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Mecânica Básica Geral

Tratores Mahindra

Novembro - 2017
Sistema de medidas
Um breve histórico das medidas

Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos?
As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo
humano, que eram referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma
medida que podia ser verificada por qualquer pessoa. Foi assim que
surgiram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça
e o passo.

Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até


hoje. Veja os seus correspondentes em centímetros:
1 polegada = 2,54 cm

1 pé = 30,48 cm

1 jarda = 91,44 cm

Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo,

durante o intervalo de tempo de do segundo.

Múltiplos e submúltiplos do metro

A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de Medidas (SI).


Medidas inglesas

A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela


utilizavam um sistema de medidas próprio, facilitando as transações
comerciais ou outras atividades de sua sociedade.
Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico
que passou a ser o mais usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi
definida em função do metro, valendo 0,91440 m. As divisões da jarda
(3 pés; cada pé com 12 polegadas) passaram, então, a ter seus valores
expressos no sistema métrico:

Régua graduada, metro e trena

A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples


entre os instrumentos de medida linear. A régua apresenta-se,
normalmente, em forma de lâmina de aço-carbono ou de aço
inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm)
e milímetro (mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas
frações, conforme o sistema inglês.

Régua graduada
Régua de encosto interno

Destinada a medições que apresentem faces internas de referência.

Régua de profundidade
Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.

Características
De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom
acabamento, bordas retas e bem definidas, e faces polidas.
As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de
metais tratados termicamente. É necessário que os traços da escala
sejam gravados, bem definidos, uniformes, eqüidistantes e finos.
A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas
internacionais.

Paquímetro

O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões


lineares internas, externas e de profundidade de uma peça. Consiste em
uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor.

O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo


de folga. Ele é dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier. Essa
escala permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa.
O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é
pequena. Os instrumentos mais utilizados apresentam uma resolução de:

As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento


geralmente é feito de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20ºC.

Tipos e usos

Paquímetro universal

É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos.


Trata-se do tipo mais usado.
Paquímetro de profundidade

Serve para medir a profundidade de furos não vazados, rasgos, rebaixos etc.
Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho.

Veja a seguir duas situações de uso do paquímetro de profundidade.

Princípio do nônio

A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier, em homenagem ao


português Pedro Nunes e ao francês Pierre Vernier, considerados seus
inventores.

O nônio possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa.
Leitura no sistema métrico

Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura feita antes do zero do


nônio corresponde à leitura em milímetro.
Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto em que um
deles coincidir com um traço da escala fixa.
Depois, você soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no
nônio.
Para você entender o processo de leitura no paquímetro, são
apresentados, a seguir, dois exemplos de leitura.

· Escala em milímetro e nônio com 10 divisões


· Escala em milímetro e nônio com 20 divisões

· Escala em milímetro e nônio com 50 divisões


Leitura de polegada millesimal
No paquímetro em que se adota o sistema inglês, cada polegada da escala fixa divide-se
em 40 partes iguais. Cada divisão corresponde a:

O procedimento para leitura é o mesmo que para a escala em milímetro.


Contam-se as unidades. 025" que estão à esquerda do zero (0) do nônio e, a
seguir, somam-se os milésimos de polegada indicados pelo ponto em que um
dos traços do nônio coincide com o traço da escala fixa.

Leitura de polegada fracionária


No sistema inglês, a escala fixa do paquímetro é graduada em polegada e
frações de polegada. Esses valores fracionários da polegada são
complementados com o uso do nônio.
Para utilizar o nônio, precisamos saber calcular sua resolução:
A partir daí, vale a explicação dada no item anterior: adicionar à leitura da
escala fixa a do nônio.

Micrômetro
Princípio de funcionamento

O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema


parafuso e porca. Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der
uma volta completa, provocará um descolamento igual ao seu passo.
Desse modo, dividindo-se a cabeça do parafuso, pode-se avaliar frações
menores que uma volta e, com isso, medir comprimentos menores do que o
passo do parafuso.

Nomenclatura
A figura seguinte mostra os componentes de um micrômetro.
Vamos ver os principais componentes de um micrômetro.

· O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para


eliminar as tensões internas.
· O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a
transmissão de calor das mãos para o instrumento.
· O fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado
para garantir exatidão do passo da rosca.
· As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se
rigorosamente planos e paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de
metal duro, de alta resistência ao desgaste.
· A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando
isso é necessário.
· O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso
micrométrico. Portanto, a cada volta, seu deslocamento é igual ao passo do
fuso micrométrico.
· A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante.
· A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada.

Características

Os micrômetros caracterizam-se pela:

· capacidade;
· resolução;
· aplicação.

A capacidade de medição dos micrômetros normalmente é de 25 mm (ou 1"),


variando o tamanho do arco de 25 em 25 mm (ou 1 em 1"). Podem
chegar a 2000 mm (ou 80").
A resolução nos micrômetros pode ser de 0,01 mm; 0,001 mm; .001" ou
.0001". No micrômetro de 0 a 25 mm ou de 0 a 1", quando as faces dos
contatos estão juntas, a borda do tambor coincide com o traço zero (0) da
bainha. A linha longitudinal, gravada na bainha, coincide com o zero (0) da
escala do tambor.

Relógio comparador
O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado
de uma escala e um ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma ponta
de contato. O comparador centesimal é um instrumento comum de medição
por comparação. As diferenças percebidas nele pela ponta de contato são
amplificadas mecanicamente e irão movimentar o ponteiro rotativo diante da
escala. Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em
sentido horário, a diferença é positiva. Isso significa que a peça apresenta
maior dimensão que a estabelecida. Se o ponteiro girar em sentido anti-
horário, a diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor dimensão
que a estabelecida.

Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados


possuem resolução de 0,01 mm. O curso do relógio também varia de acordo
com o modelo, porém os mais comuns são de 1 mm, 10 mm, .250" ou 1".
Em alguns modelos, a escala dos relógios se apresenta perpendicularmente
em relação a ponta de contato (vertical). E, caso apresentem um curso que
implique mais de uma volta, os relógios comparadores possuem, além do
ponteiro normal, outro menor, denominado contador de voltas do ponteiro
principal.

Relógio Vertical
Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro
corresponde a um deslocamento de 1 mm da ponta de contato. Como o
mostrador contém 100 divisões, cada divisão equivale a 0,01 mm.
Goniômetro
Goniômetros são dispositivos para medição de ângulos.

Antes, porém, vamos conceituar "ângulo":

Existem duas unidades de medida de ângulos que são utilizadas mais freqüentemente.
A mais familiar é a que utiliza o grau como unidade de medida: um círculo é subdividido
em 360 partes iguais, chamado de "graus". Este é o chamado sistema sexagesimal.
Observe que a contagem dos ângulos, entre 0 e 360 graus, é feita no sentido
contrário ao dos ponteiros do relógio (ângulos positivos).

OBS 1: A unidade grau, pode ser representada por "0" - exemplo: 50 =


cinco graus.

OBS 2: O grau possui divisões e sub-divisões, porém, normalmente não


são utilizados a nível de oficina. Para medi-los, são necessários
instrumentos eletrônicos.
- Dividindo o grau por 60, tem-se os "minutos" , representado pelo símbolo
(´)

- Dividindo os minutos, por 60, têm-se os "segundos", representados pelo


símbolo
(´´).

Exemplo: 100 20´ 30´´: 10 graus, 20 minutos e 30 segundos.

Aplicações do goniômetro na oficina

Um dos exemplos mais freqüentes, é o ângulo das válvulas e respectivas


sedes. É necessário que exista uma diferença "a", da ordem de 1 grau, para
que o contato entre válvula e sede fique linear - ver pontos indicados pelas
setas.

A finalidade é proporcionar o efeito "quebra-carvão".


Torquímetros

O uso de torquímetros, para um trabalho de qualidade, é indispensável.


Veja qual o torquímetro certo para cada tipo de operação.

Os torquímetros indicam diretamente o torque "T" que está sendo aplicado


ao parafuso ou porca.

A figura mostra um torquímetro simplificado, para entender o


funcionamento: ao aplicar a força "F", a barra (1) sofre flexão. A escala (2),
por ser fixada à extremidade da barra (1), acompanha a flexão.

A haste fixa (3), por não flexionar, indica o torque aplicado, sobre a escala
(2) através da ponteira (4).

OBS: Sempre utilize torquímetros com a capacidade adequada, ou então,


utilize multiplicadores de torque.
Balanças dinamométricas para verificar torques de giro

Quando se deseja medir torques de giro baixos, pode-se utilizar


torquímetros especiais, de dimensões reduzidas e maior sensibilidade.
No entanto, por questões de custo, uma alternativa prática e barata
consistem em utilizar balanças dinamométricas, o que requer apenas algum
cuidado maior no controle das medidas e cálculos.

1.1 Grandezas físicas

Grandezas e unidades de medida

Introdução

Por longo tempo cada país, cada região, teve o seu próprio sistema de
medidas, baseado em unidades arbitrárias e imprecisas, por exemplo,
aquelas baseadas no corpo humano: palmo, pé, polegada... Isso criava
muitos problemas para o comércio, porque as pessoas de uma região não
estavam familiarizadas com o sistema de medida das outras regiões.
Imagine a dificuldade em comprar ou vender produtos cujas quantidades
eram expressas em unidades de medida diferentes e que não tinham
correspondência entre si.

Em 1789, numa tentativa de resolver o problema, o Governo Republicano


Francês pediu à Academia de Ciências da França que apresentasse uma
solução; foi criado então, o Sistema Métrico Decimal, adotado também pelo
Brasil. Este sistema era baseado inicialmente em três unidades básicas de
medida: o metro, o litro e o quilograma.
Entretanto, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir
medições cada vez mais precisas e diversificadas. Por isso, em 1960, o
sistema métrico decimal foi substituído pelo Sistema Internacional de
Unidades - SI, mais complexo e sofisticado, adotado também pelo Brasil em
1962 e ratificado pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial - CONMETRO, tornando-se de uso obrigatório em todo
o Território Nacional.

Perímetros e circunferência

Perímetro é a soma da distância dos lados de uma área com formato


qualquer. Circunferência é a distância de uma volta completa, em torno de
um círculo ou esfera.

Raio "R":

É a distancia entre um ponto qualquer da circunferência (ou esfera) e o seu


centro.
Diâmetro "D":

É o dobro do raio.
Perímetro "Per":

No caso do círculo, é o comprimento da circunferência. Em outras palavras,


perímetro equivale ao trajeto percorrido por uma roda, ao completar uma
volta.

Exemplo:
Qual é o diâmetro da roda do desenho abaixo, se para completar uma volta
esta percorreu 5,0 m?
Área

Área é a medida de uma superfície plana, delimitada.


Para o cálculo da área, aplique a fórmula especificada para cada caso:
Volume

Volume é o espaço ocupado por um corpo.


Para o cálculo, aplique a fórmula especificada para cada caso:

Massa, peso e massa específica

O conceito de massa e peso gera confusão, quando não corretamente


interpretadas.

Massa (m):

É a quantidade de matéria de um corpo, sendo constante para um dado


corpo, independente de onde este se encontra.
Peso (P):
O peso é uma grandeza que varia na mesma proporção em que varia a
aceleração da gravidade "g". Quanto mais nos afastamos da terra (rumo ao
espaço), menor é a aceleração da gravidade e, portanto, menor será o nosso
peso. Mas a massa do nosso corpo, obviamente, não muda: esta é a
diferença.

Velocidade
Geralmente não nos interessa saber apenas a distância percorrida por um
carro ou outro objeto qualquer: precisamos saber também o tempo que se
leva para percorrer tal trajeto. Surgiu então, o conceito de velocidade, que
relaciona o deslocamento com o tempo gasto.

Velocidade de rotação (ou simplesmente, rotação)


A rotação (velocidade de giro de componentes mecânicos), na prática, é
mensurada em rpm, ou seja, Rotações Por Minuto.

Os conta giros de motores (ou cilindro de trilha, nas colheitadeiras),


possuem escala (1) em rpm.

Rotação do motor
Indicada através de um conta giros (tacômetro) permite selecionar a
velocidade correta de deslocamento do trator, da rotação da TDP ou
simplesmente, assegurar que o motor opere dentro da faixa correta de
trabalho.
Força

Força é toda causa capaz de produzir ou modificar um movimento. A força


pode se manifestar de diversas formas na Física e na mecânica. Veremos a
seguir, os principais exemplos:

Força linear (tração ou empuxo)

O exemplo mais comum no nosso meio é, a força de tração "F" realizada


pelo trator, sobre implementos.
Para medir a força realizada por máquinas, se utilizam dinamômetros
como o mostrado ao lado.
São os chamados "Ensaios de Tração", à que os tratores são submetidos
na fase de protótipo.

