MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA PROFESSOR: ERLON RABELO CORDEIRO
AÇOS-LIGA. PROPRIEDADES MECÂNICAS E FATORES QUE DEPENDEM OBJETIVOS DA AULA
Saber as razões que justificam o uso dos
aços-liga; Conhecer a influência dos elementos de liga nos determinados tipos de aço e nos seus microconstituintes; Conhecer sob que ponto de vista os aços são classificados. Características a se atingirem Introdução de outros elementos de liga no aço- carbono quando se deseja: aumentar a dureza e a resistência mecânica; conferir resistência uniforme em peças grandes; diminuir o peso para reduzir a inércia; conferir resistência à corrosão; aumentar a resistência ao calor; aumentar a resistência ao desgaste; aumentar a capacidade de corte; melhorar as propriedades elétricas e magnéticas. Características a se atingirem O aumento de resistência se dá pela adição de até 5% de elementos de liga, sem alterar os princípios fundamentais dos tratamentos térmicos; Para outras características, requere-se a introdução de elementos de liga em teores mais elevados; Altos teores de elementos de liga provocam alterações mais profundas na ferrita. Os tratamentos térmicos devem ser mudados; Da quantidade total de aços-liga produzida, cerca de 60% pertence à série 86XX (elementos de liga Ni, Cr e Mo). São relativamente caros. Distribuição dos Elementos de Liga nos Aços Recozidos Os microconstituintes essenciais desse tipo de aço são a ferrita e o carboneto; Dispersões de materiais não metálicos finamente divididas servem para evitar o excessivo crescimento de grão; Outro constituinte, raro, é representado por compostos intermetálicos especiais; O quinto constituinte é representado pelo próprio elemento de liga adicionado (ex. Cobre ou Chumbo); A tendência formadora de carbonetos desses elementos só se revelará na presença de teores apreciáveis de carbono. Efeito dos Elementos de Liga sobre a Ferrita Efeito dos Elementos de Liga sobre a Ferrita Efeito dos Elementos de Liga nos Carbonetos A influência sobre as propriedades do aço é conhecida pela quantidade, forma e finura das dispersão das partículas de carboneto; Sobre as propriedades mecânicas, as mudanças de composição dos carbonetos têm pouco interesse; De um modo geral, as partículas de carbonetos, quando sua dispersão for semelhante, atuam no mesmo sentido, diferenciando-se apenas na resistência à tração, assim como nas propriedades especiais que podem conferir aos aços, dependendo de sua composição química. Efeito dos Elementos de Liga na forma das inclusões não- metálicas O maior interesse nesse tipo de inclusões relaciona- se com o seu efeito no sentido de melhorar a usinabilidade dos aços recozidos; P. ex: a criteriosa presença do sulfeto de manganês na forma de pequenas tiras alongadas; A grafita é igualmente considerada uma forma de inclusão não-metálica nos aços. Efeito dos Elementos de Liga na Formação da Austenita Os elementos de liga influenciam levemente no endurecimento, aumentam um pouco a resistência à deformação, e aumentam ligeiramente a temperatura de crescimento do grão; Efeito dos Elementos de Liga na Formação da Austenita Efeito dos Elementos de Liga na Faixa de Temperaturas de Formação da Martensita Influenciam basicamente nas temperaturas de fim e início de formação da martensita, e sobre a dureza da martensita Efeito dos Elementos de Liga na Faixa de Temperaturas de Formação da Martensita Elementos de liga como Mn e Cr podem abaixar a temperatura da reação martensítica, a ponto de evitar sua formação total; De mais influência nisso tem-se o carbono. A seguir verifica-se Mn, Cr, Ni, Mo e W; A presença do Co aumenta temperatura de início de formação da martensita; Sobre a temperatura de fim de formação da martensita, aparentemente o efeito é o mesmo por parte dos elementos indicados; Quanto a dureza, observa-se que elementos de liga, além do C, endurecem a martensita. Efeito dos Elementos de Liga na Faixa de Temperaturas de Formação da Martensita Efeito dos Elementos de Liga no Revenido Uma grande proporção da austenita retida provoca o retardamento do amolecimento do aço: “dureza secundária”; O endurecimento secundário é causado também pela precipitação de uma dispersão extremamente fina de carbonetos de elementos de liga; Os carbonetos capazes de produzir tais efeitos são: W2C, Mo2C e VC; Esses carbonetos precipitados provocariam uma melhora da resistência ao aço e altas temperaturas. OBSERVAR TABELA 23 (Aços e Ferros Fundidos). Classificação dos Aços-Liga Mesmo diante da complexidade Teor de se criar dos aproximado uma classificação, elementos que Classe Designação tipos mais comuns de aço e com teores relativamente identificam a classe baixos de elementosAços-liga de liga, são classificados na