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RESPOSTA TÉCNICA – Fundição de bronze por centrifugação

Fundição de bronze por


centrifugação
Apresenta informações sobre os processos de
fundição do cobre e suas ligas.

Agência USP de Inovação

Agosto/2007

Edição atualizada em: 28/11/2013


RESPOSTA TÉCNICA – Fundição de bronze por centrifugação

Resposta Técnica COSTA, Magda das Graças


Fundição de bronze por centrifugação
Agência USP de Inovação
27/8/2007
Apresenta informações sobre os processos de fundição do cobre
e suas ligas.
Demanda Como fundir bronze por centrifugação?
Assunto Fundição de metais não-ferrosos e suas ligas
Palavras-chave Bronze; fundição; fundição centrífuga; liga de fundição; metal

Atualização Em: 28/11/2013 Por: Caio Hofmann Francisco Alves

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RESPOSTA TÉCNICA – Fundição de bronze por centrifugação

Solução apresentada

Ligas de cobre

As ligas de cobre podem ser classificadas, no que se refere à fundição, em dois grupos
distintos, de acordo com a maneira pela qual se solidificam. Determinadas ligas, como as
ligas cobre-alumínio, por exemplo, se solidificam em um estreito intervalo de temperaturas,
de modo que durante a solidificação estas ligas se transformam rapidamente do estado
líquido para o estado sólido. Por outro lado, outras ligas, como os bronzes fosforosos e os
bronzes com chumbo se solidificam num amplo intervalo de temperaturas, permanecendo
certo tempo num estado “pastoso”, ou seja, numa mistura de fases líquidas e sólidas. Essas
diferenças de velocidade de solidificação têm que ser consideradas ao se projetar a peça
fundida e os canais de alimentação.

Entre as ligas com estreito intervalo de solidificação encontram-se os cobres de alta


condutividade e as ligas cobre-cromo (0 ºC), cobre-alumínio (5 a 15 ºC), cobre-alumínio
manganês (20 a 50 ºC), latões (20 a 50 ºC) e latões de alta resistência mecânica (10 a 20
ºC) (INFOMET, [20--?]).

Podem-se classificar as ligas de cobre, de acordo com suas características de mudança de


estado, em dois grandes grupos: as que solidificam rapidamente, em uma estreita faixa de
temperatura e as que solidificam em uma faixa ampla de temperatura permanecendo na
transição em um estado "pastoso”, uma mistura entre as fases líquida e sólida. Deve-se
levar em consideração o grupo a qual a liga utilizada pertence ao se projetar a peça a ser
fundida e os canais de alimentação da mesma (INFOMET, [20--?]).

]Entre as ligas com amplo intervalo de solidificação encontram-se os bronzes fosforosos


com e sem chumbo, bronzes com chumbo, bronzes com zinco e bronzes com zinco e
chumbo (INFOMET, [20--?]).

As ligas do primeiro grupo exigem adaptação do projeto do molde com aumentos


progressivos das seções pequenas para as grandes assim como alimentadores adequados
as diferentes seções. Já as ligas do segundo grupo não apresentam tantos problemas de
alimentação de material ao molde, permitindo a obtenção de fundidos de melhor qualidade
através da implementação de seções com pequena espessura e realizando uma
solidificação rápida quando esta for possível (INFOMET, [20--?]).

A qualidade da peça fundida depende do metal ou liga utilizado como matéria-prima, e a


qualidade deste dependem basicamente de sua microestrutura, que é influenciada tanto
pela composição química (especialmente o nível e tipo de impurezas presentes), quanto
pelas condições de resfriamento e o processo de fundição de um modo geral. A matéria
prima pode ser tanto de primeira fusão (metal primário), quanto proveniente de reciclagem,
mas cuidados referentes aos teores máximos de impurezas devem ser tomados (INFOMET,
[20--?]).

