De acordo com Ballou, Ronald H. (2007) estoques são acumulações de
matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas. A finalidade para o funcionamento eficiente dos estoques é, primeiramente, melhorar o nível de serviço, garantir um nível consistente de disponibilidade de produtos para atender à demanda dos clientes e agilizar a reposição dos produtos. Em segundo, serve para racionalizar processos na cadeia, na cadeia de produção utiliza-se lotes econômicos que reduz custos de produção e estoque, já nas compras e transporte possibilita a obtenção de economias de escala. Em terceiro, o estoque atua nas proteções contra oscilações não previsíveis, na medida que minimiza os efeitos das flutuações nos preços, na demanda e no tempo de entrega. Por último, o estoque fornece proteção contra contingências uma vez que protege contra riscos de desabastecimento decorrentes de problemas na cadeia de suprimentos, como atrasos inesperados na produção ou interrupções nos fornecimentos. Isso evita que a empresa fique vulnerável a situações imprevistas que poderiam prejudicar a satisfação do cliente e os resultados financeiros.
A gestão de estoque é o processo que garante planejamento, execução e
controle dos recursos armazenados dentro de uma empresa. Em outras palavras, trata-se do processo de adequação dos níveis de produtos estocados em relação a demanda de mercado. Efetuar a gestão de estoque requer atenção tanto à quantidade quanto ao tempo certo para adquirir as mercadorias que serão armazenadas, visando satisfazer as demandas e alcançar os objetivos da empresa.
Na decisão de compra e estocagem de mercadoria é preciso considerar os
custos da falta, aquisição e armazenamento de determinada mercadoria, uma vez que tais elementos desempenham papel crucial na logística, já que perder mercado (custo da falta) para concorrentes pode ter impacto devastador. Além disso, é crucial estar atento às oscilações nos preços e volatilidade na demanda e disponibilidade do produto.
Os custos relacionados ao estoque são a aquisição e manutenção. Quando um
bem específico é solicitado, ocorre a emissão do pedido, seguida dos procedimentos internos e da transmissão do pedido ao fornecedor. Posteriormente, ocorre o transporte e, por fim, a recepção, inspeção e manuseio do material. No processo de manutenção, a mercadoria é armazenada, e o sistema é utilizado para rastrear. São registrados os custos do estoque parado, e investimentos são feitos em serviços de seguros e taxas. É importante destacar que os custos resultantes da falta de produtos desempenham um papel fundamental na logística de produção. É essencial evitar a ocorrência frequente de vendas perdidas, atrasos, penalidades e a necessidade de reprogramação da produção.
Os principais objetivos da gestão de estoque são otimizar o nível de serviço ao
cliente e satisfazer a demanda de maneira eficaz. Para atingir esse propósito, é essencial determinar o momento adequado e a quantidade precisa de acordo com as necessidades individuais de cada cliente. Quando esse processo é bem-executado, a empresa consegue evitar situações de escassez, atrasos nas entregas e interrupções na produção, ao mesmo tempo em que aumenta sua eficiência operacional. Outros aspectos que merecem destaque incluem os fatores fundamentais para decisão em relação aos estoques, como a redução de despesas, o aprimoramento do processo de compras e a previsão da demanda futura. Além disso, destaca-se a busca pela otimização do tempo de ressuprimento (lead-time) e a consecução do nível de serviço desejado. Este último refere-se à probabilidade de a organização manter estoque suficiente para satisfazer de forma adequada os pedidos recebidos, com uma métrica considerada positiva quando acima de 90%.
Em linhas gerais, o comportamento do estoque no espaço físico tem seu ponto
de partida na capacidade máxima, que gradativamente se reduz à medida que os produtos são consumidos ao longo do tempo. No caso do estoque em trânsito, ocorre a movimentação dos produtos para outro centro de distribuição ou para o cliente final. Há também o estoque de segurança, que consiste em um estoque adicional destinado a prevenir faltas diante da variabilidade na demanda, da incerteza em relação a erros de previsão e do tempo de ressuprimento do produto. Manter esse estoque de segurança implica em requisitos maiores de área e capacidade de armazenagem, além de um investimento mais elevado em capital. Por fim, temos o estoque sazonal, que varia de acordo com as estações, condições climáticas, datas comemorativas e outros fatores, resultando em aumento ou diminuição do estoque conforme o período específico. Devido à sua natureza em constante movimento, esse tipo de estoque consegue atender às necessidades dos clientes que oscilam nos níveis de procura.
Abordando o tema do controle de estoque, é importante ressaltar que um
controle eficaz permite que os gestores calculem a rotação de mercadorias e otimizem o processo de compras. Isso, por sua vez, reduz a pressão sobre o capital de giro da empresa. Dentro desse contexto, o processo de produção é influenciado pelas abordagens da produção puxada ou empurrada. A produção puxada representa um dos sistemas disponíveis com o propósito de minimizar desperdícios, especialmente aqueles relacionados à produção excessiva. Por outro lado, a produção empurrada adota uma abordagem mais conservadora, embora também mais custosa, priorizando a mitigação dos riscos de atrasos nas entregas. Esse sistema é considerado o mais convencional no mercado, no qual a produção é realizada, os produtos são estocados e, posteriormente, vendidos, com um foco específico na manutenção de um estoque adequado para evitar perda de demanda.
Para concluir, é relevante mencionar o modelo de lote econômico, também
conhecido como EOQ (Economic Order Quantity). Esse sistema desempenha um papel crucial na determinação da quantidade ideal de itens a serem adquiridos para manter em estoque, com o objetivo de minimizar a soma dos custos envolvidos no estoque, que abrangem despesas de armazenamento, encargos financeiros relacionados ao capital investido e custos gerais de compra. Nessa abordagem de quantificação, o objetivo principal é minimizar a quantidade de materiais adquiridos para atender exatamente às necessidades no momento programado para o lote econômico de compra. Isso significa maximizar a utilização dos materiais, reduzir o desperdício e evitar a acumulação de insumos parados no estoque, liberando espaço para outros produtos. Embora possa parecer desafiador planejar com precisão o abastecimento do estoque, a experiência, o conhecimento da empresa, dos setores envolvidos, dos tipos de materiais e do mercado em que a empresa opera, bem como a relação com os fornecedores, podem levar o comprador a uma posição de destaque e reconhecimento. Aqueles que compreendem a importância do lote econômico de compra possuem uma ferramenta sofisticada para determinar a quantidade apropriada de materiais a serem adquiridos ou repostos no estoque.