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Escola Superior de Tecnologia de Abrantes

Manutenção de Sistemas Mecatrónicos

Ensaio de Tração e Vickers


Liga de Alumínio 2030

Augusto José Lourenço Filipe – Aluno nº81544


Gonçalo Rodrigues Coelho Marques – Aluno nº81543
Rui Miguel Chambel Marques Ramos Leitão – Aluno nº81474

Orientado por:
Carlos Campos Coelho – Instituto Politécnico de Tomar
Índice

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................4
2. ENSAIOS MECÂNICOS .............................................................................................................4

2.1. COMPOSIÇÃO DO PROVETE ...........................................................................................5


2.2. ENSAIO DE TRAÇÃO .........................................................................................................6

2.2.1. Força de tração ...............................................................................................................7


2.2.2. Tensão de tração .............................................................................................................7
2.2.3. Alongamento ..................................................................................................................8
2.2.4. Estricção .........................................................................................................................8

2.3. DIAGRAMA DE TRAÇÃO .................................................................................................9

2.3.1. Região elástica................................................................................................................9


2.3.2. Região plástica .............................................................................................................10

2.3.2.1. Escoamento ...........................................................................................................10


2.3.2.2. Encruamento .........................................................................................................10
2.3.2.3. Estricção e Rotura .................................................................................................10

2.4. Procedimento Experimental (ensaio de tração) ...................................................................10

2.4.1. Equipamento utilizado..................................................................................................11


2.4.2. Preparação do provete e realização do ensaio ..............................................................12
2.4.3. Apresentação dos resultados experimentais .................................................................13

2.4.3.1. Alongamento .........................................................................................................13


2.4.3.2. Região Elástica......................................................................................................14
2.4.3.3. Deformação Plástica .............................................................................................15

2.5. Ensaio de Dureza (ensaio Vickers) ......................................................................................16

2.5.1. Ensaio de Vickers .........................................................................................................16

3. Discussão de resultados e Conclusões ........................................................................................18


Referências bibliográficas ..................................................................................................................20
Web grafia ..........................................................................................................................................20
Figura 1: composição da liga de alumínio do provete ___________________________________________________ 5
Figura 2: Gráfico comparativo de ensaios ____________________________________________________________ 7
Figura 3: Imagem ilustrativa de uma máquina de tração universal _________________________________________ 7
Figura 4: Alongamento ___________________________________________________________________________ 8
Figura 5: diagrama de tração (tensão - extensão) ______________________________________________________ 9
Figura 6: dimensões do provete ___________________________________________________________________ 11
Figura 7: Extensómetro _________________________________________________________________________ 12
Figura 8: Máquina de tração _____________________________________________________________________ 12
Figura 9: Provete nas pinças da máquina ___________________________________________________________ 13
Figura 10: Extensómetro colocado no provete ________________________________________________________ 13
Figura 11: Fratura do provete ____________________________________________________________________ 13
Figura 12: Gráfico obtido com o ensaio _____________________________________________________________ 14
Figura 13: Gráfica tensão extensão com valores do Stroke ______________________________________________ 15
Figura 14: Gráfico utilizando os valores do extensómetro_______________________________________________ 15
Figura 15: Ensaio de Vickers _____________________________________________________________________ 17
Figura 16: Valor medido automaticamente __________________________________________________________ 17

Tabela 1: Tabela da composição química das ligas serie 2000 (www.bronmetal.com) ..................................................... 6
Tabela 2: Propriedades da liga de aluminio2030............................................................................................................. 14
Tabela 3: Comparativa de valores .................................................................................................................................... 18
Tabela 4: Propriedades da liga de Alumínio Al 6082T6 ................................................................................................. 19
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho prático, inserido na disciplina de Materiais e Tecnologia Mecânica teve como objetivo,
promover o entendimento da importância dos ensaios mecânicos, das suas características e
aplicações. O corpo de prova estudado neste trabalho foi um provete de alumínio, no qual foi realizado
um ensaio de tração, seguindo a norma NP EN 10002-1 2006 e um de dureza (ensaio de Vickeres).
Para determinar a composição química do provete de alumínio foi efetuado um varrimento, utilizando
o Espectrômetro FRX portátil “S1 TITAN” modelo 600, com excitação por tubo.
Com este ensaio, pretendeu-se determinar as propriedades mecânicas do material constituinte do
provete e comparar os resultados com os parâmetros definidos na norma para este alumínio.
Propriedades mecânicas a estudar:

