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SOLDAGEM E FUNDIÇÃO
Fundição
A fundição tem sido utilizada pelo homem há mais de 4.000 anos A.C., embora
somente há cerca de quatro décadas, a solidificação dos metais e suas ligas tenha
começado a ser pesquisada dentro dos esquemas da metodologia científica.
Alguns fatos históricos que marcaram o desenvolvimento da “Tecnologia da
Fundição”:
• Existência dos primeiros objetos de cobre, ouro prata e ligas de cobre de 7000 a
3000 A.C. pelos Egípcios, Ititas, Gregos, Etruscos e Chineses.
• O fabrico de peças em bronze teve o seu desenvolvimento entre 3000 a 1500
A.C.
• O processo de obtenção do ferro, a partir da redução de seu minério com carvão
vegetal, é conhecido na Mesopotâmia por volta de 2800 A.C.
• A obtenção do ferro forjado se deu por volta de 1000 A.C., enquanto que na
mesma época, os chineses iniciam a produção do ferro fundido em fornos a
carvão soprados por foles, dando início à Idade do Ferro.
• A metalurgia do ferro sofre grande impulso durante o período Romano (100
A.C. 250 D.C.) para a fabricação de ferramentas e armas.
• Por volta de 1300 a 1400 D.C., a partir da evolução das armas de fogo e dos
canhões, são desenvolvidos fornos de fusão industrial, sendo nesta época
desenvolvido o forno Cubilot.
• Galileu, em 1638, efetua os primeiros estudos sobre a ruptura dos metais.
• Em 1710, na Inglaterra, durante a Revolução Industrial, o carvão mineral é
substituído pelo Coque, no Alto Forno, o que significou um desenvolvimento
importante na produção do Gusa.
• Em 1788, o físico alemão Achard especifica as propriedades metálicas de 900
ligas de 11 metais diferentes.
• Entre 1855 e 1890 são desenvolvidos os processos Bessemer, Thomas e
Siemens-Martin para a elaboração do Aço a partir do Gusa.
• Em 1890 é desenvolvido o Diagrama de Ferro Carbono, por F. Osmond.
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• Em 1944 é desenvolvido o Processo Shell-Molding, pelo alemão Johannes
Croning.
• A partir de 1951, com o desenvolvimento do microscópio eletrônico, se dá um
grande avanço no estudo metalográfico das microestruturas das ligas.
• A partir de 1960 foram desenvolvidas técnicas de fundição de peças vazadas em
ferro fundido e aço, de alta resistência.
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A investigação aplicada na área da solidificação dos metais permite conhecer a
natureza das heterogeneidades anteriormente referidas, indicando parâmetros para o seu
controle.
1.2.1 – Cristalização
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No caso das lingoteiras (moldes metálicos que originam os lingotes), mostradas
nestas figuras, o crescimento dos grãos assume diferentes formas de acordo com os
cantos do molde, que, se forem arredondados, diminuem a formação de planos
diagonais indesejáveis, pois tem uma tendência maior a fragilização da peça, com a
formação de fissuras quando o material é submetido a processos posteriores de
conformação, como a laminação.
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Fig. 2 – Representação do fenômeno de contração, com o vazio ou rechupe
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No caso de peças fundidas, utiliza-se um alimentador. No caso da Figura 4, o
molde foi projetado de tal maneira que a entrada do metal líquido, através de canais,
seja feita na seção mais grossa que alimenta as menos espessas; ao mesmo tempo, o
alimentador ficará convenientemente suprido de excesso de metal líquido, nele se
concentrando o vazio por ser o ultimo ponto a solidificar.
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1.2.4 - Desprendimento de Gases
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1.3.1 – Projeto do Modelo
Ao projetar-se uma peça para ser fundida e, posteriormente, o modelo que dará
origem a esta peça, alguns cuidados devem ser tomados, a fim de diminuir o efeito dos
fenômenos que ocorrem durante a solidificação do metal líquido no interior do molde,
sobre a qualidade do produto.
Algumas recomendações a serem feitas são as seguintes:
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II ) Considerar uma espessura mínima de parede, pois paredes muito finas não são bem
preenchidas pelo metal líquido. Além disso, em certas ligas como o ferro fundido, o
resfriamento muito rápido proporcionado pelas paredes finas pode resultar em pontos mais
duros, devido à influência que velocidade de resfriamento exerce sobre a estrutura dessas ligas.
A tabela abaixo especifica as secções mínimas:
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Fig. 7 – Defeitos de contração em volantes fundidos e modo de corrigi-los
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VII ) Deixar sobremetal, ou seja, para possibilitar a posterior usinagem da peça, é
necessário prever uma quantidade de material a mais, para compensar as contrações no
momento da solidificação. Os percentuais de contração por tipo de material estão
colocados no item 1.2.2.
Fig. 10 – A linha divisória em (a) não é reta, e a peça torna-se mais difícil de moldar e fundir do que se
fosse em nível como em (b)
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peça simples, cujo modelo possui marcações nas extremidades que, uma vez feita a
moldação, produzirão saliências para apoio ao macho.
Para a confecção dos machos deverá ser elaborado um modelo especial chamado
de Caixa de Machos, que se constitui de uma estrutura oca, normalmente bi-partida,
dentro da qual é comprimida areia com aglomerante específico para, após o processo de
cura, o macho extraído obter resistência mecânica para suportar a força de erosão da
massa líquida metálica, quando a mesma for introduzida no interior do molde.
O posicionamento do macho no interior do molde é feito apoiando-o sobre as
saliências já moldadas pelas marcações (Fig. 11), que fazem parte do modelo.
Fig. 11 – Modelo com marcação de macho, juntamente com a peça já fundida, com o furo formado pelo
respectivo macho
XI ) Prever a colocação dos canais de vazamento, que são a(s) entrada(s) do metal
fundido e alimentador para compensar o rechupe. Fig 12
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1.3.2 – Confecção dos Modelos e das Caixa de Machos
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dominar os conhecimentos referentes a este processo, sempre procurando maneiras de
facilitar e até mesmo viabilizar a confecção do molde.
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Nas figuras 14 e 15 estão representados desenhos de dois modelos para a
fundição de um cárter e uma volante (polia de acionamento) de um compressor de ar.
Deve ser observada a inclinação na superfície dos Modelos a fim de facilitar a
extração do mesmo do interior da moldação. Isso evita que a areia seja arrastada na
operação de retirada do Modelo. Esta inclinação deverá ser um pouco maior nos
Modelos que serão montados em placas para a moldação mecanizada.
Fig. 14 – No desenho superior está representada a peça, neste caso um cárter de um pequeno compressor
de ar. No desenho central é mostrado o modelo colocado nas caixas, em posição de modelagem. No
desenho inferior está representada a Caixa de Machos.
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existir a possibilidade de proceder este “jogo” entre o Modelo e o molde, é sempre
aconselhável fazer um ângulo de saída mais pronunciado.
Fig. 16 – Modelo e Caixa de Macho de um pistão. Está representada na figura, a peça terminada, bem
como o Modelo, a Caixa de Macho e o molde apoiado na Marcação de Macho.
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Deve ser evitado que o Modelo tenha partes sobressalentes, em sentido contrário
ao da extração, pois seria impossível retirá-lo da areia nestas condições. Nestes casos,
como é indicado na Fig. 17, estas partes são feitas separadamente, isto é, são unidas ao
corpo do modelo por uma cunha de ajuste ou cola de peixe, de modo que possa sair da
areia deixando no molde a parte solta para ser retirada posteriormente.
Nesta figura pode ser observado o botão assinalado com “A”, que permanece no
molde depois de ser retirado o Modelo. Outra solução a ser adotada é a utilização do
macho “M” que evita peças soltas no Modelo.
