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Aprovisionamento, Logística e Gestão de Stocks UFCD 7851

As empresas de uma determinada dimensão possuem um serviço de compras


autónomo onde centralizam todas as atividades relativas ao processamento das compras e
que é responsável, não só pela aquisição de bens de equipamento, existências e serviços, mas
ainda pela obtenção desses bens na melhor qualidade e ao melhor preço possível.

Como já foi referido anteriormente, um dos grandes problemas colocados a gestão de stocks e
a definição da correta quantidade de produtos a encomendar.
Em seguida apresenta-se um modelo conhecido como o Modelo de Wilson ,dado que foi R.H.
Wilson a divulgar e utilizar este modelo nas suas atividades de consultoria em empresas
americanas.
Os custos associados a este modelo dependem apenas da quantidade encomendada por
ordem de encomenda. Desta irá depender o número de encomendas realizadas é o valor do
stock médio.

Os custos envolvidos podem ser agrupados em duas categorias:


Custos de Encomenda
Custos de Posse
Vamos em seguida expor o modelo matemático que avalia o custo total por unidade de tempo
em função da quantidade encomendada.
Por cada ciclo de encomenda existe um custo de encomenda e um custo de posse associado a
manutenção do stock médio ao longo do ciclo. Se dividirmos o custo total ao longo do ciclo
pela duração do ciclo, obtemos o seguinte custo total por unidade de tempo:

Custo Total = Custo de Encomenda + Custo de Posse/ Duração do Ciclo

Benefícios esperados com a gestão de stocks


Poder-se-á afirmar que existe sempre um desfasamento entre o ritmo das entregas e o das
utilizações das mercadorias, assim, o stock serve de regulador entre as entregas e as
utilizações que se fazem a ritmos diferentes. Mas pode dizer-se, que todo o stock que
ultrapasse o estritamente necessário para ter esse papel regulador, torna-se inútil e fonte de
gastos escusados.

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Os stocks existem por quatro razões fundamentais:

 Transação: são necessários que existam produtos em armazém para que a empresa os
possa transacionar, atingindo os seus objetivos económicos e financeiros;
 Precaução: A constituição de stocks de segurança é uma forma de as empresas se
precaverem contra as flutuações da procura ou contra qualquer imprevisto que possa surgir
no fornecimento das matérias-primas;
 Processamento: Nas empresas industriais com processos produtivos mais ou menos
complexos é necessária a constituição de diversos stocks intermédios, quer de matérias-
primas quer dos produtos em curso de fabrico. A correta gestão destes diferentes stocks é
importantíssima, já que a rutura de qualquer um deles pode pôr em causa todo um processo
produtivo;
 Especulação: Muitas vezes são constituídos stocks com vista a aproveitar flutuações
futuras da procura. Acontece frequentemente em empresas ligadas aos mercados de capitais,
onde os produtos stockados são financeiros.

Controlo de existências/inventariação
Normas gerais de inventariação de bens e produtos

 A gestão de stocks associada à inventariação de bens e produtos é, de forma


simplificada, o conjunto de ações que visa manter o stock ao mais baixo nível em termos
quantitativos e de custo, garantindo simultaneamente o fornecimento regular da empresa e a
melhor execução das tarefas de aprovisionamento e armazenagem.

 A gestão de stocks é um fator de relevância na gestão atual das empresas, não


constituindo uma célula isolada na empresa. Para além de uma organização própria que
responda ao conjunto de economias possíveis de realizar, encontra-se, no seio da empresa,
como um órgão integrado numa organização global que, caso não seja suficientemente
desenvolvida, bloqueia a sua ação e a concretização dos seus objetivos.

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 A gestão de stocks assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo


uma das ferramentas mais importantes ao dispor da gestão para maximizar os seus
resultados líquidos. A manutenção de um nível adequado de stockagem é um desafio que é
colocado aos gestores, já que é necessário minimizar os custos de stockagem não pondo em
risco a operacionalidade de toda a logística das empresas.

