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1.

SISTEMA DE UNIDADES

Nos diversos campos da ciência e da engenharia é necessário descrever grandezas


geométricas, como distância e ângulos, e também físicas, como força. Para isso são utilizadas
unidades de medidas.
Desde os primórdios da engenharia, foi necessário estabelecer sistemas de unidades de
medida, que ao longo da história e evolução tecnológica foram sofrendo adaptações ou novos
sistemas foram criados. Todos estes sistemas de unidades são baseados em algum tipo referencial
para que possam ser reproduzidos e utilizados por diferentes pessoas em diferentes regiões. Por
exemplo, a unidade de medida de comprimento chamada de côvado estava baseada no comprimento
do antebraço, ou seja, a distância do punho ao cotovelo de uma pessoa.
É obvio que um sistema de unidades baseado em uma medida que pode variar de uma
pessoa para outra, tornaria o comércio, a ciência e a engenharia bem confusa nos dias atuais.
Com a evolução das relações comerciais que ocorreu após o século XVI, foi necessário criar
um padrão que fosse adotado por diferentes países. Em 1791, a Academia de Ciências de Paris,
estabeleceu a unidade de medida metro. O metro era a distância exata entre duas marcas em uma
barra de platina-irídio (a uma temperatura de zero grau Célsius) que está guardada no Bureau
Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), na França. Esta distância equivale a um décimo de
milionésimo (1x10-7) da distância entre a linha do equador e o polo norte medida ao longo do
meridiano que passa por Paris (Boresi e Schmit, 2003), ou seja, a distância de 1/4 do comprimento
da circunferência da terra medida no sentido dos meridianos.
Sendo assim, a circunferência da terra tem exatos quarenta milhões (40.000.000) de metros,
ou ainda, quarenta mil (40.000) quilômetros. Assim foi criado o sistema métrico. No entanto, desde
1983, o metro está definido como a distância percorrida pela luz no vácuo em um intervalo de
tempo de 1/299. 792.458 segundos.

1.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI)

Baseado no sistema métrico, em 1960 foi realizada a Décima Primeira Conferência Geral de
Pesos e Medidas (CGPM), que estabeleceu o Sistema Internacional de Unidades, o qual utiliza o
metro, o kilograma e o segundo como unidades fundamentais de comprimento, massa e tempo,
respectivamente.
A partir destas três unidades fundamentais, e de outras quatro (que não serão aqui citadas)
são estabelecidas todas as outras unidades de medidas das grandezas físicas, como por exemplo, a
velocidade, que é medida em metros por segundo (m/s). No entanto, este material abordará apenas a
unidade de medida de distância: o metro, e seus derivados.
Os SI é um sistema de unidades decimal possui múltiplos e divisões decimais. Sendo assim,
é estabelecido o metro como unidade fundamental de comprimento e a partir dele, multiplicando ou
dividindo o metro por potências de dez, são criadas outras unidades de medida. Sendo assim, tem-
se:

Nome Símbolo Fator de Multiplicação Medida


3
kilômetro km 1 x 10 1 000 m
centímetro cm 1 x 10-2 0,01 m
milímetro mm 1 x 10-3 0,001 m
micrometro µm 1 x 10-6 0,000 001 m

1.2. CONSIDERÇÕES IMPORTANTES

Para escrever os nomes das unidades por extenso, deve-se iniciá-los com letra minúscula,
mesmo que corresponda ao nome de uma pessoa. Portanto, escreve-se: metro, quilômetro,
centímetro, newton, watt, com exceção do grau Celsius. Porém, os símbolos de unidades que
derivam de nomes próprios são escritos em letra maiúscula, como por exemplo, N (unidade:
newton), W (unidade: watt).
É permitido o uso dos símbolos na representação das unidades de medidas. Por exemplo:
newton por metro ou N/m. No entanto, não é permitido o uso de partes escritas por extenso
misturados a partes escritas por símbolos (Melconian, 2010).
Os símbolos de quilômetro, metro, centímetro e milímetro são respectivamente: km, m, cm,
mm, todos com letras minúsculas. Portanto, mts, MTS, Km, CM, M, MM, ou M:M não estão
corretos.