Força resultante da aceleração de um corpo:

A aceleração (aumento da velocidade) de um corpo é proporcional à Força


"F" que lhe é aplicada.
Estas grandezas são relacionadas pela fórmula:

Onde:
F = Força (em Newton - N)
m = Massa do corpo
a = aceleração
Força de rotação (torque)

O torque (bem como a potência - veja abaixo), é também medido em


dinamômetros, também chamados de "freio dinamométrico".
O dinamômetro simula uma frenagem ao giro do motor, gerando assim a
força "F", que permite medir o torque resultante.
A figura ao lado é uma referência sobre o conceito de torque e que pode
ser calculado pela fórmula

Força centrífuga

Todo corpo que percorre uma trajetória circular, é continuamente forçado


fora, mais precisamente, para a direção tangencial.

Daí a expressão popular, muitas vezes usada sem conhecimento, de "sair


pela tangente".
Força de atrito
É a resistência ao deslocamento de um corpo sobre a trajetória.

Fa = μ x P
Potência (P)

A) Conceito geral

O Trabalho - conceito apresentado anteriormente - fornece a energia


despendida para gerar um certo movimento, sem se preocupar com a
velocidade com que isso ocorre...
Potência, é o Trabalho realizado por unidade de tempo.

B) Potência de giro

Para um trabalho efetuado na forma rotativa, utiliza-se geralmente uma


fórmula prática, que relaciona a Força (Torque) e velocidade em RPM
(rotações por minuto).

Relações de Transmissão

Introdução

As engrenagens são usadas em milhares de dispositivos mecânicos. Elas


realizam várias tarefas importantes, mas a mais importante é que elas
fornecem uma redução na transmissão em equipamentos motorizados. E
isso é essencial porque, freqüentemente, um pequeno motor girando muito
rapidamente consegue fornecer energia suficiente para um dispositivo, mas
não consegue dar o torque necessário. Por exemplo, uma chave de fenda
elétrica tem uma redução de transmissão muito grande, porque precisa de
muito torque para girar os parafusos, mas o motor só produz quantidade
de torque pequena e velocidade alta. Com a redução de transmissão, a
velocidade de saída pode ser diminuída e o torque, aumentado.
Mais uma coisa que as engrenagens fazem é ajustar a direção de rotação.
Por exemplo, no diferencial existente entre as rodas traseiras do seu carro,
a energia é transmitida por um eixo que passa pelo centro do carro, o que
faz com que o diferencial tenha de "deslocar" essa energia em 90º, para
aplicá-la sobre as rodas.

Princípios básicos
Em qualquer engrenagem, a relação é determinada pelas distâncias que vão
do centro das peças até o ponto de contato. Por exemplo, em um
dispositivo com duas engrenagens, se uma delas tiver o dobro do diâmetro
da outra, a relação será de 2:1.
Um dos tipos de engrenagem mais primitivos que podemos ver seria uma
roda com estacas de madeira em suas extremidades.
O problema desse tipo de engrenagem é que a distância do centro de cada
engrenagem até o ponto de contato muda de acordo com a rotação delas.
O que significa que a relação de engrenagens se altera com o seu giro,
fazendo com que a velocidade também mude. Se você usasse engrenagens
assim no seu carro, seria impossível manter uma velocidade constante:
haveria uma incessante aceleração e desaceleração.
Muitas engrenagens modernas utilizam um perfil de dentes especial
chamado de involuta. Esse perfil tem a propriedade extremamente
importante de manter uma relação de velocidade constante entre as duas
engrenagens. Assim como a roda com estacas acima, o ponto de contato se
movimenta, mas a forma dos dentes da engrenagem involuta compensam
esse movimento.

Engrenagens de dentes retos


As engrenagens de dentes retos são o tipo mais comum de engrenagens.
Elas têm dentes retos e são montadas em eixos paralelos. Há situações em
que muitas dessas engrenagens são usadas juntas para criar grandes
reduções na transmissão.

As engrenagem de dentes retos pode ser muito barulhenta. Cada vez que
os dentes se encaixam, eles colidem e esse impacto faz muito ruído. Além
disso, também aumenta a tensão sobre os dentes.
Para reduzir o ruído e a tensão das engrenagens, a maioria das engrenagens
do seu carro é helicoidal.
Engrenagens helicoidais

Os dentes nas engrenagens helicoidais são cortados em ângulo com a face


da engrenagem. Quando dois dentes em um sistema de engrenagens
helicoidais se acoplam, o contato se inicia em uma extremidade do dente e
gradualmente aumenta à medida que as engrenagens giram, até que os dois
dentes estejam totalmente acoplados.

Este engate gradual faz as engrenagens helicoidais operarem muito mais


suave e silenciosamente que as engrenagens de dentes retos. Por isso, as
engrenagens helicoidais são usadas na maioria das transmissões de carros.
Devido ao ângulo dos dentes de engrenagens helicoidais, elas criam um
esforço sobre a engrenagem quando se unem. Equipamentos que usam
esse tipo de engrenagem têm rolamentos capazes de suportar esse esforço.
Algo interessante sobre as engrenagens helicoidais é que se os ângulos dos
dentes estiverem corretos, eles podem ser montados em eixos
perpendiculares, ajustando o ângulo de rotação em 90º.
Coroas
As coroas (ou engrenagens cônicas) são úteis quando a direção da rotação
de um eixo precisa ser alterada. Elas costumam ser montadas em eixos
separados por 90º, mas podem ser projetadas para funcionar em outros
ângulos também.
Os dentes das coroas podem ser retos, em espiral ou hipóides. Dentes retos
de coroa acabam tendo o mesmo problema que na engrenagem de dentes
retos: conforme cada dente se junta ao outro, ele causa impacto de uma só
vez no dente correspondente.

Assim como com as engrenagens de dentes retos, a solução para esse


problema é curvar os dentes. Esses dentes em espiral se juntam da mesma
maneira que os dentes helicoidais: o contato começa em uma extremidade
da engrenagem e se espalha pela peça toda progressivamente.
Em coroas retas e em espiral, os eixos devem ser perpendiculares um em
relação ao outro, mas também é necessário que estejam no mesmo plano.
Se você tivesse que estender os dois eixos através das engrenagens, eles
acabariam se cruzando. A engrenagem hipóide, por outro lado, consegue
juntar eixos em planos diferentes.

Engrenagens hipóides no diferencial de um carro


Essa característica é usada em muitos diferenciais de carros. Tanto a
cremalheira do diferencial como o pinhão de entrada são hipóides. Isso
permite que o pinhão de entrada seja montado em um plano inferior ao do
eixo da cremalheira. A mostra o pinhão de entrada juntando-se à
cremalheira do diferencial. E já que o eixo da transmissão do carro se
conecta ao pinhão de entrada, ele também é reduzido. O que faz com que
ele não entre tanto no compartimento de passageiros do carro, liberando
mais espaço tanto para os passageiros como para a carga.

Engrenagens sem-fim

Engrenagens sem-fim são usadas quando grandes reduções de transmissão


são necessárias. Esse tipo de engrenagem costuma ter reduções de 20:1,
chegando até a números maiores do que 300:1.

Muitas engrenagens sem-fim têm uma propriedade interessante que


nenhuma outra engrenagem tem: o eixo gira a engrenagem facilmente, mas
a engrenagem não consegue girar o eixo. Isso se deve ao fato de que o
ângulo do eixo é tão pequeno que quando a engrenagem tenta girá-lo, o
atrito entre a engrenagem e o eixo não deixa que ele saia do lugar.
Essa característica é útil para máquinas como transportadores, nos quais a
função de travamento pode agir como um freio para a esteira quando o
motor não estiver funcionando. Outro uso muito interessante para
engrenagens sem-fim está no diferencial Torsen, que é usado em carros e
caminhões de alto desempenho.

Pinhão e cremalheira

Pinhão e cremalheira são usados para converter rotação em movimento


linear. Um exemplo perfeito disso é o sistema de direção de muitos carros.
O volante gira uma engrenagem que se une à cremalheira. Conforme a
engrenagem gira, ela desliza a cremalheira para a direita ou para a
esquerda, dependendo do lado para o qual está virando o volante.

Figure 9. Pinhão e cremalheira de uma balança


doméstica
Pinhão e cremalheira também são usados em algumas balanças para girar
o ponteiro que indica seu peso.
Engrenagem satélite e relações de engrenagens

Toda engrenagem satélite (ou planetária) deve ter três componentes


principais:
 a engrenagem planeta
 as engrenagens satélite e seu suporte
 a coroa
Cada um desses três componentes pode ser a entrada, saída ou pode ficar
imóvel. Escolher qual deles vai exercer cada papel é o que determina a
relação de engrenagem do conjunto todo. Vamos dar uma olhada em uma
engrenagem satélite simples.
Uma das engrenagens satélite da sua transmissão tem uma cremalheira
com 72 dentes e uma engrenagem central com 30 dentes. Dá para
conseguirmos diferentes relações de transmissão com esse conjunto.

Relação de
Entrada Saída Imóvel Cálculo
transmissão
Engrenagem
A Planeta (S) Coroa (R) 1 + R/S 3.4:1
satélite (C)
Engrenagem 1 / (1 +
B Coroa (R) Planeta (S) 0,71:1
satélite (C) S/R)
Engrenagem
C Planeta (S) Coroa (R) -R/S -2,4:1
satélite (C)

Além disso, se você travar 2 dos 3 componentes de uma só vez, irá travar
todo o equipamento a uma redução de transmissão de 1:1. Perceba que a
primeira relação de transmissão listada acima é uma redução, ou seja, a
velocidade de saída é menor do que a velocidade de entrada. A segunda é
uma sobremarcha, a velocidade de saída é maior do que a velocidade de
entrada. E a última é uma redução novamente, mas a direção de saída é
invertida. Há muitas outras relações possíveis com esse conjunto de
engrenagens satélite, mas essas são as que importam para nossa
transmissão automática.

Por isso, esse conjunto de engrenagens consegue produzir todas essas


relações diferentes sem ter que trabalhar com quaisquer outras
engrenagens. Com dois conjuntos de engrenagens como esses em
seqüência, é possível obter quatro marchas normais e a ré, tudo o que
precisamos para a nossa transmissão.
Calculando RPM

Os conjuntos formados por polias e correias e os formados por engrenagens


são responsáveis pela transmissão da velocidade do motor para a máquina.
Geralmente, os motores possuem velocidade fixa. No entanto, esses
conjuntos transmissores de velocidade são capazes também de modificar a
velocidade original do motor para atender às necessidades operacionais da
máquina.
Assim, podemos ter um motor que gire a 600 rotações por minuto (rpm)
movimentando uma máquina que necessita de apenas 60 rotações por
minuto.
Isso é possível graças aos diversos tipos de combinações de polias e correias
ou de engrenagens, que modificam a relação de transmissão de velocidade
entre o motor e as outras partes da máquina.
Em situações de manutenção ou reforma de máquinas, o mecânico às vezes
encontra máquinas sem placas que identifiquem suas rpm. Ele pode
também estar diante da necessidade de repor polias ou engrenagens cujo
diâmetro ou número de dentes ele desconhece, mas que são dados de
fundamental importância para que se obtenha a rpm operacional original
da máquina.
Vamos imaginar, então, que você trabalhe como mecânico de manutenção
e precise descobrir a rpm operacional de uma máquina sem a placa de
identificação.
Pode ser também que você precise repor uma polia do conjunto de
transmissão de velocidade.
Diante desse problema, quais são os cálculos que você precisa fazer para
realizar sua tarefa?

Rpm
A velocidade dos motores é dada em rpm. Esta sigla quer dizer rotação por
minuto. Como o nome já diz, a rpm é o número de voltas completas que um
eixo, ou uma polia, ou uma engrenagem dá em um minuto.

A velocidade fornecida por um conjunto transmissor depende da relação


entre os diâmetros das polias. Polias de diâmetros iguais transmitem para
a máquina a mesma velocidade (mesma rpm) fornecida pelo motor.
Polias de tamanhos diferentes transmitem maior ou menor velocidade para
a máquina. Se a polia motora, isto é, a polia que fornece o movimento, é
maior que a movida, isto é, aquela que recebe o movimento, a velocidade
transmitida para a máquina é maior (maior rpm).

Se a polia movida é maior que a motora, a velocidade transmitida para a


máquina é menor (menor rpm).
Existe uma relação matemática que expressa esse fenômeno:

Em que n1e n2 são as rpm das polias motora e movida, respectivamente,


e D 2 e D1 são os diâmetros das polias movida e motora.

Da mesma forma, quando o conjunto transmissor de velocidade é


composto por engrenagens, o que faz alterar a rpm é o número de dentes.
É importante saber que, em engrenagens que trabalham juntas, a distância
entre os dentes é sempre igual.
Desse modo, engrenagens com o mesmo número de dentes apresentam a
mesma rpm.

Engrenagens com números diferentes de dentes apresentam mais ou


menos rpm, dependendo da relação entre o menor ou o maior número de
dentes das engrenagens motora e movida.
Essa relação também pode ser expressa matematicamente:

Nessa relação, n1 e n2 são as rpm das engrenagens motora e movida,


respectivamente. Z2 e Z1 são os números de dentes das engrenagens
movidos e motores, respectivamente.

