Branqueamento de
Capitais
pág.
Introdução 2
A origem 3
Objectivos do Branqueamento 4
Ligações ao Terrorismo 4
Medidas Tomadas 4
Criminalização 9
Prevenção e Detenção 18
Conclusão 21
Referências Bibliográficas 22
1
Introdução
Trata-se de uma matéria que tem a ver com o mercado ilegal e, partir dos
próprios textos de natureza internacional, o branqueamento de capitais (dinheiro ou
outros bens) pode definir-se como o procedimento através do qual o produto de actos ou
operações criminosas é investido em actividades aparentemente lícitas, mediante
dissimulação da origem desses actos ou operações”, ou seja, consiste num processo
utilizado para que capitais obtidos ilicitamente sejam ‘branqueados’, ‘lavados’ ou
‘reciclados’ e, portanto, sejam incorporados no sistema financeiro de modo a não serem
reconhecidos como suspeitos e passem a ser transaccionados legalmente. Pela sua
natureza, o Branqueamento de Capitais envolve procedimentos muito complexos e, em
geral, está ligado a ‘corrupção’, falta de ‘ética’ e falta de ‘responsabilidade social’ na
medida em que estão subjacentes actos que não zelam pela sociedade e que, pelo
contrário, além de altamente reprováveis lhe são nocivos.
A origem
É uma expressão que se refere a práticas económico-financeiras que têm por finalidade
dissimular ou esconder a origem ilícita de determinados activos financeiros ou bens
patrimoniais, para que tais altivos aparentem uma origem lícita ou a que, pelo menos, a
origem ilícita seja difícil de demonstrar ou provar. É dar fachada de dignidade a
dinheiro de origem ilegal.
A sua origem: A expressão inglesa money laundering resulta do fato que o dinheiro
adquirido ilegalmente é sujo devendo ser lavado ou branqueado. Uma origem lendária
leva a Al Capone que teria comprado em 1928, em Chicago, uma cadeia de lavandarias,
da marca Sanitary Cleaning Shops. Esta fachada legal ter-lhe-ia permitido fazer
depósitos bancários de notas de baixo valor nominal, habituais nas vendas de lavandaria
- mas resultantes afinal do comércio de bebidas alcoólicas interdito pela Lei Seca e de
outras actividades criminosas como a exploração da prostituição, do jogo e a extorsão.
Ainda que a associação da Máfia ao termo não seja precisa, papel de destaque nos
modernos processos de lavagem tem o mafioso Meyer Lansky (nascido Majer
Suchowliński em 1904), especialmente quanto ao uso de offshores no processo.
Nos anos 1990 surge a tendência de usar essa aproximação para a prevenção e o
combate ao crime organizado e particularmente sua associação com a corrupção. As 40
recomendações é o documento sobre prevenção e combate à lavagem de dinheiro do
Grupo de Acção Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI) - escritas em 1990,
foram revisadas em 1996.
Em 2000, doze grandes bancos privados internacionais criam o The Wolfsberg Group,
voltado para o desenvolvimento de melhores práticas na prestação de serviços
financeiros, especialmente enfatizando as políticas de conhecer o cliente e desenvolver
acções de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao terrorismo internacional.
Objectivos do Branqueamento
O objectivo da lavagem de dinheiro não é o lucro, mas a dissimulação da origem
ilícita dos valores, o que pode acarretar custos. Assim, os lavadores podem fazer
negócios que seriam considerados "muito ruins" ou "desaconselháveis" pelas regras da
Economia e os princípios da Administração. Isso pode acontecer, por exemplo, quando
se utiliza da técnica de compra de passivos: empresas endividadas ou falidas são
compradas por preços irreais e usadas mais tarde como fachada para novas transacções.
É possível fazer a lavagem de dinheiro através de cassinos, utilizando combinações de
apostas que se destinam a não perder muito dinheiro, ou quase nenhum, como por
exemplo através de apostas que se cancelam mutuamente.
Ligações ao Terrorismo
Na sequência dos ataques de 11 de Setembro de 2001, passa a ser seriamente
considerada a questão correlata do financiamento ao terrorismo.
Medidas Tomadas
Alguns exemplos foram o congelamento e a perda de bens pertencentes a autores
de actos de terrorismo e a quem apoie e financie grupos e organizações terroristas, o
dever de comunicação de transacções suspeitas de terem algum tipo de conexão com o
terrorismo, o reforço dos deveres de prevenção do branqueamento de capitais (em
especial do dever de identificação) no âmbito das operações de transferência de fundos
e, naturalmente, a criminalização do financiamento do terrorismo.
Trata-se de uma excepção: no caso do terrorismo, a origem do dinheiro não precisa ser
necessariamente ilícita - contrariando a definição clássica de lavagem. Um milionário
pode financiar um grupo terrorista usando dinheiro lícito, obtido de seus negócios
regulares. Terá, curiosamente, que "lavar dinheiro ao contrário"; ou seja, dar legalidade
a um gasto ilegal, e não a um ganho.