• Módulo de elasticidade

• Limite elástico

• Tensão de rotura

• Alongamento

2. ENSAIOS MECÂNICOS
O conhecimento das propriedades de um material é um fator determinante nas escolhas na fase de
projeto. Os ensaios mecânicos dos materiais têm como objetivo determinar as propriedades mecânicas
de um material. São procedimentos realizados em conformidade com normas técnicas, em que se
submete um corpo de prova ou um determinado material a esforços externos; podem ser de tração,
compressão, corte, flexão, torção ou uma combinação deles. Normalmente os ensaios mecânicos são
classificados em dois tipos:

• Ensaios destrutivos;

• Ensaios não destrutivos.

Ensaios destrutivos são aqueles que deixam algum sinal na peça ou no provete submetido ao ensaio,
mesmo que estes não fiquem inutilizados.
Alguns exemplos de ensaios destrutivos:

• Tração

• Compressão

• Flexão

• Torção

• Dureza

• Fluência

• Fadiga

• Impacto

Ensaios não destrutivos são aqueles que após a sua realização não deixam nenhuma marca ou sinal,
nunca inutilizam a peça ou provete. [1][2]

2.1. COMPOSIÇÃO DO PROVETE

Para determinar a composição química do provete recorreu-se ao Espectrómetro FRX portátil “S1
TITAN” modelo 600 com excitação por tubo, os resultados obtidos estão representados na Fig.1.

Figura 1: composição da liga de alumínio do provete

Os valores obtidos no espectómetro não foram os esperados para esta liga Alúminio 2030, conforme
Tabela 1.
Tabela 1: Tabela da composição química das ligas serie 2000 (www.bronmetal.com)

2.2. ENSAIO DE TRAÇÃO

O ensaio de tração é uns dos mais comuns a ser usado em engenharia. Não é possível um ensaio
representar na totalidade as condições reais de serviço de um componente; a importância do ensaio
de tração está relacionada com a melhor relação entre informações obtidas sobre o comportamento
mecânico dos materiais e o custo/complexidade do ensaio. Fig. 2.
Através do ensaio de tração pode-se determinar a resistência à tração, o limite de elasticidade e o de
fluência, o alongamento, a estricção e o modo de elasticidade; analisando estes valores poderemos
avaliar a ductilidade ou a fragilidade, a plasticidade, a elasticidade e a tenacidade dos materiais
ensaiados.
No ensaio de tração, um provete de formas e dimensões normalizadas é submetido a um
esforço axial crescente, que tende a alongá-lo até à rutura. O ensaio é realizado segundo normas
técnicas, para que os resultados obtidos possam ser comparados ou, se necessário, reproduzidos. Os
esforços ou cargas e as deformações correspondentes. são medidas na própria máquina, fornecendo
um gráfico tensão-deformação Figura 12: Gráfico obtido com o ensaio Figura 12: Gráfico obtido com
o ensaio. A partir desse gráfico, consegue-se obter as propriedades mecânicas do material já referidas.
No ensaio, o corpo de prova é alongado pelo travessão móvel, uma célula de carga que mede
a magnitude da carga que está a ser aplicada, enquanto um extensómetro mede o alongamento do
corpo de prova Fig.4. [1][2][3]
Figura 2: Gráfico comparativo de ensaios

Figura 3: Imagem ilustrativa de uma máquina de tração universal

2.2.1. Força de tração

A força ou carga axial aplicada ao provete.

