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Tratamentos térmicos e metalografia................................................................

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Introdução ao controle e ensaio dos Produtos Siderúrgicos............. 3
Ensaios mecânicos............................................................................................. 5
Análise química................................................................................................... 6
Exame metalográfico........................................................................................ 6
Pontos fortes de materiais (strengths)...................................................... 7
Tipos de estresse........................................................................................ 7
Tensão de tração e compressão (tensão direta)........................... 8
Coeficiente de Poisson.............................................................................. 8
Tensão de cisalhamento.......................................................................... 9
Estresse de flexão....................................................................................10
Dobra combinada e tensões diretas................................................. 10
Estresse hidrostático (tridimensional)............................................. 11
Relação entre constantes elásticas................................................... 11
Estresse composto...................................................................................11
Flexão e torção combinadas........................................................................ 12
Fator de design e fator de segurança...................................................... 12
Confiabilidade.................................................................................................... 13
Resumindo estresse e força.........................................................................16
Bibliografia.......................................................................................................... 18
Tratamentos térmicos e metalografia

Introdução ao controle e ensaio dos Produtos Siderúrgicos


Aula 04

Em usinas, oficinas, nos canteiros de obras, os operários e


responsáveis pelo serviço orientam-se frequentemente pelas
indicações da fornecedora do material usinado.
Algumas medidas tomadas para confirmação do tipo de material,
são muitas vezes toscas, porém são medidas de verificação práticas
que resultam da observação de diversos fatos, muitas vezes
pequenos, que com a experiência foram transformados em índices de
medidas.
O aspecto da superfície ou da fratura de peças, o
comportamento do metal sob a ação de uma lima, de um martelo, de
um imã; a sonoridade das peças, a forma das fagulhas emitidas ao
esmeril, o aspecto da limalha ou dos cavacos residuais no torno
mecânico, as cores do material durante o revenimento, etc., prestam
informes preciosos ao observador experimentado.
E, às vezes, são os únicos economicamente viáveis em certos
setores da indústria, por serem realizáveis sem aparelhamento
especial.
Apesar de que em muitos casos verificações dessa natureza são
suficientes, existem outras que não dispensam um controle severo.
Por este motivo, em determinadas indústrias, é absolutamente
necessário o uso de instrumentos de precisão para medir, por
exemplo, a dureza das peças, ou a temperatura dos fornos de
recozimento, de têmpera, de revenido ou mesmo de faseio, pois o
controle empírico ou “a olho", jamais conseguiria assegurar a rigorosa
uniformidade de produção que certas peças requerem.
Indicações mais técnicas e completas são fornecidas pelos
ensaios de laboratório, com o auxílio de máquinas, instrumentos e
métodos adequados para cada caso.
Quase todos os resultados são expressos numericamente de
modo a permitirem seu confronto com valores consignados em
normas, especificações ou outros dados que sirvam de comparação.
Esse procedimento constitui um critério seguro e justo para a
apreciação do valor real de um produto, além de fornecer indicações
que podem habilitar os fabricantes a melhorarem seu material,
corrigindo os defeitos que os ensaios forem apontando.
Os produtos siderúrgicos podem ser controlados de maneira
rudimentar, no canteiro de obra, na usina, na oficina, pelo operário,
contramestre, mecânico ou então, se a natureza do produto exigir,
controlados de maneira técnica e muito mais precisa, por químicos,
engenheiros metalurgistas, técnicos especializados nos laboratórios
das fábricas ou nas instituições para isso destinadas.
Ambas as partes do controle, a de usina e a de laboratório, são
valiosas e requerem prática e competência. Elas não se excluem, ao
contrário, completam-se mutuamente.
A primeira é sem dúvida pouco precisa, mas tem a vantagem
de ser feita “in loco”, sem perda de tempo, permitindo certas
providências imediatas.
A segunda é em geral mais demorada e muito mais trabalhosa;
mas em certas indústrias ela é absolutamente indispensável e precisa
ser efetuada com presteza, pois os seus resultados são quase sempre
aguardados com urgência.
Com a finalidade de aumentar a eficiência dos trabalhos de
laboratório, notáveis progressos têm sido introduzidos, quer na
aparelhagem, quer nos métodos; de modo a tornar os exames e as
análises mais rápidas, sem prejuízo do grau de precisão necessário.
Embora os técnicos de laboratório e os de usina desenvolvam
suas atividades em campos diferentes, é altamente proveitoso que
ocorra entre ambos uma troca recíproca de certos conhecimentos de
cada especialidade.
Isso permite, ao técnico da usina, a compreensão mais
completa das causas dos diversos fenômenos que ocorrem nos
trabalhos sob sua orientação e ao técnico de laboratório, descobrir
mais facilmente a origem de certos defeitos e sugerir providências
para melhoria da produção, que sejam exequíveis nas condições de
trabalho da usina.
Estes ensaios de laboratório podem ser agrupados em três
categorias principais:
1. Ensaios mecânicos;
2. Análise química;
3. Exame metalográfico.