Fig. 17 – A peça “A” é retida pela areia, e retirada do molde depois da extração do modelo. O emprego do
Macho “M”
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moldagem colocando o Modelo sobre a placa “P”, obtendo-se facilmente o plano de
separação entre ambas as meias-caixas.
Já o exemplo mostrado na Fig. 13 da pág.14 indica um caso em que o Modelo,
sendo bi-partido, trás vantagens na moldagem, pois moldando com o Modelo inteiriço,
o operário deve proceder à preparação do plano de separação, o qual resulta em mais
trabalho, e nunca tão perfeito como o obtido pela moldagem com Modelo bi-partido.
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Fig. 19 – Moldagem de uma volante com Modelo bi-partido
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“Neste caso, as duas principais desvantagens deste processo é a dificuldade de
moldação, principalmente quando o ‘bolo” é de pequenas dimensões transversais e
grande comprimento longitudinal, caracterizando-se como esbelto; e a segunda pelo
furo formado na peça sair cônico, o que resulta em uma operação posterior de usinagem
mais longa, e um dispêndio um pouco maior de material.
A Fig.20 mostra as duas situações de moldação para obtenção da mesma peça.
Fig. 20 – Moldagem de uma tampa com obtenção da cavidade de forma direta e com a utilização de
Macho
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desprendimento de areia ao ser levantada a caixa de moldagem. Este inconveniente, no
entanto, poderia ser contornado com o emprego de uma máquina reversível.
É necessário sempre se levar em conta na hora da decisão de utilização ou não
do Macho, além dos fatores técnicos já explicados o fato de que uma moldagem com
“macharia” sempre tem um custo maior ao cliente. Desta forma, uma análise de custo-
benefício no momento desta definição passa a ser importante.
Muitas vezes moldam-se com Machos não somente as partes interiores das
peças, mas também as exteriores. Isto se faz quando a parte exterior do Modelo é muito
complicada e torna-se muito dificultosa a obtenção do molde, preferindo-se obter este
molde mediante o uso de uma Caixa de Macho. Isso possibilita o emprego, para a
moldagem destas partes complicadas, areias aglutinadas especialmente para a
preparação de Machos, que são mais consistentes que as areias de moldagem comuns e
assim se podem obter moldes de peças difíceis, que sem a utilização desta técnica
seriam impossíveis ou muito difíceis de serem conseguidas.
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Por este procedimento são preparados os moldes de um grande número de peças,
entre elas, como exemplo clássico, peças dotadas de aletas largas e delgadas, como
cilindros para motores e compressores. A Fig. 21 mostra um exemplo de Caixa de
Macho de um cilindro para compressor de ar, bem como o desenho do molde
correspondente.
O modelo consiste unicamente e um bloco, em cujo molde se ajustam os machos
preparados em uma Caixa com forma de gaveta, com o fundo desmontável. As aletas
são soltas e podem ser retiradas uma a uma do Macho, desde o fundo da Caixa. Este
procedimento obtém um resultado muito melhor do que se as aletas fossem retiradas
todas de uma só vez, no caso em que estivessem construídas em bloco.
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Na Fig 22, o Modelo reproduz unicamente a parte inferior da peça, a que é
assentada no cilindro, e a parte superior fica reduzida a uma marcação na qual se ajusta
o Macho que reproduz a parte que porta as aletas.
As Placas-Modelo (Fig. 23) são usadas para moldagem à máquina. São de
utilização muito freqüente também para a moldagem manual de grandes séries de peças,
cuja placa foi obtida a partir de um Modelo original em madeira ou alumínio, e contém
uma quantidade grande de peças para agilizar a moldação.
A moldagem com Placas exige uma grande exatidão na posição de ambas as
metades do modelo nas Placas, dispondo de caixas com pivôs de centralização muito
bem ajustados, a fim de evitar possíveis deslocamentos entre as partes moldadas pelas
Placas.
Ao trabalhar a máquina são modeladas primeiro todas as meias-caixas e a seguir
com a outra Placa-modelo todas as caixas inferiores ou vice-versa.
Fig. 23 – À esquerda está representada uma Placa-modelo destinada à moldagem de uma peça plana, para
o que não é necessário mais do que uma meia-caixa. A outra é simplesmente uma caixa plana. A outra
caixa-modelo corresponde a uma peça de forma cilíndrica cujo molde é necessário moldar em duas
meias-caixas idênticas, com a mesma placa. Em ambos os casos é necessário empregar apenas uma única
Placa-modelo.
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resistente à abrasão e indeformável com a umidade e as variações de temperatura,
assegurando a estabilidade dimensional dos Modelos.
Para a preparação dos Modelos feitos com resinas Epoxy, é necessário partir de
um Modelo construído previamente com material clássico, de madeira ou metálico.
Procede-se então à obtenção de um Contra-Molde de ambas as partes do Modelo
correspondentes a cada meia-caixa, respectivamente, ou apenas um Contra-Molde no
caso de que para a moldagem da peça em questão seja necessária uma única Placa-
Modelo, como no caso de peças com uma face plana.
Fig. 24 – Em (I) é apresentado o modelo partido, o qual é colocado no fundo da caixa (II) efetuando-se o
preenchimento com resina (III). Em (IV) está representado o Contra-Molde obtido, do qual se obtém, por
novo preenchimento com resina (V), o modelo definitivo. Notar o superdimensionamento “E” para
usinagem e ajuste.
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O Modelo é colocado no fundo de uma caixa, sendo preenchidas as laterais com
cortiça ou areia misturadas a resina e, somente nas vizinhanças do Modelo é colocada a
resina pura, simplesmente por questões econômicas. Uma vez obtido o molde de resina,
começa a ser preparado o molde definitivo, preenchendo o mesmo com uma nova
preparação de resina. Esta peça deve ser superdimensionada a fim de possibilitar a sua
usinagem posterior.
A construção de Caixas de Macho por este processo é bastante facilitada com o
emprego de resina Epoxy pelo fato do modelista ter que construir um modelo do Macho
ao invés de uma caixa de Machos, o que resulta num trabalho mais fácil e econômico,
pelo fato de terem que ser trabalhadas superfícies convexas e não superfícies côncavas.
Este processo está descrito na Figura 25.
Fig. 25 – “M” é o Modelo que reproduz exatamente a forma do Macho. Uma vez seccionado, obtendo-se
uma metade exata do mesmo, ele deve ser montado em uma tábua que fecha lateralmente uma caixa,
vertendo-se na cavidade formada, a preparação de resina. A caixa de sustentação pode ser feita de
madeira ou alumínio (melhor situação)
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1.4 - Areias de Moldagem
Os moldes perdidos, isto é, aqueles que só são úteis uma vez, são preparados
com areia. Esta areia de moldagem deve reunir uma série de propriedades, a fim de que
se possa preparar os moldes com facilidade e obter dos mesmos, peças sem defeitos.
Estas propriedades são as seguintes:
a) Devem ser refratárias, quer dizer, devem ser capazes de suportar as
temperaturas do metal fundido sem que os moldes se rompam ou se fundam.
Por esta razão o ponto de fusão da areia de moldagem deve ser superior à
temperatura de fusão do metal que está sendo fundido.
b) Devem formar uma massa porosa, suficientemente permeável para a evacuação
do ar do molde e dos gases que se formam durante a corrida de fundição. A
dificuldade de saída dos gases produz peças defeituosas, pois o metal não
consegue preencher os espaços ocupados pelos mesmos. No caso da fundição
de ferros, a areia deve ser mais permeável que para outros metais em função da
maior quantidade de gases desprendidos.
c) Devem ser suficientemente plásticas, a fim viabilizarem a confecção dos
moldes, reproduzindo fielmente os contornos das peças.
d) Os moldes obtidos devem ser suficientemente resistentes para suportar, sem
desmoronamentos, a entrada do metal fundido nos mesmos.
