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índice

Capitulo 1. Introdução 15

.
Capitulo 2 Fissuras causada» por movimentações t érmicas: mecanismos de
tormaçâo o configurações típicas 19
2,I . Mecanismos do formação das fissuras 19
2.2. Propriedades tònmcas dos materiais de construção 20
2 3 Configurações típicas do trincas provocadas por movimentações térmicas 22
2.3. 1 Lajes do coberturas sobro paredes autoportnntes 22
2 3 2 Movimentações térmicas do arcabouço ostmtural 25
2.3.3 Movimentações teimicas em muros 27
2.3. 4. Movimentações térmicas em platibandas 28
2.3 5 Movimentações térmicas em argamassas do revestimento 28
2.3.6 Movimentações térmicas em pisos externos 29
'2.3. 7 Movimentações térmicas em lajes do forio 30
2.3.8 Movimentações térmicas em placas de vidro 30
2.3.9 Fissuras provocadas por cura térmica do concreto 32
Capitulo 3. Fissuras causadas por movimentações hlgroscõplcas: mecanismos de
formaç Ao e configurações t ípicas 33
3.1. Mecanismos de formação das fissuras 33
3.2. Propriedades higroscòpicas dos materiais de construção 34
3.3. Configurações tipicas de trincas provocadas por movimentações higroscòpicas 37

Capitulo 4. Fissuras causadas por atuação de sobrecargas: mecanismos de


formação e configurações típicas 45
4.1 Considerações sobre a fissuração de componentes de concreto annado
submetidos á flex ão 45
4 2. Configurações tipicas do lissuras em componentes de concreto annado . 50
devidas a sobrecargas
4.2. 1. Flex ão de vigas 50
4.2.2. Torção de vigas 54
4.2.3. Flexão do lajes . 54
56
4 2.4. Torção de lajes
4.2. 5. Trincas em pilares 56
4.3. Considera ções sobre a fissuração das alvenarias submetidas à compressão
axial 58
4.4 . Configurações tipicas de fissuras em alvenarias, devidas a sobrecargas 63
4.5. Fissuração de telhas do fibrocimento causada pela concentração de tensões
nas regiões de fixação 66

Capitulo 5. Fissuras causadas por deformabllldade excessiva de estruturas de


concreto armado: mecanismos de formação e configurações tipicas 69
5.1. Considerações sobro a deformabilidade de componentes submetidos é flexão 69

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5 2 Previsão ce flechas em componentes fletidos 71
5- 3 Ccofigurações tocas de trmcas pmvocadas oe'a flexão de vigas e lajes 75
Capítulo 6. Fissuras causadas por recalques de fundação: mecanismos de
formação e configurações típicas 83
S.V Ccoace^ ações seere a de*onmabí d3de dos so os e a ng:dez dos edif ícios 83
& 2 Vode.es cara a estimativa ce recalques
ô 2.1 Recaques de sacatas aoc adas em arg ía
62
-
leca'ques ce saoatas accjadas em areia
87
87
87
6 2.3 Reca dues co* adensamento de camadas profundas 89
o Recaques em tuPu'ões 91
8.2 -
ecaq jes em estacas
5 2 6 stimativa ccs parâmetros e‘ast;ccs do so’o
92
92
627 ,* ativa dos reca' ques a partir de prova de carga
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93
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i * * cas ce tnn-cas causadas ocr reca'ques de fundação
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94
Capítulo 7. Fissuras causadas peia retração de produtos à base de cimento:
mecanismos de formação e configurações típicas 103
71. Mecanismos ca retração 103
7.2. Vecarvsmos ce mrm.açâo e configurações de fissuras provocadas por retração 107
7 2,1 Retração ce vrgas e p 'ares de concreto armado
107
.7 2 2 Retra çãc ce lajes de concreto armado
7 2.3 Retração de oaredes e muros 109
72 ação ce argamassas ce revestimento 109
7 2 5 Retração ce argamassas ce assentamento de azulejos 115
117
Capítulo 8 Fissuras causadas por aiterações químicas dos materiais
»
de
constru ção: mecanismos de formação e configurações típicas
8.1. Hidratação retardada ce ca’es 119
3 2 Atacue oor su' fatos 119
S 3 Corrosão de armaduras 120
122
Capitulo 9. Prevenção de fissuras nos edifícios
91 Fundações 127
9 2 Estruturas ce concreto armaco 127
9.3 Liga ções entre estrutura e oaredes de vedação 131
9 -í Alvenarias 136
9.5. La,;es ce cooertura 138
9 6 Revestimentos rig dos Ce parede 143
9.7. Pisos cerâmicos 145
9 8. Forros ce gesso 146
9,9. Caixihose envidraç am,entos 148
149
Capítulo 10. Diagnóstico das trincas
151
Capí tulo 11. Recuperação de componentes trincados
‘ 1 1. Recuperação ou reforç o Ce componentes ce concreto
159
armado 160
11 2. Recuperação ou refor ço de oaredes em alvenaria
165
11.3. Recuperação de revestimentos rígidos 170
Capitulo 12. Considerações finais
173
Relação de tabelas
177
Relação de figuras
179
Referências bibliográficas 189

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Capítulo 1
Introdução

Dentre os inúmeros problemas patológicos que afetam os edifícios, sejam eles residenciais,
comerciais ou institucionais, particularmente importante é o problema das trincas, devido a
três aspectos fundamentais: o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura, o compro-
metimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade á água, durabilidade, isolação
acústica etc.), e o constrangimento psicológico que a fissuração do edif ício exerce sobre
seus usuários .
A evolução da tecnologia dos materiais de construção e das t écnicas de projeto e execução
de edifícios evoluíram no sentido de torná-los cada vez mais leves, com componentes estruturais
mais esbeltos, menos contraventados.

As conjunturas sócio-econômicas de países em desenvolvimento, como o Brasil, fizeram com


que as obras fossem sendo conduzidas com velocidades cada vez maiores, com poucos
rigores nos controles dos materiais e dos serviços; tais conjunturas criaram ainda condições
para que os trabalhadores mais qualificados fossem paulatinamente se incorporando a setores
industriais mais nobres, com melhor remuneração da mão-de-obra, em detrimento da indústria
da construção civil.

Tais fatos, aliados a quadros mais complexos de formação deficiente de engenheiros e arquite-
tos, de políticas habitacionais e sistemas de financiamento inconsistentes e da inusitada fuga
de recursos para atividades meramente especulativas, vêm provocando a queda gradativa
da qualidade das nossas construções, até o ponto de encontrarem-se edif ícios que, nem
tendo sido ocupados, já estão virtualmente condenados. Para a solução de tais problemas,
a experiência revela que as obras de restauração ou reforço são em geral muito dispendiosas;
e o que é o mais grave... nem sempre solucionam o problema de forma definitiva. Os encargos
decorrentes dessas reformas desnecessárias representam também um grande ônus para
a economia dos países pobres, onde, via de regra, há enorme carência de habitações , de
nateriais de construção, de mão-de-obra especializada e de recursos de uma forma geral.
Para o eng. Pfeffermann, consultor do Centre Scientifique et technique de la Construction
e autor de diversos trabalhos sobre o assunto (1 , 2, 3, 4), " as trincas podem não constituir
um defeito na medida em que são a expressão, ás vezes pode ser doloroso dizer -se, de
uma nova era da construção; mas serão, se cruzarmos os braç os sem nos esforç armos para
encontrar uma solução". No caso brasileiro, parece recomendável a busca dessa solução,
pela classe dos engenheiros e arquitetos, pelos poderes constituídos e pela sociedade como
um todo, no sentido do aproveitamento otimizado dos nossos poucos recursos e da não
transferência aos usuários dos edifícios de problemas crónicos que repercutirão em elevados
custos de manutenção; caso contr ário, continuará a sociedade brasileira malbarantando esses
poucos recursos, construindo obras cada vez com pior padrão de qualidade e, em contra -
partida, contribuindo para a formação dos maiores especialistas do mundo em patologia.

Entre os técnicos e empresários que atuam na construção civil, as fissuras são em geral
motivo de grandes polêmicas teóricas e de infindáveis demandas judiciais, onde em ciclo

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16 - Trincas em edif ícios

fechado os diversos intervenientes atribuem-se uns aos outros a responsabilidade pelo probi
ma, enquanto o ônus financeiro dele decorrente acaba sendo assumido quase sempre
nef°
consumidor final. "Aos olhos do leigo em construção a fissura constitui um defeito cujo respon
*

sável é o arquiteto, o engenheiro, o empreiteiro ou o fabricante do material. Entretanto. ..


as origens da construção, as fissuras sempre existiram , pois elas são consequências desde
de
fenômenos naturais , " Essa afirmação do arquiteto franc ês Charles Rambert, citado por Pfeffer
mann (1) , parece querer explicar , de maneira relativamente singela, a origem do defeito; ao-
considerar -se entretanto que os ditos fenômenos naturais são dados irrefut áveis da equação,
a antítese parece ser mais verdadeira.

As trincas podem começ ar a surgir, de forma congénita, logo no projeto arquitetônico da


construção; os profissionais ligados ao assunto devem se conscientizar de que muito pode
ser jeito para minimizar-se o problema, pelo simples fato de reconhecer-se que as movimen-
tações dos materiais e componentes das edificações civis s ão inevitáveis. Deve-se, sem dúvida,
dar importância â est ética, á seguranç a, á higiene, á funcionalidade e ao custo inicial da
obra; não se deve esquecer , contudo, que projetar é também levar em conta alguns outros
aspectos tais como custos de manutenção e durabilidade da obra, diretamente relacionados
com o maior ou menor conhecimento que o projetista tem das propriedades tecnológicas
dos materiais de construção a serem empregados.

Do ponto de vista físico um edifício nada mais é do que a interligação racional entre diversos
materiais e componentes; é muito comum especificarem- se nos projetos componentes "bons
e resistentes", não se dando maior cuidado aos elementos de ligação e esquecendo-se,
frequentemente, de que um sistema de juntas ás vezes é indispensável para que os compo-
nentes apresentem o desempenho presumido. Segundo Baker (S) , é uma falácia muito comum
referir -se a materiais de construção como bons ou ruins, duráveis ou não duráveis e resistentes
ou não resistentes, como se essas fossem propriedades inerentes dos materiais. Na realidade,
esses termos são muito relativos: a durabilidade do material está diretamente relacionada
ás condições de aplicação e de exposição. Por outro lado, não existe nenhum material infinita-
mente resistente; todos eles irão trincar-se ou romper -se sob ação de um determinado nível
de carregamento, nível este que não deverá ser atingido no caso de n ão se desejar na
edificação componentes trincados ou rompidos.

Incompatibilidades entre projetos de arquitetura, estrutura e fundações normalmente conduzem


a tensões que sobrepujam a resistência dos materiais em seções particularmente desfavor áveis,
originando problemas de fissuras. No Brasil é ainda muito comum a falta de diálogo entre
os autores dos projetos mencionados e os fabricantes dos materiais e componentes da constru-
ção. Assim, projetam-se fundações sem levar -se em conta se a estrutura é r ígida ou flexível,
calculam- se estruturas sem considerarem-se os sistemas de vinculação e as propriedades
elásticas dos componentes de vedação, projetam -se vedações e sistemas de piso sem a
consideração da ocorr ência de recalques diferenciados e das acomodações da estrutura.

Partindo-se muitas vezes de projetos incompatíveis ou mal detalhados, considerando-se ainda


a interferência de todos os projetos das instalações, as falhas de planejamento, a carência
de especificações técnicas , a ausência de mão - de-obra bem treinada, a deficiência de fiscali-
zação e, muitas vezes , as imposições polí ticas de prazos e preç os, chega-se finalmente
á execução da obra, onde uma série de improvisações e malabarismos deverão ser adotados
para tentar -se produzir um edifício de boa qualidade. Nesse quadro, pintado é certo come
gua
um pouco de exagero, as ocorrências de fissuras, destacamentos, infiltrações de á que
naturais do
outros males parecem ser fenômenos perfeitamente naturais, talvez mais
aqueles a que se referiu Rambert.

No Brasil com exceção de alguns levantamentos (preliminares efetuados pelo IPT-lnstituto


Pesauisas Tecnológicas do Estado de São Paulo em conjuntos habitacionais construídos
6)
de M
sobre as origens dos problemas
no interior, não se tem notícia da compilação de dados

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Introdução - 17

patológicos nos edifícios e sobre suas formas mais típicas de manifestação. Na Bélgica,
segundo pesquisa desenvolvida pelo Centre Scientifique et Technique de la Construction 7 ,
com base na análise de 1.800 problemas patológicos chegou- se á conclusão de que ''
a maioria deles originava-se de falhas de projeto (46%), seguindo - se falhas de execução
(22%) e qualidade inadequada dos materiais de construção empregados ( 15%) . No tocante
âs fissuras, que em ordem de import ância perdiam apenas para os problemas de umidade,
concluiu-se que as causas mais importantes eram a deformabilidade das estruturas e as
movimentações t érmicas, seguindo-se os recalques diferenciados de fundações e as movimen-
tações higrosc ópicas.

A falta, entre nó s, do registro e divulgação de dados sobre problemas patológicos retarda


o desenvolvimento das técnicas de projetar e de construir, cerceando principalmente aos
profissionais mais jovens a possibilidade de evitarem erros que já foram repetidos inúmeras
vezes no passado.

Com o atual trabalho, muito respaldado na experiência pr ática, pretende-se indicar as configu-
rações mais típicas das trincas , os principais fatores que as acarretam e os mecanismos
pelas quais se desenvolvem. São analisadas também algumas medidas preventivas e alguns
sistemas para recuperação de componentes trincados. É óbvio que não há espaç o nem
muito menos capacidade para produzir -se o “ grande manual da construção", com todas
as leis do conhecimento; espera- se , entretanto , chamar para o problema a atenção dos profissio-
nais envolvidos com a construção civil e, na medida do possível, desmistificar-se um pouco
os conceitos relativamente fatalistas estabelecidos sobre o tema.

Toda ênfase do trabalho é dada aos mecanismos de formação das fissuras, elemento cuja
compreensão é substantiva para orientar decisões concernentes á recuperação de compo-
nentes trincados ou á adoção de medidas preventivas, incluindo-se aí a elaboração de projetos
e a especificação e controle de materiais e de serviços. Com esse enfoque, e levando-se
em conta que as fissuras são provocadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas
ou de movimentações de materiais, dos componentes ou da obra como um todo, são analisados
os seguintes fenômenos:

— movimentações provocadas por variações térmicas e de umidade;


— atuação de sobrecargas ou concentração de tensões;
— deformabilidade excessiva das estruturas;
— recalques diferenciados das fundações;
— retração de produtos à base de ligantes hidr áulicos;
— alterações químicas de materiais de construção.

Por não se coadunarem com o escopo pretendido, o trabalho não abrange fissuras provenientes
da má utilização do edif ício, de falhas na sua manutenção ou de acidentes originados pelos
mais diversos fatores como inc êndios , explosões ou impactos de veículos. Não são abordados
ainda temas muito específicos como vibrações, transmitidas pelo ar ou pelo solo, solicitações
c íclicas e degradações sofridas pelos materiais e componentes em função do seu envelhe -
cimento natural.

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Capítulo 2
Fissuras causadas
por movimentações térmicas:
mecanismos de formação e configurações típicas

2.1 Mecanismos de formação das fissuras


a,
Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de temperatur
sazonais e diárias. Essas variações repercutem numa variação dimensional doss materiais
restrin-
de construção (dilatação ou contração); os movimentos de dilatação e contração ão
lvendo -se
gidos pelos diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes desenvo
,
.
nos materiais, por este motivo, tensões que poder ão provocar o aparecimento de fissuras
físicas
As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as propriedades
ões desen-
do mesmo e com a intensidade da variação da temperatura; a magnitude das tens
volvidas é função da intensidade da movimentação, do grau de restrição imposto pelos vínculos
a esta movimentação e das propriedades elásticas do material.

As trincas de origem térmica podem também surgir por movimentações diferenciadas entre
componentes de um elemento, entre elementos de um sistema 1e entre regiões distintas de
um mesmo material. As principais movimentações diferenciadas^ ocorrem em função de:

— junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos ás mesmas


variações de temperatura (por exemplo, movimentações diferenciadas entre argamassa de
assentamento e componentes de alvenaria);

— exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (por exemplo, cobertura


em relação ás paredes de uma edificação);
de um mesmo componente (por exemplo, gradiente
— gradiente de temperaturas ao longode
entre a face exposta e a face protegidauma laje de ).
cobertura

No caso das movimentações térmicas diferenciadas é importante considerar -se não só a


amplitude da movimentação, como também a rapidez com que esta ocorre. Se ela for gradual
e lenta muitas vezes um material que apresenta menor resposta ou que é menos solicitado
ás variações da temperatura pode absorver movimentações mais intensas do que um material
ou componente a ele justaposto ; o mesmo pode não ocorrer se a movimentação for brusca.

Por outro lado, alguns materiais também podem sofrer fadiga pela ação de ciclos alternados
de carregamento-descarregamento ou por solicitações alternadas de tração-compressão. Po -
de-se equacionar o fenômeno da fadiga através de métodos muito sofisticados de cálculo
dinâmico, devendo-se considerar, nesse caso, a frequência e a amplitude das tensões solici-
tantes; pela singularidade e complexidade do problema, como já foi mencionado anteriormente,
não consideraremos o fenômeno da fadiga no presente estudo.

As tensões altas advindas de mudanç as bruscas de temperatura podem ser também relevantes
para os materiais que se degradam sob efeito de choques térmicos; de acordo com James

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20 - Trincas em edifícios

McCaviley (9) a expressão "choque térmico" descreve uma situação em que um compon
ó submetido a uma variação de temperatura de 100°F, em poucas horas. Segundo
os materiais que mais resistem aos choques té rmicos são aqueles que apresentam b '
Marinff
condutibilidade t érmica, baixo coeficiente de dilatação térmica linear, baixo módulo de def
mação e elevada resist ência a esforç os de tração; considerando-se esses parâmetros aa 1
resist ência ao choque t érmico é equacionada por :

X , fcj
R = (f) (D
E.a

onde: X = coeficiente de condutibilidade t érmica;

fct = resistência característica á tração;


E = módulo de deformação longitudinal;

a= coeficiente de dilatação térmica linear.

2.2 Propriedades térmicas dos materiais de construção


Todos os materiais empregados nas construções estã(o) sujeitos a dilatações com o aumento
de temperatura, e a contrações com a sua diminuição . A intensidade desta variação dimen-
8

sional, para uma dada variação de temperatura, varia de material para material, podendo -se
considerar, salvo algumas exceções, que as movimentações térmicas dos materiais de constru-
ção são praticamente as mesmas em todas as direções. Na Tabela 5, apresentada no capítulo
seguinte, est ão indicados os coeficientes de dilatação t érmica linear dos materiais de constru-
ção de maior uso.

Considerando-se o caso mais comum das edificações residenciais, a principal fonte de calor
que atua sobre seus componentes é o sol. A amplitude e a taxa de variação da temperatura
de um componente exposto â radiação solar irá depender da atuação combinada dos seguintes
fatores:

a) intensidade da radiação solar (direta e difusa);


é
b) absorbância da superf ície do componente á radiação solar: quando um componente seja
exposto á radiação solar , a energia absorvida faz com que sua temperatura superficial super -
superior á temperatura do ar ambiente. A absorbância depende basicamente da cor da ção
fície; as superfícies de cores escuras apresentam maiores coeficientes de absor ção da radia
solar e , portanto, nas mesmas condições de insolação, atingem temperaturas mais
elevadas
que as superfícies de cores claras ;
no caso
c) emit ância da superfície do componente: este fator é particularmente importante o céu e
das coberturas; estas reirradiam grande parte da radiação solar absorvida
para
para as superfícies que se encontram nas proximidades. Esta reirradia ção , que ocorre a
de ondas
temperatura ambiente, é composta predominantemente por raios infravermelhos "resfria-
longas, fora da faixa espectral visível; ela pode ser detectada, contudo, por seu efeito
tivo", observado principalmente nas coberturas. Assim é que durante as noites ,
principalment
tempera-
nas de céu claro, as temperaturas superficiais das coberturas tornam -se inferiores ásmesmas,
turas do ar ambiente, ocorrendo a condensação de vapor d ' água na superfície das

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Movimentações térmicas - 21

d) condut ância t érmica superficial: as trocas de calor entre a superf ície exposta de um compo-
nente da construção e o ar ambiente dependem não só da diferenç a verificada entre as
temperaturas dos mesmos, como também de outras condições (rugosidade da superfície,
velocidade do ar, posição geográfica do edifício, orientação da superf ície etc.). A influência
conjunta desses fatores pode ser traduzida pelo coeficiente de condut ância térmica superficial;

e) diversas outras propriedades térmicas dos materiais de construção: calor específico, massa
espec ífica aparente e coeficiente de condutibilidade térmica.

Para quantificarem-se as movimentações sofridas por um componente, além de suas proprie -


dades físicas, deve-se conhecer o ciclo de temperatura a que esteve sujeito. Muitas vezes
é suficiente determinarem - se os níveis extremos de temperatura deste ciclo; em alguns casos
é necessário determinar -se também a velocidade de ocorrência das mudanç as térmicas,
como no caso de alguns selantes que possuem pouca capacidade de acomodação a movi -
mentos bruscos.

Segundo indicações do Building Research Establishment (11), as amplitudes de variação das


temperaturas dos componentes das edificações podem ser bastante acentuadas , variando
em função de sua posição no edifício , de sua cor e da natureza do material que os constitui;
tais amplitudes, válidas segundo essa instituição para os países do Reino Unido, são indicadas
a t ítulo ilustrativo na Tabela 1 a seguir:

Tabela 1 — Temperaturas de serviço, em função da posição, da cor e da natureza do componente


>, válidas para países do Reino Unido.
( 11

Posição e/ou natureza do Cores do Temperaturas de serviço (°C)


componente componente
mínima máxima amplitude

Telhados, pisos e paredes claras -25 60 85


externas escuras - 25 80 105

Envidraç amentos em fachadas


claras - 25 40 65
escuras -25 90 115
Estruturas de concreto
claras - 20 45 65
expostas escuras - 20 60 80

Estruturas metálicas expostas


claras -25 50 75
escuras -25 65 90

Componentes internos em habitados 10 30 20


amhientes: náo habitados - 5 35 40

,
De acordo com Latta ( 2), sob efeito da radiação direta do sol a temperatura de paredes
com pouca massa entra em equilíbrio em períodos inferiores a 1 hora, enquanto que para
paredes muito pesadas este período pode ultrapassar 24 horas. Ainda segundo Latta, a tempe
ratura superficial da face externa de lajes e de paredes, expressa em graus Farenheit, pode
-
ser estimada em função da temperatura do ar (tA) e do coeficiente de absorção solar (a)
,
de acordo com a seguinte formulação indicada na Tabela 2.

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22 - Trincas em edif ícios

Tabela 2 — Estimativa da tomporatum suporfldnl do lajoo o pnrodoB oxfxmtaa /) mdliiçno a») »


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Presença ou não do Cor (Ja iiiporfíclo exposta A rarilaç flo


isolação t órmlca
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No tocante ao coeficiente de absor ção solar , Latia {


a seguir: ' V)
sugoro a adoção doo vaioroo índí corJofj

a) materiais não-metálicos:
•superf ície de cor preta: a = 0,95
•superf ície cinza- escuro: a = 0,80
•superf
superf ície cinza -claro: a = 0, 65
• ície de cor branca: a = 0,45
b) materiais met álicos:
•cobre
cobre oxidado: a = 0,80
• polido: a = 0,65
•ferro galvan
alum ínio: a = 0, 60
• izado: a = 0,90

2.3 Configurações típicas de trincas provocadas por movimentaçõ


es térmicas
2.3,1 Lajes de cobertura sobre paredes autoportantes

Em geral, as coberturas planas eslã o mais expostas á s mudanç as tú


os paramentos verticais das edificações; ocorrem , portanto, rnov í rmlcas naturais do quo
rnonlos diferenciados entro
os elementos horizontais e verticais, Alóm disso, podern ser rnais
intens
nos coeficientes de expansão térmica dos materiais construtivos desseificados pelas diferenças
do Chand (13) , o coeficiente de dilatação t é rmica linear do concre
s componentes, Segun
to é aprox ímadarnonto duas
-
vezes maior que o das alvenarias de uso corrento, consí dorando -so
aí a influência das juntas
de argamassa .
Deve-se considerar também que ocorrem diferonç as significativas
as superf ícies superiores e inferiores das lajes do cobertura, de movimentação ontro
fícies superiores são solicitadas por movimentações rnais
sondo que normalrnonte as super
bruscas e do rnaior intensidade.
-
Outro aspecto importante a ser levado em conta 6 que
os efeitos desses fenômenos (14); parte da energia calor
rnosrno lajes sombreadas sofrom
í fica absorvida pelas telhas é roí rradiada
para a laje, além de ocorrer através do á tico transmissão o
Nesse caso, as movimentaçõ es t érmicas a que serão submecalor por condução e convecçã
do
de diversos outros fatores, tais como: natureza do tidas as lajes ocorrem em função
do colchão de ar presente entre o telhado o a lajo de
matorial quo compõe ao telhas, altura
e rugosidade das superf ícies internas do á tico etc. cobertura, intensidade do ventilação

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Movimentações térmicas - 23

nas lajes, teoricamente as tensões de origem t érmica s ão nulas nos pontos centrais das
laies , crescendo proporcionalmente em direção aos bordos onde atingem seu ponto máximo
conforme indicado na Figura 1

Figura 1 — Propagação das tensões numa laje de cobertura com bordos vinculados devida a efeitos
térmicos

A dilatação plana das lajes e o abaulamento provocado pelo gradiente de temperaturas ao


longo de suas alturas (Figura 2) introduzem tensões de tração e de cisalhamento nas
paredes
ções de diversos autores
das edificações; conforme se constata na prática, e segundo observa
í
( 1 , 2, 12, 13 e 16 as trincas se desenvolvem quase que exclusivamente nas paredes , apresentand o
tipicamente as configurações indicadas nas Figuras 3 e 4 .

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PAREDE 2

PAREDE 1

Figura 2 — Movimentações que


ocorrem numa laje de cobertura, sob ação da elevação da temperatura
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PAREDE 1

F,n„ra i — Trinca tfDica oresente no topo da parede


paralela ao comprimento da laje; a direção das
movimentação térmica ( no
, perpendicu lares às resultantes de tração (<rt ), indica o sentido da
fissuras
caso, da esquerda para a direita)
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24 - Trincas em edif ícios

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PARE DE 2

Figura 4 — Trinca típica presente no topo da parede paralela à largura da laje; a trinca
apresenta-se com traçado bem definido, realçando o efeito dos esforços de tração na face normalmente
parede interna da

Deve-se salientar ainda que, em função das dimensões da laje e da natureza dos
materiais
constituintes das paredes, nem sempre poder-se-áo observar configurações t ão típicas
as apresentadas anteriormente; na maioria dos casos, contudo, as fissura como
s manifestam-se
exatamente de acordo com a teoria, conforme ilustrado nas Figuras 5 e 6
.
A presença de aberturas nas paredes, por outro lado, propiciará o aparec
naturalmente enfraquecidas (ao nível do peitoril e ao nível do topo
imento de regiões
de caixilhos, porexempb),
desenvolvendo-se as fissuras preferencialmente nessas regiões (13)
.
Assim, em função das dimensões da laje, da nature •
za dos
do grau de aderência entre paredes e laje e da eventu materiais que constituem as paredes,
desenvolver trincas inclinadas próximas ao topo das al presen(17)
ç a de aberturas, poder-se-ão
7 parede s , conforme ilustrado na Figura
>

Figura 5 - Parede com fissuras inclinadas,


da laje de cobertura em forma de escama, evidenciando a dilatação tórt
**
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Movimentações térmicas - 25

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Figura 6 — Fissura com abertura regular no topo da parede, resultante do abaulamento e da dilatação
plana da laje de cobertura

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Z+ i

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Figura 7 — Trincas de cisalhamento provocadas por expansão térmica da laje de cobertura


,

2.3 . 2 Movimentações térmicas do arcabouço estrutural

A exemplo do que foi exposto no item anterior , o arcabouç o estrutural da edificação estar á
sujeito a movimentações térmicas , principalmente em estruturas de concreto aparente. Deve-se
salientar que, devido â insolação direta, as( temperatur as nas faces expostas das peç as de
concreto poderão atingir, segundo Serdaly
18) ,
valores da ordem de até 80PC.
ê
/

Essas movimentações raramente causam dano â estrutura em si; normalmente as regiões


mais solicitadas são os encontros entre vigas , onde podem surgir fissuras internas ás peç as

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26 - Trincas em edif ícios

do concreto, o por Isso mesmo, não detectáveis. A movimenta o érmica das viaa P de
çã t
provocar , contudo, fissuração aparente em pilares este
; fato pode ocorrer principalmente °
do a estrutura não possui juntas de dilatação ou quando as mesmas foram mal proiet 30'
Segundo Fabiani ( l9) , a dilatação t érmica de vigas pode provocar nas extremidades dos npiares
fissuras ligoiramonte inclinadas, conforme representado na Figura 8 .
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Figura 8 — Pitar íissurado devido à movimentação térmica das vigas de concreto armado

Já com maior probabilidade de ocorrência, a movimentação t érmica da estrutura pode causar


i destacamentos entre as alvenarias e o reticulado estrutural ( 13 e 19) , e mesmo a incidência
de trincas de cisalhamento nas extremidades das alvenarias < • 2 616) . As Figuras 9 e 10
ilustram, respectivamente, esses casos. ’

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Figura 9 — Destacamento entre alvenaria e estrutura, provocado por movimentações térmicas diferenciadas
Scanned by CamScanner
Movimentações térmicas * 27

Figura 10 — Trincas de cisalhamento nas alvenarias, provocadas por movimentação térmica da estrutura

2.3.3 Movimentações térmicas em muros

Os muros muito extensos geralmente apresentam fissuras devidas a movimentações t érmicas,


sendo essas fissuras, segundo Pfeffermann (1), tipicamente verticais, com aberturas da ordem
de 2 a 3 mm. Em função da natureza dos componentes de alvenaria, as fissuras manifestam -se
a cada 4 ou 5 m, podendo ocorrer nos encontros da alvenaria com os pilares ou mesmo
no corpo da alvenaria, conforme ilustrado na Figura 11.

A B

Figura 11 — Trincas verticais causadas por movimentações térmicas: a) destacamento entre alvenaria
e pilar, b) trinca no corpo da alvenaria

As fissuras provocadas pelas movimentações térmicas normalmente iniciam -se na base do


muro em razão das restrições que a fundação oferece à sua livre movimentação. Em função
da resistência á tração da argamassa de assentamento e dos componentes de alvenaria
as fissuras poderão acompanhar as juntas verticais de assentamento ou mesmo estenderem -se
atravé s dos componentes de alvenaria (Figuras 12 e 13).

Figura 12 — Trinca vertical: a resistência à tração dos componentes de alvenaria é superior à resistência
à tração da argamassa ou à tensão de aderência argamassa/blocos

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28 - Trincas em edif ícios

Figura 13 — Trinca vertical: a resistência à tração dos componentes de alvenaria é igual ou inferior
à resistência à tração da argamassa

2.3.4 Movimentações t érmicas em platibandas

As platibandas, em função da forma geralmente alongada, tendem a comportar-se como


os próprios muros de divisa ; normalmente surgirão fissuras verticais regularmente espaçadas,
caso não tenham sido convenientemente projetadas juntas ao longo da platibanda. As movimen-
tações térmicas diferenciadas entre a platibanda e o corpo do edif ício poder ão resultar ainda
no destacamento da platibanda e na formação de fissuras inclinadas nas extremidades desse
corpo, conforme o ilustrado na Figura 14.

Figura 14 Trincas inclinadas no topo da parede (em ambas as extremidades) e destacamento da


platibanda causados por movimentações térmicas
J
2.3. 5 Movimentações t érmicas em argamassas de revestimento

As fissuras em argamassas de revestimento, provocadas por movimentações térmicas das


paredes, ir ão depender sobretudo do módulo de deformação da arqamassa , sendo semP
desejável que a capacidade de deformação do revestimento supere com boa folga a capa°
'
dade de deformação da parede propriamente dita ( 20) .
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Movimentações t érmicas - 29

Em nosso país, tomando-se janeiro e julho como épocas típicas do ano, dados do Serviç o
Nacional de Meteorologia revelam que , para um período de 24 horas, a temperatura do ar
pode apresentar variações com amp itudes de 14°C e 20°Crespectivamente. Essas variações,
além da elevada temperatura superficial que os revestimentos podem apresentar por efeito
da insolação direta, conforme exposto no item 2.2, podem provocar o aparecimento de fissuras
nos revestimentos, devidas ás movimentações diferenciadas que ocorrem entre esses e as
bases de aplicação.
As fissuras induzidas por movimentações t érmicas no corpo do revestimento geralmente são
regularmente distribuídas e com aberturas bastante reduzidas ( espécie de gretagem), asseme -
lhando-se, conforme Joisel (21\ ás fissuras provocadas por retração de secagem, o que será
analisado no Capítulo 7 . Fissuras com aberturas maiores poderão aparecer, entretanto, nos
encontros entre paredes ou em outras junções.

2.3.6 Movimentações térmicas em pisos externos


As movimentações térmicas em pisos externos representam um fator preponderante no desen-
volvimento de fissuras ou destacamento do revestimento, particularmente no caso de pisos
com grandes áreas, com formas muito alongadas ou com cores muito escuras
22>.
Na fase de aquecimento o revestimento do piso (lajotas, ladrilhos etc . ) dilata-se, sendo o
material solicitado á compressão, por efeito de sua vinculação com a base. Na fase de resfria-
a resis -
mento o material é solicitado á tração, criando-se, na medida em que é ultrapassada
tência á tração do revestimento ou da própria base, fissuras regularmente espaç adas
, conforme
ilustrado na Figura 15.

Fissuras regularmente espaçadas em piso externo


, devidas a movimentações térmicas
Figurã 15
do piso
(presenç a de paredes, muros etc.), com impossi-
No caso de pisos com bordas vinculadas
frequente o destacamento do revestimento,
bilidade de movimentarem- se livremente, é bastante ou a contração térmica da estrutura
equivalendo-se nesse caso a expansão t érmica dontopiso (Figura 16). Os destacamentos poderão
a uma ação de compressão no plano do revestime
çã o t é rmica das placas isoladas, sobrepujando-se
ainda ser causados pela pr ópria contra
de revestime nto e a argamassa de assen-
nesse caso a tensão de aderência entre a placa
tamento.

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Figura 16 — Destacamento do revestimento do piso, sob ação de sua dilatação térmica ou da contração
térmica da estrutura

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30 - Trincas em edif ícios

2.3.7 Movimentações térmicas em lajes de forro

Sob ação das temperaturas que se desenvolvem nos áticos, considerado o efeito da
da cobertura para suas superf ícies internas , as lajes de forro apresentam dilataçõreirradia cã
es e contra
ções que podem produzir fissuras nas arestas constituídas entre os forros e os
das paredes. Tais fissuras geralmente são perceptíveis quando não é adotado nenhum paramentos
de acabamento (moldura de gesso, por exemplo) na união parede-forro. detalhe
Em lajes mistas, constituídas por vigotas pré-moldadas de concreto e componentes cer
â
vazados , observam- se com alguma frequência fissuras longitudinais nas regiões de micos
vigota-componentes cer âmicos; essas fissuras, representadas na Figura 17 , devem-se encontro
a movi-
mentações diferenciadas entre vigotas subsequentes e mesmo a movimentações
entre o concreto armado e a cerâmica. diferenciadas

Figura 17 Fissuras provocadas por movimentações térmicas


em forro constituído por laje mista

2.3.8 Movimentações térmicas em placas de vidro

Embora todos os vidros expandam com o aumento da


temperatura, os especiais, como os
coloridos e os absorvedores de calor , apresentam expans
com a incidência da radiação solar. As folgas entre as ões consideravelmente maiores
placas de vidro desses tipos e a
caixilharia devem ser, por esta razão, bem maiores em
comuns.
relação ás obedecidas para os vidros

Além do problema da expansão por efeito da temperatura,


devido ao sombreamento excessivo de suas bordas, as placas de vidro podem trincar - se
ônicos das
fachadas ou mesmo pelos caixilhos. A trinca ocorre criado por detalhes arquitetorigina
porque o sombreamento uma
diferenç a de temperatura entre a região central e as diferença
significativa por ser o vidro, de forma geral, um mau bordas do vidro' sendo esta
condutor de calor.
O gradiente de temperaturas introduz tens ões de traçã , sendo qjj
®
esses bordos são particularmente suscetíveis a esse tipo deo nos bordos do vidro
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m jrreg
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ridades provenientes da operação de corte. Desta forma, astensão iá que apresenta


determinada
pela maior ou menor incidência de irregularidades presentestensões limites são .
no contorno da placa
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Movimentações térmicas - 31

REGI Ã O SOMBREADA

t + At
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REGI Ã O EXPOSTA À
RADIA ÇÃ O DIRETA .
V

Figura 18 — Trinca presente na placa de vidro, proveniente do gradiente de temperatura causado peio
sombreamento

Além das irregularidades presentes nas bordas das placas de vidro, com entalhes onde
haverá concentração natural de tensõ es, estas poderão ser também introduzidas pela presenç a
de corpos sólidos na folga existente entre a placa e o caixilho, tais como cabeç as de parafusos,
restos de argamassa etc. À s tensões introduzidas nas placas pela dilatação térmica poderão
somar -se ainda tens ões oriundas das próprias deformações da estrutura.