Ensaios mecânicos
Os ensaios mecânicos visam determinar valores numéricos que
caracterizam, de certa maneira, as propriedades mecânicas do
material.
Estas determinações são feitas com auxílio de máquinas
apropriadas que, ao mesmo tempo que aplicam o esforço, acusam a
sua intensidade.
O ensaio pode ser feito sobre peças inteiras ou sobre pedaços
de forma conveniente (corpos de prova) extraídos das peças. Neste
último caso, os resultados obtidos representam as propriedades
mecânicas do material de que a peça é feita e não propriamente as
da peça em si, como um todo.
Os ensaios mais comuns são os de tração, dobramento, dureza,
resistência ao choque, flexão, torsão, desgaste, embutimento,
pressão interna, fadiga, compressão (esmagamento ou achatamento)
e outros menos frequentes.
Para os aços, os ensaios de tração, dobramento e dureza são os
mais usuais; e para os ferros fundidos, os de flexão, dureza e tração.

Análise química
A análise química dosa os elementos que intervém na
composição do material.
Para os aços comuns determinam-se as percentagens de
carbono, silício, manganês, fósforo e enxofre e para os ferros
fundidos, além dessas, a do carbono no estado de grafita.
Nos produtos siderúrgicos comuns existem ainda outros
elementos tais como o oxigênio, o nitrogênio, o hidrogênio, que
também influem nas propriedades do metal, mas como ocorrem,
geralmente, em baixa percentagem e são de dosagem mais
trabalhosa, sua determinação deixa habitualmente de ser feita.
Com auxílio da espectrografia podem fazer-se análises mais
rápidas e simultâneas de numerosos elementos, detectando qualquer
metal estranho que entre na composição do material examinado,
mesmo que seu teor seja relativamente pequeno.

Exame metalográfico
O exame metalográfico encara o metal sob o ponto de vista de
sua estrutura, procurando relacioná-la às propriedades físicas,
composição, processo de fabricação, etc., de modo que possa
esclarecer ou prever seu comportamento numa determinada
aplicação.
O exame pode ser feito visualmente (exame macrográfico, ou
macrografia) ou com o auxílio de um microscópio (exame
micrográfico ou micrografia).
Esses exames são feitos em seções do material, polidas e
atacadas com reagentes adequados.
Pela micrografia obtém-se informes de caráter geral, um
aspecto de conjunto sobre a homogeneidade do material da peça, a
distribuição, natureza e quantidade de certas impurezas, processos
de fabricação, etc.
Pela micrografia pode observar-se a granulação do material, a
natureza, quantidade, distribuição e forma dos diversos constituintes,
certas inclusões, etc., que em seu conjunto conduzem a uma série de
conclusões interessantes e de utilidade prática.

Resumindo:

O ensaio mecânico constata os valores da resistência, dureza,


etc., do material.
A análise química mostra de que o material é feito.
O exame metalográfico fornece dados sobre como o material ou
a peça foram feitos e também sobre sua homogeneidade.

Pontos fortes de materiais (strengths)

Tipos de estresse
Os projetos de engenharia, incluindo os projetos de mecânica e
mecatrônica, envolvem a determinação correta dos tamanhos dos
componentes para suportar o máximo estresse devido às
combinações diretas de cargas de flexão e cisalhamento.
Serão observados agora os diferentes tipos de estresse e suas
combinações.
Apenas o caso de estresse bidimensional é tratado, embora
muitos casos de combinações de tensão tridimensionais também
ocorrem.
A teoria é aplicada ao caso especial de eixos sob torção e flexão.

Tensão de tração e compressão (tensão direta)


Estresse direto, de cisalhamento e flexão.

t t
K D
Dt

D KD ã  
D ã D
D K t݅

K D
tó t݅ D t 䁞 Kt K 䁞
D ã D t

Coeficiente de Poisson
KD ã t Dçã t t t
D݁ D KD D
KD ã D â t݅ DK t t t D t
耀 D
耀 D
Nota: Se eL é positivo, eB é negativo.