Fases do Branqueamento
1ª Fase de Colocação
É nesta fase que se lida com as grandes quantidades de dinheiro em numerário e é o
momento em que se está temporalmente, e não só, mais próximo do crime ou do acto
ilícito que gerou o dinheiro.
• Aquisição efectiva de bens, por exemplo o ouro que em todas as suas formas tem
ampla aceitação;
• Manipulação de transacções fictícias;
• Empréstimos de dinheiro;
3ª Fase de Integração
Todos nós estamos conscientes dos graves danos provocados pelo uso ilícito de
drogas em alguns sectores das sociedades ocidentais. Além disso, também o crime
organizado, dedicado ao tráfico de drogas e a outras actividades ilegais como o
financiamento do terrorismo, está a causar alarme na sociedade actual, representando
uma verdadeira ameaça aos países, respectivos governos e instituições.
Assim sendo, neste caso, a definição concreta do bem jurídico é crucial, pois o
branqueamento de capitais como já visto, representa uma forma de lavagem de dinheiro
resultante da pratica de actividades ilícitas, que cria uma concorrência desleal ao estado
através da pratica de uma economia paralela, prejudicando não só a gestão saudável da
economia nacional mas também prejudicando todos aqueles que pagam impostos e
possuem negócios lícitos contribuindo para a circulação da economia nacional.
A PJ por sua vez tem uma maior capacidade de acção e mecanismos de investigação
podendo assim facilitar o processo. Visto que possui nos seus quadros técnicos
indivíduos que estão habilitados de capacidades técnicas na área económica-financeira.
Este OPC tem uma equipa dedicada à investigação denominada por Unidade de
Informação Financeira (UIF) que é especializada nos crimes económicos e financeiros e
pela sua investigação criminal, tendo como competências recolher, centralizar, tratar e
difundir, a nível nacional, a informação respeitante à prevenção e investigação dos
crimes de branqueamento de vantagens de proveniência ilícita, financiamento do
terrorismo e dos crimes tributários, actuando em articulação e cooperação com a
autoridade judiciária, e com as autoridades de supervisionação e fiscalização das
entidades financeiras e não financeiras que podem ser alvo desta criminalidade, estando
previsto esta cooperação na Lei n.º 25/2008, de 5 de Junho e a nível internacional esta
unidade coopera com as suas congéneres.
Esta unidade está em contacto com outras unidades criados pelos países pertencentes à
União Europeia devido a se tratar de criminalidade transnacional, envolvendo crimes
como o terrorismo, tráfico de droga e outros tráficos.
Dentro das missões e funções que estão atribuidas ao BdP temos orientação e
fiscalização dos mercados monetários e cambial. Supervisão prudencial e
comportamental que exerce sobre as instituições de crédito, das sociedades financeiras e
das instituições de pagamento.
O BdP com esta supervisão da qual é responsável, para com diversas instituições
financeiras envia directivas que devem ser seguidas por estas, que desta forma permite
obter um maior controlo e uma maior prevenção na luta contra o financiamento de
terrorismo e o branqueamento de capitais, sendo que qual quer actividade suspeita
destes crimes é reportada ao BdP, que assim sendo, investiga possíveis suspeitas e no
caso de tiver fortes indícios, esta por sua vez, reporta ao órgão de polícia criminal
responsável e com competência para investigar criminalmente.
- Dever de diligência
- Dever de controlo;
- Dever de formação;
Começando pelo nosso país não só porque ratificámos a citada Convenção de Viena
como também porque esta é uma matéria com elevado reflexo também a nível nacional,
nomeadamente, no plano económico-financeiro e no âmbito do ordenamento jurídico,
verificamos que Portugal continuou a acompanhar desde 2002 o emanado internacional
e comunitariamente com uma produção normativa que engloba a aprovação de quatro
leis, três decretos-lei e uma portaria.
A nível do conteúdo dos diplomas adoptados verificamos que, no essencial, são tratados
temas sensíveis de que é exemplo o segredo bancário (Lei n.º 5/2002 de 11 Jan.). São
também agravadas as sanções penais aplicáveis aos infractores com a introdução no
Código Penal do art.º 368.º-A, n.º 6 (Lei n.º 11/2004 de 27 Mar.), do qual passa a
constar o aumento de 1/3 nos respectivos limites mínimo e máximo. Tais medidas são
ditadas pela preocupação em melhorar os resultados da luta contra o Branqueamento de
Capitais quer no caso particular da Droga quer nos outros casos de crimes subjacentes
àquele.
Foi criado em 1989 pelo G7, o grupo de países mais industrializados de então
constituído pela Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido, numa
resposta internacional para combater a lavagem de dinheiro.
Portugal é membro activo do GAFI desde 1990, tendo o seu sistema preventivo e
repressivo do branqueamento sido avaliado em três ocasiões, respectivamente em 1994,
1999 e 2006.
