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PATOLOGIAS NAS ESTRUTURAS

EM MADEIRA
UNIDADE II
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES
DETERIORANTES
Elaboração
Vinícius Sandovani da Silva Alves

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE II
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES DETERIORANTES.............................................................................................................. 5

CAPÍTULO 1
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES BIÓTICOS..................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 2
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES FÍSICO-QUÍMICOS................................................................................................. 17

CAPÍTULO 3
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES ATMOSFÉRICOS, METEOROLÓGICOS E ÍGNEOS....................................... 24

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................28
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CARACTERÍSTICAS DOS
AGENTES DETERIORANTES
UNIDADE II

Para evitar as patologias em estruturas de madeira, é essencial que se conheça os


agentes deteriorantes e suas características. Assim, será possível determinar as causas
do surgimento desses agentes e, consequentemente, como evitá-los, além dos aspectos
característicos para detectá-los.

Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES BIÓTICOS

Os agentes bióticos são todos aqueles seres vivos capazes de biodeteriorar a madeira,
utilizando-a, principalmente, como fonte de alimento e/ou como habitat. Os principais
organismos causadores de patologias em estruturas de madeira são: bactérias, fungos,
inseto, perfuradores marinhos e animais silvestres.

1.1. Bactérias
As bactérias são seres, unicelulares ou multicelulares, aeróbios ou anaeróbios, que não
formam micélios definidos, sendo um dos principais colonizadores de madeira in natura.
O processo de apodrecimento da madeira causado pelas bactérias é lento, levando até
anos para que possa gerar danos consideráveis na estrutura (REMADE, 2013).

Além de danificar, algumas bactérias podem degradar os preservativos ou modificar


as propriedades da madeira, de modo a facilitar que outros agentes possam atacá-la.
A deterioração por bactérias, em regra, causa danos significativos na madeira somente
quando a peça não é tratada e é imersa na água por longos períodos. Madeiras tratadas
com preservativos injetados por pressão apresentam resistência considerável às bactérias,
mesmo quando expostas à umidade por longos períodos (RITTER; MORRELL, 1990).

Além do ataque enzimático à pectina, à celulose e à lignina, presentes na madeira,


as bactérias também podem (por meio da produção de antibióticos ou fixação de
nitrogênio, por exemplo) inibir ou favorecer o crescimento de outros organismos.
Preservativos ou adesivos que possuam compostos que servem como nutrientes para

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UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

as bactérias (ex.: adesivos utilizados em painéis compensados) também podem ser


atacados (MORESCHI, 2013).

Para que as bactérias aeróbicas consigam se desenvolver, é importante a presença de


água e oxigênio livre no ambiente. Logo, em regra, se as fibras da madeira ficarem
permanentemente saturadas, bactérias aeróbicas não se desenvolverão nessa região.
Contudo, de acordo com Simpson e Ward (1991), existem espécies de bactérias anaeróbicas
(não precisam de oxigênio para seus processos metabólicos) que atacam a madeira
mesmo se estiver saturada.

Dentre os principais efeitos causados pelo ataque de bactérias por longos períodos, estão
o aumento da permeabilidade, o amolecimento da superfície, o aparecimento de manchas
superficiais e a perda de resistência. Contudo, visualmente, é quase impossível determinar
se a causa da biodeterioração é oriunda de bactérias ou de fungos apodrecedores, sendo
necessário realizar ensaios laboratoriais para que se faça essa determinação (BRITO,
2014).

Figura 7. Aspecto visual da madeira biodeteriorada por bactérias.

Fonte: Huisman, 2005.

1.2. Fungos
Fungos são organismos pertencentes ao Reino Fungi, heterotróficos (não produzem
seu próprio alimento) e que podem ser unicelulares (leveduras) ou multicelulares
(cogumelos) (SANTOS, 20--d). É um dos organismos que atacam a madeira em maior
proporção, desenvolvendo-se rapidamente e em quase todos os nichos ecológicos
existentes (MORESCHI, 2013). Os fungos se dividem em diversos tipos, sendo, segundo
Remade (2013), os principais deterioradores da madeira os:

» apodrecedores: causam a deterioração da madeira, podendo provocar diversos


tipos de podridão, tais como: podridão mole, podridão parda e podridão branca;

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» manchadores: podem causar manchas na superfície ou em camadas mais internas,


porém, dificilmente, atingem as regiões do alburno;

» emboloradores: formam uma camada de cor escura (geralmente preta ou verde),


facilmente removível, e que, posteriormente, pode causar podridão mole.

Os fungos multicelulares se locomovem por meio de uma rede de hifas filiformes


microscópicas (RITTER; MORRELL, 1990). As hifas são células alongadas cilíndricas
que têm uma função similar a uma raiz para os fungos, sendo responsáveis pelas funções
de fixação ao substrato e à digestão (GALL, 2019).

Para realizar a digestão da madeira, essas hifas secretam enzimas capazes de degradar os
compostos orgânicos da madeira (celulose, hemicelulose ou lignina) e o produto degradado
é absorvido pelas hifas. Quando absorve quantidade de nutrientes suficiente em seu
substrato (no caso a madeira), este produz um corpo frutífero que será responsável por
liberar esporos reprodutivos para que as madeiras e demais substratos ao redor sejam
contaminados. Os corpos de frutificação dos fungos, denominado de basidiomas, são
conhecidos popularmente como cogumelos (RITTER; MORRELL, 1990). Logo, em relação
ao aspecto visual, quando os cogumelos estão visíveis na madeira, é uma indicação de
que esse substrato já forneceu energia suficiente para que cogumelos se desenvolvessem,
e essa madeira já possui um alto nível de deterioração por apodrecimento.