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moldagem aumenta com a proporção de argila, porém, em contrapartida, à medida que
aumenta a sua concentração, a porosidade da massa diminui. Por esta razão este tipo de
areia de moldagem é utilizado para fundição de metais de baixo ponto de fusão
(formação de menor quantidade de gases), como o Alumínio que fica em torno de
700°C, sendo totalmente inadequadas à fundição de outros metais, cujo ponto de
fusão do ferro.
As areias, com o tempo, por estarem em contato com o metal fundido perdem
suas propriedades plásticas e refratárias, de forma que periodicamente é necessário
misturá-las com areia nova. A areia que se utiliza normalmente é composta de areia
velha, areia nova, água e pó de carvão, acrescentado para se evitar que a areia venha a
aderir às peças e como redutor decompondo o óxido formado na zona externa das
mesmas, quando o metal fundido entra em contato com a umidade da areia.
Eventualmente outros componentes são adicionados dentre eles a Dextrina e o
Breu em pó que são aglomerantes orgânicos que conferem maior resistência mecânica,
e o carvão moído para melhorar o acabamento das peças.
As areias de fundição são preparadas em misturadores especiais, onde os
componentes são inicialmente misturados secos (durante 2 a 3 minutos), seguindo-se a
mistura úmida pela adição, aos poucos, de água, até completa homogeneização da
mistura.
A areia usada é, geralmente, reaproveitada, chegando-se a obter alto índice de
recuperação (98%); inicialmente, logo após a desmoldagem, a areia deve ser peneirada;
a seguir é levada ao misturador.
Em função dos freqüentes problemas de falta de permeabilidade da mistura, com
conseqüente comprometimento da qualidade dos fundidos, a utilização das areias
aglomeradas naturalmente foi sendo substituída pela aglomeração sintética, mais
eficiente em termos de qualidade final das peças.
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encontrada no comércio em forma de um pó finíssimo. Quando umedecida forma uma
massa muito compacta, porém bastante permeável, com qualidades superiores à areia
aglomerada com argila.
As resinas sintéticas tem tido uma apreciável utilização devido a uma série de
vantagens que apresentam sobre os métodos clássicos, dentre eles a rapidez de
preparação, facilidade de retirada dos machos das peças prontas, eliminação de gases e
bom acabamento.
São classificadas em três grupos: resinas de uréia, fenólicas e furânicas, que são
utilizadas na preparação de Machos de secagem ao ar ou estufa. O tempo de cura se
situa entre 30 e 60 minutos que atualmente limita bastante uma produção em larga
escala. Tornam-se viáveis para a produção de Machos de médio e grande porte que
normalmente não são necessários em grandes séries.
Para a confecção dos machos pelo processo convencional, para as areias
apresentarem alta resistência, alta dureza, alta permeabilidade e inalterabilidade depois
de estufadas (secas), além de areia natural e água são incluidos vários tipos de
aglomerantes, entre os quais podem ser citados o Mogul (farinha de milho gelatinizada),
cimento Portland, resinas, piche, melaços, óleos, etc.
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Fig. 26 – Endurecimento de um Macho com anidrido carbônico (Processo CO2).
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1.5 – Equipamentos para Preparação das Areias e Controle de
Processos
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1.5.1 – Moinhos Misturadores
A união dos componentes das areias, tanto naturais como sintéticas deve ser
íntima e uniforme, de modo que com uma mínima quantidade de água e aglutinante
possa se obter uma areia com boa permeabilidade e plasticidade. Para conseguir esta
finalidade são utilizados os moinhos misturadores, nos quais se obtêm uma mistura
perfeita dos elementos constituintes, conseguindo-se uma uniformidade do tamanho do
grão e da distribuição do elemento aglomerante, recobrindo este, em forma de película,
os grãos de areia.
Os Moinhos Misturadores são constituídos por uma pequena cuba, cujo fundo
é formado por placas intercambiáveis de fundição dura, e no qual um ou vários rolos ou
cilindros de superfície lisa ou com canais girando sobre a areia exercem uma ação de
compressão e mistura.
Outros moinhos deste tipo possuem a cubeta, sendo esta giratória. A areia é
mantida em movimento constante pela ação da força centrífuga, que a dirige para a
periferia da pequena cuba, donde, mediante dispositivos auxiliares, volta de novo ao
centro da mesma, enquanto por outro lado os cilindros vão comprimindo e amassando a
mistura.
Estes moinhos podem ser equipados com aparelhos dosificadores de água e
ingredientes sólidos, como a bentonita, pode carvão, etc. para melhorar o grau de
uniformidade da mistura.
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As máquinas peneiradoras são portáteis de forma que a areia pode ser
processada e projetada no mesmo lugar de onde foi retirada, evitando manuseios
desnecessários da mesma.
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1.5.4 – Pirômetros
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condições ao aparelho de converter o valor de corrente elétrica que gera aquela
luminosidade, em temperatura, por comparação.
Fig. 30 – Pirômetro Óptico: A – A célula fotoelétrica capta a radiação luminosa do metal fundido; B – O
filamento da lâmpada é ligado e, através de um reostato, é procurada uma radiação luminosa compatível
com aquela recebida pela célula fotoelétrica; C – Ao ser estabelecida uma correspondência de intensidade
luminosa entre o filamento e a célula fotoelétrica, a tensão é convertida em temperatura automaticamente
pelo aparelho.
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Inicialmente, o Molde deve preencher uma série de requisitos, sem os quais a
fundição não se realiza nas melhores condições.
Eles devem apresentar resistência suficiente para suportar o peso do metal
líquido, devem suportar a ação erosiva do metal líquido no momento do vazamento,
devem gerar a menor quantidade possível de gás, de modo a evitar erosão do molde e
contaminação do metal, devem facilitar a fuga de gases gerados para a atmosfera, etc.
O recipiente do molde ou Caixa de Moldagem é constituído de uma estrutura
retangular, geralmente de ferro fundido cinzento, aço laminado ou madeira, com
suficiente rigidez para suportar o socamento da areia na operação de moldagem.
Geralmente esta caixa é construída em duas partes: caixa superior e caixa
inferior como mostra a Figura 31.
As caixas são dotadas de Pinos e Orelhas para sua correta centralização, assim
como do modelo.
A moldagem em Areia Verde é o processo mais usado em fundições pela sua
simplicidade e baixo custo. Consiste em compactar, manualmente ou empregando
máquinas de moldar, a mistura refratária plástica chamada Areia de Fundição sobre o
modelo colocado ou montado na caixa de moldar. Confeccionada a cavidade do molde,
o metal é vazado no seu interior através de canais moldados juntamente com a peça,
para este fim.
A Figura 32 mostra, esquematicamente, a seqüência de operações no processo
de moldação e fundição em areia verde, para o caso de uma peça simples. O modelo
utilizado neste exemplo não está em placa, motivo pelo qual deverá ser usada uma tábua
no fundo da primeira Caixa de Moldagem.
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Fig. 32 – Representação esquemática da seqüência de operações na fundição em Areia Verde
Partindo do modelo (I), como o mesmo não é emplacado, deve ser colocado
sobre uma tábua de madeira que apóia também a caixa de moldar inferior; em seguida é
preenchido com areia o interior da caixa, sendo a mesma compactada de encontro ao
modelo até enchimento do seu volume. A compactação é realizada manualmente, com
soquete ou empregando um martelete pneumático (II); em seguida a caixa inferior é
virada e retirada a tábua de madeira (III); a outra metade da caixa de moldagem (caixa
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superior) é colocada e os modelos do canal de vazamento A e do alimentador B são
compactados com areia para a formação dos canais (IV); o modelo e os modelos de
canais A e B são retirados (V); as caixas são retiradas e procedida a abertura com
espátula, das bacias do alimentador B e do canal de vazamento A (VI) da caixa
superior;
Na caixa inferior é confecionada a abertura do canal de entrada e retirada do
modelo da peça (VII); a caixa de moldagem é fechada através da colocação das duas
metades uma sobre a outra fixando as mesmas entre si por presilhas ou por pesos
colocados sobre a caixa superior (VIII);
Em seguida é vazado o metal e, após a desmoldagem são cortados os canais
(IX), resultando na peça fundida.
