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Doutrina

Paraísos Fiscais e Lavagem de Dinheiro:


Estratégias Relevantes no Processo de
Análise e Detecção pelas Instituições
Financeiras

Alessandro Fernandes
Doutorando em Direito pela Universidade do Vale do Rio
dos Sinos; Assessor na Unidade de Segurança Institucional
do Banco do Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0002-
0356-2565; e-mail: alfernandes@edu.unisinos.br.

RESUMO: Este estudo tem como objetivo avaliar o nível de risco associado
às transações financeiras envolvendo recursos provenientes de jurisdições ca-
racterizadas como paraísos fiscais, no que diz respeito à detecção de indícios de
lavagem de dinheiro por parte das instituições financeiras, bem como identificar
e propor estratégias para mitigar esse risco. A pesquisa foi conduzida por meio
de uma análise documental com uma abordagem exploratória e qualitativa,
culminando na criação de uma matriz de risco que identifica e quantifica
possíveis vulnerabilidades. Os resultados indicam que o uso de paraísos fiscais
em operações suspeitas de lavagem de dinheiro é provável em sua ocorrência e
crítico em termos de severidade.

PALAVRAS-CHAVE: Lavagem de Dinheiro. Países com Tributação Favorecida.


Direito Tributário Internacional. Gestão de Riscos. Instituições Financeiras.

SUMÁRIO: Introdução. 1 Lavagem de Dinheiro. 2 Paraísos Fiscais. 3 Resultados


e Discussões. Considerações Finais. Referências.

Introdução
Paraísos fiscais, geralmente caracterizados por países com territórios
reduzidos e escassez de recursos naturais, têm como objetivo atrair empresas
e recursos para garantir sua subsistência, compensando a falta de riquezas na-
turais. A origem desses paraísos fiscais remonta à década de 1920, como uma
resposta ao aumento da tributação sobre grandes fortunas, um movimento
que surgiu na esteira da Primeira Guerra Mundial, visando à recuperação das
nações europeias (Góes; Mendes, 2021).
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Uma das estratégias mais eficazes no combate ao crime organizado é


conhecida como Follow the Money, que consiste em rastrear o fluxo de dinhei-
ro, identificar suas rotas, bloquear ativos e privar as entidades criminosas dos
recursos necessários para financiar seus membros ou subornar funcionários
públicos. O dinheiro é considerado a espinha dorsal de qualquer organização
criminosa (Badaro; Bottini, 2016). Esse rastreamento da origem dos recursos
é fundamental, uma vez que o dinheiro em si não revela sua procedência,
como sugere a máxima pecunia non olet (Rios, 2010).
Os bancos, assim como outros setores econômicos, têm a obrigação de
cooperar com as autoridades públicas e denunciar qualquer atividade suspeita
de ocultação de bens ilícitos, estando sujeitos a sanções por não cumprimento
dessa regra (Bottini, 2019), conforme estipulado no art. 9º da Lei nº 9.613/98:
“Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas
físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como
atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros,
em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação
ou administração de títulos ou valores mobiliários (...).” (Brasil, 1998)

À medida que as operações contábeis se tornam mais complexas e a


engenharia financeira mais sofisticada, as chances de impunidade aumentam.
Por essa razão, há uma preferência pelo sistema financeiro, especialmente o
internacional, e pelos serviços de profissionais de diversas áreas de conheci-
mento. Esses serviços têm sido usados por grupos criminosos para dar uma
aparência de legalidade a ações que, na realidade, envolvem um ou mais
crimes (Grandis, 2012).
Portanto, a eficácia na luta contra esse tipo de crime depende da capaci-
dade das instituições financeiras de identificar adequadamente as pessoas que
realizam transações, ou seus representantes, quando aplicável (Cordero, 2001).
Nesse contexto, este estudo tem como objetivo determinar o grau de
risco associado às movimentações financeiras envolvendo recursos originados
ou destinados a jurisdições classificadas como paraísos fiscais. Além disso,
busca identificar as estratégias necessárias para mitigar esse risco.
Para atingir esses objetivos, a pesquisa foi conduzida por meio de uma
abordagem documental, com caráter exploratório e qualitativo. O principal
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resultado deste estudo é a elaboração de uma matriz de risco que identifica e


avalia as possíveis vulnerabilidades destacadas na análise. A identificação desses
riscos é um passo fundamental para um eficaz gerenciamento e redução de
seus impactos (Kaplan; Leonard; Mikes, 2020).

