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Trabalho de Conclusão de Curso | 2023.

A OPERAÇÃO LAVA JATO E LAVAGEM DE DINHEIRO


INTERNACIONAL: Um estudo de caso sob a ótica do Panama
Papers, medidas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) e a
recuperação dos ativos perdidos

André Gustavo Chagas Rodrigues1 | andrechrodrigues@gmail.com


Orientador: Prof. Ms. Leandro Terra Adriano
Coorientador: Prof. Dr. Giancarlo Moser

RESUMO
O presente artigo, visa apresentar uma análise exploratória e qualitativa de um
estudo de caso abordando questões relacionadas ao Panama Papers, lavagem de
dinheiro em paraísos fiscais, a operação Lava Jato e estratégias para recuperar ativos
financeiros perdidos, oriundos de fontes ilícitas como a corrupção no Brasil. O estudo
examina as implicações desses eventos em escala nacional e destaca medidas
relevantes para enfrentar o problema da corrupção e da evasão fiscal em nível
nacional e internacional, visando a recuperação dos ativos financeiros envolvidos. A
pesquisa tem o intuito de destacar a cooperação jurídica global, os efeitos prejudiciais
da corrupção na economia brasileira, oscilações nos investimentos estrangeiros e a
presença de uma legislação robusta contra crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro.
Palavras-Chave: Paraíso fiscal, lavagem de dinheiro, corrupção, offshore, Panamá e
operação Lava-Jato.

1 Graduando em Relações Internacionais pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH).


Trabalho de Conclusão de Curso | 2023.2
ABSTRACT
This article aims to present an exploratory and qualitative analysis of a case
study addressing issues related to the Panama Papers, money laundering in tax
havens, the Lava Jato operation, and strategies to recover lost financial assets
originating from illicit sources such as corruption in Brazil. The study examines the
implications of these events on a national scale and highlights relevant measures to
address the problem of corruption and tax evasion at both national and international
levels, with the goal of recovering the involved financial assets. The research intends
to emphasize global legal cooperation, the detrimental effects of corruption on the
Brazilian economy, fluctuations in foreign investments, and the presence of robust
legislation against corruption and money laundering crimes.
Keywords: Tax haven, money laundering, corruption, offshore, Panama, and Lava
Jato operation.

1. INTRODUÇÃO
Este artigo de caráter exploratório, visa analisar a Lavagem Internacional de
Capitais, a partir do caso dos "Panamá Papers" e abordando as áreas de Relações
Internacionais e Direito. Visa também, destacar a facilidade crescente de transferência
de recursos para o exterior e por qual motivo, e a necessidade de instituições
financeiras aprimorarem suas medidas de compliance. Identificar a falta de
transparência de bancos e escritórios de advocacia envolvidos em atividades ilícitas,
juntamente com o anonimato dos acionistas, dificultando o rastreamento de recursos
criminosos e a evasão fiscal também será analisada.
Com isso em mente, a pergunta central é investigar como mitigar o risco de
lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. A hipótese enfatiza a falta de transparência
nas grandes empresas e a negligência das instituições financeiras como facilitadores
da lavagem de dinheiro. A metodologia envolve um estudo de caso dos "Panama
Papers", com coleta de dados qualitativos e análise exploratória. Os objetivos incluem
analisar o impacto nas esferas política, econômica e social, identificar origens dos
documentos vazados, examinar implicações econômicas, avaliar respostas
governamentais e internacionais, e analisar o impacto nas percepções públicas sobre
corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro.
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A justificativa reside na relevância do caso para a ordem global, com impactos
políticos, econômicos e sociais significativos. A pesquisa contribui para compreender
práticas financeiras opacas, com o intuito de influenciar políticas públicas,
regulamentações financeiras e conscientização pública, promovendo um sistema
financeiro global mais transparente. A abordagem interdisciplinar enriquece o campo
acadêmico, explorando questões que afetam a estabilidade global, a justiça financeira
e a integridade política.

Os resultados buscam trazer à tona, medidas existentes de cooperação


jurídica internacional, impactos adversos da corrupção e lavagem de dinheiro na
economia brasileira e também, a legislação nacional vigente para o combate aos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

2. DEFINIÇÕES
A priori, para entender o caso do Panamá Papers, torna-se necessário o
entendimento por completo de termos e atividades importantes, como empresas
offshore, paraísos fiscais, evasão fiscal e lavagem de dinheiro.