De acordo com Remade (2013), os fungos, em regra, apresentam condições ambientais


ideias para seu desenvolvimento:

» umidade: superior a 20%, contudo a condição ótima para seu desenvolvimento


é em umidades superiores ao ponto de saturação das fibras (em torno de 30%);

» temperatura: próxima a 25 °C, contudo podem ter organismos atuantes em


temperaturas na faixa entre 10 °C e 40 °C;

» oxigênio: se anaeróbicas, esta não é uma condição necessária. Existem organismos


aeróbicos que conseguem sobreviver em regiões com 1% de oxigênio, contudo a
faixa ideal é em concentrações inferiores a 20%;

» pH: variando entre 2 e 7, contudo a faixa ideal é entre 4,5 e 5,5 (em regra, esse é
o pH no interior da madeira);

» ausência de substâncias tóxicas: tais como preservativos, compostos próprios da


madeira e/ou substâncias produzidas por outros organismos (como antibióticos
produzidos por bactérias).

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UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

1.3. Insetos
Os insetos são animais do filo dos Artrópodes, sendo o grupo com maior número de
espécies no planeta (SANTOS, 20--e). São um dos principais biodeterioradores da
madeira, utilizando-a como fonte de alimento e/ou habitat (CALIL JUNIOR et al., 2006).

Apresentam 26 ordens, em que, segundo Remade (2013), 5 destas causam danos na


madeira: isoptera (cupins), coleóptera (besouros, carunchos e brocas), hymenoptera
(vespas, abelhas e formigas), díptera (moscas e mosquitos) e lepdoptera (borboletas e
mariposas). São várias as espécies capazes de danificar a madeira, mas os que mais se
destacam dentre estes são os: cupins, brocas, abelhas, vespas e formigas carpinteiras.
As brocas marinhas serão tratadas em tópico específico.

Quanto ao aspecto visual, a madeira deteriorada por insetos apresenta, principalmente:


cavidades ou orifícios, pó de madeira e/ou excrementos de insetos (RITTER; MORRELL,
1990). De acordo com Calil Junior et al. (2006), para que os insetos (como cupins e
larvas) ataquem a madeira, a alta umidade não é uma condição essencial, o que facilita
seus ataques e aumenta o risco de degradação.

Os insetos não são só agentes bióticos que atacam a madeira. Eles também são facilitadores
para o ataque de outros elementos, devido aos orifícios deixados na madeira. Além disso,
os insetos podem estar impregnados com esporos reprodutivos de fungos e transportá-
los para o interior da madeira, logo, a presença de insetos pode indicar a presença de
fungos apodrecedores.

1.4. Cupins
Os cupins, denominados também de térmitas, são da ordem das isopteras. São insetos
que convivem em colônias formadas por diferentes classes de indivíduos. Apresentam
uma diversidade de espécies, com hábitos diferentes, predominam principalmente nas
regiões tropicais (MENDES; ALVES, 1988). Existem quase 3 mil espécies de cupins,
principalmente em regiões com temperatura média superior a 10 °C (RITTER; MORRELL,
1990). Segundo Brito (2014), como são insetos de climas mais quentes, em regra, não se
desenvolvem em regiões frias, contudo o uso de aquecedores nas casas tem permitido
que essas espécies também se proliferem nessas regiões.

Os cupins, assim como as formigas, são um dos grandes biodeterioradores das estruturas
não só de madeira, mas de concreto e alvenaria. Além de consumirem e deteriorarem
os elementos da madeira, também conseguem destruir os tijolos para que possam
construir seu habitat. Nos casos de estruturas de alvenaria estrutural ou com lajes

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Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

pré-fabricadas, essa degradação pode influenciar a capacidade portante da estrutura


(SOUZA; RIPPER, 1998).

Assim como os demais organismos vivos, para que as térmitas possam realizar seus
processos metabólicos vitais, é necessário um conjunto de condições favoráveis, dentre
elas: alta umidade; teores altos de oxigênio e dióxido de carbono; e uma fonte de alimento,
que, no caso, é a celulose da madeira. Apesar de, em regra, os cupins não conseguirem
digerir a celulose presente na madeira, eles apresentam, nos seus tratos digestivos, seres
como microrganismo simbiontes, bactérias ou protozoários flagelados que conseguem
degradá-la total ou parcialmente (LELIS et al., 2001 apud BRITO, 2014).

Para Lelis et al. (2001) apud Brito (2014), a maioria das espécies não atacam estruturas,
mas somente a madeira já apodrecida ou partes mortas das plantas, e dividem-se em
cinco famílias, e pelo menos quatro delas são encontradas no Brasil: Kalotermitidae,
Rhinotermitidae Serritermitidae e Termitidae. Segundo Ritter e Morrell (1990), as
térmitas mais associadas à biodeterioração da madeira são: térmitas-de-madeira-seca;
térmitas-subterrâneas; e as térmitas-de-madeira-úmida.

Os cupins podem ser divididos de diversas formas, uma das mais utilizadas é de acordo
com o local em que os ninhos são formados:

» cupins-de-madeira

› São térmitas que desenvolvem seus ninhos inteiramente na madeira. Para Remade
(2013), conforme o teor de umidade necessário para seu desenvolvimento, esse
grupo se divide em:

◦ cupins-de-madeira-seca: atacam madeiras com baixa umidade. Apesar do


nome, Ritter e Morrell (1990) alertam que a umidade, mesmo que baixa, é
uma condição necessária para o ataque desses microrganismos;

◦ cupins-de-madeira-úmida: atacam madeiras com umidade elevada.

