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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Cursos: Química e Matemática

Relatório do Laboratório de Física 1


Leitura de medidas e estimativas de erros e incertezas
31/05/2023

Giovana Vieira de Medeiros RA: 801069


Giulia Lauren Bonin RA: 801226
Pedro Henrique Cardoso RA: 810913
Vivian Aparecida Zenardi RA: 800963

Prof. Dr. Fábio de Lima Leite

Sorocaba
2023
RESUMO
Durante a aula prática os alunos deveriam medir diferentes materiais, como um corpo
de madeira, uma moeda, um cilindro de plástico e outro de aço. Para encontrar tais dados,
deveriam utilizar uma variedade de instrumentos de medida para coletar as informações
necessárias. Após a coleta de dados, foram feitos vários cálculos com base nessas medidas.
Palavras-chave: instrumentos de medida, medidas, erros e incertezas.
OBJETIVOS

Esta prática possui como objetivos elucidar os alunos quanto às formas corretas de se
fazer a leitura de diferentes instrumentos de medidas. Familiarizar-se com conceitos como
precisão e exatidão, erros e incertezas de medidas e ideias básicas de estatística (médias e
desvios). Além disso, compreender e analisar, de maneira crítica, os dados obtidos no
experimento.
4

SUMÁRIO
1. Introdução ……………………………………………………...……… 5
1.1 Régua………………………………………………………………………..6
1.2 Paquímetro…………………………………………………………………..7
1.3 Micrômetro………………………………………………………………….8
1.4 Precisão e Exatidão………………………………………………………….9
1.5 Média………………………………………………………………………10
1.6 Erros de medição…………………………………………………………..10
1.7 Desvios: desvio absoluto, desvio padrão, desvio médio e desvio final……11
1.8 Volume e incerteza do volume……………………………………………..12
1.9 Densidade e incerteza da densidade………………………………………..12
2. Descrição Experimental ……………………………………...…….... 13
2.1. Arranjo Experimental ………………………………………...…………..13
2.2. Procedimento Experimental ……………...…………….…………………14
2.2.1 Prática 1………………………………………………………………….14
2.2.2 Prática 2………………………………………………………………….15
3. Resultados e Discussão …………………………………..…………... 17
3.1 Prática 1………………………………………………………………..…..17
3.1.1 Diferentes Instrumentos ………………………………………….……...17
Uso da Régua ………………………………………………………….. 17
Uso do Paquímetro ………………………………………………….…..17
Uso do Micrômetro ………………………………………………….….18
3.1.2 Diferentes Materiais ………………………………………………….… 18
Uso do Paquímetro …………………………………………………..…..18
3.1.3 Estimativa de Incertezas ……………………………………………..… 19
3.1.4 Valores Médios e Estimativa de Erros …………………………………. 20
3.2 Prática 2 …………………………………………………………….….21
4. Conclusões ……………………………………………….....................27
5. Referências ……………………………………………………...……..28
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1 - INTRODUÇÃO
O ato de medir existe desde a antiguidade, o homem criou maneiras para quantificar
as coisas conforme suas necessidades ao longo da história, inventou um jeito de marcar o
tempo, por exemplo, através da luz do sol. Pozebon e Vieira Lopes (2013) afirmam que o
surgimento histórico e a importância da contextualização de grandezas e medidas influenciam
até os dias de hoje no cotidiano das pessoas. Ao analisar a história das grandezas e medidas,
elas destacam uma grande influência cultural, social e econômica na concepção e evolução
dos métodos de medição ao longo do tempo, desde as primeiras formas de medição utilizadas
por civilizações antigas até os sistemas de medidas modernas. As autoras descrevem que o
processo de medição se tornou mais usual quando o homem começou a praticar a agricultura,
pois com o cultivo do próprio alimento além de contar a passagem do tempo para poder
realizar as colheitas no período certo, era preciso contar o tamanho e quantidade dos produtos
dessas plantações, separando o que deveria ser consumido, repartindo entre as pessoas que
viviam juntas, a quantidade necessária para a próxima colheita.
Assim, ao longo da história da humanidade surgiram outros tipos de medição, como
massa, comprimento, altura, volume, ângulos, entre outros, porém as maneiras utilizadas para
medir não eram tão precisas, usavam como referências, principalmente para comprimentos,
as mãos, os pés, polegares, tamanho do braço, e de pessoa para pessoa essas medidas variam,
mostrando que estes não eram bons parâmetros a serem seguidos, independente do que fosse
ser medido. Então o homem foi aprimorando seus métodos de medição e construindo padrões
e instrumentos para que em todo lugar chegassem à mesma conclusão sobre os resultados
dessas medidas (CREASE, 2013).
Assim surgiu a metrologia, o estudo e a aplicação das unidades de medidas,
abrangendo todos os aspectos relacionados à medição, como a criação de padrões de
referência, instrumentos de medição e incertezas de medição. Como descrevem Cunha e
Costa (2022), as medidas são utilizadas em diversas áreas, não apenas na matemática, como
também em ciências, nas indústrias, área da saúde, segurança, trata de medições de
comprimento, altura, largura, espessura, lida com grandezas elétricas e eletrônicas, envolve
medições em análises químicas, entre outras.
Com a metrologia foi possível estabelecer um sistema consistente e uniforme de
unidades de medida, segundo Paulo Santos (2012) e Andressa Gomes (2020), isso permitiu
que as medições fossem comparáveis e coerentes em diferentes contextos e locais do mundo,
6

chamamos esses padrões de SI (Sistema Internacional de Unidades). Uma das unidades de


medida mais comuns utilizadas para medir tamanho de comprimento é o metro (m). Em
escala menor, para medidas de tamanho muito pequenas, podem ser utilizadas outras
unidades, como o milímetro (mm), o micrômetro (µm) e o nanômetro (nm).

