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UNIDADE II
AVALIAÇÃO FUNCIONAL E
DE ADERÊNCIA DE PAVIMENTOS
Elaboração
Giovanna Monique Alelvan
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE II
AVALIAÇÃO FUNCIONAL E DE ADERÊNCIA DE PAVIMENTOS............................................................................................. 5
CAPÍTULO 1
DETERMINAÇÃO DO IGG ........................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DE ADERÊNCIA EM PISTAS MOLHADAS................................................................................................... 11
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO DE RUÍDO PROVOCADO PELO TRÁFEGO................................................................................................ 14
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................20
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AVALIAÇÃO FUNCIONAL
E DE ADERÊNCIA DE UNIDADE II
PAVIMENTOS
Capítulo 1
DETERMINAÇÃO DO IGG
O Índice de Gravidade Global (IGG) é definido pela norma DNIT 006/2003 – PRO para
ser usado juntamente com um método sistemático de defeitos. O IGG auxilia também
nos projetos de reforços (BERNUCCI et al., 2008).
O IGG é definido apenas para certas áreas da pista, escolhidas de forma amostral para
algumas regiões, sendo que o espaçamento entre elas é definido pelo DNIT, conforme
Tabela 2.
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UNIDADE II | Avaliação Funcional e de Aderência de Pavimentos
Por outro lado, as trilhas de roda são medidas utilizando uma treliça metálica, ilustrada
na Figura 30. Este equipamento possui uma haste móvel central, que consegue medir
os afundamentos com uma precisão de 0,5mm. Depois de medidos os afundamentos
externos e internos, são anotados na planilha e também registrada a existência de
afundamentos por consolidação e escorregamentos (BERNUCCI et al., 2008).
Os defeitos, por sua vez, são, então, analisados e anotados na planilha em alguma das
seguintes oito categorias: fissuras e trincas, trincas de bloco ou tipo couro de jacaré sem
erosão, trincas de bloco ou tipo couro de jacaré com erosão, afundamentos localizados,
corrugação ou panelas, exsudações, desgastes e remendos.
Com a planilha completa é feita a divisão da planilha em trechos que possuam características
semelhantes. Um exemplo de planilha é ilustrado na Figura 31. A partir de então, o
método contabiliza dois tipos de frequência: absoluta (Fa) e relativa (Fr).
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Inventário de Superfície
Trecho Operador
Rodovia
Subtrecho Revestimento Tipo
Data Folha Estaca Inicial Estaca Final
Estação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Faixa D E D E D E D E D E D E D E D E D E
Configuração da terraplanagem A A A SMA C C SMC C C C A A SMC C C A A A
Tipo OK Sem defeito
1 F1 Fissuras
(FCI) TTC Trincas transversais curtas X
TTL Trincas transversais longas X X X X X
TLC Trincas longitudinais curtas X X
TLL Trincas longitudinais longas X X
TRR Trincas isoladas retração
2 J Couro de jacaré X X X X X
FCII TB Trincas em Bloco
3 JE Couro de jacaré com erosão X X X X X X X X X
FCIII TBE Trincas em bloco com erosão
4 ALP Afundamento plástico local
ATP Afundamento plástico trilha X X X X X X X X X
5 O Ondulação
P Panela
6 EX Exsudação
7 D Desgaste X X X X X X X X X X X X
8 R Remendo X X
ALC Afundamento consolidação local
ATC Afundamento consolidação trilha
E Escorregamento X
TRI Afundamento trilha interna (mm) 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 4 6 8 3 2 5 5 4
TER Afundamento trilha externa (mm) 0 3 1 0 1 0 3 1 0 1 7 4 9 6 7 6 4 8
Fonte: Bernucci et al. (2008).
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Onde,
D = direita
E = esquerda
A = aterro
C = corte
SMA = seção mista (meia encosta)
O cálculo do IGG é, então, feito por meio da frequência relativa e de um fator de ponderação,
já apresentado na Tabela 2 e definido pela norma, conforme equação abaixo:
IGI = f r f p
Onde,
IGI = índice de gravidade individual de cada tipo de defeito;
fr = frequência relativa;
fp = fator de ponderação.
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F=
( ∑ FRE + ∑ FRI )
j
i
j
i
F=
( FRE v + FRI v )
2
Onde,
FRE = flecha na trilha externa em milímetros de cada uma das estações do segmento;
FRI = flecha na trilha interna em milímetros de cada uma das estações do segmento;
F = média aritmética da média das flechas na trilha externa e da média das flechas
na trilha interna do segmento;
A contribuição das flechas ou afundamentos nas trilhas de roda para cálculo do IGG,
além do fator de ponderação de 0,9, é contabilizada através de dois índices de gravidade
individual: IGIF que depende da magnitude média das flechas; e IGIFV, que depende da
magnitude das variâncias (BERNUCCI et al., 2008).
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IGI F = F quando F ≤ 30
3
ou
IGI F = 40 quando F > 30
e
IGI FV = FV 1, 0 quando FV ≤ 50
ou
IGI FV = 50 quando FV = 50
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Onde,
IGI = cada um dos índices de gravidade individual calculados para os oito tipos de
defeitos e para as trilhas de roda.