» cupins-de-solo ou cupins-subterrâneos

› São térmitas que desenvolvem seus ninhos, inteiramente ou parcialmente, no


solo. Dividem-se, conforme a parte do solo em que se estabelecem, em:

◦ cupins hipógeos: ninhos totalmente subterrâneos;

◦ cupins epígeos: ninhos com parte subterrânea e outra acima do nível do solo.

» Cupins-arborícolas

› São as térmitas que desenvolvem seus ninhos fixando-os em troncos de árvores


ou cipós.

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As características visuais dos ataques por cupins podem apresentar algumas diferenças,
conforme o tipo analisado, sendo que, segundo Eleotério (2000), as principais
características a serem observadas pelo inspetor, além da presença de túneis ou galerias
na madeira, são:

» cupins de madeira seca ou úmida: presença de resíduos fecais;

» cupins de solo: tubos de terra na superfície da peça, material pulverulento (partículas


ou pó de madeira) saindo nas paredes da galeria e orifícios com presença de
partículas de solo. Além disso, geralmente no ataque por cupins subterrâneos não
são visíveis resíduos fecais.

Figura 8. Aspecto visual do ataque visual por cupins.

Fonte: Sanchez, 2001 apud Brito, 2014.

Segundo Brito (2014), os túneis formados pelas térmitas são paralelos às fibras, de modo
que reste somente uma película de madeira superficialmente. Como o desenvolvimento
dos cupins é interno à madeira, quando são identificados sinais externos do ataque por
esses agentes, o nível de deterioração no interior do elemento já pode ser considerável.

1.4.1. Brocas de madeira

As brocas, também denominadas de caruncho, são compostas por diversos grupos de


famílias da ordem dos Coleópteros e é a maior ordem entre os insetos. Dentro dessa
ordem destacam-se as nove famílias de besouros que podem causar danos consideráveis
na madeira (BRITO, 2014).

› Figura 9. Aspecto visual de uma madeira atacada por brocas.

Fonte: Arriaga et al., 2002 apud Brito, 2014.

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Esse grupo apresenta organismos com dietas e outros costumes diferentes, conforme a
família analisada. De modo geral, esses besouros danificam a madeira escavando túneis
para se movimentar no interior da peça (durante fase larval e/ou adulta) e/ou usando-a
como alimento na fase de larva (como Anobium punctatum) ou durante toda a sua vida
(Lyctus brunneus).

Esses organismos atacam principalmente o alburno, nas regiões que apresentam amido,
gomas ou leite. A umidade da madeira é uma condição importante, que, em regra, só é
atacada caso esteja abaixo de 40%. Contudo, a condição ideal é quando a madeira está
seca ou parcialmente seca, em que conseguem deteriorá-la por completo (REMADE,
2013).

Uma característica comum ao ataque de qualquer broca é a formação de orifícios, câmaras


ou túneis. Portanto, como esse grupo apresenta diversas famílias, as condições ideais e
características do ataque variam consideravelmente. Eleotério (2000) apresenta alguns
aspectos visuais e algumas condições ambientais, para algumas das espécies, a serem
observados pelo inspetor durante a inspeção:

» Anobiidae e Bostricidae: pequenos orifícios de saída (1 a 2mm); presença de


resíduos fecais granulares e pó de madeira; atacam principalmente madeira de
coníferas e úmidas;

» Lyctidae: orifícios de saída com diâmetro ente (4 e 6mm), comumente em formato


ovalado; túneis revestidos com fibras ou pó de madeira; resíduos fecais de dimensão
inferior aos dos anobiídeos; atacam principalmente madeiras densas (de lei) e secas;

» Bruprestídeos: orifícios de saída, comumente, em formato ovalado e largura quatro


vezes maior que altura; presença de resíduos fecais;

» Cerambicídeos: canais estreitos e longos; orifícios de saída quase circulares.

Quando a madeira é atacada por brocas grandes, segundo Cruz (2009) apud Brito (2014),
é possível ouvir ruídos característicos de larvas e besouros se movimentando no interior
da madeira. Como as larvas dessas brocas apresentam dimensões consideráveis, com
ciclo de vida longo e degradando grande quantidade do alburno, são consideradas de
alto risco para a estrutura (BRITO, 2014).

1.4.2. Formigas e abelhas

Tanto as formigas quanto as abelhas e as vespas fazem parte da ordem Hymenoptera.


Vários insetos dessa ordem atacam a madeira in natura ou tratada, mas dois merecem
atenção especial, principalmente pelos prejuízos e efeitos deletérios causados: formigas-

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UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

carpinteiras e abelhas-carpinteiras. Segundo Remade (2013), ao contrário dos demais


insetos citados anteriormente, as formigas-carpinteiras e as abelhas-carpinteiras utilizam
a madeira somente como abrigo.

1.4.2.1. Formigas-carpinteiras

As formigas são um dos maiores agentes causadores de danos tanto em estruturas de


madeira quanto no concreto e em alvenarias. Esses insetos afofam a terra nas proximidades
das fundações, causando recalques diferenciais, que podem danificar consideravelmente
a estrutura (SOUZA; RIPPER, 1998).

Mesmo que ataquem madeiras de todos os tipos, as formigas carpinteiras atacam


principalmente madeiras sem nenhum tratamento e mais macias ou previamente
degradadas por fungos apodrecedores (MORESCHI, 2013). Essas formigas atacam tanto
madeira viva quanto morta, mas, em regra, iniciam o ataque pelas partes já degradadas,
podendo estender, posteriormente, para regiões sãs (REMADE, 2013). Segundo Ritter
e Morrell (1990), essas formigas estão associadas à deterioração interna da madeira e
atacam, preferencialmente, madeiras com umidade acima do ponto de saturação da fibra.