1 Lavagem de Dinheiro
A expressão “Lavagem de Dinheiro” teve sua origem nos Estados
Unidos, na década de 1920. Nesse período, as organizações criminosas, no-
tadamente as máfias, estabeleceram uma rede de lavanderias para dissimular
a origem ilícita dos recursos obtidos em suas atividades ilegais, em especial
no contexto do contrabando de bebidas alcoólicas, que era ilegal na época
(Tondini, 2006). Apesar de a denominação ter surgido recentemente, a prática
em si parece ser bem mais antiga. Há relatos de piratas na Idade Média que
já procuravam desvincular os recursos provenientes de atos ilícitos de sua
origem (Callegari; Weber, 2017).
A lavagem de dinheiro é um processo pelo qual os recursos provenientes
de atividades ilegais e criminosas são inseridos no sistema econômico, usando
artifícios para ocultar sua origem, tornando difícil a conexão com seu histórico
criminoso. Para isso, são realizadas uma série de transações comerciais ou
financeiras que visam dar uma aparência legítima a esses valores, permitindo
que eles retornem ao sistema econômico ou financeiro com uma aparência
legal (Badaro; Bottini, 2016).
A Lei nº 9.613/98, com as alterações introduzidas pela Lei nº
12.683/2012, apresenta de forma concisa e direta a definição de lavagem de
dinheiro em seu art. 1º1:

“Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,


movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes,
direta ou indiretamente, de infração penal.” (Brasil, 1998)

Diferentemente dos chamados “crimes tradicionais”, a lavagem de


dinheiro é um processo complexo que exige uma série de operações habili-
dosas para dissimular a origem dos fundos ilícitos. Quanto mais intricada essa
operação, maior a probabilidade de impunidade (Grandis, 2013).
O crime de lavagem de dinheiro está intrinsecamente ligado a uma
infração penal anterior e começa com a ocultação desses ativos. Subsequen-

1 Com a promulgação da Lei nº 9.613/98, a caracterização do crime de lavagem estava condicionada à ocorrência de
um dos denominados “crimes antecedentes” listados em seu artigo inicial, o que estabelecia uma lista exaustiva,
seguindo o princípio da taxatividade. No entanto, a Lei nº 12.683, de 9 de julho de 2012, aboliu essa lista, passando
a considerar qualquer infração penal como possível crime antecedente (Ortigara; Guarani, 2014).
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temente, várias operações são conduzidas para mascarar a origem dos bens,
culminando na reintrodução desses recursos na economia com uma aparência
legítima (Badaro; Bottini, 2016). Embora essas três etapas do crime de lavagem
de dinheiro geralmente estejam interligadas e, às vezes, se sobreponham, elas
não ocorrem necessariamente de maneira simultânea e sequencial. A distin-
ção entre elas, normalmente, é feita apenas por razões didáticas, servindo
principalmente como um instrumento conceitual (Aránguez-Sánchez, 2000).
A etapa inicial, chamada de “ocultação” (placement), envolve o primeiro
passo para dissociar o dinheiro de sua origem criminosa, por meio de mudanças
qualitativas nos bens, afastamento do local do crime ou ações semelhantes
(Badaro; Bottini, 2016). Nesta fase, os criminosos estão mais expostos, pois
a conversão de grandes quantias de dinheiro atrai a atenção das autoridades,
aumentando a probabilidade de detecção (Callegari; Weber, 2017).
A “dissimulação” (layering) representa a fase central da lavagem de di-
nheiro, na qual busca-se encobrir ou disfarçar a origem dos fundos por meio
de uma série de transações financeiras e/ou comerciais destinadas a eliminar
qualquer rastro perante investigadores, ocultando a verdadeira fonte e a
propriedade dos recursos, criando uma justificativa “limpa” para sua origem
(Silva; Marques; Teixeira; 2011).
A última etapa, conhecida como “integração” (integration), envolve a
incorporação do “dinheiro limpo” na economia por parte do “lavador”, que,
por meio das fases anteriores, faz com que esses recursos pareçam ter sido
adquiridos legalmente (Silva; Marques; Teixeira; 2011). Ao final desse proces-
so, os ativos são formalmente integrados ao sistema econômico, adquirindo
uma aparência de legalidade, como se tivessem sido obtidos por meios lícitos
(Callegari, 2017).
Vale ressaltar que, devido à natureza transnacional do crime de lavagem
de dinheiro, essas etapas podem envolver transações em múltiplos países,
tornando relevante a observação de Souto (2001, p. 48):