2.1 LAVAGEM DE DINHEIRO


De acordo com o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras)
(2020, s.p.), lavagem de dinheiro consiste em um conjunto de operações financeiras
e/ou comerciais, visando à incorporação na economia formal, valores ou bens
oriundos de atos ilícitos como corrupção, tráfico de drogas, armas e demais atividades
criminosas. Para ser completamente integrado à economia formal, esses valores ou
bens, teoricamente passam por três etapas, a colocação, ocultação e por fim, a
integração.
Caracterizada como a primeira fase, a colocação é a etapa onde os criminosos
inserem os bens ou valores na economia formal, com o fim de distanciá-los de sua
origem e evitando uma possível ligação direta entre eles.
Já na fase da ocultação, os envolvidos fazem movimentações entre contas de
mesma titularidade ou não, a fim de driblar as autoridades e fazer com que pareça
uma transação normal.
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Por último, na fase da integração, os recursos financeiros já estão inseridos na
economia formal e após várias movimentações ou até mesmo compra e venda de
bens e/ou imóveis, o dinheiro está considerado “limpo”. Nessa última fase, pelo fato
do dinheiro ou os bens já estarem implantados na economia formal, dificultaria o
trabalho das autoridades.
Ainda segundo o COAF (2020, s. p.),
O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de
operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na
economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de recursos,
bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um
processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases independentes que,
com frequência, ocorrem simultaneamente.
No entanto, cabe também citar as definições de lavagem de dinheiro segundo
as legislações nacional e internacional:
Segundo a Lei Nº 9.613, de 3 de março de 1998. em seu Art. 1°, “lavagem de
dinheiro consiste em ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal.”
E por fim, de acordo com a Interpol (2023, s. p.), “A lavagem de dinheiro
consiste em ocultar ou disfarçar as origens dos rendimentos obtidos ilegalmente, de
modo que pareçam ter origem em fontes legítimas. É frequentemente um componente
de outros crimes graves, como tráfico de drogas, roubo ou extorsão.”2

2.2 OFFSHORES
Por definição, empresas offshore são aquelas que são constituídas fora da
costa (que faz jus a tradução do inglês), ou seja, empresas que estão sediadas em
outros países. Na grande maioria dos casos, tais empresas estão sediadas em
paraísos fiscais, onde o regime tributário é favorável e oferecem um alto nível de
confidencialidade.

2 Do original: “Money laundering is concealing or disguising the origins of illegally obtained proceeds so
that they appear to have originated from legitimate sources. It is frequently a component of other serious
crimes such as drug trafficking, robbery, or extortion.”
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É extremamente válido ressaltar, que uma empresa offshore não é
necessariamente algo ilegal, e oferecem algumas vantagens, tais como a facilitação
de investimentos internacionais, planejamento e proteção tributária, diversificação de
investimentos e proteção de ativos financeiros, desde que todas as informações sejam
declaradas corretamente. Como dito anteriormente, a grande maioria das empresas
offshores são constituídas em paraísos fiscais.

2.3 PARAÍSOS FISCAIS


Paraíso fiscal é o termo comumente utilizado para denominar países ou até
mesmo regiões (como o estado de Delaware, nos EUA) onde se torna propícia a
fixação de empresas offshore devido a baixíssima (ou quase nula) carga tributária que
tais jurisdições possuem. Segundo a Receita Federal Brasileira através da Instrução
Normativa n° 1037/2010, paraísos fiscais são jurisdições onde a alíquota ou tributo
sobre a renda não exceda 20%. A mesma instrução normativa, também diz que se tal
jurisdição também não ceder acesso às informações sobre os beneficiários finais
pessoas físicas, ou seja, o quadro societário detalhado, das empresas instaladas
offshores, também pode ser considerado como paraíso fiscal. De acordo com Ramos
(2019, p. 11), “Com baixos impostos, aliado a um sigilo bancário especialmente
rigoroso e um controle mínimo do mercado financeiro, os paraísos fiscais são o destino
principal de bens e capitais de origem ilícita.”
Em resumo, paraísos fiscais são jurisdições onde o regime tributário é
favorecido e/ou privilegiado. Na grande maioria dos casos, como por exemplo países
subdesenvolvidos da América Central e do Caribe, essas jurisdições adotam o regime
fiscal preferencial como forma de atrair investimentos e movimentar a economia, que
é basicamente voltada à atividade pesqueira e turística.
Da mesma forma como acontece nas empresas offshores, um paraíso fiscal
não é necessariamente um país criminoso, ou facilitador do crime. Entretanto, de fato,
criminosos internacionais acabam procurando essas jurisdições para efetuar a
lavagem de dinheiro e a evasão fiscal devido às flexibilidades no câmbio, sigilo
bancário, etc.