Para Eleotério (2000), dentre as principais características visuais do ataque por formigas-
carpinteiras, citam-se: formação de câmaras ou túneis nas peças; escavações lisas e
sem resíduos fecais; pouca formação de pó ou fragmentos de madeira. Esses túneis,
geralmente, não possuem profundidade elevada, limitando-se ao lenho inicial macio
(RITTER; MORRELL, 1990).

Figura 10. Aspectos visuais do ataque por formigas-carpinteiras e aparência do agente


deteriorador.

Fontes: Moreschi, 2013.

As formigas carpinteiras podem ser divididas em três classes: rainha, machos e operárias.
Salvo as formigas operárias, as demais apresentam asas, logo, a presença de insetos alados
pode ser um indicativo do ataque por formigas. Contudo, estas podem ser confundidas
com cupins. Para que se possa distingui-los, é apresentada, a seguir, tabela com as
principais diferenças entre eles.

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Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

Tabela 2. Principais características dos cupins alados e formigas-carpinteiras.

Características Cupins Formigas-carpinteiras

Imagem

Alados Dois pares de asas de comprimento igual Dois pares de asas de comprimento desigual
Segmentos corporais Tamanho igual, sem constrições. Tamanho igual, sem constrições
Antenas Levemente arqueadas Cotoveladas
Cor creme Cor escura
Operários adultos
Raramente saem do ninho Frequentemente saem do ninho
Cintura Larga Estreita
Fonte de alimento Digerem madeira Digerem açúcar e outros insetos
Danos na madeira Galerias com excremento Galerias sem excremento
Fonte: Brito, 2014.

1.4.2.2. Abelhas-carpinteiras

As abelhas-carpinteiras apresentam várias similaridades com as formigas-carpinteiras


(BRITO, 2014). Para Remade (2013), esses insetos constroem túneis longos, paralelos às
fibras, para postagem dos ovos. O ataque da madeira por abelhas não é muito comum,
mas, caso ocorra, pode trazer danos graves à estrutura, resultando em perdas excessivas
de seção efetiva da peça. Essas abelhas podem atacar, inclusive, estruturas de madeira
tratada com preservativos inorgânicos a base de arsênio (RITTER; MORRELL, 1990).

Figura 11. Aspecto visual interno lateral da madeira atacada por abelhas-carpinteiras.

Fonte: Gibb, 2018.

1.4.3. Perfuradores marinhos

As estruturas de madeira submersas em regiões de água salgada ou salobras estão expostas


ao ataque de perfuradores marinhos, também denominados de brocas marinhas. Para
Brito (2014), as principais espécies de brocas marinhas são:

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» Teredinidae: espécie de moluscos vermiformes longos, chamados popularmente


de teredos. O ataque dessa espécie, no interior de madeiras submersas, gera
pequenas cavidades. Como esses orifícios são consideravelmente pequenos, a
inspeção visual não é confiável para detectar o ataque por esses perfuradores,
mas a detecção acústica permite que se detecte o ataque ainda nas fases iniciais
(RITTER; MORRELL, 1990). Assim como a espécie Pholadidae, no final do ciclo
de vida desses organismos, usam a madeira como seu habitat (BRITO, 2014).

Figura 12. Característica visual dos danos na madeira causados por teredos.

Fonte: Joinlox, 2015.

» Pholadidae: espécie de molusco existente em águas salgadas que utilizam a


madeira como habitat. As larvas vivem livres, até que encontrem uma madeira, e
assim se estabeleçam permanentemente. Eles podem atingir 2,5cm de comprimento
e deixar um orifício com diâmetro de até 6mm. Alguns moluscos dessa espécie
têm capacidade de deteriorar até mesmo o concreto (RITTER; MORRELL, 1990).

Quando os Pholadidaes se estabelecem na madeira, geram orifícios que diminuem a


seção efetiva da peça, enfraquecendo-a e permitindo que ela rompa com ação das ondas
ou pelo esforço solicitante da estrutura. Um dos aspectos visuais do ataque por esses
organismos é a presença de orifícios em formato de pera (BRITO, 2014).

Figura 13. Aspecto visual do ataque por Pholadidaes na madeira.

Fonte: Wooster, 2009.

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Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

» Limnoria

Espécie de crustáceos marinhos móveis, denominados popularmente de piolhos do mar,


que apresenta como diferença básica das outras espécies de perfuradores o fato de se
mudarem para outra peça durante sua vida, mesmo que usem a madeira como habitat
(BRITO, 2014). Dentre as pelo menos 20 espécies determinadas de Limnoria, segundo
Ritter e Morrell (1990), só duas atacam apenas a madeira quando não tratada, sendo
que as demais conseguem degradar até mesmo a madeira tratada com óleo creosoto.

Esses crustáceos perfuram a madeira, gerando, na superfície da madeira, túneis com


diâmetros de aproximadamente 3mm. Assim como os teredos, apesar dos orifícios
pequenos, o acúmulo deles pode gerar redução significativa na seção efetiva da peça,
diminuindo sua capacidade portante e de resistir à solicitação das ondas, levando ao
destacamento de placas. Assim, uma característica visual típica desse tipo de ataque é
a peça com formato de ampulheta, devido ao maior desgaste na região de interface com
as marés (BRITO, 2014).

Figura 14. Características da biodeterioração causada por Limnoria.

Madeira atacada Agente deteriorante

Fonte: Aphotomarine, 2014. Fonte: Aphotomarine, 2011.

» Sphaeroma terebrans

Espécie de crustáceos marinhos móveis, presentes em águas semitropicais. Sua


característica mais importante é a capacidade de resistir aos preservativos à base de
cobre, sendo um agente preocupante para as regiões de água quente (RITTER; MORRELL,
1990). Assim como os demais, usa a madeira como habitat, também apresentando como
aspecto visual marcante a formação de orifícios.