Quanto às impurezas são importantes as seguintes informações sobre os principais grupos


de ligas:

Ligas cobre-estanho (bronzes): Antimônio, arsênio, bismuto e ferro têm influência muito
negativa nas propriedades e por isso as normas impõem restrições severas aos teores
desses elementos nas ligas de cobre fundidas. O enxofre acima de 0,1% afeta as
propriedades de tração, alumínio mesmo em pequenos teores (acima de 0,01%) provoca
redução da estanqueidade e prejudica as propriedades de tração. Silício causa esses
mesmos efeitos nos bronzes sem chumbo, além de aumentar a intensidade das reações
metal-molde mesmo dentro dos limites de 0,02% especificados, para as ligas com chumbo.
O fósforo além do necessário para desoxidação acarreta reação metal-molde e aumento da
porosidade de peças de seção espessa. Os teores adequados de fósforo são cerca de
0,04% para seções finas e cerca de 0,015% para as espessas (INFOMET, [20--?]).

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Ligas cobre-zinco (latões): O latão é de modo geral mais tolerante aos teores de impurezas
para fundição em areia. Porém para peças que exigem grandes estanqueidade o teor de
alumínio deve ser muito baixo a fim de evitar a formação de películas de óxido de alumínio.
Outros elementos nocivos para ligas de latão são o estanho e o silício quando acima de
determinados teores (INFOMET, [20--?]).

Ligas cobre-berílio: na fundição dessas ligas devem ser controlados os teores de estanho e
silício (0,01 % no máximo), magnésio (0,0 5 % no máximo) e chumbo (0,05 % no máximo)
(INFOMET, [20--?]).

As ligas de cobre apresentam grande variação de suas propriedades físicas. Para a


obtenção de peças sem defeitos de fundição o processo exige que a liga apresente alta
fundibilidade. Entretanto, outras características dependentes das aplicações às quais as
peças se destinam também devem ser levadas em conta, entre elas resistência à corrosão,
desgaste, compressão e fadiga, condutividade elétrica, térmica, estanqueidade e resistência
mecânica a temperaturas elevadas ou baixas demais (INFOMET, [20--?]).

Existem diversos processos que permitem a fundição de ligas de cobre que oferecem uma
vasta gama de formas geométricas entre elas: Fundição em areia, fundição em casca,
fundição por cera perdida e fundição sobre pressão. Há ainda processos mais restritos
quanto às formas possíveis de serem obtidas, mas que também podem aplicadas as ligas
de cobre como: Fundição contínua, fundição centrífuga, fundição em coquilha (INFOMET,
[20--?]).

É fundamental levar em conta as características das peças que seja deseja produzir em
termos de tamanho, forma, quantidade, tolerâncias dimensionais e qualidade (INFOMET,
[20--?]).

Processos de fundição:

- Fundição em areia: alta fundibilidade para latões (Cu-Zn) e bronzes com chumbo e zinco; e
fundibilidade razoável para bronzes fosforosos (com e sem chumbo), Cu-Zn-Sn, bronzes
com chumbo, cobres de alta condutividade, latões de alta resistência mecânica, ligas cobre-
cromo, cobre-alumínio, cuproníquel e Cu-Mn-Al (INFOMET, [20--?]).

- Fundição sob pressão: alta fundibilidade para latões e ligas cobre-alumínio e fundibilidade
razoável para bronzes fosforosos, bronzes fosforosos com chumbo, bronzes com zinco,
cobres de alta condutividade, latões e alta resistência mecânica, ligas cobre-cromo, ligas
cobrealumínio, cobre berílio e cobre-manganês-alumínio (INFOMET, [20--?]).

- Fundição contínua: alta fundibilidade para bronzes fosforosos, bronzes com zinco, bronzes
com chumbo e bronzes com zinco e chumbo. Fundibilidade razoável para bronzes
fosforosos com chumbo, cobres de alta condutividade, ligas cobre-alumínio, cobre níquel e
cobre-manganêsalumínio (INFOMET, [20--?]).