A Figura 19 ilustra o trincamento de uma placa de vidro, já retirada do caixilho, num caso
em que as folgas existentes entre os caixilhos e as placas de vidro eram praticamente inexis-
tentes. Pode-se observar nitidamente que a trinca iniciou- se na borda da placa, mais precisa-
mente a partir de um entalhe bastante pronunciado.

Figura 19 — Trinca presente na placa de vidro, a partir de entalhe resultante da operação de corte

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32 - Trlncns om odllfclos
do concroto
2, 3.9 Flssurnn provocndns por curn lórrnlca
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Capítulo 3
Fissuras causadas
por movimentações higroscópicas:
mecanismos de formação e configurações típicas

3.1 Mecanismos de formação das fissuras


As mudanç as higroscópicas provocam variações dimensionais nos materiais porosos que
integram os elementos e componentes da construção; o aumento do teor de umidade produ2
uma expansão do material enquanto que a diminuição desse teor provoca uma contração.
No caso da exist ência de vínculos que impeç am ou restrinjam essas movimentações poderão
ocorrer fissuras nos elementos e componentes do sistema construtivo.

A umidade pode ter acesso aos materiais de construção através de diversas vias:

a) Umidade resultante da produção dos componentes

Na fabricação de componentes construtivos á base de ligantes hidr áulicos emprega-se geral-


mente uma quantidade de água superior á necess ária para que ocorram as reações químicas
de hidratação. A água em excesso permanece em estado livre no interior do componente
e, ao se evaporar , provoca a contração do material.

b) Umidade proveniente da execução da obra

É usual umedecerem-se componentes de alvenaria no processo de assentamento, ou mesmo


painéis de alvenaria que receberão argamassas de revestimento; esta prática é correta pois
visa impedir a retirada brusca de água das argamassas , o que viria prejudicar a aderência
QQPP Qg componentes de alvenaria ou mesmo
as reações de hidratação do cimento. Ocorre
de umidade dos componentes
que nesta operação de umedecimento poder -á elevar o teor
- se
de alvenaria a valores muito acima da umidade higroscó
pica de equilíbrio, originando-se
do que foi dito na alínea anterior,
uma expansão do material; a água em excesso, a exemplo
tenderá a evaporar-se , provocando uma contra ção do material .
ógicos
c) Umidade do ar ou proveniente de fenômenos meteorol

O material poder á absorver água de chuva antes mesmo de ser utilizado na obra, durante
o transporte até a obra ou por armazenagem desprotegida no canteiro. Durante a vida da
construção, as faces de seus componentes voltadas para o exterior poderão absorver quanti-
dades consideráveis de água de chuva ou, em algumas regiões, até mesmo de neve. Também
a umidade presente no ar pode ser absorvida pelos materiais de construção, quer sob a
forma de vapor, quer sob a de água líquida (condensação do vapor sobre as superfícies
mais frias da construção).

d) Umidade do solo

A água presente no solo poder á ascender por capilaridade á base da construção desdp
que os diâmetros dos poros capilares e o nível do lençol d'água assim o permitam Não

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34 - Trincas om edif ícios

havendo impermeabilização eficiente entro o noto e /1 b«»


e d n '*
!! ! / !! * * « / fr!nr <* rf /»r /
RJ /0
acesso aos seus componentes, podendo trazer oérlo» Ineonvonlo
andar t érreo.
ç o
3.2 Propriedades higroscóplcas dos maforlals do connlru ^
n.
A quantidade de água absorvida por um material fie cf > r
1ntr 1 J ç,nr > fi0p o r r l f f f í
) I I
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rogo a m
porosidade e capilaridade O fator maio importante que , '
dos materiais é a capilaridade, Na secagem do materials í fjroçá Jo da dfjun nlé «
>
riitxuUrlo
n mifMlhlo
0 aparecimento de for ç as de suc ção, responsáveis pela condii
do componente, onde ela ser á postoriormonlo evaporada.
sãio
Deve - se considerar também quo estas for ç as do suc ção

pia «laroftç fl
sendo 0 sentido de percolação da égua através fios rnosmoo determinado por capilaridade com 0
do teor de umidade dos materiais em contato; variando a nuc Ao
ç
se o norilldo da porco
teor de umidade do material, torna - so extromamonto difícil estabelecer
lação da á gua entre os materiais.

Se um material poroso é exposto por tempo suficiente a condições constantes


do urrildads
e temperatura , graç as ao fenômeno da difusão, seu teor de umidade acabar á estabilizando ss;
atinge - se ent ão a umidade higrosc ópica de oquilfbrlo do material. Gsla umidade depends
da natureza e quantidade de capilares presentes no material, assim corno da temperatura
e umidade do meio ambiente. Na Tabela 3 est ã o Indicados alguns valoro» de umidade1,
higros -
cópios de equilíbio, determinados a partir do experimentos efetuados na Holanda
**
Tabela 3 — Umidade higroscópica do equilíbrio para alguns materiais da conslruçóo 10

Umidado higroscópica do oquilfbrlo (%) om


Material função da umidado relativa do or
U. R . ~ 40% U. R . » 60% . - 06%
U n.
Madeira 0 13 33
Cer âmica 0 0 I
Concreto normal 3 4 II
Concreto celular 2 3 13
Cortiç a 4 13 30

As variações no teor do umidade provocam movimentações do dois llporr Irreversí veis 0


reversíveis. As movimentações irreversí veis são aquelas quo ocorrem geralmente logo npén
a fabricação do material o originam - so pela perrJa ou ganho de é gua at é que se atinja 11
umidade higroscópica de equilíbrio do material fabricado. As movimentações reversível» ocor
rem por variações do teor do umidado do material, ficando delimitadas a um certo Intervalo,
mesmo no caso de secar - se ou saturar se completamente o material

Por exemplo, para 0 concreto ocorre uma contração iniciei por perdn da água om excesso
utilizada na sua fabricação ( esta contração não deve ser confundida com a retração proveniente
das reações químicas que ocorrem entro 0 cimento e a é gua); completada esta contração
inicial, o material, sujeito a diferentes teores do umidado, apresenta movimentações que flcrmi
delimitadas dentro de um corto intervalo, ou seja, mesmo quo se consiga salurar este concrete
completamente, ele jamais retornar á ao sou volume inicial. A Plgura 31, Ilustra esse fondmenf /'T

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Movimentações higrosc ópicas - 35

1 Movimentação (%)

-
/
A. * movimentos
reversíveis
\ /
v
movimentação
irreversí vel

Tempo

Figura 21 — Movimentações reversíveis e irreversíveis para um concreto, devidas à variação do seu


teor de umidade

Para os materiais de construção que apresentam contração inicial por secagem, de forma
geral os movimentos irreversíveis são bem superiores aos reversíveis. O mesmo já não ocorre
para as madeiras, que são suscetíveis a grandes variações dimensionais em função dos
teores de umidade.

As movimentações higrosc ópicas dos produtos á base de cimento ocorrem basicamente em


função da qualidade do cimento e dos agregados, da dosagem da mistura e das condições
de cura do produto; atrav és dos valores apresentados na Tabela 4 pode-se constatar que,
para os concretos celulares, o processo de cura exerce grande influência nas movimentações
originadas por variação de umidade.

Tabela 4 —
Contração de argamassas e concretos em função do teor de umidade: dados do Building
Research Station (1)

Material Contração irreversível Contração reversível


(%) (%)
Argamassa 0,07 0,03
Concreto 0,05 0,03
Concreto celular 0 , 30 0,10
(cura ao ar)
Concreto celular 0,08 0,05
(cura em autoclave)

Materiais cerâmicos normalmente apresentam pequenas movimentações reversíveis com as


variações de umidade e de temperatura. Em 1950, entretanto, pesquisas efetuadas na Austr ália
e nos Estados Unidos (23) mostraram que expansões irreversíveis de grande intensidade podem
ocorrer em tijolos cer âmicos, por efeito da umidade. Essas expansões começ am a ocorrer
imediatamente após a queima do produto e podem processar-se durante longos períodos;
depender ão fundamentalmente da natureza dos argilominerais presentes na matéria-prima
e das condições de queima do tijolo.

Parece ser de consenso geral que a grande parte da movimentação irreversí


expansão, ocorre nos primeiros meses de idade; a duração deste ciclo vel no ca«?n
estar á condicionada
Scanned by CamScanner
36 - Trincas em edif ícios

náo só âs propriedades do corpo cerâmico mas também ás condi ções de umidade a que
estará submetido. Pesquisas desenvolvidas na Á frica do Sul
(?'
revelam que a expansão
de tijolos cerâmicos pode variar de 0,04% a 0,12%, sendo que metade da expansao e verificada
nos primeiros seis meses de idade. Nessas pesquisas concluiu-se ainda que os tijolos mal
queimados apresentam dilatação bastante superior aos bem queimados; todavia, o módulo
de deformação dos tijolos mal queimados é geralmente pequeno, o que lhes confere maior
poder de acomodação.

Tabela 5 — Propriedades higrotérmlcas de alguns materiais de construção BRE <11>

Movim. devido à umidade (%) Módulo de


Coef . de dila -
tação térmica Irreversível deformação
Material linear
.
(°C 10«) Reversível (+ ) expansão (kN/mm2)
(- ) contração
Rochas naturais
- Granito 8 -10 20- 60
- Calc ário 3-4 0,01 10-80
3- 80
- Arenito 7- 12 0,07
Compostos á base
de gesso
- Gesso-estuque 16-18 1,5-4
- Placas de gesso -
18 21 16
Compostos à base
de cimento
- Argamassa 10-13 0,02-0,06 —
0,04-0,10( ) 20-35
- Concreto (seixo
rolado) 12-14 0,02-0, 06 0,03-0,08( - ) 15-36
- Concreto (brita) 10-13 0,03-0, 10 0,03-0.08( -) 15-36
- Concreto celular 8 -
0, 02 0,03 0,07-0,09( -) 1.4-3,2
- Cimento com
fibra de vidro -
7 12 0, 15-0, 25 0,07( — ) 20-34
- Cimento-amianto 8-12 0, 10-0, 25 0,08 (- ) 14 --26
Tijolos ou blocos
vazados
- Concreto 6- 12 0,02-0,04 0,02-0,06( -) 10-25
- Concreto celular 8 0.02-0,03 0.05-0, 09(-) 3 -8
- Sílico - calc ário 8- 14 0,01-0,05 —
0,01-0,04( ) 14 -18
- Barro cozido 5- 8 0,02 0,02-0,07( + ) 4 - 26
Madeiras
- direção
das fibras 4 -6
- Leves
0,45-2,0
"' 5,5-12,5t2
'
- transver -
salmente 30-70 0,6-2,6(
- direçáo
" 5,5-12,5 2'
'
das fibras 4-6 0 5- 2 5
- Densas
,
"' , 7-21«'
- transver -
salmente 30- 70 0,8-4 , O '" 7- 21 2'
Vidros
'
- Plano 9- 11 70
- AJveolado 8, 5 5-8
( 1) para teores de umidade de 60% e 90%
(2) para teor de umidade de 12%

Scanned by CamScanner
Movimentações higroscópicas 37 *

De uma forma geral, os materiais de construção movimentam- se com a variação do teor


de umidade; na Tabela 5 s ão apresentados alguns valores dessas movimentações, determi-
nados pela BRE (11 >. Na Tabela são apresentados ainda valores de coeficiente de dilatação
térmica e módulo de deformação, para diversos materiais de uso corrente na construção
civil.

3.3 Configurações típicas de trincas provocadas por movimentações


higroscópicas
As trincas provocadas por variação de umidade dos materiais de construção são muito seme -
lhantes àquelas provocadas pelas variações de temperatura, conforme item 2.3 Entre um .
caso e outro, as aberturas poder ão variar em função das propriedades higrotérmicas dos
materiais e das amplitudes de variação da temperatura ou da umidade.

Stubbs e Putterll' (23) registram a ocorr ência de alguns casos de trincas provocadas pela expan-
são de tijolos cerâmicos com elevada resistência á compressão, conforme Figuras 22, 23
e 24.

No caso do encontro entre paredes onde, para facilitar-se a coordenação dimensional, os


componentes de alvenaria foram assentados com juntas aprumadas (Figura 25), independen-
temente da natureza do material constituinte dos blocos ou tijolos ocorrerão movimentações

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Figura 23 — Trincas nas peças estruturais: 3 expans


or
ão da alvenaria solicitita
; o concreto à tração
38 - Trincas em edifícios

I
/

tissuramento varlical da aivanana,


por absorção da umidada provoca o

Figura 24 A expa nsão dos tijolos
no canto do edifício
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Figura 25 Canto externo de edifício com blocos estruturais assentados com juntas a prumo: destacamento

entre paredes
Movimentações higrosc ópicas - 39

higrosc ópicas que tender ão a provocar o destacamento entre as paredes. Tais destacamentos,
que normalmente ocorrem a despeito do emprego de ferros inseridos nas juntas de assenta-
mento a cada duas ou tr ê s fiadas , provocar ão a penetração de umidade para o interior do
edif ício, conforme ilustrado na Figura 26.

Figura 26 — Vista interna do encontro entre as paredes: penetração de umidade em função do destacamento
ocorrido


• " rj v« .° V

Figura 27 — Trinca vertical no terço médio da parede, causada por movimentações higroscópicas de
tijolos de solo-cimento

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40 - Trincas em edif ícios

Para tijolos maciços de solo -cimento, constata-se na pratica um tipo do fissura bastante caracto -
,
rístico, ou seja, fissura vertical que ocorre no ter ço médio da parede (Figura ? / ). Essa trinca,
;
geralmente pronunciada, aparece em paredes relativamente longas (com cerca de G a 7
m) e pode ser causada tanto pela contração de secagem do produto quanto por suas movimen -
tações reversíveis; ressaite - se que o solo -cimento è um material altamenlo suscetível ê s varia -
ções de umidade , particularmente quando a argila contiver nrgílominerais da família das mont -
morilonitas.

Em estudo efetuado pelo IPT - lnstituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado do São Paulo 4’’ ,
'
4

com blocos vazados de solo -cimento, pòdo -se constatar o aparecimento do microfissurns
verticais nas paredes de blocos, após a ocorr ência de chuvas que provocavam o umodecimonto
das paredes. Como os blocos haviam sido empregados na obra com idade superior a tr ês
meses (a contração inicial, portanto, deveria estar concluída), deduziu so que as fissuras
eram ocasionadas por movimentações reversíveis originados pela brusca vnrinção do umidado
dos blocos.

Paredes monolí ticas construídas com solo estabilizado ( solo - cimento ou solo - cal) são altamente
suscetíveis á formação de fissuras, tanto pela retração inicial quanto polas movimentações
higroscópicas reversíveis do material. At é mesmo a adição de saibro ã argamassa para a
construção de paredes monolíticas tem conduzido a experiências muito malsucedidas (Figuras
28 e 29) , exatamente em função das grandes variações volumé tricas quo a argila apresenta
ao variar seu teor de umidade.

^ ^^
movimenl ns líl
^^* * ,inidatmente
«Mlpnvocan
< » cimento, ateia e satbm: as
* o mstacamento e a tissura
intensas
çao do
MovimontaçôGs higrosc óplcao - 41

Figura 29 — Os sucessivos ciclos de umedecimento e secagem do material constituído por solo, favorecidos
cada vez mais pelos danos no revestimento, provocam a gradativa destruição da parede

Movimentações reversíveis ou irreversíveis podem originar também destacamentos entre com -


ponentes de alvenaria e argamassa de assentamento (Figura 30) . Esses destacamentos ocor -
rem em função de inúmeros fatores , sendo os mais importantes: ader ência entre argamassa
e componentes de alvenaria, tipo de junta adotada, módulo de deformação dos materiais
em contato, propriedades higroscópicas desses materiais e intensidade da variação da umi-
aade.

X
\

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$ 7
1

\ /

figura 30 — Destacamentos entre argamassa e componentes de alvenaria

Scanned by CamScanner
42 - Trincas em edifícios

Trincas horizontais podem aparecer também na base de paredes (Figura 31) , onde a impermea-
bilização dos alicerces foi mal-executada. Nesse caso, os componentes de alvenaria que
estão em contato direto com o solo absorvem sua umidade, apresentando movimentações
diferenciadas em relação às fiadas superiores que estão sujeitas á insolação direta e à perda
de água por evaporação; essas trincas quase sempre s ão acompanhadas por efloresc ências,
o que auxilia o seu diagnóstico.

Outro tipo bastante característico de fissura causada por umidade é aquele presente no topo
de muros, peitoris e platibandas que não estejam convenientemente protegidos por rufos;
a argamassa do topo da parede absorve água (de chuva ou mesmo do orvalho), movimenta-se
diferencialmente em relação ao corpo do muro e acaba destacando-se do mesmo.

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*

• 9

Figura 31 — Trinca horizontal na base da alvenaria por efeito da umidade do solo

Figura 32 — Destacamento da argamassa no topo do muro, causado pela absor


ção de umidade

Os ciclos de umedecimento e secagem de argamassas de revestimento, com


meabilização da superf ície, associados às próprias movimentações té deficiente imper-
provocam inicialmente a ocorr ência de microfissuras na argamassa.
rmicas do revestimento
Através destas ocorrerão
penetrações de á gua cada vez maiores, acentuando-se progressivamente
as movimentações
e a consequente incidência de fissuras no revestimento (Figura 33) .

A fissuração dos revestimentos em argamassa será mais acentuada em regiõ onde, por
es
qualquer motivo, ocorra a maior incidência de água. Os peitoris, as saliências e outros detalhes
arquitetônicos inseridos nas fachadas t êm , por exemplo, a função básica de interromper os
fluxos de água que escorrem pela parede, defletindo-os para fora da construção; contudo ,
caso esses detalhes não tenham sido bem projetados ou bem executados, poderão causar
problemas em regiões localizadas da fachada, conforme ilustrado na Figura 34.

Scanned by CamScanner
\
Movimentações higrosc ópicas - 43

Figura 33 — Revestimento em argamassa em adiantado processo de degeneração, devido


presença de umidade à continua

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Figura 34 — O fluxo de água interceptado no peitoril da janela escorre lateralmente ao mesmo,


provocando
a fissuração da argamassa de revestimento
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44 - Trincas em ocllflclos

Outro material quo Inmbôm nproa onm nKJVIiwnlM


não sendo por isso mesmo rocom ondAv nl o oou omprop o em í «w j
Çfl
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líplco que eo em observado rios edifício ; ,
*
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e sobretudo em suns pertos oxtomaa, Um problema de forros, oonformo Ilustrado no f iquu


i

é o fissuramento do placas do posso constituintes rrs paradas o o forro


35 pela inobserv
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\ PUCA D É . 91910.

F/píyra 55 — Fissumçôo do plncns do gesso am forro tlgldnmonlo oncunhndo tmn paredes

No tocante ás variações higroscóplcns, ns mndelrns são Indiscutivelmente os materiais cie


construção mais senslvols, apresentando índices de movimentação acoriluadornorito diferen-
ciados em relação ã orientação de suas fibras. A ullll / ação de madeira verde na construção,
com teor de umidado superior a 12 ou 13%, Invariavelmente provoca problemas das rnais
diversas ordons, sondo os mnls comuns o descolamento de tacos, o emperiarnerito de lãbuas
de soalho o o mau funcionamento de caixilhos,

As movimentações reversíveis do madeiramento ompropado nas coberturas determinam muitas


vezes o aparecimento do fissuras horizontais no respaldo de paredes sobre as quais se
apóia, particularmenlu quando essns parados leram mal cintadas; lais movimentações são
também responsávois pelo dosonvolvimonlo do llssuras em torres constituídos por estuque,
tanto no corpo do torro quanto no encontro do ostuquo com e revestimento das parede?

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Capítulo 4
Fissuras causadas
pela atuação de sobrecargas:
mecanismos de formação e configurações típicas

A atuação de sobrecargas pode produzir a fissuração de componentes estruturais, tais como


pilares , vigas e paredes. Essas sobrecargas atuantes podem ter sido consideradas no projeto
,
estrutural, caso em que a falha decorre da execução da peç a ou do próprio c álculo estrutural
como pode também estar ocorrendo a solicitação da peça por uma sobrecarga superior
â prevista. Vale frisar ainda que não raras vezes pode-se presenciar a atuação de sobrecargas
em componentes sem função estrutural, geralmente pela deformação da estrutura resistente
do edif ício ou pela sua má utilização.

Assim sendo, para efeito deste trabalho , considera -se como sobrecarga uma solicitação exter -
na, prevista ou não em projeto, capaz de provocar a fissuração de um componente com
ou sem função estrutural; com esse enfoque, serão consideradas apenas as sobrecargas
verticais.

4.1 Considerações sobre a fissuração de componentes de concreto armado


submetidos à flexão
A atuação de sobrecargas , previstas ou não em projeto, pode produzir o fissuramento de
componentes de concreto armado sem que isto implique, necessariamente, ruptura do compo -
nente ou instabilidade da estrutura; a ocorrência de fissuras num determinado componente
estrutural produz uma redistribuição de tensões ao longo do componente fissurado e mesmo
nos componentes vizinhos, de maneira que a solicitação externa geralmente acaba sendo
absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte dela. Obviamente que este raciocínio
não pode ser estendido de forma indiscriminada, já que existem casos em que é limitada
a possibilidade de redistribuição das tensões, seja pelo crit ério de dimensionamento do compo-
nente, seja pela magnitude das tensões desenvolvidas ou, ainda, pelo próprio comportamento
conjunto do sistema estrutural adotado.

Para os casos comuns de estruturas de concreto armado, os componentes fletidos são em


geral dimensionados prevendo-se a fissuração do concreto na região tracionada da peça,
buscando-se t ão somente limitar esta fissuração em função de requisitos estéticos e/ou em
função da deformabilidade e da durabilidade da estrutura. De acordo com a norma NBR
6118(25 ) considera-se que “ a solicitação resistente com a qual haver á uma grande probabilidade
de iniciar -se a formação de fissuras normais á armadura longitudinal poderá ser calculada
com as seguintes hipóteses ":

a) a deformação de ruptura à tração do concreto é igual a 2, 7 ftk / Ec ( flk = resistência característica


do concreto á tração; Ec = módulo de deformação longitudinal do concreto á compressão);

b) na flexão, o diagrama de tensões de compressão no concreto é triangular (regimê elástico);


a tensão na zona tracionada é uniforme e igual a ftk, multiplicando-se a deformação de ruptura
especificada na alínea anterior por 1,5;

Scanned by CamScanner
46 * Trincas em edif ícios

;
c ) as seções transversais planas permanecem
planas
ção , nas condições
levado em conta o efeito da retração, Como simplifica
d) dever á ser sempre
ado supondo - se a tens ão de tração igual a 0, 75 flk
correntes , este efeito pode ser consider
e desprezando - se a armadura
crit ério recome ndado pela NBR 6118 é ada
Tem - se observad o na pr á tica que este
tensões
seguranç a, isto é, as fissuras começ am a surgir com entidade s (LNEC , ACI, C E Betc
a d\ adotam
o t e m
< > que diversas
por esse método. Branson * relata
para previsão do início do fissuramento em peç as
fletidas um
ento de fjSSurac áo
, e que consiste no c álculo do
clássica da resistência dos materiais
da peç a de acordo com a seguinte formulação:

Mr - ff — (2)
> tf •
Y ,
onde: M, = momento fletor de fissuraçáo;

I = momento de inércia da seção homogeneizada;

= dist ância da linha neutra á fibra mais fracionada da pe a


Y, ç ;

fci ( = módulo de ruptura do concreto (tensão de ruptura á tração na flexão


) .
Através de ensaios efetuados pelo IPT , pode -se constatar que este equacionamento produz
(27)

valores bastante aproximados das solicitações que, de forma real, provocam o aparecimento
das primeiras fissuras nas seções fracionadas das peç as de concreto armado . Na falta de
(28 )
dados sobre o módulo de ruptura do concreto, o American Concrete Institute recomenda
a sua previsão atravé s da seguinte f órmula :

fr 1
U
- 0,0463 (3)


onde: fr , = módulo de ruptura do concreto (kgf /cm2 );
yc = massa específica aparente do concreto (kg/m3 );

fck = resist ência característica do concreto â compressão (kgf /cm2)

* NBP .®Í 1® «m seu iteí" 4-2.2, consideraqUand


’ que a fissuraçáo é nociva ao concreto armado

° abertUra das a superffcie do


3
"
a) 0,1 mm para peças não protegidas , em meio agressivo ;

b) 0,2 mm para peç as náo protegidas em meio não agressivo;

c) 0,3 mm para peç as protegidas.

8 exisle r zoável probabilidade de que essas aberturas sejam


atinafdas uprmri
quando se
atingidas auandn qp
^
verificarem, simultaneamente, as seguintes desigualdades:

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Atuação de sobrecargas - 47

0
2i?b -0, 75
O’s

Es
( j *,s) > { 1 p / a alínea a
2 p/ a alínea b ( 4)
3 p/ a alínea c
1 p / a alínea a
>{
0
,
2r b -0,75
«s
Es
3 <rs
,*
f
2 p/ a alínea b
3 p/ a alínea c
( 5)

onde: <xs = tensão na armadura;

0 = diâmetro das barras (mm);

Pr = taxa geométrica da armadura na seção transversal de concreto ACf


interessada pela fissuração (pr = As / Acr);
= coeficiente de conformação superficial das barras da armadura, suposto
igual a 1 para barras lisas (coeficiente de aderência);

= resist ência característica do concreto á tração;

E = módulo de deformação longitudinal do aço

Levando-se em conta as tensões de serviço, os módulos de deformação longitudinal do aço


e do concreto, o coeficiente de conformação superficial das barras de aço e diversas outras
características geométricas (diâmetro das barras tracionadas, cobrimento da armadura, taxa
geométrica da armadura etc .) foram desenvolvidas diversas teorias com a finalidade de pre -
ver-se o espaç amento médio entre fissuras e suas aberturas mais prov áveis em componentes
de concreto armado submetidos á flex ão ou â tração pura; essas formulações teóricas, associa-
das a coeficientes empiricamente determinados e a fatores probabilísticos , conduzem a estima-
tivas bastante precisas do nível de fissuramento das peç as.

Ferry Borges (29), levando em conta a grande relação existente entre os módulos de deformação
longitudinal do aç o e do concreto (E E,, =* 10) e que , a partir da primeira fissura, as tensões
^
de tração são transmitidas somente às armaduras , desenvolveu a seguinte f órmula para estima-
ção das aberturas das fissuras em peç as solicitadas â tração pura ou â flexão:

= S rm *
f
"sm ,r (6)

onde: = abertura média das fissuras (mm);

Srm = distanciamento médio entre as fissuras (mm);

8m , r
= alongamento médio da armadura tracionada (%).

De acordo com distintas teorias existentes sobre fissuração do concreto armado e com experi-
mentações em laboratório, Ferry Borges chegou ainda ã seguinte expressão para estimativa
do distanciamento entre as fissuras:

0
Srm = 1,5 C + T)b (7)
Pr

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48 - Trincas em edifícios

distanciamento médio entre as fissuras (mm


);
onde: sm =

c = cobrimento da armadura tracionada (mm);

= coeficiente de conformação superficial


da armadura;
*Jb
0 = diâmetro das barras (mm);
interessada na
Pr = taxa geométrica da armadura na seção de concreto A c , e f
< ef).
fissuração ( pr = As / A ;
estat ística das probabili-
Montoya(30\ baseado nos trabalhos do prof. Ferry Borges e na teoria
aberturas de fissuras
dades , desenvolveu uma formulação que permite a previsão das máximas
em peç as submetidas á tração ou á flex ão ( simples ou {composta
) . A fórmula indicada a
27) , com vigas retangulares, com
seguir já foi utilizada em experimentos efetuados no IPT
a partir da
forma de Tê ou com forma de U, sendo que as previsões teóricas produzidas
mesma mostraram-se bastante compatíveis com os valores realmente observados.

" má
* . = 0,8 • y (1’5 c + K _ )
~
Fr Pr
• 10 -6 (8 )

onde: cum áx. = abertura máxima das fissuras (mm), com 95% de nível de signific ância, su-
pondo-se que as aberturas das fissuras distribuem -se de maneira normal;

c = cobrimento da armadura de tração (mm);

0 = maior diâmetro das barras tracionadas (mm);

0’s = tensão de trabalho do aço (kgf /cm2 ) ;

y = coeficiente de dispersão, variando entre 1 ,1 e 1,3;

Pr = taxa geométrica da armadura na seção de concreto Ac e{ interessada na


fissuração (pr = As / Acef);

K e K = constantes determinadas para barras de grande aderência (valores indicados


na tabela apresenta a seguir).

Valores de K e K ’ correspondentes à equação 8, válidos para barras de grande


aderência

Tipos de peças e esforços


Pr K K’
Vigas Tê e retangulares
As
(flexão simples) bw . d 0,04 7,5
Vigas Tê e retangulares
As
(flexão composta) bw (d- x) 0,07 12,0
Tirantes ou vigas atirantadas
As
0,16 30.0
B,

sendo: As = área da armadura;


i
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Atuação de sobrecargas - 49

b = largura das vigas de seção retangular ou da nervura das vigas de seção Tê;
*
d = dist ância entre o centro de gravidade da armadura e a fibra mais comprimida;

x = dist ância entre a linha neutra e a fibra mais comprimida;

B = área da seção de concreto cobaric êntrica à área da armadura fracionada.

O Comité Euro-lnternacional du Beton (3132) adota a mesma equação 6 desenvolvida por


Ferry Borges para c álculo da abertura média das fissuras, introduzindo contudo o efeito da
retração do concreto (c ); admite ainda que a abertura máxima das fissuras seja equivalente
^
a 1 ,7 vezes a abertura m édia, ou seja;

= s sm . r Ccs ) O)
= 1J (10)
" mãx 0) m

Através do seu manual de c álculo de fissuração e de deformações 32 o CEB adota para * *


concretos normais (excetuados portanto os concretos leves) a fórmula abaixo indicada para
determinação da distância média entre fissuras, em peças calculadas no Est ádio III e com
estado de fissuração estabilizado.

'
(
sm = 2 c + ) + K, • K2 —P0, (11)

onde: sm = distância média entre as fissuras (mm);

c = cobrimento da armadura tracionada (mm);

s = espaç amento entre as barras tracionadas (mm);

K = influência das condições de aderência das barras


,
K = 0, 4 para barras de grande aderência
,
K = 0,8 para barras lisas;

K2 = influência do tipo de solicitação


K2 = 0,125 para flexão pura
K2 = 0,25 para tração pura;

0 = diâmetro da barra em mm (0 • VrT para feixes);

A = taxa geométrica da armadura na seção de concreto A c .ef interessada na


fissuração (pr = As / Ace().

A formulação indicada presta-se tanto para vigas quanto para lajes de concreto armado,
sendo que neste último caso a altura efetiva da área interessada na fissuração \
{ e i ) é limitada
á metade da altura da zona tracionada. O manual citado 32 analisa ainda os efeitos da defor
**
mação lenta e de carregamentos c íclicos na evolução das fissuras, além de estabelecer
-
diversas considerações sobre máximos diâmetros e máximos afastamentos das barras , arma-
duras de pele e taxas mínimas de armadura para combater -se a fissuração excessiva das
peç as de concreto armado, sob ação de esfor ços de diferentes naturezas (tração,
corte
torção, compressão).

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50 - Trincas em edif ícios

4.2 Configurações típicas de fissuras em componentes de concreto armado,


devidas a sobrecargas
As fissuras que ocorrem em peç as de concreto armado geralmente apresentam aberturas
bastante reduzidas; o c álculo no Est ádio III de peças fletidas leva em conta o aparecimento
dessas fissuras. Segundo diversas fontes n07o.30.3p.a1 « M ) V £rjas são as formas dessas manifes -
tações; a seguir ser ão analisados alguns casos típicos :

.
4.2 1 Flex ão de vigas

Os esforç os numa viga isost á tica submetida á flex ão desenvolvem - se conforme esquema
seguinte:

Figura 36 — Viga isostática submetida à flexão


arco de compressão
isostát /cas de tração

As fissuras ocorrem perpendicularmente ás trajet órias dos esforç os principais de tração. São
praticamente verticais no terço médio do vão e apresentam aberturas maiores em direção
á face inferior da viga onde est ão as fibras mais tracionadas. Junto aos apoios as fissuras
ínclinam- se aprox ímadamente a 45° com a horizontal, devido á influência dos esforços cortantes
(vide Figura 37). Nas vigas altas esta inclinação tende a ser da ordem de 60°.

t 1 1 1 1 1
// / // / í i l l l l ) l \ U \U \ \
7/7777
/ / / / /7

Figura 37 — Fissuração típica em viga subarmada solicitada à flexão

A localização, número, extensão e abertura das fissuras dependem das características geomé-
tricas da peç a, das propriedades físicas e mec ânicas dos materiais que a constituem e do
est ágio de solicitação da carga. No caso de vigas def í cientemente armadas ao cisalhamento,
ou mesmo no caso de ancoragern deficiente das armaduras, podem surgir inicialmente apenas
as fissuras inclinadas nas proximidades do apoio (Figura 38).
Scanned by CamScanner
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om umtulo ui'imoio, mm ahetlumn tmlu/ ldati

Figura 39 — Ramificação das fissuras na base da viga, devida A presença das armaduras do traçíf o

No caso de vigas suporarmadas, ou conleccionadas com concreto do balxn roslnlância, podem


surgir trincas na zona comprimida da viga, com carAtor do osmngamonto do concreto. A
Figura AO ilustra a ruptura por flex ão do uma viga superarmada.

Nas estruturas correntes de concreto armado, as fissuras prosontos nas bordas trnclonudar,
de vigas fletidas s âo em geral imperceptlveis a olho nu. Em alguns casos, contudo, ostns
podem até mesmo ser fotografadas á distância (Figura 41), sendo tais situações anormais
causadas mais comumente por falhas na construção da viga ( erro na bitola ou no númoro
de barras de aç o) , mau uso da obra (aplicação de sobrecarga não provlsta om projoto),
descimbramento e/ou carregamento precoce da estrutura.

As fissuras também poderão ser introduzidas por erros do concepção estrutural, Isto A , o
comportamento real da estrutura difere daquele idealizado no projoto. Por exemplo, numn
vA,

Scanned by CamScanner
52 - Trincas em edifícios

Figura 40 — Ruptura por compressão do concreto de uma viga superarmada solicitada à flexão

Figura 41 — Fissuras de flexão em viga de concreto armado descimbrad


a e carregada precocemente

estrutura piiar-laje foram projetadas para as fachadas paredes


de vedação em concreto
armado, com 7 cm de espessura, com armaduras ancoradas nas
lajes . Como as lajes não
foram devidamente avisadas de que não poderiam descarregar
de vedação ” , estas acabaram na realidade trabalhando como vigas
suas cargas nas "paredes
altas ( sem que estivessem
dimensionadas para essa situação), surgindo fissuras de flex ão e de cisalhamen
to (Figuras

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Atuaç Ao do sobrecargas - 53

-
Figura 12 — F/ssum do cisalhamonto om viga alta, provista no projeto como " parede de vedação"


Figura 43 Embora com aborturn bastante reduzida (da ordem de 0,2 mm), a fissura presente na
vlgn alta pormlto a ponotrnçflo de água para o Interior do edifício

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54 - Trincas em edifícios

4.2.2 Torção de vigas

As trincas de torção podem aparecer em vigas de borda , junto aos cantos das construç fios,
por excessiva deformabilidade de lajes ou vigas que lho sâo transversais por atua
, ção
, . . do
cargas exc êntricas ou por recalques diferenciados das fundações . Podem ocorror lambêm
.

em vigas nas quais se engastam marquises e que não estojam convonlontomento armadas
á torção.

Esse tipo de trinca raramente se manifesta nas estruturas de concreto armado, constitui antro -
tanto um tipo caracterlstico: as fissuras inclinam- se aproximadamento a 45 o aparocom nas
duas superf ícies laterais das vigas, segundo retas reversas (Figura 44),

/ X

1/
Xx'

Figura 44 — Fissuras provocadas por torção


face anterior
face posterior

A Figura 45 ilustra o fissuramento de uma viga deficientemente armada á tor ção, sobre a
qual apoiava- se uma laje excessivamente flexível; como pode -se observar , a inclinação das
fissuras ("deitadas ” em direção ao apoio) é diferente da inclinação das fissuras de cisalhamento,
"deitadas" em direção ao centro das vigas.