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UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

Figura 15. Aspecto visual da madeira atacada por Sphaeroma terebrans.

Fonte: Singapore Science Centre, (20--) apud Masterson (2008).

1.5. Animais silvestres


Em outros países, o principal animal silvestre degradador da madeira são os ursos,
principalmente ao limpar as garras, morder as estruturas para limpar os dentes ou se
coçar nos postes (BRASHAW et al., 2012 apud BRITO, 2014).

Os danos causados pelos animais silvestres no Brasil não são comuns, contudo existem
algumas espécies de aves, como periquitos e maritacas, que podem deteriorar a superfície
das peças de madeira, principalmente em beirais de coberturas, para limpar seus bicos.
Os pica-paus também podem fazer aberturas na madeira em busca de insetos (BRITO,
2014). Esses danos provocados por aves, apesar de superficiais, geram aberturas ou
degradam a camada protetora, permitindo que os demais agentes bióticos e abióticos
atinjam regiões internas da madeira e possam degradá-la.

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Capítulo 2
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES FÍSICO-QUÍMICOS

Apesar de a madeira ser, preferencialmente, deteriorada por agentes bióticos, agentes


abióticos também podem deteriorá-la. Esses agentes, em regra, degradam a madeira
lentamente, contudo essa degradação pode ser acelerada em determinados ambientes.

Segundo Ritter e Morrell (1990), em vários casos, é possível que se confunda o ataque
por agentes abióticos com bióticos, sendo essencial que se verifique a presença de
organismos vivos biodeterioradores na madeira ou outros sinais que demostrem seu
ataque. Além dos efeitos deteriorativos oriundos dos ataques por agentes abióticos na
madeira, eles também podem danificar o tratamento preservativo, deixando-a exposta
e facilitando o ataque por agentes bióticos (CALIL JUNIOR et al, 2006).

Neste capítulo, serão tratados apenas os agentes abióticos físico-químicos. Os agentes


físicos se relacionam a: patologias de origem estrutural, danos mecânicos, e defeitos
naturais na peça; enquanto os agentes químicos causam: corrosão nas ligações e os
efeitos desta corrosão na madeira.

2.1. Patologias de origem estrutural


Além de todos os agentes causadores de danos às estruturas de madeira, este material
pode apresentar patologias oriundas de falhas de origem estrutural. Esses defeitos podem
se originar em vários momentos, quais sejam: na fase de concepção e dimensionamento
das estruturas; durante a escolha dos materiais utilizados ou até mesmo devido a falhas
nas manutenções preventivas/corretivas. Alguns exemplos de causas de patologias de
origem estrutural são: ausência de previsão de contraventamentos; excentricidades na
aplicação de carga; e falhas durante a execução da ligação (BRITO, 2014).

Em síntese, as patologias de origem estrutural são originadas por falhas durante o


projeto, execução ou manutenção, que influenciam as propriedades da estrutura da
madeira a ponto de, quando entram em serviço, não suportar as solicitações da maneira
ideal, podendo levar a estrutura até a ruptura, inclusive. As patologias causadas por
falhas de origem estrutural podem originar-se de alguns elementos e/ou efeitos a serem
considerados no momento do dimensionamento ou durante a construção da estrutura.
Para Brito (2014), os principais são: instabilidade; remoção de elementos estruturais;
fraturas incipientes; movimentos de nós e distorções; deformações, deslocamentos e
flechas; e presença de defeitos naturais nas peças utilizadas.

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UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

2.1.1. Instabilidade

Estabilidade pode ser definida como a tendência de um elemento de se manter ou


retornar a posição inicial, independentemente das solicitações que o atinja. Logo, uma
peça instável, é aquela que, sobre determinadas perturbações, pode se desestabilizar,
não conseguindo retornar à condição inicial. Tema recorrente na área de Engenharia
de Estruturas, pois sua causa não é, em regra, algo pontual, necessitando de análise
global da estrutura e do local de alguns elementos, para que se avalie a sua ocorrência
e medidas apropriadas sejam tomadas (BRITO, 2014).

Contudo, o conceito atual de estabilidade não se adequa mais às questões de durabilidade,


sendo exigido não só que a estrutura seja estável, mas que essa estabilidade se mantenha
por um período de tempo considerável, de modo que a estrutura seja economicamente
e ambientalmente viável. Considerando essa visão de “durabilidade estrutural”, a
instabilidade ganha uma importância ainda maior (BRITO, 2014).

Em casos práticos, os efeitos comumente observados em estruturas instáveis são


deslocamentos laterais excessivos ou movimentação de pórticos. Esses efeitos, em sua
maioria, são oriundos de peças danificados ou com cortes, ou estruturas sem sistema
de contraventamento adequado (CALIL JUNIOR et al., 2006).

A instabilidade que pode ser observada em uma estrutura de madeira divide-se em:
instabilidade global (considerando a estrutura de modo amplo e como os elementos
trabalharão em conjunto) e instabilidade local de elementos específicos (como a
instabilidade lateral das vigas ou flambagem de pilares). No caso de estruturas de
madeira, pode-se utilizar métodos de análise para estabilidade local para elementos
descritos na ABNT NBR 7190:1997, no entanto, para análise global (mais complexa),
pode ser necessário o uso de algum software (BRITO, 2014).

