Cartilha

CONHECENDO A POLÍTICA DE PREVENÇÃO

À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO
FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

SUPLD/GEPLD
Sumário
1. Apresentação 3

2. Lavagem de Dinheiro 4

3. Financiamento do Terrorismo 7

4. Política de PLDFT 12

5. Estratégias de PLDFT 12

6. PLDFT no Relacionamento 15

7. Referências 19

SUPLDGEPLD
1 – Apresentação

Esta cartilha tem como objetivo orientar fornecedores e prestadores de serviços

terceirizados da CAIXA a conhecer o conteúdo da Política de Prevenção à Lavagem de

Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo em suas atividades diárias.

Mais de um trilhão de dólares oriundos de lavagem de dinheiro são movimentados no

mundo e podem cruzar o planeta em menos de um segundo. O dinheiro gerado a partir

de drogas fabricadas e vendidas em um determinado local pode cruzar o globo, passando

por diferentes países, antes mesmo que você termine de ler este parágrafo.

Para prevenir que a CAIXA seja utilizada nesse tipo de crime, a organização divulga as

diretrizes previstas em sua Política de PLDFT, suas estratégias e como a empresa ela

relaciona com clientes, empregados/dirigentes, parceiros, fornecedores e prestadores

de serviços terceirizados, a partir da ótica de PLDFT.

O conhecimento é uma das principais ferramentas da prevenção!

Boa leitura!

SUPLD/GEPLD
2 – Lavagem de Dinheiro
Lavar dinheiro é dar aparência lícita a recursos que foram
originados por atividades criminosas. De acordo com a Lei
12.683/12, qualquer infração penal pode anteceder o crime de
Lavagem de Dinheiro quando auferir recursos financeiros ou não-
financeiros como produto da prática criminosa.

O sistema financeiro é um dos setores mais visados pelos criminosos, na prática de

lavagem de dinheiro, sendo o meio por onde transitam os recursos financeiros até a
chegada ao mercado. Empresas que operam grandes valores em espécie também
representam alvos para esse tipo de crime.

A ausência de procedimentos de Prevenção à Lavagem de Dinheiro pode permitir, mesmo

que de forma involuntária, que uma empresa receba recursos provenientes de atos
ilícitos, causando danos a sua imagem e reputação.

A origem do termo “lavagem de dinheiro”, ou em inglês, “money

laundering” faz uma referência histórica ao gângster americano Al
Capone.

Em 1928 ele comprou uma cadeia de lavanderias em Chicago que servia de fachada
para legalizar dinheiro originário de uma série de atividades ilegais, como prostituição,
extorsão e o comércio de bebidas alcoólicas proibido na época pela Lei Seca.

Essa fachada permitia-lhe fazer depósitos bancários de notas de baixo valor, normais
para uma lavanderia, misturadas com aquelas resultantes do comércio ilegal.

SUPLD/GEPLD
 FASES DA LAVAGEM DE DINHEIRO

Colocação Ocultação Incorporação

Seu objetivo principal Atos praticados com o Incorporado à economia formal,

consiste em inserir o dinheiro finalidade de disfarçar a o dinheiro ilícito ganha
oriundo de atividades ilícitas origem ilícita do ativo com a aparência lícita, aumentando a
na economia formal efetivação de transações, dificuldade de identificação de
afastando-o da origem ilícita, conversões e várias sua origem, devido às
de modo a dificultar o movimentações que sucessivas e complexas etapas
rastreamento do crime. Ex: distanciem ainda mais o ativo de mascaramento. Ex: compra
depósito de dinheiro em de sua origem ilícita. Ex: de imóvel com o recurso
espécie em conta bancária movimentação do recurso movimentado
entre contas

SUPLD/GEPLD
COMO OCORREM AS FASES DA LAVAGEM DE DINHEIRO

CRIME ANTECEDENTE
Enzo participou de um crime e agora possui em seu poder uma grande
quantidade de dinheiro em espécie. Para utilizá-lo sem levantar suspeitas
ele precisa incorporá-lo ao sistema financeiro.
.