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A moldagem mecânica é empregada nas fundições modernas, para produção
seriada e produção de moldes e, conseqüentemente, de peças fundidas, de qualidade
superior.
Na moldagem em que seja necessária a utilização de Machos para a formação de
cavidades internas na peça, o processo de moldação segue as mesmas etapas explanadas
anteriormente para peças sem cavidades, diferenciando-se apenas pelo fato da colocação
do Macho no interior da moldagem ser feita no momento em que forem separadas as
caixas para a retirada do modelo do interior do “bolo” de areia.
A Figura 34 representa, esquematicamente, a seqüência de operações de
moldação de uma peça com cavidade interna.
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1.6.2 - Moldagem em Casca (Shell-Moulding)
O molde é confeccionado a partir de uma mistura de areia e uma resina que en-
durece quando aquecida, a qual atua como aglomerante. A mistura é colocada sobre a
superfície de um modelo metálico.
O conjunto é aquecido e endurece resultado da aderência mútua dos grãos de
areia. Forma-se assim uma casca resistente e rígida, que constitui a metade do molde. O
molde é então extraído. A outra metade do molde é confeccionada de modo idêntico.
Prontos os moldes, são colocados os machos na sua cavidade, caso necessários.
As metades são unidas e presas, por colagem utilizando a mesma resina do processo
anterior.
A Figura 35 mostra esquematicamente o processo de fundição em casca, pelo
sistema manual de caixa basculante.
Fig. 35 – Método Manual de Caixa Basculante: quatro fases para a confecção da “casca”.
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Geralmente, uma casca com espessura variando de 4,7 a 9,5 mm é suficiente. O tempo
necessário para atingir essa espessura varia de 15 a 60 segundos;
(c) a caixa basculante é levada à sua posição normal; o conjunto completo de
modelo e molde é estufado a cerca de 315º C;
(d) o molde é extraído do modelo e está pronto para ser utilizado. Se o molde for
constituído de duas cascas, a outra metade é confeccionada da mesma maneira e as duas
metades são coladas. Em seguida, procede-se o vazamento do metal líquido.
- Podem-se produzir peças com tolerâncias estreitas entre mais ou menos 0,15
mm, de modo que, em operações de usinagem para acabamento, uma menor quantidade
de metal é removida. As tolerâncias de usinagem variam de 1,0 a 1,5 mm;
- Na presença de orifícios os Machos correspondentes podem, freqüentemente,
fazer parte do modelo, de modo que são confeccionados e posicionados com maior
precisão; na prática obtêm-se orifícios relativamente pequenos, em torno de 10 mm;
- Não há necessidade de serem previstos ângulos de saída maiores que 0,5º a 1º,
facilitando a operação de usinagem final;
- Podem ser fundidas seções muito finas, por exemplo, de 2,5 mm; os ângulos
de concordância também podem ser pequenos. É preciso cuidado para que isso não afete
a resistência mecânica das peças;
- Qualquer tipo de metal com característicos de fusão fácil, pode ser utilizado na
produção de peças por fundição em casca; as dimensões destas podem atingir 1.200 a
1.500 mm, contudo a maioria das peças fundidas em casca possui a metade ou menos
dessas dimensões.
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- As dimensões das peças fundidas em casca são limitadas, quando comparadas
às peças produzidas pelos processos convencionais. Contudo, essas dimensões são
geralmente maiores do que as obtidas por intermédio da fundição sob pressão.
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1.6.4 - Processo CO2
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O metal é bombeado na cavidade da matriz e a sua quantidade deve ser tal que
não só preencha inteiramente essa cavidade, como também os canais localizados em
determinados pontos para evasão do ar. Esses canais servem igualmente para garantir o
preenchimento completo das cavidades da matriz. Simultaneamente é produzida alguma
rebarba.
Enquanto o metal solidifica a pressão é mantida durante certo tempo, até que a
solidificação se complete.
A seguir a matriz é aberta e a peça é expelida sendo procedida a limpeza da
matriz e a sua lubrificação. Logo após a matriz é fechada, e um novo ciclo é repetido.
Vantagens do processo:
Desvantagens do processo:
• As dimensões das peças são limitadas: normalmente o seu peso é inferior a 5 kg;
raramente ultrapassa 25 kg;
• Pode haver dificuldades de evasão do ar retido no interior da matriz, dependendo
dos contornos das cavidades e dos canais; o ar retido é a principal causa de
porosidade nas peças fundidas;
• O equipamento e acessórios são relativamente de alto custo, de modo que o
processo somente se torna econômico para grandes volumes de produção;
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• O processo, com poucas exceções, só é empregado para ligas cujas temperaturas
de fusão não são superiores às das ligas à base de cobre.
•
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Fig. 39 – Fundição de precisão pelo Processo de Cera Perdida
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de sua extração do Molde, restando, portanto, inutilizado. Também é utilizado no caso
de Modelos muito altos, em que houver o perigo de que o Modelo, ao ser retirado,
arraste a areia do Molde.
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O equipamento de desmoldagem consiste em um desmoldador com grade,
dotado de movimento vibratório. A areia separada cai sobre transportadores de correia,
e é levada a silos, de modo a ser reaproveitada.
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O fundo do Cubilot possui duas portas semicirculares que são mantidas fechadas
durante a operação do forno e são abertas para descarga dos resíduos que sobram depois
de cada corrida.
Esse fundo, durante a operação do forno ou corrida, fica protegido por uma
camada de até 5 cm de uma mistura socada de areia e tijolos refratários moídos, de
modo a constituir uma proteção contra o metal líquido.
Logo acima do fundo está situado o furo de vazamento do metal, geralmente
circular e de 12,5 a 25 mm de diâmetro. Um furo de 12,5 mm pode, por exemplo,
descarregar cerca de 5 t de metal líquido por hora.
Ao furo é anexada a calha de vazamento que conduz o metal à panela de
fundição.
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Mais acima, e localizado a 90º ou 180º, situa-se o furo de saída de escória,
formada durante o processo. A posição desse furo de escória deve ser tal que permita a
formação de um volume suficiente de metal líquido.
Ainda mais acima, situa-se a região das ventaneiras ou aberturas, através das
quais é introduzido ar comprimido no interior do forno.
O ar comprimido provém da caixa de vento que envolve o Cubilot. Por sua vez,
a caixa de vento é alimentada por um ventilador ou ventoinhas rotativas, de modo a se
ter pressões variáveis, de acordo com o diâmetro do Cubilot.
Muito acima da caixa de vento, está localizado o nível de carregamento do
forno cuja posição deve ser a mais alta praticável, de modo a permitir um pré-
aquecimento da carga tanto mais longo quanto possível.
49
A operação é iniciada, depois de uma limpeza do forno, colocando-se fogo no
fundo, com madeira e coque. Os furos de escória e de vazamento do metal são mantidos
temporariamente abertos. Quando a camada de coque tiver atingido a altura das
ventaneiras e o fogo tiver atravessado toda a camada é iniciada a carga propriamente
dita, colocando-se quantidades pré-determinadas de ferro-gusa, sucata, coque e fundente
(calcário). Prossegue-se no carregamento até que o nível da porta de carga tenha sido
atingido; esta altura da carga deve ser mantida durante toda a operação.