2.1.2. Remoção de elementos estruturais

Em determinadas ocasiões, como reformas, ampliações ou outras atividades de carpintaria,


certos componentes da estrutura de madeira podem ser retiradas, sem que seja feito
análise adequada. Assim, são encontradas peças de madeira danificadas, devido às
instalações de utilidades ou manutenções executadas de maneira incorreta. Tal como
a remoção de elementos estruturais, a redução de seções das peças, sem planejamento
ou análise estrutural, pode reduzir a capacidade resistente, resultando até mesmo na
ruptura da estrutura (CALIL JUNIOR et al., 2006).

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Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

2.1.3. Fraturas incipientes

As fraturas são danos derivados de acidentes ou falhas no uso ou dimensionamento das


estruturas, por exemplo, sobrecargas em excesso. Devido à possibilidade de redução da
capacidade resistente da estrutura, essas fraturas devem ser reparadas o mais rápido
possível. Apesar de não serem comuns, tais danos são de difícil detecção, em que, no
caso de suspeita, é necessária vistoria de um especialista (CALIL JUNIOR et al., 2006).

2.1.4. Defeitos físicos e estruturais nas ligações

As ligações são elementos de contato entre diferentes peças da estrutura, sendo pontos
de grande importância estrutural. Em geral, para que uma ligação consiga funcionar
adequadamente, esta deve conseguir transmitir os esforços entre as peças da estrutura, de
modo que a estrutura funcione de maneira consolidada. Como são regiões de transmissão
de esforços, estão sujeitas a consideráveis solicitações. Para Brito (2014), falhas durante
a execução ou dimensionamento de ligações podem levar até mesmo ao colapso de toda
a estrutura.

Outro problema relacionado às ligações é relativo às deformações ou variações dimensionais


da madeira (retrações e inchamentos), causadas principalmente pela variação da umidade.
Essa situação é mais comum em peças de madeira que não tenham passado pelo processo
de secagem adequado ou não foram secas (madeira verde) (CALIL JUNIOR et al., 2006).
Como existem algumas ligações que, para trabalharem adequadamente, devem ser
corretamente ajustadas, essas deformações não previstas inicialmente solicitarão mais
do que o esperado pela ligação, podendo levar a deslocamento, fratura ou até mesmo
ruptura da ligação. No caso de retrações excessivas, as ligações podem perder totalmente
a área de contato, inutilizando aquele elemento.

Figura 16. Desencaixe de uma emenda em um banzo de treliça.

Fonte: Machado et al., 2009 apud Brito, 2014.

19
UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

2.1.5. Deformações, deslocamentos e flechas

As deformações, as flechas e os deslocamentos, em casos não previstos ou acima do


previsto, podem indicar carregamento excessivo ou diminuição da capacidade resistente,
como resultado de alguma patologia. Para Calil Junior et al. (2006), o deslocamento em
estruturas antigas pode ser derivado do uso de madeira secada incorretamente, contudo
esses deslocamentos não resultarão necessariamente em problemas estruturais.

2.2. Danos mecânicos


Segundo Ritter e Morrell (1990), os danos mecânicos são consideravelmente um dos
agentes abióticos que mais causam patologias em estruturas de pontes de madeira.
Os danos podem ter diversos fatores causadores e efeitos decorrentes destes. Além da
degradação causada diretamente na madeira, ao deteriorar as camadas superficiais
protetoras, os danos mecânicos permitem que a madeira perca a proteção e sofra ataque
pelos demais agentes deterioradores. Dentre as diversas causas de danos mecânicos,
citam-se:

» impacto: de veículos ou oriundo de objetos transportados pelo ar ou pela água;

» desgaste: pode ocorrer de diversas maneiras: fadiga, fricção, erosão, cavitação,


abrasão ou adesão. Independentemente do modo como ocorra, resultará na perda
de seção da peça;

» recalques de fundação: recalques diferenciais podem gerar solicitações não previstas


inicialmente, resultando na danificação da estrutura e até mesmo na ruptura da
estrutura.

2.3. Presença de defeitos naturais


A madeira é um elemento natural que, durante o crescimento da árvore ou preparação das
peças, pode apresentar uma série de defeitos físicos. Assim como as demais propriedades,
esses defeitos físicos influenciarão seu desempenho estrutural, durabilidade ou aspecto
visual (PFEIL; PFEIL, 2003).

Esses defeitos podem se originar em várias etapas, como durante o abate da árvore ou
desdobro da madeira. Os principais defeitos nas peças de madeira são:

» nós: são as bases dos galhos ou ramos no tronco da árvore. Eles podem ser
considerados vivos (galhos fisiologicamente ativos) ou mortos (morreu e não
participa do desenvolvimento da árvore) (SILVA, 2001);

20
Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

» fendas: formadas quando realizado a secagem rápida da peça, o que leva a variações
volumétricas diferentes nas direções, e como esta não tem tempo de se adequar
as deformações, formam-se aberturas nas extremidades da peça (PFEIL; PFEIL,
2003);

» gretas ou ventas ou racha: são aberturas entre os anéis anuais causadas pelas
tensões internas entre eles. Essas tensões podem ser geradas por diversos fatores,
tais como: ações externas, crescimento lateral defeituoso da árvore ou flexão devido
ao vento (PFEIL; PFEIL, 2003).

Figura 17. Defeitos naturais na madeira: nós, fendas e gretas.

Nós Fendas Gretas

Fonte: Pfeil; Pfeil, 2003.

» Dependendo do modo como as peças são retiradas, pode-se ter propriedades


diversas em um mesmo elemento, sofrendo variações volumétricas diferentes. Os
principais defeitos causados por essas variações dimensionais diferenciais são:

› abaulamento: encurvamento da peça na direção da largura (PFEIL; PFEIL, 2003);

› arqueadura: encurvamento na direção longitudinal, em regra, o comprimento


da peça (PFEIL; PFEIL, 2003).

Figura 18. Defeitos naturais pelas variações dimensionais diferenciais.

