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Carbono equivalente

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O conceito de carbono equivalente é usado em materiais ferrosos,
normalmente aço e ferro fundido, para se determinar diversas propriedades da
liga quando mais do que apenas o carbono é usado como um elemento de liga,
o que é típico. A ideia é converter a porcentagem de outros elementos de liga
em equivalentes à porcentagem de carbono, uma vez que as fases ferro-
carbono são mais bem compreendidos do que outras fases de aço-liga.
Normalmente, este conceito é usado em soldagem, mas também é utilizado
no tratamento térmico e na fundição.

Aço
Em soldagem, o carbono equivalente (%Ce) é usado para entender como os
diferentes elementos de liga afetam a dureza do aço a ser soldado. Este é,
então, diretamente relacionado com a fratura a frio induzida por hidrogênio, que
é o defeito de soldagem mais comum no aço, sendo assim mais comumente
usado para determinar a soldabilidade. As adições de carbono e outros
elementos de liga, tais
como manganês, cromo, silício, molibdênio, vanádio, cobre e níquel, tende a
aumentar a dureza, aumentar a temperabilidade e diminuir a soldabilidade.
Cada um destes elementos tende a influenciar a dureza e a soldabilidade do
aço em diferentes magnitudes, no entanto, se faz necessário um método de
comparação para julgar a diferença de dureza entre as duas ligas feitas de
diferentes elementos de liga.[1][2] Existem algumas fórmulas para o cálculo do
carbono equivalente, sendo mais comuns a da Sociedade Americana de
Soldagem (AWS) e a do Instituto Internacional de Soldagem (IIW). [3]
A AWS afirma que, para um carbono equivalente acima de 0,40% há um
potencial de formação de trincas na zona termicamente afetada (ZTA) em
soldas e cortes à chama. No entanto, normas de engenharia estrutural
raramente usam o %Ce mas limitam o percentual máximo de certos elementos
de liga. Essa prática começou antes do conceito de %Ce existir, então continua
a ser usada. Isso tem levado a problemas devido a certos aços de alta
resistência poderem apresentar fratura frágil.
Outra fórmula popular é a Dearden e O'Neill, que foi adotada pelo IIW em
1967.[4] Esta fórmula tem sido considerada adequada para a previsão de
temperabilidade em uma grande variedade de aços carbono e aços
carbono-manganês, mas não para aços microligados de alta resistência e
baixa liga ou aços de Cr-Mo baixa-liga. A fórmula é definida da seguinte
forma:
Para esta equação, a soldabilidade pode ser definida da seguinte forma:
[5]

Carbono equivalente (%Ce) Soldabilidade

Até 0,35 Excelente

0.36–0.40 Muito bom

0.41–0.45 Bom

0.46–0.50 Razoável

Mais de 0.50 Ruim

A Sociedade Japonesa de Engenharia de Soldagem adotou o


parâmetro de metal crítico (Pcm) para trincas por soldagem, que foi
baseada no trabalho de Ito e Bessyo:[6]
O carbono equivalente é uma medida da tendência de solda para
formar martensita no resfriamento e sofrer fratura frágil. Quando o
carbono equivalente está entre a 0,4 e 0,6, pode ser necessário o
pré-aquecimento da solda. Quando o carbono equivalente está
acima de 0,6, pré-aquecimento é necessário e um pós-aquecimento
pode ser necessário.
A seguinte fórmula de carbono equivalente é utilizada para
determinar se uma solda ponto irá falhar em um aço de alta
resistência e baixa liga , devido ao excesso de temperabilidade:
Onde UTS é a resistência à tração máxima em ksi e h é a faixa
de espessura (em polegadas). Um %Ce de 0,3 ou menos é
considerado seguro.
Um carbono equivalente especial foi desenvolvido por Yurioka,
[7]
 que poderia determinar o tempo crítico em segundos Δt8-5 para
a formação de martensita na ZTA em aços-liga de baixo
carbono. A equação é dada como:
onde:
Então o tempo crítico, em segundos, Δt8-5, pode ser
determinado da seguinte forma:
Ferro fundido
Para o ferro fundido, o teor de carbono equivalente
(%Ce) é usado para entender como os elementos de
liga afetarão o tratamento térmico e o comportamento
do metal fundido. Ele é usado como um indicador de
resistência em ferros fundidos porque dá uma noção
da quantidade de grafita presente na estrutura final.
As fórmulas a seguir são utilizadas para determinar o
%Ce em ferros fundidos:[8]
[9]

[10]

Este %Ce, em seguida, é usado para


determinar se a liga é
hipoeutética, eutética, ou hipereutética;
para ferros fundidos o ponto eutético fica
em 4,3%C. Isto é útil para determinar a
estrutura final dos grãos; por exemplo, um
ferro fundido hipereutético normalmente
tem uma estrutura de grãos grandes e
grosseiros com flocos de grafita.[11] Além
disso, há menos contração conforme o
%Ce aumenta.

Referências
1. ↑ Bruneau, Uang & Whittaker 1998, p. 29.
2. ↑ Ginzburg, Vladimir B.; Ballas, Robert
(2000), Flat rolling fundamentals, ISBN 978-
0-8247-8894-0, CRC Press0, pp. 141–142
3. ↑ Bruneau, Uang & Whittaker 1998, p. 31.
4. ↑ Lancaster, J.F.  Metallurgy of welding - Sixth
Edition. [S.l.: s.n.]  ISBN  978-1-85573-428-9.
Consultado em 13 de Abril de 2018.
Arquivado do original em 29 de Dezembro de
2013
5. ↑ SA-6/SA-6M - Specification For General
Requirements For Rolled Structural Steel
Bars, Plates, Shapes, And Sheet Piling. [S.l.:
s.n.]
6. ↑ «Carbon equivalents(wt%)».  1.1 Carbon
equivalents and transformation temperature
7. ↑ «Weldability of Modern High Strength
Steels».  First US-Japan Symposium on
Advances in Welding Matallurgy
8. ↑ Rudnev 2003, p. 51.
9. ↑ Rudnev 2003, p. 53.
10. ↑ Bex, Tom (1 de junho de 1991),  «Chill
testing: the effect of carbon
equivalent»,  Modern Casting
11. ↑ Gillespie, LaRoux K.
(1988), Troubleshooting manufacturing
processes,  ISBN  978-0-87263-326-1  4th
ed. , SME1, p. 4-4
Bibliografia
 Bruneau, Michel; Uang, Chia-Ming;
Whittaker, Andrew Stuart
(1998), Ductile design of steel
structures, ISBN 978-0-07-008580-0,
McGraw-Hill Professional0
 Rudnev, Valery (2003), Handbook of
induction heating, ISBN 978-0-8247-
0848-1, CRC Press1

Leitura complementar
 Lincoln Electric (1994). O Manual de
procedimentos de Soldagem a
Arco. Cleveland: Lincoln Electric. ISBN
99949-25-82-2. (Página 3.3-3)
 Weman, Klas (2003). Processos de
soldagem manual. Nova Iorque: CRC
Press LLC. ISBN 0-8493-1773-8.
 A American Welding Society (2004). O
Código de Soldagem estrutural, a AWS
D1.1. ISBN 0-87171-726-3.
Categorias: 
 Metalurgia
 Aço
 Soldagem
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de julho de 2020.
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