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A IMPORTÂNCIA

DOS ENSAIOS
Nos séculos passados, como a construção dos objetos era
essencialmente artesanal, não havia um controle de qualidade
regular dos produtos fabricados. Avaliava-se a qualidade de um
objeto fabricado simplesmente pelo uso.

Fonte:https://www.google.com/search?q=o+que+s%C3%A3o+ensaios+n%C3%A3o+destrutivos,+na+avia%C3%A7%C
3%A3o+civil&tbm=isch&source=lnms&sa=X&ved=2ahUKEwis_dfWuayAAxWKqpUCHeRzBsQQ0pQJegQICBAB&biw=1

Um desgaste prematuro que conduzisse à rápida quebra da


ferramenta era o método racional que qualquer um aceitava para
determinar a qualidade das peças, ou seja, a análise da qualidade
era baseada no comportamento do objeto depois de pronto.

Acesso a novas matérias primas e desenvolvimento dos processos


de fabricação obrigaram à criação de métodos padronizados de
produção, em todo o mundo. Ao mesmo tempo, desenvolveram-se
processos e métodos de controle de qualidade dos produtos.

Atualmente, entende-se que o controle de qualidade deve começar


pela matéria prima e deve ocorrer durante todo o processo de
produção, incluindo a inspeção e os ensaios finais nos produtos
acabados. Desta maneira, é fácil perceber a importância dos ensaios
de materiais, pois é por meio deles que se verifica se os materiais
apresentam as propriedades que os tornarão adequados ao seu uso.

 Objetivos dos ensaios de materiais

 Determinar as propriedades mecânicas dos materiais;


 Verificar se a peça vai suportar os esforços a que será
submetida;
 Garantir a utilização com segurança.

 Esforços a que estão sujeitos os materiais

Os materiais quando em uso estão sujeitos a diversos tipos de


esforços. Os ensaios mecânicos garantem que os produtos
fabricados apresentam as características necessárias para suportar
esses esforços. Abaixo, segue uma representação esquemática de
alguns tipos de esforços que afetam os materiais.

Fonte: google.com

Os produtos têm que ser fabricados com as características


necessárias para suportar esses esforços. Realizando os ensaios
mecânicos vamos saber se os materiais apresentam tais
características. Os ensaios mecânicos dos materiais são
procedimentos padronizados que compreendem:

 Testes;
 Cálculos;
 Gráficos;
 Consultas a tabelas.

Tudo isso em conformidade com normas técnicas. Realizar um


ensaio consiste em submeter um objeto já fabricado ou um material
que vai ser processado industrialmente a situações que simulam os
esforços que eles vão sofrer nas condições reais de uso, chegando
a limites extremos de solicitação.

 Normalização dos Ensaios

Com a finalidade de haver um entendimento entre consumidor e


produtor, sob o ponto de vista da qualidade de um determinado
material, há necessidade de se estabelecer normalizações, onde
são indicados os métodos de ensaios, para determinar as
propriedades através dos resultados obtidos nos ensaios para cada
material em particular (estes resultados dos ensaios são
denominados especificações).

Além disso, devem ser indicados também o método de fabricação, a


forma, as dimensões e o acabamento das peças, além de outras
indicações mais particulares. A normalização dos ensaios leva a
inúmeras vantagens entre as quais se pode mencionar:

1. Reduz o desentendimento entre o produtor e o consumidor;


2. Torna a qualidade da produção mais uniforme;
3. Reduz os tipos similares de peças e materiais;
4. Diminui o custo unitário de produção;
5. Orienta o projetista na escolha do material existente;
6. Permite a comparação de resultados obtidos em diferentes
laboratórios, pela adoção do mesmo método de ensaio.

Devido à importância das normalizações, existem várias entidades


estatais ou privadas nos diferentes países ou continentes que se
incumbem de seus estabelecimentos. No Brasil existe a ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), na Alemanha
existem as normas DIN, nos Estados Unidos as entidades mais
importantes são: ASTM (American Society for Testing and
Materials), ASM (American Society for Metals), e assim por
diante.

 Classificação dos Ensaios

Os ensaios de materiais têm as seguintes finalidades práticas:

1. Permitir a obtenção de informações rotineiras da qualidade de um


determinado produto (ensaios de controle).
2. Desenvolver novas e melhores informações sobre materiais
conhecidos ou então, desenvolver novos materiais.
3. Obter medições precisas das propriedades ou constantes físicas
(medições científicas).
Dependendo dos objetivos e possibilidades, os ensaios podem ser
classificados quanto ao método de abordar o problema e quanto à
interpretação dos resultados, nos seguintes tipos:

1. Ensaios em partes ou em toda a estrutura, de tamanho natural.


2. Ensaios em partes ou em toda a estrutura, na forma de modelos.
3. Ensaios em corpos de prova retirados de determinadas partes da
estrutura.
4. Ensaios em amostras de materiais contínuos (líquidos, gases,
sólidos em pó ou grânulos).

