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Aprovisionamento, Logística e Gestão de Stocks UFCD 7851

verifica a receção de encomenda e o nível mínimo no momento imediatamente anterior à sua


receção. Quando o nível de stock atinge o ponto de encomenda s, uma nova encomenda de Q
unidades é colocada. A política de gestão a adotar é portanto a minimização do custo total
anual (CT) (UM/ano) que é dado por:

onde:

 Q = quantidade a encomendar (unidades)

 c = custo unitário (UM/unidade)

 D = procura anual do artigo (unidades/ano)

 Ic = custo de posse unitário anual por unidade (UM/unidade ano)

 Ca = custo associado à realização de uma encomenda (UM)

 L = prazo de aprovisionamento

e o ponto de encomenda traduz-se da seguinte forma:

Condicionantes específicas dos produtos

Algumas características dos produtos, tais como: valor agregado do produto, peso,
dimensões, perecibilidade, obsolescência e complexidade no fornecimento, podem
influenciar as decisões de posicionamento logístico. Para analisar que tipo de influências as
características do produto teem sobre as decisões de posicionamento, foram criados três
indicadores, que, além disso, permitem comparar setores diferentes. Cada um dos indicadores
tem relação com uma ou mais características do produto. São eles:

 Densidade de valor;

 Grau de obsolescência; e

 Grau de perecibilidade.

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A densidade de valor permite uma comparação mais consistente entre produtos diferentes
de um mesmo setor, bem como, a comparação entre os diferentes setores.

Relativamente ao grau de
obsolescência: O tempo do ciclo de vida dos produtos é um fator fundamental para a
estruturação da cadeia logística. Com a tendência atual da redução do tempo do ciclo de vida,
as empresas tendem a estruturar as suas operações de forma a permitir um rápido
escoamento da produção, ou mesmo, em alguns casos, produzir contra o pedido do cliente.
Este indicador é dado pelo inverso do tempo do ciclo de vida do produto em meses. Com isso,
dados que poderiam variar de poucos meses, como no setor de tecnologia e informática, a
muitos anos, como em alguns casos da indústria farmacêutica, são normalizados, permitindo
uma comparação mais consistente.

O grau de perecibilidade é o inverso do prazo de validade dos produtos em dias. Note que
para os setores automobilístico e de Tecnologia Informática, o grau de perecibilidade é zero,
já que o prazo de validade para produtos destes setores é indeterminado. Os produtos do
setor da alimentação são, em média, os mais perecíveis, sendo seguido pelos produtos do
setor farmacêutico. Estes setores sofrem rígida fiscalização pelos Ministérios da Agricultura e
da Saúde respetivamente. A perecibilidade dos produtos é fator de extrema importância na
tomada das decisões relativas ao posicionamento logístico e a gestão dos stocks.

Condicionantes específicas de armazenagem

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A armazenagem refere-se à guarda e conservação dos materiais, tendo como objetivos


globais resguardar a integridade física das matérias (qualidade) e garantir que as quantidades
recebidas não se extraviem.

Os sistemas para armazenagem exercem influência sobre os custos de operação, qualidade


dos produtos, ritmo de trabalho, acidentes de trabalho, desgaste de equipamentos e
quantidade de problemas administrativos.

Diferentes tipos de materiais sujeitos a armazenagem

 Gases: se não forem utilizados em sistemas contínuos, devem ser manipulados em


contentores adequados e resistentes à pressão.

 Líquidos: são armazenados e transportados em sistemas adequados à sua utilização


económica.

 Sólidos: permitem uma maior variedade de métodos de manuseio, sendo a escolha


direcionada pelo tipo de produção e características da situação.

Diferentes tipos de materiais sujeitos a armazenagem

 Materiais não-corrosivos e imunes à ação da luz e calor, por exemplo, são


relativamente simples de manusear.

 Materiais mais complexos exigem ar condicionado, controlo de luz, temperatura e


humidade, entre outras exigências possíveis.

A quantidade de material em stock também pode ser um fator determinante na escolha do


sistema e dos equipamentos a serem utilizados.

A eliminação de manuseios desnecessários e uso de equipamentos de grande capacidade


reduzem o investimento

Um grande investimento pode ser justificado por redução nos custos operacionais, sempre
precedido por análises comparativas.

Vantagens do investimento em sistemas de armazenagem

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 Redução na mão-de-obra: equipamentos eficientes e reformulação de layout


reduzem a necessidade de pessoal, o que reduz o custo dos produtos.

 Melhor aproveitamento da matéria-prima: reduz perdas de material por acidentes


de movimentação e manuseio, além de reduzir extravios.

 Redução das despesas de supervisão: facilita a gestão das atividades, elimina


burocracia e diminui as necessidades de pessoal.

Ao se otimizar a armazenagem, obteremos:

 Máxima utilização do espaço: O objetivo primordial do armazenamento é utilizar


(sempre que possível) o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível de
modo a que se possa proporcionar a movimentação rápida, fácil e segura, de materiais, desde
o recebimento até a expedição.

 Efetiva utilização de recursos disponíveis.

 Pronto acesso a todos os itens.

 Máxima proteção aos itens em stock.

 Boa organização.

 Satisfação das necessidades dos clientes.

Condições do mercado - logística e planeamento

As empresas de uma determinada dimensão possuem um serviço de compras autónomo


onde centralizam todas as atividades relativas ao processamento das compras e que é
responsável, não só pela aquisição de bens de equipamento, existências e serviços, mas
ainda pela obtenção desses bens na melhor qualidade e ao melhor preço possível.

Do ponto de vista competitivo é cada vez mais importante assegurar que “os produtos
certos, na qualidade e quantidade certa e ao preço certo, estejam no lugar certo, e no
momento certo”. É igualmente neste sentido que, a logística é um importante instrumento de
gestão.

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A logística no seu conceito moderno, não se limita apenas aos aspetos físicos do sistema
(veículos, armazéns, redes de comunicação, etc.). Os aspetos da informação e de gestão,
envolvendo processamento de dados, teleinformática, telecomunicação avançada, processos
de controlo de gestão e outros, fazem parte integrante da análise logística.

A logística, em suma, procura resolver programas de abastecimentos ou


aprovisionamento do sector produtivo ou operacional, por um lado, e de distribuição de
produtos acabados ou mesmo serviços por outro.

Vamos considerar estes dois extremos da cadeia logística, e individualizá-los para melhor
perceber a problemática relacionada com os meios.

Do lado dos abastecimentos surgem-nos, entre outros, os problemas relacionados com as


fontes de aprovisionamento (diversidade, preços, custos de transporte, qualidade, etc.) a
política de gestão dos stocks, os meios de transporte utilizados, etc..

Do lado oposto, que trata do produto acabado, semiacabado ou mesmo do fornecimento de


serviços, os principais problemas de logística dizem respeito à armazenagem, processamento
de pedidos, transferência, distribuição, etc.

Há ainda para além destes, outros tipos de problemas logísticos gerais, como sejam a
localização de instalações, processamento de informação, disponibilidade em pessoal,
etc., que merecem igualmente a atenção do analista do elemento logístico

De acordo com a definição dada no início, o conceito logístico implica vencer


condicionantes espaciais e temporais isto é ultrapassar os condicionalismos colocados pela
distância e o tempo.

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