4.2.3 Flex ão de lajes

O aspecto das fissuras varia conforme as condições de contorno da laje ( apoio livro ou engas -
tado) , a relação entre comprimento e largura, o tipo de armação e a natureza e intensidade
da solicitação.

Para lajes maciç as com grandes v ãos , os momentos volventes que se desenvolvem nas proximi -
dades dos cantos da laje podem produzir fissuras inclinadas, constituindo com esses cantos
triângulos aproximadamente is ó sceles , A Figura 46 mostra o aspecto t ípico do fissuramento
na ruptura de uma laje simplesmente apoiada, armada em cruz e submetida a carregamento
uniformemente distribuído.

Um outro tipo de trinca pode surgir quando não existe ferragem negativa entre painéis de
lajes construtivamente contí nuas , por ém projetadas como simplesmente apoiadas ; as trincas
surgem na face superior da laje, acompanhando aproximadamente o sou contorno (Figura
47).

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Atuação de sobrecargas - 55

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Figura 45 — Fissuras de torção numa viga de concreto armado

Face Superior Face Inferior

apoiada s
Figura 46 — Fissuramento típico de lajes simplesmente

Figura 47 — Trincas na face superior da laje devidas à ausência de armadura negativa

Scanned by CamScanner
56 - Trincas em edifícios

4.2.4 Torção de lajes


as lajes podem
Por recalques diferenciados das fundações ou por deformabilidade da estrutura
que aquelas que se
ser submetidas a solicitações de torção muito mais significativas do inclinadas em
- se relação
„ desenvolvem nas lajes fletidas; as trincas nesses casos apresentam
aos bordos da laje (Figura 48).

Figura 48 — Trincas inclinadas devidas à torção da laje

4.2.5 Trincas em pilares

São bastante raros os casos de trincas em pilares; normalmente essas peç as trabalham com
taxas de solicitação que representam apenas pequenas parcelas das suas cargas resistentes.
Pela ocorrência de falhas construtivas, contudo, podem ocorrer trincas de esmagamento do
concreto, sobretudo nos pés dos pilares; nesse caso, os pilares deverão ser imediatamente
reforç ados já que a estabilidade da estrutura estar á comprometida.

Já não tão raros são os casos de fissuras verticais nos corpos dos pilares, aproximadamente
no terç o médio das suas alturas (Figura 49); em função da grande diferenç a entre o módulo
de deformação do agregado graúdo e o módulo de deformação da argamassa intersticial,
esta apresentará deformações bem mais acentuadas, criando -se superf ícies de cisalhamento
paralelas á direção do esfor ç o de compress ão. As fissuras verticais que se manifestam indicam,
portanto, que os estribos foram subdimensionados.

1'

Figura 49 — Fissuras verticais no pi/ar indicando insuficiência de estribos

Scanned by CamScanner
be sobrecargas - 57

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de painel pré-mo!dado de concreto armado, submetido


Figura 50 — Trincas horizontais a meia altura
à fí exocompressão

Já não tão raras são as ocorrências de fissuras inclinadas ou lascam


entos nas cabeç as
ração de tens ões normais e tangen-
de pilares pr é-mo!dados (Figura 51), resultantes da concent
aparelh o de apoio ou mesmo de
ciais nessa região do pilar, no caso da inexistência de
sua parcial ineficácia; esse fenómeno foi deví damente considerado na preparação do projeto
M prevendo-se a adição de
da norma brasileira sobre estruturas de concreto pr é-mo! dado ' \
uma armadura transversal complementar na cabeç a do pilar, em função inclusive do tipo
de aparelho de apoio adotado.

Scanned by CamScanner
58 - Trincas em edif ícios

1
ões
Figura 51 — Fissuras inclinadas na cabeça do pifar provocadas por concentração de tens

4.3 Considerações sobre a fissuração das alvenarias submetidas à compressão


axial
,
Nas alvenarias constituídas por tijolos maciços, em função de sua heterogeneidade ( forma
tijolos e argamassa de assentamen to,
composição etc.) e da diferenç a de comportamento entre
são introduzidas solicitações locais de flexão nos tijolos, podendo surgir fissuras verticais
na alvenaria. Ocorre também que a argamassa de assentamento, apresentando deformações
transversais mais acentuadas que os tijolos, introduz nos mesmos tensões de tração nas
duas direções do plano horizontal, o que também pode levar ao fissuramento vertical da
alvenaria (Figura 52).
No caso de alvenarias constituídas por blocos vazados , outras tensões importantes juntar-se -ão
às precedentes. Para blocos com furos retangulares dispostos horizontalmente, Pereira da
Silva136 analisa que a argamassa de assentamento apresentará deformações axiais mais acen-
'
tuadas sob as nervuras verticais do bloco, introduzindo-se como consequência solicitações
de flexão em suas nervuras horizontais, o que poderá inclusive conduzir ã ruptura do bloco.
Atravé s da execução de ensaios de compress ão axial em paredes constituídas por blocos
cerâmicos com furos verticais, Gomes relata a ocorrência de ruptura por tração de nervuras
37
''
internas dos blocos, provavelmente causadas pela deformação transversal da argamassa.
De maneira geral, a exemplo do que foi citado para os tijolos maciç os, a fissuração típica
das paredes axialmente carregada é vertical, salvo exceções onde possam ocorrer o esmaga -
mento da argamassa de assentamento, o esmagamento do tijolo maciço ou a fratura localizada
de uma nervura muito esbelta de um bloco com furos horizontais.

Além da forma geométrica do componente de alvenaria, diversos outros fatores intervêm


na fissuração e na resistência final de uma parede a esfor ços axiais de compressão, tais
como: resistência mec ânica dos componentes de alvenaria e da argamassa de assentamento;
módulos de deformação longitudinal e transversal dos componentes de alvenaria e da arga-
massa; rugosidade superficial e porosidade dos componentes de alvenaria; poder de ader ên -
cia, retenção de água, elasticidade e retração da argamassa; espessura, regularidade e tipo
de junta de assentamento e, finalmente, esbeltez da parede produzida.

Em trabalho efetuado sobre alvenarias de blocos sílico-calc ários, Sabbatini resume conside -
''
38

rações de diferentes pesquisadores sobre essas fontes de variação no comportamento final


das alvenarias, através das quais chega-se ás seguintes conclusões mais importantes:

a) a resistência da alvenaria é inversamente proporcional á quantidade de juntas de assen-


tamento;

Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas - 59

Figura 52 — Alvenaria (parcialmente encoberta por prancha de madeira) ensaiada à compressão axial:
íf ssuração predominantemente vertical, causada pela deformação transversal da argamassa de
assentamento

b) componentes assentados com juntas em amarração produzem alvenarias com resist ência
significativamente superior àquelas onde os componentes são assentados com juntas verticais
aprumadas;

c) a resistência da parede não varia linearmente com a resistência do componente de alvenaria


e nem com a resistência da argamassa de assentamento;

d) a espessura ideal da junta de assentamento situa-se em torno de 10 mm.

O principal fator que influi na resistência á compressão da parede é a resistência á compressão


do componente de alvenaria; a influência da resist ência da argamassa de assentamento é,
ao contrário do que se poderia intuir, bem menos significativa. Pesquisas desenvolvidas no
BRE(39), tomando como referência a resistência â compressão de uma argamassa 1:3 (cimento
e areia, em volume), revelam que o emprego de argamassas 90% menos resistentes que
a de referência redundam em alvenarias apenas 20% menos resistentes que a de refer ência,
assentada com argamassa 1:3. A Figura 53, a seguir, ilustra as variações observadas.

Como regra geral, de acordo com Sahlin (16), a resistência da parede em situações normais
ficará compreendida entre 25% e 50% da resistência do componente de alvenaria. Diversos
estudos experimentais já foram desenvolvidos em várias partes do mundo, buscando-se correla-
ções entre as resist ências mec ânicas dos componentes de alvenaria, da argamassa de assenta-

Scanned by CamScanner
60 - Trincas em edif ícios

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AREIA 3 9

R E S I S T. A R G A M A S S A | R E S I S T. ALVENARIA

Figura 53 — Resistência à compressão da alvenaria em função da resistência à compressão da


(39)
argamassa

mento e da parede acabada. Sahlin(16) cita em seu trabalho v árias formulações emp í ricas i

algumas delas indicadas a seguir:

a) Fórmula de Haller

-/
f cpa = ( s l + 0,15 fcb - 1 ) (8 + 0,048 fca) (12)

onde: fcpa = resistência à compressão da parede (kgf / cm2 );

U = resistência â compressão do bloco (kgf/cm2);

= resist ência â compressão da argamassa (kgf /cm2 ).

b) Fórmula de Hermann

fCM = 0.45 v^UU2 (13)

c ) Fórmula de Onisczyk
0.1 fcb + fca
fcpa = (0,33 fcb + 1) (14)
0,3 fcb + fca

Através dos diversos ensaios efetuados com alvenarias constituídas por blocos cerâmicos,
Gomes(37) concluiu que as f órmulas empíricas geralmente superestimam a resist ência à com -
nrpqqão das oaredes, o que vai contra a seguranç a da estrutura. Já para f órmulas semi -em -
4041 42- 43)
píricas adotadas por diversas entidades de normalização , e que levam em conta
' J
Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas - 61

vorificou uma compatibilidade bastante razoável entre


OSboltoz da pnrodoo, oospesquisador
roalmonto obtidos em ensaios.
s vn|oros estimados

.
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Topa - 0, 20 rmM-â- n (15)

onde: T11V, - tensáo admissível da parede comprimida;

h = altura da parede;

t = espessura da parede;

rn = resist ência média à compressão de no mínimo cinco prismas constituídos


por dois blocos, assentados com a argamassa a ser empregada na obra; em
função da relação entre a altura (h) e a largura (d) dos prismas, o valor de
deve ser multiplicado pelos seguintes fatores:

•0,86 para h/d = 1,5


•1 ,00 para h/d = 2,0
•1,20 para h/d = 3,0
•1,30 para h/d = 4,0
•1 ,37 para h/d = 5,0
Conformo estudos de Pereira da Silva( 36) e Pfeffermann( 44), a introdução de uma taxa mínima
du armadura (0,2%) na alvenaria não chega a aumentar significativamente a resist ência á
compressão da parede; entretanto, tal armadura melhora substancialmente o comportamento
dn alvenaria quanto á íissuração, normalmente provocada por atuação de cargas exc êntricas,
ocorr ência do recalques diferenciados ou concentração de tensões.
No tocante a esto último fator, especial atenção dever á ser dada á presenç a na alvenaria
do aberturas de portas e janelas, em cujos cantos ocorre acentuada concentração de tensões
.
pola perturbação no andamento das isost áticas Utku(45) simulou, atrav és de um programa
do computador baseado na teoria dos elementos finitos, a atuação de cargas verticais e
horizontais atuando á altura do respaldo de paredes com aberturas, supondo a parede consti-
toidn por material porfoitamente isotrópico e elástico, Verificou que as concentrações de ten-
.
sóos além da consider ável magnitude, variam em função do tamanho e da localização da
abertura na parode.
Para o caso do cargas verticais uniformemente distribuídas,
rqu £,
*®ru icar _se nas proximt-
nplicadns no topo da parede chegam a tnpltear-s

.
Nas Figuras 54 55, 56 e 57 sâo apresentados alguns fatores ^
dados dos cantos suporioros da abertura, podendo duptear-sena reqi ao dos cantos inferiores,
re9 ã

de ma| o das tensôes

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principais, obtiáos por Utku <« através das poder -se-á vtsualiza a | p rtâncla da
localização da abertura e de seu tamanho em relação ao

Scanned by CamScanner
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Scanned by CamScanner
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Figura 56 — Fatores de major acao das ter\ Oea ao /ww do MM JIWM po'storo
e altura da parede - 1 ; porta no centro da */ wede)
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2 44
5.14


Figura 57 Fatores de majoraçao das tensões ao /< vyo MM jwfct |M\'„
e altura da parede - 1; poita deslocada em teiacdo ao tveim ca M I W 1
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4.4 Configurações típicas de fissuras em alvenarias, devidas a sobrecargas
Em trochos contínuos do alvenarias solicitadas poi sobieoargas unrtoimemonto distribuídas,
dois tipos caracter ísticos do trincas podem surgir

a) trincas verticais (caso mals típico), provenientes da delormaç Ao lrans\ eisat via aiyiamassA
sob ação das tensões do compressão, ou via He\ ão local dos ovMnrvnentcs via aKcnaua
(Figura 58) .
b) trincas horizontais, provenientes da rupluta por compressão do componentes vie alvenaria
*
ou da pr ópria argamassa de assentamento, ou ainda do solleilAvjóos vle tlevwompressAo
da parede, conforme reprosontado na Figura 59

Scanned by CamScanner
II I

64 - Trincas em edifícios
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sobrecarga vertical
Figura 58 — Fissuração típica da alvenaria causada por

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Figura 59 - Trincas horizontais na alvenaria provenientes de sobrecarga


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Além da fissuração da parede carregada, outros fenômenos poderão ocorrer: no caso de


alvenarias constituídas por blocos cerâmicos estruturais, com furos dispostos verticalmente i

a deformação transversal da argamassa de assentamento poder á provocar a ruptura por


nervuras internas dos blocos, conforme já exposto anteriormente. Nessa hipótese i

alem de fissuras verticais, ocorrer ão destacamentos de paredes externas dos blocos (Figura
60).

A atuação de sobrecargas localizadas (concentradas) também pode provocar a ruptura dos


componentes de alvenaria na região de aplicação da carga e/ou o aparecimento de fissuras
inclinadas a partir do ponto de aplicação (Figura 61); em função da resistência â compressão
dos componentes de alvenaria é que poderá predominar uma ou outra das anomalias citadas.

Nos painéis de alvenaria onde existem aberturas as trincas formam-se a partir


dessa abertura e sob o peitoril; teoricamente, em função do
dos vértices
caminhamento das isostáticas
de compressão, a configuração das fissuras em uma parede assentada
mável é a apresentada na Figura 62. sobre suporte indefor-

Essas trincas, entretanto, poder - se -ão manifestar segundo


da influência de uma gama enorme de fatores intervenientes diversas configurações, em função
, tais como: dimensões do painel
de alvenaria, dimensões da abertura, posição que a
dos materiais que constituem a alvenaria, dimensõesabertura ocupa no painel, anisotropia
e rigidez de vergas e contravergas
etc. A maior deformação da alvenaria e a eventual
deformação
carregados da parede (fora das aberturas) , contudo , originam do suporte nos trechos mais
as configurações indicadas na Figura 63. nos casos reais trincas com
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66 - Trincas em edifícios

solicitada por sobrecarga vertical


Figura 62 — Fissuração teórica no entorno de abertura, em
parede

Figura 63 — Fissuração típica (real) nos cantos das aberturas, sob atuação de sobrecargas

4.5 Fissuração de telhas de fibrocimento causada pela concentração de tensões


nas regiões de fixação
Além dos componentes em concreto armado e das alvenarias anteriormente analisados, diver-
sos outros componentes das edificações estarão sujeitos á fissuração devida â atuação de
sobrecargas ou concentração de tensões (revestimentos de pisos, peitoris, placas de vidro
. etc.).

Um caso interessante de se analisar, contudo, é a fissuração de telhas ou canaletes de


fibrocimento fixados através de parafusos ou ganchos met álicos; nas regiões onde são instala-
dos esses acessórios de fixação ocorrem concentrações naturais de tensão, por diversas
solicitações (ação do vento, movimentações higrotérmicas do fibrocimento etc.).

Uma causa bastante comum da fissuração desses componentes, entretanto, é o excessiy


aperto aplicado inadvertidamente pelo telhadista ao acessório de fixação,
induzindo a formaç a
de fissuras a partir dele (Figura 64).

Outro fenomeno que pode provocar a fissuração de componentes de fibrocimento, no caso


mais espec í fico de telhas onduladas, é a movimentação higrosc ópica relativamente acentuada
do material (vide Tabela 5 ) . Ao receber chuva ocorrerá absorção de água a partir da superfície
exposta da telha, criando-se ao longo de sua espessura um gradiente de umidade que tender á
a provocar o arqueamento da telha (superf ície exposta mais úmida, maior expansão do material)
-
Scanned by CamScanner
Atuação de sobrecargas 67
-

Figura 64 — Fissura em cana!ete de fibrocimento provocada pelo excessivo aperto do acessório de


fixaçUo

Em funçáo da intensidade da movimentação (regulada por propriedades físicas como capilari-


dade, porosidade etc ) , da resistência mec ânica do fibrocimento, das dimensões do compo-
nente e do tipo de fixação adotado, poder á ocorrer a fissuração da telha nas ondas de
fjxaçáo (onde se verificam as concentrações de tensão anteriormente mencionadas) ou mesmo
em ondas intermediárias .

Scanned by CamScanner
Capítulo fi
Fissuras causadas
por deformabilidade excessiva
de estruturas de concreto armado:
mecanismos de formação e configurações típicas

es sobre a deformabilidade de componentes submetidos à flexão


51 Consideraçõ
ção da tecnologia do concreto armado, representada pela fabricação de aços
Com a evolu
com grande limite de elasticidade, produção de cimentos de melhor qualidade e desenvol-
vimento dequemétodos refinados de c álculo, as estruturas foram se tornando cada vez mais
flexíveis, o torna imperiosa a análise mais cuidadosa das suas deformações e de suas
respectivas cons ©c|u©ncias.

Não se têm observado, em geral, problemas graves decorrentes de deformações causadas


por solicitações de compressão (pilares), cisalhamento ou torção; a ocorrência de flechas
em componentes fletidos tem causado, entretanto, repetidos e graves transtornos aos edif ícios,
verificando-se, em função da deformação de componentes estruturais,ou frequentes problemas
de compressão de caixilhos, empoç amento de água em vigas - calha lajes de cobertura,
destacamento de pisos cer âmicos e ocorrência de trincas em paredes .
Vigas e lajes deformam- se naturalmente sob ação do peso próprio, das demais cargas perma-
nentes e acidentais e mesmo sob efeito da retração e da deformação lenta do concreto.
Os componentes estruturais admitem flechas que podem não comprometer em nada sua
própria esté tica, a estabilidade e a resist ência da construção; tais flechas, entretanto, podem
ser incompat íveis com a capacidade de deformação de paredes ou outros componentes
que integram os edifícios.
( 25)
A norma brasileira para projeto e execução de obras de concreto armado estipula as
máximas flechas permissíveis para vigas e lajes (alínea C, item 4.2.3.1):

s) “ as flechas medidas a partir do plano que contém os apoios, quando atuarem todas as
ações, não ultrapassarão 1/300 do v ão teórico, exceto no caso de balanços para os quais
não ultrapassarão 1/150 do seu comprimento teórico";

b) “ o deslocamento causado pelas cargas acidentais não será superior a 1/500 do vão teórico
e 1 250 do comprimento teórico dos balanços".
^
Ainda em seu item 4 2 3 a NBR 6118 estipula que no cálculo das flechas deverão ser levadas
em conta a retração e à deformação lenta do concreto; faz-se uma breve menção de que
no Projeto, especial atenção deverá ser dada â verificação da possibilidade de ser atingido
ser prejudiciais
0 estado
de deformação excessiva, a fim de que as deformações nao possam
outras partes da construção".
a estrLJtura ou a

pr ática, parece que essa recomendação da norma NBR 8118 nâo tem«Uo a M d a
0 POr parte dos calculistas brasileiros, presenciando - se frequeniteme
aia
em alvenarias provocadas pelas flechas dos componentes es?! Semroroiderar
^
de seguranç a,

Scanned by CamScanner
faz-se em geral a verificação das flechas no regime
^^UI tico, sem considerar -se
elástico
r
70 - Trincas em edifícios
; nesse último aspecto normalmente
fjeenrac ãoda Deca e a deformaçã ? o lenta do concreto
constdera
^ ^ ° s
são ne ige ciad ?0es sobre as propriedades em que a estrutura será
gado, as condições climáticas do local da obra
e a idade colocada
em serviço.
ômeno da deformação lenta do concreto,
Diversas instituições de pesquisa t êm estudado o fen . Tais influências são indicadas
considerando a influência dos fatores que foram mencionados pelo Building Research Station
nas Figuras 65, 66 e 67 a seguir, conforme dados obtidos . ^
para concretos com agregados normais, isto é, rocha britada

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Scanned by CamScanner
Deformabilidade das estruturas - 71
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IDADE DE CARR EGAM ENTO ( D I A S )

Figura 67 Influência da idade de colocação em serviço da estrutura na deformação lenta do concretd4T>

Ao que tudo indica, as alvenarias são os componentes(3 da obra mais suscetíveis à ocorrência
1>
de fissuras pela deformação do suporte. Pfeffermann '
realizou estudos com alvenarias de
tijolos de barro ( paredes com 7 , 50 m de comprim ento e 2,50 m de altura), constatando o
aparecimento das primeiras fissuras na alvenaria quando a flecha da viga suporte era de
apenas 6,54 mm , ou seja, 1/1.150. O autor cita ainda que tem constatado o aparecimento
de fissuras nas alvenarias mesmo com flechas da ordem de 1/1.500.
ânea de
As prescrições belgas, bastante severas, recomendam que a flecha relativa instant
lajes sobre as quais se apoiam paredes não ultrapasse a 1 2.500
/ . Mathez, da "Comiss
, citado por Pfefferm ann
ão
1) ,.
de Deformações Admissíveis" do Conseil International du Bàtiment
/1.000.
recomenda que a flecha máxima em lajes de piso não ultrapasse a 1
E , quer para vigas ou lajes
Não existe um consenso sobre os valores admissíveis das flechasão executados pisos cerâ-
as quais ser
onde serão apoiadas alvenarias, quer para lajes sobre
o destaca mento dos ladrilhos). Os valores anteriormente
micos (a deflex ão da laje pode provocar
flechas adrrrtidos pela NBR 6118. Existe,
comentados são, contudo, muito inferiores aos de prolongados estudos práticos, atravé s
na realidade, a necessidade de que sejam efetuados das estruturas com as dos demais
ções
dos quais poder-se- ão compatibilizar as deforma
componentes da construção.

5.2 Previs ão de flechas em componentes fletido


s
entes estruturais é tarefa praticamente
0 cálculo exato das flechas que ocorrerão nos compon intervenientes, tal como a «ariaç ao
impossível de ser realizada devido aos inúmeros fatoresdo tempo. Na previsão da flecha de
do módulo de deformação do concreto com o passar distinguidos.
um componente fletido é essencial, contudo, que sejam
o do concreto e a parcela que
a) a parcela da flecha que se manifesta antes da fissuraçã
se manifesta apó s a fissuração;
gamento (flecha tmt ànea)
b a parcela da flecha que se manifesta imediatamente após o < a , p
>
e a parcela da flecha que se manifestar á ao longo do temp
concreto.
=
^
Para determinação da parcela da flecha que se desenv
ama das primeiras
Scanned by CamScanner
ades que se apresenta é a
dificuld
olve após
determinação da MSfcto
^^
ix neutro,
posição do eixo neSra
1
-r
72 - Trincas em edifícios

^® o c | ' áícLjl oLdormnmn


^^
2(3;3)
a qual' varia em função da extensão das fissuras
,

ção dessa p Ç 6nt


sugere a seguinte formulação para determina concreto que permanece ím
ntegra °
a seção de
de inércia da peça fissurada, considerando
e a seção da armadura que compõe o tirante:
(16)
x =d( V 2n A + (n pr) 2 - n pr)

b x3 (d-x)2 ( 17)
+ n . As
' r
3

onde: x = dist ância entre o eixo neutro e a fibra


mais comprimida,

= momento de inércia da peç a fissurada;


Ir
d = altura útil da viga;

b = largura da viga;
ço e do concreto (E
n = relação entre os módulos de deformação do a ^EJ ;
\

Pr = taxa geométrica de armadura;

As = área da armadura tracionada.

Importantes formulações teóricas, corrigidas por coeficientes obtidos em estudos experimen-


tais, têm sido desenvolvidas ao longo do tempo para a previsão de flechas em vigas fissuradas
(26>
de concreto armado. Branson e Pfeffermann 2 analisam diversas dessas formulações semi-
( )

empíricas, duas delas transcritas a seguir:


a) Método de Jager:

Antigamente adotado pelo CEB, baseia-se num andamento bilinear para a curva momento
atuante x flecha desenvolvida, com ponto de inflex ão coincidente com o momento de fissuraçáo
(Mr) da viga; para taxas de armadura relativamente altas o método desconsiderava a inflexão
mencionada, resultando portanto as seguintes expressões:

a.1) para p, > 0,005 (vigas de seção retangular)

Pr 0,001 (vigas Tê com bf /bw 3= 10)

f,i =
Ec . Es As d2 (1 — 2,67 p -f 1,33 p 2) (18)

a.2) para P, < 0, 005 (vigas de


seção retangular) :v

p, < 0,001 (vigas Tê com


b,/b > 10)

.
f = íL + Mk - Mr
EJ
c 'g 0,75 Es Asd 2
-
(1 2,67p + 1,33 p 2 ) ]
Deformabilidade das estruturas ' 73
= flecha instantânea da
onde: ft viga fissurada;

P = coeficiente elástico, fun


ção da
da viga; natureza do carregamento
e do tipo de apoio
K = momento fletor de servi
ço;
M = momento de fissuração;

( = v ão teórico da viga;

I = momento de inércia da
seção homogeneizada;
= inércia da peç a fissurada;

b , = largura da mesa de vigas


Tê;
= largura da nervura de vigas T ;
ê
d = altura útil da viga;

Ec = módulo de deformação do concreto;

Es = módulo de deformação do aço;

As = área da armadura tracionada;

Pr = taxa geométrica de armadura;

P = taxa mecânica de armadura (p =


As fy k
).
bw . d fck

b) Método de Rousseff

AA partir de
^ uma série bastant nrandP
g .
dp ensaios Rousseff constatou que a formulação
desenvolvidas, principalmente quando
realm
proposta por Jager subestimava_as flechas rpalmente
se ultrapassava o valor 0,5 Mr. Em ç propós um ent0 parabó|ico Pnda£
nas seguintes expressões:
,
para a curva momento atuante x flecha no intervalo
intervaio u
0o Mr a
5M .
d 1,5 Mrr , resultando seu método

b.1) 0.5 Mr < 1,5 Mr


Mk
fr = r ,
(1,667 - K ) (Mk - 0,5 Mr)2 1
J
(20)
Ko L Ki Mk + M 2
b,2) Mk > 1,5
Mf
,
f=
f k,Mk + 0 667 ^ ^Mk - M.) ]
< '
(21)


-- . „., -
onde: K = E,. A,. d2 (1
2.67 p +1'33 p
K K IE I
demais símbolos: mesmo sig
'
d0 apresentado na alínea "a"
precedente.

Scanned by CamScanner
74 - Trincas em edifícios

A variação da flecha ao longo do tempo está associada á retração e á deformação lenta


do concreto. O mecanismo da deformação lenta é bastante complexo: nele intervêm, por
exemplo, as deformações diferenciadas entre a pasta de cimento e os agregados, a intensidade
e a natureza das cargas aplicadas, a presenç a ou não de armadura na zona comprimida
das peç as , as condições de umidade e temperatura a que estar ão sujeitas as peç as, a retração
do concreto (que por sua vez é função da relação água/cimento empregada e das condições
de cura) etc .

Calcular - se a parcela da flecha provocada pela deformação lenta do concreto é, portanto,


bastante dif ícil. Para vigas sem armadura de compressão pode-se admitir que a parcela
da flecha oriunda da deformação lenta do concreto seja aproximadamente duas vezps a
flecha instant ânea f calculada para as cargas permanentes e para as sobrecargas fixas,
que em última inst ância são as que provocam a deformação lenta do concreto. Partindo
desse pressuposto , a flecha final fx , representada na Figura 68 , seria equacionada por:

.f «f , +2f g
(22)

f oo

Mk
fg
4
Mg

Mr

f\ 2 fg f

Figura 68 — Flecha fina/ numa viga fletida, considerando a fissuração e a deformação lenta do concreto

Algumas entidades, em função da presenç a de armaduras de compressão ou da qualidade


do concreto, adotam fatores multiplicativos diferenciados para o encurtamento do concreto
na deformação lenta:

a) American Concrete Institute (Building Code);

•A j /A j = 0: fator multiplicativo = 3;
A 'S /AS = 0,5 : fator multiplicativo = 2,2;
"
" A /AS = 1: fator multiplicativo = 1,8.
'S
Deformabilidade das estruturas - 75
b) Normas belgas (NBN 15);

100 kgf /cm <


fcj < 200 kgf /cm2 : fator multipl
icativo = 4;
200 kgf /cm2 < fcj
< 350 kgf/cm2 ; fator multiplicati
ivo = 3;
• fci > 350 k9 f /cm : fator multiplicativo = 2.
2

^^ Pefa è
3

ser aval,ada oomoo produto


que ech provocada
da respectiva flecha instantânea
maior momento em valor absoluto
constante e que 0
^
fomaçâo
oela
enL
encurtamento di concreto
dn

° ^^
estruturas de concreto armado < > admite
7 sumnHrf °AcHdaSonccureto pode
aturas final e inicial na seçâo de
alon
25

U? °. 9 ento do aço permaneça


mrresoonda a tr ês n ° concreto Qoando da estabil ^
Nessas condiçôes a lecha
£
"
s
izaç ao da deformação lenta
'
, total

— fj + fj rL 31 |+ ,
f X

| d+
r

ri (23)

con a pr âticamente todos os fatores


0 CEB apresentou mais recentemente ao
intervenientes na flexão de vigas e lajes,
meio t écnico, através de seu "Manuel de Calcul:
fissuration et deformations (32 , uma formulação bastan
*
com possibilidade inclusive de levar -se em conta as parcelate refinada para 0 c álculo de flechas ,
s resultantes da atuação de esforços
cortantes e da deformação de vigas perimetrais subme
tidas à torção. Essa formulação, embora
não muito complexa, é relativamente extensa, apresentando
divers
auxiliam os c álculos; por esse motivo, não será aqui apresentada. os ábacos e tabelas que

5.3 Configurações típicas de trincas provocadas pela flexão de vigas


e lajes
Os componentes do edifício mais suscetíveis á flexão de vigas e lajes são, como
já foi dito
anteriormente, as alvenarias. Para paredes de vedação sem aberturas de portas e janelas
existem trê s configurações típicas de trincas, a saber :

a) O componente de apoio deforma-se mais que 0 componente superior (Figura 69);

Figura 69
superior
- Trincas em parede de vedação: deformação do suporte maior que a deformação da viga
Surgem trincas inclinadas nos cantos superiores da Parada \
erfmator carreía-
merTjunto aos camofdafpa edefNà parteMerior do painel normalmente surge
Scanned by CamScanner ^
f
uma ^^ ^
g QCQ
76 - Trincas em edifícios

oaolv !tnomalmen1°
trinca horizontal; quando com-Pri n |çP
°
o que se pode observar , contudo, e ^ ^ ^^
de arco e a trinca honzontal desvia-se em dire ão
f çã
“ érticesinferioresdopaine

com boa resistência â tração e ao cisalhamento, P fresta


extremidades da viga (efeito de arco ), resultando uma
orizonml da trinca). Para alvenafe
nainel pode
P permanecer apoiado na<
entre a b d a
case aa )v . *
aivenana e
a viga suporte.
(Fígura 70),
b) o componente de apoio deforma- se menos que o componente superior

Figura 70 — Trincas em parede de vedação: deformação do suporte inferior á deformação da viga


superior

Neste caso, a parede comporta-se como viga, resultando fissuras semelhantes àquelas apre-
sentadas para o caso de flexão de vigas de concreto armado (item 4.2.1) .

c) o componente de apoio e o componente superior apresentam deformações aproximadamente


iguais;

Nessa circunstância a parede é submetida principalmente a tensões de cisalhamento, compor-


tando-se o painel de maneira idêntica àquela comentada para vigas de concreto deficien-
temente armadas contra o cisalhamento (item 4.2.1 ) ; as fissuras iniciam- se nos vértices inferiores
do painel, propagando-se aproximadamente a 45°, conforme ilustrado na Figura 71.
!

TnnCaS em parede de vedaçSo:


suitor ’ ^formação do suporte idêntica à deformação da viga

? „ ^erturas. as fissuras poderão ganhar configu-


^
r cõ Xae?sSasdeemn? nT
P senç a de
Ç
nr â ?
.‘j
*
Deformabilidade das estruturas - 77

Trincas em parede com aberturas, causadas pela


pgura 72 deformação dos componentes estruturais

ilustra a ocorrência de fjScllrao


A Figura 73 provocadas Pela
da base da
parede umTfissura hodzonta
^ '^
6

óí
obser
rlpre
' em^ ’

^
a parir do can direito da
janela obfeZa° detote co
que aparecia aproxi-
o “ afundamento” da

51»
ÍSS
«e os painéis, conforme
."„
. SS^^
u
•*"
»as por pa né s
'
,. £..^-sftSSS»
-
4
dSacament^ e <®> ut

Um caso , ,
esUU ural é aquele
< » se bastante ítpico de fesu a«®
*
edifíciosobserva nas regiões «M»
sobre pilotis, onde o
' Pde . Pre°
a pe a falta
vigas
intencionaimente utilizado par
** gentes
Scanned by CamScanner
78 - Trincas em edifícios

Figura 74 — Cisalhamento entre painéis pré- fabricados, provocado pela deflexão dos componentes
estruturais

positivos. A deflex ão da viga na região em balanço normalmente provoca o


aparecimento
de fissuras de cisalhamento na alvenaria e/ou o destacamento entre a parede e a
conforme indicado na Figura 75. estrutura,

mmmm
Figura 75 Trincas na alvenaria, provocadas por deflexã
o da região em balanço da viga

'

1
SsSSacSSrFasS ,
que se estende p eticamente por

A fissuração da alvenaria provocada


toda a parede (Rgura

por flexão lateral pode ^


P
'^
,rtnca

78, onde se observa uma fissura ser bem visualizada na Fi9dra


com abertura bastante regular. horizontal
A
isolada, estendendo-se por toda a base da p_ared0'
lado da inexistência de quaisquer configuração dessa fissura (regularidade e extensão) ®
praticamente eliminam a hipó outras e de indícios do . .
tese de que a fissura eventual efeito de arco da alvenafw
laje na direção do eixo da parede. horizontal fosse causada pela flex ão o
J
Deformabilidade das estruturas - 79

, .-
,
# f

* .
. . v*
•*' ' v ..
%i

0 v‘
.- I


Figura 76 A flexão da viga em balanço (à direita, no canto superior da foto) comprime a parede
de vedação, que apresenta esmagamentos localizados no encontro com a viga per í metral

\ \
\
t l
I
I

i
i i
i

I J
i
I i
i

JxL
Figura 77 — Trinca horizontal na base da parede provocada pela deformação excessiva da laje

Ainda para as alvenarias estruturais há um risco potencial da sua fissuração pela deforma-
bilidade de vigas de fundação e de transição (nos prédios sobre pilotis); aliás, a concepção
de edifícios em alvenaria estrutural sobre pilotis parece ser tecnicamente um contra- senso,
_ medida em que poder ão ser introduzidas nas paredes solicitações distintas ás de compres -
são, frente âs quais sabidamente as alvenarias não apresentam bom comportamento. Ocor -
, num ou noutro caso, deformação significativa da viga suporte, a parede solicitada
rendo
ã flexão passa a comportar-se como viga alta, podendo surgir fissuras verticais de tração
3 partir de sua base (Figura 79).