1.3. PRECISÃO E ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS

Frequentemente, ao realizar um cálculo, os alunos e os profissionais de engenharia chegam a


valores com certa exatidão, mas ao aplicar estes valores na prática, percebe-se que aquela exatidão
calculada não pode ser empregada e, por muitas vezes, é desnecessária. Por exemplo, se uma régua
possui uma exatidão de 0,5 mm, não se pode obter com esta régua uma medida de 0,3 mm. Por isso,
é importante aprender a aplicar as regras de arredondamento demonstradas a seguir.
1.3.1. Regras de Arredondamento

a) Manter inalterado o dígito anterior se o dígito subsequente for menor que 5 (<5).
Exemplo: 153,431.
- Reduzindo uma casa decimal tem-se: 153,43.
- Reduzindo duas casas decimais tem-se: 153,4.
- Reduzindo três casas decimais tem-se: 153.

b) Acrescentar uma unidade ao último dígito a ser mantido, quando o dígito posterior for maior que
5 (>5).
Exemplo: 57,666.
- Reduzindo uma casa decimal tem-se: 57,67.
- Reduzindo duas casas decimais tem-se: 57,7.
- Reduzindo três casas decimais tem-se: 58.

c) Se o algarismo a ser eliminado for igual a 5, deve-se manter inalterado o último dígito caso este
seja par.
Exemplo: 32,465.
- Reduzindo uma casa decimal tem-se: 32,46.

d) Se o algarismo a ser eliminado for igual a 5, deve-se acrescentar uma unidade ao último dígito
caso este seja ímpar.
Exemplo: 32,435.
- Reduzindo uma casa decimal tem-se: 32,44.

1.4. RELAÇÕES MÉTRICAS LINEARES

1 m = 100 cm 1 cm = 0,01 m
1 m = 1.000 mm 1 mm = 0,1 cm
1 cm = 10 mm 1 mm = 0,001 m
1.4.1. Como usar a régua:

A régua é um instrumento utilizado para medir distâncias e traçar retas. É geralmente


graduada em centímetros com resolução de 1 mm e, em alguns casos, de 0,5 mm.

Para executar uma medição com a régua, pode-se usar a referência inicial da régua, no caso
o zero, ou ainda usar qualquer valor como referência desde que se subtraia este valor da medida
obtida.

Exemplo:
Para obter uma medida de 4,3 cm, ou 43 mm:
1. Com a referência inicial na posição zero, a leitura do valor da medida em questão é feita
diretamente. Pode-se observar que a distância vai do valor zero até a 3ª graduação de milímetro
após o 4º centímetro, obtendo assim 4,3 cm, ou ainda, a 43ª graduação de milímetro contada a partir
do zero, ou seja, 43 mm. Observe a figura abaixo:
2. Outra maneira de usar a régua é escolhendo uma referência inicial qualquer. No exemplo
mostrado na figura a seguir, a referência inicial foi o 14º centímetro. Com isso, a referência final da
mesma medida, 4,3cm, será a 3ª graduação após o 18º centímetro, ou seja, 18,3 cm. Subtraindo da
referência final de 18,3 cm, o valor da referência inicial 14 cm, tem-se o valor da distância medida:
4,3cm (18,3 – 14,0 = 4,3).

