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MÓDULO 12 – INSTRUMENTAL E TÉCNICAS DE MEDIDAS

OBJETIVO
Através do estudo deste capítulo, o leitor deve tornar-se apto a:
1. Descrever a finalidade dos diversos instrumentos;
2. Explicar o funcionamento (operação) dos diversos instrumentos;
3. Explicar as precauções no uso de cada instrumento;
4. Indicar, no caso de instrumentos de mesma finalidade, as vantagens e
desvantagens de cada tipo;
5. Identificar o instrumento mais adequado para efetuar determinadas medições;
6. Efetuar medições com os diversos instrumentos;
7. Utilizar corretamente a Resolução do CONMETRO nº 01/82, de 27 de abril de
1982.
8. Efetuar conversões de unidades de medida, com arredondamento correto dos
valores numéricos;
INTRODUÇÃO
Na tomada de quaisquer medidas, devem ser
considerados três elementos fundamentais: o
método, o instrumento e o operador. O operador
é, talvez, dos três, o mais importante. É ele a
parte inteligente na apreciação das medidas. De
sua habilidade depende, em grande parte, a
precisão conseguida. Um bom operador,
servindo-se de instrumento menos precisos,
consegue melhores resultados do que um
operador inábil com excelentes instrumentos.
Deve, pois, o operador, conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza,
ter iniciativa para adaptar às circunstâncias , o método mais
aconselhável e possuir conhecimentos suficientes para interpretar os
resultados encontrados.
NORMAS GERAIS DE MEDIÇÃO
1 - Tranquilidade.
2 - Limpeza.
3 - Cuidado.
4 - Paciência.
5 - Senso de responsabilidade.
6 - Sensibilidade.
7 - Finalidade da medida.
8 - Instrumento adequado.
9 - Domínio sobre o instrumento.
RECOMENDAÇÕES
Evitar
1 - Choques, quedas, arranhões, oxidação e sujeira nos instrumentos.
2 - Misturar instrumentos.
3 - Cargas excessivas no uso; medir provocando atrito entre a peça e o
instrumento.
4 - Medir peças cuja temperatura esteja fora da temperatura de referência.
5 - Medir peças sem importância com instrumentos caros.
Cuidados
1 - Sempre que possível usar proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar
os instrumentos.
2 - Sempre que possível, deixar a peça atingir a temperatura ambiente antes de
tocá-la com o
instrumento de medição. No presente módulo abordaremos instrumentos e
técnicas de medidas de interesse imediato do INSPETOR DE SOLDAGEM.
PIRÔMETRO DE CONTATO
Os pirômetros de contato são instrumentos destinados a medir temperaturas de
superfícies.
Apesar de simples, a operação de um pirômetro de contato demanda as seguintes
precauções:
Cuidar para que a faixa de temperatura do sensor não seja ultrapassada, o que
poderá danificá-lo.
Observar atentamente qual a unidade de medida do indicador de temperatura:
ºC ou ºF.
Vantagens do uso dos pirômetros de contato:
Precisão muito boa ao fim a que se destina: 2% ou menos do total da escala de
leitura.
Ausência do risco de contaminação da peça a ser soldada. Nenhum material é
depositado sobre o metal de base.
LÁPIS DE FUSAO
São instrumentos destinados a verificar a
temperatura de materiais utilizando a
propriedade de que cada substância apresenta
um ponto de fusão único e característico. Além
dos lápis de fusão, existem ainda tintas, pastilhas
e papeletas indicadoras de temperatura. São
fabricados para as mais variadas temperaturas.
Em soldagem são utilizados para o controle de
temperaturas de pré aquecimento, interpasse e
pós-aquecimento.
VANTAGENS
- Boa precisão: ± 1 %, segundo os fabricantes.
- Custo relativamente baixo.
- Não requer maiores cuidados com o manuseio; mesmo quebrado pode ser
usado.
DESVANTAGENS
- Como o material do lápis de fusão é depositado sobre o metal a ser soldado,
existe o risco de contaminação do metal de base. Esse aspecto contra
indica o uso do lápis de fusão para soldagem de determinados materiais.
- Não se pode usar lápis se a superfície estiver coberta por uma camada
isolante.
VERIFICAR SEMPRE A UNIDADE DE TEMPERATURA A QUE SE
REFERE O LÁPIS DE
FUSAO: ºC ou ºF.
MEDIDORES E REGISTRADORES DE
TEMPERATURAS, TERMOPARES
TERMOPARES
As duas combinações de fios mais usadas
Ferro-Constantan e Cromel-Alumel.
Os termopares de Ferro-Constantan não podem ser
usados acima de 760º C (1400º F), enquanto que
o de Cromel-Alumel pode ser usado até 1260º C
(2301º F).
GABARITOS
GABARITOS são dispositivos fabricados pelo
usuário para verificar a conformidade do serviço
com as normas de projeto, quando os
instrumentos convencionais não atendem às
necessidades.
São muitas vezes fabricados em eucatex ou similar
para serem leves e fáceis de manusear. São
freqüentemente utilizados para verificações de
embicamentos em chapas de vasos e tanques,
alinhamentos de tubulação, etc.
INSTRUMENTOS ESPECIAIS PARA CHANFROS E SOLDAS
São instrumentos semelhantes a calibres "passa - não passa". Podem ser fabricados pelo
usuário e destinam-se a simplificar verificações nos chanfros e soldas. Um exemplo deste
instrumento é o verificador de reforço de solda. Como a verificação com os
instrumentos convencionais é difícil, é útil valermo-nos do verificador. Se conhecemos a
dimensão do reforço máximo de uma solda .
UTILIZAÇÃO DO CÁLIBRE COM FINALIDADE MÚLTIPLA PARA
MEDIÇÕES EM SOLDAGEM
RÉGUA
É o instrumento mais simples e elementar utilizado para medição em oficinas. Utilizados
para medidas lineares, quando não há exigência de grande precisão. Para que seja
completa e tenha caráter universal, deverá ter graduação de sistema métrico e do
sistema inglês.
Sistema Métrico
Graduação em milímetros (mm), 1 mm = 1 m 1000
A régua ou escala graduada é construída de aço, tendo sua graduação inicial situada na
extremidade esquerda. É fabricada em diversos comprimentos: 5 “ (152,4 mm), 12”
(304,8 mm).
Tipos que podem ser encontrados
Régua de encosto interno.Régua de profundidade. Régua de encosto externo.
Características da Boa Régua Graduada
1 – Ser preferencialmente de aço inox 2 – Ter uniformidade na graduação.
3 – Apresentar traços bem finos, profundos e salientes em preto.
TRENA
O mais elementar instrumento de medição utilizado em caldeiraria é a trena
graduada. É usada para tomar medidas lineares, quando não há exigência de
grande precisão. Para que seja completa e tenha caráter universal , deverá ter
graduações do sistema métrico e do sistema inglês.
Sistema Métrico
Graduação em milímetros (mm), 1 mm = 1 m/1000
A trena graduada é construída de aço, tendo sua graduação situada na
extremidade esquerda. É fabricada em diversos comprimentos: 2 m, 3 m, 5 m,
10 m, 2 0m, 30 m etc... As trenas de pequeno comprimento apresentam, em sua
extremidade, um gancho que permite medições com um único operador, isto é,
sem a necessidade de um elemento auxiliar. As de maior comprimento possuem
um elo em sua extremidade. Algumas trenas possuem o zero um pouco
deslocado de sua extremidade. Nestes casos devemos cuidar para que o ponto
zero coincida com a extremidade da peça que se quer medir.
A trena graduada apresenta-se em vários tipos. As figuras 12.24 e 12.25 mostram
um modelo de trena convexa e outra plana. A convexidade destina-se a dotar a
trena de maior rigidez, de modo a permitir medidas na vertical, de baixo para
cima.
PAQUÍMETRO
O paquímetro é utilizado para a medição de peças, quando a
quantidade não justifica um instrumental específico e a precisão
requerida não é superior a 0,02 mm, É um instrumento
finamente acabado, com as superfícies planas e polidas. O cursor
é ajustado à régua, de modo que permita a sua livre
movimentação com um mínimo de folga. Geralmente é construído
de aço inoxidável, e suas graduações referem-se a 20º C.
O cursor é provido de uma escala que define a precisão da leitura,
chamada nônio ou vernier, que se desloca em relação à escala da
régua e indica o valor da dimensão tomada.
CÁLCULO DA PRECISÃO (SENSIBILIDADE) DO PAQUÍMETRO
Para se calcular a precisão (também chamada sensibilidade) dos paquímetros,
divide-se o menor valor da escala principal (escala fixa), pelo número de
divisões da escala móvel (nônio). A precisão se obtém, pois, com a fórmula:
O cálculo da precisão obtido pela divisão ao menor valor da escala principal pelo
número de divisões do nônio,
USO DO PAQUÍMETRO
a) No Sistema Internacional de Unidades
Cada traço da escala fixa corresponde a um múltiplo do milímetro.
Para se efetuar uma leitura, conta-se o número de intervalos da
escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio e a seguir, conta-se o
número de intervalos do nônio que transcorreram até o ponto
onde um de seus traços coincidiu com um dos traços da escala
fixa.
GONIÔMETRO
Unidades de Medição Angular.
A técnica da medição não visa somente a descobrir o valor de
trajetos, de distâncias ou de diâmetros, mas se ocupa também da
medição de ângulos.
Sistema Sexagesimal
O sistema que divide o círculo em 360 graus, e o grau em minutos e
segundos, é chamado sistema sexagesimal. É este o sistema
freqüentemente utilizado em mecânica e caldeiraria. A unidade do
ângulo é o grau. O grau divide-se em 60 minutos, e o minuto
divide-se em 60 segundos. Os símbolos usados são: grau (º),
minuto (' ) e segundo (" ).
Exemplo: 54° 31', 12" lê-se: 54 graus, 31 minutos e 12 segundos.
Para somarmos ou subtrairmos graus, devemos colocar as unidades iguais sob as outras.
Exemplo: 90º - 25° 12' =
A primeira operação por fazer é converter 90º em graus e minutos. Sabendo que 1º = 60',
teremos:
90º = 89º 60’
89º 60’ – 25º 12’ = 64º 48’ 25º 12’
64° 48'
Devemos operar da mesma forma, quando temos as unidades graus, minutos e segundos.
Exemplo: 90º - 10º 15' 20” = Convertendo 90º em graus, minutos e segundos, teremos:
90º = 89º 59' 60"
89º 59' 60" – 10º 15' 20" = 79º 44' 40”
89º 59' 60"
10º 15' 20"
79º 44' 40”
O goniômetro é um instrumento que serve para medir ou verificar ângulos. Em soldagem é
utilizado para verificar ângulos de chanfros.
O goniômetro é um instrumento que serve para medir ou
verificar ângulos. Em soldagem é utilizado para verificar
ângulos de chanfros.
Divisão Angular
Em todo tipo de goniômetro, o ângulo reto (90º) apresenta
90 divisões, de 1°.
Leitura do Goniômetro
A precisão de leitura é sempre igual à metade da menor
divisão da escala,.
REGULADORES DE PRESSÃO
Os reguladores de pressão são instrumentos que atuam de forma a reduzir a pressão de
saída de cilindros de gás, a níveis ótimos de trabalho, permitindo um controle preciso
da operação de oxi-corte ou soldagem.
UNIDADES DE MEDIDA
Como "Anexo 1" deste módulo encontra-se a Resolução do CONMETRO nº 01/82, de
27 de abril de 1982, que regulamenta a utilização de unidades de medida no Brasil e
que portanto, deve ser conhecido em sua íntegra.
É conveniente ressaltar que, mesmo que os instrumentos de medida indiquem resultados
em unidades diferentes das exigidas por este decreto, é necessário exprimir, nos
relatórios ou trabalhos, os resultados nas unidades aprovadas pelo mesmo decreto.
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Algarismos significativos são algarismos que expressam um valor de aproximação de
uma medida, cujo erro máximo por falta ou por excesso, seja igual a meia unidade de
sua ordem decimal.
O erro máximo de aproximação está sempre associado à precisão requerida para a
medida a ser executada e à escala do instrumento a ser utilizado.
"Algarismos significativos de uma medida são aqueles que sabemos serem corretos mais o
Primeiro duvidoso. (Observando-se o erro máximo de meia unidade de sua ordem
decimal)". Quando se exprime o valor de uma medida, este deve ter um número de
algarismos significativos tal, que traduza a sua precisão. Por exemplo, o valor de uma
medida obtida através de um paquímetro é de 4 mm. Este valor pode ser 4; 4,0; 4,00;
4,000, dependendo da precisão do instrumento. Se este paquímetro possui uma precisão
de 0,02 mm, o valor da medida deve ser expresso com o mesmo número de algarismos
significativos dados pela precisão do instrumento. No caso acima, 4,.
Observações:
Zeros à esquerda de um número, com a finalidade de fixar a posição da vírgula, não são
significativos.
Exemplo: 0,034 tem 2 algarismos significativos.
Zeros à direita, ou entre outros algarismos, são significativos.
Exemplo:
3,26 = 3 algarismos significativos
3,0 = 2 algarismos significativos
3,06 = 3 algarismos significativos
C) Algarismos significativos não dependem do número de casas
decimais.
Exemplos:
3,45 m = 3 algarismos significativos
35,4 x 103 m = 3 algarismos significativos
3,48 x 103 m = 3 algarismos significativos
0,308 x 10-6 m = 3 algarismos significativos
OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS - REGRAS
A norma ASTM E-380 estabelece as seguintes regras:
a) Adição e Subtração
"Para somar ou subtrair com algarismos significativos, primeiramente arredonda-se os
números de modo que fiquem com um algarismo significativo a mais, para a direita, do
que aquele que exprime menor precisão, e executa-se normalmente a operação. O
resultado deve então ser arredondado de modo que fique com os algarismos
significativos daquele que exprime a menor precisão."
Exemplo:
Adição: 30,00 + 21,5322 Subtração: 3 ,256 - 0,70
30,00 3,256
+21,532 - 0,70_
51,532 2,556
Resposta: 51,53 Resposta: 2,6
Multiplicação e Divisão
“Na multiplicação e na divisão o produto ou quociente não deve conter mais
algarismos significativos do que aqueles contidos no número com menor
quantidade de algarismos significativos entre os usados na multiplicação ou
divisão."
Exemplo:
Multiplicação:
9,42 x 3,3 = 31
3,27 x 4,25 = 13,9
Divisão:
6,82 ÷ 5,4 = 1,3
76,91 ÷ 4,2 = 18
CONVERSÃO DE UNIDADES E ARREDONDAMENTO
Conversão de Unidades
Quando se converte unidades deve-se manter a correspondência da precisão original com um dado
número de algarismos significativos. Ou seja, o resultado de uma conversão deve ter um número de
algarismos significativos que represente a ordem de grandeza da unidade a que se está
convertendo, sem que se altere a precisão original. O procedimento correto de se proceder à
conversão, é a multiplicação ou divisão do valor que se quer converter por um fator de conversão
exato, e então arredondar (quando necessário) o resultado da multiplicação ou divisão, para o
número correto de algarismos significativos, conforme regras já estabelecidas..
Por exemplo:
Para converter 0,328 pol. para mm temos:
0,328 x 25,4 = 8,3312 mm. Utilizando a regra de multiplicação com algarismos significativos teremos
que 0,328 x 25,4 = 8,33 mm.

IMPORTANTE
“NAO SE DEVE NUNCA ARREDONDAR O FATOR DE CONVERSÃO E/OU VALORES DE
MEDIDAS QUE SE QUER CONVERTER, POIS HAVERIA UMA REDUÇÃO DA PRECISAO".

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