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1ª ATIVIDADE AVALIATIVA INDIVIDUAL – METALURGIA DA SOLDAGEM

GIULIA LEVIN JONES

1. A) Analisando o gráfico de dureza, percebe-se uma leve diminuição entre o metal de base
e a zona termicamente afetada, devido à presença de calor, o aumento do aporte
térmico nessa região, porém com uma progressão do aumento da dureza e resistência
mecânica entre o metal de solda e a ZTA.
Analisando também a composição química do material ([1] base, [2] base + solda e [3]
solda), curva CCT, valores de tração, de dureza:
• [1] 77 – 77,5 de dureza Rockwell (Hrb) que corresponde,
aproximadamente, a 145 – 150 de dureza Vickers (HV);
• [2] 75,5 – 85,5 de dureza Rockwell (Hrb) que corresponde,
aproximadamente, a 137 – 173 de dureza Vickers (HV);
• [3] 84,5 – 87,5 de dureza Rockwell (Hrb) que corresponde,
aproximadamente, a 166 – 180 de dureza Vickers (HV);

com a taxa de resfriamento pode se analisar, juntamente com as linhas de


transformações, a microestrutura ferrita + perlita no metal de base. No metal de base
+ solda, uma microestrutura entre ferrita + bainita e ferrita + perlita. Por fim, no metal
de solda, uma microestrutura de ferrita + bainita.

Ademais, pode-se confirmar também que, quanto mais próximo da área de


fusão (metal de adição), os valores de dureza aumentam, acarretando mudanças
microestruturais, tais como aumento de resistência mecânica.

B) Para o cálculo de carbono equivalente podemos utilizar diversas expressões,


desenvolvidas para diversas aplicações e faixas de composição química do aço. A mais
conhecida, adotada pelo Instituto Internacional de soldagem, é:

Essa fórmula é válida quando os teores estão dentro das faixas:


• %C < 0,50
• %Mn < 1,60
• %Ni < 3,50
• %Mo < 0,60
• %Cr < 1,00
• %Cu < 1,00

Para aços estruturais mais modernos, com baixo teor de carbono (< 0,16%) e
microligados, recomenda-se o uso do parâmetro de trincamento modificado:

O carbono equivalente leva em consideração alguns elementos, está


relacionado com a influência dos elementos de liga na temperabilidade dos aços (essa
influência é quantificada pelo carbono equivalente), quanto maior o carbono
equivalente, maior a temperabilidade do aço.
Aumentando o teor de carbono, aumentamos a temperabilidade do aço, mais
fácil de obter a martensita em função do resfriamento.
Para quantificar a soldabilidade do aço utiliza-se o Diagrama de Graville,
considerando a porcentagem de carbono e o carbono equivalente.

Utilizando os dados disponíveis do exercício proposto, temos as seguintes


porcentagens de elementos no aço:

Portanto, como temos mais elementos da fórmula de parâmetro de trincamento no


metal de solda, além do baixo teor de carbono, 0,074% (<0,16%), utilizamos então:

Pcm = C + Si/30 + (Mn + Cu + Cr)/20 + Ni/60 + Mo/15 + V/10+ 5B

Pcm = 0,074 + 0,383/30 + (1,73+0+0,026)/20 + 0,019/60 + 0,171/15 + 5*0,0016

Pcm = 0,074 + 0,01276 + 0,0878 + 0,00031667 + 0,0114 + 0,008


Pcm = 0,19428

e, para o metal de base, por não ser microligado,:

CE = 0,131 + 1,26/6 + (0 + 0 + 0)/5 + (0 + 0)/15

CE = 0,131 + 0,21

CE = 0,341

Assim, comparando com o Diagrama de Graville, temos que o aço se encontra na Região
1, com boa soldabilidade (MB e MS). Embora o carbono equivalente indique que não necessita
de um pré aquecimento, no cordão de solda há uma dureza superior ao metal de base e, a
depender da tenacidade, é recomendado um pré aquecimento.