A operação de um Cubilot pode ser intermitente ou contínua. No primeiro caso,
a corrida é feita periodicamente, sendo retirada a quantidade necessária de metal
líquido, através do furo de vazamento que é, a seguir, fechado.
No segundo caso, existe somente um furo de descarga e o material fundido
(metal e escória) é levado a uma pequena bacia na calha de vazamento. Nela se
acumulam ferro líquido e escória que flutua, por ser de menor densidade. A escória que
flutua na superfície do ferro escorre lateralmente e o ferro corre normalmente para a
panela de fundição.
O Cubilot não produz um material de grande uniformidade do ponto de vista
de composição química, mesmo com os melhores controles operacionais. A
temperatura do metal líquido também não é fácil de controlar, de modo que,
normalmente, o Cubilot é empregado para fundir peças de menor responsabilidade com
relação à qualidade.
Para Ferros Fundidos, onde os característicos químicos e físicos devem ser
mantidos dentro de rigorosas especificações, o equipamento de fusão mais utilizado é o
Forno Elétrico a Arco.
O mais comum é que seja idêntico ao que é empregado na fundição de aço.
50
eletrodos podem ser de carbono ou de grafita, sendo preferido estes último por possuir
maior resistência e condutibilidade elétrica mais elevada.
51
O Forno Elétrico a Arco pode fundir qualquer tipo de sucata. Na fusão de aço, a carga
é constituída geralmente de sucata de ferro fundido e de aço e o controle dos teores de
carbono e silício é feito adicionando-se carbono, na forma de coque e Fe-Si. O controle
dos teores é feito em laboratório com o Espectrômetro.
A formação da escória é importante, visto que ela atua como uma cobertura
protetora na superfície do metal líquido, de modo a diminuir a oxidação e estabilizar o
arco.
Outro processo de fundição de aço emprega o Forno de Indução (Figura 43). O
forno é suprido por corrente elétrica de alta freqüência. A câmara de aquecimento é
um cadinho refratário ou é constituída de revestimento refratário.
O processo consiste em carregar-se o forno com sucata de aço; a seguir se passar
uma corrente de alta freqüência através da bobina primária induzindo-se assim, uma
corrente secundária muito mais forte na carga, resultando no seu rápido aquecimento à
temperatura desejada. Assim que se forma uma bacia de metal líquido, começa uma
forte ação de agitação, o que concorre para acelerar a fusão.
Fundida inteiramente a carga, procura-se atingir a temperatura desejada; o metal
é desoxidado e está pronto para ser vazado.
Os Fornos de Indução para fusão de aço geralmente têm capacidades variáveis
de 50 a 500 kg, embora fornos maiores sejam ocasionalmente empregados. Tais fornos
são utilizados principalmente para a fusão de Aços-Liga.
52
1.7.3 - Fusão de Não-Ferrosos
A exemplo da maioria dos metais e ligas que se oxida ao absorver gases e outras
substâncias formando uma casca superficial, o alumínio e suas ligas, por exemplo,
absorve hidrogênio quando aquecido sendo esse gás o causador de porosidade nas
peças fundidas, as quais apresentam, ainda, tendência à oxidação.
Alguns métodos foram idealizados para preservar a pureza do metal produzindo
peças de boa qualidade, através da adição de alguns fundentes para melhorar as
condições de fusão. Além disso, têm sido desenvolvidos processos de fusão a vácuo, de
modo a manter metais e ligas não-ferrosas limpas e puras durante a fusão.
53
Fig. 45- Forno de Cadinho, tipo basculante.
Nos Fornos de Reverberação o carvão não está em contato com o metal, que
no caso da fusão do ferro não se produz um aumento do conteúdo de carbono
contido no ferro. Utiliza-se este tipo de forno para a produção de fundições de ferro com
baixo teor de carbono, de 2 a 2,5% e é empregado também para a fundição de bronzes.
54
Estes fornos são utilizados para fundir peças de ferro de grandes dimensões,
empregando-se para a sua calefação, carvão de hulha ou ainda carvão pulverizado,
petróleo, óleo diesel ou gás.
A soleira se estende desde o altar até o alçapão ou orifício de saída dos gases. O
comprimento da soleira deve ser tal que possibilite a produção de temperatura suficiente
para a fusão.
55
Para a descarga do metal líquido, existe uma abertura com porta, situada na parte
central do forno, que é aberta na hora da “corrida” após o forno ter sido posicionado
corretamente. O metal flui para um cadinho sendo transportado aos moldes para o
vazamento.
56
Capítulo 2
Soldagem
Embora a soldagem, na sua forma atual, seja um processo recente, com pouco
mais de 120 anos, a Brasagem e a Solda por Forjamento tem sido utilizadas desde
épocas remotas.
O ferro, cuja fabricação se iniciou por volta de 1500 a.C. era conformado em
forma de pequenos blocos, os quais eram soldadas entre si por Forjamento quando
eram necessárias peças maiores. Neste caso os blocos eram aquecidos ao rubro, entre as
quais era colocada areia para escorificar as impurezas, sendo logo depois marteladas até
a sua soldagem.
Posteriormente com o desenvolvimento da fabricação do ferro por via líquida,
este processo caiu em desuso, pois já era possível a obtenção de peças maiores sema a
necessidade da união de peças menores. Além disso, os processos de Rebitagem e
Parafusagem passaram a ser os mais usados na união de peças produzidas.
A Soldagem permaneceu como um processo de fabricação secundário até o
século XIX, quando a sua tecnologia começou a mudar radicalmente.
Alguns fatos históricos que marcaram o desenvolvimento da “Tecnologia da
Soldagem”:
• Entre 1801 e 1806, Sir Humphrey Davy, na Inglaterra, desenvolve experiências
com o arco elétrico, e o Acetileno é descoberto por Edmund Davy. Esta época
também foi caracterizada pelo aparecimento de fontes de energia elétrica que
possibilitaram o aparecimento dos processos por fusão. Este fato foi
influenciado pelo início da fabricação e utilização do aço na forma de chapas o
que tornou necessário o desenvolvimento de novos processos de união para a
fabricação de equipamentos e estruturas.
• Em 1882, Nikolas Bernardos desenvolveu a soldagem a arco por fusão, ao
estabelecer um arco entre um eletrodo de carvão, que fundia o material-base na
zona de solda, introduzindo lateralmente o material de adição, sem consumo do
eletrodo.
57
• Em 1885, Nikolas Bernardos recebe na Inglaterra a primeira patente de um
processo de soldagem
• Em 1890, N.G. Slavianoff, na Rússia, e Charles Coffin, nos Estados Unidos
desenvolvem, independentemente, a soldagem a arco com eletrodo metálico nu.
• Em 1907, Oscar Kjellberg, na Suécia patenteia o processo de soldagem a Arco
com Eletrodo revestido. Em sua forma, original este revestimento era
constituído de uma camada de cal, cuja função era unicamente estabilizar o arco.
Desenvolvimentos posteriores tornaram este processo o mais utilizado no
mundo.
• Em 1940, surge o processo TIG (soldagem sob atmosfera gasosa com eletrodo
de tungtênio).
• Após 1950, surgiram os processos MIG/MAG (soldagem com arame
consumível sob atmosfera gasosa), o processo a Arco Submerso, solda Plasma,
solda Laser.
58
A dimensão da zona afetada pelo calor é função do processo de soldagem
empregado e da natureza dos metais sendo soldados. Na soldagem manual de arco,
por exemplo, com eletrodos de revestimento fino, a zona afetada pelo calor é menor - de
2 a 2,5 mm. Já na soldagem com eletrodos recobertos essa zona se estende por 4 a 10
mm e na soldagem a gás pode atingir 20 a 25 mm. A estrutura da solda, nessas circuns-
tâncias, é alterada.