COLOCAÇÃO
Com a utilização da conta de uma “empresa de fachada”* Enzo efetuou
diversos depósitos até inserir todo o valor que estava em seu poder no
sistema financeiro.

* A empresa de fachada geralmente é legalmente constituída e participa do mercado; é

operante, mas acaba sendo utilizada para o fim de contabilizar nela os recursos ilícitos,
de modo a muitas vezes ‘mesclar’ o montante resultante da sua atividade com um valor
ilícito, dissimulando sua origem (Mendroni, 2015).

OCULTAÇÃO
No banco, ele fez diversas transações para despistar a origem do dinheiro
e no final transferir todo o montante para a sua titularidade Pessoa Física.

INCORPORAÇÃO
Dessa forma, Enzo conseguiu incorporar o dinheiro ilícito ao sistema
financeiro e dar a ele uma aparência lícita.

SUPLD/GEPLD
3 – Financiamento do Terrorismo
Financiamento do terrorismo pode ser definido como a reunião de fundos ou de capital
para a realização de atividades terroristas.
A partir de 11 de setembro de 2001, com o ataque e destruição das
torres gêmeas em Nova Iorque, o mundo tomou consciência do
poder de devastação do terrorismo. Os ataques desferidos
posteriormente na Espanha em 2004 e em Londres em 2005,
tornaram clara a complexidade do problema.

O mundo percebeu que o terrorismo pode alcançar qualquer lugar, em qualquer

momento, e que nem mesmo os melhores sistemas de inteligência e de segurança
nacional são infalíveis. Os governos de vários países compreenderam que o problema
deixou de ser distante ou apenas alheio, e que a luta conjunta deveria se dar em várias
frentes: política, social, econômica, militar, judicial e financeira.

No Financiamento do Terrorismo, a origem do dinheiro não precisa ser necessariamente

ilícita - diferente da Lavagem de Dinheiro. Exemplo: Um simpatizante pode financiar um
grupo terrorista usando dinheiro lícito, obtido de seus negócios regulares.
Quando a fonte dos recursos não é legal, os terroristas buscam ocultar tanto a origem
quanto o destino dos fundos.

SUPLD/GEPLD
 FASES DE FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

Coleta Dissimulação Aplicação

Seu objetivo principal Atos praticados com a Após incorporado à economia

consiste em inserir o dinheiro
que será destinado a
financiar atividades
terroristas no sistema
financeiros, afastando-o da
origem, que pode ou não ser
ilícita. Ex: doação para ONG
em depósito bancário
finalidade de disfarçar a formal, o dinheiro poderá ser
origem do ativo com a utilizado para financiar práticas
efetivação de transações, terroristas. Ex: financiamento de
conversões e várias um ataque terrorista com o
movimentações que recurso movimentado
distanciem ainda mais o ativo
de sua origem. Ex:
movimentação do recurso

SUPLD/GEPLD
COMO OCORREM AS FASES DE FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

COLETA
Felipe deposita mensamente 2% de sua renda como terceirizado para um
abrigo de animais abandonados com sede no Exterior. A empresa é
constituída como entidade sem fins lucrativos, no entanto, está sendo
utilizada como empresa de fachada* por um grupo terrorista.

DISSIMULAÇÃO
Dentro do sistema financeiro, o grupo terrorista movimenta o dinheiro
entre contas de diversas empresas do grupo para tentar camuflar sua
origem e apagar rastros/vínculos.

APLICAÇÃO
O dinheiro de Felipe, junto com outros recursos captados pelo grupo
criminoso, é utilizado para financiar um atentado terrorista em um país
localizado em outro continente.

SUPLD/GEPLD
.

Os grupos terroristas necessitam mover fundos com a preocupação de ocultar seu

objetivo de financiamento das atividades logísticas e atos terroristas. Necessitam adotar
mecanismos e meios que permitam fazê-lo com discrição, ocultando sua destinação final.

Devido às similaridades entre LD e FT e aos

efeitos nefastos oriundos desses crimes, as
Organizações Internacionais aliaram esforços
utiliziando o sistema de prevenção já
existente no âmbito da Lavagem de Dinheiro
para prevenir o financiamento do Terrorismo.