1.1 Régua
Para realizar medidas precisas e confiáveis, uma variedade de instrumentos de
medição são utilizados, cada um com suas características e princípios de funcionamento
específicos. A régua é um dos instrumentos mais comuns para se obter medidas de
comprimento, seu material geralmente é feito de plástico, metal ou madeira, com marcações
precisas em centímetros (cm) e milímetros (mm) ao longo de sua extensão que pode variar, a
referência mais comum é o sistema métrico, que utiliza o metro como unidade fundamental
de comprimento (ROCHA, 2006).
Existem diferentes tipos de régua, a mais comum é de 30 cm, existem também réguas
de precisão com graduações menores, réguas triangulares utilizadas em trabalhos de desenho
técnico, réguas para medir ângulos como o transferidor, entre outras. Ao utilizar a régua reta
para medir o comprimento de um objeto é preciso alinhar uma extremidade com a marcação
zero e ler a medida na marcação correspondente ao final da outra extremidade. A precisão da
medição depende da escala das marcações, pois é considerado a incerteza de leitura, referente
à menor divisão da régua e da habilidade em fazer a leitura correta (OLIVEIRA, 2020).

Figura 1: Diferentes tipos de régua com variadas graduações, respectivamente: plástico, metal e madeira

Fonte: PNGTREE
7

Lembrando que devemos considerar como erro do instrumento a metade da menor


divisão, quando neste não estiver marcado o valor do erro. Apesar de ser um instrumento
simples, é utilizada em situações em que não é necessária a precisão milimétrica, uma
estimativa da medida já é suficiente, pois a medida exata não está diretamente alinhada com
uma das marcações da régua, sendo necessário fazer uma estimativa para determinar a
medida. A régua é adequada para medir objetos relativamente pequenos e planos. Para
objetos maiores ou de formas irregulares, outros instrumentos de medição, como a fita
métrica ou o paquímetro, podem ser mais apropriados (CUNHA, et al., 2022).

1.2 Paquímetro
O paquímetro é um instrumento de medição utilizado para realizar medições precisas
de dimensões lineares, como comprimento, diâmetro, espessura, entre outros. Esse
instrumento é amplamente utilizado em áreas como engenharia, indústria mecânica e outras
indústrias, trabalhos de precisão, laboratórios de física, pois permite medições internas,
externas, de profundidade e de ressaltos, proporcionando uma variedade de aplicações. Ele é
especialmente útil quando necessita-se de uma medida precisa e detalhada. O paquímetro é
composto por duas hastes principais, uma móvel e outra fixa, que deslizam em relação à
outra. Na haste fixa, encontramos a escala principal, graduada em centímetros (cm) e
milímetros (mm), na haste móvel está a escala vernier, que permite a leitura de frações de
milímetro, é a haste móvel que desliza até que as extremidades do objeto a ser medido e traz
uma medida com maior precisão (BATISTA; FERRER, 2019).

Figura 2: Paquímetro universal

Fonte: F-STORE
8

A leitura no paquímetro é feita alinhando as marcas da escala fixa com as da escala


móvel. A leitura direta ou principal, é obtida pelo alinhamento perfeito, enquanto a leitura
secundária, no vernier, é utilizada para obter a parte decimal da medida. Ao somar as duas
leituras, é possível obter uma medição precisa da grandeza em questão. O uso adequado do
paquímetro requer habilidade e atenção para garantir medições precisas. É importante alinhar
corretamente as superfícies de medição, evitar folgas do objeto com as hastes ou apertar com
muita força, e realizar a leitura corretamente, considerando tanto a escala principal quanto a
vernier. (BATISTA; FERRER, 2019)

1.3 Micrômetro
O micrômetro, também conhecido como paquímetro de profundidade, é um
instrumento de medição de alta precisão utilizado para medir pequenas dimensões com
extrema exatidão. Também é utilizado em áreas como engenharia, usinagem, metalurgia e
outras atividades que requerem medições muito mais precisas. O instrumento possui um
corpo em formato de "U", uma haste fixa e uma haste móvel que deslizam ao longo do corpo.
Sua escala fixa é graduada em milímetros (mm), e a escala móvel permite a leitura das
frações adicionais. Para realizar uma medição utilizando um micrômetro, deve-se ajustar a
posição das hastes em torno do objeto e ler a marcação correspondente na escala móvel
(FERREIRA e BORGES, 2020).

