Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
In this article, we will approach the commercial interest of the national financial system
to the crime of money laundering. The objective is to approach the way in which
criminal organizations operate in financial institutions, generating commercial interest
in them and also margin for a large amount of resources from crime still pass through
our system contributing to the practice of the crime of money laundry. We will deal with
possible legislative changes that stop the conduct of these organizations. We will
briefly discuss the structure of the money laundering crime and its history to understand
at what stage of the crime the criminal organizations or criminal agents operate and
when they need a financial institution because it is a crime of great economic
destructive potential which deserves attention in all its aspects to find possible
solutions.
Keywords: Financial System. Financial Institution. Money laundry. Commercial
Interest.
1
Acadêmico do 10° Período do Curso de Direito do Unicuritiba. E-mail: Marcosolivotto@hotmail.com
2
1 INTRODUÇÃO
as instituições financeiras não sabendo diretamente que tais valores, são provenientes
de crime.
Desta forma, o principal foco dos agentes que praticam tal crime, é inserir
no mercado com aparência lícita, bens e valores provenientes do crime, motivo o qual,
fazem compra de joias, carros, casas, obras de arte, patrocínios, e também o mercado
financeiro.
Grande avanço em relação ao crime, aconteceu com a aprovação da lei
12.683/12, em que alterou o rol taxativos de crimes antecedentes, admitindo agora
como crime antecedentes, todas as condutas previstas em nosso código penal.
A doutrina majoritária e os órgãos fiscalizadores, destacam 3 fases do
crime de lavagem de dinheiro, são fases que ajudam a detectar e compreender de
forma mais clara, em que fase o caso concreto encontra se.
Nesse diapasão, diz Rodrigo Sánchez Rios:
Sabido que uma das maiores dificuldades na luta contra o delito de lavagem
advém de seu complicado polimorfismo18. À exaustão, a doutrina, acolhendo
o modelo explicativo do Grupo de Ação Financeira (GAFI)19, destaca os
ciclos do branqueamento20, distinguindo objetivamente três etapas: i) da
colocação (placement); ii) da dissimulação dos ativos (layering); e iii) da
integração dos bens, direitos ou valores à economia regular (integration).
Dessas três fases, o momento mais vulnerável para o agente do delito21 – e
no qual se pode impor um maior dever de prevenção – é o da primeira,
quando o agente tenta introduzir no sistema financeiro o produto do delito
precedente. Nesse diapasão, é compreensível que a medida inicial de
prevenção ao branqueamento de capitais seja a imposição ao sistema
bancário e às instituições de crédito – na função de garantidores do sistema
financeiro – um especial dever de diligência (due diligence) quando da
identificação do seu cliente e na comunicação de operações suspeitas. (RIOS
2016, p. 48).
Essas fases, são definidas afim de facilitar o estudo, e também o rastreio, mas
na prática, tais fases não ocorrem necessariamente nesta ordem, podendo as
mesmas ocorrerem de forma concomitante.
Além de grande parte do dinheiro lavado ser proveniente de tráfico de drogas,
e outros delitos, o Brasil vai na contra mão do mundo. O maior volume de dinheiro
lavado no mundo, é proveniente do narcotráfico, já em nosso país, grande parte do
volume lavado, é proveniente de corrupção, muitas vezes ligados a servidores
públicos, abrangendo um rol de crimes que pode ser: Suborno, propina, peculato,
extorsão, concussão, tráfico de influência, nepotismo, apropriação indébita, e assim
por diante.
Nesse contexto diz Maria Balbina Martins Rizzo:
7
E continua:
Porém sua caracterização é mais ampla, pois inclui crimes conexos como
suborno e propina, peculato, extorsão, concussão, tráfico de influência,
nepotismo, apropriação indébita, utilização de informação privilegiada para
fins pessoais, compra e venda de sentenças judiciais ou qualquer outro
desvio de recursos por parte de um funcionário público. (RIZZO 2016, p. 62).
Com o passar dos anos, os bancos vêm sofrendo forte mudança em sua
atuação. Atualmente, por forte pressão de acionistas, tais instituições cada vez mais,
vem buscando lucros bilionários a todo custo, tendo boa parte de sua receita, em
venda de produtos e serviços e também, modalidades de empréstimos.
Essa é a grande questão.
Quando analisamos as organizações criminosas, nos deparamos com
grandes sistemas criminosos, extremamente organizados, e separado por vários
setores. Seus membros sabem, que ter uma instituição financeira em que possa fazer
suas operações é extremamente importante para todo o processo de lavagem de
dinheiro.
A aproximação com essas instituições, ocorrem de forma gradual, e
muito bem estruturada. Através de pessoas com bom trato, as organizações iniciam
as conquistas com as instituições, e esse processo não acontece da noite para o dia.
Muitas vezes, quando falamos em grandes organizações criminosas,
falamos em meses ou até mesmo em anos, para uma completa conquista.
Todo esse processo, se inicia geralmente com pessoas que possuem
nome “limpo” no mercado, com uma quantidade muito menor de operações. Na
sequência, o mesmo começa a fazer aquisição de produtos e serviços nas instituições,
o que gera uma reciprocidade interna, entre cliente e banco.
Esse processo, vai se desenvolvendo, muitos produtos e serviços são
adquiridos no decorrer do processo, gerando confiança.
9
Já com uma certa confiança, conta das empresas que fazem parte das
organizações criminosas também são abertas, e possuem o mesmo perfil de
conquista, adquirindo muitos produtos e serviços, gerando também, confiança com a
instituição. Essas empresas muitas vezes são de fachadas, que podem ser definidas
segundo Marcelo Batlouni Mendroni:
E continua:
O Brasil tem aumentado nos últimos anos sua participação nos negó-cios do
narcotráfico. Embora não seja importante produtor, é rota de dis-tribuição do
produto e provedor de alguns produtos químicos utilizados no refinamento da
base da droga. Também já serviu como base de ope-rações de alguns
narcotraficantes estrangeiros, a exemplo de Juan Carlos Ramirez Abadia,
que aqui ficou no anonimato durante dois anos, antes de ser preso. (NUCCI
2021, P. 57).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
sociedade carece de serviços públicos fundamentais, e que na maioria das vezes são
prejudicados por falta de recurso.
Analisar o Sistema Financeiro atualmente, está praticamente nos
remetendo a ideia de um grande sócio do crime. Lacunas estão permitindo que
grandes organizações criminosas utilizem o sistema para praticar esse crime, que é
grave, mas que está dando muito lucro ao sistema e as instituições.
É preciso falarmos em uma postura legislativa mais assertiva quanto ao
tema, é preciso que seja retirado do poder das instituições financeiras brasileiras, o
monopólio de decisão quanto as operações, é preciso termos um sistema mais sério
e robusto para o efetivo combate ao crime.
Mais que necessário, é que o governo brasileiro, tenha uma agenda
anticorrupção ativa, é preciso o querer governamental afim de tomar decisões mais
sérias, e não deixar a influência do sistema financeiro nacional se prevalecer quanto
a coletividade.
O sistema financeiro está lucrando, mas a sociedade está perdendo, por
isso, é preciso olhar com mais cautela ao tema, é preciso ter uma agenda
anticorrupção ativa, é preciso que leis sejam criadas afim de preencher essas lacunas,
é preciso ação, é preciso conter essa máquina chamada sistema financeiro nacional,
e é preciso frear e combater esse grave crime, chamado lavagem de dinheiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS