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UFCD 4903

MET R O L O G I A
DI M E N S I ON A L
70

160
I NT R O D U Ç Ã O

Este manual foi elaborado no


âmbito do modulo 4903 -
Metrologia dimensional,
ministrado pelo formador José
Rocha.

"A metrologia é a ciência das


medidas e está presente na
história da evolução do
Homem desde os tempos
primitivos..."
By Ana Pereira/ 11 de dezembro, 2018

Atualmente esta ciência encontra-se intimamente ligada à


indústria na medição das peças fabricadas para garantir a
qualidade dos produtos produzidos e a satisfação dos
clientes. Este manual, amplamente ilustrado e de leitura fácil,
tem como temas os conceitos de metrologia fundamentais para
todos os que estão ligados aos processos produtivos de uma
empresa de metalomecânica, abordando diversos aspetos
teóricos e práticos, com destaque para a utilização e leitura dos
instrumentos de medida e de verificação mais utilizados na
indústria metalomecânica.
Í NDI CE

Introdução à metrologia
- Definição de metrologia dimensional
- Sistema internacional de unidades
- Unidades de medida métrica e inglesa
- Padrões de referência e de trabalho

Instrumentos de medição comuns


- Régua graduada
- Metro articulado
- Fita métrica
- Compasso
- Suta universal
- Esquadro
- Blocos de padrão

Estudo do paquímetro
- Constituição do paquímetro
- Utilização do paquímetro
- Tipologia do paquímetro
- Nónio
- Calculo da precisão
- Práticas de leitura
- Erro de leitura
- Conservação
Í NDI CE

Estudo do micrómetro
- Princípios de funcionamento
-Constituição do micrómetro
- Alcance e precisão
- Aplicações e tipologia
- Leituras no sistema métrico

Relógio comparador
- Constituição do comparador
- Condições de utilização
- Aplicações do relógio comparador
- Conservação
- Variações do instrumento

Calibradores ou calibres
- Princípios de funcionamento
- Calibrador tampão
- Calibrador de boca
- Calibrador de roscas

Tolerâncias e ajustes
- Tolerância dimensional
- Ajustes
- Ajustes com folga
- Ajustes por interferência
- Ajustes incertos
- Sistema de tolerâncias e ajustes ISO
- Tabelas práticas
Í NDI CE

Rugosímetro
- Princípios de funcionamento
- Tipologia e aplicações
I NT R O D U Ç Ã O À M ET R O L O G I A
A metrologia é uma palavra de origem grega, "metron"
(medida) e "logos" (ciência). É um ramo da ciência, que
estuda os métodos e os sistemas de medição.
Medir é comparar duas grandezas da mesma natureza,
estando uma delas identificada como padrão ou termo de
comparação.

Tolerância é a margem admissível, sendo que o erro tem de


ser menor que a tolerância.

Verificar é confirmar que a peça terminada, possui as


dimensões e formas geométricas de acordo com o desenho
técnico da própria.
SI ST EM A
INTE R N A C I O N A L UN I D A D E S

Numa fase inicial as unidades de medida foram definidas


de diferentes modos pelos diferentes países, dando origem a
diversos sistemas de unidades. Com a evolução tecnológica
e com o aumento das relações comerciais entre os diferentes
países foi necessário uniformizar as unidades de medida,
surgindo o SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI).
Passam a existir sete unidades básicas correspondentes às
unidades básicas do SI: Comprimento; Massa; Tempo;
Intensidade de corrente elétrica; Temperatura;
Quantidade de matéria e Intensidade luminosa.
SI ST EM A
INTE R N A C I O N A L UN I D A D E S
Outro aspeto importante respeitante às unidades tem a ver
com o uso dos seus múltiplos e submúltiplos,
representados na seguinte tabela:
UNIDADES DE MEDIDA MÉTRICA E
INGLESA

O sistema métrico é um sistema de medição internacional, sendo


a unidade base o metro. Surgiu pela primeira vez em França,
durante a Revolução Francesa, em virtude da dificuldade de
funcionamento do comércio e da indústria devido à existência
de diversos padrões de medida. Desde 1960, o Sistema
Internacional de Unidades ("Système International d'Unités" em
Francês, sigla "SI") foi reconhecido internacionalmente como
sistema métrico padrão. Este sistema de medição é o mais
utilizado em todo o mundo em diversas áreas, inclusive na mecânica
de precisão.

A Unidade inglesa ou medida imperialé a denominação dada


a várias unidades de medida historicamenteusadas no Reino Unido
até 1824, ano em que o Weights and Measures Actpadronizou o
sistema imperial britânico de medidas, mantendo a maioria dos
nomes das unidades mas alterando algumas das suas
definições. As unidades inglesas evoluíram de uma combinação
do sistema de medidas anglo-saxónico e do sistema romano antigo.

A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores


iguais a: 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128…
UNIDADES DE MEDIDA MÉTRICA E
INGLESA

Na metalomecânica é comum usar o milímetro e a polegada, o que


leva a necessidade de, em certas ocasiões, converter o sistema
inglês em sistema métrico e vice-versa.

Para converter polegadas em milímetros, basta multiplicar o valor


que nos é apresentado por 25,4.
Para converter milímetros em polegada fracionária, multiplica-se o
valor em mm por 5 (arredondando para mais), seguindo pela divisão
do valor obtido por 128…

Ex.
1inch=25,4mm
5inch x 25,4mm = 127mm
P A D R Õ E S DE
REF ÊNCI A E DE
T RABALHO

A Rastreabilidade (traceability) é a propriedade de um


resultado da medição que consiste em poder relacionar-
se a padrões adequados, geralmente internacionais ou
nacionais, por intermédio de uma cadeia ininterrupta
de comparações. Por exemplo o paquímetro utilizado
numa empresa metalomecânica foi graduado a partir de um
Padrão Primário, construído num instituto metrológicono
Japão.
P A D R Õ E S DE
REF ÊNCI A E DE
T RABALHO
Padrão de referência - O seu papel é o de manter no
laboratório metrológico a continuidade da cadeia de
calibração deve ser calibrada por um laboratório de nível
hierarquicamente superior.

Padrão de transferência - Ou dispositivo de comparação,


permite efetuar a transferência da calibração do padrão de
referência para ou outros padrões.

Padrão de trabalho - é ferramenta de trabalho do laboratório


de metrologia, e deve ser comparado periodicamente com
o padrão de referência; é utilizado para a calibração dos
instrumentos de medição de uma determinada grandeza.
I N S T R U M E N T OS DE MEDIÇÃO
Uma medição pode ser direta ou
indireta. Uma medição
direta consiste em comparar
diretamente a grandeza a medir
com outra da mesma espécie e
cujo valor se escolheu para
unidade. Como exemplos de
medições diretas temos a
medição do comprimento através
de uma régua , a determinação
do volume através de uma pipeta
e a determinação do tempo
usando um cronómetro.

Usa-se uma medição


indireta quando se pretende
medir umagrandeza que é obtida
por derivação matemática de
outras grandezas medidas
diretamente. Por exemplo,
medir a área de um retângulo,
medir o volume de um sólido
regular, medir a concentração de
uma solução e medir a massa
volúmica de um corpo.

EFA NS - TÉCNICO DE PROGRAMAÇÃO


MAQUINAÇÃO CNC
RÉGUA
GRADUADA

Régua é um instrumento utilizado em geometria,


próprio para traçar segmentos de reta e medir
distâncias pequenas. Também é
incorporada no desenho técnico e na Engenharia. É
composta por uma lâmina de madeira, plástico ou metal
e pode conter uma escala, geralmente centimétrica e
milimétrica.
MET RO
ART I C U L A D O

O metro articulado é um instrumento de medição


linear, fabricado de madeira, alumínio ou fibra. A
leitura das escalas de um metro articulado é bastante
simples: faz-se coincidir o zero da escala, isto é, o
topo do instrumento, com uma das extremidades do
comprimento a medir. O traço da escala que coincidir
com a outra extremidade indicará a medida.
FITA
MÉT RI CA

Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma


fita de aço, fibra ou tecido, graduada em uma ou em ambas
as faces, no sistema métrico e/ ou no sistema inglês,
ao longo de seu comprimento, com traços
transversais. Em geral, a fita está acoplada a um estojo
ou suporte dotado de um mecanismo que permite recolher
a fita de modo manual ou automático. Tal
mecanismo, por sua vez, pode ou não ser dotado de
travão.
As fitas apresentam, na extremidade livre, uma pequenina
chapametálica dobrada em ângulo de 90º. Essa
chapa é chamada encosto de referência ou gancho de
zero absoluto.
COMPASSO

instrumento composto de duas hastes articuladas que


serve paratraçar circunferências, arcos de círculo e tomar
medidas.
SUTA UNIVERSAL

Uma suta é um instrumento ajustável utilizado para medir


e traçar ângulos. A haste é geralmente feita de madeira ou
plástico e é conectada a uma lâmina de metal através de
um parafuso borboletaou uma porca borboleta.
ESQUADRO DE PRECISÃO

É um instrumento em forma de ângulo reto, construído


em aço eutiliza-se para verificação de superfícies em
angulo de 90º.
PADRÃO

Blocos padrão são medidas materializadas de comprimento,


com secção transversal retangular, fabricados com material
resistente ao desgaste, com um par de superfícies planas
e paralelas entre si. Uma característica dos blocos padrão,
é que as superfícies de medição são constituídas com
qualidade tal que permite sua aderência com as
superfícies de medição de outros blocos padrãoou com
superfícies planas de acabamento similar.
E S T U D O DO
P A Q U Í M E T RO

180
0
Paquímetro, por vezes também chamado de craveira em
Portugal, é um instrumento utilizado para medir a distância
entre dois lados simetricamente opostos num objeto. O
paquímetro é ajustado entre dois pontos, retirado do local
e a medição é lida na sua régua. O nónio ou Vernier é a
escala de medição contida no cursor móvel do paquímetro, que
permite uma precisão decimal de leitura através do
alinhamento desta escala com uma medida da régua.
U T I L I Z A Ç Ã O DO
P A Q U Í M E T RO
O paquímetro é utilizado quando a quantidade de
peças que sequer medir é pequena.
Os paquímetros mais comuns, apresentam uma precisão de:
- 0,05 mm; 0,02 mm;
- 1/128” ou 0,001” Sistema inglês

O paquímetro é utilizado para medições internas, externas,


deprofundidade e de ressaltos (rebaixos).
T I P O L O G I A DO
P A Q U Í M E T RO
Existem diversos tipos de paquímetro, cada um com
características e propriedades específicas e apropriada para
vários tipos de medição. As figuras em baixo representam
alguns dos paquímetros usados na metalomecânica.

Paquímetro
de relógio

Paquímetro
analógico

Paquímetro
digital
T I P O L O G I A DO
P A Q U Í M E T RO

Paquímetro de
profundidade
digital

Paquímetro de
profundidade
analógico

Paquímetro de
profundidade
haste fina
NÓNIO

O nónio é um dispositivo de medição inventado pelo


matemático português Pedro Nunes. Através do nónio
era possível efetuar medições com rigor de alguns
minutos de grau, permitindo planear a navegação com uma
margem de erro da ordem da dezena de quilómetros.
Na França, o conceito foi modificado por Pierre Vernier, onde
foi usado para construir instrumentos de metrologia com
escalas de medição muito precisas.
Com a modificação de Vernier, o nónio apresenta-se como
uma régua ou escala auxiliar acoplada à escala principal
do instrumento de medição. As suas divisões são de menor
comprimento, o que permite apreciar frações de divisões da
régua.

partes iguais fazer coincidir o


C A L C U L O DA
PRECISÃO

As diferenças
entre a escala
fixa e a escala
móvel de um
paquímetro
podemser
calculadas pela
sua precisão.
A precisão de um
instrumento, é a
menor medida
que o
instrumento
oferece.
P R Á T I C A S DE
LEITURA
A leitura correta de um paquímetro faz-se por 3 fases:
1. Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura
feita antes dozero do nônio corresponde à leitura em
milímetro.
2. Em seguida, devem-se contar os traços do nônio até
o ponto em que um deles coincidir com um traço da
escala fixa.
3. Depois, soma-se o número que leu na escala fixa ao
número queleu no nônio.
E R R O S DE
LEITURA
Ao efetuarmos a leitura de uma medida traduzida por um
instrumento metrológico, podemos estar sujeitos a 2 tipos
de erros:
- Erros de medição por influência objetiva. geralmente causados
pelo próprio instrumento, como erros de planeza, erros de
paralelismo, erros de divisão da régua, erros de divisão
do nónio ou erros de zeragem.
- Erros de medição por influência subjetiva,
normalmente causados pelo operador, como o erro de
paralaxe ou mesmo a mau aperto da corrediça.