Com relação à eventual aproveitamento que poderá ter parte ou toda


a estrutura (ou então, o corpo de prova) após os ensaios, estes
podem ser classificados em:

1. Ensaios destrutivos.
2. Ensaios não destrutivos.

Os primeiros implicam na destruição ou deixam algum sinal na peça


ou corpo de prova, geralmente, impedem o posterior aproveitamento
como tal; os ensaios mecânicos em geral são destrutivos, pois a
grande maioria deles provoca a fratura da peça ensaiada; como
exemplos:

 Tração;
 Compressão;
 Dobramento;
 Flexão;
 Estampabilidade (Embutimento);
 Torção;
 Dureza;
 Fadiga;
 Fluência;
 Impacto.

Os ensaios não destrutivos são aqueles que após sua realização não
deixam nenhuma marca ou sinal e, por consequência, nunca
inutilizam a peça ou corpo de prova. Por esta razão, podem ser
usados para detectar falhas em produtos acabados e semi-
acabados, porém fornecem menores informações; entre outros,
como exemplos:

 Ensaio visual;
 Líquido penetrante;
 Partículas magnéticas;
 Ultrassom;
 Radiografia industrial.

Ensaios Não Destrutivos – END

Os Ensaios Não Destrutivos - END são ensaios realizados em


materiais, acabados ou semi-acabados, para verificar a existência
ou não de descontinuidades ou defeitos, através de princípios
físicos definidos, sem alterar suas características físicas, químicas,
mecânicas ou dimensionais e sem interferir em seu uso posterior.

Após a execução dos ensaios não destrutivos, estes não provocam


a destruição, nem total ou parcial do corpo de prova e ou peça
ensaiada, ao contrário do que ocorre com os ensaios destrutivos que
geralmente levam o objeto ensaiado a ruptura ou então a uma
deformação plástica, portanto permanente. Os ensaios não
destrutivos constituem uma das principais ferramentas do controle
da qualidade de materiais e produtos, contribuindo para garantir a
qualidade, reduzir os custos e aumentar a confiabilidade da
inspeção.

São utilizados na fabricação, montagem, inspeção em serviço e


manutenção, sendo largamente aplicados em soldas, fundidos,
forjados, laminados, plásticos, concreto, entre outros, nos
setores petróleo/petroquímico, nuclear, aeroespacial,
siderúrgico, ferroviário, naval, eletromecânico e automotivo.

Os END incluem métodos capazes de proporcionar informações a


respeito do teor de defeitos de um determinado produto, das
características tecnológicas de um material, ou ainda, da
monitoração da degradação em serviço de componentes,
equipamentos e estruturas.

 Os métodos mais usuais de END

 Ensaio visual;
 Líquido penetrante;
 Partículas magnéticas;
 Ultra-som;
 Radiografia (Raios X e Gama);
 Correntes parasitas;
 Termografia;
 Emissão acústica;
 Impedância mecânica;
 Estanqueidade;
 Análise de vibrações;
 Análise de deformações.

Para obter resultados satisfatórios e válidos, os seguintes itens


devem ser considerados como elementos fundamentais para os
resultados destes ensaios:

 Pessoal treinado e qualificado;


 Procedimento qualificado para conduzir o ensaio;
 Equipamentos devidamente calibrados;
 Normas e critérios de aceitação perfeitamente definidos.

Além do uso industrial, tem crescido significativamente a aplicação


dos END para a conservação de obras de arte, assim como na
agropecuária - controle da camada de gordura de bovinos e suínos
- e a própria utilização, largamente difundida, na medicina.

Comparativamente, podemos afirmar que o "controle da


qualidade" que o médico faz de um corpo humano na avaliação da
saúde ou da patologia de um paciente, é o mesmo aplicado na
indústria, só que para materiais e produtos.