Figura 3: Micrômetro

Fonte: F-STORE
9

A principal característica do micrômetro e o que o diferencia do paquímetro, é sua


alta precisão, permitindo fazer medições em unidades de micrômetros (µm). Para obter
medições ainda mais precisas, ele é equipado com um tambor que possui uma escala circular
permitindo a leitura em decimais ainda menores, até 0,001 mm (1 µm). É um instrumento
especialmente útil para medições de espessuras, diâmetros e profundidades, pois sua precisão
vai além da capacidade de um paquímetro comum. Ele é empregado em situações onde a
precisão é fundamental, como em laboratórios de metrologia, controle de qualidade e
fabricação de componentes de alta precisão, como peças pequenas (FERREIRA e BORGES,
2020).

1.4 Precisão e Exatidão


Exatidão e a precisão são dois conceitos essenciais na confiabilidade da análise de
resultados de medições. De acordo com Bezerra e Almeida (2015), exatidão se refere à
proximidade de um valor medido em relação a um valor verdadeiro ou valor de referência, já
a precisão é a consistência ou reprodutibilidade de uma série de medições repetidas. Ela
descreve a dispersão dos valores medidos em torno de um valor médio ou central.
Uma medição é considerada exata quando se aproxima do valor verdadeiro, ou seja,
quando não há erros sistemáticos que podem ser causados por diversos fatores, como
calibração inadequada do instrumento, interferências externas ou problemas na técnica de
medição, a exatidão está relacionada à ausência desses erros sistemáticos. Uma medição
exata indica que o resultado está próximo do valor verdadeiro, independentemente da
dispersão dos valores medidos. Logo, uma medição precisa indica que os valores medidos
estão próximos uns dos outros, sugerindo que a variabilidade ou dispersão dos resultados é
baixa. Está relacionada à ausência de erros aleatórios, ou seja, quanto menor a dispersão dos
resultados, maior a precisão da medição (MEDEIROS e FERRARI, 2011)
Por ambos serem conceitos distintos, uma medição pode ser precisa e não exata, isso
significa que os resultados são consistentes, estão próximos uns dos outros, mas não estão
perto do valor verdadeiro, por outro lado, uma medição pode ser exata e imprecisa,
mostrando que está próxima do valor verdadeiro, mas com uma grande dispersão entre as
medições repetidas, ou ainda, a medida pode ser precisa e exata, indicando que os valores
repetidos de medição estão próximos entre si e também estão próximos ao valor de
referência. Contudo, a exatidão é a proximidade do valor obtido com o valor verdadeiro,
enquanto a precisão é a consistência e reprodutibilidade dos resultados.
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Figura 4: Comparação entre Precisão e Exatidão

Fonte: JR, O. R

1.5 Média
Medir mais de uma vez um objeto é uma maneira de verificar o quão preciso e exato
estão suas medidas (DOLCE e POMPEO, 2005). E para obter apenas um resultado a partir
dessa repetição é utilizado o cálculo da média simples, que foi usada no experimento descrito
nos tópicos a seguir, é uma operação estatística básica que permite determinar um único valor
a partir de um conjunto de dados, esse valor é obtido somando todos os valores e dividindo o
resultado pelo número de elementos no conjunto, confirme a fórmula a seguir:
𝑛
1
𝐴= 𝑛
∑ 𝑎𝑖 (1) onde A = média, n = número de termos, 𝑎𝑖 = conjunto de valores
𝑖=1

(HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).


Ou seja, a média simples ajuda a resumir um conjunto de dados em um único valor,
facilitando a compreensão e a comparação dos resultados. Mas ela também pode ser
influenciada por fatores externos, estando sujeita a erros, é necessário avaliar cuidadosamente
o conjunto de dados e considerar outras medidas estatísticas, como propagação de erro,
desvio padrão, entre outros, para ter uma compreensão mais completa das características dos
dados .

1.6 Erros de medição


Toda medida está sujeita a erros nos seus valores, não são intencionais e acontecem
durante o processo de medição, afetando diretamente a precisão e a exatidão dos resultados
finais obtidos. Existem diferentes tipos de erros e causas, como características do
instrumento de medição, condições ambientais, técnicas do operador, entre outras. Os mais
comuns são os erros sistemáticos e aleatórios (MOURA e CARVALHO, 2019).
11

Moura e Carvalho (2019), descrevem que o erro sistemático é um desvio que pode
ocorrer por fatores como o ajuste inadequado do instrumento, calibração incorreta,
interferências externas ou uma técnica de medição, ele afeta diretamente a exatidão das
medições. Já o erro aleatório, pode ser entendido como uma variação imprevisível em
diferentes medições de uma mesma grandeza e pode ser sem uma causa muito aparente, ou
por flutuações na leitura do instrumento, variações nas condições ambientais, instabilidade do
objeto a ser medido. Ele afeta principalmente a precisão das medições, ocasionando uma
dispersão nos resultados obtidos.
Além desses, Vuolo (1996) relata que outros tipos de erros podem acontecer, como
erros de paralaxe, causado pelo desvio angular do observador com a escala do instrumento e
erros de leitura devido a limitações na resolução do instrumento. Existe também o erro
grosseiro, ele ocorre quando há desatenção do medidor em relação a medida, como por
exemplo trocar números de ordem, errar a unidade de medida do instrumento.
Quanto menores os erros de medição, mais fácil é de se obter resultados confiáveis e
precisos. Isso pode ser feito por meio de técnicas adequadas de medição, calibração regular
dos instrumentos, controle das condições ambientais e preparação correta dos operadores para
usarem de forma coerente os instrumentos (VUOLO, 1996).

