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ETEC JACINTO FERREIRA DE SÁ OURINHOS

CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA – 4º TERMO

DISCIPLINA DE SOLDA

GILBERTO MUNIZ GAMBARELLE


JEFERSON ANTUNES FERREIRA
SYLVIO AUGUSTO

PROCESSOS DE SOLDAGEM POR DEFORMAÇÃO

PROFESSOR: FRANSBER SANTADE

Ourinhos - SP
Outubro de 2013
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SUMÁRIO

1. SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA.......................................................................................................2

1.1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................................2
1.2 APLICAÇÕES....................................................................................................................................2
1.3 PROCESSOS DE SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA........................................................................................3
1.3.1 Soldagem por pontos..............................................................................................................3
1.3.2 Soldagem por costura.............................................................................................................4
1.3.3 Soldagem por projeção..........................................................................................................4
1.3.4 Soldagem de topo...................................................................................................................5

2. SOLDAGEM POR CENTELHAMENTO......................................................................................6

2.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................6
2.2 OPERAÇÃO......................................................................................................................................6
2.3 APLICAÇÃO..................................................................................................................................... 7
2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS............................................................................................................7

3. SOLDAGEM POR ALTA FREQUÊNCIA.....................................................................................8

3.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................8
3.2 OPERAÇÃO......................................................................................................................................8
3.3 APLICAÇÃO..................................................................................................................................... 9
3.4 Vantagens....................................................................................................................................10
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1. Soldagem por Resistência

1.1 Introdução
A soldagem por resistência (Resistance Welding, RW) compreende um grupo de
processos de soldagem nos quais o calor necessário à formação da junta soldada é obtido
pela resistência à passagem da corrente elétrica através das peças sendo soldadas. O
aquecimento da região da junta pela passagem da corrente elétrica abaixa a resistência
mecânica do material permitindo, através da aplicação de pressão, a deformação localizada
e, assim, a soldagem por deformação da junta. Em alguns casos, ocorre uma fusão
localizada na região da junta. Assim, neste processo de soldagem pode ocorrer a formação
da solda tanto por fusão como por deformação. Contudo, por razões puramente didáticas, a
soldagem RW será considerada como um processo de soldagem por deformação.
Os processos de soldagem por resistência permitem a soldagem de diferentes metais
cuja solvabilidade é controlada pela resistividade, pela condutividade térmica, pela
temperatura de fusão e por suas características metalúrgicas. Assim, metais com elevada
resistividade, baixa condutividade térmica e ponto de fusão também relativamente baixo,
como as ligas não ferrosas, são facilmente soldáveis por esses processos. Além disso, as
características metalúrgicas também devem ser levadas em consideração. Por exemplo,
certos aços, como aqueles com maior teor de carbono, podem necessitar de tratamentos
térmicos após a soldagem para ajuste de suas propriedades mecânicas.

1.2 Aplicações

Os processos de soldagem por resistência permitem a soldagem de diferentes metais


cuja solvabilidade é controlada pela resistividade, pela condutividade térmica, pela
temperatura de fusão e por suas características metalúrgicas.
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Metais com elevada resistividade, baixa condutividade térmica e ponto de fusão também
relativamente baixo, como as ligas não ferrosas, são facilmente soldáveis por esses processos.

Utiliza-se a soldagem por resistência nas indústrias de automóvel, de eletroeletrônicos, na


fabricação de eletrodomésticos, de tubulações, de equipamento ferroviário e esportivo, entre
outras.

1.3 Processos De Soldagem Por Resistência


Há quatro tipos de soldagem por resistência:
 Soldagem por pontos;
 Soldagem por costura;
 Soldagem por projeção;
 Soldagem de topo.