“(...) la lucha contra la criminalidad internacional no se puede llevar a cabo


con eficacia mediante iniciativas estatales aisladas e internas, sino única-
mente a través de la más estrecha colaboración a escala internacional. La
verdadera batalla contra el blanqueo, pues, debe plantearse, principalmente,
en sede internacional, puesto que el lavado de dinero se orienta hacia países
que no disponen de normas apropiadas para prevenir y reprimir el reciclaje,
e incluso han de contemplarse sanciones graves frente a los estados que
no se adecuen al estándar de efectividad establecido dentro del marco de
la concertación internacional en la lucha contra el blanqueo.”
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A Circular BACEN nº 3.978/2020 (BACEN, 2020) introduziu uma


abordagem baseada em risco que permitiu maior flexibilidade nos critérios
para identificação, classificação e monitoramento de clientes, em contraste
com a norma anterior que adotava uma abordagem baseada em controles. A
regulamentação atual se tornou mais rigorosa em seus requisitos, aumentando
a complexidade das medidas de controle necessárias. Agora, exige a elaboração
de um manual específico que englobe os procedimentos aplicáveis à iden-
tificação, qualificação e classificação de clientes, levando em consideração o
perfil de risco de cada cliente e a avaliação interna de riscos (Almeida, 2020).
A Lei nº 14.286/2021 (Brasil, 2021) reformulou a legislação, substituin-
do mais de 40 dispositivos legais que estavam em vigor há quase um século,
contendo comandos dispersos que totalizavam mais de 400 artigos. Essa re-
forma representou um Novo Marco Legal do Câmbio, com uma linguagem
concisa e atualizada, visando proporcionar maior segurança jurídica às questões
relacionadas, em um esforço de modernização que estabeleceu um sistema
mais ágil e flexível, facilitando as operações de câmbio (BACEN, 2021).
Portanto, é imperativo ressaltar que a atenção à regulamentação de pre-
venção e combate à lavagem de dinheiro nesse contexto específico se mostra
mais do que justificada. Isso se deve ao fato de que as recentes mudanças na
legislação financeira agora permitem a compra e venda de moeda estrangeira
entre pessoas físicas em operações de até US$ 500,00 por transação. Essa
alteração representa uma significativa transformação no cenário financeiro,
uma vez que anteriormente essa prática era estritamente proibida e sujeita a
sérias penalidades.
Além desse importante desenvolvimento, o novo texto legal também
ampliou consideravelmente o limite de dinheiro em espécie que pessoas físicas
podem portar em viagens internacionais. Antes restrito a R$ 10.000,00, esse
limite foi ampliado para um substancial valor de até US$ 10.000,00 (Peixoto;
Coppla, 2023). Essa mudança representa uma considerável flexibilização das
regras financeiras, o que tem implicações diretas na capacidade de rastreamento
e prevenção da lavagem de dinheiro e de outras atividades ilícitas relacionadas
ao fluxo de dinheiro internacional.
Nesse sentido, a atenção e a regulamentação rigorosa se tornam ainda
mais cruciais, uma vez que as oportunidades para o uso indevido dessas no-
vas regras também aumentaram substancialmente. O desafio é garantir um
equilíbrio adequado entre a liberdade financeira legítima e a necessidade de
proteger o sistema financeiro de atividades criminosas, exigindo uma su-
pervisão contínua e uma análise cuidadosa das implicações dessas mudanças
legais para garantir a integridade do sistema financeiro. Portanto, a vigilância
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e a adaptação às transformações regulatórias são essenciais para manter a


eficácia dos esforços de prevenção e combate à lavagem de dinheiro nesse
contexto dinâmico.
A Força-Tarefa de Ação Financeira (GAFI) é um órgão intergoverna-
mental independente que desenvolve e promove políticas para proteger o
sistema financeiro global contra lavagem de dinheiro, financiamento do ter-
rorismo e financiamento da proliferação de armas de destruição em massa. As
recomendações do GAFI são consideradas o padrão global contra a lavagem de
dinheiro (AML) e o financiamento do terrorismo (CFT). A Recomendação nº
19 do GAFI reconhece as vulnerabilidades das operações cambiais para esses
riscos e estabelece a necessidade de cuidados adicionais em países classificados
como “de alto risco”, conforme indicado no trecho a seguir:

“As instituições financeiras deveriam estar obrigadas a aplicar medidas


reforçadas de devida diligência ao cliente para relações de negócios e
transações com pessoas físicas e jurídicas e instituições financeiras de
países onde as Recomendações GAFI assim o exigirem. O tipo de medida
reforçada de devida diligência aplicada deverá ser efetivo e proporcional
aos riscos.” (FATF, 2019)

É fundamental enfatizar que a mera existência de paraísos fiscais não


implica automaticamente em atividades criminosas. Esses territórios desem-
penham um papel importante em operações financeiras internacionais e no
desenvolvimento de estratégias de planejamento tributário internacional,
especialmente para empresas envolvidas no comércio internacional (Ramos,
2019). A oferta de isenções fiscais por si só não é suficiente para atrair lava-
dores de dinheiro; o que realmente os atrai são o sigilo e a falta de escrutínio
regulatório, que tornam esses locais atraentes para o investimento de fundos
ilícitos, uma vez que dificultam a sua rastreabilidade (Romantini, 2003).

2 Paraísos Fiscais
Paraísos fiscais são jurisdições2 que implementam um regime de tri-
butação baixa ou nula. Além disso, são caracterizados pela adoção de regras
flexíveis para a formação de empresas, conhecidas como offshores, que não
exercem atividades na economia local, bem como pela utilização de arranjos
legais, como trusts, que garantem o sigilo das informações sobre os verdadei-

2 Quando se trata de abordar paraísos fiscais e centros offshore, é comum empregar o termo “jurisdições” em vez de
“países”, uma vez que ele se refere a qualquer território com seu próprio sistema legal, independentemente de ser
ou não um estado soberano. A caracterização como paraíso financeiro dependerá, em última análise, do regime
estabelecido pelo sistema legal desse território (Dallagnol, 2013, p. 408).
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ros beneficiários. Esses locais também podem possuir um sistema bancário


com um grau extremo de sigilo bancário, tornando difícil a penetração nas
informações financeiras, conforme descrito no seguinte conceito:

“(...) os que priorizam o exercício de atividades bancárias ou financeiras e


não requerem maiores exigências patrimoniais ou fiduciárias, possuindo
estabilidade política ou institucional, ausência de transparência jurídica e
administrativa, de controle cambial, plenos segredos bancário, financeiro
e societário, não realizando troca de dados com o restante da comunidade
internacional em investigações criminais, notadamente de natureza fiscal,
mas também podendo recusar-se a prestar informações, até mesmo em
casos em que haja uma investigação criminal formal sobre outros tipos de
ilícitos.” (Pinto, 2007, p. 151)

Há uma queixa constante por parte da Europa de que países com cargas
tributárias relativamente baixas estão envolvidos em uma competição fiscal
desleal, pressupondo que os gastos governamentais desempenham um papel
crucial na garantia do bem-estar social. Isso levou a uma conotação negativa
associada ao termo “paraíso” (Enfedaque, 2016). No entanto, alguns autores
argumentam que uma verdadeira competição fiscal internacional pode trazer
benefícios globais, e os paraísos fiscais desempenham um papel importante
ao viabilizar essa competição3 (Rahn, 2002).
Heleno Torres discorda do uso da nomenclatura “paraíso fiscal”4, ar-
gumentando que é um termo originado nos países de tradição Common Law
e que está superado pela redação do art. 24 da Lei Federal nº 9.430/965. Ele