SUPLD/GEPLD
A CAIXA adota procedimentos no sentido de conhecer seus fornecedores e prestadores
de serviços terceirizados, com o objetivo de prevenir a realização de negócios com
contrapartes suspeitas de envolvimento com atividades de LDFT, bem como de
assegurar que eles possuam procedimentos adequados de PLDFT, quando aplicáveis.

Como Fornecedor CAIXA, é fundamental que você conheça

as estratégias e diretrizes de Prevenção à Lavagem de
Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo adotadas pela
empresa. O documento que contempla tais procedimentos
de PLDFT é a Política de Prevenção à Lavagem de Dinheiro
da CAIXA.
A Política de PLDFT da CAIXA possui versão pública e está disponível no sítio eletrônico
da empresa, no endereço: https://www.caixa.gov.br/Downloads/caixa-
governanca/Politica-Prevencao-Lavagem-Dinheiro-e-Financiamento-Terrorismo.pdf

Para auxiliar na disseminação do conteúdo da Política entre os Fornecedores CAIXA e

seus empregados foi elaborada essa cartilha com os principais pontos abordados no
documento.

A cartilha não substitui a leitura do conteúdo da Política de PLDFT da

PLDFT
CAIXA, seu objetivo é facilitar o entendimento e proprocionar vias de
diálogo sobre os temas abordados.

SUPLD/GEPLD
4 – POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM
DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO
TERRORISMO

A Política da CAIXA em relação à Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do

Terrorismo expressa as diretrizes da empresa em relação ao tema.

Seu objetivo é evitar que a CAIXA seja utilizada na prática dos crimes de lavagem de
dinheiro e de financiamento ao terrorismo, e mitigar o risco de imagem, legal e reputacional.

5 - ESTRATÉGIAS DE PLDFT
 Abordagem Baseada em Risco
A CAIXA adota a Abordagem Baseada em Risco de forma a possibilitar a implementação
de controles de gerenciamento e de mitigação reforçados para as situações de maior risco
e simplificados nas situações de menor risco.

SUPLD/GEPLD
  Avaliação Interna de Risco
Trata-se da metodologia de aferição da probabilidade de ocorrência e da magnitude dos
impactos financeiro, jurídico e reputacional para a instituição. Considera os perfis de risco
dos clientes, da instituição, das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo
todos os canais de distribuição e a utilização de novas tecnologias, além das atividades
exercidas pelos empregados, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

 Ações de Capacitação e Aculturamento sobre PLDFT

Promoção de ações de aculturamento sobre o tema PLDFT, desenvolvidas e aplicadas de
acordo com o público alvo e com o risco capturado na Avaliação Interna de Risco. Essas
ações contemplam os empregados, os parceiros, fornecedores e os prestadores de
serviços terceirizados.

 Avaliação de novos produtos, serviços e canais de

distribuição
Análise prévia e específica sobre os riscos e fragilidades relacionados, inclusive
considerando a utilização de novas tecnologias, e prever a adoção de medidas mitigatórias,
sob a ótica de PLDFT.

 Monitoramento, Seleção, Análise e Comunicação de

situações com suspeita de LDFT
A CAIXA monitora as movimentações financeiras com vistas a identificar situações com
indícios de LDFT e comunicá-las ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF,
de acordo com as normas externas vigentes.

SUPLD/GEPLD
  Registro de Transações
Procedimentos de registro de transações, operações e serviços financeiros, que
contemplem a identificação da origem e destino dos recursos, de modo a permitir o
monitoramento de PLDFT.

 Sigilo das Informações

A CAIXA mantém sigilo sobre os parâmetros utilizados para monitoramento das situações
com indícios de LDFT, sobre a identidade dos empregados/dirigentes envolvidos no
processo de PLDFT, bem como de denunciantes de situações com indícios de prática
desses crimes.