1.3.1 Soldagem por pontos


A soldagem por pontos é um processo em que as superfícies são unidas por meio de
um ou mais pontos sobre os quais são aplicados calor e pressão; o calor é gerado pela
resistência a uma corrente elétrica que passa através das peças mantidas em contato
durante um curto período de tempo; o processo utiliza baixa tensão, alta intensidade de
corrente e pressão. Quando a intensidade de corrente cessa, a pressão é mantida enquanto o
metal se solidifica. Os eletrodos são afastados da superfície depois que se realiza cada
ponto. As dimensões e formas das soldas são limitadas, principalmente em função das
dimensões e contornos das faces do eletrodo. A soldagem por pontos utiliza eletrodos
cilíndricos e a corrente de soldagem é concentrada num ponto na junta.
Na soldagem por pontos em particular, observa-se o uso crescente de robôs
industriais para a sua automação.
“A soldagem por pontos é muito utilizada na união de chapas de aço com até 1/8’ de
espessura e ocasionalmente para a união de chapas de 1/4” ou mais; entretanto, espessuras
de 1" ou mais podem ser soldadas pelo processo, na condição de que haja equipamentos
especiais. Em conjuntos de duas ou mais chapas estampadas, a alta velocidade de
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soldagem do processo garante economia em relação aos outros métodos mecânicos.


Contêineres são geralmente feitos pela soldagem por pontos.

1.3.2 Soldagem por costura


A soldagem por costura consiste de uma série de pontos sobrepostos; é um processo
em que o calor causado pela resistência à passagem de uma corrente elétrica na peça é
combinado com pressão para produzir a costura. Esta costura consiste de uma série de
ponteamentos sobrepostos que são formados por eletrodos circulares ou um circular e uma
barra, utilizados para transmitir a corrente até a peça. Quando dois eletrodos são utilizados,
um ou ambos são conduzidos sobre as chapas. A série de pontos de solda é feita sem a
retirada dos eletrodos, embora estes possam avançar de forma contínua ou intermitente. A
intensidade de corrente, sua duração, a pressão e a velocidade das peças ou dos eletrodos
são controladas e devem ser cuidadosamente escolhidas para produzir uma junta
satisfatória; este tipo de soldagem utiliza um ou dois eletrodos na forma de discos, que
circulam sobre as peças a serem unidas.

A soldagem por costura pode ser aplicada a uma variedade de peças; as soldas
circunferências podem ser feitas em formatos redondos, quadrados ou partes retangulares,
utilizando eletrodos de diâmetros adequados. Soldas longitudinais podem ser feitas pelo
uso de um ou dois eletrodos circulares ou pelo uso de um eletrodo circunferência e uma
barra estacionária.

1.3.3 Soldagem por projeção


Na soldagem por projeção, o fluxo de corrente e o calor são localizados num ponto
ou pontos pré-determinados pelo projeto; estes pontos podem estar em uma ou ambas as
peças. Antes de serem soldadas por projeção, as peças precisam ser estampadas, forjadas
ou sofrer outro meio de conformação, de modo que possam adquirir as formas das
projeções produzidas.
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A soldagem por projeção é principalmente utilizada para unir peças estampadas,


forjadas ou usinadas. O processo geralmente utiliza chapas finas de espessuras entre 0,5 e
3,2mm. Espessuras maiores requerem uma máquina especial. Várias ligas de aço carbono
ou aço- -liga e algumas ligas de níquel podem ser soldadas por projeção.

1.3.4 Soldagem de topo


Na soldagem de topo por resistência (UW), ao contrário dos processos anteriores,
trabalha-se com juntas de topo, sendo esta comumente usada para a união de arames,
tubos, anéis e tiras de mesma seção transversal. Neste processo, as duas peças são
colocadas em contato e pressionadas uma contra a outra. A seguir, a corrente de soldagem
é ligada, passando das garras.
para as peças e através destas. A região de contato entre as peças, onde a resistência
elétrica é maior, é aquecido por efeito Joule, o que causa uma redução de sua resistência
mecânica.
Como resultado, esta região passa a ser deformada plasticamente por ação da força
de compressão aplicada inicialmente, a qual pode ser aumentada quando a junta estiver
adequadamente aquecida. A deformação plástica leva à formação da solda e de uma
rebarba lateral entre as peças para onde as impurezas da região da junta tendem a migrar
Ao final do processo, a corrente é desligada, permitindo o resfriamento da solda. Em
alguns casos, é possível aplicar ainda, um tratamento térmico após a soldagem pela
passagem de uma corrente menor que a usada na soldagem.