SAE, AISI, ABNT e 32XX outras associações técnicas. Níquel-cromo (ABNT Ni: 1,75 %p,NBR 6006/80). Cr: 1,07 %p 33XX Níquel-cromo Ni: 3,5 %p, Cr: 1,50 a 1,57 %p 34XX Níquel-cromo Ni: 3,00 %p, Cr: 0,77 %p 41XX Cromo-molibdênio Cr: 0,50, 0,80 e 0,95 %p Mo: 0,12, 0,20, 0,25 e 0,30 %p 43XX Níquel-cromo-molibdênio Ni: 1,82 %p, Cr: 0,50 e 0,80 %p, Mo: 0,25%p 47XX Níquel-cromo-molibdênio Ni: 1,05 %p, Cr: 0,45 %p, Mo: 0,20 e 0,35 %p 81XX Níquel-cromo-molibdênio Ni: 0,30 %p, Cr: 0,40 %p, Mo: 0,12 %p 86XX Cromo-níquel-molibdênio Ni: 0,55 %p, Cr: 0,50 %p, Mo: 0,20 %p 87XX Cromo-níquel-molibdênio Ni: 0,55 %p, Cr: 0,50 %p, Mo: 0,25 %p 88XX Cromo-níquel-molibdênio Ni: 0,55 %p, Cr: 0,50 %p, Mo: 0,35 %p Classificação dos Aços-Liga Pode-se classificar os aços de três formas; 1. De acordo com a composição química: 1.1 aços-carbono; 1.2 aços-liga de baixo teor em liga – elementos residuais acima dos teores normais (até 3,5%). Os elementos de liga aqui não alteram profundamente as estruturas dos aços resultantes, e nem a natureza dos tratamentos térmicos; 1.3 aços-liga de alto teor em liga – elementos de liga com presença mínima de 10%. Alteram a estrutura e a natureza dos tratamentos térmicos; 1.4 aços-liga de médio teor em liga. Classificação dos Aços-Liga 2. De acordo com a estrutura: 2.1 perlíticos – elementos de liga até 5%. Propriedades mecânicas melhoradas por têmpera e revenimento. Usinabilidade considerada boa; 2.2 martensíticos – dureza muito elevada e baixa usinabilidade; 2.3 austeníticos – retêm a estrutura austenítica à temperatura ambiente devido aos alto teores de elementos de liga. Inoxidáveis, não magnéticos e resistentes ao calor são desse grupo; 2.4 ferríticos – possuem elevados teores de elementos de liga com baixo teor de carbono. Não reagem à têmpera. No recozido, aparecem pequenas quantidades de cementita; 2.5 carbídicos – quantidades consideráveis de C e formadores de carbonetos (Cr, W, Mn, Ti, Nb e Zr). Na sua estrutura compõem-se de carbonetos dispersos na matriz. Usados em ferramentas de corte e em matrizes. Classificação dos Aços-Liga 3. De acordo com a aplicação: 3.1 aços para fundição – boa combinação de resistência, ductilidade e tenacidade. Ainda, boa usinabilidade e soldabilidade. Suscetíveis a têmpera e revenimento; 3.2 aços estruturais – ao carbono ou com pequenos teores de elementos de liga. Boas ductilidade e soldabilidade; 3.3 aços para trilhos – ao carbono. Boa resistência mecânica e boa resistência ao desgaste; 3.4 aços para chapas – excelente deformabilidade e boa soldabilidade; 3.5 aços para tubos – em geral mesmas características dos aços para chapas; 3.6 aços arames e fios – resistência à tração notáveis; 3.7 aços para molas – elevado limite elástico; Classificação dos Aços-Liga 3.8 aços de usinagem fácil – elevados teores de S e P, com eventual presença do Chumbo; 3.9 aços para cementação – baixo C e baixos teores de elementos de liga. Ótimas características para enriquecimento superficial de C, com núcleo tenaz depois da cementação; 3.10 aços para nitretação – ao carbono e Cr, Mo e Al; 3.11 aços para ferramentas e matrizes – alta dureza também em altas temperaturas. Satisfatória tenacidade. Pouco significado há a ductilidade. Os mais sofisticados possuem altos teores de elementos de liga (aços rápidos), como W, Cr e V, e evetualmente Mo, Co, e outros. Possuem ainda alta capacidade de corte e alta capacidade de suportar deformações; 3.12 aços resistentes ao desgaste – 10 a 14% de manganês e 1 a 1,4% de carbono; Classificação dos Aços-Liga 3.13 aços resistentes à corrosão – os inoxidáveis. Elevados teores de cromo ou cromo-níquel; 3.14 aços resistentes ao calor – os refratários. Elevados teores de cromo e níquel e com resistência à oxidação pelo calor. Mantêm as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente e elevadas; 3.15 aços para fins elétricos – empregados em motores e transformadores. Apresentam Si (4,75%), ou altos teores de cobalto ou altos teores de níquel; 3.16 aços para fins magnéticos – alto teor de carbono, cromo médio, eventual tungstênio, eventual molibdênio e elevada quantidade de cobalto. Quando temperados apresentam características de imantação permanente; Classificação dos Aços-Liga 3.17 aços ultra-resistentes – desenvolvidos para indústria aeronáutica, com atuações me outros setores. Elevada relação resistência/peso. Alguns com limite de escoamento acima de 1470 Mpa. As excepcionais resistências mecânicas são obtidas mediante o tratamento térmico em composições contendo diversos elementos de liga em teores geralmente baixos; 3.18 aços criogênicos – resistentes ao efeito de baixas temperaturas; 3.19 aços sinterizados – produtos de metalurgia do pó, incluindo ferro quase sem carbono, aços comuns e alguns aços especiais.