Mas o que essas informações têm a ver com o cálculo de rpm?

Cálculo de rpm de polias

Voltemos ao nosso problema inicial. Você está reformando uma furadeira


de bancada na qual a placa de identificação das rpm da máquina
desapareceu.
Um de seus trabalhos é descobrir as várias velocidades operacionais dessa
máquina para refazer a plaqueta.

A máquina tem quatro conjuntos de polias semelhantes ao mostrado na


figura a seguir.

Os dados que você tem são: a velocidade do motor e os diâmetros das


polias motoras e movidas.
Como as polias motoras são de tamanho diferente das polias movidas, a
velocidade das polias movidas será sempre diferente da velocidade das
polias motoras. É isso o que teremos de calcular.
Substituindo os valores na fórmula:

Cálculo de rpm de engrenagem

Como já dissemos, a transmissão de movimentos pode ser feita por


conjuntos de polias e correias ou por engrenagens.
Quando se quer calcular a rpm de engrenagens, a fórmula é muito
semelhante à usada para o cálculo de rpm de polias. Observe:

Em que n1 e n2 são, respectivamente, a rpm da engrenagem motora e da


engrenagem movida e Z2 e Z1 representam, respectivamente, a
quantidade de dentes das engrenagens movida e motora.

Vamos supor que você precise descobrir a velocidade final de uma


máquina, cujo sistema de redução de velocidade tenha duas engrenagens:
a primeira (motora) tem 20 dentes e gira a 200 rpm e a segunda (movida)
tem 40 dentes.
Se você tiver um conjunto com várias engrenagens, a fórmula a ser usada
será a mesma.

Como exemplo, vamos calcular a rpm da engrenagem D da figura a seguir.


Redutores de velocidade

TIPOS DE REDUTORES

Existem basicamente 3 tipos de redutores de velocidade:

A) Tipo coroa e pinhão

B) Tipo coroa e sem-fim

C) Tipo epicíclico

Tipo coroa e pinhão

A relação de transmissão, neste caso, segue o descrito na página 26, ou seja,


número de dentes da engrenagem movida / número de dentes da
engrenagem motriz.

No caso do redutor ao lado, temos uma dupla redução, em 2 estágios.


Se o número de dentes das engrenagens for o especificado na figura, a
redução total seria:

R = (Z2 / Z1) x (Z4 / Z3)

R = (34 / 17) x (50 / 12)

R = 2,0 x 4,16666

R = 8,333:1
Ou seja: a cada 8,333 voltas dadas pelo eixo de entrada, a roda dará uma
só volta.

Por outro lado, o torque será multiplicado pela mesma proporção. Se o


torque de entrada for de 50 kgf.m, o torque de saída para as rodas será (50
x 8,333) = 416,65 kgf.m

Tipo coroa e sem-fim

É utilizado para aplicações estacionárias, em componentes que requerem


baixa velocidade, como esteiras transportadoras.
Relação de transmissão:

Rt = Número de dentes da coroa - Zc .


---------------------------------------------------
Número de entradas do sem-fim – Ze

OBS 1: O número de entradas do sem-fim (Ze) equivale ao número de dentes


de uma engrenagem normal e normalmente varia de 1 a 5 neste tipo de
redutor.
OBS 2: Os redutores tipo coroa e sem-fim são irreversíveis. Em função do
atrito e da geometria, o movimento só pode ocorrer do sem-fim (ou rosca)
para a coroa.

Redutores epicíclicos

As reduções finais dos eixos dianteiros e traseiros das maiorias dos tratores
são do tipo epicíclica.
Estes redutores se caracterizam por:

- Possuem dimensões reduzidas.


- O sentido de giro na saída é igual ao da entrada
- São robustos e resistentes
- Não requerem cuidados especiais, além da lubrificação.

Funcionamento:

A engrenagem solar gira as planetárias. Estas por sua vez, tendem a girar a
coroa externa (engrenagem anelar); mas como a coroa é fixa, as planetárias
assumem um movimento de translação em torno da engrenagem solar, ou
seja: as planetárias descrevem o duplo movimento, de rotação e translação,
tal como os planetas em volta do sol - daí o nome de engrenagem solar e
planetária.
Desta forma, as planetárias "arrastam" o porta-planetária, que está ligado
ao eixo de saída ou, no caso dos eixos dianteiros, constitui-se no próprio
flange de fixação da roda, que girará com velocidade reduzida e torque
multiplicado.

Marcas de contato

A coroa e o pinhão formam um conjunto distinto, cujas tolerâncias e


acabamento não permitem o intercâmbio individual dos mesmos, de modo
que a regulagem da medida básica e a folga entre dentes, são suficientes
para a sua montagem.

Independente disso, pode ser efetuado, a título de inspeção, a verificação


das marcas de contato dos dentes do conjunto coroa e pinhão.

Untar com “azul da prússia”, 2 dentes da coroa distantes entre si a 180º.


Girar o pinhão para frente e para trás, frenando ao mesmo tempo a coroa
com um pedação de madeira dura.
Marcas de contato dos dentes da coroa (sob pressão).

Marcas de contato corretas

Na prática, geralmente não se obtém as marcas de contato ideais. No


entanto, é importante que as mesmas não toquem em nenhum lugar na
borda externa da superfície do dente.

Marcas de contato na cabeça do dente (Incorreto).

Correção: Diminuir um pouco a distância de montagem (medida básica) do


pinhão e ao mesmo tempo, aumentar um pouco a distânciade
montagem da coroa, isto é, fazer com que os dentes da coroa
não atinjam tão profundamente os dentes do pinhão, para
conservar a folga correta entre os flancos dos dentes.
Marcas de contato na base dos dentes (incorreto).

Correção: Aumentar um pouco a distância de montagem (medida básica)


do pinhão e diminuir ao mesmo tempo um pouco a distância de
montagem da coroa, isto é, fazer com que os dentes da coroa
penetrem mais profundamente nos dentes do pinhão, para
conservar a folga correta entre os flancos dos dentes.

HISTÓRIA DO DIFERENCIAL

Essas fantásticas carruagens sem cavalos assustavam os passantes


enquanto resfolegavam pelos caminhos em velocidades bem próximas dos
20Km/h.
No princípio, em 1771, enquanto Nicholas Josep Cugnot desfilava com seu
triciclo a vapor, com um sistema de tração dianteira de uma só roda, o
técnico parisiense Onesiphore Pecqueur já sonhava com um veículo
tracionado por duas rodas ligadas por um eixo.

Só havia um problema: Quando fazemos uma curva, a roda do lado de fora


da curva anda mais que a do lado de dentro. Como fazer para que elas
pudessem girar com velocidades diferentes quando o veículo estivesse
fazendo uma curva?
Nas locomotivas e vagões este problema foi solucionado de forma genial: o
perfil das rodas é cônico, assim, quando em uma curva as rodas assumem
automaticamente diâmetros diferentes e uma delas vai percorrer uma
distância maior que a outra. Simples e prático, não é?

Só que os automóveis não andam sobre trilhos e as curvas são bem mais
fechadas.

Portanto a busca continuou, Uma solução que chegou a ser empregada foi
a de se usar um pino que “desligava” a roda (A roda podia girar livre e solta).
A outra roda, no lado de fora da curva, continuava ligada e se esforçava
sozinha para movimentar o veículo.
Funcionava assim: - Quando chegava na curva, o paciente motorista descia,
desligava a roda, subia, fazia a curva, descia, religava a roda, voltava a subir
no veículo e prosseguia valentemente até... a próxima curva. Não sabemos
bem por quê, mas parece que essa engenhosa solução não foi usada por
muito tempo. Para nossa sorte, aquele parisiense do qual falamos no início,
Pecqueur revolucionou o recém- nascido mundo automobilístico
apresentando, em 1827, a sua invenção: o diferencial.

O grande feito do diferencial é este: ele consegue, através de engrenagens,


compensar a diferença de percurso entre duas rodas ligadas por um eixo. E
o mais importante, ele fez isso sem que as rodas parem de tracionar o
veículo de forma constante, mesmo nas curvas, onde uma das rodas dá
maior número de voltas que a outra.
Veja bem: nos veículos de tração traseira que usam diferencial, as rodas
dianteiras são independentes uma da outra, portanto não causam problemas.

Não é só isso

Mas o diferencial tem outras


tarefas.

O eixo cardan gira no sentido


do comprimento do veículo.

É aí que entra o diferencial mudando em 90 graus o sentido desse


movimento, fazendo girar o eixo traseiro e também as rodas

Tem mais

Uma outra tarefa do diferencial é reduzir a velocidade


de rotação (e consequente aumento do torque) do
eixo de transmissão para uma velocidade mais
compatível com a velocidade de rotação (e torque)
que queremos imprimir às rodas.
Por exemplo, vamos pegar um motor com 2.000 rotações por minuto
(RPM).

Utilizando a primeira marcha teremos uma velocidade 500 RPM na saída da


caixa de câmbio. Através do diferencial esta velocidade cai para 100 RPM,
que é a velocidade com que as rodas vão girar. Como sempre que você
diminui a velocidade, aumenta a força, você tem uma velocidade menor
com uma força bem maior.

CONCEITO.

O diferencial é um conjunto de engrenagens, de aço, que se combinam


entre si, em movimentos rotativos, a fim de permitir que as rodas motrizes
dos veículos desenvolvam rotações diferentes, uma da outra, quando o
veículo se desloca em curvas, garantindo, assim, a sua estabilidade. (Fig. 1).
Funções:
 Inverter em 90º o sentido de transmissão de força.
 Sustentar boa parte do peso do veículo.
 Reduzir a velocidade da rotação transmitida do câmbio para as rodas,
aumentando o troeque proporcionalmente.
 Compensar a diferença de percurso das rodas quando o veículo faz
uma curva, sem que as rodas parem de tracionar o veículo.

Constituição:
Basicamente, os componentes do diferencial são:

Pinhão

O pinhão é uma engrenagem de aço que tem a função de transmitir a


rotaçào recebida do motor, à coroa.
Nos veículos com motores instalados longitudinalmente o pinhão tem
forma cônica.

Coroa

A coroa é uma engrenagem de aço, dentada numa faixa de uma de suas


superfícies laterais, onde se engrena com o pinhão, do qual recebe o torque
motriz e transmite-o à caixa do diferencial (satélites e planetárias).
Engrenagens satélites

São engrenagens de aço, de forma cônica, que se engrenam com as


planetárias, permitindo a compensação da diferença de rotação entre as
rodas motrizes, quando o veículo se desloca em curvas.
Engrenagens planetárias

São engrenagens de aço, de forma cônica, montadas em mancais na caixa


do diferencial. As suas partes centrais, interiores, são estriadas, o que
permite alojar as extremidades das semi-árvores.

Caixa do diferencial

A caixa do diferencial é instalada na carcaça do diferencial. Neles estão


alojadas as engrenagens satélites e planetárias, e a afixada a coroa.
Girando, portanto, junto com a coroa, permite o movimento das
engrenagens satélites e planetárias, para compensar a diferença de
velocidade entre as rodas motrizes.

FUNCIONAMENTO:

Quando um veículo se desloca em curva, as rodas que descrevem o arco


maior da curva, percorrem uma distância maior do que as rodas que
descrevem o arco menor, da mesma curva, no mesmo tempo. Desse modo,
as rodas que percorrem maior distância, logicamente, giram com maior
velocidade do que as que percorrem a menor, no mesmo tempo.

Se as rodas motrizes, de um veículo, fossem rigidamente fixadas a um


mesmo eixo, acionado por uma coroa, teriam que girar com a mesma
velocidade, ao se deslocarem em curva, fato esse que viria a causar a
derrapagem da roda que percorresse a menor distância, ou seja, o menor
da curva. Para que isso não aconteça, o eixo é dividido em duas semi-
árvores, movidas independentemente pelo diferencial.
O conjunto vai funcionar assim:
Quando o veículo estiver andando
em linha reta, a coroa aciona os
satélites e as planetárias como um
bloco único, dividindo a força por
igual entre as duas rodas.

Ao entrarmos em uma curva, as forças


que atuam sobre a roda que fica do lado
interno aumentam, acionando os
satélites que passam a girar em torno do
seu próprio eixo. Isso vai permitir que a
velocidade de rotação da outra roda
aumente, evitando que a roda interna

AJUSTE DO DIFERENCIAL

Quando da regulagem do diferencial deve-se atentar para os seguintes


requisitos fundamentais, que necessariamente deverão ser obtidos:

 Profundidade do pinhão.
 Pré-carga dos rolamentos da caixa de satélites.
 Folga entre dentes do conjunto coroa e pinhão.
 Marcas de contato.

