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Metrologia

Adelides Antonio de Oliveira

Silvânio Márcio Fernandes


Capítulo
Metrologia dimensional
1

Adelides Antonio de Oliveira

Objetivos

Ao final dos estudos deste roteiro, você deverá ser capaz de:

• converter uma unidade de medida em outra correspondente;


• escolher o instrumento apropriado à medição que deseja
realizar;
• utilizar, de maneira adequada, os instrumentos de medição
apresentados;
• fazer medições utilizando diferentes instrumentos de
medidas, tais como: escalas, paquímetros, micrômetros,
relógios comparadores, entre outros;
• utilizar diferentes unidades de medidas, em seu dia-a-dia;
• usar a Metrologia como ferramenta de gerenciamento do
controle de qualidade e produtividade do processo produtivo
das indústrias.

A metrologia e sua dimensão

IMPORTANTE!

Você sabia que a medição é uma operação antiqüíssima e de


fundamental importância para diversas atividades do ser humano?
2 UNIUBE

O comércio, por exemplo, é uma atividade em que a medição é


fundamental. Para que as transações comerciais possam ser efetuadas,
é necessário descrever as quantidades envolvidas em termos de uma
base comum, isto é, de uma unidade de medição.

A medição está presente no desenvolvimento tecnológico. É por meio da


medição do desempenho de um sistema que se avalia e realimenta o seu
aperfeiçoamento. A qualidade, a segurança e o controle de um elemento
são sempre assegurados por meio de uma operação de medição.

Nos projetos de engenharia, grande parte da comunicação é feita por meio


de desenhos. Neles, cada cota quantifica um elemento, isto é, compara
o elemento com uma quantidade de referência conhecida por todos
envolvidos na elaboração e na execução do projeto.

Você sabe, também, que para realizar a medição, necessitamos de um


instrumento de medição calibrado e uma forma padronizada de escrever
o valor da medida. A indicação desse valor medido é composta de um
número acompanhado da unidade de referência. Por exemplo, o valor
da altura de uma porta é de 2,10 m. Nesse exemplo, 2,10 é o valor da
medida e m é a unidade de comparação utilizada.

IMPORTANTE!

Vamos conhecer os principais sistemas de unidades de medidas e aprender


a utilizar alguns instrumentos usados para realizar as medições?

Nossa abordagem contemplará características, nomenclatura, resolução,


princípio de funcionamento, leitura de medição e os principais tipos.
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1 Unidade de medida

Ao longo da história, diversos foram os sistemas de unidades estabelecidos


nas diferentes regiões do mundo. As primeiras unidades de medição
estavam baseadas em partes do corpo humano, pois eram fáceis de
serem verificadas por qualquer pessoa. Assim, surgiram unidades de
medida como:

• a polegada;
• o palmo;
• o pé;
• a jarda;
• a braça;
• o passo.

Em função do intercâmbio internacional de produtos e informações, bem


como da própria incoerência entre unidades anteriormente adotadas,
estabeleceu-se em 1960, por meio do Bureau Internacional de Pesos
e Medidas – BIPM – um conjunto coerente de unidades, o SISTEMA
INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI).

A unidade de comprimento estabelecida pelo SI é o metro, que foi


definido como sendo o comprimento do trajeto percorrido pela luz no
vácuo, durante o intervalo de tempo de 1/299792458 do segundo.

Você deve se lembrar de alguns múltiplos e submúltiplos do metro, como:


o quilômetro, o centímetro e o milímetro. Estes são mais utilizados em
nosso dia-a-dia. Observe o Quadro 1 e descubra a relação entre cada
múltiplo ou submúltiplo e o metro.
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Quadro 1: Múltiplos e Submúltiplos Decimais do Metro

Múltiplos e submúltiplos do Metro


Nome Símbolo Fator
Tetrâmetro Tm 10¹²
Gigâmetro Gm 109
Magâmetro Mm 106
Quilômetro km 10³
Hectômetro hm 10²
Decâmetro dam 10
Metro m 1
Decímetro dm 10-1
Centímetro cm 10-2
Milímetro mm 10-3

Apesar de ter estabelecido o metro como unidade de medida padrão,


ainda são usadas outras unidades.

Você já deve ter ouvido falar da polegada. Por exemplo, tubo de ½ polegada
ou ¾ de polegada. Esta unidade é utilizada no sistema hidráulico de
sua casa ou da tela do televisor de 29 polegadas. A polegada é uma das
unidades do sistema inglês ainda muito utilizada na Engenharia.

Na Inglaterra e nos Estados Unidos, o sistema inglês ainda é muito


utilizado, apesar de estar sendo substituído, aos poucos, pelo sistema
métrico. No Brasil, devido à influência de um grande número de empresas
procedentes desses países, é comum a utilização ainda dessas unidades.
Por isso, torna-se necessário conhecer o sistema inglês para que seja
possível fazer a conversão deste em sistema métrico e vice-versa.

DICAS

Antes de prosseguir o estudo deste roteiro, sugerimos a leitura do capítulo 1, um


breve histórico das medidas, do livro Metrologia Cursos Profissionalizantes
Telecurso 2000.
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IMPORTANTE!

Você sabia que a unidade de comprimento padrão do sistema inglês é a


jarda (yard, em inglês)?

A jarda era definida como sendo a distância entre a ponta do nariz do rei
e a de seu polegar, com o braço esticado. Em 1959, a jarda foi definida
em função do metro, valendo 0,91440 m. As divisões da jarda, pés e
polegadas passaram a ter seus valores expressos no sistema métrico:

1 yd (uma jarda) = 0,91440 m


1 ft (um pé) = 304,8 mm
1 inch (uma polegada) = 25,4 mm
1 jarda = 3 pés = 12 polegadas.

A leitura de medida em polegadas pode ser feita na forma fracionária ou


decimal.

Veja, na figura, a seguir, como a polegada está dividida em 2, 4, 8, 16 partes


iguais.

Figura 1: Divisão da polegada

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho


6 UNIUBE

Observe que, na figura anterior, estão indicadas somente frações de


numerador ímpar. Atenção! Sempre que houver numeradores pares, a
fração é simplificada.

A leitura na escala consiste em observar qual o traço coincide com a


extremidade do objeto.

Exemplo 1:

Figura 2: medida de objeto

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

A leitura da medida do objeto, na figura apresentada anteriormente, é de


1 ½” (uma polegada e meia).

Como a leitura na forma fracionária não é tão fácil, é comum fazer a


leitura em polegada decimal. Neste caso, a polegada subdivide-se em
milésimo e décimos de milésimo.

Exemplo 2:

a) 1.230” = 1 polegada e 230 milésimos


b) 1.3450” = 1 polegada e 3450 décimos de milésimos

IMPORTANTE!

No sistema inglês, a separação de decimais é indicada por ponto, diferente


do sistema métrico em que esta separação é indicada por vírgula.
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2 Conversões de unidades

Agora, que já sabemos a relação entre as unidades dos sistemas Inglês


e Métrico, vamos aprender como fazer a conversão.

2.1 Converter polegada em milímetros

Como já vimos que uma polegada equivale a 25,4 mm, basta multiplicar
o valor da medida em polegada fracionária por 25,4.

Exemplo1:

a) 3” = 3 x 25,4 = 76,2 mm
b) 2 ½” = 2 x 25,4 + ½ x 25,4 = 50,8 + 12,7 = 63,5 mm
c) 0.750” = 0,750 x 25,4 = 19,05 mm

2.2 Converter milímetro em polegada fracionária

Esta conversão pode ser feita dividindo o valor em milímetro por 25,4 e
multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador
de uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador não dê um
número inteiro, deve-se arredondá-lo para o número inteiro mais próximo.

Exemplo:
 19, 05 
 25, 4  ⋅ 128 "
  96 3
a ) 19, 05mm
= = =
128 128 4

É importante ressaltar que quando o numerador for par, deve-se simplificar


a fração.
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2.2 Converter milímetro em polegada milesimal.

Para converter milímetro em polegada milesimal, basta dividir o valor em


milímetro por 25,4.

Exemplo:

a) 19,05 = 19,05 ÷ 25,4 = 0.750”

DICAS

Antes de prosseguir o estudo deste roteiro, sugerimos a leitura do capítulo


2, conversões de unidades, do livro Telecurso 2000 – Profissionalizante –
Metrologia. Lá, você encontrará mais exemplos e exercícios para praticar.

Já sabemos que medir é um procedimento pelo qual o valor de uma


grandeza física é determinado como múltiplo e/ou uma fração de uma
unidade, estabelecida por um padrão, e reconhecida internacionalmente.

Sabemos também que a operação de medição é realizada com o auxílio


de um instrumento de medição. Portanto, é muito importante que você
conheça as principais aplicações, o princípio de funcionamento dos
instrumentos. Você deve saber também como utilizar e manter de forma
apropriada os instrumentos, de modo a garantir a confiabilidade dos
resultados.

3.1 Régua graduada

A régua graduada é um instrumento de medição linear muito simples


e bastante utilizado na indústria. A régua pode ser rígida ou flexível,
sendo que a primeira apresenta uma espessura maior que a segunda.
Consiste de uma lâmina, normalmente de aço inoxidável ou aço carbono,
onde estão gravadas as escalas. A graduação da escala pode ser em
UNIUBE 9

milímetros (mm) e até meios milímetros. Algumas réguas, além das


escalas milimétricas, têm escalas em polegadas (inches) e está dividida
em frações de polegadas, no outro canto.

A trena e o metro articulado são instrumentos de medição linear que


utilizam o mesmo princípio da régua.

Figura 3: Régua graduada

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

3.1.1 Tipos de réguas

Régua de encosto interno

O encosto interno permite fazer medições a partir de uma face interna


de referência.

Figura 4: Medições face interna

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

A medição é feita a partir de um valor qualquer da régua, o qual deve ser


subtraído do resultado. Na figura, a seguir, as leituras superior e inferior
são: (64 mm – 10 mm) = 54 mm
"
e (3” - 3/8’’) = 2 5 8 , respectivamente.
10 UNIUBE

Figura 5: leitura superior e inferior

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

Régua com encosto

O encosto da régua permite fazer medições a partir de uma face externa


de referência.

Figura 6: Encosto da régua

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

Régua de profundidade

Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.


Figura 7: Régua de profundidade

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho


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3.1.2 Leitura

No sistema métrico, a menor divisão equivale a 1 milímetro; para fazer


a leitura, basta contar o número de divisões entre as duas extremidades
do objeto que se deseja medir.

No sistema Inglês, a menor divisão equivale a 1/16 de polegadas; para


fazer a leitura da medida, basta contar o número de divisões entre as
duas extremidades do objeto que se deseja medir. No caso de fração
com numerador par, deve-se simplificar a fração.

3.2 Paquímetro

IMPORTANTE!

Você já tentou medir o diâmetro de uma agulha de costura?

Para obter uma medida precisa do diâmetro da agulha é necessário um


dispositivo especial, o vernier, que permite medir frações de 1 mm com
bastante precisão. O paquímetro é um dos instrumentos de medida que
possui o vernier.
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O paquímetro (Figura 9), é o resultado da associação de: uma régua


graduada e dois bicos de medição, sendo um ligado à escala régua
graduada e o outro ao cursor com nônio interpolador para a indicação
entre traços. Esse instrumento é utilizado para medir as dimensões
lineares internas, externas e de profundidade de uma peça.

Nomenclatura básica do paquímetro

Observe a figura 9 e conheça melhor este instrumento.

Figura 8: Nomenclatura básica do paquímetro

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

Os paquímetros distinguem-se pela faixa de indicação, pelo nônio, pelas


dimensões e forma dos bicos. Em geral, são fabricados com capacidade
de medida de 150, 200, 300, 500 e 1000 mm e de fabricação especial
de 1500, 2000, 2500 e 3000 mm.O material empregado na construção
de paquímetros é usualmente o aço com coeficiente de dilatação linear
= 11,5 mm/m.K, de forma que o mesmo tenha comportamento térmico
equivalente à maioria das peças.

Veja, na Figura 10, que os bicos, fixo e móvel, destinam-se às medições


externas, para medições internas, são utilizadas as orelhas; na parte
traseira, localiza-se a vareta para medição de profundidade, e próximas
ao bico fixo, estão as faces de medição de ressaltos.
UNIUBE 13

Figura 9: Possibilidades de utilização do paquímetro

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

3.2.1 Tipos de paquímetros

São vários os tipos de paquímetros, cada qual com uma ou mais


finalidades principais, tais como medições de comprimentos internos e
externos, medições de ranhuras, roscas, rodas dentadas etc.

Paquímetro universal
Modelo convencional com as quatro possibilidades de acesso ao lugar
da medição.

Figura 10: Paquímetro universal

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

Paquímetro com relógio de leitura

O cursor movimenta-se por meio de uma cremalheira na escala principal,


o que permite a incorporação do sistema de leitura com o ponteiro
giratório, uma leitura mais simples e livre de erros.
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Figura 11: Paquímetro com relógio de leitura

Paquímetro para serviços pesados


Geralmente fabricado para capacidades acima de 300 mm. É um
instrumento que possui um corpo mais robusto. A medição interna é
feita com bicos reforçados o das orelhas convencionais.
Figura 12: paquímetro para serviços pesados

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho

Paquímetro digital
Utilizado para leitura rápida, livre de erro de paralaxe.
Figura 13: paquímetro digital

Adaptação: Rodrigo de Melo Rodovalho


UNIUBE 15

3.2.2 Leitura da medida no paquímetro no Sistema Métrico

Fazer a leitura da medida em paquímetro não é tão simples como fazer


em régua ou trena. Antes, é preciso entender, de forma clara, como
funciona o nônio. Entendendo o princípio do nônio, você verá que usar
o paquímetro também não é tão complicado.

Figura 14: Escala fixa e nônio do paquímetro

Adaptação:

No sistema métrico, existem paquímetros em que o nônio possui 10


divisões iguais e equivalentes a nove milímetros. Assim, a diferença entre
a primeira divisão da escala fixa e a primeira divisão do nônio é igual a
0,1 mm. A diferença entre a segunda divisão da escala fixa e a segunda
divisão do nônio é de 0,2 mm, e assim por diante. Veja exemplos nas
figuras, a seguir.
16 UNIUBE

Figura 15: Medidas variadas

Quando o zero do nônio não coincide com um traço na escala fixa, é


preciso ler esta diferença na escala do nônio. Para isso, precisamos
saber qual é a resolução do instrumento.

Resolução é a menor medida que se pode medir com o instrumento.

Para você calcular a resolução do instrumento, basta dividir a menor


divisão da escala fixa pelo número de divisão do nônio.

A seguir, temos:
– a menor divisão da escala fixa é igual a 1 milímetro;
– o número de divisões do nônio é igual a 10.

menor divisão da escala fixa 1mm


Re solução
= = = 0,1mm
número de divisões do nônio 10

Os paquímetros mais utilizados possuem nônio com 20 ou 50 divisões.


Assim, as resoluções são 0,05 mm e 0,02 mm, respectivamente.

Atividade 5

Calcule a resolução de um paquímetro, cuja menor divisão da escala fixa é 1


mm e seu nônio tem 50 divisões.
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Leitura da medida no Sistema Métrico

1. Posicione o bico móvel de forma tal que a peça a ser medida se


adapte com folga entre os bicos fixo e móvel (medida externa) ou
entre as orelhas (medida interna) ou entre a haste de profundidade e
a escala fixa (medida de profundidade).
2. Mova as partes móveis com o polegar atuando no impulsor até que
a parte móvel (bico, orelha ou haste) encoste suavemente na peça.
3. Leia na escala fixa o número de milímetros inteiros (à esquerda do
zero do nônio).
4. Leia a parte fracionária da medida observando qual traço do nônio
que coincide com algum traço da escala fixa e calcule o valor da fração
multiplicando o número desse traço pela resolução.

Resolução = 0,05 mm

Leitura na escala fixa = 18,00 mm


Leitura no nônio = 0,30 mm
-------------

Leitura total = 18,30 mm

Resolução = 0,05 mm

Leitura na escala fixa = 88,00 mm


Leitura no nônio = 0,45 mm
-------------

Leitura total = 88,45 mm

Resolução = 0,02 mm

Leitura na escala fixa = 14,00 mm


Leitura no nônio = 0,54 mm
-------------

Leitura total = 14,54 mm


18 UNIUBE

Agora, que você entendeu como fazer a leitura do paquímetro no sistema


métrico, faça a atividade proposta, a seguir.

Atividade 6

Faça a leitura e escreva a resolução do instrumento e o resultado da


medida.

a)

b)

c)

d)

e)
UNIUBE 19

f)

g)

h)

Leitura da medida no Sistema Inglês


Neste sistema, a escala fixa do paquímetro é graduada em polegada e
frações de polegada. Quando o traço do zero do nônio não coincide com
algum traço da escala fixa, a diferença deve ser lida no nônio.

Antes de aprender a fazer a leitura do paquímetro no sistema inglês, você


precisa saber como calcular a resolução.

Figura 17: Leitura no Sistema Inglês

Na escala fixa, a polegada está dividida em 16 partes iguais. Portanto,


cada divisão equivale a 1/16 (um dezesseis avos) de polegada. O nônio
é dividido em 8 partes.
20 UNIUBE

– a menor divisão da escala fixa é igual a 1/16 de polegada;


– o nônio está dividido em 8 partes, ou seja, o número de divisões do
nônio é igual 8.
"
1
"
menor divisão da escala fixa 16 1
Re solução
= = =
número de divisões do nônio 8 128

Você pode notar que agora você deve trabalhar com frações. É muito
importante que saiba fazer adição de frações.

Para você fazer a leitura, basta você ler o valor da escala fixa e acrescentar
a este o valor encontrado no nônio. Veja o exemplo.

Figura 18: Leitura de escala

" "
2 4
Escala fixa = Nônio
16 128

"
2 4 2x8 + 4 20 5
Leitura = + = = , simplificando por 4, temos : leitura =
16 128 128 128 32

Atividade 7

Faça a leitura e escreva o resultado da medida.


UNIUBE 21

a)

b)

c)

d)

3.3 Micrômetro

Se você pretende trabalhar na indústria, é muito importante conhecer


e entender o princípio de funcionamento deste instrumento. Além do
micrômetro ser um instrumento muito utilizado, muitas máquinas
modernas de medir operam com o mesmo princípio do micrômetro.
22 UNIUBE

Figura 19: Micrômetro de Palmer (1848

Fonte: Adriano Ruiz Secco – TC2000

Um fuso roscado possui, da mesma forma que uma escala, uma divisão
contínua e uniforme, representada pelos filetes da rosca. Num fuso
roscado de 1 mm de passo (o afastamento de um filete para o seguinte)
ele corresponde, portanto, a uma escala dividida em milímetros. A tomada
da medida é efetuada girando o fuso na porca correspondente, obtendo-
se entre estes elementos um movimento relativo de um passo por volta
completa.

Frações de passo podem ser obtidas, subdividindo-se uma volta completa


em tantas partes quanto se queira.

Nomenclatura básica do micrômetro


Figura 20: Nomenclatura básica do micrômetro

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf
UNIUBE 23

O movimento axial do fuso ou da porca, determinado pelo número de


voltas, pode ser usado para alterar o afastamento entre duas superfícies
de medição de um determinado valor, como se verifica, por exemplo,
nos micrômetros.

Como já referido, o movimento longitudinal pode ser realizado quer pelo


fuso quer pela porca. O mesmo pode-se dizer do movimento giratório.
Nos parafusos de medição, ambos os movimentos têm frações de volta.

Componentes do micrômetro:

• o parafuso micrométrico pode ser feito de aço liga ou aço


inoxidável. Este último é resistente à oxidação, porém, tem menor
dureza que o primeiro;
• o tambor graduado, ao ser girado, promove o movimento
longitudinal do fuso de medição. A escala gravada no tambor que
subdivide uma rotação em 50 partes, serve para determinar o
deslocamento do fuso;
• bainha ou cilindro graduado possui duas outras escalas lineares
que indicam os milímetros e os meios milímetros. A bainha pode
apresentar ainda outra escala auxiliar, geralmente com 10 divisões,
que é o nônio. Os micrômetros que possuem este nônio têm
resolução equivalente a 1 μm (um micrômetro);
• a trava do parafuso micrométrico permite fixar a haste de medição
em qualquer posição;
• a catraca é ligada ao parafuso micrométrico. Limita o torque de
aperto durante a medição, possibilitando força de medição constante;
• o isolamento térmico são placas fixadas no arco que devem facilitar
o manuseio e evitar que o calor das mãos seja transmitido ao arco.
Assim, erros devido à dilatação térmica do arco são evitados;
• os contatos são fabricados de metal duro para resistir ao desgaste.
24 UNIUBE

O comprimento de medição do fuso é geralmente de 25 mm, podendo-


se encontrar também parafusos com 13 mm e 30 mm. O comprimento
do arco cresce de acordo com o aumento da faixa de operação do
micrômetro, normalmente com escalonamento de 25 mm, sendo, 0 a
25, 25 a 50, 50 a 75 mm etc. Os micrômetros de arcos são construídos
para diâmetros de até cerca de dois metros (2 m).

3.3.1 Tipos e usos

Existem vários tipos de micrômetros para diferentes aplicações. A seguir


estão apresentados os tipos mais comuns.

Micrômetro externo

Utilizado para medição linear externa


Figura 21: Micrômetro externo

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Micrômetro externo com batentes intercambiáveis para maior capacidade


de medição
Figura 19: Micrômetro externo com batentes intercambiáveisa

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf
UNIUBE 25

Micrômetro externo digital


Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em
controle estatístico de processos, juntamente com microprocessadores.
Figura 20: Micrômetro externo digital

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Micrômetro externo com batente em V


Utilizado para medir diâmetro externo de ferramentas de corte, furação
ou escareamento com número de faces múltiplo de três.
Figura 21: Micrômetro externo com batente em “V”

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Micrômetro com ponta esférica


Para medição de superfícies curvas, como paredes de tubos, mancais,
anéis etc.
Figura 22: Micrômetro com ponta esférica

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf
26 UNIUBE

Micrômetro para engrenagens


Para medir comprimento de base tangente, módulos e medição de dentes.

Figura 23: Micrômetro para engrenagens

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Micrômetro para roscas


Utilizado para medir diâmetro primitivo de roscas.
Figura 24: Micrômetro para roscas

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Micrômetro de profundidades
Utilizado para medição de profundidades de furos, canais, etc.
Figura 25: Micrômetro de profundidades

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf
UNIUBE 27

3.3.2 Leitura da medida no micrômetro

Você vai notar que para fazer a leitura no micrômetro, podemos utilizar
as mesmas orientações para a leitura com o paquímetro. Primeiro,
vamos aprender a calcular a resolução do instrumento e, em seguida,
aprenderemos a fazer a leitura da medida.

Geralmente, os micrômetros têm parafuso micrométrico, cujo passo é


igual a 0,5 mm. Isso quer dizer que, a cada volta do tambor, o fuso
micrométrico avança uma distância equivalente ao passo. Assim, temos
uma escala fixa no tubo graduado, em que cada divisão corresponde a
0,5 mm e, no tambor, temos outra escala com 50 divisões. Sendo assim,
a resolução que corresponde ao menor deslocamento do fuso é calculada
da seguinte forma:

menor divisão do tubo graduado 0,5 mm


resolução
= = = 0, 01mm
número de divisões do tambor 50

Assim, girando o tambor, cada divisão provocará um deslocamento de


0,01 mm no fuso.

Figura 26: leitura no micrômetro

Para realizarmos a leitura no micrômetro, com resolução de 0,01 mm, é


aconselhável seguir os seguintes passos:
28 UNIUBE

1. leitura dos milímetros inteiros na escala tubo graduado;


2. leitura dos meios milímetros, também na escala tubo graduado;
3. leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.

Exemplo: 47 mm

0,5 mm 0,06 mm

Figura 27: leitura no micrômetro

Escala dos milímetros inteiros = 47,00 mm


Escala dos meios milímetros = 0,50 mm
Escala do tambor (centésimos) = 0,06 mm

Leitura total = 47,56 mm

Atividade 8

Faça a leitura e escreva o resultado das medidas.


UNIUBE 29

a) b)

c) d)

e) f)

Agora, vamos conhecer um outro tipo de micrômetro. Este é dotado de


nônio e tem resolução igual a 0,001mm (um milésimo de milímetro).

Para realizarmos a leitura neste micrômetro, devemos seguir os seguintes


passos:

1. leitura dos milímetros inteiros na escala tubo graduado;


2. leitura dos meios milímetros na mesma escala;
3. leitura dos centésimos na escala do tambor;
30 UNIUBE

4. leitura dos milésimos com o auxílio do nônio do tubo graduado,


verificando qual dos traços do nônio coincide com o traço do tambor;
5. somar os valores destas quatro leituras para obter o valor da leitura final.

Escala dos milímetros inteiros = 57,000 mm


Escala dos meios milímetros = 0,000 mm
Escala do tambor (centésimos) = 0,140 mm
Escala do nônio (milésimos) = 0,008 mm

Leitura total = 57,148 mm

Atividade 9

Faça a leitura e escreva o resultado da medida.


UNIUBE 31

a) b)

c) d)

Leituras Obrigatórias
Fundação, Roberto Marinho. Telecurso 2000 – Profissionalizante –
Metrologia. Rio de Janeiro: Globo, 2003.

Leia e estude, com atenção, o capítulo 1. Neste capítulo, é apresentada


uma descrição do desenvolvimento dos instrumentos, desde a época em
que o homem usava partes de seu corpo para medir, até os dias atuais
em que contamos com instrumentos de medição mais exatos, baseados
em normas nacionais e internacionais. Nesta obra, você encontra
também vários exemplos e exercícios para avaliar sua aprendizagem.
Pode ser encontrada no endereço, a seguir:

http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/didaticos_e_tematicos/
telecurso_2000_cursos_profissionalizantes/telecurso_2000_metrologia
32 UNIUBE

Atividades
As atividades foram propostas ao longo do roteiro. Se necessário,
retorne-as, a fim de praticar os conceitos aqui abordados.

Referências
MARINHO, Roberto. Telecurso 2000: Profissionalizante. Metrologia. Rio
de Janeiro: Globo, 2003.

SUGA, Nobuo. Metrologia dimensional: a ciência da medição. São


Paulo: Mitutoyo do Brasil, 2007.

REFERENCIAL DE RESPOSTAS

UNIDADE TEMÁTICA ou COMPONENTE CURRICULAR


Estratégias para planejamento e controle de produção

Roteiro de Estudo 1
Metrologia dimensional

Atividade 1 - p. xx
a) 3,1750 mm b) 2,3813 mm c) 31,7500 mm d) 8,9296 mm e)193,6750 mm

f) 15,8750 mm g) 38,1000 mm h) 25,5397 mm i) 82,6897 mm j) 15,8750 mm

Atividade 2 - p. xx

2 1
"
2 1
" 768 224 3
"
a) = b) = c) = 6" d) =1
128 64 128 64 128 128 4

128 51
"
42 21
"
2 1
"
e) = 1" f) g) = h) =
128 128 128 64 128 64
UNIUBE 33

Atividade 3 - p. xx
a) 0.625” b) 1.5” c) 6”

Atividade 4 - p. xx
"
1
1
" 1
1 16
3
" 4
2
16

1 2 3 4 5 6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

10 mm
39 mm
42 mm

Atividade 5 - p. xx
menor divisão da escala fixa 1 mm
Re solução
= = = 0, 02 mm
número de divisões do nônio 50

Atividade 6 - p. xx

Observação: Nesta atividade, deve-se tolerar um erro de igual


resolução do paquímetro.

a) Leitura: 0,20 mm;


b) Leitura: 18,00 mm;
c) Leitura: 10,60 mm;
d) Leitura: 9,60 mm;
e) Leitura: 6,00 mm;
f) Leitura: 10,58 mm;
g) Leitura: 17,50 mm;
h) Leitura: 21,18 mm.
34 UNIUBE

Atividade 7 - p. xx
Faça a leitura e escreva o resultado da medida.

61"
a) Leitura:
128
115"
b) Leitura:
128

39"
c) Leitura: 1
128

5"
d) Leitura: 1
16

Atividade 8 - p. xx

a) 60,51 mm b) 78,61 mm
c) 23,22 mm d) 47,06 mm
e) 47,56 mm d) 5,46 mm

Atividade 9 - p. xx

a) 4,000 mm b) 6,993 mm

c) 6,993 mm d) 7,676 mm

ESTRATÉGIAS PARA PLANEJAMENTO E


CONTROLE DE PRODUÇÃO

ROTEIRO DE ESTUDO 1
Metrologia dimensional

Atividade 1
Qual é a importância da Metrologia para a sociedade?

Atividade 2
Por que foi necessário o estabelecimento do Sistema Internacional de
Unidades?
UNIUBE 35

ESTRATÉGIAS PARA PLANEJAMENTO E


CONTROLE DE PRODUÇÃO

ROTEIRO DE ESTUDO 1
Metrologia dimensional

Resposta da Atividade 1
A Metrologia desempenha em todas as atividades humanas um papel
fundamental, quer seja no intercâmbio comercial e tecnológico, quer seja
na interferência direta da vida de cada cidadão.

Resposta da Atividade 2
Um Sistema Internacional de Unidades foi necessário para facilitar
o intercâmbio de produtos e informações entre diferentes regiões do
mundo. Com isto, eliminou-se a necessidade de conversões e as
incoerências entre as unidades.
Capítulo
Tolerâncias dimensionais
e layout industrial
2

Silvânio Márcio Fernandes

Objetivos

• Conhecer os conceitos do sistema de tolerância ISSO.


• Representar, graficamente, as cotas de peça que exigem
ajustes mecânicos.
• Interpretar tabelas do Sistema de tolerância ISSO.
• Calcular as medidas ideais de peças e conjuntos mecânicos.
• Conhecer os tipos de layout industriais.
• Correlacionar as vantagens e desvantagens do emprego dos
diferentes tipos de layout.

Conceitos básicos sobre tolerância e tipos de layout

Prezados alunos,

Vamos conhecer, neste roteiro, os conceitos básicos sobre tolerância


dimensional. Todo projeto de máquina ou simplesmente o de um conjunto
mecânico, como por exemplo, eixos e polias, requerem dimensões específicas
para um perfeito funcionamento; a essas dimensões denominamos de
tolerância dimensional.
38 UNIUBE

Algumas montagens de conjuntos mecânicos necessitam de ajustes que


permitam o movimento rotativo dos elementos que o compõem, outras
montagens já requerem um tipo de ajuste que denominamos de ajustes
com interferências, ou seja, os elementos do conjunto mecânico não
podem sofrer deslizamento ou rotações. O que determina as condições
de ajustes livres ou com interferência é a tolerância dimensional, portanto,
vamos estudar neste roteiro, o sistema de tolerância ISO, tipos de ajustes,
Tabela ABNT / ISO NBR 6158, forma de representação das cotas com
tolerância no desenho e cálculos envolvendo o sistema de tolerância ISO.
Outro conteúdo que vamos estudar são os diferentes tipos de
layout; apresentaremos um estudo simplificado referente os tipos
de layout analisando as vantagens e desvantagens dos mesmos. A
seleção correta de um layout industrial ou de serviço contribui para
maior produtividade e qualidade dos produtos ou da prestação de
serviços, colabora também na melhoria das condições de trabalho
dos funcionários.

Portanto, o conteúdo deste roteiro acrescentará conhecimentos


fundamentais na sua vida profissional, pois você estará conhecendo
sobre o sistema de tolerância ISO e sobre os layout, que são tópicos
fundamentais para a atuação na área industrial.

Caros alunos, sejam bem-vindos a esse roteiro!


UNIUBE 39

x.x Sistema de Tolerância ISO

Cada vez mais o mercado exige que os equipamentos industriais e,


ou produtos diversos, trabalhem em economias globalizadas. Isto
requer dos projetistas o desenvolvimento de peças intercambiáveis,
permitindo, assim, que uma máquina ou peça produzida no Brasil
possa perfeitamente funcionar em outro país. Pela produção de peças
intercambiáveis também podemos importar peças de reposição ou
equipamentos de outros países, sem que o mesmo necessite de ajustes
ou retoques para o funcionamento dos mesmos.

Afinal, o que são peças intercambiáveis?

Peças intercambiáveis são as peças produzidas em série e que


têm a propriedade de ser montadas sem retrabalho (retoques), e
podem ser substituídas entre si sem prejuízo do funcionamento
do conjunto.

No processo de fabricação de uma peça, é praticamente impossível que


o operador da máquina confeccione a peça sem erros, isto em função
de uma série de situações que apresentamos, a seguir:

• falta de conhecimento do operador;


• vibração da máquina;
• variação de temperatura ocasionado pela ação da ferramenta de
corte;
• seleção inadequada de ferramentas;
• instrumentos de metrologia com defeito;
• outras situações.

Os itens relacionados contribuem para imprecisões no processo de


fabricação, provocando variações ou desvios das medidas indicadas no
desenho.
40 UNIUBE

O sistema ISO de tolerância normalizou pequenos erros dimensionais


que, sendo obedecidos, não prejudicam o funcionamento do conjunto
mecânico, permitindo, assim, a utilização de peças que foram usinadas
dentro de um determinado campo de tolerância. Os estudos têm
demonstrado que as medidas das peças podem variar, dentro de certos
limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade
do funcionamento dos equipamentos. Esses desvios aceitáveis nas
dimensões das peças caracterizam o que chamamos de tolerância
dimensional.

Vamos conhecer um pouco sobre o sistema de tolerância - ISO!

No Brasil, o sistema de tolerâncias recomendado pela ABNT segue as


normas internacionais ISO (International Organization For Standardization).
Na elaboração do projeto e execução da peça, é fundamental a observância da
normalização das tolerâncias dimensionais para os ajustes dos conjuntos
mecânicos. Esta normalização torna os produtos intercambiáveis e,
portanto, mais competitivos com os similares de outros países.

1.1 Campo de tolerância

O campo de tolerância corresponde aos valores compreendidos entre os


afastamentos superiores e inferiores na tolerância de uma peça. Pode
ser definida, também, como o conjunto de valores que corresponde aos
intervalos limitados entre a dimensão máxima e dimensão mínima de
uma peça.

Veja o exemplo:

+10
Na dimensão 30 , o campo de tolerância corresponde a 8 μm.
+ 2
UNIUBE 41

Observação: A tolerância é medida em milímetro ( mm ). A relação é a seguinte:

• 1 μ = 1.000 mm

• Então: 0,022 mm = 22 μ

Para a dimensão máxima do exemplo anterior, lê-se trinta milímetros e


dez milésimos.
Para a dimensão mínima, lê-se trinta milímetros e dois milésimos.

O campo de tolerância é a variação entre 2 e 10 milésimos que


corresponde, neste caso, a 8 milésimos, portanto, 8 milésimos é o
campo de tolerância do exemplo.

Para o campo de tolerância, o sistema de tolerância ISO estipulou 21


campos, sendo os mesmos representados por letras do alfabeto latino,
representados por letras maiúsculas e minúsculas.

Sendo:
Letras maiúsculas indicam medidas internas (furos) e letras minúsculas
para medidas externas (eixos).

Furos A B C D E F G H I J K M N P R S T U V X Y Z

Eixos a b c d e f g h i j k m n p r s t u v x y z

Estas letras indicam as posições dos campos de tolerância em relação à


linha zero; alternando as letras, conseguimos tipos de ajustes diferentes
na montagem de duas ou mais peças.
42 UNIUBE

Veja o exemplo!

Figura 1 – medida com tolerância

Na Figura 1, é representada a medida 20 H7, em que:


20 – diâmetro nominal;
H – tipo de ajuste ( como a letra é maiúscula, indica também que se trata
de uma medida interna );
7 – qualidade de trabalho ( vamos detalhar posteriormente )

Vamos entender!

Na Figura 2, temos a representação de um eixo com diâmetro 25 j 6 ( j


minúsculo corresponde a medida externa ). Ao fazer a montagem do eixo com
as peças representadas nas figuras 3 e 4, o tipo de ajuste será diferente.

A montagem do eixo (Figura 2) com a peça demonstrada na Figura 3,


resultará em um ajuste com folga onde o eixo deslizará livremente pelo
furo. Este tipo de ajuste é em função da letra que foi selecionada para a
confecção do furo ( 25 B ). Porém, se o mesmo eixo for montado com a
peça da Figura 4, o tipo de ajuste resultará em uma montagem forçada
( com interferência ), isto em função da letra Z, que foi selecionada para
a confecção da peça Figura 4 ( 25 Z ).

Figura 2 - eixo com tolerância Figuras 3 e 4 - furos com tolerância


UNIUBE 43

Então, podemos concluir que as letras determinam o tipo de ajuste,


onde, quanto mais próximo da letra “z”, mais interferência (ajuste
forçado) haverá na montagem de conjuntos mecânicos.

Na figura, a seguir, podemos observar a utilização das letras e seu


posicionamento quanto ao tipo de ajuste.

Figura 5 – Representação gráfica dos campos de tolerância

Autor: SOUZA.

1.2 Qualidade de Trabalho

De uma forma geral, podemos dizer que qualidade de trabalho refere-


se à exigência quanto ao tipo de acabamento e o tipo de ajuste que uma
peça, ou conjunto, deve ter para satisfazer a uma condição de trabalho.
44 UNIUBE

Peças de ferramentas para o trabalho rural não requerem o mesmo tipo


de acabamento e ajuste quanto as peças de máquinas de uma indústria,
como, por exemplo, as engrenagens, eixos, rolamentos, retificas etc. As
ferramentas rurais exigem um acabamento regular, enquanto as peças
de máquinas industriais requerem acabamentos e ajustes mais precisos.

Para atender às exigências de quaisquer tipos de produção mecânica,


o sistema ISO estabelece 18 qualidades de trabalho. Essas qualidades
são representadas da seguinte forma:

Qualidade de Trabalho: IT 01, IT 0, IT 1, IT 2, IT 3, IT 4............IT 16

IT
“I” de ISO.
“T” de tolerância.

No Brasil, a normalização do sistema de tolerâncias e ajustes está em


conformidade com a ABNT/ISO (NBR 6158).

Figura 6 – Qualidade de trabalho

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2000
Adaptada de 2007
UNIUBE 45

1.3 Forma de representação no desenho

Os engenheiros, tecnólogos, técnicos entre outros, precisam interpretar


as medidas das peças a serem confeccionadas ou montadas de forma
correta; isto contribui na produtividade e qualidade da empresa.

Vamos ver como tudo isso fica representado no desenho!

Observe a figura, a seguir:

Figura 7 – Representação de medidas com tolerância

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2007

Consultando a Tabela 1 – Tabela ABNT / ISO NBR 6158, veremos que


as tolerâncias do conjunto eixo e furo, da figura 7, correspondem a:

Para o eixo, as medidas de Para o furo, as medidas de


tolerância são: tolerância são:

28 h 6 corresponde a: 28 H 7 corresponde a:

+0 -0
28 – 13 28 + 21
46 UNIUBE

Obs.: medidas em milésimo

- 13 = - 0,013 mm
+21 = 0,021 mm

Ainda podemos concluir:

28 h 6

h = de acordo com a figura 5, permitirá um ajuste deslizante com folga (


Furo base H7 ).
IT 6 = mecânica corrente ( de precisão ). Ver figura Nº 6.

A cota do desenho é universal, portanto, a produção de peças conforme


o sistema de tolerâncias e ajustes ABNT/ISO (NBR 6158) torna-as
intercambiáveis e orienta os operadores na fabricação das mesmas.

Veja na Tabela 1, algumas informações que podemos obter, analisando


as cotas com tolerâncias dimensionais.

Tabela 1 - Medidas orientativas para o projeto e fabricação de peças

Medidas
orientativas Eixo: 28 h 6 Furo: 28 H 7 Obs.:

Diâmetro nominal é a
Diâmetro nominal 28 28
medida de referência.

Maior dimensão
Cota máxima 28,000 28,021
permitida.

Menor dimensão
Cota mínima 27,987 28
permitida.

Variação permitida na
Campo de 0,013 0,021
fabricação da peça.
tolerância
Média entre a cota
Cota ideal 27,993 28,010 máxima e a cota
mínima.
UNIUBE 47

Partindo simplesmente das cotas representadas na Figura 7, podemos orientar e concluir uma
série de informações que serão de grande importância para a produção de peças. Podemos
interpretar uma série de outras informações como interferências máxima e mínima, folgas
máximas e mínimas do conjunto, tipo de ajuste, entre outras; porém, vamos estudar, neste roteiro,
as informações apresentadas.

Tabela 2 – Tabela ABNT / ISO NBR 6158

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2000
48 UNIUBE

Atividade 1
Consulte a Tabela 2 do roteiro, e responda às questões, a seguir:

Figura 8 – Atividade 1

a) Qual a dimensão nominal representada na peça?


b) Quais são as tolerâncias para a medida 30 H 7?
c) Qual o tipo de ajuste recomendado pela letra H (consulte a figura 5)?
d) Qual a qualidade de trabalho indicada pelo Nº 7?

Atividade 2

Nas dimensões relacionada, a seguir, informe os campos de tolerância.

+ 11
a) 20 + 5 R:

+ 20
b) 80 - 80 R:

- 60
c) 120 - 40 R:

+ 22
d) 42 - 0 R:
UNIUBE 49

Atividade 3
Consulte a Tabela 2 do roteiro, e determine as tolerâncias para o desenho
da peça a seguir, o e complete as informações no quadro.

Figura 9 – Feixo com tolerância

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2000

Medidas Orientativas Medida 18 n 6 Medida: 12 g 6

Diâmetro nominal

Cota máxima

Cota mínima

Campo de tolerância

Cota ideal

Obs.: Quanto à medida 18 n 6, consulte na tabela 1 a dimensão até 18


mm e não acima de 18mm.

Consulte o site www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2000; ele complementará


com muita propriedade as informações sobre tolerância e ajustes.

x.x Layout

Todo processo produtivo ou de prestação de serviço deve ser planejado


para obter melhor eficiência e eficácia nos resultados. O estudo do layout,
ou arranjo físico, é de suma importância para obtenção dos resultados,
pois determina a disposição física das máquinas e equipamentos de
50 UNIUBE

qualquer local de trabalho, melhorando o rendimento das atividades


executadas. Outro aspecto a ser observado na elaboração do layout é a
preocupação com a integridade física do trabalhador, pois uma postura de
trabalho ergonomicamente correta evita doenças características do trabalho
e aumenta a sua produtividade. As condições de riscos de acidentes no
ambiente de trabalho também poderão ser evitadas com a implantação de
um bom arranjo físico. Um layout bem planejado melhora o fluxo de trabalho
e a aparência do local onde as pessoas exercem suas atividades.

Podemos definir que Layout é a disposição física dos equipamentos,


máquinas e ferramentas para realizar um determinado trabalho de forma
mais rápida, com menor custo e melhor qualidade e com a preocupação
de eliminar ou minimizar as condições inseguras dos postos de trabalhos
e áreas de circulação.

Portanto, vamos conhecer os principais tipos de layout!

São eles:

a) por produto ou linear;


b) por processo ou funcional;
c) por células de produção;
d) posicional ou fixo;
e) misto.

a) Por produto ou linear – conhecido também por flow shop

As linhas são estabelecidas em função do fluxo do produto; cada produto


tem uma linha dedicada a ele. É utilizado em empresas que produzem
somente um produto ou uma pequena variedade de produtos, como, por
exemplo, refinarias, montadoras de automóveis e indústria química. Neste
tipo de layout, as máquinas ficam dispostas para atender a seqüência
dos processos pelo qual o produto passa.
UNIUBE 51

Figura 10 Esquema de layout por produto ou linha

A B C D E

B C E D F
Fonte: www.producao.ufrgs.br/arquivos/
disciplinas/390_390_gp_layout_3_abril2007.ppt (2007)

As principais vantagens da utilização deste layout são:

• pequenos estoques de produtos e matéria prima;


• baixa exigência na qualificação da mão-de-obra, pois as operações
são geralmente repetitivas;
• facilidade de qualificação da mão-de-obra;
• melhor controle da produção;
• redução de custo unitário do produto;
• menor índice de retrabalho.

Porém, este tipo de layout apresenta algumas desvantagens.

Veja quais são:

• prioriza o investimento em máquinas e equipamentos, portanto, o


custo para implantação é alto;
• não permite flexibilidade na variação da demanda;
• necessita de produção em massa para ser viável economicamente;
• fluxo contínuo, a quebra de uma máquina compromete todo o
processo;
• como as operações são repetitivas, pode levar os operadores a uma
certa monotonia e estresse, comprometendo as atividades.

As usinas de açúcar e álcool utilizam este tipo de layout; a sua produção


caracteriza uma pequena variedade de produtos, e geralmente o
processo é automatizado ou semi-automatizado.
52 UNIUBE

b) Por processo, ou funcional, ou Job Shop:

Neste caso, cada produto flui entre as seções de acordo com seu próprio
roteiro de produção; é utilizado por indústrias que produzem grande
variedade de produtos, como por exemplo, empresas do ramo de metal
mecânico. Neste tipo de layout, as máquinas e equipamentos podem
ser agrupados pela seqüência dos processos. Normalmente, utilizam-se
setores bem definidos, como preparação, corte, usinagem, soldagem,
acabamento etc.

Figura 11 - Layout por processo ou funcional.

Fonte: Centro Tecnológico do Mobiliário (2007).

Vantagens deste layout:

• apresenta grande flexibilidade na variação dos produtos;


• ajuste rápido a diferentes mix de produção;
• permite maior utilização dos equipamentos para fabricação de vários
produtos;
• máquinas geralmente de menor porte, conseqüentemente, menor
o investimento.
UNIUBE 53

Desvantagens:

• taxas de produção inferiores;


• maior incidência de setups (perda de tempo produtivo);
• planejamento e controle da produção tornam-se mais complexos;
• estoques altos de produtos.

c) Por células de produção:

O layout celular procura aliar a flexibilidade do layout por processo


à simplicidade do layout em linha, funcionando como uma pequena
unidade fabril, auxiliando nas atividades. É utilizado quando as máquinas
e equipamentos estão dispostos de maneira que somente é produzido um
tipo de produto por vez, sendo que o mesmo passa por todas as operações
dentro desta célula até o acabamento final.

Figura 12 - Layout por células de produção.

Fonte: Centro Tecnológico do Mobiliário, (2007).

As vantagens deste tipo de layout são:

• grande utilização do equipamento/baixa ociosidade;


• favorece grupos, multi-tarefas;
• visão do processo e produto;
• maior controle da produção;
• facilita o Planejamento e Controle da Produção;
• menor movimentação de peças/produtos.
54 UNIUBE

As desvantagens deste tipo de layout são:


• alto custo com qualificação de mão-de-obra;
• atentar para o balanceamento do fluxo de materiais na célula para
não ocasionar ociosidade das máquinas e operadores;
• o processo poderá exigir mais de uma máquina para o balanço do
fluxo operacional.

d) Layout fixo ou posicional;

Consiste na organização e otimização de máquinas, equipamentos e


trabalhadores em torno de um produto. É utilizado quando o produto
possui dimensões que impossibilitam seu deslocamento. Geralmente
é realizado uma única vez, e as máquinas e equipamentos são
deslocados até o local onde este será construído, como por exemplo,
construção de rodovias, pontes, navios de grande porte e manutenção
de grandes equipamentos. Nestes casos, a matéria-prima é manufaturada
e transportada para o local.

Figura 13 – Layout fixo ou posicional.

Fonte: Centro Tecnológico do Mobiliário (2007).

As vantagens deste layout são:


• apresenta pequena movimentação de materiais;
• favorece trabalho em equipes;
• apresenta alta flexibilidade de processo e produto.
UNIUBE 55

As desvantagens, neste caso, são:


• a movimentação de pessoas é intensa;
• grande movimentação de equipamentos;
• há riscos de acidentes e a ergonomia, neste caso, é prejudicada.

e) Misto

O layout misto caracteriza-se pela combinação de dois ou mais tipos de


arranjo físico com o objetivo de atender as características da demanda
do produto.

Figura 14 – Layout misto


Em linha

Celular

Fonte: www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/390_390_gp_
layout_3_abril2007.ppt (2007)

Você conheceu os tipos de layout e suas aplicações no processo industrial.

Vamos analisar!

Na sua profissão, você deverá fazer opções quanto ao tipo de layout a


ser utilizado na produção de um ou mais produtos, e, ainda, desenhá-
lo em esboço ou a rigor (obedecendo a escala). Para que você tenha
sucesso na escolha do layout adequado para a linha de produção de um
bem ou serviço é importante que você conheça os tipos de layout, suas
vantagens e desvantagens.

O desenho de um arranjo físico deve prever: maior integração entre


máquinas, materiais e operadores, assim como deve ser prevista a menor
distância possível de deslocamento de pessoas, ferramentas, peças
56 UNIUBE

e produtos. O fluxo do processo deverá ser o menos congestionado


possível, eliminando cruzamento entre os materiais e entre pessoas.
Prever saídas e entradas adequadas aos materiais.

O layout pode ser apresentado da seguinte forma:

– Desenho realizado em prancheta; pode-se utilizar esta forma de


apresentação, porém, o tempo de execução é muito longo, e se houver
necessidade de alterar o layout, o desenho deverá ser feito novamente.

– Maquete é a melhor forma de apresentação de um layout, porém é


muito trabalhoso, e também requer muito tempo para confeccioná-la.
Normalmente, é feita de madeira apropriada, isopor, cartolina, entre
outros.

– Desenho em AutoCAD, programas computacionais como o AutoCAD


têm se mostrado mais eficientes na elaboração, pois, consegue-se
maior rapidez na confecção do layout e, se houver necessidade de
modificações na apresentação, poderá ser feita de imediato, sem a
necessidade de refazer todo o desenho. É aconselhável que o projetista
crie uma biblioteca de máquinas e equipamentos para facilitar e agilizar
a elaboração do layout.

Veja a seqüência de informações!

Analisando o layout atual de um setor da empresa onde trabalha e chegar


à conclusão que a produção não está fluindo bem, é hora de fazer um
estudo de remanejamento desse layout.

Para melhor organizar a produção será necessário um novo estudo


referente à disposição das máquinas e equipamentos. Neste estudo,
é importante que se faça um desenho em esboço ( à mão-livre ) da
planta baixa do prédio com os equipamentos. Observar o atual fluxo de
UNIUBE 57

processo, utilizando uma trena; faça medições dos espaços entre as


máquinas, movimentação dos materiais e funcionários, anote tudo, faça
registros através de fotos e filmagens.

Veja um exemplo de layout!

Figura 15 - Layout a ser modificado

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2000 (2007)

Na elaboração de um novo layout, devemos procurar um melhor


posicionamento das máquinas, dos homens e dos equipamentos. O
aproveitamento da iluminação também deverá ser observado. Deve-se
evitar cruzamento de materiais e produtos, eliminar os riscos de acidentes,
prever espaço para circulação, entre outras providências.

O arranjo físico proposto atenderá com maior eficiência as necessidade


do processo produtivo. Reduzirá o cruzamento de materiais, facilitará
a circulação de homens, materiais e produtos, aproveitará melhor a
iluminação natural do ambiente, melhor entrada e saída de materiais,
aumento da produtividade, redução de movimentos que não agregam
valor ao processo, entre outros benefícios.
58 UNIUBE

Layout proposto após os estudos.

Figura 16 - Layout modificado

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br/telecurso2000 (2007)

Atividade 4

Assinale a alternativa correta e justifique a resposta.

Qual o layout adequado para uma oficina de manutenção de máquinas


agrícolas de uma determinada usina de açúcar e álcool que realiza
manutenções em colhedora de cana, caminhões, pá carregadeira etc?

___ por produto ou linear;


___ por processo ou funcional;
___ por células de produção;
___ posicional ou fixo;
___ misto.
UNIUBE 59

Atividade 5

Qual o layout que apresenta as vantagens relacionadas, a seguir:

• Pequenos estoques de produtos e matéria prima;


• Baixa exigência na qualificação da Mão-de-obra pois as operações
são geralmente repetitivas;
• Melhor controle da produção;
• Redução de custo unitário do produto;
• Menor índice de retrabalho.

Leituras Obrigatórias

Texto 1
PROVENZA, F. Desenhista de Máquina. Editora Pro-tec, 1972.

Prezados alunos, nas páginas 6 – 72 e 6 – 73, vocês encontrarão informações


sobre o sistema de tolerância ISO e os principais conceitos de tolerância
dimensional, e desenhos ilustrativos sobre o conteúdo deste roteiro.

Texto 2
SLACK, Nigel; CAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON,
Alan; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo:
Atlas, 1996.

Neste livro, serão fornecidos vários conceitos de processos de fabricação


com os seus respectivos layout. Abordará a conceituação dos principais
tipos de layout, apresentando suas vantagens e desvantagens.
60 UNIUBE

Leituras Complementares

Texto 1
PROVENZA, F. Tolerâncias ISO. Editora Pro-tec, 1977.

Todas as páginas do livro são dedicadas ao sistema ISO de tolerância,


com os seguintes temas: sistemas de tolerâncias e ajustes, campos de
tolerância, classes de ajuste, tolerâncias para rolamentos e tolerância
geral de trabalho.

Texto 2
POZZA, Manfé; SCARATO, Giovani. Desenho Técnico Mecânico. Editora
Hemus, 2004.

REFERÊNCIAS
SPECK, H.J.; PEIXOTO, V.V., Manual básico de desenho técnico.

FRENCH, T.E.; VIERCK, C.J. Desenho técnico e tecnologia gráfica.


São Paulo: Globo, 1995.

MAGÜIRE, D.E; SIMMONS, C.H. Desenho Técnico – Problemas e


Soluções. Hemus Livraria, Distribuidora e Editora, 2002.

RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee.J. Administração da produção


e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
Capítulo
Metrologia dimensional:
instrumentos de
3
medição, blocos-padrão,
verificadores e calibradores
Adelides Antonio de Oliveira

Objetivos

Ao final dos estudos deste roteiro, você deverá ser capaz de:

• descrever o princípio de funcionamento do relógio comparador;


• selecionar dispositivos adequados para fixação do relógio
comparador;
• identificar os diversos tipos de relógio comparador
• realizar medições por comparação utilizando o relógio comparador;
• realizar medições de ângulos utilizando goniômetro;
• utilizar a técnica de empilhamento de blocos-padrão;
• destacar a importância do bloco padrão para a Metrologia
Dimensional;
• identificar os diversos tipos de calibradores e suas aplicações.

Caro(a) aluno(a).

Dando continuidade aos estudos, vamos conhecer outros instrumentos


de medição, blocos-padrão, verificadores e calibradores.
62 UNIUBE

1 Relógio comparador

A produção em massa e a elevada qualidade na indústria mecânica


exigem medição rápida, confiável e, se possível, com a mínima influência
do operador. Estes requisitos são preenchidos pela medição diferencial.

Os medidores de deslocamento, nesta aplicação, transformam um pequeno


deslocamento captado por um sensor de medição em um deslocamento
amplificado de um ponteiro, que possa ser lido num mostrador.

IMPORTANTE!

O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação.

Vejamos como é feita a medição!

Esse relógio transforma deslocamentos lineares de um fuso móvel em


movimentos circulares de um ponteiro que se move sobre um marcador
com graduação. Esta transformação de movimentos é feita por meios
mecânicos, alavancas e engrenagens.

Para ser utilizado, o relógio comparador deve ser acoplado a algum meio
de fixação e posicionamento, como mesas de medição, dispositivos
especiais, outros instrumentos etc.

Figura 1 – Dispositivo robusto de fixação do


relógio comparador
Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf
UNIUBE 63

Nomenclatura básica do relógio comparador

Figura 2 – Nomenclatura básica do relógio comparador


Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Considerações importantes:

• a capa da haste tem como função a proteção da ponta da haste;


• o parafuso de fixação do aro serve para fixar na posição zero o
ponteiro maior;
• o ponteiro principal gira quando a haste movimenta. É por
intermédio deste ponteiro e do mostrador que é realizada a leitura.
Quando a haste for comprimida, o ponteiro maior gira no sentido
horário, isto significa que a peça que está sendo medida apresenta
maior dimensão que a estabelecida. Da mesma forma, se o ponteiro
gira no sentido anti-horário, a peça que está sendo medida apresenta
menor dimensão que a estabelecida.
• o mostrador é escala graduada em que se faz a leitura. O mostrador
giratório permite que o zero da escala principal, quando do ajuste
inicial do relógio comparador, seja levado a coincidir com o ponteiro,
qualquer que seja a posição do mesmo; desta maneira, a indicação
inicial é zero, facilitando a operação de medição;
• o contador de voltas é uma escala auxiliar que indica por meio
de um ponteiro o número de voltas completas do ponteiro maior,
facilitando assim a leitura;
64 UNIUBE

• a ponta de contato entra em contato com a peça a ser medida e


movimenta todo o sistema de medição;
• a haste é responsável pela transmissão de movimento linear;
• o canhão serve para fixar o instrumento em algum meio de fixação
e posicionamento;
• o aro tem a função de proteger e girar o mostrador;
• o limitador de tolerância indica os limites mínimos e máximos de
uma especificação. Podem ser ajustados nos valores máximo e
mínimo permitidos para a peça que será medida.

Resolução

Você se lembra o que é a resolução de um instrumento de


medida? Sabe também como calculá-la?

No caso do relógio comparador, a resolução está ligada ao grau de


ampliação do deslocamento da ponta de contado durante a medição.
Uma volta completa do ponteiro maior corresponde a certo valor de
movimento da ponta de contato.

No caso de um relógio comparador centesimal, uma volta completa do


ponteiro maior corresponde ao deslocamento de 1 milímetro da ponta
de contato. Observe que no mostrador do relógio comparador uma
volta completa corresponde a 360° e que está dividida angularmente
em 100 partes iguais. Isto significa que cada divisão corresponde ao
deslocamento de 0,01 mm da ponta de contato.

Figura 3 – Relógio
comparador centesimal
Fonte: www.Mitutoyo.
com.br/mkt/trei/trei.swf
UNIUBE 65

Os modelos mais utilizados na indústria possuem resolução de 0,01 mm no


sistema métrico; já no sistema inglês, possuem resolução de 0,001 polegadas.

Caso o curso do fuso for maior que a volta do ponteiro, incorpora-se


um ponteiro menor com a finalidade de indicar o número de voltas do
ponteiro maior.

Mecanismo de amplificação
Durante as medições, o deslocamento da ponta de contato é bastante
pequeno, portanto é necessário um sistema de amplificação. Se esse
sistema for de boa qualidade, podem-se obter facilmente indicações da
ordem de até décimos de micrômetros.

A amplificação pode ser feita por engrenagens, por alavanca e de


maneira mista. A seguir, descreveremos o princípio de funcionamento
de um relógio comparador com sistema de amplificação por engrenagem.

O fuso que entra em contato com a peça possui uma cremalheira que
aciona um pequeno pinhão solidário com a engrenagem principal, que
por sua vez aciona outro pequeno pinhão, chamado pinhão central, onde
é montado o ponteiro principal.

A engrenagem da mola cabelo que está em contato com o pinhão central,


tem a finalidade de eliminar folgas de engrenamento.

Figura 4 – Mecanismo
de amplificação por
engrenagens
Fonte: www.Mitutoyo.
com.br/mkt/trei/trei.swf
66 UNIUBE

Atividade 1
Pesquise sobre os mecanismos de amplificação por alavanca e mista e,
em seguida, faça uma breve descrição de cada um.

Procedimento de medição com o relógio comparador


Antes de realizar a medição de peças, é necessário verificar se realmente
o relógio comparador está calibrado.

Para fazer esta verificação, é preciso fixar o relógio num suporte


apropriado e realizar a medição de vários blocos-padrão e, em seguida,
conferir se as leituras correspondem às medidas dos blocos-padrão.
Figura 5 – Divisão da polegada

Fonte: Fundação Roberto Marinho – TC 2000

A indicação no mostrador do relógio comparador representa sempre


a diferença entre a dimensão da peça e a de um padrão para o qual o
sistema é ajustado.

A comparação é feita da seguinte maneira:

• fixa-se o medidor de deslocamento em um dispositivo apropriado;


• coloca-se o padrão sob o sensor do medidor de deslocamento e
“zera-se” a indicação, por exemplo, através do giro do mostrador até
a coincidência do ponteiro com o zero da escala;
• retira-se o padrão, coloca-se a peça e procede-se a leitura da diferença.
UNIUBE 67

Figura 6 – Exemplo do processo de medição

Fonte: www.Mitutoyo.com.br/mkt/trei/trei.swf

Atividade 2
Faça uma pesquisa sobre os tipos de relógio comparador e suas
aplicações. Descreva, de forma resumida, três aplicações do relógio.

Leitura de relógio comparador (milímetro)

Para realizar a leitura do relógio comparador, deve-se:

• observar a medida da peça-padrão;


• hecar se a variação foi positiva ou negativa (se o sentido de giro do
ponteiro maior for horário, a variação é positiva);
• somar a variação ao valor da medida da peça.

Leitura = 86,000 + 0,071 = 86,071 mm


68 UNIUBE

Leitura = 77,000 + (- 0,060) = 76,940 mm

Atividade 3
Observe as figuras dos relógios abaixo, faça a leitura de cada um e
escreva o seu valor no lugar indicado abaixo da figura:

a) Leitura: b) Leitura:

c) Leitura: d) Leitura:
UNIUBE 69

IMPORTANTE!

Antes de prosseguir o estudo deste roteiro, sugerimos que faça os exercícios


propostos do capítulo 15, Relógio comparador, do livro Metrologia Cursos
Profissionalizantes - Telecurso 2000.

Estes exercícios proporcionarão uma melhor compreensão sobre leitura de


relógio comparador.

2. Goniômetro

Certamente, você deve conhecer o transferidor de grau, aquele


instrumento de medir ou verificar medidas angulares.

O goniômetro simples ou transferidor de grau é utilizado para realizar


medidas angulares.

No caso do goniômetro simples, sua resolução é de 1° (um grau). Com este


instrumento, não conseguimos realizar medidas com frações de graus.
Figura 7 – Tipos de goniômetros simples

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000


70 UNIUBE

Para medidas que exigem maior rigor, temos o goniômetro de precisão


com uma resolução de 5’ (cinco minutos de grau).

O disco graduado apresenta quatro graduações de 0 a 90°. O articulador gira


com o disco do vernier e, em sua extremidade, há um ressalto adaptável à régua.

Figura 8 – Goniômetro de precisão

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000

Figura 9 – Goniômetros de precisão

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000


UNIUBE 71

Resolução do goniômetro
Para calcularmos a resolução do goniômetro, utilizamos o mesmo procedimento
dos outros instrumentos de medida com nônio. Devemos dividir a menor
divisão do disco graduado pelo número de divisões do nônio.

menor divisão do disco graduado


Re solução =
número de divisões do nônio

1° 60 '
Re solução
= = = 5'
12 12

Leitura do goniômetro
Como nos outros instrumentos de medida com nônio a parte inteira é lida
na escala fixa e a fração no nônio. Assim, os graus inteiros são lidos no
disco graduado, observando o traço zero do nônio.

A leitura dos minutos (fração de grau) é feita a partir do zero do nônio,


seguindo a mesma direção da leitura dos graus.

IMPORTANTE!

Deve-se observar que a leitura no disco graduado pode ser feita tanto no
sentido horário como no sentido anti-horário.

Exemplos

A seguir alguns exemplos para mostrar como é feita a leitura do goniômetro.


72 UNIUBE

Assim, nas figuras acima, as medidas são, respectivamente:

A1 = 64º B1 = 30’ leitura completa 64º30’


A2 = 42º B2 = 20’ leitura completa 42º20’
A3= 9º B3 = 15’ leitura completa 9º15’

Atividade 4
Faça a leitura e escreva o valor abaixo da figura.

a) Leitura: b) Leitura:

c) Leitura: d) Leitura:

IMPORTANTE!

Antes de prosseguir o estudo deste roteiro, sugerimos a leitura do capítulo


16, Goniômetro, do livro Metrologia Cursos Profissionalizantes – Telecurso 2000.

Neste capítulo você encontrará mais exercícios para praticar.


UNIUBE 73

3 Blocos-padrão

Blocos-padrão são padrões de comprimento ou ângulo cujas faces de


medição apresentam uma planicidade que tem a propriedade de se aderir
à outra superfície de mesma qualidade, por atração molecular.

Estes blocos são obtidos por processo de fabricação especial que lhes
confere pequenos erros de comprimento, em geral de décimos ou até
centésimos d micrômetros (µm).

Em função disso, os blocos-padrão assumem papel importante como


padrões de comprimento em todos os níveis da Metrologia Dimensional.

Tipos de blocos-padrão
Os blocos-padrão podem ter sua seção transversal quadrada, retangular
ou circular. Os de seção quadrada ou circular podem ou não ser furados
no centro.

No Brasil, as dimensões dos blocos-padrão de seção retangular são


normalizadas pela norma ISO 3650 e outras.

Os blocos acima de 100 mm apresentam furos em cada extremidade,


cuja finalidade é permitir a montagem de um dispositivo que garanta a
união de uma composição formada por dois ou mais blocos.

Fabricação
Os blocos-padrão são fabricados em aço-liga, metal duro, cerâmica entre
outros.

Para os blocos em aço, as superfícies de medidas podem ser protegidas


por dois blocos protetores, fabricados de metal duro.
74 UNIUBE

Figura 10 – Goniômetro de precisão

Fonte: Fundação, Roberto Marinho –


TC 2000

Com o decorrer do tempo, o aço pode variar seu volume, o que pode
afetar significativamente sua estabilidade dimensional. Para minimizar
este efeito, utiliza-se liga de boa estabilidade dimensional.

Nos blocos de cerâmica à base de zircônio, este efeito é significativamente


menor.

O elevado grau de acabamento das superfícies de medição é obtido


através de lapidação fina, que assegura grau de planicidade e ao mesmo
tempo, uma rugosidade baixíssima das mesmas.

Composição dos jogos de blocos-padrão


Geralmente são fornecidos em jogos, e suas espessuras normalmente
são de 1, 2 ou 2,5 mm, podendo variar em situações especiais.

Os blocos protetores têm como finalidade proteger os blocos padrão no


momento de sua utilização.
UNIUBE 75

Exemplo

Composição de um jogo de blocos-padrão, contendo 114 peças, já


incluídos dois blocos protetores:

2 - blocos-padrão protetores de 2,00 mm de espessura;


1 - bloco-padrão de 1,0005 mm;
9 - blocos-padrão de 1,001; 1,002; 1,003 .......... 1,009 mm;
49 - blocos-padrão de 1,01; 1,02; 1,03 .......... 1,49 mm;
49 - blocos-padrão de 0,50; 1,00; 1,50; 2,00 .......... 24,5 mm;
4 - blocos-padrão de 25; 50; 75 e 100 mm.

IMPORTANTE!

É muito comum na indústria, ser necessário a utilização de comprimento


padrão não disponível diretamente através de um bloco, sendo necessária
a combinação de duas ou mais peças.

Quando a superfície de um bloco se ajusta progressivamente, por meio


do deslizamento e leve pressão, na superfície de outro bloco, estas
aderem uma à outra.

Para obter esta aderência, é indispensável que as superfícies estejam


em bom estado e livre de quaisquer partículas estranhas.

Vejamos como pode ser o empilhamento dos blocos para obter a medida
desejada.

Exemplo

Os blocos padrão podem ser usados para verificar um rasgo em forma


de rabo de andorinha com roletes, no valor de 12,573mm + 0,005mm.
Devemos fazer duas montagens de blocos-padrão, uma na dimensão
mínima de 12,573 mm e outra na dimensão máxima de 12,578 mm.
76 UNIUBE

Figura 11 – exemplo de empilhamento de blocos padrão

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000

A combinação é feita de maneira que o menor número possível de blocos


seja utilizado.

A técnica de empilhamento consiste em eliminar as últimas casas decimais,


subtraindo da dimensão a medida dos blocos existentes no jogo.
UNIUBE 77

Acessórios
Os blocos nem sempre são usados isoladamente. Em conjunto com
outros acessórios podem ter diversas funções.

IMPORTANTE!

Antes de prosseguir o estudo deste roteiro, sugerimos a leitura do capítulo


12, Blocos padrão, do livro Metrologia. Cursos Profissionalizantes –
Telecurso 2000.

Atividade 5

Faça uma pesquisa e descreva a função dos seguintes acessórios:

a) Base.
b) Porta blocos.
c) Blocos protetores.

Atividade 7

Descreva quais são os cuidados que devemos tomar para a conservação


dos blocos padrão.

Atividade 8

Monte blocos-padrão em mm para comparar as dimensões abaixo. Use


o menor número possível de blocos. A espessura do bloco protetor é
2.000mm.

a) 14,578 ± 0,001
b) 23.282 ± 0,001
c) 102,323 ± 0,005
78 UNIUBE

4 Calibradores

Você já deve ter observado, em alguma máquina, que várias peças se


ajustam – eixos e rolamentos, parafusos e porcas, pinos e furos.

Para haver o ajuste perfeito, estas peças devem ser fabricadas respeitando
tolerâncias de fabricação fixadas pelo projeto. Assim, é necessário
qualificar as peças e para isto são utilizados os calibradores passa
não-passa. Estes estabelecem de forma rápida e simples os limites
máximo e mínimo das dimensões que desejamos comparar.

Os calibradores são fabricados de forma a possuírem as dimensões


máximas e mínimas de uma determinada geometria.

O material utilizado para fabricar um calibrador deve ter alta resistência


à abrasão, que é um requisito importante devido constante contato com
as peças. Os materiais utilizados são aços endurecidos por cementação,
ou revestido de cromo duro, carboneto de tungstênio.

Tipos de calibradores e aplicações

• Calibrador tampão (para furos)


Os calibradores tampões são utilizados para a verificação da dimensão
de furos. Eles apresentam dois lados: um passa (extremidade mais
longa) e outro não-passa.
Figura 12 – calibrador tipo tampão

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000.


UNIUBE 79

• Calibrador de boca
Esse calibrador tem duas bocas para controle: uma passa, com a medida
máxima, e a outra não-passa, com a medida mínima.

Figura 13 – calibrador de boca


Fonte: Fundação Roberto Marinho – TC 2000.

Figura 14 – exemplo de aplicação de calibradores

Fonte: Fundação Roberto Marinho – TC 2000.

O calibrador deve entrar no furo ou passar sobre o eixo por seu próprio
peso sem pressão.

• Calibrador de boca separada


Para dimensões muito grandes, são utilizados dois calibradores de
bocas separadas: um passa e o outro não-passa. Desta forma, o peso
do calibrador não fica tão elevado, o que poderia dificultar o manuseio.
80 UNIUBE
Figura 15 – Calibrador de bocas separadas

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000.

• Calibrador de boca escalonada


Este tipo de calibrador dá maior agilidade ao processo de verificação.
Figura 16 – Calibrador de boca escalonada

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000.

• Calibrador de bocas ajustáveis


Os calibradores anteriores são empregados para verificação de apenas
uma determinada dimensão, o que implica em dispor-se de um número
elevado de calibradores para atender às diversas medidas nominais com
suas respectivas tolerâncias. Para minimizar custos e tempo no controle,
surgiram os calibradores ajustáveis que permitem a verificação de uma
faixa de dimensão.
Figura 17 – Calibrador de bocas ajustáveis.

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000.


UNIUBE 81

• Calibrador cônico morse


Algumas peças que são montadas e desmontadas com freqüência e
precisam ser ajustadas com aperto forte, normalmente, tem o eixo cônico. Para
verificar a conicidade do eixo ou furo, utiliza-se o calibrador cônico morse.

Figura 18 – Calibrador cônico morse

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000.

• Calibrador de rosca
Este calibrador permite a verificação rápida de roscas.
Figura 19 – Calibradores de rosca interna e externa.

Fonte: Fundação, Roberto Marinho – TC 2000.


82 UNIUBE

IMPORTANTE!

Antes de prosseguir o estudo deste roteiro, sugerimos a leitura do capítulo


13, Calibração, do livro Metrologia. Cursos Profissionalizantes - Telecurso 2000.

Atividade 9
Faça uma pesquisa e identifique outros tipos de calibradores. Para tanto,
você pode se valer da bibliografia existente ou de sites disponíveis na
internet.

Leituras Obrigatórias

Fundação, Roberto Marinho. Metrologia. Curso profissionalizante -


Telecurso 2000. Rio de Janeiro: Globo, 2003.

Leia e estude, com atenção, os capítulos 12, 13, 15 e 16 1.

Nestes capítulos, temos uma descrição mais detalhada dos instrumentos


abordados neste roteiro, resolva os exercícios e confira com o gabarito.
Desta forma você mesmo pode avaliar seu progresso neta disciplina.
Nesta obra, você encontra também vários exemplos e exercícios para
avaliar sua aprendizagem.

Atenção!
Toda esta obra pode ser encontrada, na versão eletrônica, no endereço,
a seguir:

http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/didaticos_e_tematicos/
telecurso_2000_cursos_profissionalizantes/telecurso_2000_metrologia.
UNIUBE 83

Atividades

As atividades foram propostas ao longo do roteiro. Se necessário,


retorne-as, a fim de praticar os conceitos abordados neste roteiro.

Referências

Fundação Roberto Marinho. Telecurso 2000 – Profissionalizante –


Metrologia. Rio de Janeiro: Globo, 2003.

SUGA, Nobuo. Metrologia dimensional – a ciência da medição. São


Paulo: Mitutoyo do Brasil, 2007.
84 UNIUBE

REFERENCIAL DE RESPOSTAS
COMPONENTE CURRICULAR
Estudos Lógico­Matemáticos

Roteiro de Estudo1
Retas, planos e transformações de coordenadas

Atividade 1 ­ página 36

Atividade 2 ­ página 36

Atividade 3 ­ página 36

Reduzindo a equação de s à variável y:

Igualando as equações de r e s:

e
UNIUBE 85

Como não houve uma concordância nos vetores, r e s não são concorrentes.
Então, elas só podem ser paralelas ou reversas. Vejamos:

, r e s não são paralelas.

Portanto, r e s são reversas.

Atividade 4 ­ página 36

a) basta jogarmos valores quaisquer para t e h: para t = 0 e h = 0 ;

t=0eh=1

b) x = 0 e z = 2

Atividade 5 ­ página 37
86 UNIUBE

Roteiro de Estudo 2
Integrais Definidas: aplicações em cálculo de área e volume

Atividade 1 ­ página 44

Conforme observamos por meio da figura 2, a região rachurada é limitada pelos


gráficos:

; Ambas as equações estão em função de .


e De acordo com a figura 2, a fronteira inferior faz
limite em função de dois gráficos diferentes; logo
se faz necessário utilizar mais de uma Integral
Definida para obter a área procurada.
Assim, vamos particionar a região rachurada em duas sub­regiões, e ,
em que de até temos representada a região e de a té
a região . Logo,

Atenção!
O gráfico assume maior valor que
por todo o intervalo em estudo, entre (lê­se intervalo
aberto de até ) daí subtrairmos de
.
UNIUBE 87

Calculando , temos

Atenção!
O gráfico assume maior valor que por
todo o intervalo em estudo, entre (lê­se intervalo aberto
de até ), daí subtrairmos de .

Portanto, a área total da figura 2, rachurada, é expressa por:

Atividade 2 ­ página 49

O sólido gerado pela rotação da região em torno do eixo de revolução


apresenta volume expresso por:
88 UNIUBE

Atividade 3 ­ página 54

(a)

Sabe­se que o intervalo em estudo é , em que e . Assim,


a largura do subintervalo é expressa por , sendo .

Como obtemos a largura temos que,

e, .

Com isto, determinamos uma expressão para como um limite, ou seja,

E utilizando a notação de somatório, podemos expressar,

(b)

Encontramos com mesma largura e, como o item (b) pede

para utilizarmos 4 subintervalos, temos que .

Nota: podemos omitir o índice em , por já ter sido demonstrado que


a largura é a mesma em ambos os subintervalos.

Assim, os subintervalos são: e , logo os pontos


médios desses intervalos são e .
UNIUBE 89

Nota: os números e foram chamados de pontos amostrais. E,


de fato, em vez de usar o extremo esquerdo ou direito, a “idéia” é tomar a
altura do i­ésimo retângulo como o valor da função em estudo em qualquer
número neste i­ésimo subintervalo. Desta forma, obtemos a soma das
áreas dos quatro retângulos pedidos, ou seja,

Portanto, uma estimativa para a área com subintervalos é,


aproximadamente, .

Atividade 4 ­ página 62
(a)

dx dx dx

dx
90 UNIUBE
(b)

(c)

Atividade 5 ­ página 64

Por meio do Teorema Fundamental do Cálculo temos o cálculo, da área ,


com vista ao cálculo da mesma curva, em , porém utili
zando as aproximações por intermédio do “método do retângulo”. Portanto,

Concluímos que, na observação ao cálculo de , pelo Teorema Fundamental


do Cálculo, podemos confirmar o resultado obtido em ambos os métodos utili
zados e afirmar que a área exata é de 18 unidades quadradas.
Porém, não podemos deixar de comparar e ressaltar que o cálculo de , por
meio do Teorema Fundamental do Cálculo é claramente mais rápido e objetivo,
em relação ao “método do retângulo”.
UNIUBE 91

COMPONENTE CURRICULAR
Comunicação e Expressão

Roteiro de Estudo 1
Linguagem e trabalho: a prática da escrita no cotidiano do engenheiro

Atividade 1 ­ página 81
A correspondência comercial e a redação oficial são formas como as empre-
sas e o Poder Público redigem as comunicações que devem ser de conheci-
mento de colaboradores e de interessados em informações, decisões e atos.
São próprios deste tipo de texto: a clareza e a concisão (enunciados na ordem
direta, poucos adjetivos ou expressões metafóricas que dificultem o entendi -
mento do assunto); formalidade (no tratamento com o cliente ou destinatário,
linguagem em norma culta padrão). O emissor da mensagem deve manter­se
em todo o texto ou na primeira pessoa do singular ou do plural.
Formas de tratamento: veja algumas formas de se dirigir ao destinatário da
comunicação:
Vossa Excelência:
a) quando se dirige ao Poder Executivo ­ Presidente e vice­presidente da República
Ministros e Secretários de Estado Chefes de Governo Embaixadores, Prefeitos
Municipais, Procurador Geral da República, Dirigentes de empresas.

Excelentíssimo (por extenso): Presidentes da República, do Congresso e do Supremo


Tribunal Federal.

b) ao Poder Judiciário: Presidente, Vice­presidente e Membros do STF, STJ, STM, TST,


TRE, TRT Juízes e
Desembargadores e Auditores da Justiça.

c) ao Poder legislativo: Presidente, Vice e Membros da Câmara dos Deputados e Senado Tribunal
de Contas Estaduais e da União Assembléias Legislativas Estaduais e Câmaras Municipais.

Fechos para as comunicações = forma de finalizar a redação:

a) Respeitosamente: para autoridades superiores (inclui o Presidente da República).

b) Atenciosamente: autoridades em geral.

Hoje, há uma aceitação de tratamento menos formal quando se trata de correspondências


comerciais. Usa­se você, mostrando uma maior intimidade entre o cliente e a empresa.
92 UNIUBE

Atividades 1.1 e 1.2


A correspondência expedida por uma agência bancária é feita em papel personalizado, com
logomarca do banco, cores padrão, além de ter o nome do cliente impresso, por exemplo:
Prezado senhor Antônio Seravat.

No texto, de um ou dois parágrafos, explicam­se ao cliente os detalhes, condições, cuidados,


possibilidades da questão ou assunto que gerou a correspondência. Na parte inferior da
página, os telefones e endereço para contato, seguidos da assinatura on line do gerente da
agência ou do diretor de relações financeiras do banco.

Estes são apenas alguns dos detalhes textuais que você pode observar para chegar à
conclusão de qual tipo de correspondência está em suas mãos. Para isso, confronte os
dados que tem em mãos com os modelos fornecidos no texto do roteiro.

Atividades 1. 3 e 1.4
A correspondência recebida foi enviada em papel timbrado, com a identificação da
empresa. Nela podemos identificar os seguintes elementos: local e data, nome da pessoa
a quem se dirige uma invocação: Prezado senhor, Prezada diretora, o desenvolvimento
do assunto, em linguagem culta, padrão formal, há, no parágrafo final, uma expressão
cortês, Atenciosamente e assinatura de quem a enviou.

Atividade 2 ­ página 81
Esta resposta poderá ser variada. Segue uma possível respostas.

Senhor Francisco José de Oliveira


D.D. Diretor de Recursos Humanos
Companhia de Engenharia de Tráfego
Prezado senhor
Eu, Paulo Alexandre da Silva, portador da cédula de identidade nº M13 333 454 SSP MG,
residente e domiciliado à Av. das Orquídeas, nº 25, Uberaba, MG, venho requerer minha
inscrição para a entrevista de seleção ao cargo de estagiário, conforme edital publicado na
imprensa local.
Declaro que tenho os requisitos mínimos exigidos, conforme curriculum vitae, em anexo,
e estou ciente das condições de trabalho, horas de dedicação e remuneração para esse
cargo, descritas no referido edital.
Nesses termos, peço deferimento.
Uberaba, 20 de julho de 2008
Paulo Alexandre da Silva

Atividade 3 ­ página 82

Considere os estudos sobre curriculum vitae, constantes neste roteiro, e, ainda, pesquise nos
sites indicados e preencha com seus dados pessoais, de formação e de aperfeiçoamento,
entre outros.
UNIUBE 93

Atividade 4 ­ página 82

Uberaba, 22 de agosto de 2008

Senhor José Olympio de Jesus


Diretor do curso de Graduação em Engenharia de Produção
Universidade de Uberaba
Bloco G ­ Sala 04

Senhor diretor.
Uma das motivações que tive para ingressar no curso de Engenharia de Produção, nesta
Universidade, foi ter conhecido as pesquisas desenvolvidas pelos alunos, por meio das
apresentações a que assisti no dia da Universidade Aberta.
Estando já no segundo semestre do curso, venho solicitar o seu apoio para que eu possa
ingressar como aluno estagiário em um projeto de pesquisa que esteja em desenvolvimento
pelo corpo docente do curso.

Como pode constatar pelo meu currículo anexo, tenho conhecimentos de informática e de
língua inglesa que me possibilitam acompanhar os trabalhos que estão sendo desenvolvidos
com os softwares necessários a uma pesquisa na área.

Esperando merecer sua atenção, desde já agradeço a oportunidade de ser indicado para
mais este momento de estudo que a universidade proporciona.

Telefone de contato: 034­00000000


Atenciosamente,
João Mário Braga
UNIUBE 94

UNIDADE TEMÁTICA
Estratégias para planejamento e controle de produção

Roteiro de Estudo 1
Metrologia dimensional: instrumentos de medição, blocos­padrão, verificadores e
calibradores

Atividade 1 ­ página 81
Pesquise sobre os mecanismos de amplificação por alavanca e mista e, em seguida, faça
uma breve descrição de cada um.

Amplifi cação por alavanca

O princípio da alavanca aplica­se a aparelhos simples, cuja capacidade de medição é


limitada pela pequena amplitude do sistema basculante.

Durante a medição, a haste que suporta o cutelo móvel desliza. O ponteiro­alavanca, mantido
em contato com os dois cutelos pela mola de chamada, gira em frente à graduação.

A ampliação mista
Combina os dois princípios de ampliação
por engrenagem e por alavanca. Permite
elevar sensibilidade do aparelho se
reduzir a capacidade de medição.

Atividade 2 ­ página 81

Verificação de paralelismo
UNIUBE 95

Verificação de excentricidade de peça montada na


placa do torno

Verificação de concentricidade

Verificação do alinhamento
das pontas de um torno

Verificação de superfícies
planas

Atividade 3 ­ página 82

a) 76,97 mm b) 71,08 mm c) 46,11 mm d) 94,96 mm

Atividade 4 ­ página 82

a) 24°10’ b) 9°15’ c) 30° d) 50°15’


96 UNIUBE

Atividade 5 ­ página 82

Os blocos, principalmente os de trabalho, nem sempre são usados isoladamente.


Em conjunto com outros acessórios podem ter diversas funções (figura 2.5).

­ Base: é útil quando se utilizar blocos grandes sem que haja o perigo de tombarem.
Junto com outros acessórios pode formas um graminho de precisão.
­ Porta blocos: serve para manter vários blocos aderidos em conjunto com blocos de
transferência.
­ Blocos de transferência: há vários tipos que junto com o porta blocos cria uma gama
de instrumentos: graminho, calibrador de roscas internas, etc..
­ Blocos protetores: são Blocos Padrão de metal duro aderidos às superfícies extremas
de blocos padrão comuns, quando estes estiverem sendo usados em meio hostil, isto
é, provocando desgaste.

Atividade 6 ­ página 82
a Evitar a oxidação pela umidade, marcas dos dedos ou aquecimento utilizando luvas
sempre que possível:
a Evitar quedas de objetos sobre os blocos e não deixa­los cair:
a Limpar os blocos após sua utilização com benzina pura, enxugando­os com camurça
ou pano. Antes de guardá­los, é necessário passar uma leve camada de vaselina (os
blocos de cerâmica não devem ser lubrificados):
a Evitar contato dos blocos padrão sem uso dos blocos protetores.
UNIUBE 97
Atividade 7 ­ página 82

a) 14,578 ± 0,001

14,579
2 blocos protetores 2 x 2,0 = 4 mm 10,579
1 bloco de 1,009 mm 9,570
1 bloco de 1,070 mm 8,500
1 bloco de 8,500mm 0
Foram utilizados 5 blocos.
14,577
2 blocos protetores 2 x 2,0 = 4 mm 10,577
1 bloco de 1,007 mm 9,570
1 bloco de 1,070 mm 8,500
1 bloco de 8,500 mm 0

Foram utilizados 5 blocos.

b) 23.282 ± 0,001

23,283
2 blocos protetores 2 x 2,0 = 4 mm 19,283
1 bloco de 1,003 mm 18,280
1 bloco de 1,280 mm 17,000
1 bloco de 17,00 mm 0
23,281
2 blocos protetores 2 x 2,0 = 4 mm 19,281
1 bloco de 1,001 mm 18,280
1 bloco de 1,280 mm 17,000
1 bloco de 17,00 mm 0

c) 102,323 ± 0,005
102,328
2 blocos protetores 2 x 2,0 = 4 mm 98,328
1 bloco de 1,008 mm 97,320
1 bloco de 1,320 mm 96,000
1 bloco de 21,00 mm 75,000
1 bloco de 75,00 mm 0

102,318
2 blocos protetores 2 x 2,0 = 4 mm 98,318
1 bloco de 1,008 mm 97,310
1 bloco de 1,310 mm 96,000
1 bloco de 21,00 mm 75,000
1 bloco de 75,00 mm 0
98 UNIUBE
Atividade 8 ­ página 82

Calibrador tampão e anéis cônicos

Calibrador regulável de rosca

Calibrador chato
UNIUBE 99

Anotações
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