- Fundição centrífuga: alta fundibilidade para bronzes fosforosos, e fundibilidade razoável


para bronzes fosforosos com chumbo, bronzes com zinco, bronzes com chumbo, latões e
latões de alta resistência mecânica, cobres de alta condutividade, ligas cobre-cromo,
cobre-alumínio, cuproníqueis, cobre-berílio e cobre-manganês-alumínio; (INFOMET 20--?)

- Fundição em coquilha: alta fundibilidade para bronzes fosforosos e bronzes fosforosos


com chumbo, além de bronzes com chumbo. Fundibilidade razoável para bronzes com
chumbo e zinco e bronzes com zinco (INFOMET, [20--?]).

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Fundição centrífuga

O processo de fundição centrífuga consiste em verter os fundido em um rotativo, devido a


essa característica o processo sempre da origem a peças cilíndricas. Existe ainda o
processo de fundição semi-centrífuga, que faz uso do mesmo princípio, porém com
velocidades menores (BRANCO, [20--?]).

A força centrífuga é gerada pela rotação do molde. É conhecida como força fictícia ou força
de inércia, pois é criada pelo próprio recipiente. Como efeito os objetos para o exterior do
cilindro em rotação (BRANCO, [20--?]).

A fundição centrífuga em pequena escala, utilizada, por exemplo, para a criação e enfeites
para joias, é conhecida como ourivesaria. Já em grande escala é conhecida como fundição
industrial, usado para criar cilindros de paredes finas, gerando tubos, caldeiras, vasos de
pressão e afins (BRANCO, [20--?]).

O fundido é vertido em um molde em rotação permanente, girando entre 300 e 3000


rotações por minutos dependo de cada projeto, a força inercial então deposita o material nas
paredes do molde enquanto as impurezas se depositam no interior ou exterior da peça
dependendo de sua densidade podendo ser eliminadas posteriormente por usinagem,
levando com um produto com características superiores aos gerados por outros processos
de fundição (BRANCO, [20--?]).

As características desse método de fundição dispensam a necessidade de um núcleo de


molde, por a própria inércia mantém o fundido em sua posição até a completa solidificação
(BRANCO, [20--?]).

Conclusões e recomendações

A fundição por centrifugação é um processo utilizado não apenas para a confecção de


peças em ligas de cobre como para outros diversos materiais.

Recomenda-se a leitura do seguinte documento:

MACHADO, I. Processos de fundição e sintetização (metalurgia do pó). São Paulo, [20--


?]. Disponível em:
<http://sites.poli.usp.br/d/pmr2202/arquivos/Processos%20de%20Fundi%C3%A7%C3%A3o
%20e%20Sinteriza%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2013.

Caso existe interesse em desenvolver um processo de fundição, recomenda-se que entre


em contato com profissionais da área ou com os alunos da Poli Jr., empresa júnior da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo:

Poli Júnior – Empresa Júnior da Poli – USP


Avenida Professor Mello de Moraes, 2231 – Ed. de Engenharia Mecânica - Butantã
São Paulo / SP
CEP: 05508-030
Tel.: (11) 3091-5797 / (11) 3091-5477
Site: <http://www.polijr.com.br>. Acesso em: 15 fev. 2013.

Fontes consultadas

INFOMET. Fundição e Metalurgia do pó. [S.l.], [20--?]. Disponível em:


<http://www.infomet.com.br/metais-e-ligas-
conteudos.php?cod_tema=10&cod_secao=12&cod_assunto=67>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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RESPOSTA TÉCNICA – Fundição de bronze por centrifugação

BRANCO, Renata. Mecânica Industrial, [S.l.], [20--?]. Disponível em:


<http://www.mecanicaindustrial.com.br/conteudo/270-fundicao-centrifuga>. Acesso em: 22
jan. 2013.

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