1.7 Desvios: desvio absoluto, desvio padrão, desvio médio e desvio final
O desvio absoluto fornece uma indicação da distância média entre cada valor de um
conjunto de dados e a média. Para calcular esse tipo de desvio utiliza-se a fórmula:
∆𝑥 = 𝑥𝑖 − 𝑥𝑚 (2), sendo 𝑥𝑖 o valor de referência e 𝑥𝑚 o valor da média (HEWITT, 2023)

(HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).


Desvio padrão é uma medida de dispersão dos valores em um conjunto de dados,
através dele é indicado o quão distante os valores estão entre si, e é calculado da seguinte
(𝑥𝑖−𝑥𝑚)²
maneira: σ = 𝑛−1
(3) (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016)

O desvio médio é outra medida de dispersão dos valores em um conjunto de dados em


σ
relação ao valor da média, por ser calculado por: σ𝑚 = (4) (HEWITT, 2023)
𝑛

(HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016)


Já o desvio final, relaciona o desvio médio com o desvio instrumental, definido pela

fórmula: σ𝑚² − σ𝑖² (5). Para o desvio instrumental é considerado o próprio erro do

instrumento. (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016)


12

Calcular os desvios é de grande importância para verificar a confiabilidade e


variabilidade dos resultados das medições.

1.8 Volume e incerteza do volume


O volume descreve a quantidade de espaço ocupado por um objeto ou substância,
pode ser calculado de diferentes formas, pois depende da forma e da natureza do objeto. Para
um cubo o volume é calculado por: 𝑣 = á𝑟𝑒𝑎³ (6). Já para um cilindro a fórmula é
diferente: 𝑣 = π * 𝑟² * ℎ (7), onde r é o raio e h altura do cilindro, lembrando que o raio é a
metade do diâmetro (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).
Assim como as outras medidas, o volume possui incerteza e por cada objeto ter um
cálculo específico para seu volume, também possuem cálculos diferentes para incertezas.
Quando se trata do volume de um cubo sua incerteza é:

σ𝐿1 ² σ𝐿2 ² σ𝐿3 ²


σ𝑣 = 𝑣 * ( ) ( ) ( ) (8), sendo 𝐿1, 𝐿2 e 𝐿3 a média das medidas de cada
𝐿1
+
𝐿2
+
𝐿3

σ𝑑 ² σℎ ²
lado do cubo. Já para incerteza do volume do cilindro: σ𝑣 = 𝑣 * (2 ) + ( )
𝑑 ℎ
(9),

onde d é o diâmetro (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).

1.9 Densidade e incerteza da densidade


Densidade é uma medida indireta que relaciona outras duas medidas diretas, a massa e
𝑚
o volume de um corpo, 𝑑 = 𝑣
(10). E sua incerteza é calculada pela fórmula:

σ𝑚 ² σ𝑣 ²
σ𝑑 = 𝑑 * ( ) +( )
𝑚 𝑣
(11) (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER,

2016).
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2 - DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL
Segue os materiais e métodos utilizados na realização do experimento

2.1 - Arranjo Experimental


Os materiais utilizados nesse experimento foram:
● Régua graduada em milímetros (Mod. TR-50 - TRIDENT);
● Paquímetro (precisão de 0,02mm - Lee Tools);
● Micrômetro (0 A 25mm 0,01mm KINGTOOLS);
● Corpo de madeira;
● Moeda;
● Cilindros de plástico;
● Cilindro de aço.
● Balança Analítica

Figura 5 – Paquímetro (precisão de 0,02mm - Lee Tools)

Fonte: autoria própria.

Figura 6- Micrômetro (0 A 25mm 0,01mm KINGTOOLS)

Fonte: autoria própria.


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Figura 7- Bloco de madeira

Fonte: autoria própria.

Figura 8 - Cilindros de aço e plástico.

Fonte: autoria própria.

2.2 - Procedimento Experimental

Para a realização do experimento, o mesmo foi dividido em duas partes: Prática 1 e


Prática 2, detalhadas a seguir separadamente.

2.2.1 Prática 1
Inicialmente, na primeira etapa da atividade prática, foi realizada a medição das três
dimensões de um corpo de madeira (Figura 3) utilizando-se uma régua graduada em
milímetros. Os valores obtidos foram registrados na Tabela 1. Esse processo foi repetido
cinco vezes para garantir precisão e consistência nos resultados.
De forma semelhante às medições anteriores, utilizou-se um paquímetro, semelhante
ao da Figura 1, para medir e registrar os valores das três dimensões do mesmo corpo de
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madeira, identificados como L1, L2 e L3. Essas medidas foram anotadas na Tabela 2.
Novamente, o processo foi repetido cinco vezes.
Utilizando um micrômetro igual ao da Figura 2, foi realizada a medição da espessura
de uma moeda e o valor obtido foi registrado na Tabela 3. Assim como nas etapas anteriores,
esse procedimento foi repetido cinco vezes para garantir precisão nas medidas.
Posteriormente, utilizando um paquímetro, foi realizada a medição do diâmetro da
base e da altura dos cilindros de plástico e aço, como mostra a Figura 4. Os valores obtidos
foram anotados na Tabela 4. Para cada componente, também foram realizados cinco
controles, visando obter uma amostra representativa e minimizar erros experimentais.
Em seguida, utilizando uma balança analítica, procedeu-se à pesagem individual dos
cilindros (plástico e aço), bem como do bloco de madeira. Os resultados foram registrados na
Tabela 9. Já na Tabela 5, foram registradas as precisões dos instrumentos de medida
utilizados , a fim de estimar as incertezas.
Aplicando a fórmula (1), determinou-se o valor médio de cada dimensão do corpo de
madeira para cada instrumento de medida utilizado (régua e paquímetro). Os valores obtidos,
juntamente com as incertezas dos instrumentos, foram registrados na Tabela 6 . De forma
semelhante, foram calculados os valores médios e as incertezas das dimensões de cada um
dos cilindros, sendo registrados na Tabela 7 .O mesmo procedimento foi seguido para a
espessura da moeda, conforme apresentado na Tabela 8 . É importante ressaltar que todos os
resultados foram calculados levando em consideração a regra de arredondamento para os
algarismos significativos.