SUPLD/GEPLD
6 - PLDFT NO RELACIONAMENTO

 Com o Cliente

 A CAIXA adota procedimentos de Conheça seu Cliente desde a solicitação de início

de relacionamento e durante todo o seu ciclo para evitar constituição ou
manutenção de vínculos com pessoas com provável envolvimento em práticas de
LDFT;

 Os procedimentos incluem a coleta, verificação, validação e atualização de

informações cadastrais.

Você sabia?
Que os procedimentos de “Conheça seu cliente” além de serem um importante
instrumento de relacionamento são considerados uma das principais ferramentas de
Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo?

Fique atento!

SUPLD/GEPLD
PLDFT NO RELACIONAMENTO

Com o Empregado/Dirigente

 A CAIXA adota procedimentos de coleta, verificação e validação de informações

cadastrais na seleção e contratação de empregados/dirigentes;

 Os procedimentos incluem a coleta, verificação, validação e atualização de

informações cadastrais;

 São adotados, previamente à contratação, procedimentos que permitam verificar a

aderência da conduta dos empregados e dos dirigentes às boas práticas de
integridade da administração pública e a vinculação de seu nome à prática de ilícitos;

 A CAIXA determina que os seus empregados/dirigentes mantenham o cadastro

atualizado, informando patrimônio e renda, inclusive as oriundas de atividades não
relacionadas ao exercício profissional na empresa.

SUPLD/GEPLD
PLDFT NO RELACIONAMENTO

 Com Parceiros, Fornecedores e

Prestadores de Serviços Terceirizados
 A CAIXA adota procedimentos na constituição e manutenção de relacionamento
destinados a conhecer os parceiros e fornecedores/prestadores de serviços
terceirizados para evitar vínculos com pessoas envolvidas em práticas de LDFT;

 Os procedimentos incluem a coleta, verificação, validação e atualização de

informações cadastrais;

 A CAIXA adota procedimentos para confirmar a autenticidade de documentos e

informações apresentadas pelos parceiros e fornecedores/prestadores de serviços
em transações financeiras e não financeiras, no país e no exterior, bem como para
verificar se esses documentos foram registrados de maneira adequada e para avaliar
as práticas e procedimentos adotados pelos parceiros para PLDFT (Due Diligence);

 A CAIXA não realiza negócios com Shell Banks, nem com pessoas relacionadas nas
listas restritivas internacionais referentes à LDFT.

O relacionamento com Parceiros, Fornecedores e Prestadores de Serviços Terceirizados

também pode expor a imagem da CAIXA, por isso a empresa adota e executa os
procedimentos relacionados ao Conheça seu Parceiros, Fornecedores e Prestadores de
Serviços Terceirizados!

SUPLD/GEPLD
FORNECEDOR CAIXA

Nas relações comerciais a confiança é um diferencial de mercado. O envolvimento, mesmo

que de forma involuntária, com os crimes de lavagem de dinheiro e financiamento do
terrorismo, pode comprometer, de maneira definitiva, a imagem de uma organização.

A CAIXA atua com fornecedores que pautem suas atividades por valores e princípios éticos,
e busquem defender a honestidade e impedir a ocorrência de irregularidades em seus
negócios.

Uma empresa íntegra é aquela que possui percepção de valor, de confiabilidade, de

segurança e, acima de tudo, de respeito aos clientes, parceiros e fornecedores,
compartilhando essa visão com todos os seus colaboradores.

SUPLD/GEPLD
Para saber mais:
https://www.caixa.gov.br/Downloads/caixa-governanca/Politica-Prevencao-Lavagem-
Dinheiro-e-Financiamento-Terrorismo.pdf

7 – REFERÊNCIAS

 Amlreputacional.com.br
 Circular BACEN 3.978/20
 Brasilescola.uol.com.br
 MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. 3ª ed.
São Paulo: Atlas, 2015

 MINISTÉRIO DA FAZENDA. Conselho de Controle de Atividades

Financeiras – COAF. 100 Casos de Lavagem de Dinheiro. Brasília,
2001
 Política de Prevenção à Lavagem de Dinheiro da CAIXA

SUPLD/GEPLD
SUPLD/GEPLD