2.4 EVASÃO FISCAL E ELISÃO FISCAL


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Por fim, de forma bem parecida com a elisão fiscal, segundo o Manual de
Economia do Senado Federal (2023, s. p.), evasão fiscal é quando o contribuinte não
paga os impostos, seja de maneira ilegal e criminosa (como é o caso da sonegação),
onde forma legal, encontrando brechas nas legislações vigentes.
Da mesma forma, também de acordo com o Manual de Economia do Senado
Federal (2023, s. p.), Elisão Fiscal significa “Planejamento que visa reduzir a carga
tributária a ser paga por uma empresa, valendo-se de meios legais ou de manobras
contábeis, mas sem cometer ilícito.”

3. O ESCÂNDALO PANAMA PAPERS


Torna-se necessário, contextualizar o Panamá e como ele se tornou um paraíso
fiscal. Entende-se que durante o fim do século XX e início do século XXI, os governos
panamenhos sempre visavam um sistema financeiro descentralizado,
desburocratizado e de fácil acesso por entidades e pessoas físicas de todo o mundo,
dada a flexibilização por eles cedida para a abertura de offshores. Grande parte da
riqueza gerada pelo país, estava e ainda está ligada à prestação de serviços, como
serviços financeiros. Tais fatores, juntamente com a vontade dos governantes,
tornaram o Panamá, um paraíso fiscal.
Segundo dados de 2016 da Agência Brasil, o Panama Papers veio à tona em
2016, a partir de uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas
Investigativos (ICIJ) com apoio do jornal Alemão Süddeutsche Zeitung, que visava
expor toda a indústria de evasão e elisão fiscal, bem como celebridades e chefes de
estado que possuíam empresas offshores e políticos de todo o mundo, incluindo
brasileiros, que tinham o intuito de lavar dinheiro no Panamá, aproveitando a brecha
de sigilo fiscal e bancário que o país possui.
O consórcio teve acesso a 11,5 milhões de documentos que estavam
intrinsecamente ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack e Fonseca,
que é especialista em criação de empresas offshores no Panamá. Tais documentos
mostraram a criação de quase 215 mil empresas offshores em paraísos fiscais, com
ênfase no Panamá. Apesar de todas as informações citadas acima, cabe-se dizer que
o Panamá não é um dos países mais corruptos do mundo.
Imagem 1: Pontuação do Panamá em níveis de corrupção
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Fonte: Corruption Perception Index, Transparency International, 2022


A Imagem 1 apresenta os resultados da avaliação do nível de corrupção no
setor público no Panamá, com base no Corruption Perception Index da Transparency
International. Este índice é uma medida que varia de 0 a 100, em que 0 indica muita
corrupção e 100 representa um ambiente muito limpo em termos de corrupção.
Em resumo, com base no Corruption Perception Index, o Panamá possui uma
pontuação de 36/100, indicando uma percepção moderada de corrupção no setor
público. Além disso, o país está classificado como o 101º país entre os 180 países
avaliados em termos de corrupção. No que se refere a essa classificação, quando
mais próximo do primeiro colocado (1°), menos corrupto o país é, e quando mais
próximo do último colocado (180°), mais corrupto é o país.
Imagem 2: Representação de países da América do Norte e Central em
níveis de corrupção

Fonte: Corruption Perception Index, 2018


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Gráfico 1: Comparação de níveis de corrupção entre Brasil, Panamá e
Estados Unidos como benchmark