2.2.2 Prática 2
A partir das dimensões do bloco de madeira na prática 1, foi possível realizar o
cálculo do desvio absoluto com a fórmula (2), determinado pela diferença entre uma
respectiva medida e a média das medidas, de cada dimensão obtida do corpo de madeira por
meio do paquímetro. Em seguida, calculou-se o quadrado de cada um dos desvios e,
posteriormente, a somatória dos quadrados dos desvios da respectiva dimensão. Os valores
das medidas de cada lado, assim como a média e os desvios relacionados, foram registrados
na Tabela 10. O mesmo procedimento foi realizado para as medidas com a régua, sendo os
resultados anotados na Tabela 11.
Com os dados apontados nas Tabelas 10 e 11, foi calculado, a partir das fórmulas (3) e
(4), o desvio padrão e o desvio padrão médio, respectivamente de cada dimensão do corpo de
madeira medida com o paquímetro. Em seguida, em função do desvio padrão médio e da
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incerteza do instrumento, foi calculada a incerteza final de cada dimensão do corpo, dada por
(5). O mesmo processo foi reproduzido para as medidas obtidas com a régua. Os resultados
foram marcados na Tabela 12.
Para determinar o volume médio do bloco de madeira utilizando as medidas obtidas
com o paquímetro e a régua, bastou multiplicar os valores médios de cada dimensão medida
pelo respectivo instrumento, como mostra a fórmula (6), bastando encontrar o valor da
incerteza final do volume.
Utilizando a fórmula (8), calculou-se a incerteza do volume do corpo de madeira para
cada instrumento, e para isso levou-se em consideração a incerteza final, o valor médio de
cada dimensão e o volume médio do bloco, como na Tabela 13.
Para calcular a densidade média do bloco de madeira utilizando as medidas obtidas
com o paquímetro e a régua, foi utilizada a definição matemática de densidade conforme
apresentada na fórmula (10). A partir disso, foi necessário calcular o erro associado à medida
da densidade.
Usando a fórmula (11), foi calculada a incerteza da densidade para cada instrumento.
Os valores obtidos foram registrados na Tabela 14. Considerações semelhantes às tomadas
para o bloco de madeira foram feitas em relação às dimensões dos cilindros medidos com o
paquímetro, cujas medidas foram obtidas na prática 1.
Para cada um dos cilindros foi calculado o valor médio do seu diâmetro e da sua
altura. Posteriormente, foi-se calculado o desvio absoluto para cada medida do diâmetro e da
altura, bem como calculou-se o quadrado de cada um dos desvios absolutos do diâmetro e da
altura. Os valores para cada cilindro foram registrados nas tabelas 15 e 16.
Análogo ao processo feito com o bloco de madeira e utilizando as mesmas fórmulas,
foi calculado os valores médios, desvio padrão, desvio padrão da média e incerteza final do
diâmetro e altura dos cilindros de plástico, cobre e alumínio. Os valores foram descritos na
Tabela 17, juntos da incerteza instrumental do paquímetro.
O cálculo de volume médio dos cilindros foi realizado por meio da fórmula (7).
Restando, então, calcular o desvio final do volume.
A partir da fórmula (9) foi calculado o erro associado ao volume de cada um dos três
cilindros medidos. Os resultados foram registrados na Tabela 18.
No cálculo da densidade, a mesma fórmula empregada no cálculo da densidade do
bloco de madeira foi utilizada para os cilindros. No entanto, nesse caso foi utilizada a fórmula
(11) para calcular a incerteza da densidade. Os valores foram registrados na Tabela 19.
17

3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segue os resultados encontrados tanto na prática 1 quanto na prática 2, separados em tabelas,
e a discussão de tais resultados.

3.1 Prática 1
3.1.1 - Diferentes Instrumentos
Uso da Régua
Após medir as dimensões L1, L2 e L3 do corpo de prova de madeira utilizando uma
régua como instrumento de medição, foram obtidos os resultados organizados na Tabela 1.

Tabela 1 - Dimensões do corpo de prova de madeira medido com régua.

Medida L1 (mm) L2 (mm) L3 (mm)

1 49,5 50,0 20,0

2 48,5 49,5 20,0

3 49,0 50,0 20,5

4 49,0 49,5 20,5

5 48,5 50,0 21,0

Ao observar a Tabela 1, pode-se notar que todas as medidas são próximas,


evidenciando que o instrumento possui uma boa precisão. Em contrapartida, uma vez que o
erro da régua é de 0,5mm, pode-se dizer que ela possui uma baixa exatidão.