Abaulamento Arqueadura

Fonte: Pfeil; Pfeil, 2003.

» fibras reversas: causadas por motivos naturais (nós próximos ou crescimento de


fibras em espiral) ou durante a produção da peça (peça secada em plano inadequado),
em que as fibras não estão paralelas ao eixo da peça (PFEIL; PFEIL, 2003);

21
UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

» quina morta: um defeito natural, devido à curvatura do tronco e ao modo de


desdobro, que gera uma peça com elevada concentração de madeira branca (alburno)
(PFEIL; PFEIL, 2003).

Figura 19. Outros defeitos naturais.

Fibras inversas Quina morta

Fonte: Pfeil; Pfeil, 2003.

2.4. Patologias causadas por agentes químicos


Ao contrário do concreto e do aço, a madeira apresenta resistência considerável ao ataque
químico. Contudo ácidos ou bases fortes podem danificar substancialmente a madeira.
Quando a madeira é atacada por bases fortes, adquire a coloração esbranquiçada. A
madeira atacada por ácidos fortes apresenta aspecto visual similar ao de uma madeira
danificada por fogo, com coloração escura, além de perder massa e consequentemente
capacidade resistente (RITTER; MORRELL, 1990).

Os agentes químicos podem deteriorar a madeira, principalmente por meio da corrosão


das ligações metálicas, contudo a madeira pode ser degradada como consequência das
reações químicas nos elementos metálicos. Para Calil Junior et al. (2006), esse ataque
não é comum, ocorrendo frequentemente de maneira acidental, devido ao vazamento
de elementos corrosivos.

2.4.1. Corrosão nas ligações

Para garantir a vida útil da estrutura, é importante que se avalie a possibilidade de corrosão
das ligações metálicas. Contudo a corrosão metálica dessas conexões é comumente
negligenciada. Segundo Calil Junior et al. (2006), conforme o ambiente em que se
encontre a estrutura, por exemplo, em regiões litorâneas, esse processo pode ser acelerado,
necessitando de atenção especial.

A corrosão dos conetores metálicos podem ocorrer devido o(a):

» contato direto dessas peças com a madeira, que, por apresentar umidade residual,
permite que o processo corrosivo se inicie (BRITO, 2014);

22
Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

» presença de componentes químicos nos preservativos da madeira, que facilitam o


processo corrosivo em elementos metálicos (RITTER; MORRELL, 2014).

2.4.2. Efeito da corrosão na madeira

Quando se inicia o processo corrosivo na madeira, a água presente nos poros reage com os
íons de ferros dos conectores metálicos, liberando íons que têm a capacidade de degradar
as paredes das células da madeira. Conforme a corrosão evolui, o elemento metálico
vira uma célula eletrolítica com dois polos (um ácido (ânodo) e um básico (cátodo)).
Mesmo que as condições no cátodo não sejam severas, a acidez na região anódica do
conector gera a hidrólise da celulose, reduzindo consideravelmente a resistência na
região atacada. Além da redução na resistência, a área da madeira atacada apresenta
coloração escura e com aparência mole (CALIL JUNIOR et al., 2006).

Os danos gerados pela corrosão na madeira, associados à alta umidade, também podem
facilitar que outros agentes biodeteriorados (principalmente fungos apodrecedores)
ataquem a madeira. Contudo, conforme o processo corrosivo evolui, a acidez gerada pelos
conectores, assim como a toxidade dos íons metálicos liberados, retarda ou até elimina
o ataque desses fungos, mas o ataque pode continuar em regiões um pouco afastadas
da ligação (RITTER; MORRELL, 1990). Calil Junior et al. (2006) ainda sugerem que
sejam utilizados elementos não ferrosos ou galvanizados para evitar ou reduzir os efeitos
da corrosão na madeira.

Figura 20. Degradação da madeira gerada pela corrosão.

Fonte: Ritter; Morrell, 1990.

23
Capítulo 3
CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES ATMOSFÉRICOS,
METEOROLÓGICOS E ÍGNEOS

Além dos ataques físico-químicos, outros agentes abióticos que atacam a madeira são
os atmosféricos, meteorológicos e ígneos.

Os agentes atmosféricos podem desagregar a madeira tanto em ambientes internos


quanto externos, ainda que estas estejam abrigadas. Conforme o grau de exposição da
madeira, esses agentes podem causar uma série de danos, como deterioração física do
material (formação de fendas, empenamentos, desgaste superficial) e/ou alterações
químicas nos constituintes da madeira (MACHADO et al., 2009 apud BRITO, 2014).

Do ponto de vista estrutural, os agentes atmosféricos não causam danos consideráveis


quando comparados aos demais agentes, contudo seus ataques podem permitir ou
facilitar que os agentes biodeterioradores possam atacar a madeira. Alguns agentes
podem nem mesmo deteriorar a madeira em si, como a temperatura, contudo, caso
esta se encontre em um valor adequado, permite que os agentes deterioradores (como
fungos apodrecedores) possam se desenvolver e biodeteriorar a madeira.

3.1. Degradação pela ação de luz ultravioleta


A degradação oriunda do ataque por raios ultravioletas é muito lenta, atacando
principalmente as camadas externas, em que os danos são, em regra, estéticos. Dentre
os principais efeitos causados pela exposição da madeira ao sol, está a degradação
química da lignina, alterando a coloração – que fica escura se era clara ou clareia se era
escura –, contudo essa alteração se restringe a uma fina camada na superfície (CALIL
JUNIOR et al., 2006).

Em regra, independentemente da madeira, conforme o ataque pela radiação evolui,


a madeira vai adquirindo uma tonalidade acinzentada. A alteração da cor terá sua
intensidade condicionada à duração e à intensidade da radiação solar a que a peça estiver
exposta (MACHADO et al., 2009 apud BRITO, 2014).