Erro de paralaxe
CONSERVAÇÃO

Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando


choques.

Não deixar o paquímetro em contato com outras


ferramentas, o quepode causar-lhe danos.

Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica


a graduação.

Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além


do necessário.

Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após


suautilização.
E S T U D O DO
M I C R Ó M E T RO
A invenção do micrómetro deve-se a Jean Louis Palmer. É
um instrumento que permitia a leitura de centésimos de
milímetro.
O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao
do sistema parafuso e porca. Assim, há uma porca fixa e
um parafuso móvel que, se der uma volta completa,
provocará um descolamento igual ao seu passo. Desse
modo, dividindo-se a cabeça do parafuso, pode-se avaliar
frações menores que uma volta e, com isso, medir
comprimentos menores do que o passo do parafuso.
CONSTITUIÇÃO DO MICRÓMETRO

O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado


termicamente para eliminar as tensões internas.
O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação
porque isola a transmissão de calor das mãos para o
instrumento.
O fuso micrométrico é construído de aço especial temperado
e retificado para garantir exatidão do passo da rosca.
As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso,
apresentam-se rigorosamente planos e paralelos.
Em alguns instrumentos, os contatos são de metal duro,
de alta resistência ao desgaste.
A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso
micrométrico, quando isso é necessário.
O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira
ligado ao fuso micrométrico. Portanto, a cada volta, seu
deslocamento é igual ao passo do fuso micrométrico.
A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição
constante.
A trava permite imobilizar o fuso numa medida
predeterminada.
ALCANCE E
PRECISÃO

A alcance de medição nos


micrómetros normalmente é de 25
mm (ou 1inch), variandoo tamanho
do arco de 25 em 25 mm (ou 1 em
1inch). Podem chegar a 2000 mm
(ou 80inch).
A precisão nos micrómetros pode ser
de 0,01 mm, 0,001 mm, .001inch ou
.0001inch.
No micrômetro de 0 a 25 mm ou de 0
a 1inch, quando as faces de contato
estão juntas, a borda do tambor
coincide com o traço zero (0) da
bainha.
A linha longitudinal, gravada na
bainha, coincide com o zero (0) da
escala do tambor.
APLICAÇÕES E
TIPOLOGIA
MICRÓMETRO DE PROFUNDIDADE
Conforme a profundidade a ser medida, utilizam-se
hastes deextensão, que são fornecidas juntamente com o

micrômetro.

MICRÓMETRO DE ARCO PROFUNDO


Serve para medições de espessuras de bordas ou de
partessalientes das peças.
APLICAÇÕES E
TIPOLOGIA
MICRÓMETRO COM DISCOS NAS HASTES
O disco aumenta a área de contato possibilitando a medição de
papel, cartolina, couro, borracha, pano, etc. Também é
empregue para medir dentes de engrenagens.

MICRÓMETRO PARA MEDIÇÃO DE ROSCAS


Especialmente construído para medir roscas
triangulares, este micrômetro possui as hastes furadas para
que se possa encaixar as pontas intercambiáveis, conforme
o passo para o tipo da rosca amedir.
APLICAÇÕES E
TIPOLOGIA
MICRÓMETRO DE CONTACTOS EM V
É especialmente construído para medição de ferramentas
de corte que possuem número ímpar de cortes (fresas de topo,
macho, alargadores etc.). Os ângulos em V dos
micrómetros para medição de ferramentas de 3 cortes é
de 60º; 5 cortes, 108º e 7 cortes, 128º34.17".

MICRÓMETRO DE PAREDES DE TUBOS


Este micrómetro é dotado de arco especial e possui o
contato a 90ºcom a haste móvel, o que permite a introdução
do contato fixo nofuro do tubo
APLICAÇÕES E
TIPOLOGIA
MICRÓMETRO DE CONTADOR MECÂNICO
É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada
no tambor ou no contador mecânico. Facilita a leitura
independentemente da posição de observação (erro de
paralaxe).