EXERCÍCIOS:
1. Trace retas com os seguintes comprimentos:
a) 3 cm:
b) 2,5 cm:
c) 72 mm:
d) 113 mm:
e) 0,12 m:
f) 0,045 m:

2. Faça a medição das retas abaixo e escreva as medidas encontradas em milímetros, centímetros e
metros.
a)
b)
c)

3. Faça o arredondamento dos seguintes números reduzindo a quantidade determinada de casas


decimais:
a) Reduza uma casa decimal em 123,44: ______________
b) Reduza duas casas decimais em 123,44: ____________
c) Reduza uma casa decimal em 14,6: ________________
d) Reduza uma casa decimal em 125,666: _____________
e) Reduza duas casas decimais em: 3,337: _____________
f) Reduza três casas decimais em: 24,557: _____________
2. CALIGRAFIA TÉCNICA

2.1. INTRODUÇÃO

As letras e os números são indispensáveis ao Desenho Técnico, pois permitem definir o


título e outros dados identificadores, tais como as especificações dos materiais, os trabalhos de
acabamento e as dimensões.
Os letreiros são geralmente realizados à mão livre, tendo um estilo normalizado e de
execução fácil e rápida.
Nos desenhos instrumentados podem ser usados os normógrafos ou letras decaicáveis sendo
que os engenheiros e arquitetos fazem predominante os seus letreiros a mão livre. Uma boa
caligrafia deve apresentar uniformidade de estilo, de tamanho, de espessura e de espaçamento.
O estilo das letras e números adotado no Desenho Técnico é o bastão constituído de traços
simples e uniformes, mantendo certa proporção de acordo com a necessidade, podendo ser vertical
ou inclinada.

2.1.1. Condições específicas


- A altura h das letras maiúsculas deve ser tomada como base para o dimensionamento (ver figura e
tabela abaixo).
- As alturas h e c não devem ser menores do que 2,5 mm (ver figura abaixo). Na aplicação
simultânea de letras maiúsculas e minúsculas, a altura h não deve ser menor que 3,5 mm.
Para a composição das palavras devem ser utilizadas as seguintes regras básicas:
1. Os intervalos limitados por traços retos e paralelos é igual a metade da altura da letra e, para os
intervalos limitados por traços retos não paralelos, o espaço e igual a metade da altura da letra
medido na metade do traço inclinado.
Exemplo:

2. Intervalo limitado por traços verticais e curvos o espaço é menor do que a metade da altura da
letra.
Exemplo:

3. Intervalo limitado por traços inclinados e curvos, o espaço é igual a um quarto da altura da letra.
Exemplo:

4. Intervalos limitados por traços curvos, o espaço é menor que nos casos anteriores.
Exemplo:

5. Para as letras F, J, L, P, T e X, devido à grande área vazia, exigem o máximo de aproximação


chegando até a superposição.
Exemplo:
6. A altura das letras minúsculas deve estar compreendida entre 2,5 a 3,5 milímetros e as letras
maiúsculas devem manter a relação de sete quintos da altura das letras minúsculas.
Exemplo:
A sequência de execução das letras e números a mão livre devem ser feitas como mostram
as indicações da figuras abaixo.
2.2. TRABALHO 1: CALIGRAFIA TÉCNICA

OBJETIVO: Mostrar a importância da caligrafia técnica para o engenheiro através da aplicação


das normas e do entendimento das técnicas de execução, tornando a escrita numa linguagem
universal e clara. Com esta atividade o aluno deverá desenvolver a habilidade manual da escrita em
caligrafia técnica.

REFERÊNCIA: NORMA NBR8402/1994


1. Reescreva o texto1 e os algarismos abaixo usando a caligrafia técnica. O trabalho dever ser
executado utilizando as folhas apropriadas disponíveis no Moodle da disciplina. Preencha a legenda
com o seu nome, matrícula, turma e o título do trabalho (Caligrafia Técnica) usando a caligrafia
técnica. Respeite a proporcionalidade entre as letras e espaçamento entre as linhas, conforme o
exemplo mostrado.

“Ao criar o método diédrico, Gaspar Monge deu um grande impulso ao desenvolvimento
tecnológico. Hoje em dia esse impulso ainda se propaga ao ponto de todas as áreas técnicas usarem
o mesmo princípio da geometria na representação das mais variadas formas. Este método foi sendo
aperfeiçoado e simplificado. Foram criadas normas para generalizar e uniformizar praticamente
todos os aspectos do desenho técnico. O conhecimento destas normas é essencial aos que lidam com
desenhos, pois sem elas terão grande dificuldade em interpretar toda a informação contida num
desenho.”
"1 2 3 4 5 6 7 8 9 0".