3 Em que pese estudos comprovarem o impacto negativo significativo da lavagem de dinheiro sobre os fundamentos
macroeconômicos (Quirk, 1997, p. 7-8).
4 Ainda se encontra a utilização das terminologias “refúgio fiscal, oásis fiscal, esconderijo fiscal, jurisdição fiscal mais
vantajosa, regime tributário mais vantajoso, zona de exclusão fiscal, regime fiscal preferencial, território de regime
fiscal privilegiado” (Pinto, 2007, p. 143-144).
5 “Art. 24. As disposições relativas a preços, custos e taxas de juros, constantes dos arts. 18 a 22, aplicam-se, também,
às operações efetuadas por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, com qualquer pessoa física
ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país que não tribute a renda ou que a tribute à
alíquota máxima inferior a vinte por cento. § 1º Para efeito do disposto na parte final deste artigo, será considerada a
legislação tributária do referido país, aplicável às pessoas físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a natureza do ente
com o qual houver sido praticada a operação. § 2º No caso de pessoa física residente no Brasil: I – o valor apurado
segundo os métodos de que trata o art. 18 será considerado como custo de aquisição para efeito de apuração de
ganho de capital na alienação do bem ou direito; II – o preço relativo ao bem ou direito alienado, para efeito de
apuração de ganho de capital, será o apurado de conformidade com o disposto no art. 19; III – será considerado
como rendimento tributável o preço dos serviços prestados apurado de conformidade com o disposto no art. 19;
IV – serão considerados como rendimento tributável os juros determinados de conformidade com o art. 22. § 3º Para
os fins do disposto neste artigo, considerar-se-á separadamente a tributação do trabalho e do capital, bem como as
dependências do país de residência ou domicílio. § 4º Considera-se também país ou dependência com tributação
favorecida aquele cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária de pessoas
jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos a não residentes.”
(Brasil, 1996)
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propõe, em vez disso, um conceito para países com tributação favorável, como
pode ser observado abaixo:

“A definição de países com ‘tributação favorecida’, como vem sendo apre-


sentada pela doutrina, designa aqueles países que, para o tratamento fiscal
dos rendimentos de não residentes ou equiparados a residências, aplicam
uma ‘reduzida’ ou ‘nula’ tributação sobre os rendimentos e que contam
ainda com segredo bancário, falta de controle de câmbios e mantém uma
grande flexibilidade para a constituição e administração de sociedades
locais.” (Torres, 2001, p. 79)

A OCDE emite comunicados listando jurisdições que demonstram


deficiências estratégicas significativas no combate à lavagem de dinheiro,
ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição em
massa. Em virtude do alto risco associado às operações desses países, essa lista
é frequentemente referida como lista proibida. Atualmente, essa lista inclui
a República Popular Democrática da Coreia, Irã e Mianmar (COAF, 2023a).
Além da lista proibida, a OCDE também publica a chamada “lista cin-
za”, que enumera jurisdições sujeitas a um monitoramento mais intensivo.
Esses países estão colaborando ativamente com o GAFI na correção de de-
ficiências estratégicas em seus regimes de prevenção à lavagem de dinheiro,
ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição em
massa. A lista cinza inclui Albânia, Barbados, Burkina Faso, Ilhas Cayman,
República Democrática do Congo, Gibraltar, Haiti, Jamaica, Jordânia, Mali,
Marrocos, Moçambique, Nigéria, Panamá, Filipinas, Senegal, África do Sul,
Sudão do Sul, Síria, Tanzânia, Turquia, Uganda, Emirados Árabes Unidos e
Iêmen (COAF, 2023b).
A listagem de países pela OCDE é frequentemente alvo de críticas, uma
vez que territórios como Jersey, Ilhas Cayman e Bahamas demonstram alto
nível de conformidade com as regras de transparência e adotam princípios de
know your customer6. Até mesmo o governo suíço, conhecido por seu respeito
ao sigilo bancário, alterou sua legislação para garantir a confidencialidade das
transações financeiras apenas em casos que envolvam sucessão patrimonial, di-
vórcio e sonegação fiscal, que são considerados meras infrações administrativas
pela legislação suíça (Silva Sánchez, 2009). Portanto, a não inclusão em listas
de jurisdições como Áustria, Suíça, Hong Kong, Irlanda e Singapura, além
dos estados norte-americanos de Delaware, Nevada e Wyoming, que possuem
condições tributárias e de sigilo semelhantes, é questionável (Mason, 2008).