Fig. 1 – Representação Esquemática dos Fenômenos Metalúrgicos que correm na Soldagem do Aço
59
Para melhores resultados, deve-se procurar evitar a entrada de impurezas e
substâncias estranhas (óxidos, inclusões de escória, etc.) juntamente com o metal
depositado, pois tais substâncias podem se localizar no entorno dos grãos, diminuindo
a resistência e a ductibilidade do metal depositado.
Além dos problemas metalúrgicos causados pelos ciclos térmicos durante a
soldagem, outros fenômenos podem provocar efeitos danosos à estrutura soldada. Entre
eles, e praticamente inerente a todos os processos de soldagem, deve ser ressaltada a
ocorrência de deformações residuais e, conseqüentemente, o aparecimento de tensões
residuais na junta soldada e suas adjacências.
O fenômeno das deformações residuais pode ser classificado como sendo de
origem térmica e de natureza plástica, uma vez que é a distribuição não uniforme das
temperaturas o que acarreta as expansões e contrações do material na zona de solda,
podendo atingir níveis tais que levem a uma deformação plástica.
60
Fig. 3 – Tipos de Chanfros
61
Fig. 4 – Tipos de Juntas Soldadas
62
A solubilização requer energia, que em certos, casos provêm de um arco voltaico
formado entre um eletrodo e a peça. Em outras situações de aplicação, esta energia é
fornecida por uma chama alimentada por um combustível gasoso.
Em uma terceira situação, a solubilização é alcançada não só por efeito “Joule”,
mas também por energia mecânica gerada por um elemento que exerce pressão sobre
os dois materiais a serem unidos.
Quando a energia é aplicada com a intenção de fundir o material de base, a
solubilização se processa na fase líquida. Quando isto não ocorre, a energia é aplicada
com o objetivo de provocar uma tensão no material, capaz de produzir a solubilização
na fase sólida. No primeiro caso, tem-se uma soldagem por fusão. No segundo, uma
soldagem por pressão.
63
A chama do arco tem a forma de uma coluna que se alarga em direção à
superfície da peça. No pé da coluna forma-se a Cratera do Arco, Bacia da Solda ou
Poça.
Para dar origem ao arco é necessário que o eletrodo seja abaixado até a peça, de
modo que a corrente comece a fluir.
O intervalo entre a extremidade fundida da barra ou eletrodo e a superfície da
bacia formada é ocupado por um meio incandescente que é uma mistura de ar
parcialmente ionizado e as substâncias gasosas que aparecem a temperaturas
elevadas, devido à interação entre o material de eletrodo e seu revestimento químico e
ar.
Comumente, até 90% do metal total de um eletrodo consumível, como o repre-
sentado na figura anterior fluem como gotas do eletrodo à poça de solda. Os outros
10% não atingem a poça devido ao esborrifamento, vaporização e oxidação.
As gotas são transportadas do eletrodo à bacia pela força da gravidade, tensão
superficial e por forças eletromagnéticas que promovem o efeito de estrangulamento
Para formar o arco basta uma diferença de potencial relativamente baixa entre
os eletrodos: para corrente contínua, de 40 a 50 volts, e para corrente alternada, de
50 a 60 volts. Depois que o arco estiver estabelecido, a voltagem cai.
Assim sendo, um arco estável pode ser mantido entre um eletrodo metálico e a
peça com uma voltagem entre 15 e 30 volts, ao passo que são necessários de 30 a 35
volts para manter o arco em um eletrodo de carbono ou grafita e o metal.
A corrente contínua promove maior estabilidade do arco do que corrente
alternada.
64
1.4.1.1. Soldagem com Eletrodo Revestido
O Processo
Fig. 6 – Soldagem com Eletrodo Revestido com Formação da Escória de Proteção da Solda
65
O Equipamento
66
• Ionização: o revestimento contém silicatos de sódio e potássio que ionizam a
atmosfera do arco. A atmosfera ionizada facilita a passagem da corrente elé-
trica, dando origem a um arco estável.
Processo MIG (Metal Inert Gas) com injeção de gás inerte, usado na soldagem dos
metais não-ferrosos em geral e aços inoxidáveis.
Como gases de proteção, temos: Hélio, Argônio ou misturas de Argônio com
percentuais de Oxigênio.
A influência da escolha dos gases de proteção manifesta-se também na
penetração do arco e conseqüentemente da diluição do material de adição com o metal
de base.
67
Processo MAG (Metal Active Gas) com injeção de gás ativo ou mistura de gases que
deixam de ser inertes quando parte do metal de base é oxidado. É o processo para a
soldagem dos metais ferrosos, notadamente aços doces.
Como gases de proteção temos, basicamente, CO2 ou misturas de O2 + CO2,
específicas.
Fig. 7 – Processos de Soldagem MIG (Metal Inert Gas) e MAG (Metal Active Gas)
68
1.4.1.3. Soldagem TIG (Tungstenio-Inert Gas)
Soldagem TIG é a união de metais pelo aquecimento destes com um arco entre
um eletrodo de tungstênio não consumível, e a peça.
A proteção durante a soldagem é conseguida com a inserção de um gás inerte,
ou mistura de gases inertes, que também tem a função de transmitir a corrente
elétrica quando ionizados durante o processo. A soldagem pode ser feita com ou sem
metal de adição. Quando é feita com metal de adição, ele não é transferido através do
arco, mas é fundido pelo arco. O eletrodo que conduz a corrente é um arame de
tungstênio puro ou liga deste material.
A área do arco é protegida da contaminação atmosférica pelo gás protetor que
flui do bico da pistola. O gás remove o ar, eliminando nitrogênio, oxigênio e hidrogênio
de contato com o metal fundido e com o eletrodo de tungstênio aquecido. Há pouco ou
nenhum salpico e fumaça, porém sensível emissão de energia radiante, notadamente
raios ultravioleta.
A soldagem TIG é usada para executar soldas de alta qualidade na maioria dos
metais e ligas. Não há escória (pois não há fluxo), e o processo pode ser usado em
todas as posições. É o mais lento dos processos manuais, porém o de maior perfeição.
Apesar de ser um processo manual por excelência, pode ser mecanizado e até
mesmo automatizado.
As variáveis que mais afetam neste processo são as variáveis elétricas, como
corrente, tensão e características da fonte de energia. Elas afetam na quantidade,
69
distribuição e no controle de calor produzido pelo arco e também desempenham papel
importante na estabilidade do arco e na remoção do óxido refratário da superfície de
alguns metais.
Por outro lado, o hélio resulta em tensão de arco mais alta para um dado com-
primento de arco e corrente em relação ao argônio, produzindo mais calor, sendo assim
mais efetivo para soldagem de materiais mais espessos, principalmente em metais de
mais alta condutividade térmica. Entretanto, como a densidade do hélio é menor que a
do argônio, é necessária maior vazão de gás para se obter um bom arco e uma proteção
adequada da poça de fusão.
70
Embora a soldagem TIG tenha um alto custo inicial e baixa produtividade,
estes são compensados pela possibilidade de se soldar muitos tipos de metais, de
espessuras e em posições não possíveis por outros processos, bem como pela obtenção
de soldas de alta qualidade e resistência.
A soldagem TIG prontamente possibilita soldar alumínio, magnésio, titânio,
cobre e aços inoxidáveis, como também metais de soldagem difícil e outros de
soldagem relativamente fácil como os aços carbono.
Alguns metais podem ser soldados em todas as posições, dependendo da
corrente de soldagem e da habilidade do soldador.