Frequentemente, o dano causado pela ação dos raios ultravioletas é leve, não afetando
estruturalmente a madeira. Contudo essa fina camada atacada pode ser removida por
outro agente como a chuva, e quando esse processo de ataque e remoção superficial
acontece por um longo período, a seção da peça pode diminuir, influenciando a sua
capacidade portante (RITTER; MORRELL, 1990).

24
Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

Figura 21. Aspecto visual da madeira atacada por raios ultravioletas.

Fonte: Evans et al., 2015.

3.2. Degradação pela ação do intemperismo


Quando as peças estão expostas ao ambiente externo, elas ficam sujeitas à ação direta
da chuva e de diversos biodeterioradores. Quanto à chuva, para Machado et al. (2009)
apud Brito (2014), a madeira pode ser atacada principalmente pelas seguintes maneiras:

» a primeira é devido aos diversos ciclos de secagem e molhagem a que a madeira


está sujeita. Como já explicitado anteriormente, quando a umidade da madeira
varia entre 0 e 30%, esta apresenta variações dimensionais que, dependendo das
características da peça e da madeira utilizada, podem levar a uma série de defeitos
na peça e/ou na estrutura;

» deterioração e lixiviação da camada superficial (quando associado a outros agentes,


como a chuva), removendo essa camada e expondo a camada subjacente, ainda
sã, para que passe pelo mesmo processo.

Quando atacada pela chuva, ao degradar a camada superficial, associada à umidade


fornecida, a madeira pode perder sua proteção, permitindo que organismos
biodeterioradores a ataquem também. A variação de umidade também pode gerar
fendas ou trincas, que, assim como a deterioração da camada superficial, facilitarão o
ataque por demais agentes deterioradores.

Figura 22. Alterações e fendas superficiais na madeira devido ao ataque conjunto da radiação solar
e intemperismo.

Fonte: Machado et al., 2009 apud Brito, 2014.

25
UNIDADE II | Características dos agentes deteriorantes

3.3. Degradação pela ação das marés e das correntezas


Outro elemento causador de danos na madeira é o processo erosivo provocado pelo
atrito da água em contato com a madeira. Esses danos são mais comuns em elementos
estruturais em rios e mares, e são oriundos das correntezas e marés. O impacto da maré,
ou as variações de correnteza, vai degradando lentamente a camada superficial, em um
processo similar ao da chuva. Essas águas podem transportar elementos sólidos (como
galhos e grãos) que podem degradar a madeira devido à abrasão por impacto.

3.4. Degradação pela ação do vento


O vento é um elemento a ser considerado não somente como agente deteriorador da
madeira, mas também como dimensionamento da estrutura. Além dos danos gerados
em estruturas de coberturas e edifícios, pela desconsideração ou pelo dimensionamento
incorreto, o vento pode danificar diretamente a peça de madeira.

Na maioria das vezes, o vento não degrada sozinho, mas em conjunto com outros
agentes, como chuva ou radiação, principalmente retirando a camada já deteriorada
e permitindo que uma camada sã seja exposta. Além disso, o transporte de pequenas
partículas (areia e outros grãos), dependendo da velocidade e quantidade, pode levar
ao desgaste da camada superficial da madeira durante um longo período.

3.5. Danos devido ao fogo


A madeira pode ser considerada um material combustível, porém medianamente
inflamável, em que, dentre os diferentes elementos que podem deteriorar a madeira,
a queima, gerada pela exposição ao fogo ou pelas altas temperaturas, é o mais rápido
degradador. Essas características se justificam pela própria constituição química da
madeira, formada essencialmente por carbono e hidrogênio (COSTA, 2009).

Assim como na degradação por microrganismos, a queima da madeira consome oxigênio


e libera dióxido de carbono na atmosfera. Contudo, quando ela ocorre, a energia gerada
pelo fogo é liberada na forma de vapor de água, secando a madeira. Já na biodeterioração,
essa energia é usada para o desenvolvimento dos microrganismos (COSTA, 2009).

Durante a queima da madeira, resíduos sólidos começam a se formar na superfície


da madeira, na forma de carvão. Esse material forma uma capa protetora, com boa
capacidade de isolamento térmico, o que dificulta o ataque do fogo ao interior da película,
diminuindo a taxa de combustão ou até mesmo impedindo que a queima continue. Essas
peças danificadas pelo fogo podem permanecer em funcionamento nas estruturas por

26
Características dos agentes deteriorantes | UNIDADE II

anos, mantendo resistência considerável (RITTER, 1990; CALIL JUNIOR et al., 2006;
COSTA, 2009). Contudo, Calil Junior et al. (2006) alertam que ligações metálicas podem
transportar o calor para o interior da peça, permitindo que a queima do material continue.

Do ponto de vista de segurança estrutural, as estruturas de madeira podem ser


consideradas um dos materiais mais seguros quanto ao incêndio. Apesar de sua capacidade
de combustão, como apresentam a capacidade de criar uma camada protetora, sua
estrutura se mantém funcional por um período de tempo considerável, permitindo que
os residentes possam se retirar do local.

Figura 23. Características da madeira danificada pelo fogo.


Estrutura mista, em que se observa que a Seção transversal de uma peça de madeira
madeira continua com sua capacidade portante, sujeita ao fogo, em que apresentam as
ao contrário do aço. seguintes faixas: madeira aquecida; madeira
intacta; e efeito do arredondamento.
Seção original
Camada de
carvão

a)
Seção
b) residual

c)
Fonte: Ritter, 1990. Fonte: Costa, 2009.

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