MICRÓMETRO DIGITAL
Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio
para uso em controle estatístico de processos, juntamente
com microprocessadores.
LEITURAS NO SISTEMA
MÉTRICO
SISTEM A M ÉTRICO

A cada volta do tambor, o fuso micrométrico


avançauma distância chamada passo.
Se o passo da rosca é de 0,5 mm e o tambor
tem 50
divisões, a precisão será:
0.5mm/ 50 divisões = 0,01mm
Assim, girando o tambor, cada divisão
provocará umdeslocamento de 0,01 mm no
fuso.
LEITURAS NO SISTEMA
MÉTRICO

LEITURA NO MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO DE 0,01 MM

1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha.


2º passo - leitura dos meios milímetros, também na
escala dabainha.
3º passo - leitura dos centésimos de milímetro na escala do
tambor.
LEITURAS NO SISTEMA
MÉTRICO

Quando no micrómetro houver nónio, ele indica o valor a ser


acrescentado à leitura obtida na bainha e no tambor. A
medida indicada pelo nónio é igual à leitura do tambor,
dividida pelo número de divisões do nónio. Se o nónio tiver
dez divisões marcadas na bainha, sua precisão será:
P = 0.01/ 10 = 0.001 𝑚𝑚

LEITURA NO MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO DE 0,001 MM


1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha.
2º passo - leitura dos meios milímetros na mesma escala.
3º passo - leitura dos centésimos na escala do tambor.
4º passo -leitura dos milésimos com o auxílio do nônio da
bainha, verificando qual dos traços do nônio coincide com o
traço do tambor.

A leitura final será a soma dessas quatro leituras parciais.


RELÓGIO COMPARADOR

O relógio comparador é um instrumento de medição por


comparação, dotado de uma escala e um ponteiro, ligados
por mecanismos diversos a uma ponta de contato.
A medição de uma grandeza de uma peça por comparação é
determinar a diferença da grandeza existente entre ela e
um padrãode dimensão predeterminado.
Daí a origem o termo medição indireta.

Dimensão da peça = Dimensão do padrão ± diferença

Também se pode tomar como padrão uma peça


original, de dimensões conhecidas, que é utilizada como
referência.
O comparador centesimal é um instrumento comum de
medição por comparação.
As diferenças percebidas por ele na ponta de contato são
amplificadas mecanicamente e irão movimentar o ponteiro
rotativo diante da escala.
Quando o ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira
no sentido horário, a diferença é positiva.
Isto significa que a peça apresenta maior dimensão que a
estabelecida. Se o ponteiro girar em sentido anti-horário, a
diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor
dimensão que a estabelecida

DD
CONSTITUIÇÃO DO RELÓGIO COMPARADOR
Existem vários modelos de relógios comparadores.
Os mais utilizados possuem resolução de 0,01 mm.
O curso do relógio também varia de acordo com o
modelo, porémos mais comuns são de 1 mm, 10 mm.
No caso de apresentem um curso que implique mais de
uma volta, os relógios comparadores possuem, além do
ponteiro normal, outro menor, denominado contador de
voltas do ponteiro principal.
Alguns relógios trazem limitadores de tolerância. Esses
limitadores são móveis, podendo ser ajustados nos valores
máximo e mínimo permitidos para a peça que será medida.
Existem ainda os acessórios especiais que se adaptam aos
relógios comparadores.
A sua finalidade é possibilitar controle em série de peças,
medições especiais de superfícies verticais, de
profundidade, de espessuras de chapas etc.
C O N D I ÇÕES DE
UTILIZAÇÃO

Ao medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio


se encontra em boas condições de uso.
A verificação de possíveis erros é feita da seguinte
maneira: com o auxílio de um suporte de relógio, tomam-
se as diversas medidas nos blocos padrão.
Em seguida, deve-se observar se as medidas obtidas no
relógio correspondem às dos blocos.

Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador


fica numaposição anterior a zero.
Assim, ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga
para oajuste do zero.
Colocar o relógio sempre numa posição perpendicular em
relação àpeça, para não incorrer em erros de medida.
APLI C A Ç Õ E S
Como a maioria dos instrumentos de medição, o
comparador apresenta inúmeras aplicações, tais
como:
- Verificação de paralelismo

- Verificação da excentricidade da peça montada no torno

- Verificação da concentricidade

- Verificação do alinhamento das pontas do torno.