 Vantagens e Desvantagens dos Ensaios Não


Destrutivos
Os ensaios não destrutivos comparados aos destrutivos possuem
vantagens e desvantagens, dependendo da sua utilização, da
análise cuidadosa de cada caso de ensaio em particular.
 Principais Vantagens dos Ensaios Não Destrutivos

1. Os ensaios são realizados diretamente, nos objetos a serem


posteriormente utilizados; conseqüentemente, anula a dúvida
quanto ao objeto - corpo de prova ou peça - se é ou não
representativo.
2. Os ensaios podem ser realizados em todas as unidades
existentes se, economicamente, justificável.
3. Várias partes de uma mesma peça, em particular as regiões
críticas, podem ser examinadas simultaneamente, ou
sucessivamente.
4. Podem ser aplicados, simultaneamente ou sucessivamente,
vários ensaios, uma sensível a uma determinada propriedade a
ser verificada.
5. Os ensaios não destrutivos permitem repetições em uma ou
várias unidades, durante um período de tempo, podendo-se deste
modo, se estabelecer claramente à proporção de danos
perceptíveis em serviço e sua relação com o tempo de uso. Daí
sua importância na manutenção preventiva.
6. Materiais e peças de altos custos de produção, não são perdidos
pelos ensaios.
7. Muitos ensaios não destrutivos requerem pouca ou nenhuma
preparação de amostras; podem ser portáteis em alguns casos, e
completamente automatizados em outros; geralmente, são mais
baratos e mais rápidos que os ensaios destrutivos.
 Desvantagens dos Ensaios Não Destrutivos

1. Os ensaios, usualmente, envolvem medições indiretas das


propriedades, resultando um significado indireto para o
comportamento em serviço da peça ensaiada.
2. Os ensaios não destrutivos são, comumente, qualitativos, e
poucas vezes quantitativos; eles não medem, por exemplo, as
tensões de ruptura do material, porem podem revelar os danos
provocados e orientar sobre o mecanismo de ruptura.
3. Na interpretação das indicações do ensaio são necessárias
experiências prévias.

 Tipos de defeitos detectados com END

Os tipos de defeitos para os quais se requerem os ensaios não


destrutivos podem ser classificados em três grupos:

a. Defeitos inerentes: introduzidos durante a produção inicial da


matéria prima ou peça básica;
b. Defeitos do processo: introduzidos durante o processamento do
material ou peça;
c. Defeitos de serviço: introduzidos durante o ciclo de utilização do
material ou peça.

Alguns dos tipos de defeitos ou variações estruturais que podem ser


incluídos nestes três grupos são:

 Trincas e fissuras (superficiais, sub-superficiais e internas);


 Defeitos típicos de fundição, laminação, usinagem e de
recobrimento;
 Falta de continuidade, inclusões e segregações;
 Falta de penetração de soldas;
 Defeitos originados por fadiga;
 Defeitos ocasionados por corrosão.

Podem ocorrer variações também quanto:

 Ao tamanho do grão;
 Ao tratamento térmico;
 À composição química do material ou peça.

O exato conhecimento das condições de trabalho da peça deve


servir de guia para o estabelecimento de critérios de qualidade, que
especifiquem quando uma falta qualquer de homogeneidade como
os mencionados acima constitui ou não um defeito de importância
principal ou secundária ou ainda, sem importância nenhuma.

 Fatores de escolha do END

Um grande número de fatores deve ser considerado quando da


procura e da seleção do melhor tipo de ensaio e da melhor técnica a
ser aplicada, para examinar uma peça; os principais fatores são:

1. Tipo de material da peça quanto às características:


 Magnéticas;
 De densidade;
 De composição química.

2. Processos de fabricação aplicada à peça:


 Fundição;
 Forjamento;
 Metalurgia do pó;
 Soldagem;
 Tratamento térmico;
 Processo de revestimento.

3. Geometria da peça:
 Forma;
 Dimensões;
 Espessura;
 Condições superficiais.

4. Defeitos possíveis esperados:


 Superficiais;
 Sub-superficiais;
 Internos;
 Localização e tamanho dos defeitos;
 Qualificação quanto a sua importância.

5. Estágios em que aparece o defeito:


 Na elaboração da matéria prima;
 Na fabricação da peça;
 Na utilização.

6. Sensibilidade desejada dos ensaios:


A principal diretriz na escolha de um exame ou conjunto de exames
será a definição clara das descontinuidades cuja presença se deseja
detectar, bem como os locais onde podem ou não estar situadas,
suas dimensões, etc.
Além disso, deve-se levar em conta as limitações dos diversos
métodos, as condições de aplicação, os equipamentos disponíveis e
todas as condições que possam influir na execução, sensibilidade e
confiança nos resultados.

Para a aplicação da inspeção não destrutiva exigem-se do pessoal


envolvido qualificação e certificação, devido principalmente, ao nível
de complexidade da maioria dos métodos e técnicas de inspeção.

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