Um contato uniforme entre as peças na região a ser soldada é fundamental para


garantir uma união isenta de descontinuidades com o processo UW. Assim, este processo
não é adequado para a união peças com uma grande seção de contato ou com um formato
complicado. Para estes casos, o processo de soldagem por centelhamento (FW) tem um
melhor desempenho.
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2. SOLDAGEM POR CENTELHAMENTO

2.1 Introdução
Na soldagem por centelhamento, as peças são rigidamente fixadas por distintas
matrizes, com pelo menos um conjunto móvel e ambas condutoras de eletricidade.
Devido às características apresentadas, o centelhamento é enquadrado como um
processo de resistência elétrica e deve ter evoluído do tipo à topo.
Os equipamentos são bastante similares, com as aplicações de estendendo por:
indústria aeroespacial; em estruturas macias e tubulares; automotivas; ferramentas, onde a
parte útil é unida a um material de menor custa; serras de corte; perfuratrizes; além de
outros componentes como na fabricação de tubos com costura onde a chapa, após ter sido
calandrada, sofre solda longitudinal e máquinas com até 6000 KVA são utilizadas.

2.2 Operação
Inicialmente as faces das peças são aproximadas, de tal forma que a somente as
diminutas saliências superficiais mantém contato, ou permanecem muito próximas. E então
aplica uma diferença de potencial e com a passagem da corrente elétrica, esses pontos
fundem. A seguir, essas superfícies são ligeiramente afastadas, formando-se neste
momento vários e pequenos arcos elétricos, ou “pontes”.
O suporte móvel avança novamente e o ciclo se repete, sendo que em cada etapa há
expulsão do metal das “pontes” de maneira quase pirotécnica, daí devidamente o nome
deste processo com inglês (“flash”).
O aquecimento das superfícies é realizado pela atuação conjunta dessas pontes e da
resistência elétrica entre as mesmas. Quando uma parte da superfície se encontra
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uniformemente aquecida no estado plástico e uma fina camada está parcialmente fundida,
as superfícies são pressionadas uma contra a outra.
O metal fundido é expelido e aquele que está na fase plástica se deforma, fluindo
para superfície e formando um excesso em torno da junta, ou recalque (em inglês “upset”).
Nesse instante, as impurezas superficiais existentes na superfície foram eliminadas e as
mesmas estão metalurgicamente unidas.

2.3 Aplicação
Os matérias normalmente soldados por centelhamento são todos aqueles que podem
ser forjados, com uniões de alta resistência mecânica e qualidade, incluindo os aços ao
carbono, baixa liga e inoxidáveis; ligas de alumínio, cobre, magnésio titânio e níquel.
Ligas de muito baixo ponto de fusão, tais como chumbo, ou zinco não podem ser soldados
por este processo, bem como aqueles tóxicos, sendo exemplo clássico as de berílio.
Principalmente devido às altas taxas de resfriamento envolvidas, é difícil soldar ferros
fundidos com esse processo. Entretanto, muitos materiais dissimilares podem ser soldados
por centelhamento e em diversas situações é possível pré-aquecer as peças.

2.4 Vantagens e Desvantagens

Vantagens Desvantagens
O processo aqui analisado é mais A grande quantidade de
conveniente do que a fundição, ou o partículas fundidas que são expelidas
forjamento numa série de situações, durante a união.
principalmente se custos for uma
importante consideração.
Além de se adaptar perfeitamente O equipamento é relativamente
a praticamente qualquer perfil de peça volumoso; o recalque (excesso de
e diversos materiais, a junta pode material) na junta muitas vezes
apresentar propriedades mecânicas necessita ser removido por usinagem.
iguais ou maiores que as dos metais
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base, com uma muito pequena ZTA.


O centelhamento é um processo O alinhamento entre as partes
adequado para a alta taxa de produção, que serão soldadas é crítico e grande a
sendo que a mesma geralmente pressão de forjamento, exigindo que a
depende dos tempos de máquina seja muito resistente e rígida.
carregamento/descarregamento da
máquina e não da soldagem
propriamente dita.

3. Soldagem por Alta Frequência

3.1 Introdução
Soldagem por alta frequência (HFW), algumas vezes conhecida por Soldagem por
Rádio Frequência ou Soldagem Dielétrica é um processo que promove a fusão
localizada conjunta de materiais e interação entre as suas moléculas através da aplicação de
energia de radiofrequência sobre a área a ser unida.
Este processo faz parte do grupo de processos de soldagem por resistência elétrica
(ERW).
Quando devidamente executada, a solda resultante é tão resistente quanto os
materiais originariamente empregados.