- Verificação de superficies planas

- Etc,...
CONSERVAÇÃO
Os relógios comparadores, assim como praticamente
todos os outros instrumentos usados na metrologia,
precisam de grande subtileza e cuidado na sua
utilização e conservação. Passo a descrever alguns dos
procedimentos a ter na conservação deste instrumento:
Descer suavemente a ponta de contato sobre a

peça. Levantar um pouco a ponta de contato ao

retirar a peça.Evitar choques, arranhões e

sujidade.

Manter o relógio guardado no seu estojo.

Os relógios devem ser lubrificados internamente nos


eixos das engrenagens.
VARI A Ç Õ E S DO
I NST R U M E N T O
As imagens abaixo ilustram, algumas das variadas formas
que osrelógios comparadores podem apresentar.
CALI B R A D O R E S
OU CALIBRES
Calibres ou calibradores são instrumentos que estabelecem
os limites máximo e mínimo das dimensões que
desejamos comparar. Podem ter formatos especiais,
dependo das aplicações, como, por exemplo, as medidas
de roscas, furos e eixos.

Os calibres são utilizados em trabalhos de produção em


série de peças intercambiáveis, isto é, peças que podem ser
ligadas entre si, por constituírem conjuntos
praticamente idênticos. Quando i s t o acontece, as
peças estão dentro dos limites de tolerância, isto é, entre
o limite máximo e o limite mínimo, quer dizer:
passa/não, passa.
CALI B R A D O R DE
T AMPÃO
O funcionamento do calibrador de tampão é simples:

O furo que será medido deve permitir a entrada da


extremidade mais longa do tampão (lado passa), mas não da
outra extremidade (lado não-passa). O lado não-passa
tem uma marca vermelha. Esse tipo de calibrador é
normalmente utilizado em furos e ranhuras até100 mm.
CALI B R A D O R DE
BOC A
Este tipo de calibrador tem d u a s bocas para controle:
uma passa, com a medida máxima, e a outra não-passa,
com a medida mínima. O lado não-passa tem chanfros e
uma marca vermelha. É normalmente utilizado para eixos
e materiais planos de até 100 mm. O calibrador deve
entrar no furo ou passar sobre o eixo pelo seupróprio
peso, sem pressão.

EFA NS - TÉCNICO DE PROGRAMAÇÃO MAQUINAÇÃO CNC


CALI B R A D O R DE
ROSCAS
O calibrador de rosca é um tipo usual de calibrador de
anel, composto por dois anéis, sendo que um lado passa e o
outro não passa, para a verificação da rosca externa.

O outro calibrador é o modelo comum do tampão de rosca,


servindoa verificação de roscas internas.
TOLERÂNCIAS E
AJUSTES

Para que os defeitos que ocorrem durante a fabricação de


cada peça não prejudiquem a montagem e o seu
funcionamento, em relação ao conjunto de peças que
compõem as máquinas e equipamentos, são utilizadas
tolerâncias (limites admissíveis de erro).
As tolerâncias são aplicadas tanto no controle das variações
de
forma geométrica como também nas variações de dimensões.
TOLERÂNCIA
DIM E N S I O N A L
O que é tolerância dimensional?
“São desvios dentro dos quais a peça possa fu
ncionar corretamente”.

O que são afastamentos?


“São d e sv i o s a c ei tá v ei s d a s dimensões nominais, para
mais ou menos, que permitem a execução da peça sem
prejuízo para seu funcionamento e intercambiabilidade”.

Qual é o afastamento superior e o


inferior?
0,28 mm = afastamento superior0,18
mm = afastamento inferior
Dimensão máxima = 20mm + 0,28mm =
20,28mm
Dimensão mínima = 20mm + 0,18mm =
20,18mm
A peça deve estar dentro dos limites da
dimensão máxima e da dimensão
mínima.
Qual é a dimensão máxima e mínima?
20,28 a máxima e 20,18 a mínima
TOLERÂNCIA
DIM E N S I O N A L

intercambiabilidade: É a possibilidade de, quando se monta


um conjunto mecânico, tomar-se ao acaso, de um lote de
peças semelhantes, prontas e verificadas, uma peça
qualquer que, montada ao conjunto em questão, sem
nenhum ajuste ou usinagem posterior, dará condições para
que o sistema mecânico cumpra as funções para as quais
foi projetado.