MANUTENÇÃO
O nível de óleo do diferencial, deve ser verificado, periodicamente,
conforme as instruções do fabricante do veículo.
Quaisquer peças danificadas, devem ser substituídas, isoladamente, ou
em pares, quando forem acasaladas entre si.
CAIXA DE MUDANÇA

Fig. 1

CONCEITO

A caixa de mudança, também conhecida como “caixa de câmbio”, é um


conjunto formado por uma carcaça de alumínio fundido ou ferro fundido e
por engrenagens de aço, montadas em eixos, que se combinam entre si,
quando acionadas por uma alavanca externa, com a finalidade de fazer
variar, convenientemente, a relação entre o número de giros das rodas
motrizes do veículo. (Fig. 1).
Dependendo da marca do veículo, a caixa de mudanças pode ser instalada
na parte dianteira, ou na central, ou na traseira do veículo, em posição
longitudinal, que é a mais comum, ou em posição transversal.
As combinações que as engrenagens da caixa de mudanças formam, são em
número de três, quatro ou mais, dependendo da marca e tipo de veículo,
além da combinação que permite a inversão de marcha, conhecida como
marcha à ré. As outras combinações são chamadas de: primeira, Segunda,
terceira, Quarta, etc...

As caixas de mudanças são calculadas, e construídas, em função da potência


do motor, do veículo e da carga máxima que o mesmo pode suportar.

O torque máximo de um motor é calculado para um certo número de


rotações. Assim, quando a rotação de um motor diminui, o seu torque
motriz também diminui.

Quando um veículo sobe uma ladeira, essa ladeira oferece uma certa
resistência, chamada de torque resistente, ou seja, que se opõe ao torque
motriz. Se o torque motriz for menor do que o torque resistente, o motor
tende a parar. Para que isso não aconteça, existe, a caixa de mudanças, cuja
função é fazer com que o torque motriz seja sempre maior do que o torque
resistente.
Componente da Caixa de Mudanças

 Árvore Primaria
A árvore primária recebe o torque motriz, através do conjunto de
embreagens que se acopla ao volante do motor, e transmite-o à árvore
intermediária.

 Árvore Intermediária
A árvore intermediária recebe o torque motriz, através da árvore
primária, e transmite-o à árvore secundária.

 Conjunto Sincronizador (ou conjunto de engate)


É um dispositivo que uniformiza as velocidades de rotação das
engrenagens da caixa de mudanças, para facilitar as mudanças de
marchas.
Componentes do conjunto sincronizador:

 Anel sincronizador
 Luva
 Tambor
 Reténs
 Molas

 Árvore Secundária
A árvore secundária recebe o torque motriz, através da árvore
intermediária, e transmite-o ao eixo motriz do veículo.

 Tampa da Caixa
Na tampa da caixa, São montados os elementos de engrenamento, da
caixa de mudanças, que são acionados para causar as mudanças de
marchas.

 Alavanca de Mudanças
É uma haste de aço, articulada com os elementos de engrenamento,
através da qual o motorista opera a caixa de mudanças, fazendo variar as
suas marchas.

 Garfo Seletor

O garfo, comandado pela alavanca de marchas, movimenta a luva


interposta entre duas engrenagens livres, da árvore secundária da caixa
de mudanças, fazendo com que haja o engrenamento da marcha
correspondente às engrenagens.
 Carcaça da Caixa
É o elemento que envolve e guarnece os componentes da caixa de
mudanças.

Geralmente, o conjunto é formado pelo corpo da caixa, pela carcaça da


embreagem, pela tampa e pela extensão traseira (Fig. 3). No entanto, às
vezes, forma um único bloco com a carcaça da embreagem. Pode ser
fundida em ferro ou em alumínio.

Quando fundida em ferro, proporciona maior abafamento das


vibrações, enquanto que, em alumínio, torna-se mais leve.

 Engrenagens (Marchas)
São peças de aço, de formato circular, dotadas de dentes uniformes e
com espaçamentos regulares entre si, montadas em árvores ou eixos
estriados, ou chavetados, que se combinam entre si, sincronizadamente,
com a finalidade de transmitir movimentos rotativos entre duas ou mais
partes ligadas ao seu conjunto.

As diferentes combinações, formadas pelas engrenagens da caixa de


mudanças, são chamadas de marchas e determinam a força e a
velocidade transmitidas às rodas motrizes do veículo.
FUNCIONAMENTO
A árvore primária recebe o torque motriz, através do conjunto de
embreagem que se acopla ao volante do motor, e transmite-o à árvore
intermediária. A árvore intermediária transmite o torque, recebido da
árvore primária, a árvore secundária que, por sua vez, o transmite ao eixo
motriz do veículo, através da transmissão articulada.
A variação de marchas é obtida com a combinação entre as engrenagens
da árvore secundária e as da árvore intermediária que guardam uma
relação entre si, quanto ao seu diâmetro, para cada marcha solicitada pelo
condutor do veículo.
Para melhor compreensão do funcionamento das marchas, nas figuras
seguintes, relacionadas com esse funcionamento, as linhas em destaque
orientam o esforço do motor (torque) e as setas, o sentido de rotação da
árvore ou engrenagem.

PONTO MORTO
Quando é necessário manter-se o motor funcionando, com o veículo
parado e a embreagem conectada, o que, por exemplo, ocorre quando
aguardamos o verde de uma sinaleira de trânsito, a alavanca de mudanças
deve ser colocada em ponto morto, ou seja, num ponto tal que não permita
que o torque motriz seja transmitido à árvore secundária. A alavanca de
mudanças quando está em ponto morto, desliga, portanto, a árvore
secundária das demais árvores. Neste caso, o torque motriz chega somente
até á árvore intermediária, porque não há engrenagens engatadas. (Fig. 3)

Fig. 3
PRIMEIRA VELOCIDADE

A primeira, é uma marcha de baixa velocidade (V1) e de muita força (F4),


isto porque é resultante da combinação da menor engrenagem (1) da
árvore intermediária, com a maior engrenagem (8) da árvore secundária, e
o torque motriz é transmitido pela árvore intermediária, num processo de
redução de velocidade, para a árvore secundária (Fig. 4).

Fig. 4

Da primeira à terceira marcha, o torque motriz é transmitido pela árvore


intermediária, nos veículos de quatro marchas à frente.

SEGUNDA VELOCIDADE
A segunda, é uma marcha de velocidade um pouco maior (V2) do que a
primeira, e de menor força (F3) do que ela, isto, porque é resultante da
combinação da engrenagem média (2) da árvore intermediária, com
engrenagem média-grande (7) da árvore secundária. (Fig. 5).

Fig. 5
TERCEIRA VELOCIDADE

A terceira, é uma marcha de velocidade um pouco maior (V3) do que a


Segunda, e de menor força (F2) do que ela, isto, porque é resultante da
combinação da engrenagem média grande (3) da árvore intermediária com
a engrenagem média (6) da árvore secundária. (Fig. 6)

Fig.6

QUARTA VELOCIDADE
A quarta, é uma marcha de velocidade maior (V4) do que a terceira, e de
menor força (F1) do que ela, isto, porque o torque motriz é aplicado
diretamente ao eixo motriz, através das árvores primária e secundária, que
se acoplam, sem passar pelo processo de redução de velocidades, através
da árvore intermediária, pois, gira sem engrenamento. (Fig. 7)

Fig. 7
MARCHA À RÉ
É a marcha que faz com que o veículo se movimenta para trás. Para que isso
aconteça, é necessário que haja uma inversão do sentido de rotação da
árvore secundária, em relação ao sentido de rotação das demais marchas.

Para que essa inversão do sentido de rotação da árvore secundária seja


conseguida, entre as engrenagens das árvores intermediária e secundária,
que formam o conjunto da ré, é engrenada uma terceira engrenagem que,
além de fazer a inversão, causa uma grande redução de velocidade da
árvore secundária. (Fig. 8).

Fig.8
CONCEITOS BÁSICOS
(REDUÇÃO)

Quando o conjunto de engrenagens de uma transmissão for formado por


dois pares de engrenagens, o cálculo da relação de redução será o seguinte:

Neste exemplo a rotação diminui seis vezes tendo o torque aumentado na


mesma proporção.
Hidráulica básica
Componentes de um sistema hidráulico

Características da hidráulica:

- Fácil instalação dos componentes;


- Rápida parada e inversão de movimento;
- Variações micrométrica na velocidade;
- Sistema autolubrificante;
- Alta potencia;

Hidráulica

É a ciência que estuda os fluidos em escoamento ou sob pressão.

Fluido

É qualquer substância que pode escoar e assumir a forma do recipiente o


que contem.
Fluido Hidráulico

O fluido Hidráulico é um elemento vital de um sistema hidráulico. Ele é um


meio de transmissão de energia, um lubrificante, um vedador e um veiculo
de transferência de calor. O fluido hidráulico a base de petróleo é o mais
comum.

Vazão

Vazão é o volume deslocado por uma unidade de tempo, dado em galões


por minuto (gpm) ou litros por minutos (lpm).

Esta relacionada com a velocidade do equipamento.

Pressão

Se aplicarmos uma força “F” sobre uma superfície de Área “A”, definimos
como pressão “P”, a razão entre a força “F” e a superfície “A”.

P=F/A
F=PxA
Bombas Hidráulicas
As bombas são utilizadas nos circuitos hidráulicos para converter energia
mecânica em energia hidráulica.

A ação mecânica cria um vácuo parcial na entrada da bomba e permite que


a pressão atmosférica force o fluido do tanque, através da linha de sucção,
a penetrar na bomba. A bomba passará o fluido para a abertura de descarga
forçando-o através do sistema hidráulico.

As bombas são responsáveis pela geração da vazão dentro de um sistema


hidráulico e portanto, pelo acionamento dos atuadores. As bombas,
portanto, transformam energia mecânica em energia hidráulica. Existem
diversos tipos de bombas, sendo as principais ou mais comuns de encontrar:

- Bomba de engrenagens
- Bomba centrífuga
- Bomba de rotor interno/externo
- Bomba de pistões
- Bomba de palhetas

Bombas de engrenagens
Bomba tipo gerotor

A bomba do tipo gerotor possui engrenagem motora interna e uma


engrenagem movida externa, sendo que a interna tem um dente a menos
que a externa.
Enquanto a engrenagem interna é movida por um elemento acionado, ela
movimenta a engrenagem externa maior. De um lado do mecanismo de
bombeamento forma-se um volume crescente, enquanto os dentes se
desengrenam.
Do outro lado da bomba é formado um volume decrescente. Uma bomba
tipo gerotor tem um projeto não compensado. O fluido que entra no
mecanismo de bombeamento é separado do fluido de descarga por meio
de uma placa de abertura.
Enquanto o fluido é impelido da entrada para a saída, uma vedação positiva
é mantida, conforme os dentes da engrenagem interna seguem o contorno
do topo das cristas e vales da engrenagem externa.
Bomba de pistão axial

Como funciona uma bomba de pistão

No exemplo da ilustração anterior, um tambor de cilindro com um cilindro


é adaptado com um pistão. A placa de deslizamento é posicionada a um
certo ângulo.

A sapata do pistão corre na superfície da placa de deslizamento.

Quando um tambor de cilindro gira, a sapata do pistão segue a superfície


da placa de deslizamento (a placa de deslizamento não gira). Uma vez que
a placa de deslizamento está a um dado ângulo o pistão alterna dentro do
cilindro.

Em uma das metades do ciclo de rotação, o pistão sai do bloco do cilindro e


gera um volume crescente. Na outra metade do ciclo de rotação, este pistão
entra no bloco e gera um volume decrescente.
Na prática, o tambor do cilindro é adaptado com muitos pistões. As sapatas
dos pistões são forçadas contra a superfície da placa de deslizamento pela
sapata e pela mola.

Para separar o fluido que entra do fluido que sai, uma placa de orifício é
colocada na extremidade do bloco do cilindro, que fica do lado oposto ao
da placa de deslizamento. Um eixo é ligado ao tambor do cilindro que o
conecta ao elemento acionado.

Este eixo pode ficar localizado na extremidade do bloco onde há fluxo ou,
como acontece mais comumente, pode ser posicionado na extremidade
da placa de deslizamento.

Neste caso, a placa de deslizamento e a sapata têm um furo nos seus


centros para receber o eixo. Se o eixo estiver posicionado na outra
extremidade, a placa de orifício tem o furo do eixo.

A bomba de pistão que foi descrita acima é conhecida como uma bomba
de pistão em linha ou axial, isto é, os pistões giram em torno do eixo, que
é coaxial com o eixo da bomba.

As bombas de pistão axial são as bombas de pistão mais populares em


aplicações industriais. Outros tipos de bombas de pistão são as bombas de
eixo inclinado e as de pistão radial.
Bombas de pistão axial de volume variável compensada por pressão
Válvulas de controle direcional
As válvulas de controle direcional consistem em um corpo com passagens
internas que são conectadas e desconectadas por uma parte móvel.

Nas válvulas direcionais, e na maior parte das válvulas hidráulicas,


conforme já vimos, a parte móvel é o carretel. As válvulas de carretel são
os tipos mais comuns de válvulas direcionais usados em hidráulica.

