassa de revestimento provenientes do ataque por
121
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186 - Trincas om edif ícios
ematmad '
FIGURA 130 - Fissuraçâo acentuada o lascamentos de cloreto de caicioj ° 125
devidos á corrosão das armaduras (omprogo indevido
144
FIGURA 140 — Junta deslizante entre laje de cobertura o alvenaria estrutural
FIGURA 141 — Seccionamento das paredes do último pavimento, empregando- se
com bandeira
portas 145
FIGURA 143 — Camada de separação entre piso cer âmico e laje de concreto armado 147
FIGURA 150 Fissura instrumentada com bases de aç o para leitura dos desloca-
mentos relativos 154
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Relação de figuras - 1 8 7
FIGURA 151 Fissuraçâo da alvenaria devida á flexibilidade da estrutura de
armado, aparentando ter sido provocada por rocalque concreto
de fundação 155
FIGURA 152 Instalações do esgoto totalmonto danificadas, provocando
do solo e consequente recalque da fundação saturação
156
FIGURA 153 Seccionamento da cinta de concreto armado que amarrava a parede
transversal á parede de fachada da obra
156
FIGURA 154 — Projeto de implantação, combinando
enchentes e fissuras por movi-
mentações higrosc ópicas
157
FIGURA 155 —
movimentaçã
Projeto de implantação, combinando erosão do terreno e fissuras por
o das fundações 157
FIGURA 156 — Instalação de tubos plásticos para injeção de resina nas fissuras,
em viga alta de concreto armado
161
FIGURA 157 — Reforço de viga mediante colagem de cantoneira de aço 162
FIGURA 158 — Reforço de viga com concreto e armaduras suplementares 162
FIGURA 159 — Apicoamento do concreto, aplicação de resina epóxi, posicionamento
de fôrmas e de armaduras suplementares para reforço de viga com concreto projetado 163
FIGURA 160 — Aspecto final de vigas reforç adas com concreto projetado 164
FIGURA 161 — Reforç o de pilar com concreto e armaduras suplementares 164
FIGURA 162 — Recuperação de destacamento pilar/parede com tela de estuque 165
FIGURA 163 — Recuperação de fissura em alvenaria com o emprego de bandagem
de dessolidarização parede/revestimento 166
FIGURA 164 — Recuperação de fissuras ativas com selante flexível 167
FIGURA 169 — Solução alternativa para o problema das fissuras: vista interna 174
FIGURA 170 — Solução alternativa para o problema das fissuras; vista externa 175
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