Scanned by CamScanner
lio lilmutu MIM ui lllli ill IN

I IIJUKI / li .
I lnfiii / n I mil •miltil IUI Imtin < ht / uirmln, finmxuul: / pohi Ifrxnii tlti lajo chi gtirtujsm nn diroçfto
Itv
/ / will lit vltit f ) I nil min

fiuurn / 11 1 ‘lnmim vm Until nni tilvmiwlti tifiliiihi / ni tin blocou i /llco


r /tl v!( ju tin luntlti çíht -ctilotiiloa, motivada poln floxAo

Scanned by CamScanner
Deformabilidade das estruturas - 81
Um último caso que se pode comem

£ »° , o piso passa
trabalhar col' “ quais se assentam^
>
a9 t emé a,fissura
r ldoat ção
u Ção da
da laje a
lascamenlos e destacamentos no
Ocor end "

-
\ < 0» .* ;
- . •
• • *. *
:
i

Figura 80 — Destacamento de Piso cerâmico devido


à excesswa deformação
* da laje
.Capítulo 6
Fissuras causadas
por recalques de fundação:
mecanismos de formação e configurações típicas

6.1 Considerações sobre a deformabilidade dos solos e a rigidez dos edifícios

solo^aDreslntando IfrnrSf **
,
edí icios eram dimensionadas pelo critério de ruptura
do solo, apresentando as construções cargas que geralmente não excediam a 500 Tf An
.
mesmo tempo que as estruturas iam ganhando esbeltez conforme enfocado no
, capftSo
ante-
nllf
o çsolo ijá
total sobre n -
ganhando ma or altura chegando -se em nossos dias a obras cuja carga
à chegou a atingir 20.000 Tf . Dentro desse quadro, é imprescindível uma
mudança de postura para o cálculo e dimensionamento das fundações dos edif ícios .
Oe acordo com Vitor Mello(48), apenas em argilas de baixa plasticidade o critério de c álculo
condicionante é o de ruptura (principalmente perante carregamentos r ápidos como os verifica -

-- -^
dosem silos, descimbramento de pontes etc ); já em

SfeeSS STW» ,
1 ciemes de a«0 nténo ptora
s ó pode ser
condicionante para sapatas muito peque ,
automaticamente passa a ser condicionante o critério de recalques .
A capacidade de carga e a deformabilidade dos solos nâo são constantes, sendo função
dos seguintes fatores mais importantesí .
-estados
tipo e estado do solo (areia nos vários estados de compacidade ou argilas nos vários
de consistência);

- disposição do lençol freático;


-intensidade da carga. tipo de fundação (direta ou profunda) e cota de apoio da fundação;
- dimensões e formato da placa carregada (placas quadradas, retangulares, circulares);
%

~~ interfer ência de fundações vizinhas.


~
0s solos são constituídos basicamente P P nartículas sólidas, entremeadas por água ar e
, em al
.
nao ^ras vezes material orgânico. Sob e d cargas9 externas todos os solos J °
ou menor proporção, se deformam. s ^ deformaQ0es sejam
^
diferenciadas
Noj °
£ *£ ?
^
da mesma podend gerar o^ tgnsões de grande intensidade ser ão introdu-
aparecimento de trincas.
, ,
ques deconem essenc nente
., °rtca °
Se o soto for
de deformaçõ
do solo. No
uma
es
argila
por
caso de
sua redução de
a percofar
mudan duJ
ç|
ma areiacornPacta„ ieca
de forma unça
aqe
a
solosJoto
volume, já Q
para regiões sujei
Q moleS

^
os
presente
pressões m
rec
aatuanteed0
\ques sà0

^ das ^
enle provenientes da
ôes das fundações ten er
de lensoe
^
84 - Trincas em edif ícios

eentg01
^ ^ ^^
danf
Denomina-se "consolidação'' ao fenômeno de m

?
curtos ap0s serem solicitados; já parais
solos menos permeáveis como as argilas a consoli-
camadas de gadas
dação ocorre de maneira bastante lenta, ao longo de vários anos. Mesmo
de argila entre maciços rochosos estarão sujeitas a esse fenômeno.
só do tipo de solo,
Para as fundações diretas a intensidade dos recalques dependerá nao
, onde a capacidade
mas também das dimensões do componente da fundação. Para as areias
de carga e o módulo de deformação aumentam rapidamente com a profundidade
, existe
a tendência de que os recalques ocorram com mesma magnitude, tanto para placas estreitas
quanto para placas mais largas (Figura 81 ).

Para os solos com grande coesão* 49 , onde os par âmetros de resist ência e deformabilidade
*
não variam tanto com a profundidade, pode -se raciocinar hipoteticamente que uma sapata
com maior área apresentar á maiores recalques que uma outra, menor, submetida â mesma
pressão, pois o bulbo de pressões induzidas no terreno na primeira sapata alcanç a maior
profundidade. Na Figura 81 representa-se esse comportamento hipot ético atravé s de gráficos
pressão x recalque para placas com diferentes dimens ões.

PRESS Õ ES PRESSÕES

O c* CV O ”
C r CT “ r
T I
I
I I
SAPATA I
I
SAPATV
LARGA
^ I ESTREITA
I
SAPATA
CA LARGA
LU SAPATA ^ CA
ESTREITA UJ
O
O
o
LU O
a.: LU
cr
ARGILA AREIA

Figura 81 — Gráficos teóricos pressão x recalque de sapatas apoiadas em argilas e areias >
(49

Na realidade, segundo Bowles 50 , o módulo de deformação Esdo solo e a própria profundidade


**
de influ ência da fundação variam com uma série de propriedades do solo, principalmente
com a estratificação de camadas, a massa específica do solo e eventuais estados de pré -aden-
samento. Em razão disso, a predição do verdadeiro módulo de deformação do solo e, em
consequência, a avaliação do recalque real que ocorrerá na sapata carregada é tarefa bastante
dif ícil.

Para as fundações profundas onde, at é bem pouco tempo, supunha-se não serem importantes
os recalques diferenciados, a prática vem demonstrando que existem situações particularmente
desfavor á veis, onde podem ocorrer recalques bastante significativos. Mello 48 cita como exem-
* *
plos dessas situações o efeito de agrupamento de estacas, as estacas flutuantes e as estacarias
muito profundas; lembra ainda que o máximo atrito lateral mobilizado ocorre para pequenos
recalques, independentemente do diâmetro do componente de fundação, ou seja, ultrapas -
S3

Scanned by CamScanner
Recalques de fundação - 85

sados esses pequenos limites haver á uma grande probabilidade de


ocorrerem recalques
intensos.
Um outro fator importante que regula o comportamento das fundações profundas
é o atrito
SET?
SObre seçôes

= «KSSSãr
de e e aterroeste fenômeno
'
5 S
,
5
solo um acr
zido por
B é scimo de
carga âSSsS
tensões de atrito
proveniente do peso do solo em movimento
ao longo das paredes das estacas (Figura 82).
descendente, tradu-

0 adensamento da camada de argila pode provir, além do lanç


amento de aterros, de outras
fontes: construção de novos edif ícios adjacentes á estacaria e apoiados em fundações rasas,
acréscimo de pressões efetivas devido a um rebaixamento do lenç o freático etc. Conv m
é
frisar ainda que mesmo sem qualquer desses carregamentos externos, o simples amolgamento
provocado pela pr ópria cravação das estacas pode ser responsável pelo atrito negativo,
visto que as argilas pouco consistentes tomam a adensar sob seu peso próprio após amolgadas.

AT Ê RRO
rNA
\I3
^ \
ARGILA MOLE \ \

%
•% ••
\ /

*
:• AREIA COMPACTA V
•• ••••*“ »
è
t k . I *
«

•* •• •• •1 « ••• w • •••• ••• •• » •>• •••••• • • • • #


I M

Figura 82 — Atrito negativo em estacas, peto amolgamento da camada de argila mole

0 comportamento do edifício ante a ocorrência de recalques diferenciados depende de intera-


ções extremamente complexas entre sua estrutura, a estrutura da ção e o solo de
suporte Nesse sentido uma estrutura poderá ter comportamento flexível quando apoiada
funda
sobre um solo pouco deformável, ao passo que tender á a comportar -se como um corpo
r (gido se apoiada em solo muito deformável. Em geral, ante a açào de recalques diferenciados,
há grande probabilidade das estruturas lineares desempenharem -se de maneira flexível, predo-
minando nas paredes de fechamento tensões de cisalhamento, enquanto que as alvenarias
Portantes, não armadas, apresentam comportamento muito ma s próximo da rigidez. . i

Assumindo comportamento elástico para


instituída por sapatas corridas e adotando modelos teares
QUe corr ®
MacLeod e Abu-EI-Magd(S1) analisaram as tensões e dcformaçõesque °oconefiS teo
teorfcamerté
^
’Pantica a que chegaram Bowles*505 e Perloff ' (

;

Do pomo de vista qualitativo, contudo, algumas conclusões importantes foram obtidas com
Sse sstudo. A seguir algumas delas: '1 i
, . •• i
r
••
.
"J . >•
V*
: . .
*
y
86 - Trincas em edif ícios

— a falta de homogeneidade do solo ao longo de edifícios muito extensos, com carregamento


uniformemente distribuído, é provavelmente o fator mais importante na ocorr ência de recalques
diferenciados que provocar ão a fissuração das paredes;

— em paredes com altura "h" e comprimento "b" entre contraventamentos, providas de janelas
com altura "hw" e comprimento "b ", relações h„ / h > 0, 4 ou bw / b > 0, 4 farão com que
os trechos de alvenaria sobre as aberturas comportem-se francamente como vigas, predomi-
*
nando as tensões de tração no centro das aberturas e as tensões de cisalhamento nas proximi-
dades dos apoios;

— para essa configuração de aberturas, em edif ícios umformemente carregados apoiados


sobre solos homogéneos, as tensões máximas ocorrer ão nas "vigas" superiores, nas extremi-
dades da obra (regiões onde aparecem os maiores esfor ç os cortantes); se o edif ício apresentar
um carregamento maior na sua região central, as tensões m áximas desenvolver -se-ão nas
" vigas" centrais;

— o comportamento do edif ício só se torna mais flexível , propiciando, portanto, melhor absorção
das tensões introduzidas pelos recalques, mediante o aumento do seu comprimento; a adoção
de aberturas com grandes dimensões ( hw / h > 0, 4 ou bw /b >0,4), o que aparentemente
diminui a rigidez da obra, torna-a ainda mais suscetível ás tensões de cisalhamento que
se desenvolvem ao redor das aberturas;

— a introdução de armaduras na alvenaria pode melhorar sensivelmente seu comportamento


,
frente ás tensões de tração e de cisalhamento, mesma conclusão a que chegaram Pereira
da Silva(36) , Gomes( 37 e Pfeffermanr/ 44 através de estudos experimentais.
*
De acordo com Bjerrum< 53 ) , exatamente em função da dificuldade de prever -se a real distribuição
de pressões num solo constituído por camadas compressíveis heterogéneas, a previsão correta
dos recalques diferenciados só poder á ser feita por meio de intensas observações de campo.
Analisando diversos casos de recalques ocorridos em edif ícios uniformemente carregados,
apoiados sobre camadas de solo com alturas bem regulares, Bjerrum verificou que, para
as areias, os recalques diferenciados são da mesma ordem de grandeza dos recalques absolu-
tos; já para as argilas este comportamento é distinto, traduzindo o autor o resultado de suas
investigações no gráfico apresentado na Figura 83.

MÁ XIMO RECALQUE ABSOLUTO ( c m )

Figura 83 — Variação dos recalques absolutos e diferenciados, em edifícios assentados sobre argilaslUI
J
Scanned by CamScanner
Recalques de fundação - 87

g 2 Modelos para a estimativa de recalques

? razoavelmentetojfumdos
£2timativas granãesdesafiSsoara a ecâ é
.J dos ? A rigor•
?*". * «
^ Solos ,
precisas só nica
pç poderiam
provas de carga. ainda assim apenas para os recalques imediato? da execu çâ o de

v áfidann
ciados"parece vanaa ? falta
^ jnvar avelmente nos recalques diferen-
q U a S e qUe
, oareM , na falta de indica es'çõ , 'a tentativa de
mais precisas á-los admi-
quantific
tindoparaio solo par âmetros elásticos com valores aproximados nessa ; circunstância
s a Previsao dos recalques absolutos seriam aproximadamente
, supõe-se
que os err
° 2 os
mesmos , podendo-se ent ão ter uma idéia do risco da ocorrência de recalques diferenciados
na obra.

6.2.1 Recalques de sapatas apoiadas em argila

0 modelo clássico da teoria da elasticidade, para sapatas rasas apoiadas em solos coesivos
saturados, é:

A H= p . B ( ní )
'
• (24)

onde; AH = recalque;

p = pressão de contato da sapata;

B = menor dimensão em planta da sapata;

Es = módulo de deformação do solo;

n = coeficiente de Poisson do solo;

Cd = coeficiente de forma e rigidez da sapata, apresentado na Tabela 6.


Diversos autores já propuseram modificações para essa f órmula clássica, em função da pre-
sença de camada indeformável na zona de influência do bulbo de pressões, da disposição
estratificada das camadas de solo, do recalque lento que ocorre em razão da consolidação
do solo coesivo e da cota real de apoio da sapata. Neste último caso, conforme citação
de Bowles 50 , Fox propõe que o recalque imediato, calculado pela equação 24, seja corrigido
**
P r um coeficiente multiplicativo F , que pode ser obtido pelo gráfico apresentado na Figura
° 3

^ 2 2 Recalques de sapatas apoiadas «m areia


Schmertmann citado nor Perloff (52)desenvolveu uma formulação que leva em *?onta a c?
ta

Zdo apoio20naSadesapinfluêa.nciaa Sorr


^estratiicadai'
ência do recalque
do bulbo de presas
Co "L estimativa de

ao ” aamadas podendo-se considerar


* do módulo de deformação do solo.
quase que ponto a ponto a

duas'vezes^
' 'iargura 'sapa'MBlTpsto teoria da ew'icidade.'cocaM ^ xima
a a má
o vaiorda
^
88 - Trincas em edif ícios

referência 52)
Tabela 6 — Coeficiente de forma e rigidez Cd para sapatas (Perloff

Sapata flexível
Sapata
Forma Compr. (L)
m édia rígida
Largura (B) centro canto
0, 64 0,85 0.79
circular 1,00
0, 56 0,95 0,99
quadrada 1,12
0,67 1.15 1,06 *
1.5 1,36
0, 76 1,30 1, 20*
2 1,52
1,78 0, 88 1,52
3
1,05 1,83 1,70*
retangular 5 2,10
2,53 1 , 26 2,25 2, 10 *
10
4,00 2,00 3,70 3, 40*
100
1000 5, 47 2, 75 5,15

( * ) de acordo com Bowles m

1.0
í
to
li.

UJ .9
O
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O
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3
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O
cc
Q.
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cc
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•5 ..
.6 7 6.9 W 2.0 3.0 4.0 5.0 10.0

, .
R E L A Ç ÃO D / B
ãH em un
*° da
* assentamento da largura da

Dessa maneira, subdividindo- se o bulbo de Dressopç . , , , lok

í
do fak de deformação
« oeoZ !i ° T T°
"« de aSlond°aCcaTa se ls adCr:
^
^° ° re alque da sa?a a a?ós
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AHI. - Cj . C 2 . Ap 2 (A.)n • A
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t Z77XJJW-Y+ ARGILA COMPRfSSIVEL / / z


Figura 86 — Rocalquo de solo compresslvel em camada profunda

Do acordo com Terzaghl, o recalque Ah da camada profunda de argila será expresso por:

C . log Po + AP
Ah =
Po .h ( 26)
1 +e
onde: C « índice de compressão da argila;

Po «= (z - z ,)y = « pressão na cota z, devida ao peso do solo sobreposto;


y * massa especifica aparente do solo sobreposto;
«

Ap =* acrúscimo do pressão na cota z, devida á pressão p


de contato da sapata;
h « altura da camada de argila compressível;
o « índice do vazios da argila.
As caractorísticas da argila dever ão ser
determinadas através de ensaios edométricos, corn
amostras indeformadas. Mello 551 sugere que, em função
pressão do pr ó- adensamento (pu) obtida no do acr éscimo de pressão Ap e da
ensaio, sejam adotados os seguintes valores:
'
a) Ap > pB : C « índico de compressão
da argila ( ) Cc ;
b) Ap < p„; C
“ índice do recompressâo da argila (Cf).
Scanned by CamScanner
Recalques de fundação - 91

°
De aC do em função de correlações estatísticas com 0
o llmite de ifmitedel'
Ser grosseiramente
e5linn vPmp|0S dessas correlações:
dois
(LL - 10): Skempton, argilas de Londres;
quidez (
'
LL) da argila, citando

s 0,009
a) Cc

b) CC =

0
fdaS
alentados na
(aP -
função
das
.
0,004 LL : IPT, argilas terciárias da cidade de São Paulo.

fddadeSDe
dimens õ es em planta do edif
pTáfca
referência 54) obtendo-se o
ício ( ^
de
^,
vide Finura
F
sefeCSad
am
^ ^ If '
^
coeficiente dftnh nYff ' °
,
de distribuição de
C
Ca CUlado Pela
S de Newmark
press
.
ão o-2, em

^
n
0 ura 86) e da Profundidade z da camada
0 acré
compressivel . us scimos ae
éscimos de nres
pressãn An, e
o Ap consequentemente os reca
v árias posiç oes do pr édio, a íques, poder
recalaues Doderãno
em
ser estimados saber :
édio
a) centro do pr

(27) ,
Ap - 4. p . cr2 (<rZi1 determinado para m
—z
= en=
r*
b) ponto médio do comprimento

Ap = 2.p . o-z. 2 (crz 2 determinado para m = — »


T e n = - >:
(28)

c) ponto médio da largura

(29) Ap = 2, p . o-z 3 (cr 2 3 determinado para m = -y e n = );


z

d) cantos do prédio

2a- ).
(30) Ap = p . o-2 4 (o- 2 4 determinado para m =

^ en =

Os citados gr áficos de Newmark permitem a determinação de o-2 para placas de formato


z

retangular ou circular. Os coeficientes de distribuição de pressão poder ão ser estabelecidos


Para sapatas isoladas ou para radiers. Caso a soma das áreas das sapatas e a profundidade
a camada compressí
°
sendo um radier.
vel sejam relativamente grandes, poder-se-á admitir a fundação como

^2 4 Recalques em tubulões

atrit0 lateral desenvolva-se para _ recalques entre .. .


ruPtura rfXlm
^ fu£çao
0 ° no sol
indicaCnoC dLras máximos
° ° e não na interface tubul ão / solo. Tomlmso ,
atritos laterais desenvolvidos em tubu!?e ® , 7( .
de sua coesão; tais indicações são apresentadas na Tabela
Mello
^ dá
em arq’j|as

:
*
3
< >;' Irlnciiri MID MILLFLOLCW »

htfrolti / AftIh > lulotnl out lutmtOori contuol / ulm nut ttii / llnu, sogundo fomllntion
nv ,
Confine do unjHa MAxirno alrito lateral
luhtilno ( KIM ) dofionvolvldo (KPn)
ilu oonciolo, 0 - 3/ 0 - 34
oarnlna, om contain 37 - 7fl 14 - 50
com M 11 ) 1111 / 11 14 / 50 - 04

.
0.2 1) Hocnlquou om onlnonu

Pam u provluAn do recalques om nuluen Ponlou o Ii/ivlu'^ desenvolveram urn modelo basoado
no módulo do dofonnnçrio do motorlol conslllulnlo do osteon, no módulo do deformação
do nolo o no ( joomolrln do noç Ao Iraiiuvoruul do estaco, celoulnndo
< aaolm o rocalquo bá3lco
(l

.. . i .
( AH ) do umn onlnon li olndu om oiril espaç lolinlloo , porlollornonlo elástico, corn coeficiente
do I'olr r on ft. - ,! > , A pnrtlr do recalque bAsloo, on ouloron desenvolveram oxtonsa formulação,
( )

odolondo Interns do corrnç Ao pura oii dlvumotj vnriAvols envolvidas (coeficiente do Poisson
mol, cummin flnlln do nolo, roululAncle do ponto do ostacu ole. ). i

A pnrtlr do roculquo cfilculodo porn o enlace Individual, Poulos o Davisdosonvolveram i

um mólodo llorallvo do crtlculo para a dolorrnlnnçâo da Influòncia quo ostacas vizinhas oxercom
ummi sobro an outran, produ/ lndo no arjnlm a (ormulaç rio quo pároco sor hoje a mais eficiente
porn a prodlgAo do roculquo rk; onlncnn agrupada»; a oxtonsÁo dessa metodologia, baseada
num riúmoro multo orando do Atracou, Importo nua aprosontnç Ao nosso trabalho,
.
0.2 0 Entlrnatlva dou parAmotrou olAntlcon do nolo i

Como |A í;O pódo notar , Iodou ou rnodolo» analítico» desenvolvido» baseiam - so nas proprie*
dados olrtullcao do solo (E o / A ) , do dlllcil quantificação. O rnó todo quo pároco estimar com
maior procluAo o valor do m * ódulo rto rJoformaç Ao rjo solo ó aquolo quo so baseia no ensaio
Irlnxlnl om amoulrau Indolormadau o conduz, segundo Bowles , a valores que podem
sor 1 a 1 ,6 vo/ os Inforloroo ao valor real rio módulo do doformaçáo do solo, O autor fornece ^
ainda a ordorn tio grnndozu do módulo do doformaç Ao o do cooficionto do Poisson de diferentes
solos, conformo a Tabola 0,
Tnboln 0 — Módulo do do /ormnç/í o o coo /lclunlo do Poisson pnrn dlforonlo3 solos, segundo Bowles <s0>

Módulo do doíormaç Ao E,(MPfl) Cooficionto do Poisson fj.


Argila Artjlla

--- 50
-mullo rnolíí
* molo
2
5
15
25
- unturnda 0,4 - 0,5
-- mdura
édia 15
• riAo snlurndn 0, 1 - 0,3
• arenosa 0,2 - 0.3
• uronoco
50
25
-- 250
100 ulliosa 0,3 - 0,35
Arola Areia
•filltosa
• fofa
7 - 21
10 - 24
• danou
• fofa* e oroosa
0,2 0,4
0, 15
-
4 J - fi 1
j
• compacta Í - fofa* o fina 0, 25
Afola/podregulho Rochas
• loto
45 - 144 • varia apenas orn
lunç Ao do tipo 0,1 -0, 4 :
- compacta 00 - 102 da rocha
i

( * ) Indico do vazios cornpruoridido entre 0,4 a 0,


7

Scanned by CamScanner
i
X-
Recalques de fundação - 93
da inexatidão dos valores obtidos através do ensaio
tP função triaxial, e também porque
desse ensaio é relatrvamente elevado, vem - se
0 custo tentando estabelecer o módulo de
Reformação dos so os a partir de correlações com valores obtidos em
ensaios de penetração
d n ánnica (SPT ) ou ensaios de penetração de cone (R - "deepsounding"). Bowles(50) dá indica-
ções de algumas dessas correlações, apresentadas na Tabela 9.

Tabela 9 — Módulo de deformação do solo, em função de SPT ou í


f p — Bowles 1501

Módulo de deformação do solo (EJ


Tipo de solo
E, = f (SPT): em KPa E # = f ( RP ): na unidade de Rp

Areia E, = 500 (SPT + 15) E, = 2 a 4 Rp


Ej * = 18.000 + 750 SPT E,“ « 2 (1 + Df2 ) Rp
Areia argi' osa Es = 320 (SPT + 15) E, = 3 a 6 Rp
Are . a si.- tosa E, = 300 (SPT + 6) E, = 1 a 2 Rp
Areiapedregulho E, = 1200 (SPT + 6)

Argila mole E, = 6 a 8 Rp

(*) segundo Vesic


(’*) segundo D' Appolonia

O emprego dessas correlações deve ser efetuado com cuidado, verificando-se, em função
de dados locais, qual a que produz melhor ajuste. Mello(40) considera bastante promissor
o emprego de Rp para estimativa do módulo de deformação do solo, advertindo contudo
sobre o perigo de empregarem-se "pseudocorrelações".

Outra maneira de estimar -se o valor do módulo de deformação do solo é a partir do coeficiente
de reação Ks, obtido em prova de carga direta. Nessa circunstância, pela teoria da elasticidade,
seria expresso por:

ES = KS . D (1 V ) . Cd (31)

onde: = módulo de deformação do solo;

K, = coeficiente de reação do solo;


p = coeficiente de Poisson (estimado);

D = diâmetro da placa de ensaio;

Co = coeficientede forma e rigidez da placa de ensaio


(valores apresentados na Tabela 6).

6.2.7 Estimativa dos recalques a partir de prova de carga

Os recalques dos componentes de fundação poder ão ainda ser estimados diretamente a


partir do recalque obtido na prova de carga, devendo-se nesse caso considerar a relação
entre a dimensão da placa de ensaio e a dimensão real do componente de fundação; um
ajuste comumente empregado é o seguinte:
/
m
3
94 - Trlnciw om ocilflMloti

At I - Al l „ /Ml HI y m
/
ondo: All - roc3Blquo do oompononlo do fundngAo;
AHP - rocnlqtio da plncn;
II - lurgura do compononlo do lundngAo;

Bn « Inrqurn dn plncn (norninlmunlo 0,3 m),

.
Ouliou nutoros uuqurom a|u»lus distintos diiquolo nolmn Indlcndo quo normnlrnonto subestima
o vnlor do rocnlquo roul, prlnclpnlmnnlo (|unndo A qrrmdo n ruingAo [3/13!,. Bond, cltndo por
Bowlos(6n), propOo n soqulnlu oqungAo pnm cAluulo do lonnlquo ronl n pnrtlr dn provn do
cargo:

- , .(
AH AH, ~ ) Ml t
(33)

ondo: AH, AH( t , B o D(, sAo or » mosmon símbolos dn oqungAo 32;


n « cooflclanlo quo dopondo do llpo do nolo; nn Inltn do dndas locnls, podom sor
assumidos on noqulnlos vnloron:

n « 0,03 n 0,0b (arqlln);


n « 0,011 n 0, 10 ( arqila nronoun):

n « 0, 40 n 0,b0 ( aroln compncln);


n - 0,2b a 0,35 (nroin modlnnamonlo compncln):

n -, 0 20 a 0,25 (nroin loin)

6.3 Conllguraçõos liplcos do Irlncns causadas por rocnlquos do (undaçáo

natlas conlun-
^^ .
dindo- co útimma com
, nhnrl.ínt . ° “.
) c Aiponontes ostruturnls,
Xfto 10

.
Em rolagflo As ptlmulmn, contudo nnrorionlnm

. .
“dollnndo-so"
TmZ
orn dlroçflo uo ponlo ondo Z kZ
„ , ,, ?,Jocrtz,, "
cndoo por rocolquou A u imnumun d oumoniii
? '" "’? 0 1
- ? mnloros
non onrnclorlsllcn dns fissuras prow
do3 <»» formn do oscoinos,
!C
dondo Indlcloo duo lonsOoo do cMinmunl |l w '
ktanol uomZIo attura dn listra^ “
rocolquos So ocon uados, oboorvn- oo nl 1

, doobnlnncondos; nosso cnso,


conformoo Wulo Eduardol M
nos riquroo 87 88.
í Ví ínrí!
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1 ' lrlnoM PraasnlnrSo 1,1 i
as confloura indicadas çflos

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Rocalquoo do fundação 95
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%' ^SinarKli sel
, cmo!,ndo
senla maior recalque,
^ ^^ ^ dt ihamenlom pmnol^ ^
0
’ ’ ° S

7 T

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^9em íincasdTffexãoCOnt' nUaS solicitadas

*
^ carregamentos desbalanceados: sob as aberturas
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^ 7«Suras
9Ur,

^" es linhas
* lease
y
< na alvenaria, provocadas pelos recalques
à janela (regiões mais carregadas)
mats acentuados da sapata
96 - Trincas em edifícios

Scientifique et Technique de la Construc-


Para edifícios uniformemente carregados, o Centre
recalques diferenciados e, conse-
tion (57) aponta diversos fatores que podem conduzir aos e 94 são ilustrados alguns
quentemente, â fissuração do edifício. Nas Figuras 90, 91, 92, 93
desses casos.

Figura 90 — Recalque diferenciado, por consolidações distintas do aterro carregado

inu<z i/tQC'
Figura 91 — Fundações assentadas sobre seções de corte e aterro; trincas d$ cisalhamento nas ao/ enarias
/< Vn *'/ a I IAMC* <

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Figura 92 Recalque diferenciado no edifício menor pela interferência no seu bulbo de tensões, em
função da construção do edifício maior
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Scanned by CamScanner
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Mocalquos < if ) fundação - 97

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*4 • 90 4 44 » f 4 > 4 / •' ,* 4 * •,t ** L

rirjum 03 — nocalquo dlforonclado, por falta do homogeneidade do solo

N. A . #

*0*

-
*0 4

; conado o terreno a esquerda


Figure 94
do edifício
- Recaique diferenciado,por rebaixamento do lençci freádco foi

ariatelr tecoSuz
A construção de edif ícios dotados de i
secundáno (menos carregado), c esmosistema
a recalques diferenciados entre as duas pa t surgindo fissuras verticais entre elas e, não
surg
adoção de SiStemas diferentes
° “ ^
" cSme
. 'deSa
^^
^^. ^
^ ^ ^ S rS
Problema.
ob representado na Figura 95 provoca o mesmo

:ra
•M » «sS3£S&
s !Sa! í >

^
i

t,

pilar que sofreu maior recalque, conforme


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V
n. - V

r
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*
%

• V
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•*
-
98 - Trincas em edif ícios

.
A A m
— A k AA AA

éà éè &

i
Figura 95 — Diferentes sistemas de fundação na mesma construção: recalques diferenciados entre os '
sistemas, com a presença de trincas de cisalhamento no corpo da obra

*
í r
1

Hl \


Figura 96 Recalques diferenciados entre pilares: surgem trincas
sofreu maior recalque inclinadas na direção do pilar que

de recalques localizados. Segundo o BRE(58) , estes


da saturação do solo pela penetração de água de recalques, bastante comuns por causa
também ocorrer pela absorção de água por
chuva nas vizinhanças da fundação, podem
vegetação localizada próxima â obra, conforme
ilustrado na Figura 97.

Além das fissurações anteriormente tipificadas


,
fissuras com outras configurações, em função de recalques diferenciados poderão provocar
e /ou do componente, tamanho e localização diversas variáveis: geometria das edificações
de aberturas, grau de enriieçimento da construção
(emprego de cintamentos, vergas e contra
-vèrgásj, eventual presença de juntas no edifício
etc. Nas figuras a seguir são apresentadas alguma
s
em recalques de fundação, variações das primeirasoutras configurações de fissuras originadas
. •J

Scanned by CamScanner
Recalques de fundação - 99

«y

7 è

I
é

II da contração do solo, devida à retirada de água



Figura 97 Trinca provocada por recalque advindo
por vegetação próxima

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WÊÊmr - '

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Mr" **
*
^^Wualm- Fissura
9ura 98
ente de recalque ríical:as Par1eS
^
como corpos y
^
100 - Trincas cm odií fclos

Figuro 99 — Fissura de rocalquo horizontal: ocorrou praticnmento ruptura da fundação do pilar localiz
ado
entre as duns aberturas

Como regra geral, as aberturas das fissuras provocadas por recalques serão diretamente
proporcionais ã sua intensidade; a estruturação do edif ício o todas as demai
s condições
de contorno , entretanto , t ôm influôncia tambóm direta na dimens ão da fissura e na
do problema . No coso comentado a seguir , por oxornplo, ocorreram recalques extensão
cativos num conjunto do sobrados geminados, com juntas de movimentaçã
bastante signifi
o a cada três
-
sobrados. Numa dos ocorrências mais oxprossivas (Figuras 100 e 101), o
sobrad
de recalque praticamento encostou no sobrado vizinho , o que limitou a gravid o em processo
ade do problema.

Figuro 100 — Giro do sobrado no sontido anthhor a>

típica e aberturas pronunciadas; omporramonto riot contido polo sobrado vizinho; fissuras com inclinação
à
- dos caixilhos do pavimento térreo >
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Scanned by CamScanner
Hocalquea do lundaçâo - 101

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Flgtim 101 — Ws//i Inlornu da patada tlgsurnda, fxxlundo ao registrar a pnssngom do luz através da
fissura quo acompanha as Juntas do nssontamonlo da nlvonarla

Alóm do todos on Intoron ( jooldcnicon nnlorlortnonlo uponlndos como prov áveis causadores
do rocnlquoB dlloronolnln (oon!iolidíí; f 0on dlnllnlas! do aterros, Intortor ôncia om bulbo
do tensões
etc ) , podo nrr ucronconlnr um londmono poolónico quo , sonflo muito importante, ó pelo monos
muito curioso, Imlo no do oluiidomonlon loooli / odon do torrono ("doilnas", de acordo com
os floòlo( jou) , quo om tjoral v óo no pioeonnundo lontamonto com o passar dos anos , causados
por Irillwm no subsolo ( cnvoinun, oriundas moularmonto da iixivlagáo do calc ário localizado
.
em camadas profundas) Nas loqloos su|ollan a osso tipo do fonômono podom ocorrer fissura-
çôon ( jonorull/ adas das odlllcaçOou, alárn do outros latos cnractorlstlcoa, como a inclinação
do postoa o torrou om dlroç fto ao oplcontro da dollnn

Com um corto Inodltlamo, ocorrou no munic ípio paulista do Cajumar no nno do 1907 o verdadeiro
rompimento do uma fjrnndo caverna, localizada nproxlmudamonlo 40 tn abaixo da superf ície
do torrono; a camada riu aiqila acima da do calc ário lot om parto trapada pela cavorna,
resultando um qranclo burarjo ("buraco do Cn|nmnr ") ciuo, por nua voz, tragou para o seu
interior um sobrado completo (Figura 102) i

A oqulpo do IPT riuo acompanhou o acontecimento (o buraco (ol aumentando do tamanho


no longo do quase quatro museu) pòdo constatar , em dlí orontoa locnlldados do sitio atingido >
ocorrftnclno bastante original» » rte recalques eiuspeetlvos estados dotisoumç Aodnsodiflcações
atingidas. Uma dormes ocorr ônclrm, rpm aliá s comprova Intolramonto om vordadolra grandeza
um dou modelou lortrlcon anterlbrmente apresonlarton, õ lluutradrr na Figura 103.
/
102 - Trincas em edifícios

}
>
1
i

Figura 102 — "Recalque" do sobrado para o interior do " buraco de Cajamar "

Figura 103 As fiadas de tijolos indicam claramente a posição do recalque


: que
se desenvolveu na parede inclina-se em direção ao ponto de maior recalque a fissura principal

i
Scanned by CamScanner
Capítulo 7
Fissuras causadas
pela retração de produtos
à base de cimento:
mecanismos de formação e configurações típicas

7.1 Mecanismos da retração


A hidratação do cimento consiste na transformação de compostos anidros mais solúveis em
compostos hidratados menos solúveis, ocorrendo na hidratação a formação de 59uma camada
, para que
de gel em torno dos grãos dos compostos anidros. De acordo com Helene
compostos
* ’
anidros
ocorra a reação química completa (estequeométrica) entre a água e os
é necessário cerca de 22 a 32% de água em relação á massa do cimento. Para a constitui o
çã
a 25%. Em m édia, uma relação
do gel é necessária uma quantidade adicional em torno de 15
água/cimento de aproximadamente 0,40 é suficiente para que o cimento se hidrate comple -
tamente.
argamassas normalmente são prepa-
Em função da trabalhabilidade necessária, os concretosaeretração. Na realidade, é importante
rados com água em excesso, o que vem acentuar .
produto preparado com cimento ou
distinguir as três formas de retração que ocorrem num
seja:
cimento e a água se dá com redução de
a) retração química: a reação química entre o coesão, a água combinada quimicamente
de
volume' devido âs grandes forças interiores25% de seu volume original;
(22 a 32%) sofre uma contração de cerca de

stSiomen?e°
b) retração de secagem: a quantidade

produzindo a redução do seu volume;


e

^ rando-se p
^
l hidratada liberada nas rea
ções de hidratação do cimento
c) retração por carbonatação! a ca
ar, formando carbonato de c álcio; esta reação é
presente no o
reage com o gás carbónico volume , ge rando a chamada retração por carbonata .
çã
acompanhada de uma redução de

Os trás tipos de retração a


,o da água durante a pega o
?õaurqrr"
evaporaçã
^ ^^2Uo
"alisadd e“ '
Essa r fitr açflo plástica
, explica o adensamento das juntas
Para regttes menos pressionadas recem
de argamassa de uma alvenaria
recém-vibrado.
Inúmeros fatores intervêm na retração
^ ^
de um produto
Q

á
a exsudaÇâo de água num concreto

base de cimento, sendo os principais -


91
'’
cimpnt0
: a retra ção aumenta com a finura do ^
a) composição química finura do cimento (NaOH, KOH );
(CaCI2 ) e álcalis
#

e com o seu conteúdo de clor


da pega
como í acelerador
adit
O normalmente empregado
104 - Trincas em edifícios

o) quantidade de cimento adicionada â mistura: quanto maior o consumo de cimento, maior


a retração;

c) natureza do agregado: quanto menor o módulo de deformação do agregado, maior sua


suscetibilidade á compress ão isotrópica anteriormente mencionada e, portanto, maior a retra-
ção; maior retração também para os agregados com maior poder de absor ção de água
(basalto e agregados leves, por exemplo);

d) granulometria dos agregados: quanto maior a finura dos agregados, maior ser á a quantidade
necessária de pasta de cimento para recobri-los e, portanto, maior será a retração;

e) quantidade de água na mistura: quanto maior a relação água/cimento, maior a retração


de secagem;

f) condições de cura: se a evaporação da água iniciar -se antes do t érmino da pega do


aglomerante, isto é, antes de começarem os primeiros enlaces entre os cristais desenvolvidos
com a hidratação, a retração poder á ser acentuadamente aumentada.