C) A microestrutura da zona termicamente afetada resulta das transformações


estruturais do metal base associadas com os ciclos térmicos e deformações durante a soldagem.
Para fins de estudo, pode-se considerar a ZTA dos aços transformáveis como sendo formada por
diferentes regiões à medida que se afasta do cordão de solda:

• Região de granulação grosseira


• Região de granulação fina
• Região intercrítica
• Região subcrítica

A microestrutura final, depende dos teores de carbono e de elementos de liga no aço,


do tamanho de grão austenítico e da velocidade de resfriamento da região de crescimento de
grão. Em aços baixo carbono, primeiro forma-se a ferrita proeutetóide nos contornos de grão
da austenita. No interior destes grãos forma-se uma estrutura composta de ferrita de
Widmanstatten, perlita e bainita. Com maiores velocidades de resfriamento e maiores teores
de carbono e de elementos de liga, a quantidade de ferrita proeutetóide diminui ou desaparece
e a austenita se transforma predominantemente em uma mistura de bainita superior e inferior
e martensita. Um maior tamanho de grão austenítico, aumenta a temperabilidade do material
e o tamanho médio dos produtos de sua decomposição. Desta forma, para uma dada velocidade
de resfriamento, fatores que causam um maior crescimento de grão da austenita, levam à
formação de uma estrutura final mais dura e grossa na ZTA.

A região na qual as propriedades mecânicas podem ser mais degradadas é a região de


granulação grosseira. A ZTA apresenta uma grande diferença de microestrutura entre pontos
separados de uma pequena distância devido à grande variação nos ciclos térmicos destes
pontos.

Na maioria dos casos, a região de granulação grosseira é a que pode sofrer uma
fragilização mais intensa durante a soldagem. Os fatores que afetam a tenacidade nesta região
são as características do ciclo térmico, a temperatura de crescimento de grão do material,
microestrutura final da região, sua composição química, quantidade, forma, tamanho e
composição das inclusões, variações de composição química (bandeamento), etc.

Para alguns aços baixa liga e baixo carbono, altas velocidades de resfriamento podem
gerar uma ZTA mais tenaz pela formação de martensita.
2. O calor do processo de soldagem e posterior resfriamento faz com que aconteça a
alteração na área circundante da solda. A extensão e magnitude da mudança de
propriedade depende principalmente do material de base, o metal de enchimento de
solda, e a quantidade e concentração de entrada de calor pelo processo de soldagem.
O aporte de calor influencia diretamente o tempo de resfriamento e, portanto,
a microestrutura da solda. Com o aumento do aporte térmico há a redução da taxa de
resfriamento da solda, ou seja, haverá a produção de uma microestrutura mais fraca,
com menos propriedades efetivas além da propensão de trincas a frio e maiores ZTAs.
Por outro lado, o baixo aporte térmico acarretará a rápida solidificação do cordão,
resultando em uma estrutura de grãos não refinada e falhas potenciais na penetração.
Na zona fundida ocorre o crescimento competitivo de grãos. A ZTA é a região
mais crítica de uma junta soldada. O ciclo térmico pode criar condições para formação
de martensita ou estruturas grosseiras. A situação torna-se mais crítica com o aumento
do teor de carbono e de elementos de liga do metal base. A soldagem de aços exige alta
produtividade, com microestruturas excelentes, porém quanto maior o aporte térmico
maior o crescimento do grão e a formação de outras estruturas de baixa propriedade
mecânica. A região de crescimento de grão é a mais problemática da ZTA pois apresenta
menor tenacidade e problemas de fissuração.
Portanto, pode-se afirmar que, quanto maior o aporte térmico, maior será a
extensão da ZTA e menor a dureza do microconstituinte. A zona fundida e ZTA
apresentam uma dureza menor que o metal de base, o que implica numa resistência
menor, podendo ocorrer fraturas ou falhas.

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