Identificação de válvula de controle direcional

1_Para identificação da simbologia devemos considerar:

*Número de posições

*Número de vias

*Posição normal

*Tipos de acionamento
Número de posições

As válvulas são representadas graficamente por quadrados. O número de


quadrado unidos representa o número de posições ou manobras que uma
válvula pode assumir.

Devemos saber que uma válvula de controle direcional possui, no mínimo,


dois quadrados, ou seja, realiza no mínimo duas manobras.

Número de vias

O número de vias de uma válvula de controle direcional corresponde ao


número de conexões úteis que uma válvula pode possuir.

Nos quadrados representativos de posições podemos encontrar vias de


passagem, vias de bloqueio ou a combinação de ambas.
Para fácil compreensão de número de vias de uma válvula de controle
direcional podemos considerar que:

Identificação das vias

Via de pressão = P

Via de retorno = T

Vias de utilização = A e B

Posição normal

Posição normal de uma válvula de controle direcional é a posição em que


se encontra os elementos internos quando a mesma não foi acionada. Esta
posição geralmente é mantida por força de uma mola.
Tipos de acionamento
Válvula de retenção

Uma válvula de retenção é uma combinação de válvula direcional e válvula


de pressão. Ela permite o fluxo somente em uma direção, por isso é uma
válvula unidirecional.

Válvula controladora de vazão

A função da válvula controladora de vazão é a de reduzir o fluxo da bomba


em uma linha do circuito.
Atuadores hidráulicos
• Cilindros Hidráulicos

• Atuadores rotativos

• Motores hidráulicos

Cilindros hidráulicos

Atuadores rotativos
Acumuladores Hidráulicos
Contaminação do sistema hidráulico

Há um estudo por parte das fabricas de componentes hidráulicos dizendo


que, mais de 90% dos defeitos hidráulicos, são devido à contaminação no
óleo;
Cuidados contra contaminação

• É necessário a toda troca de óleo conforme o especificado;

• Nunca utilize filtros paralelos;

• Ao abastecer o sistema, certificar se o bocal de enchimento este


devidamente limpo.

• Proteger com tampas e bujões os componentes estocados;

• Limpar os componentes que serão instalados na maquina;

• Proteger com tampas e bujões todas as conexões expostas dos


componentes

Cuidados contra contaminação

• Sujeira;

• Respingos de solda;

• Tintas

• Fibras de estopas;

• Partículas de desgastes de metal;

• Cinzas de cigarro;

• Bagaços de cana
Vazamentos:

• Mangueiras e Conectores

• Componentes hidráulicos

Conversão unidades

1 PSI = 0,0689 Bar

1 Bar = 14,503 PSI


Elétrica Básica
Introdução

Energias do mundo

As principais fontes de energia, e também as mais utilizadas são os


combustíveis fósseis, a força hidráulica, a energia nuclear. Acrescenta-se
ainda a energia solar, a força dos ventos e das marés, a biomassa e a
potência geotérmica, que são exploradas em menor escala. Essas fontes de
energia geram diversas formas: potencial, mecânica, eletromagnética,
elétrica, cinética, entre outras, e podem ser transformadas umas nas
outras, a depender da necessidade do homem.

A energia é de fundamental importância para o desenvolvimento do ser


humano. Com ela o homem realiza o trabalho necessário para efetuar suas
tarefas.

A energia elétrica (Eletricidade) é uma das mais importantes formas de


energia.

Eletricidade

A eletricidade que a menos de um século era uma força misteriosa e


assustadora está se convertendo com o avanço do conhecimento cientifico,
em mais um importante instrumento de desenvolvimento tecnológico.
Tornou-se indubitavelmente um fator importantíssimo na vida social e
econômica do mundo.
Embora a eletricidade seja conhecida há muito tempo, só recentemente
chegamos a compreender melhor a sua natureza e os modos de utilizá-la,
Isso foi fruto de cuidadosos estudos científicos realizados por muitos
homens durante um período bastante longo. A descoberta da eletricidade
data de aproximadamente 25 séculos.

Devemos esse fato ao filósofo Grego Tales de Mileto que se surpreendeu


com estranhos fenômenos de atração e repulsão que ocorriam entre certos
corpos leves, sem que houvesse contato entre eles, era pensamento do
filósofo que esses fenômenos fossem provocados por “forças ocultas”, o
que mais tarde foi chamado de “campo elétrico”.

Tecnologias

No Brasil, onde o potencial hidráulico é muito grande, a opção por usinas


hidrelétricas é mais utilizada, cerca de 90% da energia elétrica gerada, e
apenas uma pequena parte, cerca de 10% é gerada a partir de
termelétricas.

O avanço da ciência, como da tecnologia está intimamente ligado ao uso da


eletricidade nos mais variados ramos dos seus campos.

A indústria automobilística, por exemplo, usa nos seus veículos um grande


número de componentes elétricos necessários ou acessórios, os quais
sofrem continuamente modificações e aperfeiçoamentos.

É “portanto” de suma importância para o técnico eletricista estar a par


destas recentes transformações; estar sempre se atualizando e que
conheça esses componentes, circuitos e seus princípios de funcionamento.

Para que você possa bem compreender e aproveitar o conteúdo desta


apostila é necessário que entenda e passe a dominar os tópicos seguintes,
que tratam das unidades de medidas e seus conceitos.

Esta apostila busca ajudar os técnicos a analisarem circuitos elétricos em


corrente contínua usando a lei básica de análise de circuitos: Lei de Ohm,
sempre usando um enfoque prático da aplicação desta lei.
CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE
Por se tratar de uma força invisível, o princípio básico de eletricidade é
explicado na teoria
Atômica. Torna-se difícil então visualizar a natureza da força elétrica, mas é
facilmente notável o seu efeito. A eletricidade produz resultados e efeitos
perfeitamente previsíveis. Para que possamos compreender melhor a
eletricidade, observemos as seguintes definições:

Matéria

Os filósofos da Grécia antiga estudaram a matéria (qualquer substância


sólida, líquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço) e imaginaram que
quando fossemos dividindo um objeto qualquer, como uma lasca de
madeira, chegaria a uma parte desta onde não mais poderíamos dividi-la: o
átomo, que em Grego significa não mais divisível.

Dá-se o nome de composição da matéria ao aglomerado de átomos que se


unem para adquirem uma forma, por exemplo: tijolo, madeira, gota d'água,
corpo humano, etc...

Molécula
É a menor partícula, a qual podemos dividir uma matéria, sem que esta
perca suas propriedades básicas.
Ex: Quando dividimos um pó de giz até o momento em que ele ainda
conserve suas propriedades de pó de giz, tornando-se invisível a olho nu,
mas visível com microscópios, temos então uma molécula.

Átomo
É a menor partícula física em que se pode dividir um elemento da matéria
e é formado de numerosas micro-partículas. Estudaremos somente aquelas
que mais interessam à teoria elétrica.
É configurado por duas regiões principais: nuclear e orbital.
Na natureza encontramos elementos químicos como ferro, cobre, ouro,
hidrogênio, etc, sendo que cada átomo desses elementos naturais possui
um determinado número de prótons e elétrons.

Por exemplo, um átomo de hidrogênio (gás) possui um próton e um elétron,


já o átomo de carbono possui doze prótons e doze elétrons e assim por
diante.

Os átomos podem ter várias órbitas, dependendo do seu número de


elétrons, sendo que cada órbita contém um número específico de elétrons
(primeira órbita - dois elétrons, segunda órbita – oito elétrons e assim
sucessivamente) ligados pela força de atração ao seu núcleo. Quanto mais
afastada a órbita ou camada de elétrons, do núcleo do átomo, menor é à
força de atração do núcleo agindo sobre os elétrons dessa camada. Isso os
torna facilmente removíveis.

Colocando-se dois prótons, um próximo do outro, eles se repelem. O


mesmo ocorre com dois elétrons. Entretanto, um próton e um elétron
atraem-se mutuamente quando colocados um próximo do outro, isto
porque são dotados de cargas elétricas diferentes.
Conceito de íons

Os átomos no estado natural são sempre eletricamente neutros, isto é, o


número de cargas positivas é igual ao número de cargas negativas (número
de prótons = número de elétrons). Quando esses números são diferentes,
aparecem os íons.

Se o átomo perde um elétron torna-se eletricamente positivo (íon positivo),


se ele ganha um elétron torna-se eletricamente negativo (íon negativo).

A este desequilíbrio é que chamamos “carga elétrica”. O conjunto dos


fenômenos que envolvem estas “cargas elétricas” é que foi definido como
eletricidade.

A medida de carga elétrica é expressa em Coulomb, (nome do cientista


Inglês que primeiro a quantificou). Um Coulomb corresponde uma
quantidade igual a 6.280.000.000.000.000.000 elétrons que é a medida da
carga elétrica. A unidade de medida da corrente elétrica é definida por um
Ampére que corresponde a carga de 1 Coulomb que passa por um condutor
em um segundo.

A eletricidade se apresenta de duas maneiras.

Eletricidade Estática

É o tipo de eletricidade que envolve cargas elétricas paradas, é gerada por


atrito, pela perda de elétrons durante o friccionamento.
Por exemplo, esfregar um bastão de vidro em lã de carneiro, choque ao
descer de um veiculo, etc.

Em um dia seco uma pessoa pode adquirir cargas estáticas e receber um


choque ao tocar um objeto metálico. Automóveis e caminhões podem
adquirir cargas estáticas em conseqüência da fricção de seus pneus ao solo
ou pela fricção ao se movimentar através do ar.
Além disso, veremos que muitas vezes as cargas eletroestáticas são
indesejáveis em sistemas eletrônicos.

Eletricidade dinâmica ou corrente elétrica é o fluxo de cargas que se


desloca através de um condutor (fio). Desta forma como a eletricidade se
apresenta é nos interessa estudar. Para que este fenômeno ocorra é
necessário, no mínimo, uma fonte de energia, um consumidor e condutores
fechando o circuito.

FORMAS DE PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE

Para a produção de eletricidade, alguma forma de energia deve ser usada


para acionar os elétrons. Esta energia é chamada de força eletromotriz =
F. E. M.

As seis fontes básicas de energia que podem ser utilizadas são: Fricção,
Calor, Pressão, Luz, Magnetismo e Ação Química.
Fricção

Quando certas substâncias diferentes como vidro, madeira, seda, ebonite,


etc, são atritadas e depois separadas, ficam eletricamente carregadas. Isto
é eletricidade estática como já vimos antes.

Efeito Termoelétrico (Calor)

Se dois metais diferentes forem colocados de modo a formar um circuito


fechado, e se um dos pontos de contato estiver mais frio ou mais quente
do que outro haverá passagem de uma corrente no circuito fechado.

A quantidade de corrente dependerá da diferença de temperatura e do


tipo de metais em contato.

Alguns materiais que fazem termo - junção comum são: Bismuto, Níquel,
Platina, Prata e o Antimônio
Pressão (Efeito Piezelétrico)

Alguns tipos de cristais naturais e cerâmicos artificiais geram uma força


eletromotriz, quando sujeitos a tensões mecânicas.

Alguns materiais comumente usados com tal finalidade são: o cristal de


rocha, o sal de Rochelle e a turmalina.

Efeito Foto Elétrico (Luz)

Certos materiais geram uma força eletromotriz, quando expostos à luz.


Alguns compostos de Germânio, Selênio e Silício têm essa propriedade.

Um fotômetro, usado em fotografia para medir a intensidade da luz


existente na cena a fotografar, faz uso desse efeito fotoelétrico.
GRANDEZAS ELÉTRICAS

Corrente elétrica

A vazão da água, isto é, o volume de água que passa pelo cano por segundo,
pode ser associada á intensidade de corrente que se refere à quantidade de
eletricidade (elétrons) que estiver passando num ponto qualquer do
condutor ou circuito elétrico (associado ao cano d'água).

A corrente elétrica é o movimento ordenado das cargas elétricas. A carga


elétrica mais comum é o elétron livre que está presente nos metais, assim
não basta o corpo ter elétrons, aliás, todos os corpos possuem elétrons,
para termos uma corrente elétrica, estes elétrons devem ser do tipo
elétrons livres.

É por isto que a madeira é considerado um isolante, apesar de ter elétrons


eles não são livres, a ligação química é forte bastante para prender os
elétrons, já os metais possuem uma ligação química que permite que os
elétrons fiquem livres no material, são estes elétrons que serão usados para
gerar uma corrente elétrica.

Para que os elétrons se movimentem é preciso aplicar uma força sobre eles,
em eletricidade esta força é chamada de Campo
Elétrico. A fonte de energia elétrica é a responsável por criar este campo
elétrico.
A corrente elétrica num circuito é apresentada pela letra I e sua unidade de
medida é o Ampére1 (A), que é igual a um fluxo de 1 Coulomb por segundo.
Por definição 1 Ampére é a corrente que flui através de um condutor com
resistência de 1 ohm quanto à diferença de potencial entre os seus
terminais for igual a 1 volt.

