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02/03/24, 15:52 UNINTER

METROLOGIA
AULA 5

Prof. Carlos Eduardo Costa

Prof. Emerson da Silva Seixas

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CONVERSA INICIAL

Nesta etapa, apresentaremos, principalmente por meio de ilustrações, alguns dos principais

instrumentos utilizados por meio da metrologia científica, industrial e legal, que são as três grandes

áreas da metrologia.

Em princípio, faremos uma descrição sobre a evolução dos instrumentos. Na sequência,


mostraremos a utilização dos instrumentos considerados básicos em função das áreas de aplicação.

Em seguida, apresentaremos os instrumentos considerados especiais de medição.

Além disso, relembraremos a impossibilidade da montagem de conjuntos, equipamentos e

máquinas, por meio da aplicação dos ajustes e tolerâncias, sem o prévio conhecimento dos

instrumentos de medição devidamente calibrados.

Por fim, convidamos a todos a se dedicar ao princípio de medidas obtidas por meio de partes do

corpo humano, utilizadas como métodos de medição, aos instrumentos atualmente empregados e

tendências para estes.

TEMA 1 – ORIGENS E EVOLUÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Entre as muitas responsabilidades do engenheiro ou supervisor técnico da produção como gestor


é assegurar a manutenção em alto nível da qualidade, além das metas de produtividade pré-

estabelecidas por meio do cumprimento do tempo de ciclo da produção.

Para a efetivação do fato, torna-se de fundamental importância o estudo e a aplicação de

instrumentos de medição adequados.

Ao longo dos vários estágios da Revolução Industrial, observa-se a importância da metrologia e a


consequente necessidade da evolução dos instrumentos empregados para a obtenção de valores de

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alta confiabilidade.

Isso é ainda mais relevante considerando que o sucesso econômico dos países industrializados

está intrinsecamente relacionado à sua capacidade de manufatura e comércio de produtos e serviços

que atendam aos padrões de qualidade globalizada.

Diante do fato, a evolução dos instrumentos relacionados à metrologia é cada vez mais vital para

os fabricantes, fornecedores de peças e produtos, uma vez que é direito do consumidor o acesso
segurado à qualidade citada anteriormente, bem como a reposição sem prejuízos caso falhas ocorram

prematuramente. Tal situação também já foi tratada, sendo conhecida como recall.

Logo, os instrumentos de medição foram uma das primeiras ferramentas idealizadas pelo ser
humano, tendo em vista necessidades de montagem em suas invenções, bem como na justiça

durante as permutas.

Diante das muitas necessidades, durante a sociedade primitiva, evidenciou-se a priori medidas

referenciadas ao corpo humano. Porém, é imprescindível salientar que tais medidas eram

referenciadas nas medidas do rei, razão que, por si só, já era razão de discórdia. A princípio foram

estabelecidas as seguintes medidas: a jarda (medida do ombro à ponta do dedo); a polegada

(espessura do dedão); o palmo (medido entre o dedão e dedo menor com a mão aberta); o pé; e o

passo.

Na sequência, a conversão de unidade mais usada na Antiguidade, principalmente pelos egípcios,

era o côvado, distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio.

Equivalência:

Porém, é sabido que existem notórias diferenças entre o corpo humano. Portanto, convencionou-

se para a atualidade:

Crédito: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

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Já por volta de 5.000 anos antes de Cristo, preocupados com a equidade, relacionada ao

comércio de grãos, surgiu um dos primeiros instrumentos de medição de que se tem notícia: a

balança, inventada pelos egípcios. Tal invenção foi de grande relevância, sabido que a economia da

época era baseada na agricultura, sendo os impostos cobrados com base no peso.

Como inicialmente tratado, com a evolução dos seres humanos, novas medidas foram se

tornando necessárias e novos instrumentos de metrológicos, foram e têm sido inventados, visando
suprir as necessidades vigentes, a serem tratados posteriormente.

A medição pode ser considerada como o processo de determinar experimentalmente um valor

para uma característica que possa ser atribuída a um objeto ou evento, por meio de comparações,

realizado por meio da captação de valores, utilizando-se de instrumentos de leitura direta e indireta.