Desses seis fatores distinguidos como principais, a relação água/cimento é sem dúvida o
que mais influencia a retração de um produto constituído por cimento, sobrepujando inclusive
a própria influência do consumo de cimento. A Figura 104 ilustra a importância relativa do
consumo de cimento e do consumo de água na retração de concretos, conforme estudos
efetuados pelo LNEC, citados por Helene (59) .

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A * 150 L / m3
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2 00 2 50 3 00 350 4 00 450 500 550 300 350 700 f

CONSUMO DE CIMENTO
( Kg / m3 )
04 ~ Retraçã0 d0 concreto em funçà0 d0 consumo de cimento
e da relação água/cimento
0LNECJ ,

O jator fundamental na magnitude da retração desenvolvida é a umidade relativa do ar


In^ /
o
^ . adotada
50?/*, normalmente
d0 oc

e argamassas, o BRS*
. ^ para a determinaçã^ o em laboratório dao retra
em qufla eç a concratada ficar exposta. Em relaçã
â umidade relativa de
faz a seguinte projeção para retrações
ção de concretos

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desenvolvidas em concretos:
Scanned by CamScanner
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Retração - 105

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UR (%)

Figura 105 — Rotmção do concretos em função da umidade relativa do ar — BRS (47)

A retração do um concreto ou argamassa, mantida constante a umidade relativa do ar , é


bem mais acelerada nas primeiras idades, atingindo-se cerca de 50% da retração total com
aponas sete dias do condicionamento. Além dos fatores internos à massa (relação água/ci-
mento, granulomelria do agregado etc . ) e das condições ambientais, de acordo com o BRS(47)
a forma geomé trica da peç a influi decisivamente na grandeza da retração; assim é que,
quanto maior a relação ãrea exposta da peç a/volume da peç a, maior a retração a ser desen-
volvida .

Considerando todos os fatores intervenientes na retração, e tomando por base resultados


de oxporiôncias laboratoriais , Joisel( ?1) estabeleceu a seguinte formulação analítica para a
determinação aproximada da retração de concretos e argamassas:

(1 - UR ) 0'7 1
Kf = 2 e0
Dn
[ 1-
(1 + or 2 . t) 0,2
X 1,032 “ 1
] (34)

onde: = retração na peç a, após t dias;

«0 «= retração em corpo de prova de argamassa normal


( traç o 1:3 em peso, relação a/c = 0,5), medida em
laborat ório com UR = 50%, no mínimo após 90 dias de exposição;

t = tempo em dias;

a CS
V0 S .
S0 .v
v0 e s 0 = volume o área exposta do corpo de prova
(normalmonto 4 cm x 4 cm x 16 cm);
vos =» volume o ârea oxposta da peça para a qual deseja-se
ostabolecer a retração;
UR « umldado relativa do ar no local de exposição da peça
(UR variando entre 0 e 1);
100 liliicnn MUI fitlltlf » lf 1*1

I) - dlAmnlro ituVIino earncInfMlu do nymyado nmpmyarlo


ptodugAo IIM pngn ( mu nun ) ,
IIM
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M - Ifilof t |iin iInputiil*i tin ilhlilbul'/io ymfielomAtrica fl'A


numuMilon, podnndo CM adotar:
it- 0,4 ; ( MiM UfiiM bon dlftfrlbulç Ao yrnni /lMflólMcn
)

n - 0,0; componlQAo mAdla


n - 0,2; oompoalgAo com mullos va /ios.
Como Incilon n nqungAo 04 , pern nm iMmpo 'T ' muilo yroridn it « •»;, n mtrngAo final indefyendB
dun dlmnnsóos dn pngn, oblnndo an, portanto, a anyuinln oxprnacAo:

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*
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(t Ull) "7 rib )
rjn
,,
Do acordo com MoDoouor <n os alongamentos do rupture por liw /v > ( \J\: 0 ) , vorifica/ joc pm
(

os concrotos normnlmonlo dooudou, atingem coroa do 0,00% a 0,04% para carregamento


lonloo, o corca do 0,01% a 0,016% para carregamentos instant âneos, corno 4 o caw d
.
retração, Ao fissuras do rutraç Ao, portanto corriogarAo a surgir no concroto compro quo lor
atingida a rolagGo:
**
/ Jr -
r k ('ll) )
EM
-
.
onde: IS, rotragflo do concroto;

ÍC «= roGlst ôncla A trução do concroto (norrnalmanto admitida


como a dóclma parto do roslstôncln A compressão);

Eoi - módulo do dolormagAo do concroto rt tragfio (normalmento


admitido como a motado do módulo do dolormagAo A compressão),

A introdução do armaduras no concroto, roproaonlando vínculos interno» quo se opóorn á


livre retração, poder ão roduzi-la om nlvolo variáveis, dosdo uns 10% (para baixa densidade
de armaduras) at ó aproximadamonto 50% (para altas taxas do armadura), Segundo Joísol^
a retração desenvolvida numa poça de concroto armado podo sor expressa por;
.

.
«3
A,
CB
E
1+ ( 37 )
E„ Ac at,

onde: ®C8 = retração do concroto armado;

= retração do concroto simples;

.
.
E = módulo de deformação do aç o;

Ec = módulo de deformação do concreto A tração;


Scanned by CamScanner
Retração - 107

As = área da armadura;

Ac. ef = área de concreto interessada na fissuração.

A retração diferenciada numa peça de concreto armado, promovida pela presenç a de arma-
r
dura, tende a provoca deflex da peç a, já que regiões menos armadas ou sem a presença
ão
ar ão maiores encurtamentos; para peças fissuradas,
de armaduras apresent (32) calculadas portanto
no Est ádio III, o CEB d á a seguinte indicação para o c álculo da flecha desenvolvida:

*, . e r T[
Es
f =£ • 0,25 + 7.
Ec
(
P, l,2
f >] (38)

onde: f = flexa provocada pela retração do concreto;

= retração do concreto (em módulo);

e = vão teórico da peça;

d = altura útil;

Es = módulo de deformação do aço;

Ec = módulo de deformação do concreto;

Pr = taxa geométrica da armadura de tração;

P
I
= taxa geométrica da armadura de compressão:

< = coeficiente que depende do tipo de apoio:


*1
a = 1/8, para peç as biapoiadas

a = 1/16, para peç as biengastadas

«1 = 1 /2, para peç as em balanç o.

retração
7.2.1 Retração de vigas e pilares de concreto armado
As peças de uma estrutura reticulada de concreto
adaf?Sra
tensões provenientes da retração do cone

Eigura 106 .
ú ‘

^^^^ ^
porti
vigas superiores poder á induzir a fissuraça 0rizontal dos pilares mais extremos, c
«âo

A ocorrência de fissuras de retração numa g


do concreto (principalmente da r laça ág das condições de adensame (d
mais adensado, menor a retraçã
aumentar á substancialmente a ratraç a .' n 9
, ,° _
^
?o) e das c nrlirões pe cura (a evaporação Pre9 c d 9 &
ainda, de acordo com Johns ’, *
°
. ,
dimensões da peça da rigidez dos pórtiicos pria °) .
^
taxa de armadur as e da prõpria d
de armaduras ao longo de sua seção transversal. Nas vigas altas, com inexistência o
,.
100 - Trincas orn edifícios

ção do concreto das vigas supenores


Haura WO — Fissuras horizontals nos pilares, devidas à retra
no terç o médio da
cíóncia do armadura de pele, as fissuras ocorrer ão preferencialmente na Figura 107.
fillurn da viga, sondo retas e regularmente espaç adas conforme ilustrado
ç
Consumos do água excepcionalmente altos, identificados pela coloração esbranqui ada que
com diferentes configuraçõ es , inclusive
assumo o concroto após a secagem, produzir ão fissuras
fissuras mapoadas (Figura 108) similares àquelas que ocorrem com maior frequ ê ncia nas
argamassas do revestimento.

I M l l l l I

— M-
Haura W7 — Hoauras do retração numa viga de concreto armado

em v,9a de
ZZZz 3ES2w causadas pela elevadíssima relação
Retração - 109

A retração de pilares de concreto armado, somada ás deformações elásticas provenientes


das solicitações externas , pode introduzir elevadas tensões de compressão nas
de fechamento, chegando- se a produzir o arqueamento dessa alvenaria. Assimalvenarias poder ão
surgir na parede fissuras típicas de sobrecarregamento, conforme analisado
no Cap ítulo 4
e fissuras horizontais características da solicitação de flexocompressão. Em casos
o arqueamento pode provocar a fissuração de peç as intermediárias da estrutura que
extremos( 62)'
se opo -
nham a esse movimento. ^
7.2.2 Retração de lajes de concreto armado

A retração de lajes poderá provocar a compressão de pisos cerâmicos, somando-se a esse


inconveniente a deflexão promovida pela retração diferenciada do concreto entre as regi
ões
armadas e não armadas da laje. Em situações muito desfavoráveis poderão surgir fissuras
no piso ou mesmo o destacamento do revestimento cerâmico. Tal retração poder á provocar
também a compressão de forros falsos, casos estes encontrem -se rigidamente vinculados
ás paredes.

A retração do concreto poderá ainda provocar o aparecimento de fissuras na própria laje,


com configuração mapeada e distribuição regular, de maneira semelhante àquela que se
verifica em argamassas de revestimento.

De acordo com Eichler (63), contudo, o efeito mais nocivo da retração de lajes de concreto
armado ser á a fissuração de paredes solidárias á laje, conforme representado na Figura
109 .

Figura 109 — Fissuras em parede externa, promovidas pela retração da laje de cobertura

Estudos desenvolvidos na Suécia, mencionados por Sahlin<16), indicam que fissuras horizontais,
oriundas da retração de lajes, poder ão aparecer também em paredes de andares interme-
diários , de edifícios constituídos por alvenaria estrutural; nesse caso, as fissuras poderão
surgir imediatamente abaixo da laje ou nos cantos superiores de caixilhos, conforme repre -
sentado na Figura 110.
%

7.2.3 Retração de paredes e muros


A retração de paredes e muros como um todo, e mesmo a retração diferenciada entre compo-
nentes de alvenaria e argamassa de assentamento podem provocar fissuras e destacamentos
semelhantes aos casos analisados nos capítulos 2 e 3, ou seja, o mecanismo de formação
das fissuras é idêntico àquele verificado para contrações provocadas por variações de tempe -
ratura e de umidade.
110 - Trincas em edif ícios

]
Figura 110 — Fissuras em parede externa, causadas pela retração de lajes intermediárias

As Figuras 9, 11, 12, 13, 27 e 30, apresentadas nesses capítulos, ilustram bem os problemas
que podem se manifestar em função da retração da parede e/ou de seus componentes isolados.

O problema mais significativo, contudo, decorrente da retração de argamassa de assentamento


de alvenarias, é aquele que se verifica nas fachadas constituídas por alvenaria aparente i
onde a penetração de água através de fissuras ou destacamentos gera uma série de patologias
correlatas (manchas de umidade, bolor , lixiviação etc . ) .

Retrações consider áveis, advindas do mau proporcionamento da argamassa e /ou da inade-


quada execução do serviç o (assentamento de blocos muito ressecados, por exemplo), em
geral dão origem a microfissuras e a destacamentos quase imperceptíveis a olho nu; algumas
vezes, entretanto, o problema assume maiores proporções, conforme ilustrado na Figura 111.

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Figura 111 Fissura e destacamento na interface bloco/argamassa, provocados pela retração da
argamassa de assentamento da alvenaria estrutural (no caso, argamassa de cimento e areia traço 1:3)

Scanned by CamScanner
Retração - 111

O recalque plástico do concreto, conforme exposto por Johnson , poderá provocar o apareci-
(60)

mento de fissuras internas ao concreto, imediatamente abaixo de seções densamente armadas.


O recalque plástico da argamassa de assentamento provocará o abatimento dá alvenaria
recém - construlda; caso o encunhamento da parede com o componente estrutural superior
lenha sido executado do maneira precoce ocorrerá o destacamento entre a alvenaria e o
componente superior (viga ou laje), conforme representado na Figura 112.

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Figura 112 — Destacamento provocado pelo encunhamento precoce da alvenaria

A retração final de uma alvenaria depende de inúmeros fatores; experiências realizadas pela
— **
PCA Portland Cement Association 64 com blocos vazados de concreto revelam que a quali-
dade dos blocos e da argamassa de assentamento, além do grau de restrição imposto á
parede, exercem grande influência nas acomodações finais dos componentes de alvenaria.
A Figura 113 ilustra um caso de paredes constituídas por blocos curados a vapor, assentados
com argamassa mista de cimento, cal e areia.

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K PAREDE
O 0 Xk VINCULAOA
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O.
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BLOCO EM PAREDE VINCULADA

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10 - PAREOE
/" DESVINCULAOA
^ BLOCO EM PAREDE
DESVINCULADA
BLOCO ISOLADO ( LIVRE )
-20 0 Y 20 30 40 50
*0 70 BO 90 100

TEMP O DE SECA GEM ( DIAS )


. . . . . . • V* ' ;
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Figura 113 Retração de paredes e blocos de concreto, em função da idade e da vinculação — PCA<54>
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112 - Trincas em edif ícios

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a Figura 114 .

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CIMENTO i i i
CAL 2 1
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AREIA 9

I | BLOCO ASSENTADO NUMA PAREDE LIVRE

'////, BLOCO ASSENTADO NUMA PAREDE VINCULADA

r~ ~ PAREDE
2
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Figura 114 — Retração de blocos de concreto assentados com diferentes tipos de argamassa — PCAl64)

A retração de alvenarias, além de destacamentos nas regiões de ligação com componentes


estruturais, induzir á a formação de fissuras no próprio corpo da parede; estas poderão ocorrer
nos encontros entre paredes, no terço médio de paredes muito extensas, em regiões onde
ocorra uma abrupta mudança na altura ou na largura da parede ou mesmo em seções enfraque-
cidas pela presenç a de tubulações, conforme ilustrado na Figura 115.

Em casos excepcionais , onde se verifiquem a um só tempo acentuada retração dos próprios


componentes de alvenaria (blocos mal curados, por exemplo) e grande incidência de aberturas
na parede, haverá a possibilidade de ocorrência de fissuração generalizada (Figura 116).

Em paredes constituídas por painéis de concreto pr é - fabricados , rejuntados com argamassaá


rígida, a retração da argamassa e/ou dos painéis, caso esteja se processando, provocar
destacamentos entre painéis adjacentes; tais destacamentos ocorrerão segundo linhas bem
Scanned by CamScanner
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Figura 115 — Fissura da retração na alvenaria, em seção enfraquecida pela presença de tubulação

F/yt/ra 116 — Flssuração generalizada causada pela retração dos componentes de alvenaria e freto
grande número de janelas na parede

regulares, diferenciando- so dos destacamentos gorados por dufloxAo do suporte, onde oxIstlrAo
evidências de cisalhamento ( fissuras ascnmndns) .
Um caso partlcularmente importante do ílsnuraç flo provocndn por rotrnç Ao A nquolo quo
tem verificado em odiílcaçõos constituídos por paredes monolí ticos do concreto, moldados ••
"in loco", com o emprego do f ôrmas met álicas ( sistemas "Outlnord", "Precise" elo,),
114 • Trincas om edif ícios
ávol", com relação água/cimento
Polas cnrnctorlstlcns do concrolo empregado ("auto -ndens oxposta o o volume das paredes
bastante elevada), poln grande rolaç Ao vorlflcndn ontro n Aron do dolalhes construtivos
polas baixas taxas do armadura empregadas o polo InobsorvAncia d fissuração peiQ
apropriados ( juntas do controlo), ossns pnrodos sAo bnslnnto suscotlvois .
ç Ao do concreto, com comprometimento da ostanquoldado do odificio
rotra

Nossos casos, as tissuras do rolragAo goralmonlo ocorrom om soçõos


enfraquecidas pela
prosonça do aberturas cio portas e janelas (Figura 117). PodorAo lamb m ocorrer fissuras
ó
om paredes cegas rolativamonte extensas (Figura 118) e destacamentos entre a parede e
a laje do fundaç Ao, polo "deslizamento " da pnrodo sobro a lajo, com possibilidade de pene-
traç Ao cie Agua para o Intorlor da odlflcagAo (Flgurn 119).


Figura 117 Fissura do rotração om pnrodo monolítico de concroto, na seção enfraquecida peia presença
do vão do janota

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Figura 118 — Fissura om parede monolítica reiativamente extensa provocada .


pela retração do concreto

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Figura 119 Destacamento na região de contato parede monolítica de concreto/laje de fundação, com
penetração de umidade para o interior da edificação

7.2.4 Retração de argamassas de revestimento

A retração das argamassas aumenta com o consumo de a erante, com a P r nt

^ ^ ^ ^^
.
de tinos existente na mistura e com o teor da água de
intrínsecos, diversos outros estar ão influenciando na formaç ao ou não
ae ^ .
^
nas argamassas de revestimento: ader ência com
esDes ura da camadas tempo decorrido entre a aplicação de uma e o outra c ada r
camaaa âoida
rapiaa
pertlde
etc .
^ * ^
água durante o endurecimento
por ação intensiva de venti a ao e ou msolaçao
ç /

AS fissuras desenvolvidas por refraçào das


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ço. *
sobre base indeformá vel, de acordo
Considera(ndo-se a argamassa de revestimento aplicada distan-
com Joisel 21> sua retração provocará o aparecimento de fissuras com abertura o> e com
ciamento s,, respectivamente expressos por:

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a) = e,r —
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(2 a 4) f

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E , ] e (39)

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Scanned by CamScanner
1 1 6 - Trincas em edif ícios

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9ura 120 — Fissuras de retração no revestimento em argamassa, podendo-se observar que o


^ ^ Jmais J stZ ^ á ) 55^35 pr&SenteS n emboço (mais ír9ido é menord >
^ °
aquele verificado
r °
onde: &» = abertura da fissura;

sr = distância entre duas fissuras adjacentes;

er = índice de retração da argamassa;

f! = resistência á tração da argamassa;

E, = módulo de deformação á tração da argamassa;

V = coeficiente de Poisson;
* é
T = tensão de aderência entre a argamassa e a base;
e = espessura do revestimento.

Através das equações apresentadas pode se depreender


massa de revestimento será: - que o nível de fissuração da arga-


da camada;
diretamente proporcional ao seu índice de retração, â sua
resistência á tração e â espessura

— inversamente proporcional ao seu módulo de


com a base. deformação e ao seu poder de aderência
Em outras palavras, portanto, as equaçõ
de cimento ria argamassa, maior a es 39 e 40 indicam que, quanto maior o consumo
potencialidade de formação de fissuras de retração no
revestimento.
J
Scanned by CamScanner
Retração - 117

7.2.5 Retração de argamassas de assentamento de azulejos

Os azulejos s ão peç as cer âmicas esmaltadas, com espessuras bastante reduzidas, e que
devem ser assentadas com argamassas mistas de cal, cimento e areia. A quantidade de
cimento adicionada á mistura deve ser, no entanto, extremamente reduzida.

No caso de empregar -se um teor de cimento relativamente elevado, a argamassa de assenta-


mento resultar á acentuadamente rígida, com pouca capacidade de deformação; sua retração
provocar á nos azulejos um abaulamento(65) , ou seja, suas faces de assentamento ser ão solicita-
das à compressão, e as faces esmaltadas à tração. Em função da intensidade dessas solicita-
ções, as faces tracionadas poderão apresentar pequenas gretas, conforme ilustrado na Figura
121.

Figura 121 — Gretagem de azulejos provocada pela retração da argamassa de assentamento

Scanned by CamScanner
Capítulo 8
Fissuras causadas
por alterações químicas
dos materiais de construção:
mecanismos de formação e configurações típicas

Os materiais de construção são suscet íveis de deterioração pela ação de substâncias químicas,
principalmente as soluções ácidas e alguns tipos de álcool. Assim, edif ícios que abrigam
f ábricas de laticínios, cerveja , álcool e açúcar, celulose e produtos químicos em geral podem
ter seus materiais e componentes seriamente avariados por essas substâncias . Pela especifi-
cidade do tema, e também porque a patologia nesSes casos manifesta-se muito mais na
forma de lixiviação e não na formação de fissuras, essas deteriorações não ser ão aqui tratadas.

Também não ser ão consideradas alterações nas cadeias poliméricas de tintas e plásticos
expostos á radiação solar, onde a ação do ultravioleta, ao longo do tempo, provoca a microfis-
suração da película de pintura ou do componente plástico. O problema est á muito mais voltado
para envelhecimento natural e durabilidade, conforme abordado por Flauzino .
(66)

Independente da presenç a de meios fortemente agressivos, como atmosferas com alta concen-
tração de poluentes e os ambientes industriais, os materiais de construção podem sofrer
alterações químicas indesejáveis que redundem, dentre outras coisas, na fissuração do compo -
nente. Não aprofundando muito no tema “ degenera ções químicas de argamassas de revesti-
20 e 67) , ser ão enfocados a seguir tr ê s tipos de
mento", assunto bem estudado por Cincotto '
alterações químicas que se manifestam com relativa frequência .
8.1 Hidratação retardada de cales
t

Uma cal bem hidratada praticamente não apresenta óxidos livres de cal e magné sio; em
contrapartida, as cales mal hidratadas podem apresentar teores bastante elevados desses
óxidos, que sempre estarão ávidos por água. No caso a'e fabricação de componentes ou
elementos com cales mal hidratadas, se por qualquer motivo ocorrer uma umidificaçáo do
componente ao longo de sua vida útil, haver á a tendência de que os óxidos livres venham
a hidratar -se, apresentando, em consequência, um aumento do volume de aproximadamente
100%(20>.

Em função da intensidade da expansão poderão ocorrer fissuras e outras avarias, em tudo


semelhantes àquelas analisadas para o caso das dilatações térmicas (Capítulo 2) ou higrosc ó-
picas (Capítulo 3). Em argamassas de assentamento, por eixemplo, a sua expans ão pode
provocar fissuras horizontais no revestimento, acompanhando as juntas de assentamento da
,
alvenaria. Essas fissuras ocorrer ão preferencialmente nas proximidades do topo da parede
onde são menores os esforços de compressão oriundos do seu peso próprio, conforme ilustrado
na Figura 122. i

O efeito mais nocivo da hidratação retardada de cales manifesta-se, entretanto, nos revesti
no
-
mentos em argamassa, cuja expansão decorrente tende a produzir danos generalizados
locais
revestimento (além de fissuras, descolamento, desagregações e pulverulências). Em ção
com a presenç a de gr ânulos isolados de óxidos ativos, a expansão e posterior desagrega
do óxido resultará em pequenos buracos no revestimento (Figur a 123).

Scanned by CamScanner - ;

120 - Trincas em edif ícios

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Fgura 122 — Fissuras horizontais no reuestimento pnnvcadas pela o\ pans lo da argamassa da
assentamento

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8.2 Ataque por sulfatos

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utilização coniunta de cimento e gesso
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Scanned by CamScanner
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Altoroçôos qulmlcai don material!) 1 2 1
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No caso da expansão de argamassas do assonlamonlo, por uxomplo, ocorro Inlolnlmonte
uma expansãdesintegra
o geral da alvenaria, sendo quo em casos mnln oxtromos pocJur
ção das juntas do argamassa . No coso do
íi ocorrer urna
progressiva nlvonnrluo rovontldna
as trincas serão semelhantes àquelas que ocorrom polo rotração da nrqamnuna do rovontlmonto'
desenvolvendo - se conformo esquema representado nn Figura 124 , Dllomrn dau prlmolraa !
entretanto, em tr ês aspectos fundamentais: aprosoritnm nburturus rnnls pronunclndae, acompa -
nham aproximadamente as juntas de assentamento horizontals o verticais o aparecem quase
sempre acompanhadas de efloresc ências .

Figura 124 — Fissuras na argamassa de revestimento provoniontos do ntnquo por sulfatos

Como já se falou anteriormente, o emprego conjunto do cimento o gesso roúno as condlçõos


essenciais para a formação de etringita, com grande podor do oxpnnsão. Numa oxporlòncla
realizada recentemente, repetida infelí zmente em centenas do unidades habitacionais financia -
das pelo poder público, pretendeu-se desenvolver um sistoma construtivo d baso do palnôis
pr é-fabricados constituídos essencialmente por cimento e gosso , A dospolto dos divorsos
aditivos empregados na fabricação dos painóis, exatamente na tontativa do Inibir a reação
sulfato x aluminato, a experiência fracassou, redundando inclusivo na nocossldado do domo -
.
lição de unidades que nem sequer haviam sido entregues. A oxporiôncla quo tovo um custo
elevadíssimo para comprovar -se na prática o que já apontava a teoria, ó Ilustrada nas Figuras
125 e 126.


Figura 125 Painéis pré-fabricados constituídos por cimento e gesso: a aç&o da umidade desencadeia
a reação de formação da etringita, com grande poder expansivo

Scanned by CamScanner
122 - Trincas em edif ícios


Figura 126 Fissuras provocadas pela expansão do material, comprometendo irreversivelmente o
desempenho da construção sob os aspectos de segurança estrutural, salubridade, durabilidade etc.

* '
De acordo com Johnson 60 , o efeito expansivo numa massa de concreto provoca fendilhamentos
generalizados e fissuras que vão aumentanto tanto na abertura quanto na profundidade, at ó
que fragmentos de concreto relativamente grandes sejam destacados. Onde a oxpansão
não encontra vínculos resistentes (muros de arrimo, parapeitos etc . ) as trincas configuram-se
ao acaso; quando a expansão encontra resistência ao longo de um ou mais eixos ( pilares,
por exemplo), as trincas ocorrem como uma série de aberturas paralolas ao eixo vinculado,
com expansão lateral do concreto (Figura 127).

Em (unção de teores consideráveis de sulfatos presentes na água salgada as estruturas


suscellveis a osso ataque, parlicularmonto as

ssi. crc»t:rt:s?sa-»“ "*


8.3 Corrosão de armaduras
De forma deliberada, as armaduras das peç as de concreto armado são quase quo Invaria -
velmente colocadas nas proximidades de suas superf ícies; no caso do cobrimontos insuficientes
Scanned by CamScanner
Alterações químicas dos materiais 123
-

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>

Figura 127 — Trincas e lascamenlos em pilar, em função da expansão do concreto provocada peia
ação do sulfatos

ou do concretos mal adensados, as armaduras ficarão sujeitas â presença de água e de


ar , podendo-se desencadear ent ão um processo de corrosão, que tende a abranger toda
oxtonsão mal protegida da armadura. De acordo com C ánovas( 70) , a corrosão de armaduras
nas estruturas de concreto s ão_ dficgr £fintpsr prepnndfiiantempntp df» processos eletroauí
micos, caracterlsticos do corrosão em meio úmido, intensilicando-se com a presenç a de ele -
mentos agrossivos o com o aumento das heterogeneí dides.da estrutura', fãTs cõmo: ieração^
'

diferencial da peça, variações na espessura dojcobrimento de concreto e heterogeneidades


do aço oi J mesmo das tensões a que'está submetido.

Em termos do meios agressivos destacam-se os ambientes marinhos (ricos em (ons cloro),


os solos com elevado teor de mat éria orgânica em decomposição (presenç a de á
cido carbó
nico) , os solos contaminados, as atmosferas poluídas de grandes cidades (íons enxofre prove-
nlontos da queima de combustíveis de motores a explosão) e diversas atmosferas industriais-
(rofinarias de petróleo, indústrias de papel e celulose, cerveja etc . ). Também
as paredes
do galerias do esgotos domé sticos (Figura 128) são bastante suscetíveis de ataque, particu
larmento acima do nível do efluente; nesse caso, o gás sulfldrico que se desprende do esgoto-
combina - so com o hidrogénio do ar, transformando-se sucessivamente em ácido sulfuroso
o ácido sulf úrico.

Os mecanismos de desenvolvimento da corrosão não são simples, neles interferindo diversos


fntoros como a permeabilidade do concreto á água e gases, o grau de carbonatação atingido
pelo concreto, a composição química do aço, o estado de fissuração da peç a e as caracte
rlsticas do ambiente, principalmente no que tange à umidade relativa do ar e, conforme já
-
foi dito, ã oventua! presenç a de íons agressivos . Neste último caso, deve -se dedicar especial
cuidado ao omprogo indiscriminado de cloreto de c álcio como aditivo acelerador de pega,
nôo só no que tange á concentração empregada, mas também no que diz respeito â homoge-
neização deste componente na massa de concreto. Segundo Helene
^ pequenos teores
do cloreto, concentrados numa determinada região da peç a, podem ser mais prejudiciais
do que altos teores distribuídos de maneira uniforme e homogénea.

Além dos componentes em concreto armado, diversos outros est ão sujeitos aos efeitos
da corrosão. No caso de painéis pró - fabricados de concreto celular autoclavado, caso sejam
armados, especial atenção dever á ser dada â proteção anticorrosiva da tela met álica, já

Scanned by CamScanner
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I IffUM l :'tl Into ib fjrilotlrl < lr > tHtffOlO tlonukulco: rtntotwlo yonrHrtllStlilrl Il lrl cUnuliillMS, fkwimçôrtti

i ) im ii | )UMITILILIULO do nonmolo oolulnr Invmooo tiohiomnnnlrn o uirailoi; do omldndo o nn


( lo m ima vl/ lnlmnyimdn nimndiim; iioMtmoliuiiiiuIrtnnlM, npdM Intuindo, o piooorniode oorroarto »
ê prtlloamorilo limvotuivol,

AM totiçOoa rio oonoaflo, Indopondonlomonlo do mm imlnio /n, piodu/ om dxldo do loiro, tnijo
volume ó mullim vo /nu irmloi do quo o oiipliml do inoiol uno I mm oxpnnnno provoco o
lltiNiirnnionln o o limoiimoiilo ("tipiillluu") do oonorcilo DOM loplOo ? » pidxlinuo t\w fimmdurOH,
conformo llunirudo imo Pipiui IM iaii, IdOo IMI

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Capítulo 9
Prevenção de fissuras nos edifícios

A prevenção de fissuras nos edif ícios , como não poderia deixar de ser, passa obrigatoriamente
por todas as regras de bem planejar, bem projetar e bem construir. Mais ainda, exige um
controle sistemático e eficiente da qualidade dos materiais e dos serviç os, uma perfeita harmonia
entre os diversos projetos executivos, estocagem e manuseio corretos dos materiais e compo-
nentes no canteiro de obras, utilização e manutenção corretas do edif ício etc.

De acordo com Franç ois Bacon, citado por Joisel ( 21) , " saber , na realidade, é conhecer as
causas" . Nos capítulos anteriores tentou- se analisar as principais causas de formação de
fissuras nos edif ícios, pois somente atravé s do seu perfeito entendimento é que poder ão
ser tomadas medidas eficientes que culminem na prevenção do problema.

É muito extensa a relação de medidas preventivas que podem ser consideradas, algumas
delas não implicando praticamente a oneração do custo do edifício; pode-se argumentar
que a maioria da medidas preventivas são demasiadamente caras, incompatíveis com o poder
de compra dos nossos consumidores de edificações. Pode -se contra-argumentar , entretanto,
que o custo de um edif ício n ão se restringe ao seu custo inicial, mas também ao seu custo
de operação e manutenção, e que não prevenir a ocorrência de trincas ou outras patologias
é uma medida puramente financeira e/ou comercial, nem técnica e nem económica. Os usuários
de edif ícios, infortunadamente, quase sempre não sabem disso; os engenheiros e arquitetos,
lamentavelmente, nem sempre se recordam.

As recomendações de cálculo, os cuidados a serem tomados nos diversos projetos, os detalhes


construtivos mais eficientes, as propriedades dos materiais de construção, os métodos de
organização e planejamento de obras, enfim, todas as boas regras da " Ciência das Edificações”
est ão contidas na normalização nacional e estrangeira, nos bons livros técnicos, nas revistas
especializadas, nos anais de congressos e seminários , nos bons manuais de construção.

Como já foi dito, a série de medidas preventivas é muito extensa: faltam espaç o e competência
para relacioná -las. Todavia, considerando os problemas mais comuns que se tem verificado
em nossos edifícios, apresentam-se nos itens subsequentes alguns cuidados básicos que
poderão reduzir sensivelmente o problema, sem onerar demasiadamente o custo da obra.

9.1 Fundações
Para prevenir a fissuração devida a recalques diferenciados, no projeto das fundações dever-
se -á ter um conhecimento mínimo sobre as propriedades do solo, o que poder á ser conseguido
por exemplo com um programa de sondagens de simples reconhecimento. A partir dos resulta-
dos dessas sondagens poder-se-á optar pelo melhor tipo de fundação e pelas exigências
do seu dimensionamento, ou concluir-se pela necessidade de estudos mais aprofundados
(ensaiosedométricos , provas de carga etc.).

Scanned by CamScanner
128 - Trincas em edif ícios

á prevalecer o critério dos recal-


! Como foi citado por Mellot 48) , no projeto das fundações podere dos d® ® ® 0 P o
i ques admissíveis , em função da rigidez da superestrutura
como un cain fo !
rm aç ão d£
o calc uIista
edif ício. Portanto, náo basta projetar - se a fundação tendo
a planta de carga dos pilares ou das paredes portantes e, do arquite
,' ç
ao edif ício.

A consideração do intertravamento entre componentes isolados da


de flutua o do ní
çã vel do lenç ol fre ático , do adensamento de a erros , da
[ynda
Çâ
' ° hnmnnpnpidarlp
nnripr ã <?pr
do solo, de carregamentos muito diferenciados, do atrito ateral que r P
d

^^
mobilizado, da interferência com fundações de edif ícios vizinhos e da _ P0 maneira a l mita-
'
ssl

rência de recalques profundos, é essencial para projetar-se a fundaç ao de ç ao dever á


rem - se os recalques diferenciados. Quanto ao último aspecto citado, especial aten
que induzirão
ser dada à exist ência de sapatas muito pr óximas ou de estacarias muito densas
da açao
no solo bulbos de pressão muito mais profundos do que aqueles que resultariam
de um componente isolado.

Diversos estudos de campo já foram desenvolvidos para aquilatar-se o grau de dano promovido
aos edif ícios pela ocorr ência de recalques diferenciados. Em função de estudos dessa natureza,
Bjerrum <53) considera, para diferentes distor ções angulares, diferentes possibilidades de danos,
conforme registrado na Tabela 10.

Tabela 10 — Danos causados aos edifícios peia ocorrência de recalques diferenciados das fundações
— Bjerrum (S3)

Distorção * Ocorr ências previstas


angular

1 — Possibilidade de trincas em estruturas contraventadas


por peç as diagonais
600

1 — Limite de segurança para obras que não podem


apresentar trincas
500

1 — Possibilidade de ocorrência das primeiras trincas em alvenarias


e paredes em geral
300
— Início de problemas com operação de pontes rolantes

1 — Limite a partir do qual a inclinação de pr édios altos


por efeito dos recalques, começ a a ser visível
250

1 — Trincas com grandes aberturas começam a surgir em paredes


e alvenarias
150
— Surgimento de danos nas peças estruturais

( ) Relação entre o recalque diferenciado e a dist ância entre dois pontos adjacentes que estão sendo
considerados.

Os recalques admitidos pelo Código de Cdnstruções da União Soviética, citado por Bowles< 50),
levam em consideração, além do tipo de estrutura, a natureza do solo e o máximo recalque
absoluto; seus valores encontram-se apresentados na Tabela 11.

Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 129

Tabela 11 — Recalques admitidos pelo Código de Construções da URSS, citado por Bowles <50)

Máxima distorção angular


Tipo de estrutura e destinação Máximo recalque
do edifício areia ou argila argila absoluto (cm)
dura plástica

1 1
Pontes rolantes
330 330

1 1
Estruturas de aço e concreto 10
1000 770

1 1
Extremidades de estruturas 15
reticuladas, fechadas com alvenaria
1420 1000

1 1
Estruturas flexíveis
200 200

1 1 8 (L/H 2* 2,5 )
Edifícios em alvenaria
portante (L/H* 3 ) 10 ( L7H 1 ,5)
330 250

1 1
Edifícios em alvenaria
portante (L/H * >5) 200 140

1 1
Edifícios industriais
1000 1000

1 1
Chaminés, fundações circulares, 30
caixas d'água elevadas 250 250

( *) L = dist ância entre dois pontos adjacentes considerados.


H = altura da parede a partir do respaldo da fundação.

Como se pode notar pela Tabela 11, as exigências soviéticas para alvenaria portante são
corpos
estranhamente condescendentes , supondo-se que tais edifícios sejam admitidos como(57 )
rígidos, isto é, que girem sem apresentar distorções; já os belgas, através do CSTC , são
bem mais conservadores em relação aos recalques admitidos para alvenarias, conforme valores
transcritos na Tabela 12.