Uso do Paquímetro
Após medir as dimensões L1, L2 e L3 do corpo de prova de madeira utilizando um
paquímetro como instrumento de medição, foram obtidos os resultados organizados na
Tabela 2.
Tabela 2 - Dimensões do corpo de prova de madeira medido com paquímetro.

Medida L1 (mm) L2 (mm) L3 (mm)

1 52,00 49,80 22,80

2 52,40 49,90 22,60

3 49,00 49,90 23,00

4 49,20 50,00 22,80

5 49,30 49,90 23,20


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Ao observar a Tabela 2, pode-se notar que a dimensão L1 possui uma grande variação
de um resultado para outro. Por outro lado, as dimensões L2 e L3 possuem uma alta precisão
nos valores medidos, visto que todos apresentam uma variação mínima entre um e outro.
Uma vez que o erro do paquímetro é de 0,01mm, pode-se dizer que esse instrumento também
possui uma exatidão maior que a régua.

Uso do Micrômetro
Após medir as espessuras de uma moeda utilizando um micrômetro como instrumento
de medição, foram obtidos os resultados organizados na Tabela 3.

Tabela 3 – Espessura de uma moeda medida com micrômetro.

Ao observar a Tabela 3, pode-se notar que todas as medidas obtidas são muito
próximas, evidenciando uma alta precisão do micrômetro, uma vez que a variação de um
resultado para outro não é grande. Além disso, o erro desse instrumento é de 0,005mm, o que
mostra a sua alta exatidão.

3.1.2 – Diferentes Materiais


Uso do Paquímetro
Após medir os diâmetros das bases e as alturas de dois cilindros de diferentes
materiais (sendo um de plástico e um de aço), utilizando um paquímetro como instrumento
medidor, foram obtidos os resultados organizados na Tabela 4.
19

Tabela 4 - Dimensões dos cilindros de plástico e aço medidas com paquímetro.

Ao observar a Tabela 4, pode-se notar que todas as medidas tiveram uma baixa
variação de um resultado para o outro, novamente evidenciando uma alta precisão do
paquímetro.

3.1.3 – Estimativa de Incertezas


Após observar os três instrumentos de medição disponibilizados para este
experimento, sendo eles uma régua, um paquímetro e um micrômetro, tomou-se nota de suas
respectivas precisões e incertezas, que então foram dispostas na Tabela 5.

Tabela 5 – Precisão dos instrumentos de medida utilizados.

Régua Paquímetro Micrômetro Balança

1,0 ± 0,5 mm 0,02 ± 0,01 mm 0,01 ± 0,005 mm 0,01 ± 0,005 g

Ao analisar a Tabela 5, nota-se que o micrômetro é o instrumento mais preciso


utilizado neste experimento e, consequentemente, o mais exato. Como sua precisão é de
0,01mm, as medidas tendem a ser muito próximas umas das outras, sem grandes variações;
além disso, sua incerteza acaba sendo uma medida menor ainda (0,005mm), evidenciando a
alta exatidão dos dados obtidos.
A régua também pode ser um instrumento preciso dependendo da atividade sendo
desenvolvida, porém ao comparar com o micrômetro, que nos permite ter uma maior
quantidade de algarismos significativos, ela deixa de ser tão precisa. Além disso, por possuir
20

uma incerteza de 0,5mm, este instrumento possui uma exatidão muito menor quando
comparado com o paquímetro e o micrômetro.

3.1.4 – Valores Médios e Estimativa de Erros


Primeiramente, os valores médios das dimensões L1 e L3 do corpo de prova de
madeira foram calculados, tanto das medidas obtidas com o paquímetro quanto com a régua.
Em seguida, utilizando as precisões dos instrumentos obtidos na Tabela 5, pôde-se
calcular as suas respectivas incertezas. Tais dados foram organizados na Tabela 6.

Tabela 6 – Valores médios e incerteza estimada das dimensões do corpo de prova de madeira medido com
diferentes instrumentos.

O mesmo procedimento descrito anteriormente foi realizado para as medidas obtidas


dos cilindros de plástico e aço. Os dados foram organizados na Tabela 7.

Tabela 7 – Valores médios e incerteza estimada das dimensões dos cilindros de diferentes materiais medidos
com paquímetro.

Por fim, o mesmo procedimento foi realizado, desta vez com as medidas obtidas da
espessura de uma moeda. Os dados foram organizados na Tabela 8.