Tolerância: É a variação entre a dimensão máxima e a


dimensão mínima
AJUSTES

Eixos e furos de formas variadas podem fun


cionar ajustados entre si.

Dependendo da função do eixo, existem várias


classes deajustes

Tipos de ajustes:

1) Se o eixo se encaixa no
furo de modo a deslizar ou
girar livremente, temos
um ajuste com folga.

2) Se encaixa no furo com


certo esforço, de modo a
ficar fixo, temos um
ajuste por interferência.

3) Em situações em que o
eixo pode se encaixar no
furo com folga ou com
interferência, temos um
ajusteincerto.
A J U S T E S COM
FOLGA

Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual


aoafastamento inferior do furo, temos um ajuste com folga.

Dimensão nominal (eixo e furo):


25 mm.

A dimensão máxima do eixo é:


25 mm - 0,20 mm = 24,80 mm.

A dimensão mínima do furo é:


25,00 mm - 0,00 mm = 25,00 mm.

A folga é:
25,00 mm - 24,80 mm = 0,20 mm.
A J U S T E S POR
INTERFERÊNCIA

O afastamento superior do furo é menor ou igual ao


afastamentoinferior do eixo.

O afastamento superior do furo é:


+ 0,21 mmO afastamento inferior
do eixo é: + 0,28 mm.

Exemplo:
A peça pronta ficou com as seguintes
medidas efetivas: Eixo com Ø25,28 mm e furo
com Ø25,21 mm.
A interferência corresponde a: 25,28 mm - 25,21 mm = 0,07
mm.
AJUSTES
INCERTOS

É o ajuste intermediário. O afastamento superior do eixo é


maiorque o afastamento inferior do furo, e o afastamento
superior do furo é maior que o afastamento inferior do
eixo.

Não sabemos, de
antemão, se as peças
acopladas vão ser
ajustadas com folga
ou com interferência.
Isso vai depender das
dimensões efetivas do
eixo e do furo.
S I S T E M A DE
TOLERÂNCIAS E
A J U S T E S ISO
Nos desenhos técnicos, a qualidade de trabalho vem
indicada apenas pelo numeral, sem o IT. Antes do numeral
vem uma ou duas letras, que representam o campo de
tolerância no sistema ISSO.

A dimensão nominal da cota é 20 mm. A tolerância é indicada


por H7.
S I S T E M A DE
TOLERÂNCIAS E
A J U S T E S ISO

Os ca m p o s d e t o l e r â n c ia para eixo são representados por


letras
minúsculas, e os furos por letra maiúscula conforme a
ilustração.
S I S T E M A DE
TOLERÂNCIAS E
A J U S T E S ISO

O sistema ISO estabelece 28 campos de tolerâncias,


identificados por letras do alfabeto latino. Cada letra
está associada a um determinado campo de tolerância.
T ABELAS
PRÁT I CAS
T ABELAS
PRÁT I CAS
T ABELAS
PRÁT I CAS
T ABELAS
PRÁT I CAS
T ABELAS
PRÁT I CAS
T ABELAS
PRÁT I CAS
T ABELAS
PRÁT I CAS
R U G O S Í MET RO

O rugosímetro é um aparelho eletrônico muito utilizado na


indústria para verificação de superfície de peças e
ferramentas (rugosidade). Assegura um alto padrão de
qualidade nas medições. Destina-se à análise dos
problemas relacionados à rugosidade de superfícies.
T I POLOGI A E
APLICAÇÕES
Os rugosímetros podem ser classificados em dois grandes
grupos:

1º Aparelhos que fornecem somente a leitura dos


parâmetros de rugosidade. São mais utilizados nas linhas
de produção.

2º Aparelhos que, além da leitura, permitem o registo, em


papel, do perfil efetivo da superfície. São mais utilizados em
laboratórios, pois apresentam um gráfico que permite uma
análise mais profundada textura superficial.
BI BLI O G R A F I A

Manual de metrologia - João Carvalho


Manual de metrologia - Rui Batista
Metrologia, conceitos fundamentais - USP
Tolerâncias e ajustes - INSTITUTO FEDERAL
DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
SANTA CATARINA
Tolerâncias e ajustes – USP Infopédia

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