Um Coulomb2 corresponde uma quantidade igual a


6.280.000.000.000.000.000 elétrons que é a medida da carga elétrica.

Obs: A corrente elétrica que passa por um condutor (fio), pode ocorrer de
dois modos, são elas: - a corrente contínua ou a corrente alternada.

Corrente Alternada
Quando o fluxo de elétrons alterna de tempo em tempo (período) o seu
sentido, é aquela que muda de sentido periodicamente. Em termos práticos
é o tipo de corrente utilizada pelos sistemas elétricos de residências,
indústrias, etc.

Tomemos como exemplo os trabalhadores de uma fábrica que vão


trabalhar de manhã e saem à tarde, ou seja, de manhã eles entram na
fábrica; E à tarde eles saem da fábrica.
Notem que pela mesma rua de manhã eles andam em um sentido (entram)
e de tarde eles andam em sentido contrário (saem), e dia após dia a mesma
coisa se repete, ou seja, é periódico.

Os produtores de corrente alternada é o gerador de corrente alternada, ou


Alternador.

Por um fio percorrido por corrente alternada ocorre à mesma coisa.

Sentido de corrente elétrica num primeiro instante.


Sentido de corrente elétrica num segundo instante.
Corrente Contínua
Quando o fluxo de elétrons mantém constante o seu sentido ao longo do
tempo. É aquela que não muda de sentido.

Os sistemas elétricos dos automóveis utilizam corrente contínua para luzes,


acessórios, etc. Os elementos mais comuns de produção de corrente
contínua são: pilhas, baterias e dínamos, ou seja, todos os acumuladores
que apresentem polarização, positivo (+) e negativo (-).

Tomemos como exemplo uma rua de mão única. Os automóveis percorrem


a rua sempre do lado esquerdo, para o lado direito.

Por um condutor (fio) percorrido por corrente contínua, ocorre à mesma


coisa. A corrente elétrica percorre o condutor sempre do pólo negativo,
para o pólo positivo denominado sistema Real.

Porém, na eletricidade convencional, utilizada também no setor


automotivo, consideraremos como regra que a corrente elétrica percorre o
condutor do pólo positivo para o pólo negativo denominado sistema
Convencional.

Tensão (Volt)

Volt; unidade que mede a diferença de potencial elétrico entre dois pontos.
O volt é a diferença de potencial existente entre duas seções transversais
de um condutor percorrido por uma corrente elétrica de um ampére,
quando a potência dissipada entre as duas seções equivale a um watt.

O conceito de tensão é mais difícil de entender, por isto, vamos usar uma
analogia prática, vamos comparar o circuito elétrico à hidráulica.

Em um recipiente cilíndrico cheio de água (caixa de água), colocamos três


saídas, uma acima da outra.

Percebemos que na primeira saída de cima para baixo o fluxo de água é


menor que a saída do meio do recipiente, e a útima saída o fluxo de água é
bem maior.
Assim podemos concluir que, a pressão da terceira saída, a de baixo, é
maior que a primeira saída. Podemos então quantificar como se fosse
tensão elétrica (volt), a primeira 12 V, a segunda 50 V, e a terceira 100 V.

Para que a água possa fluir, não basta termos a caixa de água é preciso que
esta caixa esteja posicionada acima da torneira, para que haja pressão
suficiente para empurrar a água para baixo, quanto mais alta a caixa, maior
a pressão que empurra a água. A pressão é proporcional à diferença de
altura entre a caixa de água e a saída.

Resistência elétrica
Como o nome está dizendo, resistência elétrica é aquele componente que
se opõe (resiste) a passagem da corrente elétrica. Quanto maior a
resistência, maior a oposição à passagem da corrente, menor a corrente.

A torneira pode associar á resistência elétrica, fazendo com que ao


restringirmos a passagem de água à diferença de pressão entre os pontos
anteriores e posteriores da mesma aumente e o volume de água por
segundo (vazão) diminua; portanto, a tensão elétrica ou "pressão elétrica"
entre suas extremidades aumente (maior voltagem), e sua intensidade de
corrente ou "vazão elétrica" diminua (menor amperagem).

A oposição que um condutor elétrico oferece à passagem da corrente


elétrica é que se denominou resistência elétrica. O valor da resistência
elétrica está diretamente ligado à combinação de quatro fatores:

a) O material que constitui o condutor (resistividade)


b) O comprimento do condutor
c) A área da seção transversal
d) A temperatura de trabalho do condutor.

O que determina a resistividade ( 0 ) do material a ser utilizado em


condutores é a sua quantidade de elétrons livres. Os metais são os melhores
condutores de corrente elétrica, destacando o cobre, o alumínio e a prata.

A área de seção transversal ou o diâmetro do condutor também altera o


valor da resistência do condutor. Quanto maior o diâmetro menor oposição
à passagem de corrente elétrica.
O comprimento de um condutor também interfere diretamente no valor da
resistência. Quanto maior o comprimento do condutor, maior a oposição à
passagem de corrente elétrica.

O que distingue um bom condutor de um mau é a resistência. Às vezes


torna-se necessário usarmos maus condutores, ou isolantes, para proteção
de circuitos e usuários. Os isolantes mais utilizados são a borracha, o vidro,
a porcelana, etc.

Em eletrônica o componente com resistência elétrica mais usada é o


resistor. A função do resistor é controlar a corrente elétrica no circuito.

O calor também aumenta a resistência à passagem de corrente em um


condutor. Se um condutor em algum ponto do circuito fica exposto ao calor,
esse ponto torna-se um ponto resistivo diminuindo a passagem da corrente
elétrica.

Assim podemos utilizar o condutor corretamente evitando aquecimentos.


O aumento da temperatura causa um aumento da resistência do condutor.
Um exemplo prático seria o cabo que alimenta o motor de partida do
veículo. Como podemos observar ele oferece menor resistência à circulação
de alta corrente consumida pelo motor de partida, por possuir pequeno
comprimento e maior bitola (diâmetro).
A unidade de resistência elétrica é o Ohm e o seu símbolo é a letra grega
Omega Ω

Em eletrônica a maioria das resistências é da ordem de quilo Ohms (KΩ) ou


mega ohms (MΩ), que fazem parte dos múltiplos e submúltiplos, que
veremos mais à frente, assim em nossos exemplos vamos procurar usar
resistores de KΩ.

O símbolo da resistência é mostrado ao lado: Na figura (a) temos o símbolo


da resistência e que ainda é usado em alguns livros para representar o
resistor, o símbolo do resistor descrito na norma brasileira é mostrado na
figura (b).

Quando aumentamos R (resistência), notamos que a "V" (voltagem) e "I"


(Amperagem), variam de forma proporcional à resistência e inversamente
proporcional entre si, respectivamente. Na seqüência estudaremos melhor
estes conceitos na Lei de Ohm.
Potência Elétrica (Watt)
A unidade básica de potência elétrica é o Watt5; pode ser definido como a
rapidez com que se faz trabalho em um circuito em que flui uma corrente
de 1 ampére, quando a “f.e.m”( força eletromotriz), aplicada é de 1 volt.

Os aparelhos elétricos possuem diferentes potências, consumindo mais ou


menos energia.

Essa potência é expressa em watts (W) e deverá estar mencionada na placa


de identificação afixada no próprio aparelho.

Você já deve conhecer esta grandeza, pois é justamente esta grandeza que
tornam a sua conta de luz tão grande, quanto mais energia elétrica você
transforma, seja na forma de luz, calor, som outra forma qualquer, mais
você paga, assim, para economizar você deve transformar menos,
apagando a lâmpada que não está sendo usada, usando o chuveiro menos
tempo e até baixando o som do seu rádio.

Note que se em um circuito não existe corrente circulando, não está


havendo transformação de energia, assim o fato de termos 220 V na
tomada, se nada for ligado nesta tomada ela não está gastando energia.

Podemos comparar a potência elétrica (Watt), com a potência mecânica o


CV (cavalo vapor), utilizando o exemplo de dois automóveis. Um com motor
2.0 litros e outro com um motor 1.0 litros, ao dirigirmos em uma estrada
notamos que o motor 2.0 desenvolve maior velocidade e maior torque nas
ultrapassagens que o motor 1.0. Assim podemos perceber a diferença de
potência dos veículos.

Na eletricidade notamos a diferença de luminosidade, quando usamos uma


lâmpada incandescente de 40 Watts e uma de 100 Watts.
Joule (energia trabalho)

No sistema internacional de unidades (SI), o trabalho é medido em joules


(J). Um joule corresponde ao trabalho feito por uma força de um Newton
(N), ao fazer um corpo se deslocar um metro; o Newton é a intensidade de
uma força que produz aceleração 1m/s2 em um corpo de massa igual a 1
Kg.

Quando um corpo é elevado, se gasta energia e, portanto, realiza-se um


trabalho.
Se o corpo cai percorrendo a mesma distância, pode realizar um trabalho
igual ao que foi feito para elevá-lo. Quando o corpo é elevado para fazer
trabalho, dizemos que ele tem energia potencial, isto é, o potencial para
realizar trabalho.

LEI DE OHM.
Vamos entender a Lei de Ohm usando a analogia com a instalação
hidráulica, respondendo a seguinte questão: O que podemos fazer para
aumentar o fluxo de água na torneira?

Primeiro abrindo mais a torneira, deixando mais água passar, opondo


menos resistência à passagem da água.
Assim em eletricidade quanto “menor” a resistência mais corrente
circulando. Outra forma é levantar a caixa d’água, é claro que isto é mais
difícil, mas é uma possibilidade.

Em eletricidade equivale a conseguir uma fonte de energia elétrica com


maior energia potencial (volt).

Notamos que existe uma relação entre a corrente, a resistência presente


no circuito e a tensão da fonte de alimentação.

O Senhor Ohm também notou, e mais: ele observou que a corrente é


diretamente proporcional à tensão isto significa que: Se você aumentar a
tensão da fonte de energia elétrica em um circuito sem alterar a resistência
presente neste circuito, a corrente irá aumentar também. O Senhor Ohm
observou também que a corrente é inversamente proporcional à
resistência, isto significa que: Se você aumentar a resistência de um circuito
mantendo a mesma fonte de energia à corrente irá diminuir.
Em eletricidade a tensão é proporcional à diferença de potencial elétrico,
que é na verdade a diferença de número de cargas elétricas entre os pólos
da fonte de tensão.

Note que a diferença de potencial é essencial para que haja corrente


elétrica, mas, não é o suficiente, assim como no circuito hidráulico só a caixa
de água alta não basta. Para que haja corrente elétrica (fluxo de elétrons) é
preciso que haja um caminho entre o pólo positivo e o pólo negativo
(circuito).

Assim o senhor Ohm descreveu este conceito na forma de uma equação,


como é mostrado abaixo:
Onde:

V é a Tensão.
I é a corrente.
R é a resistência.
P é potência

MULTÍMETRO
Agora que conhecemos os conceitos básicos de corrente (A), Tensão (V) e
Resistência (Ω), vamos ver como devemos operar nosso multímetro de
forma a obter as medidas desejadas.
O Multímetro é uma ferramenta indispensável ao eletricista, que o permite
diagnosticar defeitos de maneira direta. Ele reúne basicamente: um
Voltímetro, um Amperímetro e um Ohmímetro.

Até algum tempo atrás, os mostradores dos Multímetros eram somente


analógicos (ponteiro), com a evolução eletrônica foram incorporados
mostradores digitais (display). As vantagens dos aparelhos digitais sobre os
analógicos são: a precisão, a facilidade de leitura e a proteção de seu
circuito interno.

Ao efetuarmos uma leitura em um aparelho analógico (ponteiro) devemos


nos posicionar de maneira que coincida o ponteiro com sua imagem
refletida no espelho do mostrador, evitando assim um erro de leitura (Erro
de Paralaxe).

Caso o ponteiro do instrumento esteja deslocado do zero (0) existe um


parafuso que possibilita aferir.

ATENÇÃO: Antes de iniciarmos qualquer medição, devemos conhecer O


QUÊ vamos medir e qual a GRANDEZA da medida.
Medir resistência Ω

Quando desejamos conhecer o valor da resistência ôhmica de um


componente qualquer (ex.: bobina, rotor, fusível, etc...) devemos:
Introduzir os terminais de prova, preta no (Com)
Abreviação de comum (-) e vermelho na posição (Ω) e posicionar o seletor
na função Ω (omega).
Selecionar a escala conveniente com a grandeza a ser medida.

Como no exemplo acima, está sendo medida a resistência do eletroinjetor


que deve ter uma resistência entre 1,5 kΩ e 3 kΩ, e foi encontrado o valor
de 2 kΩ indicando que está dentro do parâmetro normal.