Tensão de cisalhamento

D ã D t݅ t D K

D ã D t݅ t D K D ó t݅ D t݅ t D K

 
Nota: A é paralelo à direção de P.
Estresse de flexão
t㤵
䁞 K D D D ݁݅D ã

Onde:
M = momento fletor.
I = segundo momento da área da seção.
Y = distância do centroide até o ponto considerado.

t㤵
䁞 K D D á 

Onde ym, = valor máximo de y para tração e estresse de


compressão.


t D t tKt t
t

t
tó t݅ D ݁݅D ã D

Dobra combinada e tensões diretas

th
Estresse hidrostático (tridimensional)

D ã ݅t éK tD

tó t݅ t݅
D

Onde:
p = pressão
V = volume

Relação entre constantes elásticas


䁞 䁞

耀 耀

Estresse composto
Onde: tensão máxima de cisalhamento.
h
th

Para tensões normais   e 㤵 com


tensão de cisalhamento :
Tensão principal máxima = (   + 㤵)
/2+ t 
Tensão principal mínima = (   + 㤵)
/2– t 

tt 耀
h

Flexão e torção combinadas


Para eixos circulares sólidos e ocos, o estresse seguinte pode
ser derivado da teoria para bidimensional (composto). Se o eixo
estiver sujeito ao momento de flexão M e torque T, o máximo stress
direto e de cisalhamento, , e , são iguais aos produzidos por
momentos "equivalentes" Me e Te, onde:

D tD
D

Onde:
Zp = módulo polar

Fator de design e fator de segurança


Uma abordagem geral para o problema de carga admissível
versus de perda de carga é o método do fator de design determinista,
às vezes chamado de método clássico de desenhar. A equação
fundamental é:
t â DK D D t D ݁t çã
t â DK á  D K

Onde nd é chamado de fator de design.

Todos os modos de perda de função devem ser analisados e o


modo que leva ao menor fator adotado. Após a conclusão do projeto,
o fator de projeto real pode mudar o resultado de alterações, como
arredondamento de medidas para um tamanho padrão.
Para uma seção cruzada ou componentes “off-the-shelf”
adotamos classificações mais altas em vez de empregar o que é
calculado, usando para isso um fator de segurança. O fator é então
referido como o fator “n” de segurança.
O fator de segurança tem a mesma definição que o fator de
adotado no projeto, mas geralmente difere numericamente.
Como a tensão pode não variar linearmente com a carga, usar
a carga como parâmetro de perda pode não ser aceitável. É mais
comum expressar o fator design em termos de estresse e uma força
relevante. Assim pode ser reescrito como os termos de estresse e
força da equação abaixo, sendo utilizados o mesmo tipo e unidades
da equação acima. Também o estresse e força devem ser aplicados
ao mesmo local crítico na peça.
݁ çt D D t D ݁t çã
KD ã t í D݅ t 耀

Confiabilidade
Nestes dias de números cada vez maiores de ações judiciais de
responsabilidade e da necessidade de regulamentos emitidos por
agências governamentais, é muito importante para o projetista e o
fabricante conhecerem a confiabilidade de seu produto.
O método de design de confiabilidade é aquele em que são
obtidas a distribuição de tensões e distribuição de forças e, em
seguida, relacionados estes dois, com a finalidade de alcançar uma
taxa de sucesso aceitável.
A medida estatística da probabilidade de um elemento mecânico
não falhar durante o uso é chamado de confiabilidade desse elemento.
A confiabilidade R pode ser expressa por:

Onde pf é a probabilidade de falha, dada pelo número de


instâncias de falhas por número total de instâncias possíveis.
O valor de R cai no intervalo 0 R 1. Uma confiabilidade de
R = 0,90 significa que há uma chance de 90% de que a peça irá
executar sua função adequada sem falha.
A falha de 6 partes de cada 1000 fabricadas pode ser
considerada uma taxa de falha aceitável para uma determinada
classe de produtos. Isto representa uma confiabilidade de:

tn a t na
ttt

No método de confiabilidade do design, a tarefa do designer é


fazer uma seleção criteriosa de materiais, processos e geometria
(tamanho), de modo a obter uma confiabilidade específica. Assim, se
a confiabilidade objetiva é de 99,4%, como acima, qual combinação
de materiais, processamento e dimensões é necessária para atingir
esse objetivo?
Se um sistema mecânico falha quando qualquer componente
falha, o sistema é considerado um sistema em série. E se a
confiabilidade do componente i é Ri em um sistema de série de n
componentes, então a confiabilidade do sistema é dada por:
Por exemplo, considere um eixo com dois rolamentos com
confiabilidade de 95% e 98%. Na equação acima, a confiabilidade
geral do sistema de eixos é:

R = R1 R2 = 0.95 (0.98) = 0.93 ou 93%

Análises que levam a uma avaliação da confiabilidade abordam


incertezas, ou suas estimativas, em parâmetros que descrevem a
situação. Variáveis estocásticas (o padrão estocástico é aquele cujo
estado é indeterminado, com origem em eventos aleatórios) como
estresse, força, carga ou tamanho são descritos em termos de suas
médias, desvios-padrão e distribuições.
Se as esferas de rolamento forem produzidas por um processo
de fabricação em que a distribuição de diâmetro é criada, é possível
dizer ao escolher uma esfera que há incerteza quanto ao seu
tamanho. Se for considerar peso ou momento de inércia na
laminação, essa incerteza de tamanho pode ser considerada como
propagada para os nossos valores conhecidos de peso ou inércia.
Essas são formas de estimar os parâmetros estatísticos que
descrevem o peso e a inércia daqueles que descrevem tamanho e
densidade. Estes métodos são chamados de propagação de erro,
propagação da incerteza ou propagação da dispersão.
Eles são parte integrante das tarefas de análise ou síntese
quando a probabilidade de falha está envolvida.
É importante notar que bons dados estatísticos e estimativas
são essenciais para executar uma análise de confiabilidade aceitável.
Isso requer uma boa quantidade de testes e validação dos dados. Em
muitos casos isso não é prático e uma abordagem determinista do
projeto deve ser realizada.

Resumindo estresse e força


A sobrevivência de muitos produtos depende de como o
projetista ajusta o máximo que um componente é inferior que a força
do componente, em locais críticos.
O projetista deve permitir que o estresse máximo seja menor
que a força para uma margem de modo que, apesar das incertezas, a
falha não aconteça ou tenha pouquíssima possibilidade de acontecer.
Ao focar na comparação entre força e estresse em um local
crítico, muitas vezes é procurada "força na geometria e na condição
de uso". Os pontos fortes são magnitudes de tensões em que algo de
interesse ocorre, como o limite proporcional, rendimento de 0,2% de
deslocamento ou fratura. Em muitos casos, tais eventos representam
o nível de estresse no qual ocorre a perda de função.
Força é uma propriedade de um material ou de um elemento
mecânico. A força de um elemento depende da escolha, do
tratamento e do processamento do material.
Considere, por exemplo, um carregamento de molas. É possível
associar uma força com um valor específico. Quando esta mola é
incorporada em uma máquina, forças externas são aplicadas que
resultam em tensões induzidas pela carga, cujas magnitudes
dependem de sua geometria e são independentes do material e do
seu processamento.
Lembre-se então que a força é uma propriedade inerente de
uma parte, uma propriedade construída na parte por causa do uso de
um determinado material e processo.
Vários processos de usinagem e tratamento térmico, como
forjamento, laminação e formação a frio, causam variações na força
de ponto a ponto em toda a peça.
Lembre-se, também, que um valor de força dado por uma parte
pode se aplicar a apenas um ponto ou conjunto de pontos na peça.
O estresse é uma propriedade do estado em um ponto
específico dentro de um corpo, que é uma função de carga,
geometria, temperatura e processamento de fabricação. Em um curso
elementar em mecânica dos materiais, o estresse relacionado à carga
e à geometria é enfatizado na discussão de tensões térmicas. No
entanto, tensões devido a tratamentos térmicos, moldagem,
montagem, etc. também são importantes e às vezes negligenciados.
Bibliografia

ASKELAND. D. R. Ciência e Engenharia dos Materiais. São Paulo:


Cengage Learning, 2008.

CALLISTER W. D. Ciência e Engenharia dos Materiais: uma


introdução. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos – LTC, 2000.

CHIAVERINI V. Tecnologia Mecânica I, II, III. São Paulo: Editora


McGraw-Hill, 1977.

DIETER. G. E. Metalurgia Mecânica. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora


Guanabara Dois, 1981.

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