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COMPORTAMENTO DO AÇO AUSTENÍTICO

SOB DIFERENTES MODALIDADES DE


SOLDAGEM

K. STELLING
T. MICHAEL
H. SCHIBBERT

Revista Corte & Conformação _ Julho/2008

Apresentação: MILTON CORREIA


Proposta de Trabalho
Processos de soldagem que apresentam alto desempenho com aporte térmico
concentrado e altas de velocidades de soldagem têm sido empregados de maneira
crescente na indústria;

Uma análise dos impactos dos parâmetros de soldagem sobre a qualidade do


produto final é algo de extrema importância.

No estudo apresentado os autores propuseram-se em estudar o Aço Austenítico


1.4435 que está na fronteira da solidificação do tipo Austenita para Ferrítica sob
processos de soldagem a Laser, Híbrida a Laser e Mig.
Revisão Bibliográfica
A tendência do surgimento de trincas a quente
depende do tipo de solidificação.

A maioria dos Austeníticos possui composição


química adequada à formação de ferrita como
estrutura primária e posteriormente após
resfriamento sofre transformação em Austenita.
Certa fração desta Ferrita permanece no núcleo
da dendrita (cor brilhante na figura 1)

Se a quantidade de elementos estabilizadores da


Austenita ultrapassar certo nível, a relação
Creq/Nieq ficar abaixo de certo valor a solidificação
será diretamente para a Austenita e não haverá
Ferrita no interior das dendritas (cor azul na
figura 1).
Revisão Bibliográfica
Uma ferramenta que permite prever a estrutura da poça de solidificação é o
diagrama WRC-1992 que utiliza os cálculos para Creq e Nieq. Ainda neste diagrama
tem-se 4 forma de solidificação:
A _ Austenita como fase primária e monofásica;
F_ Ferrita como fase primária e monofásica;
AF_ Austenita primária e um eutético de Austenita e Ferrita no espaço
interdendrítico;
FA_ Ferrita primária e um eutético de Austenita e Ferrita no espaço interdendrítico;
Revisão Bibliográfica
Inoxidáveis como o estudado que em princípio se solidificam de forma Ferrítica que
estão na fronteira com a solidificação Austenítica primária podem sofrer uma
alteração na forma de solidificação em função das condições cinéticas.

Esta alteração pode ocorrer sob velocidades de resfriamento muito altas, caso a
distribuição de elementos de liga a partir da frente de solidificação provoque um
super-resfriamento constitucional elevado, isso favorece a solidificação das
Austenita, logo alguns materiais que eram resistentes a trincas a quente podem
perder esta propriedade.
Processos de Soldagem
A aplicação de solda a laser vem sendo aplicada na soldagem de aços de alta liga.

O feixe de laser aplicado cria um canal de vapor de metal fundido, isso permite que
se atinja maior profundidades com menores larguras de cordão de solda e
aumente-se a velocidade de soldagem.
A desvantagem na utilização deste processo é a necessidade das peças a serem
unidas terem uma tolerância dimensional bastante apertada e praticamente não
existirem folgas entre as faces a serem unidas. Como também a poça de soldagem
é estreita, fica difícil alterar as propriedades do cordão de solda através da adição
de metal de solda.

Uma alternativa seria a soldagem híbrida a laser e arco voltaico, no qual ambos
agem numa área comum. Isso alem de corrigir os problema citados, pode também
permitir maior velocidade de soldagem.
Soldagem Híbrida Laser e Arco Voltaico
Experimento
Foram usadas amostras do material 1.4435 nas espessuras de 3 e 6 mm e também
materiais de adição conforme a tabela 1.
Experimento
As juntas foram configuradas de acordo com o processo que seria aplicado para
garantir as condições mais favoráveis a cada tipo.

A Laser à Junta em I

Híbrida à Junta em V com abertura de 10º

Mig à Juntas em V com abertura de 10º a 50º conforme espessura da chapa


Poças de Fusão
Poças de Fusão
O aço estudado apresenta solidificação primária Austenítica e contém pequena
Ferrita Delta. Porém, sua composição permite que a solidificação fique situada
numa região ambivalente.

Para a chapa de espessura de 6 mm (K01), verificou-se:


- A soldagem a Laser produziu uma estrutura Austenítica para Creq/Nieq=1,39;
- A soldagem Mig com adição de Thermant GE-316 (Creq/Nieq=1,61) e junta em V
de 40º formou Ferrita primária;
- A soldagem Híbrida com o mesmo material de adição e junta em V ângulo 10º
formou pouca Ferrita, pois foi depositado pouco material de adição.

Para a chapa de espessura 3 mm (S03), verificou-se:


- A soldagem a Laser produziu uma Ferrítica para Creq/Nieq=1,41;
- A soldagem Mig na metade do cordão onde ocorreu máxima velocidade de
solidificação, observou-se Austenita primária devido à cinética de solidificação;;
- A soldagem híbrida não apresentou solidificação em Austenita primária.
Poças de Fusão
Ensaios MVT (Modificado de
Varenstraint-Transvarestrint) que
determinam a suscetibilidade do
cordão de solda a trinca a
quente em função do formato da
poça de fusão, efetuados com
as chapas S03 em corridas
diferentes mostraram que
soldagem TIG com gás de
proteção contendo 5% de
Nitrogênio provocam uma
solidificação Austenítica primária
o que aumentam as chances de
trinca a quente;

A figura ao lado exemplifica uma


trinca a quente.
Poças de Fusão
Austenita x Velocidade de Solidificação
Curva mostra que aços que
em função da composição
química deveriam
solidificar-se com Ferrita
primária, alteram esta
solidificação para Austenita
como fase primária em
alguns pontos devido aos
efeitos cinéticos.
CONCLUSÃO
-Sob altas velocidades de solidificação como os presentes nas soldas a laser ou
hibridas, Austeníticos com Creq/Nieq <1,55 podem apresentar maiores frações de
Austenita primária na zona fundida;

- Materiais contendo altos teores de enxofre e fósforo simultaneamente, podem


apresentar maior risco de trincas a quente, desta forma para soldagem a laser ou
hibrido os teores destes elementos devem ser menores que aqueles que são
comuns em materiais para soldagem a arco elétrico;

- O modo de solidificação do cordão de solda depende do metal de base e também


do metal de adição, desta forma onde há risco de trincas a quente é aconselhável
usar metal de adição que aumente a porcentagem de Ferrita primária na zona
fundida;

- Para avaliar o risco de trincas a quente, deve-se levar em consideração o projeto


e geometria do cordão, uma vez que a associação de deformações críticas por
tração é decisiva para a ocorrências deste defeito.

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