Fonte: Our World in Data, 2018


A Imagem 2 e Gráfico 1, apresentam uma comparação entre o nível de
corrupção em três países no ano de 2018. No Panamá, a pontuação foi de 37,
indicando uma percepção moderada de corrupção no setor público. No Brasil, a
pontuação foi de 35, também refletindo uma percepção moderada de corrupção. Por
outro lado, os Estados Unidos obtiveram uma pontuação consideravelmente mais alta,
atingindo 71, o que sugere um ambiente com menos corrupção quando comparado
com o Panamá e o Brasil.
No entanto, conforme será apresentado nos próximos tópicos, vazamento de
dados e informações trazido à tona pelo ICIJ, teve repercussões globais imediatas,
pois o Panama Papers foi responsável pela exposição de toda a rede de evasão fiscal
e lavagem de dinheiro através de offshores em paraísos fiscais em todo o mundo,
resultado em investigações inclusive no Brasil.

4. A OPERAÇÃO LAVA-JATO E O PANAMÁ PAPERS


É fato que o crime organizado está cada vez mais transnacional, deixando de
ser preocupante apenas dentro das fronteiras dos Estados, mas com uma crescente
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incidência internacional nos últimos anos, devido principalmente aos grandes avanços
tecnológicos presenciados principalmente na virada para o século XXI. Desta maneira,
era de se esperar que o Brasil esteja envolvido, mesmo que indiretamente, com o
vazamento do Panamá Papers.
Com início em 2014, a Operação Lava-Jato foi beneficiada pelo Panamá
Papers, pois de acordo com informações reveladas pelo vazamento, ficou claro que
muitos dos envolvidos em esquemas de corrupção no Brasil, utilizaram o sistema de
offshores em paraísos fiscais como forma de ocultar ativos financeiros, bem como
fazer a movimentação de recursos ilegais e lavar dinheiro, ou seja, muitos elos da
Operação Lava-Jato foram preenchidos com o vazamento de dados.
Segundo uma matéria do jornal Exame publicada em 2016 por Valéria Bretas,
ao menos 57 brasileiros suspeitos de corrupção na Petrobras foram listados no maior
vazamento de dados sobre corrupção da história, dentre eles, o então Presidente da
Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, o ex-Deputado Federal e finado João Lyra,
bem como o ex-Senador e Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Ainda segundo
a matéria, 107 empresas offshores estão ligadas direta ou indiretamente com estes
57 nomes.
De acordo com o G1 (2016, s. p.), como ponto de interligação entre a operação
lava-jato, 16 empresas offshores foram abertas pelo escritório Mossack Fonseca, que
estão intrinsecamente ligadas à grandes conglomerados e famílias brasileiras como a
Odebrecht, Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão, Feffer e Walter Faria.
Ainda segundo o G1 (2016, s. p.),
Os documentos da Mossack Fonseca apontam também para João
Henriques, que seria um dos operadores do PMDB. Ele é sócio de uma
offshore do ex-controlador do banco BVA, José Augusto Ferreira dos Santos.
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró citou em sua delação premiada a
relação do BVA com o senador Edison Lobão, do PMDB.
As investigações da Lava-Jato se intensificaram com a obtenção de provas e
informações relacionadas às empresas offshore reveladas no Panamá Papers. Essa
interconexão entre os dois escândalos destacou a necessidade de uma cooperação
internacional mais rigorosa na luta contra a corrupção e a evasão fiscal, uma vez que
esses crimes transcendem as fronteiras nacionais.