Tabela 8 – Valor médio e incerteza estimada da espessura de uma moeda medida com micrômetro.
21

Analisando as Tabelas 6, 7 e 8, é possível dizer que é mais conveniente realizar apenas


1 medição para instrumentos como a régua, que possuem uma maior incerteza. Réguas
geralmente são utilizadas em atividades manuais que não requerem uma grande exatidão de
medidas, como artesanato e costura, e como mencionado anteriormente, “é adequada para
medir objetos relativamente pequenos e planos” (CUNHA, et al., 2022).
Já para instrumentos com maior precisão e exatidão, como o micrômetro e o
paquímetro, é mais conveniente realizar pelo menos 5 medições distintas. Esses instrumentos,
ao contrário das réguas, são ideais para medir objetos maiores ou de formas irregulares
(CUNHA, et al., 2022), e para atividades realizadas em indústrias, “como em laboratórios de
metrologia, controle de qualidade e fabricação de componentes de alta precisão, como peças
pequenas (FERREIRA e BORGES, 2020).”
Além da incerteza dos instrumentos, que é obtida através da sua precisão, é necessário
atentar-se às condições do ambiente em que o experimento está sendo realizado, bem como
aos erros humanos. Para ler uma medida corretamente utilizando o micrômetro, por exemplo,
é necessário levar o instrumento à altura dos olhos.
Ou ainda, é necessário atentar-se à força utilizada com esse instrumento, visto que é
muito delicado. Caso uma pessoa aperte demais a catraca/ controle de pressão, o instrumento
pode ser danificado, o que resultaria na obtenção de uma medida errônea.

3.2 – Prática 2

Inicialmente, para a prática 2, foi necessário medir as massas dos três materiais
utilizados no experimento 1, sendo eles o cilindro de plástico, o cilindro de aço e o corpo de
prova de madeira. Os resultados foram anotados na tabela 9

Tabela 9 - Valores das massas de cada material.

Material Massas (g)

Plástico 12,97

Madeira 33,71

Aço 87,52

Em seguida, com os valores das medidas de lado (L1, L2 e L3) do corpo de prova de
madeira obtidas a partir do paquímetro, foram calculados a média, o desvio absoluto, o
desvio absoluto quadrática, e a somatória dos desvios absolutos quadráticos de cada medida.
22

Os resultados foram anotados abaixo, na tabela 10. O mesmo procedimento foi feito com as
medidas obtidas através da régua.

Tabela 10 - Valores das medidas de lado (L1, L2 e L3) e desvio absoluto (ΔLi) das
dimensões do corpo de prova de madeira medido com Paquímetro.

Medidas L1 ∆𝐿1 (∆𝐿1)² L2 ∆𝐿2 (∆𝐿2)² L3 ∆𝐿3 (∆𝐿3)²


(mm) (mm) (mm)

1 52,00 1,62 2,62 49,80 0,10 0,01 22,80 0,08 0,0064

2 52,40 2,02 4,08 49,90 0 0 22,60 0,28 0,0784

3 49,00 1,38 1,90 49,90 0 0 23,00 0,12 0,0144

4 49,20 1,18 1,39 50,00 0,10 0,01 22,80 0,08 0,0064

5 49,30 1,08 1,17 49,90 0 0 23,20 0,32 0,1024

𝐿 50,38 - - 49,90 - - 22,88 - -

𝑁 - - 11,16 - - 0,02 - - 0,2080


∑ (∆𝐿𝑡)²
𝑖=1

Tabela 11 - Valores das medidas de lado (L1, L2 e L3) e desvio absoluto (ΔLi) das
dimensões do corpo de prova de madeira medido com Régua.

Medidas L1 ∆𝐿1 (∆𝐿1)² L2 ∆𝐿2 (∆𝐿2)² L3 ∆𝐿3 (∆𝐿3)²


(mm) (mm) (mm)

1 49,5 0,6 0,36 50,0 0,2 0,04 20,0 0,4 0,16

2 48,5 0,4 0,16 49,5 0,3 0,09 20,0 0,4 0,16

3 49,0 0,1 0,01 50,0 0,2 0,04 20,5 0,1 0,01

4 49,0 0,1 0,01 49,5 0,3 0,09 20,5 0,1 0,01

5 48,5 0,4 0,16 50,0 0,2 0,04 21,0 0,6 0,36

𝐿 48,9 - - 49,8 - - 20,4 - -

𝑁 - - 0,7 - - 0,3 - - 0,7


∑ (∆𝐿𝑡)²
𝑖=1

Ao analisar ambas as tabelas 10 e 11, é possível notar que em geral o desvio absoluto
das medidas obtidas com o paquímetro é menor que o desvio absoluto das medidas obtidas
23

com a régua. Há medidas ainda que possuem um desvio absoluto igual a zero. Isso ocorre
devido à maior exatidão do paquímetro em relação à régua.
Em seguida, utilizando-se dos valores da média das medidas de lado do corpo de
madeira, obtidos tanto com o paquímetro quanto com a régua, e as incertezas de ambos os
instrumentos utilizados, foram calculados o desvio padrão e a incerteza final. Os resultados
foram então anotados na tabela 12.

Tabela 12 - Valores médios, desvio padrão, desvio padrão da média, incerteza instrumental
e incerteza final das dimensões do corpo de prova de madeira medido com diferentes instrumentos (paquímetro
e régua).