A despeito das limitações ainda hoje existentes no conhecimento sobre a propagação de


pressões e a real deformabilidade dos solos, predições suficientemente satisfat órias de recal-
ques poderão ser feitas empregando-se os diversos modelos matemáticos já desenvolvidos,
alguns deles citados no Capítulo 6 (Terzaghi, Schmertmann, Newmark, Poulos e Davis etc .).
tica
A estimativa dos par âmetros elásticos do solo atrav és de ensaios de penetração est á
(SPT) ou dinâmica ("deepsounding ” ) , e até mesmo a adoção de valores em fun çã o da correta
impor -
identificação do tipo de solo e da estratificação das camadas poderá dar ao projetista
fundação.
tantes elementos, mesmo que qualitativos, para a previsão do funcionamento da limitação
Desnecessário dizer que o grau de erro dessa previsão, em função até mesmo da do enge-
dos conhecimentos , dependerá substancialmente da sensibilidade e da experi ê ncia /
t:
Scanned by CamScanner
130 - Trincas om odlffclos

do In Construction (S > '


Tabela 12 — Recalques ndmllldoa polo Contra Solentlflquo at Technique

MAxirno rocnlque nbfiolulo (mm)


Tlpo do MAxImn dIslorç Ao
Solo
ostrulurn annular Compononloo luolodon Radloro

I
75 75 a 110
nrnllii !)
Estruturas 300

reticuladas 1
50 50 a 75
areias
300
1
25 25 a 40
nroilnn
Alvenarias 1000

portantos 1
arolas 15 15 a 25
1000

nheiro do fundações, o quo do corta manolra o torna, dontro do atual mundo cibernético
,
um profissional privilegiado .
Verificada polo projotlsta das fundaçóos n possibllidado do ocorrência do rocalquoo diferen-
ciados porigosos, adoto - so uma " suporfundaç flo", antioconômica, ou dloeuto - so com o calcu-
lista o com o arquitoto modidas quo possam aumontar a lloxlbí lidado (6do odiffc í o ( juntas na
. ) Nosso sonlido, divorsas fontos a6 Wr?) recomendam
estrutura, dosvinculaçõ do parodos
o otc ,

a adoçõo do juntas do movimentação no corpo do odiffc ío, sempre quo so voriflearom situações
potoncialmonto porlgosas, como aquolao Ilustradas na Figura 132.

CASO A CASO 0 CASO C

PLANTA
a
PLANTA
7777,

CASO D

CASO E CASO F

a
a a a a
WAV//A ///AWA iV/ V 'XT V77Í V / /K7 / /A'\S>y /A\ X7 / À\777/:
^
Figura 132 Juntas na ostrulurn para ovltar -so n ocorrência do danos por rocalquos dlforonclados
das fundaçóos
a; edif ícios muito longos
b) odiflclos com goomotrla Irrogular
c) slstomas do fundação dlforontos
d) carrogamontos dlforontos
o) cotas do npolo dlforontos
f) dlforontos fasos do construção

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Prevenção de fissuras - 131

Nos pequenos edifícios residenciais ou comerciais, com dois ou tr ês pavimentos, é bastante


comum o emprego de brocas de concreto com cerca de 3 m de comprimento, verificando-se
na purlieu u ocon ôncia de fissuras em alvenarias não tanto pelo recalque diferenciado das
brocas, mus sobietudo pela falta de rigidez das vigas de fundação. No tocante a brocas
não armadas, em função do seu diâmetro, Borges(n) recomenda as seguintes capacidades
do caiga:

—0 20 cm: capacidade de carga = 4 a 5 Tf ;

0 25 cm: capacidade de carga = 7 a 8 Tf .


lambem com Iruquência nesses pequenos edif ícios são empregadas sapatas corridas de
concmto armndo. Nesse caso os recalques devem ser calculados considerando-se o compo-
oonlo suportado por apoio elástico, podendo-se empregar as f órmulas apresentadas porTimo-
shunko M ou Roark 1'' . Tanto para as vigas de fundação quanto para as sapatas corridas,
'' "
locomonda so quo as flechas desenvolvidas não excedam os valores que ser ão analisados
no Item a seguir.

Do acoido com Crawford1^1, "movimentos da fundação sempre v ão existir: o importante é


salientar quo o comportamento em serviço da fundação pode ser satisfatoriamente previsto,
lendo o projetista o compromisso de aliar seu desejo de recalque nulo com o desejo do
propriolârio do obra de que a fundação seja a mais barata possível". Continuando, Crawford
cila quo "em cortos casos é vantajoso aceitar maiores recalques , projetando- se juntas de
acomodação na superestrutura, devendo - se considerar ainda que juntas projetadas no edifício
com outras finalidades poder ão absorver pequenas movimentações do sistema de fundação.
Uma voz entendida a interação entre o solo e o edifício começ am a ficar óbvias as vantagens
do trabalho conjunto entre o engenheiro de fundações, o calculista da estrutura e o arquiteto".

9.2 Estruturas de concreto armado


Como foi mencionado anteriormente, as estruturas de concreto armado poderão apresentar
doformaçôos que em nada afetarão o comportamento em serviço de seus componentes,
mns quo poder ão comprometer o desempenho de outros elementos da construção (vedações,
pisos , caixilhos etc .).

Os oslor ç os o as deformações introduzidos nos componentes estruturais pelas cargas de


sorviç o o pelas deformações impostas (recalques de fundação, movimentações térmicas etc.)
podor âo sor calculados com razo ável precisão empregando-se modelos da teoria da elastici-
dade o as regulamentações t écnicas desenvolvidas (25.31 etc )
O Comlto Euro- lnlornational du Beton , por exemplo, publicou recentemente um trabalho bas -
,
lanlo bom sobre efeitos produzidos em estruturas de concreto pela ação de movimentações
lôrmlcas( f,) ,

Exlstom muitos diverg ências sobre o espaç amento a ser observado entre juntas de dilatação
numa ostrutura do concreto armado: as recomendações variam entre 30 m e 60 m, adotando-se,
om gorai, 50 m, Em função da natureza dos componentes de fechamento e das condições
do exposição do odif ício, ou até mesmo em função de movimentos das fundações, conforme
onfocodo no Item anterior, grandes espaç amentos poderão provocar sérios danos aos compo-
nontos não estruturais do edif ício.

Na roalldodo, a dist ância entre juntas de dilatação depender á muito mais de fatores extrínsecos
á ostrutura, sondo que, do ponto de vista eminentemente estrutural, alguns autores consideram

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132 - Trincas em edif ícios

’ ^
, Fintei
176 ,
até mesmo dispensável o emprego dessas juntas ó as junta d ç à d
o s
global do edif ício considera necessárias nâ ^ ^ ^
do concreto o
e a estrutura, visando acomodar deformações
retração etc .
,
entes estruturais de concreto armado de
Do ponto de vista do fissuramento dos compon4, pode- se prever com m n ma margem de
acordo com o que foi apresentado no Capítulo dade da estrutura, os cód os
erro o nível de fissura
de concreto armado '
ção das peç as . Tendo em vista a durabili
,
(2S 3132 e c ) apresentam limitações nas aberturas das

taxas de armadura a serem empregadas nos


fissuras e as mínimas
componentes estruturais, a fim de que nao
Para solicitações de flexão ou tração pura,
^
seja atingido o estado de fissuração inaceitável.
por exemplo, a taxa mínima de armadura pode ser determi
nada por:
tç| 0 ( 41 )
Pr .mln
4 fbu . srm
onde: pr.mln = taxa geomé trica mínima para que não ocorra o
estado inaceitável de fissuração da peça;

= resistência á tração do concreto;

0 = diâmetro da armadura tracionada;

resistência do concreto ao cisalhamento;


^bu =

rm ^màx
1,7 ( e sm. r ecs )
k\náx = abertura máxima admitida para as fissuras;
esm.r = alongamento médio da armadura tracionada;

CS = retração do concreto .
As estruturas apresentarão distorções de diversas ordens Conforme representado na Figura
133, três situações poderão ocorrer:

L AH AHr

AV
-
f
H
I
I
I
I
!

7ÁW/
F 9ura 133 ~
' ^torções angulares num edifício com estrutura reticulada
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Prevenção de fissuras - 133

No geral, as deformações globais da estrutura deverão ser limitadas, principalmente Dara


que náo se|am introduzidas elevadas tensões de cisalhamento nas paredes de fechamento
O Centre Scientifique et Technique de la Construction 77», por exemplo, limita essas distorçõ
aos seguintes valores: ' v esô

a) AV < L/300 ( AV pode ser provocado por recalque diferenciado, deformação lenta do con-
creto, temperatura etc . );

b) AH < H/500 ( AH = deslocamento horizontal provocado pela ocorrência de AV compor-


tando- se o edif ício como um corpo rígido);

c) AHr < 4 mm ( AHr = deslocamento relativo entre dois estágios distintos de carregamento,
por exemplo, atuação e não atuação do vento).

Os efeitos mais nefastos de deformações da estrutura, contudo, são aqueles advindos da


deflexão de vigas e lajes. Tais deflexões poderão assumir valores bastante significativos,
principalmente pela deformação lenta e pela fissuração do concreto na região fracionada
da peç a, conforme foi analisado no Capítulo 5. Para prevenir tais defeitos as flechas dos
componentes estruturais devem ser limitadas e/ou detalhes construtivos apropriados devem
ser previstos; alguns desses detalhes serão analisados nos itens seguintes.

Em termos de limitação das deflexões, o CSTC(77) faz exigências distintas em função da natureza
do componente apoiado sobre viga ou laje, considerando a flecha "fb" que se manifesta
após a instalação do componente (montagem da parede, assentamento do piso etc.); as
flechas m áximas "fb" estipuladas pelo CSTC, considerando inclusive a parcela resultante da
deformação lenta do concreto, são apresentadas na Tabela 13.

Tabela 13 — Flechas máximas admitidas peio CSTC (T7) , após a instalação do componente

Natureza do componente fb.miir


parede com aberturas 1/1000
Alvenaria ou painéis pré-fabricados parede sem aberturas 1/500
apoiados sobre viga ou laje parede com aberturas, com detalhes
apropriados 1/500

sem possibilidade de movimento 1/ 1000


Caixilhos envidraçados
sob viga ou laje com possibilidade de movimento 1 /500

Revestimento de piso assentado piso rígido (cerâmica etc.) 1 /500

sobre laje piso flexível (carpete etc.) 1/250

argamassa rígida 1/350


Revestimento de forro 1/250
revestimento flexível, forro falso
1/250
Lajes de cobertura
1/500
Vigas suportando pontes rolantes

Pfeffermann(2> faz uma análise da normalização de diversos países, no tocante ás flechas


de longa duração admitidas, verificando que os limites chegam a diferir bastante de um
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134 - Trincas em edifícios

do componente apoiado
país para outro, e que normalmente não se leva em conta a natureza são:
normas
sobre a viga ou a laje; os valores estipulados por algumas dessas

a) França (BA-60): foo/L 1/500;

b) Estados Unidos (ACI 318): foo /L 1/360;

c) Países Baixos (GBV 62);


);
•foo /L < 1/250 (sobrecarga de ocupação inferior ao peso próprio
•foc /L < 1/500 (sobrecarga de ocupação superior ao peso próprio );
d) URSS — Roménia:

- foc/L <1/200 (L < 5 m)

•ou
lajes nervuradas
vigas < - WL < 1/300 (5 m sá L < 7 m)

- WL <1/400 (L > 7 m)

- foo /L <1/200 (L <7 m)

•lajes sem nervuras <[


- WL <1/300 (L 2* 7 m)

-oo de quantificação relativa- . . .


Além da limitação da flecha, cujo cálculo inclui uma sérip HP fatrwres
d fat 4Í

mente difícil, as normas estranaeiras sohrp ?

' P eí fermann anallsa exigências de

- .
diversas normas a esse respeito, concluindo que:

de 1 20 1/27
t ST
òseveros; ' 71
^ 1 ° multo mais
excetuando -se a Franç a com limites
/ 3

b) idem para lajes maciç as, onde os limites variam de 1/20 a 1/35;

Para iaíes lip c09umel 05 va> recomendados sâo bastante pró ximos, em média
V35 ° ° °
rrna resumWa' os valores estipulados por
í resDectivamlntde ° f
ues normativas, respectivamente para vigas, lajes maciças e lajes tipo cogumelo
algumas ent dades
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 135

Tabela 14 — Limites de h/L para vigas de concreto armado

Valor limite de h/L


País - Norma Observações
apoio simples vigas contínuas

1 1 2400
Franç a ( BA 60)
- 100 p, <0,8
10 16
1 1
Grã -Bretanha
(CP 114) 20 25
1
tramo intermediário
1 26
Estados Unidos
(ACI - 318) 20
1
tramo extremo
23
1
tramo intermediário
1 37
Países Baixos
(GBV 62) 26
1
tramo extremo
30

Tabela 15 — Limites de h/L para lajes maciças de concreto armado

Valor limite da relação h/L


Espessura
lajes simplesmente apoiadas lajes cont ínuas
País - Norma m ínima
(cm) armadas numa armadas em armadas numa armadas em
direção duas direções direção duas direções
1 1
Franç a 5
(BA- 60) 20 27
1 1 1 1
Gr ã- Bretanha
(CP 114 ) 30 35 35 40
1 r* 1
Estados Unidos 9
(ACI 318) 25 45 35
8 1 1
Paí ses Baixos
(GBV 62) 7* 32 45
( * ) Para lajes de cobertura .

(* *) Laje oonstituída por seções pré- fabricádas , com armadura de distribuição,

•r

Scanned by CamScanner
|,U\ 11 HUM* om rttlllioio»
tipo cogumelo
laí vto Ifi l mutes \ te /11 para lajes maciças da concreto armado

Lajes apoiadas em
l.rt|ea apoiadas em pilares com capitel
pilares sem capitel
Pais Noima espessura
-
i
máximo
espessura
minima (cm) —L máximo mínima (cm)

1
t
40
Ptia Mieianha Ui
12, 5 12, 5
(CP lt - t ) *
( -5- )' ( -5- )
I 1
Países baixos
\C*W fO) 32 36

1 1
36
r niados Oni- 33
12,5 10
dos ( ACI 31H)
( -à r (
^ r
(' ) Paia fiaineis localizados na borda da laje,
( * * ) Para aç os doces.

( )
Em função dosso quadro, portanto, pode - se extrapolar a recomendação de Vitor Mello 48 ,
direcionada no projeto das fundações, para o c álculo da estrutura, ou seja, muitas vezes
o dimensionamento da viga ou da laje dever á ser condicionado pelo critério da flecha admissível,
áo polo crit ério do ruína. O CEB(3C) cita que “ a princ ípio, o calculista deverá escolher
OS
''*
* 1
.
- vJ Liue acredita serem apropriados, levando em conta o tipo de estrutura
e a dost inação do edif ício; c ódigos, normas t écnicas ou outras regulamentações não podem
olorocor mais do que diretrizes gerais",

9.3 Ligações entre estrutura e paredes de vedação


.
Ar movimentações higrot érmicas da parede e da estrutura, as acomodações do solo e as
deflexões dos componentes estruturais introduzir ão tensões nas paredes de fechamento que,
om função da natureza do seu material constituinte e da própria intensidade da movimentação,
poder ão sor absorvidas , Sempre que houver , entretanto, incompatibilidade entre as deforma-
ções impostas o as admitidas pela parede, cuidados devem ser tomados no sentido de evitar - se
a fissuraçno da parede ou o seu destacamento do componente estrutural, principalmente
no caso do fachadas onde, atrav és da fissura ou do destacamento, ocorrerá a penetração
do Agua para o interior do edif ício,

Um dos problemas mats sérios que se apresentam para as paredes


de vedação é a deflex ão
n NGSSG sentid0 muit0 Poder á ser feito retardando- se ao máximo a montagem
andnm niuMo
o
‘°
^ inOmrf
'
ara due as deflex
,
ões dos andares superiores não sejam transmitidas aos
m n a9em das paredes dever á ser feita do topo para a base do pré dio;
quando isto tor impossível , o °
encunhamento* das paredes deverá ser efetuado "a posteriori

dTbwro°
^ ^
C m
maciçC os lrr 0 nraimnts
ar9amassa de
com Pequeno módulo de deformação, como tijolos
° matfriais
aa cal/ e areia, podendo
-se adicionar pequena quantidade de cimento.
Prevenção de fissuras - 137

ou, como sugere Pfeffemnann 2 *, os fechamentos deverão ser inicialmente efetuados em pavi-
*
mentos alternados (Figura 134).

A B
7

7
''A
A

-
V / >W / /As' y/ /iCSW / / /Çs>7/ / A
*
Figura 134 — Montagem recomendada para as paredes de vedação
a) encunhamento "a posteriori" (indicado para alvenarias)
b) montagem em pavimentos alternados (painéis)

No caso de estruturas muito flexíveis e/ou de paredes muito rígidas, o CSTC<77) recomenda
a introdução de material deformável (poliuretano expandido, feltro betumado, estiropor etc.)
na base da parede. Diversas outras fontes 2'63'7879 recomendam a inclusão deste material
deformável no topo da parede, conforme Figura 135 * *.

ir_
T fí oe:
;< Sr

•* •

Figura 135
deformável
— Junta de dessolidarização entre a parede e a estrutura, com o emprego de material
..vt .

No caso do emprego dessas juntas, o contraventamento lateral da parede poderá ser garantido
por outras paredes transversais ou, em situações adversas, por ganchos de aço
respectivamente na parede e no componente estrutural. O acabamento da junta
chumbados
poderá ser
efetuado com moldura de gesso ou, conforme ilustrado na Figura 136, com selante
á base de resina acrílica, poliuretano, silicone etc. flexível

Scanned by CamScanner
138 - Trincas em edif
ícios

c *:> V ' -
* t? * v * •
<3^
9r &
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4 * o
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i
MT
SELAN TE SELAN TE

MAT DEFOR M Á VEL PAINE L PR É -


FABRICADO

Figura 136 — Acabamento de juntas com se ante fí ex ú el


'
Um problema que se tem verificado particularmente critico é o do destacamento entre paredes
e pilares; nossa pratica construtiva, baseada no emprego de alvenaria de tijolos de barro
ou blocos cer âmicos, com paredes revestidas, sempre e so considerou essa ligação com
.
o emprego de argamassa tomando-se o cuidado de chapiscar previamente o pilar e, algumas
vezes, chumbando- se no mesmo alguns ferros de espera. Essa ligação funcionava bem porque
as estruturas eram mais ngidas: o revestimento acabava absorvendo parcialmente as movimen-
tações ocorridas e também porque, como ja foi visto, ha uma tendência do material cer mico
â
permanecer estável ou e\pandir -se. sendo muito raro o caso de retração .

Essa pratica de ligação foi simplesmente transposta para outros materiais (blocos de concre
to,
-
sílica cal, concreto celular etc.), outros componentes (painéis), outros sistemas construtivos
(“ Outinord" etc .) e outras condições de acabamento (alvenaria aparente),
sem considerar-se
devidamente fatores muito importantes como retração, rigidez dos componentes
etc . Assim sendo, a ligação tradicional pode ser mantida apenas para estrutur
da parede
as razoavelmente
ngidas, paredes não muito extensas e componentes que não apresentem
considerável retração
de secagem ou movimentações hí grotermicas muito pronunciadas.

Quando tais condições não forem verificadas, e principalmente


revestidas, cuidados especiais devem ser tomados nas ligações
no caso de fachadas não
parede/pilar , empregando- se
sempre materiais flexí veis. No caso de painéis pr é -
fabrica dos existem diversas indica-
ções^ 8 ' 8-' para a execução das uniões entre painéis adjacen
tes e entre estes e os pilares,
mediante o emprego de selantes flexíveis, perfis extrudados
de PVC etc.
No caso mais rotineiro da construção não industrializad
e paredes poder ão ser executadas com ferros de
a as ligações mecânicas entre pilares
espera, empregando-se todavia entre o
pilar e a parede um material deform ável (cortiç a,
poliuretano etc.), capaz de absorver as
movimentações diferenciadas. Os encontros entre
paredes e pilares poderão ser arrematados
com qualquer tipo de mata- juntas ou com selante
flexível, conforme representado na Figura

9.4 Alvenarias

.
s a venarias portantes ou não apresentam .
em geral bom comportamento ás solicitações
3X13 0 mesmo hão ocorrendo
’ , sempre que
amer]tofi portanto com os outros tipos de esforços ( tração e
possível, as cargas exc êntricas dever
n ra ão ser evitadas,
? ! KC ^
ever ser distribuídas por meio de
^ ^°
nas aberturas deverão ser absorvidas por coxins, as concentrações de tensões
vergas e contravergas etc .
Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 139

i FF &.. - v

I 1 .3 ;
• 9
i
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i O* .- •
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V
o ••

o*
2?.
< .
••
.
^ • m

*
d - SELANTE MAT. DEFORM ÁVEL

Figura 137 — Juntas de acomodação entre paredes e pilares


a) pilar revestido com tijolos cerâmicos
b) junta aparente na borda do pilar
c) junta não aparente, parede encaixada no pilar
d) junta aparente no corpo da parede
e) mata-juntas fixados aos pilares
f ) perfil de alumínio íf xado ao pilar
/
i
Também deve ser evitada a presenç a de água na alvenaria acabada, o que pode provocar
movimentações higroscópicas acentuadas, manifestação de efloresc ências, expansão pela
eventual presenç a de sulfatos ou at é mesmo a dissolução de compostos da argamassa de
assentamento. Nesse sentido, podem ser tomadas providências tais como: boa impermea-
bilização da fundação, adoção de detalhes arquitetônicos que faç am com que a água de
chuva descole da fachada, revestimento da parede com película impermeável ou hidrófuga,
presenç a de uma cobertura verdadeiramente estanque e medidas que evitem o empoçamento
de água nas bases das paredes.

Sendo muito sensíveis âs distorções e deflexões, as. alvenarias exigem cuidados especiais
no projeto das fundações e no c álculo da estrutura; alvenarias portantes em edifício com
pilotis, por exemplo, significa a necessidade de projetarem-se vigas de transição com elevada
rigidez.

Os cuidados com a execução das alvenarias deverão iniciar-se pelo controle de recepção
e estocagem dos blocos ou tijolos, atentando-se principalmente para os seguintes detalhes:
t

— componentes com grandes variações dimensionais dificultarão a aparelhagem da parede,


exigirão maior consumo de argamassa de revestimento, darão origem a juntas horizontais
irregulares, gerando concentração de tensões em determinados blocos ou tijolos etc.;

— componentes mal curados apresentar ão retração intensa na parede acabada;

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-
140 Trincas em edifícios
ão água do chuva, contralndo -so subso.
— componentes nâo abrigados no cantoiro absorvor .
quentemente na parede quando esta água ovaporar -
so
i

O comportamento das alvenarias será condicionado


pola
a
6
"i/“-
mpa-
.
tânoia pois dele depende a aderência da argamassa
ção dobloco 6 do undam
gamassa. De acordo com SabbatinP1, o poder do suco a reslst óncia da luntaicon
® b
Iraa' ''
pene.
. Tal pod
tração de âgua de chuva nas alvenarias aparentes
ser avaliado diretamente por ensaios de suc ção inicial
(norma AS .
r -a7 )\ nn indirelamenio

por ensaios de absorção de água .


ão portanto apresentar poder de
Os blocos, independentemento do tipo de material, dever for muito pequena, não haverá
ção
absorção dentro de uma determinada faixa; se a absor
nos poros do boco, prejudicando - se
boa penetração dos cristais hidratados do aglomerante
portanto a aderência mecânica. Se * por outro lado, a absor çã
o í or muito grande, não haverá
mais uma vez a aderência.
água suficiente para a hidratação do aglomerante , prejudicando-se de obras, molhar
Entendido esse mecanismo, parece resolvida uma velha dúvida do canteiro
á los , sempre que
ou não molhar os blocos? A resposta seria: umedec ê - los, sem encharc -
os mesmos apresentarem -se muito ressecados .

As faixas de absorção de água ou suc ção inicial especificadas pelas diferentes normas variam
muito. Para blocos cer âmicos, por exemplo, os italianos (UNI 5632/65) estipulam uma absor ção
de água compreendida entre 8% e 28%, enquanto os ingleses (BS 3921) não fazem nenhuma
exigência. Para blocos de concreto, os belgas (NBN 538) exigem uma absor ção de água
não inferior a 12%, enquanto que os brasileiros (EB-959/78) especificam uma absorção máxima
de 10%. O National Building Research Institute183 recomenda, para blocos sflico-calcários,
*
suc ção inicial compreendida entre 14 e 35 gramas de água por minuto por 30 polegadas
quadradas ( =* 194 cm2 ) de área exposta.

Independentemente do tipo ou do poder de suc ção do bloco, todavia, a escolha do tipo


de argamassa de assentamento é que influirá decisivamente no melhor ou pior comportamento
da alvenaria. Considerando o grande poder de acomodação ás mais diferentes solicitações ,
conforme analisado no Capítulo 7 (item 7.2.3), e a import ância relativa na resist ência mec ânica
da parede ás solicitações de compressão, como foi visto no Capitulo 4 (item 4.3), deverão
sempre ser empregadas argamassas mistas, a não ser que se disponha de um cimento
especial ("masonry cement") de qualidade comprovada.

Assim sendo, praticamente todas as especificações técnicas recomendam argamassas propor-


cionadas com um volume de aglomerante (cimento e cal misturados) para três volumes de
areia, relação esta que parece ser ideal para que os grãos de areia sejam totalmente recobertos
pela pasta de aglomerante. Nos Estados Unidos, por exemplo, a norma ASTM C-91 recomenda
as proporções apresentadas na Tabela 17.

a) paredes estruturais: argamassa N (alternativamente S ou M);

b) paredes de vedação: argamassa O (alternativamente K, N ou );


S
c) fundações e muros de arrimo; argamassa S (
alternativamente M ou N).

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Prevenção de fissuras - 141

Tabela 17 — Argamassas recomendadas pela norma americana ASTM


-
C 91 (proporções em volume)

Tipo de Traço em volume Resist, média aos


argamassa cimento cal hidratada* areia 28 dias (MPa)
M 1 0,25 2,8 a 3,8 17,2
S 1

0, 25 a 0,5 2,8 a 4 ,5 12,4
N 1 0,5 a 1,25 3,4 a 6,8 5, 2
O 1 1,25 a 2.5 5,0 a 10,5 2, 4
K 1 2, 5 a 4,0 7,9 a 15,0 0,5
( *) Cal hidratada em pó ou pasta de cal virgem.

argamassas sem cal hidratada. Nessa hipótese, entretanto, recomenda-se a adição á arga
-
massa de agentes incorporadores de ar ou aditivos retentores de água (normalmente derivados
da celulose).

Além dos cuidados referentes á escolha dos materiais, a qualidade da alvenaria dependerá
fundamentalmente da qualidade do serviço (nível, prumo, regularidade das juntas etc.). O
adensamento da argamassa das juntas verticais e horizontais, conseguido mediante a pressão
de um bloco contra outro na operação de assentamento, e o não realinhamento do bloco
assentado após o início de pega da argamassa são cuidados imprescindíveis para que se
obtenham juntas estanques , requisito indispensável para as alvenarias aparentes localizadas
nas fachadas da obra. Nessas alvenarias é sempre recomendável o frisamento das juntas,
tanto para melhorar -se a compacidade da argamassa, quanto para propiciar-se o descolamento
da lâmina de água de chuva escorrendo pela fachada, podendo-se frisar as juntas de diferentes
maneiras, conforme representado na Figura 138.

.
•• \ •• * \
\ <
V

Figura 138 — Frisamento de Juntas em alvenarias aparentes de fachadas

Independente da qualidade do serviço e da intensidade das movimentações da fundação


ou da estrutura, as alvenarias estarão sujeitas a movimentações próprias, causadas por fenôme-
nos higrotérmicos, pela retração dos componentes de alvenaria e/ou da argamassa de assenta-
mento etc. Para evitar -se a fissuração das paredes, as tensões provenientes dessas movimen-
tações deverão ser aliviadas pela introdução de juntas de controle, normalmente localizadas
nas seções onde ocorre concentração de tensões (mudança brusca na altura ou na espessura
da parede etc.).

Juntas de controle deverão ser previstas também em paredes muito longas, ou em paredes
muito enfraquecidas pela presenç a de aberturas de portas e janelas. Para alvenarias com
juntas em amarração, com desempenho bastante superior àquelas com juntas a prumo, o
CSTC (77> limita o comprimento da parede ou a dist ância entre juntas de controle em função

Scanned by CamScanner
142 - Trincas em edif ícios

da presenç a de aberturas , da largura da parede (b) e da contraç ao específica (e ) esperada


para a alvenaria ( decorrente da retração e /ou de movimentações higrot érmicas). Os valores
recomendados pelo CSTC encontram -se apresentados na Tabela 18

Tabela 18 — Comprimento máximo da parede ou distância máxima entre juntas de controle, em alvenarias
com juntas em amarração — CSTC { 77)

Comprimento m áximo da parede ou distância máxima entre juntas


Intensidade da contra- de controle (m)*
ção esperada para a al-
venaria (%) Paredes sem aberturas Paredes com aberturas
b 14 cm b < 14 cm b 14 cm b < 14 cm
e 0,01 30 30 30 30
0,01 < e 0,04 12 8 8 6
0,04 < E 0,06 8 6 6 5

( *) Se as paredes forem dotadas de armaduras cont ínuas, os valores acima indicados


poder ão ser majorados em 50%.

É consenso que as armaduras melhoram substancialmente o comportamento da alvenaria


quanto â fissuração, contrabalanceando sua deficiência natural de absorver tensões de tração
e cisalhamento. Por esta razão, todas as especificações sobre c álculo e execução de alvenarias
armadas estabelecem limites mínimos de armaduras nas paredes, variando as taxas geomé -
tricas mínimas entre 0,2% e 0,4%.

No caso de alvenarias não portantes, segundo Pfeffermann(44 ) , as prescrições americanas


estabelecem , como mínimo, a colocação nas juntas de assentamento de armaduras com
4 mm de diâmetro, com espaç amento não superior a 40 cm . A Federal Housing Administration
(Estados Unidos) estabelece , conforme Tabela 19 , a dist ância máxima entre juntas de controle
em função da presenç a ou não de armaduras nas paredes, do índice de retração «, dos
componentes de alvenaria e da localização da parede.

Tabela 19 — Distância máxima entre juntas de controle em alvenarias (m ) — Federal Housing Administration

Localização Retração do Parede Parede armada


da parede componente de não armaduras a armaduras em
alvenaria (%) armada cada duas juntas todas as juntas
e, =* 0,065 7.5 9 10,5
Externa e, 0,03 *
9 12 13,5
E , 0,04**
e, =» 0,065 7,5 10, 5 13,5
Interna B , 0,03 *
10,5 13, 5 16,5
B , 0,04 * *
(*) Material com massa espec í fica aparente superior a 2 kg/ 5
dm .
(**) Material com massa espec í fica aparente inferior
a 2 kg /dm3 .
4 •*

i'»

as P9derã ser armadas atravé s de cintas de concreto,


ovonVfwar ' °
executado nos furos dos blocos vazados, ou ainda através de de grauteamento vertical
ferros corridos dispostos nas

Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 143

juntas do assentamento; nosso último cnso o diâmetro das armaduras não dever á exceder
a mofado da ospossurn cin junta o, om qualquer caso, as armaduras dever ão ser convenien-
tomonto cobortns para quo nâo haja risco do corros ão.

9.5 Lajos de cobertura


As parados do último pavimonto do um edif ício est ão sujeitas a condições particularmente
.
advotsns om função principalmento da movimentação t érmica da laje de cobertura. Deve -se
fiisor também quo o maior ofoito da dilatação t érmica dos pilares acontecerá neste último
pavimonto, |ã quo elos só poder ão expandir - se para cima,
No per íodo pós - concrotagom as lajes do cobertura estar ão, mais do que as outras, expostas
a grandes intonsidados do radiação solar . Portanto, caso n ão sofram um processo muito
cuidadoso do cura, essas lajos apresentarão grande retração de secagem, com efeitos diretos
sobro as paredes do último pavimento .
Uma das primoiras soluções que se apresentam para o problema é a criação de juntas de
movimontação na laje, que poderiam absorver tanto as movimentações resultantes da retração
quanto as movimontaçôos térmicas. Caso essa solução seja adotada, as juntas dever ão ser
,
conveniontomonto calculadas o tratadas com mata- juntas ou selantes flexíveis, conforme abor-
dado por Picchil w ).

Na impossibilidade do adoção do juntas de movimentação, no sentido de minimizar o efeito


da retração de lajes muito extensas , Fintel( 76) recomenda'a criação de juntas provisórias,
com barras emendadas por transpasse ou ligeiramente arqueadas, conforme representado
na Figura 139. Tais juntas, com largura compreendida entre 60 e 90 cm, seriam posicionadas
nas seções de menor momento fletor . Assim sendo, grande parte da retração do concreto
(aproximadamento 50% do total, no primeiro mês) seria absorvida pelas juntas provisórias,
que seriam concretadas 20 ou 30 dias após a execução da laje.


Figura 139 Juntas provisórias em lajes muito extensas: absorção da retração com possibilidade de
retificação das barras ou do seu deslocamento relativo no transpasse

Scanned by CamScanner
144 1 tineas am odlfjoloa

l \ > ponto do vista dan movlmonlagpon loimlons, undo uma bon soluç Ao sorla a ndoç fio do
juntas, algumas solugAos combinada» como o sombmamonto da ln|o, o onrljocimenlo do
Clntamonloo a ndogAn da ramada da Isolug Ao lArmloa podom MO í consideradas; com rofor ôncia
a naans solugOos, davam sai lollas oonludo as soguinlos obsoivaçOoa:
a) o sombmamonto Isolado nAo apmsontn boas insultados, priiu'lpalmanlo quando a cobortura
lot constituí da pot eanalotos asliuluiais do clmanto amlnnlo (lallias com prando podor do
mluadlagAu, Atteos gotalmonlo Inovlstonloa ou mal vonlllndos);

b) o mfotgo via olntnmonlo, nos mvals nocossAtlos, A antloconômlcoi«

o) a IsoIngAo toimlea ila la|a, ilasda pun bam pio|atnda a bam oxocutada, podo aprosontar
bons resultados,
bin tungAo dassa quadio, uma soluç Ao pua so allpuia cornu bastnnto razoAvol ó a dossolida -
.
tlifngAo antm a:' puiodos do ultimo pavlmanto a a la|a ou o vlgamonto da cobortura. Nas
nstmtuias mtlculadus, tal dosviiuuilngAo podorA sar taita nos moldos do que foi proposto
pain ns puiodos do vodagAo (Horn b ;i, l ipuia KU>), Nusnlvunuilasoatruturals, sogundo divorsos
autoios a dossolidnii / agAo dovo sai obiigatoilamonto adotada. Assim sendo, ontre
a nlvonniia o a lu|o da oobuituiu dovo :UM ctladu uma junta dosli/ anlo, conformo Figura 140,
pun podo sai constituí da pot naoprana , folhas duplas da uobru, pollotllono, loltro botumado,
papol Kraft botumado ale,

IMt'K MMEAIIILIZAp À O

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ISOLApAO TIÍMMICA .
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JUNTA JUNTA
DU 8 UZANTE
DESLIZANTE

11

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rtgura 140 — Junta Mirant ( # on/ro laj do cobsrtum s alvenaria estrutural
*
Atom da dnsvInculaç Ao do topo das parados outras procnuçõea podorAo
A aimnç Ao das alvenarias, a dosvlnculaç Ao das pniodos nos oncontros
sor tomadas, como
foi visto no item dd (I ipuia \ IW )> n udogAo tin juntas do com os pilaros, conformo
longas (subdividindo as am sag0«s monoms , quo absorvom movimonta ç Ao nas paredos muito
gOns); nossn ultimo aspooto, podom sar adotadas
com mals facllidndo ns deforma *
portas com bandeiras no último pavlmonto
(Figura 141), Intoriompntido so poitanto as parados com
um dotalho arpuitot ônlco,

Nas lajos mistas, noimalinnnto omptogadas ern odilfeios do


sAo similams aos analisados para la oa maciç as,
poquono porto, os problomas
Mnnlfostam - so, todavia, orn rnonor proporgAo t

Scanned by CamScanner
Prevenção de fissuras - 145

Cf • • \ .• of •‘ * A .•• *• ••• 09 ;" ô»


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o?

Figura 141 — Seccionamento das paredes do último pavimento, empregando-se portas com bandeira

tanto porque as lajes s ão menores, quanto porque as vigotas pré - fabricadas de concreto
já desenvolveram parte de sua retração. As fissuras entre vigotas e componentes de laje
(Figura 17) , normalmente causadas por movimentações térmicas diferenciadas, podem ser
evitadas solidarizando- se os componentes uns aos outros com tela metálica embutida na
capa de compressão executada "a posteriori".