Atualmente, tanto os instrumentos e os consequentes resultados metrológicos são fundamentais

para o desenvolvimento humano nas ciências naturais, tecnologia, economia, engenharia, ciências

sociais, entre outras.

De modo simplista, o instrumento de leitura direta indica que o resultado é obtido pelo operador

diretamente sobre a escala constante no instrumento. Já o instrumento de leitura indireta requer

maior destreza do operador, uma vez que normalmente requer a aplicação de cálculos.

Ambos os casos serão detalhados adiante, sendo também apresentados exemplos de cada

instrumento.

1.1 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E METROLOGIA

Todos os instrumentos de medição visam reproduzir de modo mais fiel possível valores

indicativos relacionados ao objeto ou sistema medido.

Tanto os instrumentos como os sistemas de medição podem ser classificados por diferentes

modos. Na sequência, no Quadro 1, apresentamos o de maior destaque pelo Instituto Nacional de


Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro e Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Quadro 1 – Tipo de medição/instrumento e definição

Tipo de medição/ Definição


instrumento

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Medição direta É usado um instrumento de medição que compara a variável a ser medida com um
determinado padrão. Nesse tipo de medição, dois objetos que têm a mesma característica

são comparados. Por exemplo: o comprimento de um objeto é calculado comparando-o com

o comprimento definido em um caliper; a frequência de um objeto é medida com a


frequência de um estroboscópio.

Medição indireta A medição desejada é obtida calculando uma ou mais grandezas diferentes, que foram
obtidas por medição direta. Isso ocorre porque as medidas entre as variáveis nem sempre

podem ser calculadas diretamente, seja por seu tamanho, natureza ou outros fatores. Por
exemplo: conhecer a aceleração da gravidade.

Medição reproduzível O mesmo resultado é sempre obtido se as comparações podem ser feitas entre a mesma
variável e o dispositivo de medição usado. Por exemplo: se o mesmo diâmetro de uma peça

for medido várias vezes, os resultados serão sempre os mesmos.

Fonte: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

1.2 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E PRECISÃO DOS RESULTADOS

Diversos fatores influenciam o resultado de uma medição. Os conhecimentos destes e as

tomadas de precauções resultam em melhores resultados, ou seja, no aumento na confiabilidade dos

resultados.

No Quadro 2 a seguir, descrevemos algumas das precauções para a validação do que foi citado

anteriormente.

Quadro 2 – Aumento na confiabilidade dos resultados

Recomendação Como realizar

Use sempre o instrumento correto para o tipo de medição e certifique-se de que estão em boas

condições.

Reduza os erros que podem ocorrer durante o manuseio do instrumento de


medição, bem como erros sistemáticos.

Repita quantas vezes medição possível e média dos resultados obtidos.

Reduza todas as causas do ambiente externo que podem afetar a medição.

Fonte: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

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A crescente necessidade da obtenção de resultados assegurados é um dos pilares fundamentais

para que a ciência metrologia trabalhe por melhores métodos, em busca de instrumentos e métodos

que possibilitem a obtenção mais precisa de diversas grandezas, estabelecendo unidades e critérios

aceitos universalmente.

Conforme já tratado neste estudo, ressalta-se que é por meio do instrumento de medição que se

torna possível a verificação do resultado direto, ou por cálculos (no caso da leitura indireta).

Para os dois casos, o resultado medição é o termo usado para definir o processo de determinar

experimentalmente um valor para uma característica que possa ser atribuída a um objeto ou evento,

possibilitando assim que sejam realizadas comparações tecnicamente confiáveis.

1.3 CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Os instrumentos de medição são distintos, classificados conforme as funções a que se prestam.

No Quadro 3, apresentamos as classes de instrumentos, bem como aplicações a estes destinados

de acordo com o que medem.

Quadro 3 – Parâmetro medido e instrumentos de medição

Parâmetro a medir Instrumento de medição

Para medir o comprimento Escala, paquímetro, micrômetro

Para medir o tempo Relógio, cronômetro

Para medir o peso Balança, dinamômetro

Para medir a temperatura Termômetro, pirômetro

Para medir a corrente elétrica Amperímetro, multímetro

Fonte: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

No caso deste estudo, será dado especial atenção aos instrumentos de medição linear.