Os efeitos mais importantes que resultam da existência de stock e sua inventariação


são:
 Os custos associados à sua existência;
 As ineficiências que não são evidenciadas devido à sua existência.

A problemática relacionada com stocks pode, para efeitos de análise, ser considerada em
três aspetos distintos, muito embora, na realidade, se inter-relacione em muitas outras
facetas:

 A armazenagem: compreende todos os problemas relacionados com os layouts das


zonas de armazenagem, as suas lógicas, sistemas de receção, arrumação e aviamento,
equipamentos, standardização, sinalética, segurança de pessoas, bens e equipamento,
procedimentos operacionais e documentais, etc.
 A contabilidade de stocks: controlo permanente de stocks, a sua contagem, o
lançamento permanente de entradas e saídas, a inventariação e a sua valorização.
 A gestão de stocks: processo dinâmico de racionalização dos elementos
contabilísticos de stocks, de forma a rentabilizar o armazenamento, adequando
permanentemente quantidades de produtos armazenados e timings, conseguindo para o
mínimo de custos o máximo de rotação. Portanto, toda a gestão de stocks é previsional.

A gestão de stocks tem como objetivo determinar um ponto de equilíbrio entre duas
necessidades contraditórias:
 Evitar ruturas de modo a satisfazer as necessidades expressas pelos Clientes;
 Minimizar as imobilizações financeiras em stocks.

Gerir um stock compreende a procura de uma solução otimizada em termos:


 Físicos;

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 Administrativos;
 Económicos

A gestão física envolve movimentar, ou seja, refere-se à identificação e receção,


movimentação e arrumação, estada em armazém, preparar e expedir.

 A gestão administrativa refere-se à informação, ou seja, a criar, manter e distribuir


informação, nomeadamente nomenclatura de normalização. A gestão administrativa envolve,
ainda, o controlo do inventário em termos de quantidade e valor das existências.

 A gestão económica associa-se ao termo avaliar, incidindo a sua ação sobre o


desenvolvimento de previsões e análise do histórico e sobre a minimização do custo total.

De facto, com a expansão exponencial dos utilizadores da internet, cada vez mais as empresas
de software associam vários módulos de gestão (financeira, contabilística, recursos humanos,
etc) à possibilidade de se realizarem compras pela net, sendo depois integrado no sistema
informático da empresa fornecedora a encomenda.

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Um ficheiro de artigos deve poder registar, a todo o momento, a totalidade de artigos


existente em stock e, para cada um deles:

 Nome do artigo
 Nomenclatura
 Formas comerciais do produto
 Propriedades
 Acondicionamento
 Utilização na empresa
 Produtos de substituição
 Fornecedores possíveis
 Encomendas passadas

Determinação de consumos

Uma das tarefas básicas de toda a direção empresarial é a de, a todo o momento, ter de tomar
decisões sobre os investimentos que tem de efetuar. Tal tarefa é devida ao facto de as
disponibilidades financeiras da empresa serem insuficientes para ocorrer a todas as
necessidades e dos custos dos investimentos serem caros.

Uma gestão ótima de stocks obriga, por conseguinte, a que se atue quer:

 Sobre a saída de stocks - o que é difícil, porque os consumos são aleatórios, isto é,
estão condicionados pelos gostos e necessidades dos consumidores, obrigando muitas vezes a
empresa a vender abaixo do preço de custo para evitar stocks exagerados de determinados
bens, política que, de resto, fica onerosa;

 Sobre a entrada de bens - neste campo a atividade empresarial já pode ser mais
consistente, pois a empresa poderá prever não só o volume de cada encomenda com base no
consumo provável, mas também a cadência das entregas pela determinação do período que
deve decorrer entre cada encomenda.

 A determinação do lote económico a comprar implica que todo o bem a ser


adquirido seja pelo menor custo total no momento oportuno de tal modo que esta obtenção
não fique mais cara à empresa que a falta que tal fornecimento supera.

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