Prevenção e Detenção
Outras obrigações, que devem ser asseguradas pelas entidades bancarias de modo a
prevenir o branqueamento de capitais passa pela:
É um dos problemas com que nos debatemos, uma vez que combatendo o
branqueamento automaticamente nos levaria a um combate de todo o tipo de
actividades ilícitas de onde provem o “dinheiro sujo” que alimenta as lavagens de
dinheiro, poderemos inverter a situação, legalizando as drogas leves passando estas a
não constar numa das fontes de rendimento e “alimentação” das lavagens,
possibilitando assim o atenuar do volume de rendimentos.
Dinheiro digital
Se um dos principais problemas passa pela lucro das actividades ilícitas, representando
assim todo esse lucro dinheiro ilícito, posteriormente à sua colocação é de muita
dificuldade a perseguição do seu rasto e por fim a sua lavagem ou aplicação no merca.
Por assim sendo, levantamos um “velha” máxima questão que trata da utilização
exclusiva de dinheiro digital. Pensamos que a utilização de dinheiro digital, possibilita
às autoridades saber sempre de uma forma fácil e eficaz a circulação do nosso dinheiro,
sabendo as compras que efectuamos e as transferências de uma forma fácil.
Impedia a venda de qualquer tipo de mercadoria ou serviço ilegal pois seria impossível
a sua justificação às autoridades, uma vez que actualmente a maioria das trocas de
serviços e mercadorias é feita em dinheiro “vivo”.
Também a que perceber que o facto de as pessoas não lidarem com o dinheiro
fisicamente, as pode levar a uma desvalorização do mesmo e à não percepção daquilo
que gastam.
Achamos que num futuro próximo será uma realidade, devido a facilidade de utilização
e aos benefícios tanto em termos de eficácia como em termos práticos de investigação
criminal.
Aumento da moldura penal
Tais crimes aqui referidos gerem muitos milhões por vezes e a moldura penal é
demasiado pequena em compensação com aquilo que se lucra neste tipo de
criminalidade.
Portugal actualmente tem apostado mais numa política criminal repressiva em vez de
preventiva, pois bem uma das nossas ideias seria não só apostar numa maior repressão
com o aumento das molduras penais e do tempo de prescrição dos crimes mas ao
mesmo tempo de uma forma dual apostar com as mesmas medidas numa sensibilização
da sociedade através de uma prevenção geral negativa expressa por esse conjunto de
normas.
A que ter em consideração que grande parte dos condenados possui o lucro das suas
actividades ilícitas guarda em paraísos fiscais que lhe possibilita o acesso ao mesmo
após o período carcerário, sem o problema de que as autoridades lhe intersectem o
mesmo.
Assim sendo com um tempo maior de prisão estes não poderão usufruir dos mesmos
lucros ilegais e numa perspectiva de prevenção geral negativa isso pode ser um modelo
de prevenção adoptar.
Contas Offshore
As contas Offshore também conhecidos de paraísos fiscais, são uma das formais mais
fiáveis de colocação de dinheiros ou criação de empresas sem que estes sejam sujeitos a
taxas ou impostos, sem precisar do nome de um titular, bastando apenas um
administrador, o que trás uma vantagem absolutamente notória fase a colocação de
dinheiros provenientes de actividades ilícitas.
Estas contas não podem ser investigadas pelas forças policiais, e depois de colocado o
dinheiro nelas torna-se absolutamente difícil seguir o seu trajecto uma vez que o seu
titular é anonimo.
Pois bem achamos que o termino deste tipo de contas, pelo menos em comunidades
como a União Europeia, se tornaria uma mais-valia, à investigação das lavagens de
dinheiro e financiamento ao terrorismo, pois seria mais fácil, acompanhar o seu trajecto
de umas contas para as outras e por fim a sua aplicação e identificação dos criminosos.
Ao chegar ao fim desta fase do nosso estudo, entre as muitas conclusões que se
poderiam tirar, escolhemos apenas algumas que de certo modo aglutinam as restantes,
sendo que a primeira é o próprio inacabada insuficiência deste trabalho para que se
possa considerar suficientemente aprofundado o nosso objecto de estudo. A matéria é de
tal modo vasta e versátil que exige investigações selectivas. Com este nosso estudo
ficam várias pistas em aberto como não podia deixar de ser pois, por mais que
restringíssemos, seria sempre imenso o que abordássemos dadas as características da
matéria. Satisfazer o nosso objectivo de ‘compreender o que se passa a nível do
Branqueamento de Capitais ligado e, ao aprofundar o assunto, tentar contribuir para que
um melhor conhecimento nestes domínios reverta a favor da prevenção de um problema
fundamental que muito afecta a sociedade’.
Sites na Internet:
http://europa.eu
http://www.bportugal.pt
http://www.cmvm.pt
http://www.coe.int
http://www.diarioeconomico.pt/
http://www.dre.pt
http://www.fatf-gafi.org
http://www.incm.pt
http://www.isp.pt
http://www.jornaldenegocios.pt