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Concreto Protendido
Hideki Ishitani
Ricardo Leopoldo e Silva França
2002
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Conceitos Básicos
CONCRETO PROTENDIDO
1. Introdução
O concreto resiste bem à compressão, mas não tão bem à tração.
Normalmente a resistência à tração do concreto é da ordem de 10% da
resistência à compressão do concreto. Devido à baixa capacidade de resistir à
tração, fissuras de flexão aparecem para níveis de carregamentos baixos. Como
forma de maximizar a utilização da resistência à compressão e minimizar ou até
eliminar as fissuras geradas pelo carregamento, surgiu a idéia de se aplicar um
conjunto de esforços auto-equilibrados na estrutura, surgindo aí o termo
protensão.
M q,max M −h M M 100 × 10 −3
σq,sup = ⋅ ysup = q,max . = q,max2 = q,max = = − 12 MPa
I bh 3 2 − bh Wsup 0,2 × 0,52
−
12 6 6
e
M q,max M M M q,max 100 × 10 −3
. = q,max
h
σq,inf = ⋅ y inf = q,max = = = 12 MPa
I bh 3 2 bh 2 Winf 0,2 × 0,52
12 6 6
Conforme mostra a fig. 3 os sinais atribuídos aos módulos de resistência W sup e
W inf permitem compatibilizar as convenções clássicas adotadas para momento
fletor e tensões normais. A tensão máxima de tração vale 12 MPa junto à borda
inferior e a de compressão, -12 MPa junto à borda superior.
Para o material concreto, tensões desta ordem de grandeza provocam,
seguramente, a ruptura da seção transversal por tração. No concreto armado, a
resistência da seção é obtida pela utilização de uma armadura aderente
posicionada junto à borda tracionada. No concreto protendido, lança-se mão
da “protensão” para alterar o diagrama de tensões normais tornando-o mais
apropriado à resistência do concreto.
6
Figura 5
P P −1200 × 10−3
σcpsup = σcpinf = = = = −12MPa
Ac bh 0,2 × 0,5
Figura 6
A tensão máxima de compressão vale -24 MPa junto à borda superior da seção
e a tensão mínima será nula na borda inferior. Desta forma a tensão normal de
tração foi eliminada. Observa-se que a tensão máxima de compressão
corresponde ao dobro da tensão devida à carga acidental q.
O diagrama de tensões normais ao longo do vão da viga varia entre os valores
esquematizados nas figuras fig. 6.b e fig.6.d, pois o momento fletor aumenta de
zero nos apoios ao valor máximo no meio do vão.
P P.e p 1 e 1 0,0833 × 6
σcpsup = + = P + p = − 600 − 2
=0
A c Wsup A c Wsup 0,2 × 0,5 0,2 × 0,5
e
P P.ep 1 ep 1 0,0833 × 6
σcpinf = + = P + = − 600 + 2
= −12 MPa
A c Winf A c Winf 0,2 × 0,5 0,2 × 0,5
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Figura 7
A tensão máxima de compressão vale -12 MPa junto à borda superior da seção
e a tensão mínima será nula na borda inferior. A máxima tensão de compressão
final coincide com a máxima tensão de compressão devido apenas a protensão,
havendo apenas troca das bordas. A tensão máxima final de compressão foi
reduzida à metade do caso b), mostrando a indiscutível vantagem desta solução
sobre a anterior. O diagrama de tensões normais ao longo do vão da viga varia
entre os valores esquematizados nas figuras 5.b e 5.d, pois o momento fletor
aumenta de zero junto aos apoios ao valor máximo no meio do vão.
gl 2 14,22 × 6 2
Mg = = = 64 kN.m
8 8
e as tensões normais extremas:
Mg
σgsup = = −7,68 MPa
Wsup
9
Mg
σginf = = 7,68 MPa
Winf
Figura 8
P P.e p 1 e 1 0,19 × 6
σcpsup = + = P + p = −600 − 2
= 7,68 MPa
A c Wsup A c Wsup 0,2 × 0,5 0,2 × 0,5
P P.e p 1 ep 1 0,19 × 6
σcpinf = + = P + = −600 + 2
= −19,68 MPa
A c Winf A c Winf 0,2 × 0,5 0,2 × 0,5
E, portanto,
σsup = σcpsup + σ qsup + σ gsup = 7,68 + ( −12 ) + ( − 7,68 ) = −12 MPa
Figura 9
Figura 10
Figura 11
12
As = 12 cm2 (6φ16)
Figura 12
σc,g+p =-10,56MPa
13
ε cs =-10 -5 × 15=-0,00015
Figura 13
Pontes
Estaiadas Arcos
Elevação de reservatórios.