Exemplo:

Critérios de avaliação:
Qualidade da letra (fidelidade ao modelo apresentado);
Proporção entre as letras (c igual a 7/10 de h);
Espaçamento entre letras e palavras.

1
Texto extraído de http://desenhotecnico.wordpress.com/ . Acesso em 13/08/2013.
3. PADRÃO DE FOLHAS: DIMENSÕES, MARGENS E LEGENDA

OBJETIVO: Apresentar os padrões normalizados de folha a serem aplicados em desenhos


técnicos, margens para cada formato de folha e ainda conhecer o padrão de legenda utilizado na
disciplina Desenho Técnico, onde devem ser colocadas as informações pertinentes à identificação
do desenho.

REFERÊNCIA: NORMA NBR 10068/1987 complementada pelas normas NBR10582/1994 e


13142/1994.

Os formatos das folhas utilizadas no desenho técnico são decorrentes de uma folha básica
retangular medindo 841 mm X 1189 mm com área igual a 1 m2 guardando entre si a mesma
relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal conforme mostra o desenho da
figura 3.1.

Figura 3.1 - Formato Básico.

Com a bipartição desta folha básica, obtém-se os demais tamanhos das folhas para a
utilização no desenho técnico que acabam definindo a série “A”. A figura 3.2 apresenta o processo
para a obtenção destes formatos.

Figura 3.2 - Formatos Derivados do Formato Básico


As dimensões destes formatos estão apresentadas na tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Dimensões de Folhas (em mm).


LINHA DE CORTE MARGEM
FORMATO FOLHA NÃO RECORTADA
(Formato Final) (m)
4A0 1682 x 2378 20 1720 x 2420
2A0 1189x1682 15 1230x1720
A0 841x 1189 10 880 x 1230
Al 594 x 841 10 625 x 880
A2 420 x 594 7 450 x 625
A3 297 x 420 7 330 x 450
A4 210 x 297 7 240 x 330
A5 148 x 210 5 165 x 240
A6 105 x 148 5 120 x 165

OBS.: Caso seja necessário utilizar tamanhos de papel fora dos especificados na tabela 1,
recomenda-se a escolha de tamanhos em que seu formato apresente o comprimento ou a
largura sendo múltiplo ou submúltiplo do formato padrão A0.

A figura 3.3 ilustra a localização das dimensões apresentadas na tabela 3.1.

Figura 3.3. Dimensões do padrão A.


A legenda constitui-se de um quadro onde são colocadas as informações para a
identificação do desenho, como por exemplo o título, escala, número de registro, executor, etc,
deve estar situada no canto inferior direito.
O comprimento da legenda sempre está associado ao formato da folha. Aos formatos A4, A3
e A2 o comprimento deve ser de 178 mm e de 175 mm nos formatos Al, A0, 2A0 e 4A0, sendo que
a altura da legenda deve ser no mínimo 35 mm, como mostra a figura (3.4).

Figura 3.4. Modelo de legenda padronizada.

Sendo necessário dobrar a folha, o formato final deve ser o do A4 de modo a deixar a
legenda visual na folha de rosto e a sequência destas dobras são apresentadas na figura 3.5.

Figura 3.5. Exemplos de dobragem de papel da série "A".


EXERCÍCIOS:
1. Desenhe em uma folha A3 ou A4 a legenda abaixo. Utilize a régua para fazer os traços da
legenda e as linhas auxiliares da escrita. Execute a escrita à mão livre utilizando a caligrafia técnica.
Abaixo foi colocado um modelo aproximadamente em escala real para facilitar o entendimento.

2. Complete a tabela abaixo com as dimensões (em milímetros) das folhas, segundo a norma NBR
10068:

Margem Margem
Tipo de Folha Altura X Largura Largura da Legenda
Esquerda Direita
A0 841 X 1189
A1
A2
A3
A4
A5
A6

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