2.2.2. Tensão de tração

A tensão de tração, é a força aplicada sobre o provete por unidade da sua secção.

𝑭
𝝈=
𝑨𝟎
Em que F = à força ou carga de tração, A0 = à secção transversal da zona media do provete.

2.2.3. Alongamento

O alongamento ou extensão após rotura de um material consiste no aumento percentual do


comprimento do provete após rotura Fig.5.

𝑳𝒇 − 𝐿0
𝜺= ∗ 100
𝐿0

Em que Lf = comprimento após rotura do corpo de prova, e L0= comprimento inicial do corpo de
prova.

Figura 4: Alongamento

2.2.4. Estricção

O estricção representa a diminuição percentual unitária da secção inicial do provete, verificada na


região da rutura. A estricção é representativa da ductilidade do material. Quanto maior for a estricção,
mais dúctil será o material.
𝑆0 − 𝑆𝑓
𝒁= ∗ 100
𝑆0

Em que: So = área inicial da seção transversal e Sf = área final da seção transversal.

Dependendo das caraterísticas do material, o alongamento e estricção podem localizar-se numa região
bem definida do provete ou distribuir-se uniformemente por toda a sua secção útil, ou mesmo, não
ocorrer. Quando estas características são evidentes, o material é de dúctil e plástico; quando são pouco
evidentes ou nulas, o material é frágil e rígido.[3]
2.3. DIAGRAMA DE TRAÇÃO

Figura 5: diagrama de tração (tensão - extensão)

No decorrer do ensaio de tração, e como já referido anteriormente, as máquinas de tração registam


automaticamente os valores das cargas aplicadas e do aumento de comprimento do provete.
Pode-se então construir um gráfico, em que o eixo das abcissas é graduado em unidades de
alongamento percentual (𝜺) e o eixo das ordenadas em unidades correspondentes às tensões aplicadas,
isto é, às cargas por unidade de secção (𝝈) Figura 5.
Neste gráfico, podem-se distinguir 2 regiões principais: região elástica e região plástica,
subdividindo-se esta última em três zonas (patamar de cedência ou escoamento, encruamento e
estricção).

2.3.1. Região elástica

A esta zona corresponde, um segmento de reta, significando que as deformações são diretamente
proporcionais às forças aplicadas, se interrompermos o ensaio em qualquer ponto desta zona,
verificamos que o provete recupera o comprimento inicial, comportando-se como material
perfeitamente elástico. A elasticidade é tanto maior, quanto maior for o comprimento desta reta e
menor a sua inclinação.
Módulo de elasticidade (Módulo de Young) (E), corresponde à inclinação (coeficiente
angular) da reta, pode obter-se pelo quociente entre a tensão e o alongamento unitário correspondente
em qualquer ponto da reta, representa a medida da rigidez do material, quanto maior for o módulo,
menor será a deformação elástica e mais rígido será o material. O módulo de elasticidade pode ser
expresso como sendo:
𝜎
𝐸=
𝜀
Em que σ = cargas por unidade de secção, e ε = alongamento percentual

2.3.2. Região plástica

A deformação plástica, é a região do gráfico onde a tensão deixa de ser proporcional à deformação
e, portanto, a lei de Hooke deixa de ser obedecida, o material a partir desse momento não retorna
mais à sua posição inicial, ou seja, apresentando uma alteração às dimensões iniciais.

2.3.2.1. Escoamento

Esta zona, é designada de escoamento ou patamar de cedência e o início da mesma corresponde ao


início da deformação plástica do material. Esta deformação acontece, sem que se registe um aumento
correspondente das tensões aplicadas.

2.3.2.2. Encruamento

Após o escoamento, ocorre o encruamento, que é um endurecimento causado pela distorção dos
grãos que compõem o material, quando deformado a frio. Nesta zona, as deformações crescem mais
depressa que as tensões aplicadas, a zona limite corresponde à tensão máxima aplicada ao provete
chamada (Tensão Limite de Resistência).

2.3.2.3. Estricção e Rotura

Representa a fase final do ensaio, a curva do ensaio torna-se descendente, ou seja, o provete deforma-
se até romper, sem que se aumente a carga aplicada. A tensão neste ponto designa-se por tensão final
ou Limite de Rotura, que é menor que o Limite de Resistência devido a diminuição da área, que
ocorre no corpo de prova depois de ter atingido a carga máxima. [1][2][3]

2.4. Procedimento Experimental (ensaio de tração)


Lo=10x5=50

Figura 6: dimensões do provete

2.4.1. Equipamento utilizado


• Máquina de Ensaios Universal “AUTOGRAPH AG-1 SHIMADZU 100KN” , Figura 8.

Características da Máquina:

· Método de aplicação de carga – alta precisão, velocidade de aplicação constante;

· Capacidade – 50N a 100KN (5Kgf a 10Tf);

· Precisão da medição da força – entre +/- 1% a uma velocidade constante de 0,5 a

500mm/min.

• Extensómetro. Figura 7.
Figura 8: Máquina de tração Figura 7: Extensómetro

2.4.2. Preparação do provete e realização do ensaio

1- Efetuar as medições (comprimentos e diâmetros) do provete. As medições foram efetuadas com


um paquímetro com precisão de 0,10mm.
2- De acordo com os cálculos descritos na norma EN 10 002 calculou-se por aproximação Lo=50mm.
3- Seguidamente, procedeu-se à marcação das divisões no comprimento útil, as quais foram efetuadas
de 5 em 5 milímetros.
4-Em virtude do comprimento da zona útil Lc ser superior a Lo, há conveniência em efetuar
marcações para o exterior de Lo. Este procedimento tem como objetivo utilizar os dados adquiridos
no ensaio, caso a rotura ocorra fora de Lo.
5- Assim, o provete está pronto para ser fixo à máquina de ensaio.
6- Por a zeros a célula de carga no computador;
7- Colocar o provete nas amarras da máquina de ensaios, Figura 9;
8- Colocar o extensómetro no provete Figura10;
9- Colocar a “zeros” o extensómetro e a célula de carga;
10- Iniciar o ensaio;
11- Gravar os ficheiros de dados do ensaio;
12- Juntar as duas partes do provete e estimar o comprimento final entre referências;
13- Registar o tipo de rotura do material;
Figura 9: Provete nas pinças da máquina

Figura 10: Extensómetro colocado no provete

2.4.3. Apresentação dos resultados experimentais

Os seguintes gráficos foram construídos através dos valores obtidos no ensaio de tração. Com estes
gráficos foi possível obter as propriedades do material do provete (alumínio 2030).

2.4.3.1. Alongamento

A rotura do provete e a estricção deu-se fora do extensómetro (como se pode verificar na Figura 11),
o que colocou em causa os dados medidos pelo extensómetro. Foi efetuada manualmente a medição
da zona útil do provete, após rotura, e calculou-se a extensão como abaixo descrito.

𝑳𝒇 − 𝐿0 126,5 − 120 6,5


𝜺= ∗ 100 = ∗ 100 = ∗ 100 <=>
𝐿0 120 120
𝜺 = 0,0541 ∗ 100 = 5,41%

Este valor está muito abaixo do valor esperado para este material 10 - 12% tabela 2.

Figura 11: Fratura do provete


Tabela 2: Propriedades da liga de aluminio2030

σ3
σ4

σ2
σ1

Região Elástica Região Plástica Estricção


Figura 12: Gráfico obtido com o ensaio

2.4.3.2. Região Elástica

Elasticidade ou capacidade elástica, como já foi referido anteriormente, é a capacidade de o material


repor a sua forma original sem que seja visível deformação no seu corpo.
Neste caso, a partir da análise visual do gráfico, presumiu-se que este provete é elástico, até
aproximadamente, 380Mpa correspondente ao valor de tensão σ1 no gráfico, Figura 12, este ponto é
considerado como o limite de proporcionalidade, ou seja, onde a lei de hooke é válida. Nesta região
o declive da curva representa o módulo de Young ou de elasticidade (visto que muitos materiais não
exibem um ponto de cedência nítido, isto é, uma transição visível entre a zona elástica e a zona
plástica, o ponto de cedência é definido como a tensão que origina uma deformação plástica
permanente de 0.2%. Por esta convenção, traça-se uma linha paralela à zona elástica partindo de 0.002
de extensão. O ponto de intersecção com a curva é o ponto de cedência ou tensão de cedência) σ2 no
gráfico da Figura 12. Se o ensaio for interrompido antes deste ponto e a força de tração for retirada,
o corpo volta à sua forma inicial. De todos os dados retirados do ensaio, este e o módulo elástico são
seguramente os de maior importância. O seu valor (aplicando um fator de segurança), permite o
cálculo e o dimensionamento das cargas, de forma que estas não provoquem deformação plástica nos
σ
materiais (σt = Fm ).
s

Gráfico de tração (ε=valor stroke/ comp.Útil) 0,183241667;


524,1667986
600
550 0,040241667;
500
Tensão σ (MPa)

381,1740347
450
400
350
300 y = 10031x 0,1892;
250 509,0988197
200
150
100
50
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2
Alongamento ε (mm)

Figura 13: Gráfica tensão extensão com valores do Stroke

Gráfico de tração
0,12896876;
526,6525715
600 0,00721875;
500 379,2618547
Tensão - σ (MPa)

0,1336875;
400
509,0988197
300 y = 75 515,18x

200
100
0 Alongamento - Ꜫ (mm)
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16

Figura 14: Gráfico utilizando os valores do extensómetro

2.4.3.3. Deformação Plástica

Na deformação plástica, e como já referido anteriormente a lei de hooke deixa de ser válida, ao retirar-
se a carga, o corpo não recupera a sua forma original, ficando uma deformação residual plástica. No
início dessa deformação, ocorre o escoamento, a partir da qual as deformações permanentes passam
a ser significativas e elas acontecem sem que haja aumento de carga, mas sim com o aumento da
velocidade de deformação.
Nessa fase, a perda da forma original do corpo de prova chega a um ponto máximo, uma tensão limite
de resistência à tração Tensão de Rotura, identificada no gráfico da Figura 12 como σ3, que consiste
na maior tensão que o material pode suportar antes que ocorra a fratura. Passando desse ponto, começa
a aparecer um fenômeno chamado de estricção, onde ocorre a diminuição da seção transversal do
corpo de prova e um aumento no seu comprimento, e é nesse ponto que ocorrerá a rotura, chamado
Tensão na Rotura identificada no gráfico da Figura 12 como σ4, equivale ao ponto final da curva
do ensaio, e representa o momento em que o provete rompe, Figura 11. [1][2][3]

2.5. Ensaio de Dureza (ensaio Vickers)

A definição mais usual para dureza, é a capacidade que um material tem para resistir à penetração de
um objeto ou ao risco que este causa.
Há três tipos de testes usados com exatidão pela indústria de metais; são o teste de dureza Brinell,
Vickers e Rockwell.
A medição de dureza foi obtida através do Ensaio de Vickers.