1.4 AMBIENTE ADEQUADO PARA INSTRUMENTOS

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No Quadro 4, apresentamos valores de referência para um ambiente metrológico de acordo com

o Inmetro e a ABNT.

Quadro 4 – Temperatura e umidade de laboratório metrológico

Item Valor

Temperatura 20

Umidade

Fonte: com base em Inmetro, 2012.

Na Figura 1 a seguir, ilustramos a vista principal de um Laboratório multifuncional.

Figura 1 – Vista principal do laboratório metrológico

Crédito: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

Na Figura 2 a seguir, apresentamos um painel de instrumentos considerados básicos de


metrologia. Acima deste, encontra-se o aparelho de ar-condicionado, destinado à manutenção da

temperatura adequada para um ambiente metrológico, incluindo a calibração, a manutenção e seu


uso.

Figura 2 – Painel de instrumentos de um laboratório metrológico

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Crédito: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

TEMA 2 – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE USO MAIS UTILIZADOS


NO AMBIENTE INDUSTRIAL

A intercambialidade (método que possibilita a substituição de peças sem a necessidade de

ajustes) é o benefício maior proporcionado pela metrologia.

Tal situação se torna possível em decorrência da padronização de sistemas, que incluem a


definição de normas a serem adotadas, chegando mesmo à determinação de instrumentos a serem

utilizados, assim como à sua periodicidade de calibração.

No Brasil, as principais organizações responsáveis pela atualização e manutenção das normas e

procedimentos relacionados à metrologia e instrumentos de medição são a Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o

Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro).

Conforme já tratado neste estudo, duas são as unidades atualmente reconhecidas e aplicadas no

Brasil, as quais estão de acordo com as organizações anteriormente citadas, sendo o sistema métrico
e sistema inglês. Nesse caso, ambas têm como unidade-base o metro e a polegada.

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Normalmente, em especial nas áreas de engenharias, os instrumentos mais utilizados apresentam

as duas possibilidades. Caso o instrumento não tenha tal recurso, a conversão da unidade deverá ser
realizada conforme já tratado anteriormente.

De acordo com os recursos disponíveis no instrumento, a leitura é realizada diretamente sobre a


escala nele exposta (no caso dos instrumentos analógicos) ou em seu display (no caso dos

instrumentos digitais) após a escolha da unidade pretendida.

2.1 INSTRUMENTOS MAIS UTILIZADOS NO CONTROLE DIMENSIONAL

A escolha de um instrumento de medição é realizada, considerando de modo criterioso, a

expectativa dos resultados pré-dimensionados e esperados, além do grau de complexidade

geométrica da peça.

Na sequência, apresentamos os instrumentos que fazem parte do grupo de mais utilizados,

especialmente na indústria da manufatura.

Na Figura 3 a seguir, ilustramos a utilização de paquímetro digital, mostrando a medição do

comprimento de uma peça.

São detalhes imprescindíveis:

a forma de segurar o instrumento e a peça; e


a visão perpendicular do operador em relação à leitura, de modo a mitigar o erro de paralaxe

(erro de leitura em razão de desvios visuais durante a leitura da medida).

Figura 3 – Paquímetro digital

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Crédito: Zoran Orcik/Shutterstock.

2.2 PAQUÍMETRO

Na Figura 4 a seguir, ilustramos o paquímetro, também conhecido como paquímetro universal ou

paquímetro quadrimensional. Indiscutivelmente, esse instrumento está entre os mais utilizados pela

tecnologia, que envolve a manufatura de peças (antes, durante e após a usinagem, soldagem,

conformação e mesmo na manufatura aditiva), assim como durante operações de manutenção (para

verificar, por exemplo, desgastes e folgas excessivas). Também é muito utilizado na sala de projetos,
para materialização dimensional, e medidas de elementos a serem projetados.

São precauções básicas sobre o paquímetro:

deve ser manuseado com delicadeza, mantendo-o em ambiente limpo e organizado;

o objeto a ser medido deve ser postado adequadamente, de modo a evitar pressão sobre o
instrumento;

quando o paquímetro está fechado, os zeros da escala principal devem coincidir com o zero do
nônio;

deve ser guardado em local adequado (caixa ou painel);


deve-se evitar postar qualquer objeto sobre o instrumento; e

jamais utilizar o instrumento como riscador.