6 O processo de kwon your customer é a linha mestra da política de aceitação de cliente, objetivando inibir a entrada ou
a manutenção de clientes que tenham suas atividades ligadas ao crime de lavagem de dinheiro (Callegari; Weber,
2017).
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A Instrução Normativa SRF nº 1.037 relaciona países ou dependências


com tributação favorecida e regimes fiscais privilegiados, que não tributam
a renda ou o fazem com alíquota inferior a 20%, ou cuja legislação interna
não permite o acesso às informações sobre a composição societária de pessoas
jurídicas ou sua titularidade. Essa instrução inclui jurisdições como Andor-
ra, Anguilla, Antígua e Barbuda, Aruba, Ilhas Ascensão, Comunidade das
Bahamas, Bahrein, Barbados, Belize, Ilhas Bermudas, Brunei, Campione
D’Italia, Ilhas do Canal (Alderney, Guernsey, Jersey e Sark), Ilhas Cayman,
Chipre, Ilhas Cook, Djibouti, Dominica, Emirados Árabes Unidos, Gibral-
tar, Granada, Hong Kong, Kiribati, Lebuan, Líbano, Libéria, Liechtenstein,
Macau, Maldivas, Ilha de Man, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Mônaco, Ilhas
Montserrat, Nauru, Ilha Niue, Ilha Norfolk, Panamá, Ilha Pitcairn, Polinésia
Francesa Ilha Queshm, Samoa Americana, Samoa Ocidental, Ilhas de Santa
Helena, Santa Lúcia, Federação de São Cristóvão e Nevis, Ilha de São Pedro e
Miguelão, São Vicente e Granadinas, Seychelles, Ilhas Solomon, Suazilândia,
Sultanato de Omã, Tonga, Tristão da Cunha, Ilhas Turks e Caicos, Vanuatu,
Ilhas Virgens Americanas e Ilhas Virgens Britânicas (SRF, 2010).
A divulgação das listas da OCDE, bem como a relação comunicada pela
IN SRF nº 1.037, é essencial para identificar jurisdições com deficiências. Isso
ocorre porque, devido à fragilidade dessas jurisdições, o sistema de controle
global como um todo fica comprometido.

3 Resultados e Discussões
Adquirir um cartão de crédito de uma administradora sediada em
uma jurisdição de paraíso fiscal, por exemplo, permite a compra de bens
em qualquer parte do mundo, sem o risco de rastreamento dos fundos ilí-
citos usados para pagar a fatura, dificultando a identificação de sua origem
(Lilley, 2006).
Além disso, é crucial expandir nossa compreensão das estratégias
comumente adotadas para a utilização de paraísos fiscais como meios para a
lavagem de dinheiro. Geralmente, duas estratégias principais emergem como
as táticas preferidas pelos criminosos financeiros.
A primeira estratégia envolve a criação de empresas offshore em juris-
dições de paraísos fiscais. Essas empresas muitas vezes são concebidas de
maneira a ocultar as identidades dos criminosos por trás delas; ou, então, os
criminosos podem ser incluídos em outros arranjos legais, como trusts, que
têm a capacidade de ocultar a verdadeira propriedade. Essa tática permite que
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os criminosos realizem suas operações financeiras sem deixar rastros evidentes


e dificulta a tarefa das autoridades na identificação dos responsáveis7.
A segunda estratégia de lavagem de dinheiro envolve a circulação e
manutenção de fundos ilícitos em bancos e instituições financeiras localiza-
das em paraísos fiscais. Essa abordagem é particularmente desafiadora de ser
detectada, pois os paraísos fiscais oferecem um alto grau de sigilo bancário e
pouca transparência nas transações financeiras (Dallagnol, 2013). Essa fase da
lavagem de dinheiro é conhecida como “estruturação” ou layering, e sua eficácia
é diretamente proporcional ao número de países e jurisdições diferentes que
os fundos atravessam durante o processo (Richards, 1998).
Essas vulnerabilidades significativas foram identificadas e analisadas pelo
Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), que reconheceu a necessi-
dade premente de regulamentação e controle mais rigorosos. Isso culminou
na Recomendação nº 29 do GAFI:

“Os países devem avaliar os riscos de uso indevido de pessoas jurídicas


para lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo e tomar me-
didas para evitar o seu uso indevido. Os países devem garantir que haja
informações adequadas, precisas e atualizadas sobre os reais beneficiários
e o controle de pessoas jurídicas que possam ser obtidas ou acessadas
de forma rápida e eficiente pelas autoridades competentes, através de
um registro de beneficiários reais ou de um mecanismo alternativo. Os
países não devem permitir que as pessoas jurídicas emitam novas ações ao
portador ou warrants de ações ao portador e tomem medidas para evitar
o uso indevido das ações ao portador e warrants de ações ao portador
já existentes. Os países devem tomar medidas efetivas para garantir que
acionistas e diretores designados não sejam usados indevidamente para
lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. Os países devem
considerar facilitar acesso aos dados de verdadeira propriedade e infor-
mações sobre seu controle, para que instituições financeiras e APNFDs
no cumprimento dos deveres estabelecidos nas Recomendações ns. 10
e 22.” (FATF, 2019)

Ao minuciosamente examinarmos os aspectos previamente enfatizados,


é inegável a conclusão de que a utilização de paraísos fiscais como instru-
mento para conduzir operações com o propósito de lavagem de dinheiro é
altamente provável. Essa probabilidade se fundamenta em uma vasta relação
de jurisdições que ostentam tal classificação, o que demonstra uma tendência
preocupante no cenário global. Adicionalmente, essa preocupação é substan-

7 Segundo o GAFI, essa técnica é uma das seis mais associadas às medidas para ocultar recursos oriundos de atos de
corrupção (Pinto, 2007, p. 151).
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cialmente agravada pela existência de rígidas regras de sigilo bancário, as quais


contribuem para a crítica natureza desse quadro.
Com base nessas ponderações, é perfeitamente plausível conceber uma
matriz de risco abrangente que categoriza os diversos fatores envolvidos, con-
siderando sua gravidade e probabilidade. A estrutura da matriz de risco per-
mitirá uma classificação mais precisa e estratégica dos elementos envolvidos,
possibilitando uma abordagem mais informada e direcionada para mitigação
e controle dos riscos.

Tabela 1 – Matriz de Risco

Frequência (Probabilidade de Ocorrência)


Matriz de Risco (Impacto Extremamente
Remota Provável Possível
x Frequência) Remota
1 2 3 4
Impacto (Severidade)

Crítica 4 4 8 12 16

Severa 3 3 6 9 12

Moderada 2 2 4 6 8

Reduzida 1 1 2 3 4

Fonte: Elaborado pelo autor.

Evidencia-se claramente que a probabilidade de que o risco identificado


se concretize encontra-se firmemente posicionada no preocupante quadrante
vermelho, sinalizando uma situação de extrema gravidade. Isso se deve ao
fato de que existe um elevado potencial para a ocorrência de atividades ilíci-
tas relacionadas à transferência de recursos por meio de paraísos fiscais, uma
questão que exige uma abordagem cautelosa e imediata.
Diante dessa alarmante criticidade, foi adotado o método 5W2H como
uma ferramenta crucial para enfrentar e reduzir esses riscos. O acrônimo
5W2H provém das palavras em inglês: what (o quê), why (por quê), who
(quem), where (onde), when (quando), how (como) e how much (quanto). Este
método é amplamente consagrado na elaboração de estratégias para desenvol-
ver um plano de ação robusto e implementar medidas eficazes de mitigação de
riscos. (Lobato; Santos, 2023). Essa abordagem abrangente e bem estabelecida
oferece as diretrizes necessárias para lidar de forma eficaz com a complexidade
dos desafios decorrentes dessa situação crítica.
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Quadro1 – Método 5W2H

Método 5W2H
Implementar medidas adicionais de controle de movimentações
What bancárias, em função do risco crítico de operações com origem ou
destino de recursos provenientes de paraísos fiscais.
Who Comitê de Riscos.
Diretorias responsáveis pela condução do Processo de Análise e
5W Where
Detecção de Lavagem de Dinheiro (PLD) e de Comércio Exterior.
Medidas devem ser implementadas sempre que a movimentação
When
financeira tenha origem ou destino proveniente de paraísos fiscais.

Why Para manter abordagem baseada em risco aderente aos identificados


nestes casos.
Criação de apontamento de indício PLD para monitoramento das
How situações de risco decorrentes de movimentações financeiras que
2H tenham origem ou destino provenientes de paraísos fiscais.
How much A determinar em função do porte da Instituição.
Fonte: Elaborado pelo autor.