5. OS IMPACTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA


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A corrupção representa um verdadeiro desafio para a economia brasileira, e
seus efeitos colaterais incidem em várias áreas importantes para o Brasil. Além de
deteriorar a credibilidade de instituições democráticas que têm o dever de proteger a
ordem no país como os Três Poderes, isso faz com que a população brasileira se
abstém de confiar em tais instituições, prejudicando a estabilidade política do país.
É notório que escândalos de corrupção envolvendo nosso país gera um
ambiente de incertezas, fato que resulta em um aumento de risco associados às
atividades econômicas, aumentando os custos de produção e fazendo com que o
produto ou serviço chegue ao consumidor final com um preço mais elevado,
prejudicando a competitividade das empresas brasileiras em âmbito nacional e
internacional.
Também é importante salientar que quando há um grande escândalo de
corrupção e lavagem de dinheiro como este, há um sentimento de negatividade para
o investidor brasileiro, que afeta diretamente o risco político, um fator quase que
determinante para a estabilidade econômica do Brasil. Segundo Da Silva (2018, p.50),
Apesar disso, o risco político cria um ambiente de insegurança
institucional, que em longo prazo, pode afetar a economia, na medida em que
tornam os consumidores brasileiros cada vez mais inseguros e descrentes.
Tais consumidores não confiam em seus representantes, tendo em vista o
grande número de escândalos nos quais se encontram envolvidos. Tão pouco
confiam em suas políticas macroeconômicas tendo em vista que estas sofrem
diversas alterações a cada ciclo político, não existindo políticas que visem o
crescimento do país em longo prazo.
Além disso, a corrupção gera impactos na implementação de políticas públicas.
Quando recursos públicos são desviados de suas finalidades originais, as políticas
que deveriam beneficiar a população perdem o foco e a eficácia. Isso resulta em uma
alocação inadequada de recursos, que pode afetar negativamente áreas cruciais para
o desenvolvimento e bem-estar da população brasileira, como saúde, educação e
infraestrutura. Além disso, a incidência tributária muitas vezes se torna distorcida, com
os mais ricos e poderosos frequentemente escapando de suas obrigações fiscais
através de pagamentos de propinas, enquanto a carga tributária recai
desproporcionalmente sobre os cidadãos de classes menos favorecidas.
A posteriori, estes escândalos resultam em um efeito negativo na economia
brasileira, resultando em dados ruins e/ou oscilantes de investimento estrangeiro
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direto, que faz com que afaste o investidor internacional, bem como a entrada de
divisas no país.
Gráfico 2: Investimento Estrangeiro Direto no Brasil (2014-2022)

Fonte: Trading Economics e Banco Central do Brasil


Segundo dados do Portal Trading Economics e do Banco Central do Brasil, o
investimento estrangeiro direto no Brasil não permaneceu constante, oscilando
bastante nos últimos dez anos, e pode se notar que após 2016 (ano do vazamento de
dados do Panama Papers) houve uma grande queda no número de investimento
estrangeiro no Brasil.

6. MEDIDAS PARA MITIGAR O RISCO DE EVASÃO FISCAL, E PREVENÇÃO


À LAVAGEM DE DINHEIRO
Segundo Tiago Fachini (2022, s. p.), a estimativa de evasão fiscal no Brasil,
pode ser equivalente a 10% do PIB nacional, um dado que é assustador, nos fazendo
conscientizar sobre a importância de elaborar medidas para mitigar o risco de evasão
fiscal, bem como elencá-las.
Uma medida bastante eficaz existente atualmente no Brasil, é a Lei 4729/65,
na qual diz que a pena para o crime de evasão fiscal é detenção de seis meses a dois
anos e multa. Tal pena ainda pode ser agravada, caso o criminoso for agente público,
como mostra o § 2º Se o agente cometer o crime prevalecendo-se do cargo público
que exerce, a pena será aumentada da sexta parte. Da mesma forma, em alguns
casos a evasão fiscal está homologada a outros crimes, como a lavagem de dinheiro,
fazendo com que a pena também seja agravada.
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Dentre algumas medidas que já foram propostas para mitigar o risco de evasão
fiscal internacional, podemos citar algumas mais relevantes como é o caso da pressão
internacional para criar um imposto de renda internacional mínimo de 15%, como já
foi proposto por Janet Yellen, secretária do Tesouro norte americano. Segundo uma
matéria publicada pelo InfoMoney em 2021, tal medida visa a uma realocação de
tributos das multinacionais.
Também, medidas de compliance, como o preenchimento de formulários KYC
(Know Your Customer)3 podem e devem ser adotadas como meio de ter ciência sobre
os ativos financeiros de grandes empresas, visando entender se elas possuem
irregularidades tributárias, riscos de evasão fiscal e indícios de atos ilícitos como a
lavagem de dinheiro.
Devido à complexidade da legislação tributária brasileira, as grandes
empresas, famílias e conglomerados econômicos sentem o anseio de pagar menos
impostos, fator que resulta na evasão fiscal e de divisas, que segundo Nassif e Sato
(2021, s. p,) podem e devem ser objetos de tipificação penal. Ainda de acordo Nassif
e Sato (2021, s. p.):
Com base nisso, é possível constatar que a tendência atual é que
paulatinamente a transparência, a boa-fé, a moralidade e a legalidade,
transformem-se em exigências e em critérios de escolha no mercado
econômico pela sociedade, razão pela qual os empresários devem encontrar
o equilíbrio entre o investimento na área do Compliance e os demais custos
empresariais.
De maneira análoga, a legislação brasileira no que tange à lavagem de capitais,
é bastante robusta. Segundo a Lei Nº 9.613, de 3 de março de 1998. em seu Art. 1° a
pena para quem praticar o crime de lavagem de dinheiro será de 3 a 10 anos e multa,
podendo também ser agravada, caso o criminoso for reincidente ou cometer o crime
por meio de organização criminosa.
Visando cada vez mais a robustez e aperfeiçoamento da legislação, houve
alterações na referida Lei, através da Lei 12.683, de 9 de julho de 2012. Tal mudança
dispõe de novos artigos e revogações, a fim de tornar as penalizações e rastreamento
dos criminosos cada vez mais eficientes.