O Multímetro na condição de ohmímetro é também utilizado para testar


continuidade de chicotes, fusíveis, enrolamento, e possíveis curtos.
Para o teste de continuidade, os fios das pontas de prova devem ser
colocados na condição de leitura de resistência, e qualquer escala de
resistência selecionada.

As pontas de provas preta e vermelha, colocadas nas extremidades do


condutor, se a leitura for igual ou próximo de zero, indica continuidade
perfeita, mas se indicar resistência alta ou infinita, significa circuito aberto
ou com isolamento em algum ponto.
Medir corrente

Quando desejamos conhecer o consumo de corrente no circuito, devemos


Introduzir os terminais de prova, preta no (Com) Abreviação de comum (-),
e vermelho na posição (A) e posicionar o seletor na função A (ampere).

Inserimos em série, nosso multímetro na condição de amperímetro, As


mesmas precauções adotadas nas medidas anteriores devem ser tomadas
na medição de corrente.

Devemos conhecer se a corrente que circula é continua (DC) , ou


alternada (AC) , . Devemos então selecionar os terminais de prova
(preto e vermelho) e o seletor de escala nas posições devidas, de forma que
o valor a ser medido não ultrapasse o maior valor da escala selecionada.

Os multimetros analógicos, geralmente só oferecem condições de se medir


corrente DC (contínua) e possuem um borne extra para medir correntes
maiores (6A, 10A, etc). A ligação do amperímetro deve ser feita em série no
circuito.

Ex: Para medirmos o consumo de corrente de uma lâmpada de 60 watts em


12 volts (DC).

R: 60 w / 12 V = 0,5 Ampere.
Uma utilização eficaz do amperímetro é o diagnóstico de “fuga de corrente”
(dispersão). Isto ocorre quando todo o circuito está desligado (chave de
ignição fora do contato) a bateria se descarrega rapidamente. A causa
desta anormalidade é algum contato anormal que faz circular uma
corrente.

Para verificar a intensidade da dispersão (fuga) devemos inserir o nosso


multímetro na condição de amperímetro, em série com o circuito, com o
terminal positivo (vermelho) no pólo positivo da bateria e o terminal
negativo (preto) no cabo destacado do pólo da bateria.

Medir tensão.

Como já foi dito anteriormente, antes de iniciarmos qualquer medição


devemos conhecer “O QUÊ” vamos medir e “QUANTO” aproximadamente
valerá esta medida. No caso da utilização do multímetro na condição de
voltímetro (para medição de tensão) devemos saber se trata de Tensão
Alternada (AC) ou Tensão Contínua (DC). Em alguns multímetros existe
somente uma posição para se conectar o terminal de prova vermelho
(independente de se tratar de alternada ou contínua). O terminal de prova
preto deverá ser inserido na indicação (-). O próximo passo é posicionar o
seletor para a posição correta.Ex.:
Como se pode observar, as medidas são efetuadas em paralelo com o
componente o qual deseja conhecer sua D.D.P. (Diferença de Potencial ) ou
tensão.

Uma outra utilização do voltímetro é a verificação da qualidade do circuíto


de massa, observando que a queda de tensão entre o pólo negativo da
bateria e os diversos pontos de massa deverá ser a mais baixa possível
(0,5V).

Em circuítos de corrente contínua (DC), devemos nos preocupar com a


polaridade: Pólo negativo – (massa) preto (-); Pólo positivo – Vermelho (+).
Freqüência Elétrica

Se um sinal se repete com o tempo, ele tem uma freqüência de repetição.


Essa freqüência é medida em Hertz (HZ) e é igual ao número de vezes que
o sinal se repete por segundo (número de ciclos por segundo).
Através da medição de freqüência podemos testar sensores como:
-Sensor de rotação hall, sensor de posição do pedal do acelerador digital,
tomada residencial alternada etc.

CIRCUITO ELÉTRICO
Quando falamos em circuito, logo lembramos do autódromo de formula 1
e etc. porque todo circuito tem a característica de iniciar em um ponto,
circular e retornar ao mesmo ponto.
Um circuito elétrico é composto por uma fonte de energia elétrica e por
elementos que irão utilizar esta energia elétrica, a interligação entre a
fonte de energia e o elemento será feito através de condutores elétricos.
No caso dos circuitos dos automóveis, a corrente sai do pólo negativo da
bateria, passa pelo consumidor e retorna ao pólo positivo da bateria
através do chassi e a carroceria que servem como massa (terra) do circuito.
Circuito Aberto

Referem-se quando não existe uma trajetória completa de corrente


elétrica.

Circuito Fechado

É quando existe uma trajetória completa para fluxo de corrente.

Curto Circuito

Quando completa um circuito antes da corrente elétrica chegar ao destino.


Por ser curto circuito, ou seja, circuito curto, a resistência é baixa. A
corrente é tão alta que pode causar nos condutores, desfazer isolamento e
até provocar incêndio.

Circuito em Série

Em um circuito Série temos os componentes ligados de maneira a existir


um único caminho contínuo para á passagem da corrente elétrica.

A corrente em um circuito série é a mesma em todos os pontos do circuito,


independente do valor de resistência dos componentes do circuito. Então,
se você interrompe o circuito em qualquer parte, toda a circulação de
corrente no circuito é interrompida.

Um exemplo prático seria a instalação de fusível de proteção no circuito. O


fusível é sempre inserido em série no circuito a ser protegido, pois um
aumento no valor da corrente acima de sua capacidade nominal faz com
que ele interrompa toda a circulação de corrente, desligando o circuito.

A tensão em um circuito série é a soma das quedas de tensão em cada


componente do circuito e é igual à tensão da fonte (bateria).

Se fizermos uma ligação em série de duas lâmpadas de 12 volts em uma


bateria de 12 volts, as lâmpadas acenderão fracamente. Se as lâmpadas
forem idênticas cada uma delas receberá 6 volts, não atingindo então a
intensidade luminosa nominal.
Para se calcular a resistência equivalente em um circuito série, o valor da
corrente total consumida em um circuito necessitamos conhecer o valor da
resistência total, ou equivalente do circuito.

No caso do circuito série a resistência equivalente do circuito é a soma das


resistências de cada componente.

Circuito Paralelo

O que caracteriza um circuito paralelo é a ligação de seus componentes de


tal forma que exista mais de um caminho para a passagem de corrente.

A Diferença de potencial em cada componente do circuito paralelo é a


mesma da fonte (bateria). Isto quer dizer que se ligarmos duas lâmpadas de
12 volts em paralelo, a tensão aplicada em cada lâmpada será idêntica a da
bateria, 12 volts. Normalmente, as lâmpadas são ligadas em paralelo, a fim
de que cada uma produza sua luminosidade nominal e mesmo que uma
delas queime as outras continuarão acesas.
Motor de Partida
Finalidade: Vencer a inércia e compressão do motor de combustão,
fazendo-o atingir uma rotação para entrar em funcionamento autônomo.
Partes principais: As partes principais do sistema de partida são:

 Fonte de energia elétrica (Bateria);


 Motor de Partida (Motor elétrico de corrente contínua);
 Chave de ignição e partida ou botão de partida;
 Chave de comando eletromagnético (Automático).

O motor de partida é um motor de corrente contínua, capaz de desenvolver


grande potência em relação ao seu tamanho por curto espaço de tempo.

Funcionamento:

O motor elétrico transforma energia elétrica em energia mecânica, por


meio de efeitos eletromagnéticos.
No motor o campo magnético é produzido nas bobinas de campo e flui
através da carcaça, das sapatas polares que as prendem e do induzido. O
campo magnético produzido numa bobina é proporcional ao número de
espiras e à corrente elétrica que flui sobre a mesma.

A figura mostra as linhas de campo magnético produzidas pelas bobinas de


campo, flui através das sapatas polares, induzido e carcaça, “saltando” pelo
ar nos entre-ferros.

As linhas de campo magnético formam um circuito fechado e se conduzem


muito bem através do ferro. No induzido sobre as espiras, que estão
enroladas de forma que possam ser representadas por uma espira rotativa,
atua a força magnética que é transmitida através de eixo do induzido, haja
visto que as espiras encontram-se entre as ranhuras do mesmo.
O campo magnético representado por um ímã permanente, “corta” a espira
que é percorrida por corrente elétrica, provocando um movimento de
rotação no mesmo sentido de rotação depende, como já vimos, do sentido
do campo magnético e da corrente elétrica.

O campo magnético é fixo, mas a corrente elétrica deve ser invertida a cada
meia volta da espira. Para isso foi introduzido um comutador (composto
pelo coletor e escovas), que energisa somente as espiras que estão
passando pelo ponto de maior aproveitamento (máximo fluxo do campo
magnético).

Também para maior aproveitamento, ou menor perda, o induzido é


constituído por pacotes de lâminas que minimizam a formação de correntes
parasitas.

O motor de partida é constituído de espiras de fios relativamente grossos e


com ligação em série entre as bobinas de campo e o induzido. Assim
permite maior passagem da corrente elétrica e ao mesmo tempo uma
corrente uniforme em qualquer ponto do circuito, o que contribui também
para um bom aproveitamento da energia elétrica.

A chave magnética (automático de partida) tem como finalidade comutar


altas correntes por meio de correntes relativamente baixas e com o
desenvolvimento da tecnologia a mesma também auxilia no engrenamento
do pinhão.
A chave magnética é constituída por:

1. Um núcleo fixo, onde está o solenóide.


2. Um núcleo móvel (pistão).
3. Ponte de contatos.
4. Eixos e molas

O solenóide é formado por duas bobinas;

a) Tração
b) Retenção.

O curso do núcleo móvel é utilizado também para deslocar o pinhão no


sentido axial do induzido, que promove o engrenamento do pinhão.
O engrenamento do pinhão é efetuado em duas etapas: Primeira: por ação
da alavanca decomando (garfo) e chave magnética; Segunda: por ação do
fuso de avanço.

Ao acionarmos a partida, a chave magnética desloca a alavanca de


comando contra a ação de uma mola, sem que o circuito de partida esteja
fechado. O induzido permanece imóvel, a alavanca empurra o pinhão
contra a cremalheira, através do anel de acoplamento. O fuso de avanço
provoca um efeito rotativo nas peças. Se o pinhão e a da cremalheira
coincidirem, a primeira etapa do engrenamento é imediata.

Caso contrário, isto é, se houver coincidência de dente a alavanca de


comando comprime a mola de engrenamento do pinhão, até que a ponte
de contatos da chave magnética se ligue.

O pinhão é forçado a girar e o engrenamento é feito por ação da mola. Uma


vez ligado os contatos da chave magnética, o induzido adquire um
movimento rotativo e fuso de avanço completo o engrenamento do pinhão,
até que o mesmo se apóie em seu batente, no eixo do induzido,
completando-se com a segunda fase do engrenamento.

Estando o pinhão totalmente acoplado à cremalheira, o volante do motor


de combustão é impelido através da roda livre e do arraste, que transmitem
o torque do motor de partida à cremalheira.

Quando o motor de combustão entra em funcionamento, atinge


imediatamente rotações muito elevadas, o que causaria danos ao motor de
partida se não fosse imediatamente desfeito o acoplamento. Isto é função
da roda-livre que, tem por finalidade transmitir o torque somente no
sentido do induzido para a cremalheira e nunca no sentido contrário,
protegendo assim o induzido contra rotações excessivas enquanto o botão
de partida estiver comprimido.
Bateria (Acumulador de Energia)
A bateria é um dispositivo de armazenamento de energia química que tem
a capacidade de se transformar em energia elétrica quando solicitada. Logo,
ao contrário do que comumente se acredita, as baterias não são depósitos
de energia elétrica mas sim de energia química, até que um circuito seja
conectado em seus pólos dando origem a uma reação química que ocorre
em seu interior, convertendo essa energia química em elétrica que é então
fornecida ao circuito.

As principais funções das baterias são:

1 - Fornecer energia para fazer funcionar o motor de partida;


2 - Prover, de corrente elétrica, o sistema de ignição durante a partida;
3 - Suprir de energia as lâmpadas das lanternas de estacionamento, e
outros equipamentos que poderão ser usados enquanto o motor não está
operando;
4 - Agir como estabilizador de tensão para o sistema de carga e outros
circuitos elétricos;
5 - Providenciar corrente quando a demanda de energia do automóvel
exceder a capacidade do sistema de carga.

As partes principais de bateria são as seguintes:

6 - Caixa a prova de ácido (feito de borracha rígida ou plástico);


7 - Placas positivas; 8 – Placas negativas; 10 - Separadores;
Solução ou eletrólito (mistura composta de ácido sulfúrico e água).
Princípio de Funcionamento da Bateria

O princípio de funcionamento da bateria consiste de placas positivas e


placas negativas compostas de metais quimicamente ativos, moldados
sobre uma chapa de liga de chumbo e antimônio.

Construção da Bateria

As placas positivas e negativas são chapas semelhantes a uma peneira


grossa coberta de material ativo. O material usado nas placas positivas é o
peróxido de chumbo (Pb02) que lhe dá uma coloração marrom escuro, nas
placas negativas o chumbo esponjoso (Pb), de cor cinza.