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Materiais e sistemas para protensão
DEFINIÇÕES
Figura 14
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CP 170 RB L
Concreto f ptk Resistência característica de RB Relaxação L – Fio liso
Protendido ruptura em kN/cm2 Baixa E – Fio entalhe
RN Relaxação
Normal
Figura 15
Conforme a NBR-7482 têm-se os fios padronizados listados a seguir onde fpyk
é o valor característico da resistência convencional de escoamento, considerada
equivalente à tensão que conduz a 0,2% de deformação permanente, e o
módulo de elasticidade é admitido como sendo de E p = 210 GPa.
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ÁREA MÍNIMA
ALONG. APÓS
ÁREA APROX.
RUPTURA (%)
TENSÃO TENSÃO MÍNIMA A
DIÂMETRO
NOMINAL
APROX.
(kg/km)
MASSA
MÍNIMA DE 1% DE
(mm 2)
(mm 2)
(mm)
FIOS RUPTURA ALONGAMENTO
CP 145RBL 9,0 63,6 62,9 500 1.450 145 1.310 131 6,0
CP 150RBL 8,0 50,3 49,6 394 1.500 150 1.350 135 6,0
CP 170RBE 7,0 38,5 37,9 302 1.700 170 1.530 153 5,0
CP 170RBL 7,0 38,5 37,9 302 1.700 170 1.530 153 5,0
CP 170RNE 7,0 38,5 37,9 302 1.700 170 1.450 145 5,0
CP 175RBE 4,0 12,6 12,3 99 1.750 175 1.580 158 5,0
CP 175RBE 5,0 19,6 19,2 154 1.750 175 1.580 158 5,0
CP 175RBE 6,0 28,3 27,8 222 1.750 175 1.580 158 5,0
CP 175RBL 5,0 19,6 19,2 154 1.750 175 1.580 158 5,0
CP 175RBL 6,0 28,3 27,8 222 1.750 175 1.580 158 5,0
CP 175RNE 4,0 12,6 12,3 99 1.750 175 1.490 149 5,0
CP 175RNE 5,0 19,6 19,2 154 1.750 175 1.490 149 5,0
CP 175RNE 6,0 28,3 27,8 222 1.750 175 1.490 149 5,0
Tabela 2 Características físicas e mecânicas das cordoalhas produzidas pela Belgo Mineira.
ÁREA MASSA CARGA CARGA MÍNIMA A ALONG.
DIÂM ÁREA
APROX APROX MÍNIMA DE 1% DE APÓS
CORDOALHAS NOM. MÍNIMA
. . RUPTURA ALONGAMENTO RUPT.
(mm) (mm 2) (mm 2) (kg/km) (kN) (kgf) (kN) (kgf) (%)
CORD CP 190 RB 3x3,0 6,5 21,8 21,5 171 40,8 4.080 36,7 3.670 3,5
CORD CP 190 RB 3x3,5 7,6 30,3 30,0 238 57,0 5.700 51,3 5.130 3,5
CORD CP 190 RB 3x4,0 8,8 39,6 39,4 312 74,8 7.480 67,3 6.730 3,5
CORD CP 190 RB 3x4,5 9,6 46,5 46,2 366 87,7 8.770 78,9 7.890 3,5
CORD CP 190 RB 3x5,0 11,1 66,5 65,7 520 124,8 12.480 112,3 11.230 3,5
CORD CP 190 RB 7 6,4* 26,5 26,2 210 49,7 4.970 44,7 4.470 3,5
CORD CP 190 RB 7 7,9* 39,6 39,3 313 74,6 7.460 67,1 6.710 3,5
CORD CP 190 RB 7 9,5 55,5 54,8 441 104,3 10.430 93,9 9.390 3,5
CORD CP 190 RB 7 11,0 75,5 74,2 590 140,6 14.060 126,5 12.650 3,5
CORD CP 190 RB 7 12,7 101,4 98,7 792 187,3 18.730 168,6 16.860 3,5
CORD CP 190 RB 7 15,2 143,5 140,0 1.126 265,8 26.580 239,2 23.920 3,5
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• Colocação da armadura
• Aplicação da protensão
Aquele obtido como em (2.1.5), mas em que, após o estiramento da armadura ativa,
não é criada aderência com o concreto, ficando a mesma ligada ao concreto apenas em
pontos localizados.
Figura 20
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Figura 21
1 φi σS 3σS
10 ( 2ηi − 0,75 ) ES fct
1 φi σS 4
+ 45
10 ( 2ηi − 0,75 ) ES ρr
Sendo σsi, φ i, E si, ρri definidos para cada área de envolvimento em exame.
Figura 22
Tabela 3.
Ações ψ1 ψ2
Cargas acidentais de edifícios
Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que
permaneçam fixos por longos períodos de tempo, nem de elevadas 0,3 0,2
concentrações de pessoas.
Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que
permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevada 0,6 0,4
concentração de pessoas.
Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens. 0,7 0,6
Cargas acidentais de Pontes 0,4 0,2