3.2 Operação
O processo basicamente é composto de uma bobina (coil) pela qual passa a corrente
elétrica responsável pela geração do campo elétrico de alta frequência e consequente
aquecimento da região a ser soldada e localizado a frente de rolos responsáveis pela
conformação e união entre as duas faces aquecidas. Estes rolos promoverão o contato e a
pressão necessária para que as partes sejam unidas. Outro mecanismo é responsável pela
alimentação do material, promovendo o deslocamento em direção da bobina e dos rolos.
A figura a seguir ilustra basicamente este processo na soldagem de costura de tubos:
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As arestas do tubo formam um “V” um pouco antes do ponto de soldagem,


localizado ligeiramente antes dos rolos.
A bobina não tem contato físico com o tubo e funciona como primário de um
transformador de alta frequência. O tubo funciona como secundário.
A corrente gerada tende a caminhar pelas arestas do tubo e se concentrar na região do
“V”.
A densidade de corrente vai aumentando ao longo das arestas, sendo muito superior
na região do “V” do que em qualquer outro ponto. Isto provoca um rápido aquecimento
nesta região, fazendo com que o metal alcance altas temperaturas e consequente
coalescencia ao chegar a ponto de soldagem.
Os rolos forçam as arestas aquecidas e fundidas uma de encontro à outra
promovendo a união entre elas.

3.3 Aplicação
A soldagem por alta frequência tem se mostrado uma ferramenta bastante aplicável
na união de materiais cujos processos convencionais são particularmente limitados.
Pode ser aplicada para a união de metais, tais como aços carbono e aços inoxidáveis
ferríticos para tubos de sistemas de exaustão.
Recentemente tem-se aplicado a soldagem por alta frequência na soldagem de tubos
austeníticos aplicados em usos de menor responsabilidade.
As altas velocidades de execução e consequentemente, altas produtividades
incentivam a pesquisa e o desenvolvimento deste processo na aplicação em soldagem de
tubos.
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A velocidade média está em torno de 40 a 60 m/min, podendo alcançar até 180


m/min.
Por suas limitações com relação aplicação em determinados materiais e seus altos
custos de implantação, este processo necessita de uma avaliação prévia bastante criteriosa,
antes de ser adotado.
A maior dificuldade encontrada neste processo está no correto ajuste das diversas
variáveis envolvidas no processo. Uma vez definidas e corretamente ajustadas, o resultado
final será certamente excelente.
Os resultados obtidos oferecem juntos de excelente qualidade.

3.4 Vantagens
A soldagem por alta frequência apresenta vantagens significativas em relação a
outros processos de soldagem convencionais.
Obviamente que sua aplicação está limitada a determinados materiais.
Dentre as principais vantagens, destacam-se as seguintes:
· Aquecimento instantâneo: A geração de energia e o aquecimento provocado por ela
iniciam-se imediatamente e é cessado rapidamente. Isto permite alto controle sobre a
quantidade de calor fornecida a junta. Com isto, o processo quando corretamente
dimensionado evita que as regiões não envolvidas na soldagem sejam termicamente
afetadas.
· Baixo aquecimento das ferramentas: O processo de aquecimento é muito rápido.
Além disto, o fornecimento de calor pelo gerador é interrompido rapidamente. Isto
contribui para que as ferramentas se aqueçam muito pouco, apesar das mesmas manterem
contato com as peças ainda por alguns instantes.
Além de se desgastarem menos, as ferramentas terão menor influência no
aquecimento e resfriamento das juntas, possibilitando maior controle sobre a fusão,
extrusão e resistência final das mesmas.
· Soldagem limpa: A soldagem por alta freqüência não utiliza fluxos e/ou metais de
adição. Com isto, a junta normalmente não necessita de trabalhos de limpeza, remoção de
escórias e outros processos afins relacionados à execução de juntas por outros processos.
· Alta velocidade de execução: Como o processo não exige atividades paralelas, este
processo possui altas velocidades de execução, sendo, portanto bastante produtivo.
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· Grande facilidade de automação: As variáveis envolvidas no processo são de fácil


controle. Além disto, o processo permite que pequenas variações nos valores destas
variáveis tenham pouca interferência no resultado final.
Tudo isto contribui na facilitação da automação do processo, gerando soldas de qualidade e
com altos índices de produtividade.

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