A norma do DNIT 06/2003 foi elaborada para substituir a norma do DNER 08/1994 e
apresentou novas faixas de qualidade do segmento a partir do IGG. A Tabela 3 ilustra
esses valores e atribuições.
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Capítulo 2
AVALIAÇÃO DE ADERÊNCIA EM PISTAS MOLHADAS
Dentro da segurança viária existem características físicas que devem ser estudadas para
se garantir medidas preventivas de segurança, tais como: defeitos na pista, desnível
entre faixa e acostamento, formação de espelhos d’água, presença de materiais soltos
na pista e resistência à derrapagem.
(veículo) Comprimento de
Referência
Irregularidade
“Pequeno Trecho
de Rodovia”
Ampliado 50 vezes
Megatextura
“Pneu”
Ampliado 5 vezes
Macrotextura
Área de Contato
Rodovia/Pneu
Ampliado 5
vezes
Microtextura
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A macrotextura, que pode ser aberta ou fechada, é definida pela forma, tamanho e
graduação dos agregados e da mistura do pavimento asfáltico, identificada a olho nu.
É esta a maior responsável pela aderência entre o pneu e o pavimento, e, também, por
drenar a água. Por fim, a megatextura é definida como desagregações e deformações na
superfície do pavimento (LOBATO, 2017).
Rugosa
Para evitar a hidroplanagem é necessário que a via tenha boa drenabilidade, ou seja,
tenha boa capacidade de expulsar a água que recebe pela superfície. Essa água é retirada
através de microcanais formados pela macrotextura, sendo assim, quanto menor a
profundidade da macrotextura, maior é o tempo de drenagem.
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Capítulo 3
AVALIAÇÃO DE RUÍDO PROVOCADO PELO TRÁFEGO
A preocupação com as pessoas que residem próximo a vias de alta circulação tem crescido
cada vez mais devido à poluição sonora. Além disso, esses ruídos provocados pelo tráfego
também podem afetar a fauna local, caso seja uma via próxima a área rural ou de mata.
Esses ruídos podem ser provocados tanto pelos veículos que trafegam na via quanto pelo
próprio pavimento. Atualmente, no Brasil, esta preocupação é recente, porém é muito
relevante para os estudos de pavimentação, como a procura por misturas asfálticas que
minimizem esses efeitos. Segundo Callai (2011), na União Europeia são feitos diversos
estudos para controle da poluição sonora.
Para que seja avaliado o ruído podem ser feitas avaliações em campo, utilizando sensores
e microfones adaptados para essa finalidade, ou ainda podem ser feitos diversos ensaios
de laboratório. O objetivo destes é avaliar a absorção dos ruídos para cada tipo de mistura
asfáltica projetada, bem como para revestimentos de concreto de cimento Portland.
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Tipo Descrição
Esse tipo de mecanismo ocorre em função da variação das forças de interação entre a
Impactos e choques banda de rodagem do pneu e o pavimento. Além disso, há, também, a resposta vibratória
da carcaça do pneu.
Esse tipo de mecanismo ocorre no interior dos sulcos da banda de rodagem, e também
Processos aerodinâmicos
entre ela e o revestimento.
Efeitos de adesão e Este mecanismo corre em função da vibração do pneu, uma vez que o ruído gerado por
micromovimentação da borracha esse movimento está relacionado com a velocidade de escorregamento dos elementos
do pneu sobre o pavimento da banda de rodagem.
Fonte: Adaptado de Callai (2011).
Sandberg (1977 apud Callai, 2011) apresentam uma tabela com o resumo de cada uma das
formas de geração e amplificação ou redução do ruído, conforme ilustrado na Tabela 6.
Tabela 6. Mecanismos de geração de ruído entre pneu e pavimento.
1 Mecanismo de Impacto 1 A – Impacto na banda de rodagem: impacto dos blocos ou outros elementos na
(principalmente vibrações superfície de rodagem do pneu, que seguem certo padrão, contra a superfície do
radiais) pavimento, causando vibrações tangenciais e, principalmente, vibrações radiais na
Vibracionais (pela estrutura)
2 Mecanismos de adesão 2 A – Stick/slip: movimento relativo entre elementos da banda de rodagem e a superfície
(principalmente vibrações do pavimento, causando vibrações tangenciais, também conhecida como scrubbing.
tangenciais) 2 B – Stick/snap: efeito de adesão entre o pavimento e a banda de rodagem, gerando
vibrações tangenciais ou radiais.
3 A – Turbulência de ar: efeito da turbulência próxima ao pneu devido ao deslocamento
de ar com rolamento do pneu no pavimento e devido ao arraste de ar pelo conjunto
roda/pneu.
Aerodinâmicos (pelo ar)
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4 Efeito Corneta 4 – Também conhecido como horneffect, mecanismo de amplificação do som devido
à forma da região situada entre a superfície do pavimento e o bordo de ataque ou de
Mecanismos de Amplificação e redução
Bemucci et al. (2007 apud CALLAI, 2011) realizaram ensaios para avaliar o ruído interno
em veículos, baseando na norma brasileira. Para isso, conforme ilustrado na Figura 35,
foi utilizado um “torso”, ocupando o espaço que seria ocupado por um ser humano. A
vantagem deste método é que é possível reproduzir as gravações para outros espectadores.