A corrente usada com a soldagem TIG pode ser alternada ou contínua. Com a
corrente contínua pode-se usar polaridade direta ou inversa. Entretanto, visto que a
polaridade direta produz o mínimo de aquecimento no eletrodo e o máximo de
aquecimento no metal de base, eletrodos menores podem ser usados, obtendo-se
profundidade de penetração ainda maior do que a obtida com polaridade inversa ou com
corrente alternada.
Quando se deseja baixa penetração como na soldagem de chapas finas de alu-
mínio, deve-se optar pela situação que leve ao aquecimento do metal de base.
A despeito das vantagens citadas, é conveniente lembrar que a soldagem TIG,
para ser bem sucedida, requer uma excepcional limpeza das juntas a serem soldadas e
um treinamento intenso do soldador.
Uma consideração que se deve ter em mente é o ângulo da ponta do eletrodo de
tungstênio, pois a conicidade afeta a penetração da solda e também a maneira de se
proceder ao apontamento do eletrodo.
Se o ângulo de cone for diminuído (ponta mais aguda) a largura do cordão
tende a reduzir-se e a penetração aumenta. Contudo, se a ponta tornar-se muito aguda, a
densidade de corrente aumenta na ponta, e a extremidade desta pode atingir
temperaturas superiores ao ponto de fusão do eletrodo quando então irá se desprender
do eletrodo e fazer parte da poça de fusão, constituindo após sua solidificação, numa
inclusão de tungstênio na solda.
71
O arco está submerso e coberto por uma camada de fluxo granular fusível.
Dispositivos automáticos asseguram a alimentação do eletrodo (ou dos eletrodos) a uma
velocidade conveniente de tal forma que sua extremidade mergulhe constantemente
no banho do fluxo em fusão. A movimentação do arame em relação à peça faz
progredir passo a passo o banho de fusão que se encontra sempre coberto e protegido
por uma escória que é formada pelo fluxo e impurezas.
72
O processo de soldagem a arco submerso também solda uma faixa ampla de
espessuras, e a maioria dos aços.
Uma utilidade do processo de soldagem a arco submerso está na soldagem de
chapas espessas de aços, como por exemplo, vasos de pressão, tanques, tubos de
diâmetros grandes e vigas.
A fonte de calor sendo uma chama é menos potente que o arco elétrico. O
aquecimento da peça exige um tempo maior, permanecendo a peça por mais tempo em
altas temperaturas.
Várias combinações de gases podem ser usadas (tais como hidrogênio, gás na-
tural, propano, etc.), porém a combinação oxigênio + acetileno é a mais usada devido à
maior temperatura da chama e disponibilidade.
O soldador tem muito controle na temperatura do metal na zona de solda. Tem
também controle sobre o metal de adição, pois a fonte de calor e o metal de adição estão
73
separados. A possibilidade de aplicar mais calor sobre o metal de base ou sobre o metal
de adição facilita a soldagem de chapas finas.
A maioria dos metais ferrosos e não ferrosos são soldáveis por esse processo.
Com exceção do chumbo, zinco e alguns metais preciosos, que não necessitam de
fluxo, todos os outros exigem a aplicação de um fluxo adequado. A soldagem do aço
carbono é caso a parte, pois a correta regulagem da chama propicia a proteção
necessária, sendo dispensável a aplicação de fluxo.
Já os metais refratários como columbio, tântalo, molibdênio e tungstênio e os
metais reativos como titânio e zircônio, não são soldáveis pelo processo
oxiacetilênico.
O uso de fluxo é necessário para a soldagem de todos os outros metais e ligas
(inclusive o ferro fundido e o aço inoxidável). Entre as funções do fluxo estão as de
desoxidante, decapante e de indicador da temperatura correta de aplicação do metal
de adição. Existe uma grande variedade de fluxos, cuja composição é definida de acordo
com os metais a serem soldados, atendendo às várias necessidades de limpeza e
indicação de temperatura. Por isso não se deve tentar usar um mesmo fluxo para
soldagem de diferentes materiais.
74
Tipos de Chama
O equipamento
1.4.2.2. Brasagem
75
Consiste na soldagem de metais e ligas metálicas de natureza diferente pela
adição de um metal ou liga de enchimento entre os mesmos, sem que ocorra fusão dos
metais-base, mas somente do metal de enchimento. Este último possui, sempre, um
ponto de fusão inferior aos dos metais a serem juntados. (Fig. 12)
A brasagem, também chamada “Soldagem Forte” é, geralmente, realizada a
temperaturas superiores a 427º C. As juntas a serem soldadas devem estar bem limpas.
Em grandes lotes, o metal ou liga de enchimento, na forma de uma pequena tira,
é colocada entre as juntas a serem soldadas e coberto de um “fundentes” para dissolver
os óxidos porventura presentes ou evitar a formação de óxidos durante o aquecimento.
Aplica-se calor nas regiões das peças a serem unidas. Essas regiões devem ser
totalmente aquecidas à temperatura de fusão do material de enchimento.
Em lotes pequenos, utiliza-se o metal de enchimento na forma de varetas finas,
colocando-o em contato com as juntas, recobertas de fundente.
O metal fundido da vareta flui e a ação de capilaridade promove o enchimento
da junta.
Entre as ligas empregadas como metal de adição contam-se:
• ligas de cobre como latão;
• ligas de prata como prata-cobre, prata-cobre-zinco, prata-cobre-zinco-cádmio;
• ligas de alumínio-silício;
• ligas ao fósforo, com ou sem prata.
76
Fig. 12 - Alguns exemplos de Juntas obtidas pelo Processo de Brasagem.
78
• a corrente elétrica é ligada, utilizando-se tensão de 1 a 10 volts e corrente de 1.000 a 50.000
Ampéres. O tempo de passagem da corrente varia de meio a quatro segundos, o mais comum
sendo menos do que um segundo. A solda está feita;
• a corrente elétrica é desligada, sendo mantida, porém, a pressão por algum tempo,
de modo a resfriar a solda;
• os eletrodos são afastados e a peça é removida.
79
precisos sobre a peça de trabalho, com alta relação custo-benefício, apesar do alto custo
dos equipamentos.
Um feixe de elétrons pode ser obtido num dispositivo conhecido como Canhão
Eletrônico, que consiste de um filamento, geralmente de tungstênio, capaz de emitir
elétrons quando aquecido, e de um anodo tubular, em geral de cobre. Os elétrons
emitidos pelo catodo são acelerados em direção ao anodo por um forte campo elétrico,
passam por ele e são focados em direção à peça a ser soldada.
O processo produz cordões de solda estreitos, com grande penetração e
distribuição de calor bastante concentrada, resultando em pequenas alterações
metalúrgicas e baixas tensões residuais e distorções na peça soldada, além de boa
resistência mecânica. Permite soldar facilmente diferentes metais e ligas, numa ampla
faixa de espessuras.
Algumas vantagens do processo é a menor energia de soldagem em relação aos
processos convencionais para realizar trabalhos equivalentes, transferência localizada de
energia para um volume restrito de material, alta velocidade de soldagem, controle
preciso dos parâmetros de soldagem e da geometria do cordão e soldagem em locais de
difícil acesso. Uma desvantagem do processo é o seu alto custo operacional, bem como
a necessidade de mão-de-obra altamente qualificada.
80
Quando a poça de escória atinge um tamanho suficiente, o arco é extinto e a
corrente elétrica flui através do eletrodo (ou eletrodos) e da escória, gerando, por efeito
Joule, calor suficiente para a fusão do(s) eletrodo(s) e das superfícies das peças que
serão unidas.
A junta, geralmente de forma retangular, é posicionada de modo que o seu eixo
fique aproximadamente na vertical e é formada pelas peças a unir e por um par de
sapatas de contenção.
À medida que o metal de adição se funde, a junta vai sendo preenchida, até ser
completada, num único passe. O processo é mecanizado e, exceto no caso de soldagem
circunferencial, não há movimentação das peças depois de iniciada a soldagem.