9.6 Revestimentos rígidos de parede


As fissuras desenvolvidas em argamassas de revestimento, sem fissuração da base*.manifes -
tam - se por solicitações higrot érmicas e, sobretudo, por retração da argamassa: De acordo
,,
com Joisel ? ), a incidência dessas fissuras será tanto maior quanto maiores forem a resist ência
á tração e o módulo de deformação da argamassa. Portanto, a exemplo do que se concluiu
para as argamassas de assentamento de alvenarias , as argamassas de revestimento deverão
trazer em sua constituição teores consideráveis de cal, sendo comum o emprego dos traç os
1:1:6, 1:2:9, 1 :2,5:10 e 1:3:12 (cimento, cal e areia, em volume},

Cincotto(?0'67) destaca que as argamassas de revestimento devem apresentar módulos de


deformação inferiores àqueles apresentados pelas alvenarias ou outras bases, podendo assim
absorver relativamente bem-pequenas movimentações ocorridas nas bases onde foram aplica-
^
das . Cincotto observa inda que, no caso de camadas múltiplas, o módulo de deformação
da argamassa de cadâ camada deverá ir diminuindo gradativamente de dentro para fora
da parede (consumo de cimento, portanto, djminuindo no mesmo senticío)

Além do proporcionamento adequado, a qualidade dos materiais é preponderante para a


obtenção de uma boa argamassa de revestimento; as areias com elevados teores de finos,
impurezas orgânicas ou aglomerados argilosos favorecer ão as fissuras de retração da arga-
massa, além de provocarem outras patologias. Cincotto(67) salienta que a cal hidratada pode
conter teores bastante elevados de material inerte adulterante, ou seja, finos inertes que indu-
zir ão retrações acentuadas em argamassas teoricamente bem dosadas.

Ocorrendo o endurecimento das argamassas que cont êm cal pela penetração do anidrido
carbónico na massa ( reação de carbonatação), a espessura da camada não deverá ser muito
fina, o que resultará na "impermeabilização" da superf ície do revestimento pela grande concen-
tração do finos, nem muito grossa, o que dificultar á a penetração do anidrido carbónico
atrav és da argamassa. Como regra geral, a espessura da argamassa de revestimento dever á
estar compreendida entre 1 cm e 2 cm; no caso da necessidade de espessuras superiores,
a argamassa dever á ser aplicada em várias camadas.

Scanned by CamScanner
146 - Trincas em edifícios

,
Ainda quanto á aplicação, que deve ser efetuada em base suficienlemente rústica (chapiscada,
sempre que necessário) , Cincotto 67) observa que, se não houve tempo de secagem suficiente •
entre a aplicação de duas camadas sucessivas, a retração de secagem da camada inferior
pode gerar a fissuração da camada mais externa.

Os revestimentos com pasta de gesso normalmente não apresentam problemas de fissuras


de retração . Segundo Petrucci (85) na reação de hidratação do gesso, ao inv és de retração,
pode at é ocorrer uma ligeira expans ão da massa. Em função, contudo, da pequena espessura
da camada aplicada (cerca de 1 a 2 mm) , microfissuras ocorridas na base propagar - se-ão
automaticamente para o revestimento. O National Building Research Institute, citado por Cincot -
to( 67 ) , adverte para o perigo da aplicação de gesso sobre argamassa de cimento ainda fresca,
com possibilidade de ocorrer reação expansiva (conforme abordado no Capítulo 8).
Os revestimentos com azulejos não deverão ser muito extensos , já que movimentações relativa-
mente acentuadas da parede não poderão ser absorvidas pelo corpo cerâmico e , principal-
mente, pelo vidrado do azulejo; como regra geral, a dist ância entre juntas de controle no
revestimento de azulejos dever á ser a indicada para as alvenarias (item 9.4). A gretagem
dos azulejos ( Capítulo 7) , poder á ser evitada com o emprego de argamassa de assentamento
adequada ( com leves traç os de cimento) , estendida por todo o tardoz da peç a; azulejos
com espessura exageradamente pequena, contudo, apresentar ão gretagem.

9.7. Pisos Cer âmicos


Por uma série de motivos, os pisos cerâmicos podem fissurar-se ou destacar -se da base:
argamassas de assentamento muito rígidas, ausência de juntas entre as peças adjacentes,
retração acentuada da base de assentamento, ladrilhos assentados demasiadamente secos
etc . fComo abordado nos Capítulos 2 e 5, respectivamente, os problemas Doderão também
surgir por dilatações t érmicas do piso e por deflex ões acentuadas de lajes.
(86)
No sentido de prevenir a ocorrência de problemas com o piso cerâmico, o IPT recomenda
diversas medidas:

—ou 1emprego de argamassas não muito rígidas, sugerindo os traç os 1:4 (cimento e areia)
:0,25:5 (cimento, cal e areia);

— assentamento com observação de folgas entre as peç as, variando essas folgas de 1
mm a 5 mm em função do tamanho dos ladrilhos e da localização do piso (interno ou externo
ao edif ício) ;

— dessolidarização do piso cerâmico de pilares e de paredes laterais, conforme representado


na Figura 142.

No caso de pisos cer âmicos assentados sobre lajes muito flexíveis, onde a deflexão da laje
pode fazer com que o piso venha a trabalhar como capa de compressão, o IPT (86) recomenda
a introdução de uma camada de separação entre o piso e a laje. A referida camada pode
ser constituída por areia grossa estabilizada com cimento ( pequeno teor), por folhas duplas
de papel Kraft ou ainda por membrana de polietileno, conforme indicado na Figura 143.

O emprego da membrana de polietileno tem a vantagem adicional de funcionar como camada


impermeabilí zante, impedindo que águas infiltradas no piso cer âmico venham provocar corro-
são das armaduras da laje e umedecimento do teto no pavimento inferior; ressalte-se que
uma camada impermeabilí zante executada com betume também funciona como camada de
separação.
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Prevenção de fissuras - 147

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^
1 - SELANTE 2 - MATERIAL DE ENCHIMENTO

Figura 142 — Junta de dessolidarização entre piso cerâmico e parede

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31
%
••
41 .
* i
-
1 BASE
••
t
; 2- CAMADA DE REGULARIZAÇÃO
3- CAMADA DE SEPARA ÇÃO
2r 4- CAMADA DE ASSENTAMENTO
5- LADRILHO CER Â MICO
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#

•#
#

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^ : Ja# v ** • d»

Figura 143 — Camada de separação entre piso cerâmico e laje de concreto armado

Para pisos com áreas muito grandes recomenda-se a adoção de juntas de movimentação
longitudinais e/ou transversais, com distâncias não excedendo aos valores indicados na Tabela
20; tais juntas deverão ser criadas nos seguintes casos:

a) em pisos internos com área igual ou maior que 50 m2 , ou sempre que a extensão do
lado for maior que 8 m; .
b) em pisos externos com área igual ou maior que 20 m , ou sempre que a extensão do
2

lado for maior que 5 m.

Tabela 20 — Distâncias máximas entre juntas de movimentação em pisos cerâmicos i


— lPTm

Localização Distância máxima entre juntas, em piso cerâmico


do piso com camada de separação sem camada de separação
Interno 5m 4m
Externo 4m 3m
Obs.: As distâncias acima poderão ser acrescidas em 50% no caso de empregar -se tela
metálica na argamassa de assentamento.

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148 - Trincas em edifícios

Quando houver juntas de movimentação na estrutura, estas devem ser previstas também
no piso, havendo correspondência entre o posicionamento e as aberturas projetadas para
perns extrudados de
as mesmas. Quanto á execução das juntas, poder ão ser empregados
PVC ou, alternativamente, material deformável (estiropor , aglomerado de fibras
de madeira
etc.) e selante flexível, conforme ilustrado na Figura 144.

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1- SELANTE 2 - MATERIAL DE ENCHIMENTO 3 - PERFIL EXTRUDADO DE PVC

Figura 144 — Juntas de movimentação em piso cerâmico

9.8 Forros de Gesso


O gesso é um material que apresenta movimentações higroscópicas acentuadas e resistência
á tração e ao cisalhamento relativamente baixas. Assim sendo, os forros constituídos por
placas de gesso não poderão ser encunhados nas paredes laterais, devendo -se prever folgas
em todo o contorno do forro capazes de absorver as movimentações do gesso ou da própria
estrutura; como acabamento poderão ser empregadas cimalhas de gesso (Figura 145) ou
qualquer outro tipo de mata- juntas. Nos forros muito longos, situação típica de corredores i

deverão ser previstas juntas de movimentação intermediárias, espaç adas, no máximo, a cada
5 ou 6 m, devidamente arrematadas por mata- juntas (normalmente perfil de alumínio, com
formato de I).

c? \ - , ofJ\ - og
*
'

Figura 145 — Folga entre forro de gesso e parede lateral

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Provenç Ao de fissuras - 149

9.9 Caixilhos o Envidraçamentos


.
Como abordado no Capitulo 2 as placas do vidro podor ão flssurar - so ou romper - se em funcâo
dn solicitações t ór micas oxlromnmonlo ndvorsas Como modlda preventiva mais importante .
devem sor adotados folgas suficiontos ontro as placas do vidro o sua estrutura de suporte
(caixilhos ou ato mosmo a pr ópria estrutura do concroto armado), podendo as folgas ser
projetadas, por oxomplo, do acordo com as indicaçôos da ABNT (ft7).

Cavo so lembrar ainda quo a aplicação do pinturas ou filmos plásticos em placas de vidro
comum ja instaladas, com a finalidade do escurecer os ambientes, altera as propriedades
óticas do vidro, fazendo com quo o mosmo passo a absorvor maior quantidade de calor ,
Lm eonsoquòncia, o vidro apresenta maior dilataç Ao t órmica o as folgas, inicialmente adequa-
-
das, podem tornar so insuficiontos para acomodar as movimentações da placa, O escureci-
mento artificial do vidro comum, portanto, devo sor evitado,

Indopondontomonto das movimentações t ôrmicas, as placas de vidro poder ão ser solicitadas


por dofloxôes da estrutura do concroto armado, caso particularmente importante em fachadas
suportadas por vigas om balanç o. Nossa circunst ância, o sobrecarregamento das placas
do vidro poder á sor ovilndo poln provisáo do folgas acentuadamente maiores ou at ó mesmo
pela adoç Ao do caixilhos tolosc ópicos. Uma outra solução bastante eficiente é a adoção
de uma junta do movimentação entro a caixilharia e o componente estrutural superior, fazen-
do se a ligação ontro um o outro modiante emprego de ganchos chatos de metal, que funcionam
como motas . Tais ganchos, chumbados no concreto e soldados em perfil de fechamento
da caixilharia, são ilustrados na Figura 146.

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Figura 146 — Junta de movimentação entre estrutura e caixilharia, com ganchos chatos de metal

Scanned by CamScanner
Capítulo 10
Diagnóstico das trincas

A exemplo de um médico que se defronta pela primeira


sem conhecer suas condições de gestação, vez com um determinado paciente,
crescimento, tipo de vida etc , o engenheiro
ou o arquiteto é chamado para diagnosticar a causa
de determinados problemas, por exemplo
os ilustrados nas Figuras 147 e 148,

Figura 147 - Danos generalizados na base de uma parede de empena, composta por blocos de vedação,
em edifício construído no sistema Outinord (parede longitudinal, à direita da foto, constituída por concreto
armado)

Nem sempre é tarefa f â 1


cj çâõfwde se?representativa
^ ^
trincas e uma con ura

iamais serão determinadas com absoluta certeza


con . uedoP. e'm pue as verdadeiras causas das tnncas
.
L.
De acordo com Lichtenstein
por três etapas:

para
" a resolução de um problema pa olbgico
o entendimento dos fenômenos,
passa obrigatoriamente

4 levantamento de subsidies: acumular e organizar as informações necessárias e suf cen es , . \


*
*M
Scanned by CamScanner
152 - Trincas em edifícios

Figura 148 — Trinca acentuada em parede transversal, a aproxímadamente 90 cm da parede de fachada


à direita da foto, propagando-se inclusive peta cinta de amarração em concreto armado (edifício industrial
de um pavimento, constituído por alvenaria estrutural)

b) diagnóstico da situação: entender os fenômenos, identificando as múltiplas relações de


causa e efeito que normalmente caracterizam um problema patológico;

c ) definição de conduta: prescrever a solução do problema, especificando todos os insumos


' necessários , e prever a real eficiência da solução proposta.

No tocante ao levantamento de subsídios, é imprescindível o exame cuidadoso da obra,


recorrendo - se á sensibilidade do t écnico e, eventualmente, a algumas verificações expeditas
com o emprego de instrumentos específicos (pac ômetro, para a detec ção de armaduras ,
indicador de umidade superficial, para verificação de teores anormais de umidade etc .). No
levantamento efetuado no local, o BRE (89) aponta uma sé rie de fatores que devem ser investi-
gados, tais como:

a) incidência , configuração, comprimento, abertura e localização da trinca;

b) idade aproximada da trinca, do edifício e época em que foi construído;

c) se a mesma aprofunda- se por toda a espessura do componente trincado;

d) se trinca semelhante aparece em componente paralelo ou perpendicular àquele em exame;

Scanned by CamScanner
-
Diagnóstico das trincas 153

e) se trinca semelhante aparece em pavimentos contíguos;

f ) se trinca semelhante aparece em edif ício vizinho;

g) se o aparecimento da trinca é intermitente ou se sua abertura varia sazonalmente;

h) se a trinca j á foi reparada anteriormente;

i) se ocorreu alguma modificação profunda nas cercanias da obra;

j) se no entorno da trinca aparecem outras manifestações patológicas, como umidade, descola-


mentos, manchas de ferrugem e de bolor, efloresc ências etc.

I) se nas proximidades da trinca existem tubulações ou eletrodutos embutidos;

m) se existem na obra caixilhos comprimidos;

n) se as trincas manifestam -se preferencialmente em alguma das fachadas da obra;

o) se existem deslocamentos relativos (para fora ou para dentro) na superf ície do componente
trincado;

p) se a abertura da trinca é constante ou se ocorre estreitamento numa dada direção;

q) se a trinca é acompanhada por escamações indicativas de cisalhamento;

r) se est á ocorrendo condensação ou penetração de água de chuva para o interior do edif ício;

s) se o edifício est á sendo corretamente utilizado.

Um elemento importante para o diagnóstico é conseguir-se imaginar o movimento que deu


origem á trinca, já que a grande maioria delas est á associada a movimentações das mais
distintas naturezas. Uma boa técnica exploratória, principalmente para que não sejam esque-
cidos ou descartados aspectos importantes, é aquela que se baseia em eliminações subse-
quentes, tentando-se considerar todo o universo de causas hipotéticas ou agentes patológicos,
muitos deles apresentados nos capítulos precedentes.

No caso de não se conseguir chegar, atrav é s dos levantamentos mencionados, a um diagnós-


tico seguro, medidas mais trabalhosas dever ão ser tomadas, como a revisão de c álculos
estruturais, a análise dos perfis de sondagem e a tentativa de estimarem-se recalques etc.
Medidas mais sofisticadas poder ão ainda ser consideradas, como a instrumentação da obra
comjclinômêtrõsj defletômetros e extensõmetros mec ânicos , o acompanhamento de recalques
com ciase em referencial profundo instalado fora dá zona de influência daslundações etc.

Também poderão ser adotadas medidas mais simples, para entendimento qualitativo do proble -
ma e acompanhamento de sua eventual evolução. Nesse sentido, as fissuras poder ão ser
providas de testemunhas ( " gravatas") constituídas por material rígido* que, ao se fissurar ,
indicar á a continuidade do movimento. Reygaerts( 90) sugere ainda a utilização de testemunhas
em metal ou vidro, com traç os de referência, coladas alternadamente nos dois lados do
componente adjacentes á fissura. Essas testemunhas , conforme a Figura 149, poderiam dar
uma idéia quantitativa dos deslocamentos ocorridos.

D Normalmente gesso nas partes internas da construção e pasta constituída por cal e cimento nas
partes externas.

Scanned by CamScanner
154 - Trinca3 om odií fc í os

TRACO DE REF Ê RENCIA 3 UR DE ADER ÊNCIA

Figura 149 — Testemunhas com traços de referência


a) indica deslocamentos na horizontal
b) indica deslocamentos na vertical

A verificação da movimentação relativa entre trechos da parede seccionada por uma fissura
poderá ser determinada com precisão, mediante instrumentação da fissura com bases de
^

aç o e leitura, corn extensômetro mec ânicoi, das movimentações relativas entre essas bases;
instrumenta- se , por exemplo, uma fissura'com trê s bases constituindo um triângulo equilátero,
nas condições da Figura 150.

I
B
C

Figura 150 - Fissura instrumentada com bases de


aço para leitura dos deslocamentos relativos
y
Scanned by CamScanner
Diagnóstico das trincas - 155

Geometricamente, o deslocamento horizontal "n" e o deslocamento vertical relativo "t " seriam
expressos por:

/
n = \ (a + Aa) 2 - x 2 - y / a2 - c
4
2

t=x-- °2
x= 1
2c
|ja + Aa) 2 (b + Ab)2 + c 2 j

Com base nas observações e levantamentos efetuados no local da obra, entretanto, o técnico
já poderá chegar na maioria das vezes ao diagnóstico do problema. Deve -se alertar, contudo ,
que juízos precipitados e idéias preconcebidas geralmente conduzem a diagnósticos incorre-
tos; uma fissura que aparece num apartamento de cobertura pode ter sido originada num
recalque diferenciado das fundações , enquanto uma presente num apartamento do andar
térreo pode ter sido causada por vazamento de água captada na cobertura do edif ício. A
similaridade de situações, algumas vezes muito forte, pode induzir a erro o técnico menos
avisado ou menos cuidadoso. A fissura ilustrada na Figura 151, por exemplo, poderia ser
precipitadamente atribuída a um recalque da fundação , no canto esquerdo do prédio: se
todas as condições de contorno fossem cuidadosamente analisadas (inexist ência de fissura
semelhante no pavimento superior , inexist ência de fissuras inclinadas na parede de empena
etc.), chegar-se -ia, entretanto, á conclusão de que a fissuração da alvenaria foi provocada
por excessiva flexibilidade da estrutura (flecha que se desenvolveu na extremidade do balanço
da viga de fundação, sob a parede de empena).

concreto armado , aparentando


Figura 151 Fissuração da alvenaria devida à flexibilidade da estrutura de

ter sido provocada por recalque de fundação
Scanned by CamScanner
156 - Trincas em edif ícios

óricas sobre o
Antes de estabelecerem - se grandes elocubrações te
o t écnico deve também inspecionar , com olhos de lince _
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fissura e o componente fissurado devem ser examinadnece np . jenls escavac õe


baixo, de frente , de lado etc recorrendo-se, quando
ou demolições Nos
. casos ilustrados nas Figuras 147 e 3
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148, antenorme
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apresentadas^ ,
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â inspeção cuidadosa da obra, teria levado por exemplo as


segui

provocados por recalque da


a) no edif ício construído no sistema Outinord os danos forami esgo o qu
estaca posicionada no canto da obra, em função de vazamento
de
ao longo dos anos (Figura 152 );
pelo
b) no edif ício industrial a fissuração vertical da parede foi provocadai
), para possibilitar
indevido da cinta de amarração existente sobre a mesma (Figura 153 ício.
a instalação de caixa d’agua suplementar numa das reformas ocorridas no edif


Figura 152 Instalações de esgoto totalmente danificadas, provocando saturaçao do solo e consequente
recalque da fundação


Figura 153 Seccionamento da ci
de fachada da obra
cinta de concreto armado que amarrava a parede transversal à parede

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Diagnóstico das trincas - 157

Finalmente, a obtenção de dados históricos snhrp 7/ s u ocal de imPlantação ás


,
vezes pode conduzir a pistas muito seauras m men d ? problema Assim sendo, Liaí ^
?
a recupera ção do " diário de obra , de fo oarafias
"
sobre eventuais anomalias que tenham ocorririn na3 a e
H, e sua execução e de registros ? fatS CwUran ° °
construPao ou de ocupação do
edifício podem em alguns casos ser tãn nn ma e mp *daRtes Pue os Pr
! (Fl uras 154 e 155)óprios levantamentos °
anteriormente mencionados Em certas rirmnct â r cias
sr -
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9 Paranossa surpresa,
poder - se- á constatar que as trincasS n ,p
precederam ate mesmo o estudo básico de arquitetura I
tendo sido
á tenao
ija siao "Droietartan
proteladas" no propno pro|eto de implantação das edificações.
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por movimentações higroscópicas


Figura 154 — Projeto de implantação, combinando enchentes e fissuras

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movimentação das
figura 155 — implantação, combinando erosáo do terreno e fissuras por
Projeto de
fundações
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Capítulo 11
Recuperação de componentes
trincados

A recuperação de componentes
tico seguramente firmado, e trincados só deverá ser procedida em função de um diagnós-
trincas no comportamento do edifício após ter-se pleno conhecimento da implicação das
somente
de uma parede trincada, por exemplo
,
como um todo. Conforme o BRE(9 ), antes da reparaçã
o
,
ás instalações; esta trinca não prejudicoudeve -se ter certeza de que: não ocorreram danos
perigosamente as áreas de apoio de lajes o contraventamento da obra; não foram reduzidas
ou tesouras da cobertura e não ocorreram desapru
mos muito acentuados etc . -

Entendida que a fissuração do componente não compromete a seguran


outras questões deverão ser analisadas antes de estabelec ç a da estrutura, diversas
tais como: implicações da fissura em termos de desempenho
er -se o processo de recuperação,
global do componente ou de
componentes vizinhos (isolação termoacústica, estanqueidade â á
gua, durabilidade); sazona-
lidade ou estágio de avanço do movimento que deu origem á trinca; possibilidad e de adoção
_ um reparo definitivo ou provisório; época mais apropriada para a execução do reparo
de
etc.
A

Os reparos definitivos dever ão sempre ser projetados tendo-se em mente as causas


deram origem ao problema: todos os esforç os devem ser direcionados no sentido de suprimique
ou minimizá-las. Assim sendo, as medidas de recuperação deverão basear -se sempre nas -las
medidas preventivas, algumas delas apresentadas no Capítulo 9; quanto maior a aproximação
entre a medida preventiva recomendada e a solução corretiva adotada, maior ser á a eficiência
da repãrp.

Em alnuns casos a recuperação em si do componente trincado é a parte menos importante


í
na resolu
reso uc áo ao
çã doproblem
pro a. No tocante a recalques de fundação, por exemplo Pfetfermann®
cta que se os estudos Hpmonstram que há possibilidade de continuação do movimento,
comDonente ser á eficiente". Além do mais, caso se consiga
nenhum método de reparo do compone
seiantes
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conslitdr
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(

Wderá - nuni nples maquiagem encobrindo evoluções perigosas para a segu-


ranç a do edif ício.

Na ocorrência de recalques da fundação, portanto, a recuperação do componente só deverá


ser efetuada quando o movimento estabilizar-se ou quando tiver-se ç erteza sobre a estabilidade
Qa obra. Em caso contrário, combater inicialmente a causa dos recalques, empregando-se
Genicas de consolidação do terreno (compactação, injeção de nata de cimento etc.) ou de
reforço da fundação (cachimbos, estacas laterais, estacas mega etc.). Medidas complemen-
ts devem ser tomadas como a impermeabilização superficial do terreno ao redor da obra,
tnagem superficial de águas que possam eventualmente empoçar nas proximidades da
u daçâo e corte de árvores que absorvem muita água do solo.
°
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160 - Trincas em edif ícios

ou refor ç o de compone ntes de concreto armado


11.1 Recuperação
Um problema bastante típico de
corrosão de armaduras. Nesse caso ,
S
área resistente das armaduras, a £
^^
a) remoção do concreto solto, desagregado
roídas;
sef

ou lascado, nas
executada da seguinte maneira:

proximidades das barras cor

, até que se atinja


b) remoção do óxido de ferro , mediante lixamen
í o ou jateamen.o com areia
o metal são ;
do concreto, com ja ^ o de ar ou escova,
c ) remoção da poeira aderente ás barras e á cavidade
(zarc ão, wash-primer etc.),
d) proteção das barras de aç o com pintura anticorrosiva
o de resina epóxi tanto nas barras de
e) estando bem seco o fundo anticorrosivo, aolicaçã
aço quanto na cavidade do concreto;

f) dentro do período de cura da resina, aplicação de


argamassa de cimento e areia (1.2
contra as armaduras e
ou 1:3) , bem seca (consistência de farofa), energicamente socada
a cavidade do concreto;

g) cura úmida da argamassa (sacos de estopa umedecidos etc.).


Fissuras de retração em vigas ou pilares de concreto armado geralmente não representam


perigo de corrosão para as armadurast . Em situações muito particulares, como por exemplo
21)

no caso de vigas de cobertura aparentes, com elevado nível de fissuração, recomenda-se


a proteção da peç a com pinturas flexíveis, incorporando-se â pintura, sempre que possível,
tela de náilon ou de polipropileno.

Em vigas com fissuras pronunciadas, onde há perigo de corrosão da armadura, ou em compo-


nentes de concreto armado onde a estanqueidade é requerida (reservatórios, estações de
tratamento etc . ), as fissuras poderão ser reparadas com injeção de resina ep óxi. Este reparo
deve ser preferivelmente executado quando a abertura da trinca for a maior possível,’ ou
)
seja, quando a estrutura apresentar -se contraída pela ação de temperaturas baixas. Almeida(92
recomenda a adoção dos seguintes procedimentos para a injeção da resina epóxi:

a) abertura de um sulco com formato de Vê, com aproximadamente 10 mm de profundidade


e largura de 30 mm, em toda extensão da fissura;

b) broqueamento do concreto no eixo da trinca, com profundidade de aproximadamente


5 cm, para inserção dos tubos de injeção com diâmetro de aproximadamente 10 mm; o
.
distanciamento entre os furos pode variar de 15 a 80 cm em função da abertura da fissura
e da largura do componente;

comjatodear SU'C° ^ ^ broqueados e das Paredes seccionadas do componente,


'

d) fixação dos tubos de injeção e obturação superficial da fissura com


massa epoxídica;

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°
, ,
en re 05 ub0S de

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Recuperação cie componentes trincados - 161

f) sendo perfeita a comunicação, início da injeção de resina pelo furo maís inferior, empre -
gando - se uma seringa ou outro equipamento apropriado; quando a resina começ ar a aflorar
pelo tubo superior adjacente transfere-se a seringa para este tubo, obtura-se o tubo inferior
e assim sucessivamente;

g) 48 horas após a injeção, os tubos plásticos são retirados mediante corte e broqueamento;
os furos resultantes são preenchidos, então, com massa epoxídica ou com mistura de areia
cimento e resina epóxi .

A Figura 156 ilustra o processo de recuperação de fissuras em peç as de concreto armado


com injeção de resina.

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Figura 156 — Instalação da tubos plásticos para injeção de resina nas fissuras, em viga alta de concreto
armado (parcialniente encoberta por andaime tubular)

A injeção de resina, conforme exposto, não visa restabelecer ou aumentar a resist ência da
viga fissurada, já que, sob carregamento, as fissuras provavelmente viriam a manifestar- se
em seções contíguas àquelas recuperadas. O reforço de vigas propriamente dito pode ser
feito mediante a colagem , com resina epóxi, de chapas de aço á viga, corretamente dimensio-
nadas e posicionadas. Se houver probema de resistência ao cisalhamento, as chapas serão .
colocadas nas laterais da viga, nas seções mais solicitadas pelas forç as cortantes; se o
Problema advir de momentos fletores, as chapas ou cantoneiras de aço serão coladas na
base da viga, conforme ilustrado na Figura 157.
acordo com Almeida(92) , o reforç o de componentes estruturais de concreto armado com
cbapas met álicas deve ser efetuado com as seguintes precauções:
a) 3 superfície do removida,
a superfície da concreto deve ser apicoada e a poeira resultante totalmente rugosi-
chapa de aço deve ser jateada com areia, adquirindo assim uma certa
abs , e limpa com solventes com alto poder de evaporação (tricloroetileno, xilol etc.) I

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162 - Trincas em odillclos

(b ) (c )
(a )

de aço
Figura 157 — Retorço do viga mediante colagem do cantoneiro

no concroto, quanto na chapa met álica;


b) n resina opoxldica ó aplicada oni excesso tnnto i

contra a suporíício da peç a de concreto


c) a chapa ou a cantonoirn ó fortomonto prosslonndn
i

, obtida com pontaletes ou outros


ocorrendo assim rolluxo da resina em excesso a prossflo
;
acossôrios, ó mantida no mínimo por 24 horas.

O rolorço do vlçjas podo ser obtido ainda com o pr ó


prio emprego de concreto, adotando-se
da viga (Figura 158). Nessa hipótese
armaduras supfemontaros o numontando - so a altura ,úatilostrulura
i

dover á ser convenientemente


antos do inlciarom - so as oporaçóos do rolor ç o da viga
escorada,

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Figura 158 — Reforço do viga com concroto o armaduras suptomontaros

Conformo soquôncla aprosontadn na figura, as oporaçóos do roforço da viga sâo as seguintes;

a) o concroto prosonto na baso dn vlgn ó romovldo com ponteiro mot állco ou outro dispositivo;

b) a armadura suplomontar ó posicionada, sondo nmnrrada com aramo rocozldo na armadura


oxlstonto;
c) a f ôrma o sou rospoctlvo clmbramonto sáo ajustados; a f ôrma aprosenta uma sobrelargura
do modo quo o concroto possa sor lanç ado por uma Intornl, roflulndo polo outra i
.
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Recuperação de componentes trincados 163 -
d) a superf ície de corte do concreto e as armaduras são limpas com escova ou jato do
ar; em seguida, a superf ície de corte e, opcionalmente, as barras, são pintadas com resina
epoxídica;

e) a f ôrma é recolocada e bem travada ao cimbramento; o concreto é lanç ado e vigorosamente


vibrado, injetando- se a agulha do vibrador pelas duas laterais da viga;

f) após a cura inicial do concreto, as laterais das f ôrmas são removidas; o concreto em excesso
é cortado com talhadeira, sendo dado o acabamento final á peç a,

A recuperação ou o reforço de vigas e pilares podem ser ainda efetuados com a aplicação
de concreto projetado, com ou sem a utilização de f ôrmas. As Figuras 159 e 160 ilustram
um caso de refor ço de vigas com concreto projetado.

No caso de pilares, bastante comum é o reforç o com chapas de aço, coladas ao pilar e
soldadas entre si, envolvendo toda a seção do pilar.

Caso se opte em reforç ar o pilar com o pr óprio emprego de concreto poderá haver alguma
dificuldade no lanç amento e adensamento do concreto na região contígua á cabeç a do pilar .
Nessa circunstância, Noronha(34) sugere a solução ilustrada na Figura 161.

*
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de fôrmas e de
Figura 159 —Apicoamento do concreto, aplicação de resina epóxl, posicionamento
àrrriaduras suplementares para reforço de viga com concreto projetado
164 - Trincas em edif ícios

o
Figura 160 — Aspecto finaI de vigas reforçadas com concreto projetad

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( b) ( c) (d)
(a )

Figura 161 — Reforço de pilar com concreto e armaduras suplementares

, portanto, as
As etapas a serem adotadas no reforç o do pilar , conforme Figura 161 seriam
seguintes:
para
a) s âo executadas duas aberturas ( janelas) na laje, pró ximas á cabeç a do pilar , uma
do com
lanç amento do concreto e outra para refluxo da massa; o concreto existente é apicoa
ponteiro e a poeira removida com escova ou jato de ar;
superf ície
b) a armadura suplementar é posicionada e a resina epóxi é aspergida contra a
do pilar;

c) as f ôrmas, previamente preparadas, vão sendo colocadas em etapas, assim como se


vai procedendo ao lanç amento e ao adensamento do concreto;
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Recuperação de componentes trincados - 165

il) a iillinui Hduoln ( lo fôrma d posicionada; o concreto ó lanç ado e vibrado por uma das
lanolaa mlcialmente abortas, roflulndo pela outra.
No caso da impossibilidade de abertura das janelas, por exemplo pela presenç a de vigas,
o concreto deva sor lanç ado aló a máxima allura possível; o enchimento do último segmento
com poucos centímetros do altura ó ent ão executado com argamassa de cimento e areia
( I ou I d) com consist ência de farofa , energicamente apiloada contra a superfície do pilar
e a supeillcje da vign ou laje superior.

O ralor ço de lajo do concreto armado ó um fato muito raro; quando tal necessidade for
constatada, provnvolmento sor á mais económico destruir o concreto, reforçar a armardura
o reconcrolar a laje, Podo - se contudo proceder á colagem de chapas de aç o sob a laje
ou tentar a utilização do uma armadura suplementar amarrada á armadura existente, recobrin-

.
do so em seguida a armadura suplementar com concreto projetado; este último procedimento
podo r or adotado tambóm quando desejar-se simplesmente proteger contra a corrosão arma-
iluias oxpostas do lajos,

11.2 Recuperação ou reforço de paredes em alvenaria


Nunca ó domais repetir que as alvenarias são os componentes da obra mais suscetíveis
á fissuraçâo, alóm do que as fissuras em paredes são as que mais realç am aos olhos dos
usuários do ediffcio. Assim sendo, por aspectos estéticos, psicológicos e mesmo de desem-
ponho , as recuperações de alvenarias são as que mais frequentemente se verificam nas
.
obras A seguir ser ão analisados alguns procedimentos de reparo, realç ando-se que a escolha
do processo mais adequado ser á condicionada pela intensidade prevista para a movimentação
da trinca.

Os destacamentos entre pilares e paredes poderão ser recuperados da maneira analisada


no itom 9.3, ou seja, mediante a inserção de material flexível no encontro parede/pilar. Nas
paredes revestidas, no caso de destacamentos provocados por retração da alvenaria, poder -
se -á empregar uma tela metálica leve, como por exemplo tela de estuque (metal “ deployée”),
inserida na nova argamassa a ser aplicada e transpassando o pilar aproximadamente 20
cm para cada lado, conforme indicado na Figura 162, *

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— Recuperação de destacamento pilar/parede com teta de estuque
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Figura 162 t
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166 - Trincas em edif ícios

Neste tipo de recuperação a tela poder á ser fixada na alvenaria com o emprego de pregos
ou cravos de metal e dever á estar medianamente distendida; a alvenaria e o pilar dever ão
ser chapiscados após a colocação da tela, e a argamassa de recuperação dever á ter baixo
módulo de deformação (traço 1:2:9 em volume).

Nas paredes longas com fissuras intermediárias recomenda-se a criação de juntas de movimen-
tação nos locais de ocorrência das fissuras , podendo- se também recorrer ao artif í
cio de transfor -
marem-se as portas simples em portas com bandeira, conforme foi aventado no item 9.5
(Figura 141). No caso de fissuras provocadas por movimentações iniciais acentuadas, cuja
variação na abertura passa a ser vinculada unicamente a movimentações higrotérmicas da
pr ópria parede , diversos autores (1213 etc ) sugerem a utilização de tela met álica (Figura 162)
ou a interseção de uma bandagem que propicie a dessolidarização entre o revestimento
e a parede na região da fissura, de acordo com o indicado na Figura 163.

2 a 10 cm
10 a 15 cm

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*
(a ) ( b) ( c )


Figura 163 Recuperação de fissura em alvenaria com o emprego de bandagem de dessolidarização
parede/revestimento

Conforme sequência apresentada na Figura 163, as etapas de recuperação da fissura com


bandagem seriam as seguintes:

a) remoção do revestimento da parede, numa faixa com largura de aproximadamente 10


a 15 cm;

b) aplicação da bandagem com distribuição regular para ambos os lados da fissura; as


opiniões divergem quanto á largura dessa faixa, ficando compreendidas entre 2 e 10 cm;

c ) aplicação de chapisco externamente á bandagem e recomposição do revestimento com


argamassa de baixo módulo de deformação (traç o 1:2:9 em volume).

Existem diversas indicações sobre o tipo de material constituinte da bandagem, tais como
saco de estopa, esparadrapo, fita crepe, plástico etc. No mercado brasileiro já existem banda-
gens pr é-fabricadas com largura de 20 mm ou 50 mm, com tela lateral auto -adesiva ( “ Tela-Fix ” )
-

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Recuperação de componentes trincados - 167

Em todos os pasosjD principio de funcionamento da recuperação com bandagem é a absor ção

.
à base; destaJorma ..quanto melhoria dessolidarização pròmoyjdãlpêrá
^^
^

iagem e quanto
maior for sua largura, menores ser ão as tensões introduzidas no revestimento pelã~yariaçã
^
na abertura jl fjssur ã.-a^ port àntõ, menor a probabilidade da fissura voltar a pronunciar -se
^
no revestimento,
,

A recuperação de fissuras ativas, desde que os movimentos não sejam muito pronunciados,
poder á também ser tentada com o pr óprio sistema de pintura da parede. Nesse caso, a
pintura deve ser reforç ada com uma finíssima tela de náilon ou polipropileno, com aproxima-
damente 10 cm de largura, requerendo-se a aplicação de seis a oito demãos de tinta elástica,
â base de resina acr ílica, poliuret ãnica etc. Sempre que possível, entretanto, a recuperação
de trincas ativas deve ser efetuada com selantes flexíveis (poliuretano, silicone etc.), abrindo-se
na região da trinca um sulco com formato de Vê, com aproximadamente 20 mm de largura
e 10 mm de profundidade (Figura 164).