Paquímetro

Média σ σ𝑚 σ𝑖 σ𝑓

L1 50,38 1,7029 0,7616 0,01 0,7617 mm

L2 49,90 0,0707 0,0316 0,01 0,0331 mm

L3 22,88 0,2280 0,1020 0,01 0,1024 mm

Régua

Média σ σ𝑚 σ𝑖 σ𝑓

L1 48,9 0,418 0,187 0,5 0,534 mm

L2 49,8 0,274 0,122 0,5 0,515 mm

L3 20,4 0,418 0,187 0,5 0,534 mm

É possível notar que, em geral, o desvio final das medidas obtidas com o paquímetro
é menor do que o desvio final das medidas obtidas através da régua. Novamente, isso mostra
que o paquímetro é um instrumento mais exato que a régua.
Utilizando-se das médias das medidas L1, L2 e L3 do corpo de prova de madeira,
calculou-se o volume do material, novamente levando-se em consideração a diferença entre
os dois instrumentos mencionados anteriormente. Além disso, foi-se necessário calcular a
incerteza dessa medida, através da fórmula (8). Os resultados obtidos foram organizados na
tabela 13.
24

Tabela 13 - Volume do corpo de prova de madeira medido com diferentes instrumentos.

Volume do bloco de Madeira (unidades)

Paquímetro 57 519, 450 ± 907,746 mm³

Régua 49 678, 488 ± 1 499,766 mm³

Ao analisar ambos os valores obtidos pelo cálculo descrito anteriormente, é possível


observar uma grande diferença. Enquanto o corpo de prova de madeira medido com o
paquímetro possui um volume de aproximadamente 5,75m³, o mesmo possui um volume de
aproximadamente 4,97m³ sendo medido com a régua.
Nesse caso, devido à maior exatidão do paquímetro, o valor mais correto e próximo
da realidade é o obtido com o paquímetro. Outro ponto importante nessa decisão é a incerteza
obtida através da fórmula (8), que é bem menor com o paquímetro do que com a régua.
Por fim, utilizando-se dos valores do volume obtidos anteriormente, e os valores de
massa descritos na Tabela 9, calculou-se os valores de densidade do corpo de prova de
madeira, considerando-se novamente as medidas obtidas com o paquímetro e com a régua.
Além disso, foi necessário calcular os erros de cada densidade através da fórmula (9).
Os resultados foram anotados na Tabela 14.

Tabela 14 - Densidade do corpo de prova de madeira medido com diferentes instrumentos.

Densidade do bloco de (unidades)


Madeira

Paquímetro 0, 000586 ± 0, 000009 g/mm³

Régua 0, 00068 ± 0, 00002 g/mm³

Ao comparar ambos os valores, novamente é possível notar que a medição com o


paquímetro é a mais correta, visto que a incerteza obtida através da fórmula (9) é
extremamente baixa.
Os mesmos procedimentos descritos anteriormente, realizados com o corpo de prova
de madeira, foram feitos com os cilindros de plástico e de aço. Desta forma, os resultados
foram anotados e organizados nas tabelas 15, 16, 17, 18 e 19.
25

Tabela 15 - Valores das medidas diâmetro (d) e altura (h) e desvio absoluto das dimensões do corpo de prova do
cilindro de plástico medido com Paquímetro.

Medidas Diâmetro (d) ∆𝑫𝟏 (∆𝑫𝟏)𝟐 𝑨𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 (𝒉) ∆𝒉𝟐 (∆𝒉𝟐)𝟐

1 23,0 0,8 0,64 43,0 1.40 1,96

2 22,0 0,2 0,04 42,0 0,40 0,16

3 22,0 0,2 0,04 40,0 1,60 2,56

4 22,0 0,2 0,04 42,0 0,40 0,16

5 22,0 0,2 0,04 42,0 0,60 0,36

- d¯ = 22,2 - - h¯ = 41,60 - -

- - 0,8 - - -

- - - - - 5,2

Tabela 16 - Valores das medidas diâmetro (D) e altura (h) e desvio absoluto das dimensões do corpo de prova
do cilindro de aço medido com Paquímetro.

Tabela 17 - Valores médios, desvio padrão, desvio padrão da média, incerteza instrumental e incerteza final das
dimensões dos cilindros de plástico e aço, medidos com paquímetro.
26

Tabela 18 - Volume dos cilindros de plástico e aço medidos com paquímetro.

Tabela 19 - Densidade dos cilindros de plástico e aço medidos com paquímetro.

Através da tabela 18, é possível notar que o volume do cilindro de plástico é maior que
o do cilindro de aço. Por outro lado, analisando a tabela 19, é possível observar que a
densidade do cilindro de plástico é menor que a do cilindro de aço.
27

4 – CONCLUSÃO

Perante todo o processo do experimento e sua respectiva análise, conseguimos


determinar que sempre existirá um grau de incerteza em relação a uma medição ao trabalhar
com qualquer instrumento. Ao lidar com o micrômetro foi possível perceber a eficiência do
instrumento, pois o mesmo permite realizar a leitura de centenas de milímetros de maneira
acessível. Ao efetuar a paridade com o paquímetro detecta-se que o paquímetro demonstra
uma precisão com uma exatidão menor que o micrômetro.
Assim, mesmo que a medição das dimensões seja realizada repetidas vezes em um
mesmo objeto a fim de aumentar o grau de precisão na medida, somente com instrumentos
mais precisos que o paquímetro é possível chegar a um valor mais próximo do valor real de
medida. Dessa forma o micrômetro permite realizar medições, mais minuciosas e exatas, e
consequentemente reduz os erros e as incertezas na medição.
A partir da realização da atividade de experimentação, foi possível a compreensão e
aprendizagem da forma correta de utilização de diferentes instrumentos de medida, suas
menores medições e suas serventias, além de compreender os dados obtidos.
28

5 – REFERÊNCIAS

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