Essas placas são agrupadas e ligadas em paralelo, formando uma parte do


elemento (conjunto positivo e o conjunto negativo).

Para a montagem do elemento entrelaça-se as placas positivas e negativas


introduzindo entre elas separadores isolantes, o que impede que ocorra
curto entre as placas.

Esses jogos de placas montadas são chamados elementos da bateria e estão


apoiados sobre pontes, sem tocar no fundo da caixa.

Deve-se deixar um espaço para a sedimentação de resíduos que se


fragmentam das placas, o que evita um curto-circuito entre elas.
Esses conjuntos são ligados entre si, em série, por uma tira metálica, sendo
que os últimos pólos dos conjuntos externos projetam-se para fora da caixa
e vão construir os pólos positivo e negativo da bateria. Distingue- se o pólo
negativo do positivo:

A: Pelo tamanho, o pólo positivo é maior que o negativo;


B: Pelas marcas “+ “ (positivo) e “- “ (negativo) estampadas na tampa
superior ou nos próprios pólos;
C: Ou ainda, pela coloração dos pólos: escuro (+), claro (-).

Esse conjunto de placas (elementos) é imerso em solução de ácido sulfúrico


e água (eletrólito) que vai provocar a reação entre metais ativos das placas.

Quando a bateria está totalmente carregada a solução fica


aproximadamente 36% ácido e 64% água destilada (por peso) e é dito que
sua densidade é de 1,260 à temperatura de 26,5ºC.

Funcionamento

Entre o peróxido de chumbo das placas positivas, o chumbo das placas


negativas e o eletrólito ocorrem uma reação química que provoca um
desequilíbrio de cargas entre as placas, tornando-as carregadas, uma
positivamente e outra negativamente e assim permanecem até que possa
ocorrer o equilíbrio através de um circuito externo.

Quando um circuito externo é conectado, entre os pólos da bateria inicia-


se um fluxo de corrente que desloca os elétrons das placas negativas até as
positivas, até que haja o equilíbrio elétrico. Enquanto isso está se
processando uma reação química de descarga:

Pb0I2 + 2H2SO4 + Pb- PbSO4 + 2H20 + PbS04

Os sulfatos (S04) vão para as placas enquanto que os óxidos vão para o
ácido.
SULFATAÇÃO

Formação de rígidos cristais de sulfato de chumbo sobre as placas, quando


as baterias são descarregadas.

Eventualmente essa sulfatação pode inibir as reações químicas, quando a


bateria é dita descarregada.

A característica mais importante da bateria é sem duvida a capacidade de


reversão das reações químicas.

Desde de haja um gerador de corrente elétrica, um dínamo ou alternador


ligados em paralelo com a bateria que provoquem o fluxo de corrente no
sentido contrario, acontecerá a reação química reversa que irá provocar
uma diferença de potencial entre as placas, quando estiverem devidamente
carregadas.

Ação química no carregamento da bateria

Cada elemento acumula aproximadamente 2,1 volts. Se conectarmos em


série, 6 (seis) elementos teremos uma bateria de 12,6 volts quando estiver
totalmente carregada, e nesse caso, a densidade do elétrolito será de 1.260.
Perda de carga
As baterias armazenadas sofrem uma perda constante de carga, mesmo
que não sejam solicitadas para nenhum uso. Essa autodescarga como é
chamada, varia em função da temperatura.
Por exemplo: Uma bateria à temperatura de 35oC poderá perder
totalmente sua carga em pouco mais de um mês, enquanto que uma
bateria armazenada à temperatura de 10oC pouco perderá em um ano.
Tanto a umidade como a sujeira sobre a bateria podem provocar uma fuga
de corrente entre os terminais da bateria e o chassis do automóvel, que
provocam sua descarga.
O ácido que se desprende da bateria além de causar sua descarga pode
também atacar as chapas do automóvel. Portanto, é bastante importante
manter os pólos e a bateria sempre limpos e secos.

Cuidados com a bateria durante a carga


1. Retirar todas as tampas dos vasos (elementos );
2. Limpar os pólos da bateria para evitar mal contato;
3. Corrigir constantemente o nível do eletrólito, se necessário;
4. Verificar periodicamente (a cada hora) a densidade do eletrólito para
evitar sobrecarga na bateria;
5. Quando for conectar ou desconectar as garras dos pólos da bateria,
manter o carregador desligado para evitar o faiscamento;
6. Não fechar curto-circuito na bateria para evitar faiscamento; Essas
faíscas poderão causar uma forte explosão na bateria provocada pelos
gases que o eletrólito libera durante o processo de carga;
7. Observar as temperaturas que não devem estar abaixo de 10ºC nem
acima de 50ºC;
8. Se a bateria receber carga externa no próprio veículo, desconectar os
cabos para evitar danos ao sistema de carga e outros acessórios;
9. Nunca adicionar solução na bateria que está normal. Se for necessário,
corrigir o nível do eletrólito. Usar somente água pura ou destilada;
10. Não deixar que uma bateria se descarregue completamente;
11. Não armazenar bateria sobre chão ou solo de cimento por tempo
prolongado;
12. Conservara os pólos da bateria limpos e secos para evitar a auto
descarga e a formação de zinabre sobre os terminais e quadro suporte;
13. Quando colocar as tampas nos elementos (vasos), observar se não foi
esquecido nenhum plástico sobre os respiros;
14. Utilizaremos os seguintes gráficos para a representação de baterias nos
esquemas elétricos:
Relés
Relé é um eletroímã que é usado como dispositivo de ligação em circuitos
elétricos.

Aplicação: Relés em circuitos elétricos agem como fator de economia,


funcionalidade e segurança, evitando queda de tensão, o que garante um
bom funcionamento dos componentes elétricos. Vejamos um exemplo:
Se uma corrente elétrica suficientemente intensa passa por um filamento
condutor, as moléculas do filamento vibram, ele se aquece e, num dado
instante, chega a brilhar. Esse é o princípio da lâmpada incandescente
comum.

Uma lâmpada basta ter um fio (positivo), que passe por um interruptor
ligado a um de seus pólos ou terminais, e outro ligado à massa (carcaça) do
veiculo para que funcione.

Mas uma lâmpada para farol com 75w, consome corrente intensa e essa
disposição exige que o condutor (fio) positivo e o interruptor tenham uma
seção metálica ampla, que permita a passagem de corrente sem
aquecimento, que provoca queda acentuada na voltagem aplicada à
lâmpada. O aquecimento é indesejável por razões obvias, e a queda de
voltagem redunda em perdas, causando, portanto menor luminosidade ou
brilho do farol.
O recurso é usar um relé, a ligação entre o pólo positivo da bateria (+) e a
lâmpada, será efetuada através de um fio. O fio grosso necessário para que
a lâmpada acenda a pleno brilho sem aquecimento, fica entre o pólo
positivo e a lâmpada, tendo de permeio as laminas de contato do relé.

O interruptor acionará o relé através de condutores (fios) bem mais finos,


apenas energizando a bobina do relé.

O relé funciona como um sistema de transposição, uma pequena corrente


comanda uma corrente intensa para acender os faróis em plena potencia.
Um relé simples possui normalmente quatro pontos de ligação; sendo dois
para corrente de comando (linha 85 e 86 ) e dois para corrente de
trabalho ( linhas 30 e 87 ).

Em um Trator Podemos contar com vários relés, e com diversas funções,


vejamos alguns componentes que utilizam o relé;

1- Ventilador do Sistema de ar da cabine


2- Ar condicionado
3- Temporizador do limpador de para brisa
4- Sistema de partida a frio
5- Buzina
6- Farol alto e Farol Baixo
7- Luzes de advertência
8- Sistema de tração 4x4
9- Sistema de bloqueio eletrohidráulico dos diferenciais
10 – Sistema da tomada de força eletrohidráulica
11 – Limpador do vidro traseiro
12 - Sistema de partida
13 – Cambio automático, etc.
Em um relé de comando eletrônico, a alimentação (corrente) é feita pela
linha 15 (via chave de ignição) e a massa é direta através da linha 31.

O impulso ou sinal para que o relé seja ativado vem do interruptor para o
comando eletrônico temporizado, que determina o período em que o
mesmo deve permanecer ligado, alimentando o consumidor.

Relés de comando eletrônico são usados no circuito dos indicadores de


direção e advertência, temporizador do limpador de pára-brisa, plena
potencia para veículos com climatizador e transmissão automática, etc.

Fusíveis
No inicio das primeiras instalações elétricas montadas em veículos, os
condutores eram de fios e cabos grossos e ligados diretamente ao
consumidor, mas este sistema ocasionou vários acidentes, como incêndios
e perdas de bens para os proprietários de veículos.

Mas com o estudo da corrente elétrica e da resistência foi criado o fusível,


que os primeiros eram de louça, depois vieram os de vidro. Hoje usamos
fusíveis de lamina montado em plástico de vários tamanhos e cores para
facilitar o uso e a identificação.

Os fusíveis e disjuntores são dispositivos que protegem os circuitos elétricos


com danos causados por sobrecargas de corrente, que podem provocar até
incêndios, explosões e eletrocutamentos.

O fusível de cartucho, manufaturado e lacrado em fábrica, consiste de um


corpo oco não condutivo, de vidro ou plástico, cujo elemento condutor está
ligado interiormente a duas cápsulas de metal, os terminais, localizados nas
extremidades.

Para sabermos a amperagem do fusível a ser utilizado em um consumidor,


devemos dividir o valor de potencia do consumidor pelo valor de tensão da
linha, teremos como resultado o valor em amperagem do fusível a ser
utilizado:
Como Identificar problemas

Dando seqüência ao treinamento sobre eletricidade básica, apresentamos


mais alguns procedimentos para teste de componentes de um circuito
elétrico.

Nas instalações elétricas são comuns algumas medições e detecções,


necessários para uma correta aplicação e evitar a troca desnecessária de
componentes.

Prova de Relés

Na prova de relés será necessário uma fonte de 12 V x 2 A.O relé deverá ser
testado fora da caixa de fusíveis ou central elétrica do veículo.

No caso de um relé eletrônico, como, por exemplo, do pisca (IM-11430),


teremos que identificar os bornes deste, conforme tabela e figura.

Utilizaremos uma lâmpada (12V x 48 W) e faremos a seguinte ligação,


juntamente com a fonte, conforme é mostrado na figura ao lado.
Havendo iluminação da lâmpada, num ascender e apagar (pisca-pisca)
ritmado, poderemos concluir que o sistema eletrônico e de contatos estão
aparentemente funcionando.
No conector onde o relé é instalado poderemos aproveitar e realizar o teste
de continuidade, utilizando o seguinte procedimento, como mostra nas
figuras abaixo.

Identificar no conector, onde o relé é instalado, os terminais de ligação.


Logo após utilizando o voltímetro, a ponta de prova vermelha ou positiva
deverá encostar-se ao borne correspondente ao terminal nº 49 e a outra
ponta, que é de cor preta ou negativa, no borne que corresponde ao
terminal de nº 31. Este teste deverá ser realizado com a chave de contato
ligada. Se a tensão for igual a alimentação é sinal que a corrente está
alimentando o relé.

Obs.: A tensão não poderá ser inferior ao 10,0 V. Com um amperímetro,


colocaremos a ponta de prova positiva ou vermelha encaixada no borne
correspondente ao terminal de nº 49 e o outro terminal, que é o negativo
ou de cor preta encaixada no borne correspondente ao terminal 49a. Com
a chave de contato ligada, acionaremos a chave de seta para o lado direito
e esquerdo.

Nesta prova testaremos também as condições dos contatos da chave de


seta, onde podemos constatar as seguintes possibilidades:
No caso dos relés auxiliares, estes são compostos de uma ou duas unidades
de potência (bobinas eletromagnéticas) e contatos que podem ser normal
fechado (NF) e normal aberto (NA).

Os relés que possuem contatos NF são conhecidos como relés de reversões.


A maioria dos relés possui os contatos NA.

No teste de relé fora do soquete ou conector da central elétrica do veículo,


utiliza-se também a fonte (bateria) ligando o pólo positivo no terminal nº
85 e negativo no nº 86. Se a ligação for invertida funcionará do mesmo jeito.

Com o ohmímetro calibrado encostar as pontas de prova no terminal de nº


30 e 87. Nos bornes do conector, aproveitaremos para testar esse tipo de
instalação. Identificaremos o borne 85 e 86 no conector ou soquete,
encostando as pontas de prova de um voltímetro e logo em seguida ligar o
interruptor correspondente.
A tensão deverá ser a da bateria do veículo, caso contrário verificar o
interruptor, fusível e fios. Agora colocaremos um amperímetro com a ponta
de prova positiva (vermelha) no borne do soquete correspondente ao
terminal de nº 30. A ponta de prova negativa (preta) deverá ser colocada
no borne do terminal nº 87.
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