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Figura 164 — Recuperação de fissuras ativas com selante flexível

A aplicação do selante dever á ser precedida de uma limpeza eficiente da poeira aderente
à parede, devendo esta encontrar -se bem seca quando da aplicação. O selante deverá ser
tixotrópico e bem consistente, não apresentando retração acentuada pela evaporação de
seus constituintes voláteis. No caso de movimentações muito intensas da trinca recomenda-se
a abertura de cavidade retangular, com aproximadamente 20 mm de largura e 10 mm de
profundidade, intercalando - se entre o selante e a parede uma membrana de separação (fita
crepe, por exemplo); esta solução , também representada na Figura 164, propicia ao selante
condições de trabalho muito mais eficientes.

As fissuras provocadas por enfraquecimento localizado da parede, seja pela presença de


aberturas de portas e janelas ou pela inserção de tubulações, poderão ser recuperadas superfi-
cialmente através da introdução de bandagem no revestimento ou de tela de náilon na pintura.
O comportamento monolítico da parede poderá ser restabelecido mediante a introdução de
,
armaduras no trecho fissurado da parede, ou até mesmo por meio de telas metálicas inseridas
no revestimento; nessa segunda alternativa, ilustrada na Figura 165 , o comprimento de trans-
Passe da tela, para cada um dos lados da trinca, deve ser de aproximadamente 15 cm,
sendo que no caso de empregar -se tela de estuque esta não deverá estar muito frouxa nem
excessivamente distendida.
168 - Trincas em edif ícios

30 cm
^
-V f o

Figura 165 — Recuperação da parede, em seção enfraquecida, com o emprego de tela metálica

Nas alvenarias aparentes, onde é impossível a utilização de telas ou bandagens, o BRE * 5

sugere alternativas de recuperação para três situações distintas, ou seja:

a) nas trincas pronunciadamente ativas: criação de juntas de movimentação;

b) em caso de movimentações consolidadas: simples substituição dos b ocos fissurados,


'
raspagem da argamassa das juntas horizontais e verticais at é uma profundidade de aproxima-
damente 15 mm, limpeza, umedecimento e posterior obturação da junta com argamassa
de traço 1:1:6 ou 1:2:9;

c) em paredes sujeitas a variações dimensionais limitadas: substituição dos blocos fissurados


introdução de armadura vertical e grauteamento dos furos, constituindo se
.
armado na seção originalmente fissurada;
- assim um pilarete

d) akemativamente à hipótese acima apresentada, o BRE " 1 sugere ainda a raspagem das
*’
juntas horizontais de assentamento até uma profundidade de aproximadam ente 15 mm. seguin-
do-se o chumbamento, com argamassa 1:1:6 bem seca, de
ferros com diâmetro de 4 ou
5 mm. Esses ferros, com transpasse de aproximadamente 25 cm para
deverão ser chumbados em juntas alternadas, numa e noutra cada lado da fissura,
face da parede conforme esque-
matizado na Figura 166.

Nas ocorrências de destacamentos entre componentes


.
mento particularmente quando estas propiciam a
a raspagem das juntas e o posterior preenchimentinfiltra
de alvenaria e argamassa de assenta-
ção de água de chuva pelas fachadas,
o com selante ou argamassa
mencionadas na ainea b precedent, são solução , nas condições
bastame plausível. Entretanto, quando
L HS generalizados, ou quando a raspagem
das tuntas for impratic ável

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Recuperação de componentes trincados - 169

Figura 166 — Recuperação de fissura em alvenaria aparente, com o emprego de armaduras defasadas

Nas paredes de vedação fissuradas por movimentações térmicas de lajes de cobertura ou


pelo sobrecarregamento oriundo da deflex ão de componentes estruturais, qualquer uma das
soluções anteriormente apontadas pode ser empregada na recuperação da parede trincada;
todavia, o mais importante nesses casos será a desvinculação entre o topo da parede e
o componente estrutural, conforme representado na Figura 167.

(a) í b)

f • •• /


• >.

— *Hr
figura 167 — aDesvincula ção entre a parede fissurada e o componente estrutural superior:
) corte efetuado no topo da parede;
b) preenchimento com material deformável.
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uí .- .** • .

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Nas lajes de cobertura apoiadas em alvenaria portante, além da solução óbvia de melhorar-se
a isolação t érmica da cobertura, pode-se tentar o escoramento da aje, a remoção da ultima

ft
de aproximadamente 10 mm e o posterior preenchimento com selante flexível é uma solução
razoavelmente eficiente.
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Scanned by CamScanner
170 - Trincas em edif ícios

Ainda para as alvenarias portantes, as fissuras provenientes da concentração de tensões


só ser ão eficientemente recuperadas caso se consiga uma melhor distribuição das tensões
no trecho de parede carregado12 ; assim sendo , para o caso de cargas concentradas transmi-
'
tidas por vigas, há necessidade de escorar - se a viga e construir -se sob a mesma um coxim
de distribuição convenientemente dimensionado. Na região de abertura de porta ou janela,
o comprimento dos apoios da verga dever á ser aumentado, podendo -se introduzir entre a
verga e a alvenaria, por exemplo, chapas de aç o; alternativamente poder -se-á ainda sobrepor
â verga existente uma outra, de maior comprimento.

A recuperação das paredes trincadas e o reforç o das alvenarias portantes poderão ser conse-
guidos com a introdução de armaduras nas paredes, chumbadas com argamassa rica em
cimento (por exemplo , 1:0, 25:3,5) e posicionadas perpendicularmente à direção das fissuras.
No caso de fissuramento muito pronunciado, resultante por exemplo de recalques intensos
da fundação, poder -se-á recorrer ao atirantamento da avenaria, conforme representado na
Figura 168 .

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z 7-
\
Figura 168 — Reforço de alvenaria portante com tirante de aço

Nessa hipótese, o esfor ço produzido pelo tirante deve ser transmitido á alvenaria atrav és
de placas de aç o apoiadas em superf ície regularizada com argamassa de cimento e areia,
sendo posteriormente o corpo e as extremidades rosqueados do tirante , as placas de apoio
e as porcas de fixação protegidas com argamassa aditivada de agente impermeabilizante;
esse tipo de reforço será mais eficiente se na operação de aperto das porcas o tirante estiver
aquecido, produzindo com seu resfriamento e consequente contração a compressão da alve-
naria.

11.3 Recuperação de revestimentos rígidos


Na recuperação de revestimentos de paredes ou de pisos constituídos por azulejos ou ladrilhos
cer âmicos muito pojjco há por fazer, a não ser a criação de.juntas no revestimento e a
substituição-dasjDeç as dãnificadásTA dificuldade começ a em encontrar -se no mercado compo -
nentes cerâmicos parecidos com aqueles assentados, já que componentes iguais somente
serão conseguidos se foi prevista uma boa sobra quando da execução da obra.

Scanned by CamScanner
Recuperação de componentes trincados - 171

Também no tocante a argamassas de revestimento não há muita opção. Cincotto (67), por
exemplo, recomenda a simples substituição do reboco e/ou do emboço nos casos em que
estes apresentem grande incidência de fissuras de retração, descolamentos, pulverulências
etc . A renovação do revestimento, contudo, deverá ser antecedida da eliminação da causa
do problema, muito frequentemente infiltração de umidade na parede.

No caso de fissuras provocadas por expansão retardada de óxidos presentes na argamassa


de assentamento de alvenarias , Pfeffermann(?) recomenda que se deixe completar a reação,
o que pode levar cerca de tr ê s anos ou mais, para só então providenciar -se a substituição
do revestimento. No caso de fissuras provocadas por ataque de sulfatos (formação de etringita),
Chand 3 recomenda: remoção do revestimento, eliminação do acesso da umidade á parede,
*' '
secagem ao máximo da superfície e aplicação de novo revestimento constituído por cimento
resistente a sulfatos, cal e areia.

Nos casos de fissuras de retração da argamassa de revestimento de fachadas, poder-se -á


tentar a utilização de uma pintura elástica encorpada, com aplicação de tr ês ou quatro demãos
de tinta á base de resina acrílica, empregando-se ainda reforço com tela de náilon nos locais
mais danificados. Nas paredes internas, alternativamente á simples substituição da argamassa
de revestimento, causará menos transtornos e poderá ser economicamente competitiva a
aplicação , por exemplo, de "papel de parede" sobre o revestimento fissurado. Vale lembrar
que existem hoje no mercado nacional ótimos "papéis de parede" que na realidade são
películas de PVC refor ç adas com fibras têxteis, com grande elasticidade.
Capítulo 12
Considerações finais

As trincas manifestam-se nos edif ícios segundo processos que podem parecer totalmente
aleat órios, mas que na realidade são originados na maioria das vezes por fenômenos físicos,
químicos ou mec ânicos que já s ão de perfeito domínio t écnico; a certa aleatoriedade peculiar
aos estados de fissuração deve-se muito mais á enorme gama de variáveis envolvidas no
processo, com combinações complexas que ás vezes são de difícil entendimento.

A construção de edifícios " á prova de fissuras” representaria uma tarefa técnica difícil e um
ônus financeiro insustent ável; por outro lado, deixar ao arbítrio da natureza a criação de juntas
numa obra, e ás expensas do usuário os encargos advindos da sua continuada restauração,
não parece nem técnico, nem económico, nem justo.

Voltando ao que foi dito no começ o deste trabalho, muito poderia ser feito para minimizar -se
o problema, pelo simples reconhecimento de que os solos, os materiais e os componentes
das edificações movimentam -se; em função dessa verdade irrefut ável, muitas fissuras são
projetadas conjuntamente com a obra, para surpresa dos projetistas e desespero dos empreen-
dedores. A falta de harmonia entre os diversos projetos e o não reconhecimento da necessidade
de controlar -se a qualidade dos materiais e dos serviç os, comuns ainda hoje em muitas
autoridades, t écnicas ou não , colaboram também em grande escala para que fissuras não
projetadas sejam assim mesmo construídas.

A previsão de recalques, por mais aproximada que fosse, e a estimativa de flechas em vigas
e lajes, não no regime elástico como costumeiramente se faz, poderiam evidenciar situações
potencialmente favor áveis á fissuração da obra, tomando-se a tempo as medidas cabíveis
nos dimensionamentos e/ou nos detalhes construtivos que aliviariam as tensões. Isso pressupõe
uma interação eficiente dos profissionais responsáveis pelos diversos projetos e pela construção
do edif ício, o que muitas vezes não se verifica.

Parece também necessário o desenvolvimento de normas brasileiras voltadas para o projeto


e execução dos diversos elementos da construção (paredes de vedação, alvenarias estruturais,
pisos rígidos, envidraç amentos etc.), estabelecendo-se em cada caso as deformações admis-
síveis e/ou os detalhes construtivos que minimizassem a formação de fissuras. Seria recomen-
dável ademais que a normalização brasileira que trata das fundações dos edifícios e das
estruturas de concreto armado, particularmente as normas NBR 6122 e NBR 6118 (NB-1),
fosse enriquecida com orientações mais precisas sobre previsão de recalques e de flechas,
mspectivamente , Aliás, no tocante ás estruturas de concreto armado, têm-se verificado o
emprego cada vez mais frequente de lajes do tipo cogumelo e de lajes nervuradas excessiva-
mente flexíveis , o que vem causando um gradativo aumento na ocorr ência de fissuração
de paredes de vedação e destacamentos de pisos rígidos.

Q ncias e de
conhecimento do comportamento dos materiais de construção, de suas deficiêgeral
Sljas incompatibilidades , é imprescindível para que as fissuras e as patologias em sejam
r duzidas a níveis aceit áveis. Pfeffermann cita que muitos dos problemas verificados em
(2)
°
Scanned by CamScanner
174 - Trincas em edif í cios
segundo as mesrpas pr áticas construtivas
obra devem -se ao emprego de novos materiais ponto, seria importante a implementa
verificadas para os materiais tradicionais. Nesse componentes ou sistemas
ção
de programas de homologação de novos materiais , construtivos
algum atraso, de programas de cortifjl
assim como importante seria o estabelecimento, ja com .
cação de conformidade para materiais e componentes tradicionais

relevante para o

das coStruQCies.^ ' '


a exempIo do que jâ se vem
Um dos males de nossas escolas de engenharia e ufdades de arquitetura e que, em
geral, nos ensinam o que deve ser feito, mas não o que devt, st <

Como já foi aqui afirmado, e até como se pode depreender pelas medidas de rocupornç Ao
^
sugendas no capitulo anterior, as obras de reparo geralmente sâo dif íceis dispendiosas »
demoradas e inc ómodas, quando não , inócuas ou ineficientes. Assim sendo, parece prudenla
que os profissionais ligados à construção atuem diretamente sobro as causas do problema \

recorrendo 8 todos os seus conhecimentos e bem cumprindo os compromissos Qssumidos


com a sociedade. Caso não consigamos prevenir as fissuras, restaria ainda como consolo
uma última solução para o problema, “ idealizada” por Pfeffermann^ e esquematizada nas
Figuras 169 e 170.

\ K

X,
* *
- i
• %

N V •• \ •1 • . I
»
\

Figura 169 — Solu


ção alternativa para o problema
.
das fiissuras : vista interna
Scanned by CamScanner
Considerações finais - 175

TTT
Figura 170 — Solução alternativa para o problema das fissuras: vista externa

Scanned by CamScanner
Relação de tabelas

Tabela 1 Temperaturas de serviço, em função da posição, da cor e da natureza


— 21
do componente
Tabela 2 — Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes expostas á radia- 22
ção, em °F
34
Tabela 3 Umidade higroscópica de equilíbrio para alguns materiais de construção

:
Tabela 4 — Contração de argamassas e concretos em função do teor de umidade 35
dados do Building Research Station
36
Tabela 5 - Propriedades higrotérmicas de alguns materiais de construção - BRE
6 - Coeficiente de forma e rigidez Cd para sapatas 88
Tabela
92
Tabela 7 - Atrito lateral em tubulões concretados em argila
Tabela 8 - Módulo de deformação e coeficiente de Poisson para diferentes solos 92

Tabela 9 - Módulo de deformação do solo, em função de SPT ou Rp 93

Tabela 10 - Danos causados aos edif ícios pela ocorrência de recalques diferenciados
das fundações 128

Tabela 11 - Recalques admitidos pelo Código de Construções da URSS 129

Tabela 12 - Recalques admitidos pelo Centre Scientifique et Technique de la Cons-


truction 130

Tabela 13 - Flechas máximas admitidas pelo CSTC, após a instalação do componente 133

Limites de h/L para vigas de concreto armado 135


Tabela 14 -
Tabela 15 - Limites de h/L para lajes maciças de concreto armado 135

Tabela 16 - Limites de h/L para lajes maciças de concreto armado tipo cogumelo 136

Tabela 17 - Argamassas recomendadas pela norma americana ASTM C-91 141

Tabela 18 - Comprimento máximo de parede ou distância máxima entre juntas de


controle, em alvenarias com juntas em amarração 142

Tabela 19 . Distância máxima entre juntas de controle em alvenaria 142

Tabela 20 - Distâncias máximas entre juntas de movimentação em pisos cerâmicos 147

Scanned by CamScanner
Relação de figuras

FIGURA 1 — Propagação das tensões numa laje de cobertura com bordos vincu-
lados devida a efeitos térmicos 23

FIGURA 2 — Movimentações que ocorrem numa laje de cobertura, sob ação da


elevação da temperatura 23

FIGURA 3 — Trinca típica presente no topo da parede paralela ao comprimento


da laje: nuances evidentes de cisalhamento 23
FIGURA 4 — Trinca típica presente no topo da parede paralela â largura da laje;
a trinca normalmente apresenta-se com traçado bem definido, realç ando o efeito
dos esforços de tração 24
FIGURA 5 — Parede com fissuras inclinadas, em forma de escama, evidenciando
a dilatação térmica da laje de cobertura 24
FIGURA 6 — Fissura com abertura regular no topo da parede, resultante do abaula-
mento e da dilatação plana da laje de cobertura
25
FIGURA 7 — Trincas de cisalhamento provocadas por expansão térmica da laje
de cobertura
25
FIGURA 8 — Pilar fissurado devido à movimentação térmica das vigas de concreto
armado
26
FIGURA 9 — Destacamento entre alvenaria e estrutura, provocado por movimen-
tações térmicas diferenciadas
26
FIGURA 10 —
Trincas de cisalhamento nas alvenarias, provocadas por movimen
tação térmica da estrutura -
27
FIGURA 11 — Trinças verticais causadas por movimentações térmicas: a) destaca
mento entre alvenaria e pilar, b) trinca no corpo da alvenaria -
27
FIGURA 12 — Trinca vertical: a resist ência á tração dos componentes de
e superior à resist alvenaria
ência â tração da argamassa
27
F>GURA
é igual ou — Trinca vertical: a resistência â tração dos componentes de alvenaria
13
inferior â resistência da argamassa
28

'
e desta 14 ~~ Trincas inclinadas no t0P da parede (em ambas as extremidades)
°
lacamento da platibanda causados por movimentações térmicas
28

Scanned by CamScanner
180 - Trincas em edifícios

devidas a movimen-
FIGURA 15 — Fissuras regularmente espaç adas em piso externo 29
tações térmicas do piso
ação de sua dilatação
FIGURA 16 — Destacamento do revestimento do piso sob 29
t érmica
em forro constituído
FIGURA 17 — Fissuras provocadas por movimentações t érmicas 30
por laje mista
gradiente de tempe-
FIGURA 18 — Trinca presente na placa de vidro, proveniente do 31
ratura causado pelo sombreamento
da
FIGURA 19 — Trinca presente na placa de vidro, a partir de entalhe resultante
31
operação de corte

FIGURA 20 — Microfissura na região central de parede monolítica de concreto, com


7 cm de espessura, observada na desforma, logo após a cura t érmica 32

FIGURA 21 — Movimentações reversíveis e irreversíveis para um concreto devidas


á variação do seu teor de umidade 35

FIGURA 22 — Trincas horizontais na alvenaria provenientes da expansão dos tijolos:


o painel é solicitado á compressão na direção horizontal 37

FIGURA 23 —
ção
Trincas nas peç as estruturais: a expansão da alvenaria solicita o con-
37
creto á tra

FIGURA 24 — A expansão dos tijolos por absorção de umidade provoca o fissura-


mento vertical da alvenaria no canto do edifício 38
FIGURA 25 — Canto externo de edif ício com blocos estruturais assentados com jun-
tas a prumo: destacamento entre as paredes 38
FIGURA 26 — Vista interna do encontro entre as paredes: penetração de umidade
em função do destacamento ocorrido 39
FIGURA 27 — Trinca vertical no terço médio da parede, causada por movimentações
higrosc ópicas de tijolos de solo-cimento 39
FIGURA 28 — Parede monolítica constituída por argamassa de cimento areia e sai
bro: as intensas movimentações higroscó picas do material provocam 'inicialmente-
o destacamento e a fissuração do revestimento em argamassa normal 40
FIGURA 29 — Os sucessivos ciclos de umedecimento e secagem do
material consti-
tuído por solo, favorecidos cada vez mais pelos danos no
a gradativa destruição da parede
revestimento provocam
K
41
FIGURA 30 — Destacamento entre argamassa e componentes de alvenaria 41
FIGURA 31 — Trinca horizontal na base da alvenaria por efeito da umidade do solo 42
FIGURA 32 Destacamento da argamassa no topo do muro, causado pela absorção
de umidade 42

FdevWAo 3
7 ?pfe1eTçrde
, ,
mldadeSSa ^ adian ado p ocesso de degeneração
á cor

Scanned by CamScanner
nU

^ 43
Relaçào de figuras - 181

FIGURA 34
ao mesmo,

O fluxo de água interceptado no peitoril da janela escorre lateralmente
provocand o a fissuração da argamassa de revestimento 43
FIGURA 35 — Fissuração de placas de gesso, em forro rigidamente encunhado nas
paredes 44

FIGURA 36 — Viga isostática submetida á flexão 50

FIGURA 37 — Fissuração típica em viga subarmada solicitada á flexão 50

FIGURA 38 — Fissuras de cisalhamento em viga solicitada á flexão 51

FIGURA 39 —
Ramificação das fissuras na base da viga, devida â presença da
armadura de tração 51

FIGURA 40 — Ruptura por compressão do concreto de uma viga superarmada solici - 52


tada â flexão

FIGURA 41 — Fissuras de flexão em viga de concreto armado descimbrada e carre-


gada precocemente 52

FIGURA 42
ção"
— Fissura de cisalhamento em viga alta, prevista no projeto como "parede
53
de veda

FIGURA 43 —Embora com abertura bastante reduzida (da ordem de 0,2 mm), a
fissura presente na viga alta permite a penetração de água para o interior do edifício 53

FIGURA 44 — Fissuras provocadas por torção 54

FIGURA 45 — Fissuras de torção numa viga de concreto armado 55

Fissuramento típico de lajes simplesmente apoiadas 55


FIGURA 46 —
FIGURA 47 — Trincas na face superior da laje devidas á ausência de armadura
55
negativa
56
FIGURA 48 — Trincas inclinadas devidas á torção da laje
56
FIGURA 49 — Fissuras verticais no pilar indicando insuficiência de estribos

Trincas horizontais a meia altura de painel pré-


moldado de concreto
FIGURA 50 —
armado, submetido á flexocompressão
'
57

provocadas por concentração


FIGURA 51 — Fissuras inclinadas na cabeça do pilar 58
de tensões

Alvenaria ensaiada á compressãodaaxial: fissuração predominantemen-


FIGURA 52 —
1s vertical, causada pela deformação transversal
argamassa de assentamento 59

ção da resistência á
FIGURA 53 Resistência á compressão da alvenaria em fun
— 60
compressão da argamassa •
i
* *

F|GURA _ tensões ao longo de janela presente


numa
Fatores de majoraçã o das
54 1; relação entre comprimento
Parede (relação entre comprimento e largura da parede = 62
Parede e comprimento da janela = 2,9)
Scanned by CamScanner
182 Trincas em edifícios
*

FIGURA 55 —Fatores do majoração das tensões ao longo de janela numa parede


(relação entro comprimento e largura da pared « 2; relaçã :
e o entre comprimento
da parede o comprimento da janela « 2,SI
62
FIGURA 55 ~ Fatores do majotação das tensões ao longo de uma porta (relaçã
o
entro compnmento o largura da parede « 1; porta no centro da parede)
* 63
FIGURA 57 —
Fatores do majoração das tensões ao longo de uma porta (relação
entro comprimento e largura da parede < I; porta deslocada em relaçã
* o ao centro
da parede)
63
FIGUR A 5S — Fissuraç Ao típica da alvenaria causada por sobrecarga vertical 64
FIGUR A 59 — Trincas horizontais na alvenaria provenientes de sobrecarga 64
FIGURA 60 — Alvenaria de blocos cerâmicos estruturais solicitada â compr
a deformação transversal da argamassa do assentamento provoca a ruptura essão:
ras internas o a expulsão dos ’’tampos" de alguns blocos de nervu-
65
FIGURA 61 — Ruptura localizada da alvenaria sob o ponto de aplica
ção da carga
e propagação do fissuras a partir desse ponto
65
FIGURA 62 — Fissuração teórica na envoltõria do abertura sob ação do sobrecarga
s 66
FIGURA 63
cargas
— Fissuração tipica (real) nos cantos das aberturas sob atuação
de sobre-
66
FIGURA 64 — Fissura em canalelo do fibrocimento, provocada polo exces
do acessório do fixação sivo aperto
67
FIGURA 65 — Relação entro doformaçâo lenta o deformação elástica para
de diferentes dosagens concretos
70
FIGURA 66 — Influôncia da umidado relativa do ar na deformação
lenta do concroto 70
FIGURA 67 — Inlluôncia da idade do colocação em serviço da
mação lenta do concroto estrutura na defor -
71
FIGURA 68 —Flecha final numa viga fletida, considerando
mação lenta do concroto a fissuração e a defor-
74
FIGURA 69 — Trincas om parede do vedação: delloxão
deflexão da viga superior do suporte maior auo a
75
FIGURA 70 —
da viga superior
Trincas om parede do vedação: dotloxão do suport
o inferior d deflexão
76
FIGURA 71 —
da viga superior
Trincas emparedo do vodnção: delloxão do
suporto idônticnd deflexão
76
FIGURA 72 —
nentes estruturais
Trincas emparedo com aberturas, causadas pela
deflexão dos compo-
77
FIGURA 73 — Fissuração do uma parodo com abertura do janela
xão da viga do suporto causada pela defle -
77
Scanned by CamScanner
Relação de figuras - 183

FIGURA 74 — Cisalhamento entre painéis pré-fabricados provocado pela deflexão


doscomponentes estruturais 78
FIGURA 75 Trincas na alvenaria provocadas por deflex ão da região em balanço
da viga 78
FIGURA 76 —
A flex ão da viga em balanç o comprime a parede de vedação que
apresenta esmagamentos localizados no encontro com a viga perimetral 79
FIGURA 77 — Trinca horizontal na base da parede provocada pela deflex ão exces-
siva da laje 79
FIGURA 78 — Fissura horizontal na base da parede, provocada pela flexão da laje
da garagem na direção perpendicular â parede 80
FIGURA 79 — Fissura vertical em alvenaria estrutural de blocos sílico -calcários, moti-
vada pela flex ão da viga de fundação 80
FIGURA 80 — Destacamento de piso cer âmico devido á excessiva deflexão da laje 81
FIGURA 81 — Gráficos teóricos pressão x recalque de sapatas apoiadas em argilas
e areias 84
FIGURA 82 — Atrito negativo em estacas pelo amolgamento da camada de argila
mole 85
FIGURA 83 — Variação dos recalques absolutos e diferenciados em edifícios assen-
tados sobre argilas 86
FIGURA 84 — Correção do recalque elástico AH em função da cota de assentamento
e da largura da sapata 88
FIGURA 85 — Faior de deformação lz em função da profundidade do bulbo de pres-
sões 89
FIGURA 86 — Recalque de solo compressível em camada profunda 90
FIGURA 87 — Fundações continuas solicitadas por carregamentos desbalanceados:
o trecho mais carregado apresenta maior recalque, originando-se trincas de cisalha-
mento no painel 95
.
i

FIGURA 88 — Fundações contínuas solicitadas por carregamentos desbalanceados:


sob as aberturas surgem trincas de flexão \ • 95

FIGURA 89 Fissuras de flexão na alvenaria, provocadas pelos recalques mais



acentuados da sapata corrida nas regiões vizinhas á janela 95

FIGURA 90 — Recalque diferenciado por consolidações distintas do aterro carregado 96

FIGURA 91 — Fundações assentadas sobre seções de corte e aterro; trincas de


cisalhamento nas alvenarias 96

FIGURA 92 Recalque diferenciado no edif ício menor pela interferência no seu


.s
bulbo de tensões, em função da construção do edifício maior f
96

Scanned by CamScanner

- ,

À
184 - Trincas em edif ícios

FIGURA 93 — Recalque diferenciado por falta do homogonoldado do colo 9/

froá tico, foi cortado


FIGURA 94 — Recalque diferenciado por rebaixamento do lenç ol 97
o terreno á esquerda do edif ício
recalques
FIGURA 95 — Diferentes sistemas de fundação na mesma construção:
no corpo
diferenciados entre os sistemas, com a presenç a de trincas de cisalharnonto 98
da obra
,
FIGURA 96 — Recalques diferenciados entre pilares: surgem trincas do cí salhamento
98
inclinadas na direção do pilar que sofreu maior recalque

FIGURA 97 — Trinca provocada por recalque advindo da contração do solo, devida


á retirada de água por vegetação pr óxima 99

FIGURA 98 — Fissura de recalque vertical: as partes seccionadas da construção


comportaram-se individualmente como corpos rígidos 99

FIGURA 99 — Fissura de recalque horizontal: ocorreu praticamente ruptura da funda - 100


ção do pilar localizado entre as duas aberturas

FIGURA 100 — Giro do sobrado no sentido anti-hor ário, contido pelo sobrado vizinho:
fissuras com inclinação t ípica e aberturas pronunciadas: emperramento dos caixilhos
do pavimento t érreo 100

FIGURA 101 — Vista interna da parede fissurada podendo-se registrar a passagem 101
de luz através de fissura que acompanha as juntas de assentamento de alvenaria

FIGURA 102 — Recalque de sobrado para o interior do "buraco de Cajamar " 102

FIGURA 103 — As fiadas de tijolos indicam claramente a posição do recalque: a fissura


principal que se desenvolveu na parede inclina-se em direção ao ponto de maior
recalque 102

FIGURA 104 — Retração do concreto em função do consumo de cimento e da relação


água/cimento 104
FIGURA 105 — Retração de concretos em função da umidade relativa do ar 105
FIGURA 106 — Fissuras horizontais nos pilares , devidas á retração do concreto das
vigas superiores 108

FIGURA 107 — Fissuras de retração numa viga de concreto armado 108


FIGURA 108 — Fissuras de retração em viga de concreto armado, causadas pela
elevadíssima relação água/cimento do concreto 108
FIGURA 109 — Fissuras em parede externa, promovidas pela retração da laje de
cobertura 109
FIGURA 110 — Fissuras em parede externa, causadas pela retração de lajes interme-
diárias 110
FIGURA 111 — Fissura e destacamento na interface bloco/argamassa, provocados
pela retração da argamassa de assentamento da alvenaria estrutural 110
Scanned by CamScanner
Relação de figuras - 185

FIGURA 112 — Destacamento provocado pelo encunhamento precoce da alvenaria 111


FIGURA 113 — Retração de paredes e blocos de concreto em função da idade e
da vinculação 111
FIGURA 114 — Retração de blocos de concreto assentados com diferentes tipos de
argamassa 112
FIGURA 115 — Fissura de retração na alvenaria, em seção enfraquecida pela pre-
senç a de tubulação 113
FIGURA 116 — Fissuração generalizada causada pela retração dos componentes de
alvenaria e pelo grande número de aberturas de janelas na parede 113
FIGURA 117 — Fissura de retração em parede monolítica de concreto, na seção enfra-
quecida pela presença do vão de janela 114

FIGURA 118 — Fissura em parede monolítica relativamente extensa, provocada pela


retração do concreto 114

FIGURA 119 — Destacamento na região de contato parede monolítica de concreto/laje


de fundação, com penetração de umidade para o interior da edificação 115

FIGURA 120 — Fissuras de retração no revestimento em argamassa, podendo-se ob-


servar que o distanciamento entre as fissuras presentes no emboço é menor do
que aquele verificado no reboco 116

FIGURA 121
sentamento
— Gretagem de azulejos provocada pela retração da argamassa de as-
117

FIGURA 122 —Fissuras horizontais no revestimento provocadas pela expansão da


argamassa de assentamento 120

FIGURA 123 — Pequeno buraco (“ pite") no revestimento em argamassa, resultante


da hidratação retardada de óxidos livres presentes na cal 120

FIGURA 124
sulfatos
— Fissuras na argamassa de revestimento provenientes do ataque por
121

FIGURA 125 Painéis pré-fabricados constituídos por cimento e gesso: a ação da


umidade desencadeia a reação de formação da etringita, com grande poder expansivo 121

FIGURA 126 Fissuras provocadas pela expansão do material, comprometendo irre-


ç estrutural,
versivelmente o desempenho da construção sob os aspectos de seguran a 122
salubridade, durabilidade etc.
concreto,
FIGURA 127 Trincas e lascamentos em pilar, em função da expansão do 123
provocados pela ação de sulfatos
o generalizada das arma-
FIGURA 128 Teto de galeria de esgoto doméstico: corrosã 124
duras, fissurações e lascamentos do concreto
pela corrosão da arma-
FIGURA 129 Trincas e lascamentos no concreto provocados 124
dura •d

Scanned by CamScanner
186 - Trincas om edif ícios

ematmad '
FIGURA 130 - Fissuraçâo acentuada o lascamentos de cloreto de caicioj ° 125
devidos á corrosão das armaduras (omprogo indevido

FIGURA 131 — Corros ão do armadura


utilizados
provocand
espaç
o
adores
danos
quo
na paredeJ 1
assegurassem o adequadoaHnIlí!,
concreto; no caso, não foram 125
cobrimento das armaduras
de danos por recalques
FIGURA 132 — Juntas na estrutura para evitar a ocorrência 130
diferenciados das fundações
reticulada 132
FIGURA 133 — Distor ções angulares num edif ício com estrutura
vedação 137
FIGURA 134 — Montagem recomendada para as paredes de
estrutura, com o emprego
FIGURA 135 — Junta de dessolidarização entre a parede e a 137
de material deformável
138
FIGURA 136 — Acabamento de juntas com selanto flex ível
139
FIGURA 137 — Juntas de acomodação entre paredes e pilares
141
FIGURA 138 — Frisamento de juntas em alvenarias aparentes de fachadas
çã com
FIGURA 139 — Juntas provisórias em lajes muito extensas: absorção da retra o 143
possibilidade de retificação das barras ou do seu deslocamento relativo no transpasse

144
FIGURA 140 — Junta deslizante entre laje de cobertura o alvenaria estrutural
FIGURA 141 — Seccionamento das paredes do último pavimento, empregando- se
com bandeira
portas 145

FIGURA 142 — Junta do dessolidarização entre piso cerâmico o parede 147

FIGURA 143 — Camada de separação entre piso cer âmico e laje de concreto armado 147

FIGURA 144 — Juntas de movimentação em piso cerâmico 148

FIGURA 145 — Folga entre forro do gesso e parede lateral 148

> FIGURA 146


chatos de

metal
Junta de movimentação entre estrutura e caixilharia, com ganchos
149

FIGURA 147 — Danos generalizados na base de uma parede de empena, composta


por blocos de vedação, em edif ício construído no sistema Outinord 151

FIGURA 148 Trinca acentuada em parede transversal, a aproximadamente 90 cm


da parede de fachada , á direita da foto, propagando - se inclusive pela cinta de amar -
ração em concreto armado 152

FIGURA 149 — Testemunhas com traç os de referência 154

FIGURA 150 Fissura instrumentada com bases de aç o para leitura dos desloca-
mentos relativos 154

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Relação de figuras - 1 8 7
FIGURA 151 Fissuraçâo da alvenaria devida á flexibilidade da estrutura de
armado, aparentando ter sido provocada por rocalque concreto
de fundação 155
FIGURA 152 Instalações do esgoto totalmonto danificadas, provocando
do solo e consequente recalque da fundação saturação
156
FIGURA 153 Seccionamento da cinta de concreto armado que amarrava a parede
transversal á parede de fachada da obra
156
FIGURA 154 — Projeto de implantação, combinando
enchentes e fissuras por movi-
mentações higrosc ópicas
157
FIGURA 155 —
movimentaçã
Projeto de implantação, combinando erosão do terreno e fissuras por
o das fundações 157
FIGURA 156 — Instalação de tubos plásticos para injeção de resina nas fissuras,
em viga alta de concreto armado
161
FIGURA 157 — Reforço de viga mediante colagem de cantoneira de aço 162
FIGURA 158 — Reforço de viga com concreto e armaduras suplementares 162
FIGURA 159 — Apicoamento do concreto, aplicação de resina epóxi, posicionamento
de fôrmas e de armaduras suplementares para reforço de viga com concreto projetado 163
FIGURA 160 — Aspecto final de vigas reforç adas com concreto projetado 164
FIGURA 161 — Reforç o de pilar com concreto e armaduras suplementares 164
FIGURA 162 — Recuperação de destacamento pilar/parede com tela de estuque 165
FIGURA 163 — Recuperação de fissura em alvenaria com o emprego de bandagem
de dessolidarização parede/revestimento 166
FIGURA 164 — Recuperação de fissuras ativas com selante flexível 167

FIGURA 165 Recuperação de parede, em seção enfraquecida, com o emprego


de tela met álica 168

FIGURA 166 Recuperação de fissura em alvenaria aparente, com o emprego de


armaduras defasadas 169

FIGURA 167 Desvinculação entre a parede fissurada e o componente estrutural


superior 169

FIGURA 168 Reforç o de alvenaria portante com tirante de aç o 170

FIGURA 169 — Solução alternativa para o problema das fissuras: vista interna 174

FIGURA 170 — Solução alternativa para o problema das fissuras; vista externa 175

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Unwerçidade Estadual de Maringá


eterna de Bibliotecas - BCE

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