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O ruído externo pode ser medido junto ao pneu, no bordo da rodovia quando o veículo
passar com motor ligado (pass-by) ou desligado (coast-by). A Tabela 7 apresenta a
descrição de cada um dos métodos.
Ruído Externo
Nome do Sigla Princípio da técnica Área de aplicação Norma
método
Coast-by CB Veículo com pneus de teste cruza em uma pista com Teste e estudo detalhado dos ISO/CD
motor desligado. Velocidade variável. pneus. Estudo detalhado da 13325
superfície da rodovia.
Controlled Pass-by CPB Dois veículos selecionados (um de grande e outro de Estudo detalhado da Norma Francesa
pequeno porte). Com pneus selecionados (quatro superfície da rodovia. S/31 119
jogos de pneus, dois por veículo). Trafega pela rodovia
com o motor ligado e é medido o ruído.
Statistical Pass-by SPB Ruído medido no bordo de uma rodovia sem a escolha Estudos gerais da superfície ISO/CD
dos veículos. O tipo de veículo, velocidade e pressão da rodovia. 11819-1
sonora são anotados. Normalizadas as velocidades
para a referência. Mínimo de 100 veículos leves
(carros) e de 80 pesados (caminhões).
Close Proximity CPX Trailer com microfones acoplados próximos aos pneusEstudo detalhado da ISO/CD
de teste ou veículo com o mesmo sistema (pneu + superfície da rodovia. Estudo 11819-2
microfones) percorre uma área de testes. detalhado dos pneus.
On Board Sound OBSI Microfone acoplado junto ao pneu, um à frente e Estudo detalhado da ASTM
Intensity outro atrás do pneu. Método semelhante ao CPX. superfície da rodovia. Estudo WK26025
detalhado dos pneus.
Nível de ruído Leq Ruído medido ao lado de uma rodovia sem obstáculos Avaliação do nível máximo ABNT/NBR
equivalente que possam interferir na medição. equivalente de ruído em uma 10151
rodovia. ISO 1996-2
Fonte: Adaptado de Callai (2011).
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As barreiras sonoras são muito aplicadas no Japão e nos Estados Unidos, ilustradas
na Figura 36. Elas podem ser feitas de diversos materiais, podendo-se, ainda, fazer a
aplicação delas de forma mista, com árvores e muros, ilustradas na Figura 37.
Túnel Corte
Barreiras
Aterro vegetais
Isolamento Distanciamento
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Por outro lado, os pavimentos silenciosos também são excelentes alternativas e já estão
sendo amplamente difundidos nos países nórdicos. Eles são caracterizados por possuírem
altos volumes de vazios, o que pode comprometer as características estruturais. Sendo
assim, é recomendado o uso de aditivos e fibras para tornar as camadas mais coesas,
com menor potencial de desagregação (CALLAI, 2011).
(a) (b)
Fonte: Callai (2011).
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REFERÊNCIAS
AKTAS, B. et al. Comparative Analysis of Macrotexture Measurement Tests for Pavement Preservation
Treatments. Transportation Research Record Journal of the Transportation Research
Board. 2011.
APL (2017). Analyseur de profil em long. Disponível em: https://www.rhone.fr> Acesso em: setembro
de 2017.
ASTM E2380 / E2380M-15(2019), Standard Test Method for Measuring Pavement Texture
Drainage Using an Outflow Meter, ASTM International, West Conshohocken, PA.
BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P. & SOARES, J. B. (2008) Pavimentação Asfáltica:
formação básica para engenheiros. Petrobras: Abeda, Rio de Janeiro, RJ.
BOSCH (2017). Produtos. Disponível em: https://www.bosch-naradie.sk. Acesso em: setembro de 2017.
CALLAI, S. C. (2011). Estudo do ruído causado pelo tráfego de veículos em rodovias com
diferentes tipos de revestimentos de pavimentos. Dissertação de Mestrado, Universidade de
São Paulo, São Paulo, SP. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3138/tde-19072011-
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CIMENTO ITAMBÉ (2017). Campinas terá o maior BRT em pavimento de concreto. Disponível
em: http://www.cimentoitambe.com.br/campinas-maior-brt-pavimento-concreto/. Acesso em: setembro
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FGM (2017) Treliça para Pavimentos. FGM do Brasil. Disponível em: http://www.fgmdobrasil.com/
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Referências
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foundationspecialistsgroup.com.au/assets/files/2016/09/LFWD.png. Acesso em: outubro de 2017.
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Manutenção de Pavimentos. Universidade do Mato Grosso, Sinop. Disponível em: http://sinop.unemat.
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VECTRA FRANCE (2009). Mesure de l’uni transversal d’une chaussée par capteurs à ultrasons.
Disponível em: http://vectrafrance.com/fileadmin/Documents/TUS.pdf. Acesso em: setembro de 2017.
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