2.5.1. Ensaio de Vickers

O Ensaio de Vickers, é um método que consiste na avaliação da dureza dos materiais. A medição da
dureza no ensaio Vickers, depende diretamente da carga utilizada e da área criada pela penetração do
seu elemento penetrante (identador), uma pirâmide diamantada; esta é pressionada contra a superfície
do material, no qual causa uma marca da penetração da pirâmide na superfície, com a forma de um
losango regular. A leitura dos valores das diagonais da identação deve ser realizada através do
dispositivo mostrador, devendo utilizar o valor d1 e d2, de acordo com a Fig. 15, e em seguida
determinar o valor médio (Dmed) das diagonais, usado este valor médio e a carga aplicada (F)
determina-se a dureza através da equação seguinte.
𝐹
𝐻𝑉 =
𝐷𝑚𝑒𝑑 2
Em que F representa o valor da carga aplicada e Dmed o valor médio das diagonais d1 e d2.
Figura 15: Ensaio de Vickers

Foram efetuadas três indentações cujo valor medio foi cerca de 117,6 Vickers que coincidiu
com um dos valores medidos Figura 16. A carga utilizada foi 9807 mN.

1,854𝐹 1,8544 ∗ 9807


𝐻𝑉 = = = 117,59 𝐻𝑉
𝐷𝑚𝑒𝑑 2 12,43562

Figura 16: Valor medido automaticamente


3. Discussão de resultados e Conclusões

Neste trabalho teve como objetivo a obtenção das propriedades de uma liga de alumínio através da
realização de ensaios de tração e de dureza, cujo provete estava identificado como alumínio 2030.
Pelo que podemos constatar nos gráficos de tração das Figuras 12 e 13, e na Tabela 3, que os valores
obtidos nos ensaios diferem dos valores esperados para o alumínio 2030, o que nos leva a concluir
que, ou foram cometidos erros nos procedimentos dos ensaios, ou o material do provete estaria mal
identificado.
Assim, através de uma busca por propriedades, encontrámos o seguinte Alumínio, Al 6082T6 que
apresenta propriedades químicas mais similares às obtidas com o provete fornecido, mas no que toca
às propriedades mecânicas e físicas é inferior como podemos verificar na Tabela 4.

Tabela 3: Comparativa de valores

Tabela de comparação entre valores esperados e


obtidos
Composição Leitura
quimica espectrómetro Propriedades
liga Al 2030 (%) (%) Mecânicas / Físicas Al 2030 Obtidas
Módulo de
Mg 0,5-1,3 0,81 Elasticidade 73 75 GPa
Si 0,8 0,82 Limite elástico 390 380 MPa
Ti 0,2 0,02 Tensão de rotura 450 526 MPa
Cr 0,1 0,2 Tensão na rotura 509 MPa
Mn 0,2-1,0 0,46 Alongamento 10 5,4 %

Fe 0,7 0,35 Dureza 100 117,69 HV


Ni - 0,02
Cu 3,3-4,5 0,08
Zn 0,5 -
Tabela 4: Propriedades da liga de Alumínio Al 6082T6

Podemos concluir que independentemente da disparidade dos resultados, este trabalho foi muito
importante para a compreensão e aprofundamento de conhecimentos das propriedades dos materiais
e dos ensaios mecânicos. Permitiu também compreender a importância fundamental que estes
conhecimentos têm no contexto industrial.
Referências bibliográficas
[1] SOUZA, Sérgio A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos. Fundamentos teóricos e práticos.
5ª ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1982.

[2] “Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais” – Terceira Edição, escrito por: William F.
Smith

[3] Mecânica dos materiais 2º Edição - J. Sobral Pires M. Carvalho Pires - Edições asa

“Norma Portuguesa” “- NP EN 10002-1 2006 “Materiais metálicos” - Ensaio de tração Parte 1:


Método de ensaio à temperatura ambiente, escrita pelo Instituto Português da Qualidade, Edição de
Agosto de 2006.

Conteúdos disponibilizados pelo professor Carlos Coelho, nomeadamente PowerPoint da matéria


lecionada.

Web grafia

• https://pt.wikipedia.org/wiki/Alum%C3%ADnio

• https://shockmetais.com.br/tabelas/aluminio/pmec

• https://brasilescola.uol.com.br/quimica/metais.htm

• https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais.htm

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