3 Do original: Conheça seu cliente.


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A referida Lei também cria o conceito comumente chamado de “pessoas
obrigadas”, no qual, tais pessoas são obrigadas a comunicar ao COAF, indícios de
lavagem de dinheiro. Entre as pessoas obrigadas, estão as seguradoras, corretoras
de seguros, empresas de transporte ou guarda de valores, financeiras, juntas
comerciais, pessoas físicas ou jurídicas que realizam compra e venda de imóveis,
pedras preciosas ou objetos de arte, como por exemplo.
O Brasil também possui várias iniciativas que visam a prevenção à lavagem de
dinheiro. Aqui pode citar a ENCCLA (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e
à Lavagem de Dinheiro), iniciativa criada em 2003 e atua diretamente com mais 90
instituições públicas ligadas aos Três Poderes e ao ministério público, podendo atuar
também de forma estadual, municipal e com algumas entidades.
De acordo o com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) (2022,
s.p.), algumas das ações do ENCCLA para 2023 são, a prestação de contas visando
a transparência em obras públicas, estimular o engajamento da população em canais
de denúncia, avaliar riscos, investigar novas técnicas e tecnologias utilizadas por
criminosos para o crime de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em âmbito internacional, é válido ressaltar a existência do GAFI (Grupo de
Ação Financeira Internacional), que traz quarenta recomendações de como os países
podem prevenir a lavagem de dinheiro através de algumas medidas que podem ser
adotadas entre os países, como é o caso da Cooperação Internacional, que será
tratada no tópico a seguir.

7. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL E RECUPERAÇÃO DE


ATIVOS PERDIDOS
Segundo as recomendações 36, 37, 38, 39 e 40 do GAFI, os países deveriam
cooperar entre si, de forma jurídica a fim de prevenir e combater a lavagem de dinheiro
internacional. Algumas dessas recomendações são para que os países não
configurem obstrução de investigações sobre crimes de lavagem de dinheiro e
financiamento ao terrorismo, bem como não recusar a atender um pedido de
assistência jurídica mútua ao alegar que as leis internas concedam sigilo fiscal e/ou
bancário.
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Com isso, a tarefa de recuperar os ativos financeiros perdidos durante uma
operação de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, torna-se uma necessidade não
apenas de um Estado, mas de vários outros em cooperação internacional.
O Brasil já possui um departamento próprio de recuperação de ativos de origem
ilícita, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional
(DRCI), no qual tem notado uma ampla e fundamental ação estatal na recuperação
de tais ativos.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (2022, s. p.), órgão no
qual o DRCI está situado, o departamento possui algumas funções específicas como
articular e colaborar com polícias, ministérios públicos e demais órgãos competentes,
implementação de atividades, elaboração de estudos e materiais, informar, e subsidiar
elementos para auxiliar os processos que visam a recuperação de ativos.
Ainda de acordo com o MJSP, a tramitação de recuperação de ativos no
exterior, é caracterizada por três fases, sendo elas, a identificação, a
apreensão/bloqueio e a repatriação.
A identificação, configura-se na apuração dos ativos de origem ilícita que estão
situados no exterior. A apreensão/bloqueio consiste no ato da autoridade brasileira
realizar o pedido de apreensão dos ativos no exterior. Já a repatriação, significa,
literalmente, repatriar todo o ativo para o país de origem, neste caso, para o Brasil.
É importante também citar que, segundo o MJSP (2014, s. p.), a evasão de
divisas [para o Panamá], por si só, não constitui nenhum tipo de crime no direito penal
interno da República do Panamá, sendo considerado apenas uma falta administrativa.
Uma outra medida de combate à lavagem de dinheiro internacional, é dada
através da Convenção de Palermo, e pelo Decreto n° 5.015, de 12 de Março de 2004,
no qual há algumas recomendações para cada Estado Parte, como a instituição de
um regime interno para regulamentação e controle de instituições financeiras, garantir
que as autoridades responsáveis possam cooperar internacionalmente, bem como
considerarem a implementação de mecanismos para detectar e vigiar o envio e
recebimento de remessas de câmbio. Ainda em seu Art. 20°, tal convenção também
dá a possibilidade de os Estados realizarem investigações conjuntas quando se trata
de matéria penal.
Posteriormente, visando ainda mais a rigidez e robustez no combate à lavagem
de dinheiro internacional, foi também promulgada a Convenção das Nações Unidas
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contra a Corrupção, através do Decreto n° 5.687, de 31 de Janeiro de 2006 na qual
houve algumas novas exigências que os Estados deveriam propor às instituições
financeiras, como examinar de forma mais profunda as transferências nas quais não
contenham informações explícitas sobre o remetente ou destinatário e manter tais
informações em todo o ciclo da operação.
Os paraísos fiscais devem, em sua legislação, exigir que as empresas
identifiquem os beneficiários finais delas, para fins de transparência fiscal, como é o
caso das Ilhas Virgens Britânicas, que segundo o advogado Raul Leite Filho (2022, s.
p.), a legislação do país não exige tal transparência das empresas offshore, mas
começará a ser exigido brevemente, mostrando que os paraísos fiscais estão
empenhados no combate à lavagem de dinheiro.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ligação entre o Panama Papers e a Operação Lava Jato ilustra a importância
do jornalismo investigativo e da divulgação de informações para expor a corrupção e
a evasão fiscal em níveis globais, bem como a necessidade de esforços conjuntos
entre países para combater essas práticas ilegais e garantir a transparência financeira
em escala internacional.
Portanto, a corrupção não é apenas um problema moral e ético, mas também
uma ameaça direta à estabilidade e ao desenvolvimento econômico do Brasil. Lidar
com essa questão exige esforços contínuos para fortalecer as instituições
democráticas, garantir a transparência e a prestação de contas, e promover uma
cultura de integridade em todos os setores da sociedade. Somente através dessas
ações conjuntas poderemos mitigar os impactos prejudiciais da corrupção em nossa
economia e avançar em direção a um futuro mais próspero e justo para o Brasil.
A cooperação jurídica internacional é extremamente valiosa quando o assunto
é lavagem de dinheiro e corrupção, pois como vimos, mutuamente, os países podem
juntar forças para combater tais crimes. Da mesma forma, cabe aos países
individualmente também trabalharem cada vez mais intensamente em políticas de
prevenção à lavagem de dinheiro, seja através de instituições privadas ou através de
políticas públicas rigorosas.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Trabalho de Conclusão de Curso | 2023.2
AGÊNCIA BRASIL. Entenda o que é a investigação jornalística Panamá Papers.
[S. l.], 6 abr. 2016. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-04/entenda-o-que-e-
investigacao-jornalistica-panama-papers. Acesso em: 25 set. 2023.

ANSELMO, Marcio Adriano. Lavagem de dinheiro e cooperação jurídica


internacional. [S. l.: s. n.], 2012.

BRETAS, Valéria. Quem são os 26 brasileiros citados por ora no Panama Papers.
[S. l.], 6 abr. 2016. Disponível em: https://exame.com/brasil/quem-sao-os-brasileiros-
citados-no-panama-papers/. Acesso em: 25 set. 2023.

CARRARO, André; FOCHEZATTO, Adelar; HILLBRECHT, Ronald Otto;. O impacto


da corrupção sobre o crescimento econômico do Brasil: aplicação de um
modelo de equilíbrio geral para o período 1994-1998. [S. l.], 2006. XXXIV Encontro
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COAF. O Que é lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e da


proliferação de armas de destruição em massa. [S. l.], 20 ago. 2020. Disponível
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