A estratégia de introduzir uma nova marcação para as transações finan-


ceiras que tenham origem ou destino em paraísos fiscais reflete a sensibilidade
do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) em relação à sobrecarga
de informações compartilhadas pelas instituições financeiras. Esta sobrecarga
pode, potencialmente, tornar o processo de investigação e detecção ineficaz,
pois mescla uma vasta quantidade de dados insignificantes com comportamen-
tos que efetivamente levantam suspeitas de lavagem de dinheiro, conforme
discutido por Bottini em seu trabalho de 2023.
Portanto, a introdução dessa marcação específica tem o propósito de
destacar essa situação crítica de controle. Além disso, ela viabilizará a criação
de uma linha de análise dedicada a esses indícios, o que é fundamental para
uma abordagem mais precisa e eficaz na identificação e prevenção de atividades
suspeitas de lavagem de dinheiro.

Considerações Finais
Este estudo se empenhou em uma tarefa fundamental: a identificação
e análise dos impactos decorrentes dos riscos associados às movimentações
financeiras envolvendo jurisdições rotuladas como paraísos fiscais. Esses riscos
se apresentam como uma preocupação crítica, já que podem comprometer
seriamente os esforços de análise e detecção de indícios de lavagem de dinheiro,
um crime financeiro de extrema gravidade e complexidade. Compreender
Revista Brasileira de Direito Comercial Nº 55 – Out-Nov/2023 – Doutrina
124

esses impactos é crucial para que as instituições bancárias possam adotar


medidas adequadas e eficazes para mitigar essas ameaças.
Nesse contexto, a pesquisa buscou não apenas identificar os riscos,
mas também avaliar como eles afetam o processo de análise e detecção de
transações suspeitas. A análise cuidadosa revelou que as transações financeiras
com origem ou destino em paraísos fiscais constituem um campo fértil para
atividades ilícitas, devido às estruturas opacas e aos rigorosos regulamentos de
sigilo bancário presentes nesses locais. Consequentemente, os profissionais
responsáveis pela prevenção da lavagem de dinheiro nas instituições finan-
ceiras devem adotar precauções adicionais para garantir uma análise eficaz
dessas transações, de modo a identificar possíveis comportamentos suspeitos.
É importante enfatizar que o presente estudo não apenas diagnosticou
os problemas, mas também propôs soluções. A introdução da marcação espe-
cífica para transações relacionadas a paraísos fiscais é uma dessas medidas. Ela
visa destacar essas transações como um ponto crítico de controle e permite
que as instituições financeiras estabeleçam uma linha de análise dedicada para
avaliar esses indícios de forma mais precisa.
No entanto, é essencial reconhecer que a aplicação prática dessas medidas
não está isenta de desafios. Entre esses desafios, a determinação dos recursos
financeiros necessários para implementar as ações propostas pelo método 5W2H
se destaca. Essa é uma questão que merece uma análise aprofundada e que pode
variar de instituição para instituição. Portanto, esse ponto específico não apenas
ilustra uma limitação deste estudo, mas também sugere uma área fértil para
pesquisas futuras, a fim de desenvolver estratégias mais precisas e adequadas
para a mitigação de riscos relacionados a movimentações financeiras em paraísos
fiscais. Em última análise, o estudo contribui para a compreensão mais completa
e eficaz desse desafio crescente e complexo no mundo das finanças globais.

TITLE: Taxpayers and money laundering: relevant strategies in the analysis and detection process by
financial institutions.

ABSTRACT: This study aims to assess the level of risk associated with financial transactions involving funds
from jurisdictions characterized as tax havens, with regard to the detection of signs of money laundering
by financial institutions, as well as to identify and propose strategies to mitigate this risk. The research
was conducted through a documentary analysis with an exploratory and qualitative approach, culminating
in the creation of a risk matrix that identifies and quantifies possible vulnerabilities. The results indicate
that the use of tax havens in suspected money laundering operations is probable in its occurrence and
critical in terms of severity.

KEYWORDS: Money Laundering. Favored Tax Countries. International Tax Law. Risk Management.
Financial Institutions.
PARAÍSOS FISCAIS E LAVAGEM DE DINHEIRO
125

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Recebido em: 13.09.2023


Aprovado em: 13.10.2023

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