Fig. 14 – Processo de Soldagem por Eletroescória: (a) esquemática e (b) corte lateral
A soldagem por Eletroescória não exige a abertura de chanfros, sendo que não
há perdas de metal de adição, respingos, e o consumo de fluxo é relativamente baixo,
quando comparado à soldagem por Arco Submerso.
O processo apresenta alta taxa de deposição, economia de energia e tempo em
relação aos processos de soldagem a arco, com deposição em passe único, resultando
em alta produtividade.
Os consumíveis neste processo são os eletrodos, os fluxos e, no método de guia
consumível, os tubos-guia. Os eletrodos podem ser arames sólidos ou tubulares.
81
A soldagem ESW (sigla que a designa) apesar de sua limitação quanto à posição
de soldagem, permite produzir união de peças estruturais, revestimento e recuperação.
82
As vantagens do processo podem ser resumidas em:
• O processo é altamente estável, independente do tipo de corrente empregada;
• A velocidade de deposição é extremamente alta e a corrente de soldagem por
eletrodo pode atingir valores de até 10.000 A.;
• O processo não exige rigorosa preparação de bordas;
• Consome 15 a 20% menos energia elétrica;
• O processo é totalmente automatizado.
83
menor espessura, na posição vertical em um único passe. Até o desenvolvimento desta
técnica, estas peças eram soldadas com eletrodo revestido ou pelo processo de soldagem
com arame sólido sob proteção gasosa. Desde então foi registrado um grande
crescimento na utilização deste processo, que ocorreu porque além de ser
economicamente vantajoso, este processo apresenta excelente qualidade e desempenho
do metal de solda e elevadas taxas de deposição.
84
O equipamento usado na soldagem Eletrogás é similar ao da soldagem por
Eletroescória com guia não consumível. O gás de proteção mais empregado é o CO2 ou
mistura de 80% de Argônio e 20% de CO2.
A soldagem Eletrogás é mais usada na união de chapas de aço carbono ou baixa
liga, posicionadas verticalmente, com espessuras compreendidas entre 10 e 100 mm.
Esta situação é freqüentemente encontrada na montagem de estruturas robustas, como
cascos de navios, tanques de armazenagem, vasos de pressão, sistemas oceânicos para
exploração de petróleo, vigas, pontes, edifícios, etc.
Embora o processo Eletrogás produza juntas de alta qualidade, elas estão
sujeitas aos mesmos tipos de defeitos encontrados nos processos MIG ou MAG
convencionais. Os principais defeitos que ocorrem no metal de solda são as inclusões de
escória, porosidades e trincas.
85
Na soldagem a arco plasma são utilizados dois fluxos de gases, iguais ou
diferentes. O primeiro circunda o eletrodo e sai por um orifício no bocal constritor, na
forma de um jato de gás fortemente aquecido, chamado de Gás de Plasma. Este gás
deve ser inerte e freqüentemente é usado o argônio. O segundo fluxo serve para
proteção e passa por um bocal externo e concêntrico ao bocal constritor. Este gás pode
ser inerte ou uma mistura de gases.
Existem duas variações básicas do processo a Arco Plasma:
• Arco Transferido – é aberto entre o eletrodo e a peça;
• Arco não Transferido – estabelecido entre o eletrodo e o bocal constritor.
•
Fig. 18 – Variações da soldagem a Arco Plasma: (a) arco transferido, (b) não transferido
86
inferior a 1 mm, com intensidade de corrente de soldagem na faixa de uns poucos
Ampéres. Neste caso a soldagem é chamada de Microplasma.
A soldagem a Plasma pode ser feita em qualquer posição, com velocidade
elevada e, em geral, com menor energia de soldagem e maior razão penetração/largura
do cordão.
Isso pode resultar em vantagens significativas na soldagem de materiais de má
soldabilidade ou em aplicações em que se deseja uma alta produtividade ou maior
precisão dimensional da peça soldada, como, por exemplo, fabricação de tubos com
costura de parede fina de alumínio, titânio ou aço inoxidável e soldagem em passe
único, sem adição, até espessuras em torno de 12 mm.
A alta estabilidade do arco permite o uso de intensidade de corrente muito baixa,
na faixa de poucos Ampéres, situação adequada para a soldagem de peças de pequena
espessura, inferior a 1 mm, difíceis ou mesmo impossíveis de serem soldados por outro
processo a Arco.
87
1.4.6.3. Soldagem por Explosão
88
É um processo bastante utilizado em aplicações específicas, nas quais outros
processos de soldagem existentes não apresentam flexibilidade e condições adequadas
para realização da solda no campo, como união de trilhos ferroviários, de cabos e fios
elétricos, peças navais, etc.
A colocação do molde refratário com o formato das peças a unir é uma operação
trabalhosa e normalmente é usado o pré-aquecimento por maçarico para prevenir
fissuras. A reação que ocorre no cadinho colocado acima do molde deve ser
acompanhada de modo que todo o metal fundido escorre para dentro do molde e a
escória, que é mais leve, flutue acima do metal, ficando retida no cadinho. Após a
solidificação, o molde deve ser retirado fazendo-se a remoção das rebarbas com
esmerilhadeira.
89
soldados, facilitando o contato entre elas e gerando forças interatômicas suficientes e
necessárias para formar a solda. A união é feita no estado sólido.
O equipamento necessário para a soldagem a frio inclui um sistema mecânico ou
servo-hidráulico para a aplicação da pressão, de um sistema de controle e um
dispositivo para polir as peças.
Este processo é aplicado principalmente na união de metais não-ferrosos.
90
equipamentos e princípios de funcionamento e acumula suas principais vantagens, como
alto fator de trabalho do soldador, alta taxa de deposição e alto rendimento, que
resultam em grande produtividade e as vantagens da soldagem com eletrodos revestidos
como a alta versatilidade e facilidade de operação em campo.
1.5.1. Oxicorte
91
favorece a reação de corte, pois o óxido de ferro líquido assim formado e
sobreaquecido, age como fundente do óxido de cromo e facilita sua diluição e
evacuaçõa na escória.
Com isto se consegue cortar Aços Inoxidáveis do tipo 18/8, Aços Refratários e
Aços com alto teor de Manganês (12 a 14% de Mn).
Os Maçaricos nestes casos são equipados com um adaptador para pó de ferro, e a
alimentação é feita sob pressão de ar.
93
1.6.1. Controle e Alívio das Tensões Residuais
94
1.6.2. Controle e Correção das Distorções
95
1.7 – Segurança na Soldagem
96
1.7.2. Radiação do Arco Elétrico
97
Tabela: Lentes de proteção para operadores de soldagem e corte
1.7.3. Fumos e Gases
Embora muitas das fases dos trabalhos de solda sejam de importância para o
sucesso na aplicação da mesma, um dos requisitos de maior importância é o da
determinação do tamanho da solda necessária a um dado elemento, levando-se em
conta se os esforços forem estáticos ou repetidos.
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1.7.3. Fumos e Gases
Os tipos de solda mais comuns são: solda de filete, em que o metal de solda é
colocado externamente aos elementos a serem conectados, e solda de entalhe ou
98
penetração, em que o metal de solda é colocado entre os elementos. Esta última é
esteticamente mais agradável, pois a solda reconstitui a seção da peça conectada e
também minora os efeitos de esforços alternados, que podem causar fadiga do material.
Entretanto, tem pequena tolerância de ajusta das peças e custo elevado de preparação
das superfícies. A solda de filete é mais simples e, por isso, é a mais empregada.
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1.8.2. Especificação do Material da Solda quanto à Resistência
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1.8.3. Cálculo por Meio de Tensões Admissíveis
Dimensionamento do Cordão
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