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No Quadro 5 a seguir, dispomos algumas observações quanto à identificação do paquímetro

pelo nome.

Quadro 5 – Identificação do paquímetro

Paquímetro Razão do nome

Universal Universalidade de aplicações, (em comprimento, diâmetro, espessura).

Quadrimensional Utilização base para quatro aplicações (medida externa, interna, profundidade e de ressaltos).

Fonte: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

O paquímetro é um instrumento de leitura descontínua para medidas, normalmente utilizado

para pequenas peças. Porém, existem instrumentos de até 1.000 mm.

É caracterizado por apresentar uma escala especial, conhecida como nônio ou vernier, que se

move ao longo da escala principal e que possibilita a leitura precisa de frações da menor divisão

dessa escala.

O paquímetro universal (Figura 3) é um tipo familiar de escala milimetrada de 150 mm. Ele

apresenta duas bases, sendo uma fixa e solidária com a escala principal e outra móvel, na qual se

encontra o vernier.

Quando o paquímetro está fechado, o zero do vernier coincide com o zero da escala. Quando se

desloca o cursor, a distância entre as bases (o comprimento a ser medido) é a indicada pelo zero do
vernier na escala principal.

As bases apresentam encostos em que se apoia o objeto a ser medido (medidas externas).

Normalmente, os paquímetros, como o apresentado na Figura 3, apresentam também duas


orelhas, uma fixa e outra móvel, para medir diâmetros internos, e uma haste para medir profundidade

de cavidades.

O nônio ou vernier (pronuncia-se “verniê”) é um dispositivo tecnológico que aumenta a

sensibilidade de uma escala, por subdividir a menor divisão dela. Ele consiste em uma escala móvel
que desliza paralelamente à escala do instrumento (escala principal).

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Quanto à aplicação do vernier, por exemplo, na Figura 4 a seguir, se o nônio tem 20 espaços

entre as linhas verticais e a menor divisão da escala principal do instrumento é o milímetro, então ele

dividirá por 20 o milímetro, obtendo um 20 avos de milímetro, que é a menor divisão da escala

principal.

Figura 4 – Paquímetro quadrimensional

Crédito: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

Por meio da Figura 5 a seguir, podemos observar em (a) o paquímetro analógico e em (b)

paquímetro digital. É importante salientar que os valores indicados por cada instrumento também são

válidos para a medição interna (obtida por meio das orelhas fixa e móvel), a profundidade, (por meio
da haste de profundidade) e a medida do ressalto (por meio do encosto atrás do instrumento). Tais

valores são possíveis por se tratar de um paquímetro quadrimensional.

Figura 5 – Paquímetro analógico e digital

Créditos: Tumbartsev/Shutterstock; Rito Succeed/Shutterstock.

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Além do paquímetro universal, até então tratado, existem diversos outros tipos de paquímetros,

direcionados a situações também diversas, conforme ilustrado na Figura 6 a seguir. Em (a), está o

paquímetro quadrimensional digital; em (b); o paquímetro universal com relógio; em (c), o

paquímetro de profundidade; e em (d), o paquímetro com bicos alongados para medições internas.

Figura 6 – Outros tipos de paquímetros

Créditos: Vladimir Zhupanenko/Shutterstock; KPixMining/Shutterstock; PhotoDiod/Shutterstock; Zabolotskikh


Sergey/Shutterstock.

2.3 MICRÔMETRO

Na Figura 7 a seguir, ilustramos um dos tipos de micrômetro externo. Esse é o instrumento que,

em conjunto com o paquímetro universal, é o mais utilizado na indústria metalmecânica.

Figura 7 – Micrômetro externo 0-25 mm

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Crédito: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

Os micrômetros são instrumentos de alta sensibilidade, constituídos basicamente de um parafuso

micrométrico capaz de mover-se em um corpo cilíndrico ao longo do próprio eixo.

No caso do micrômetro ilustrado na Figura 7 anterior, o passo do parafuso é 0,5 mm, o que

significa que, em cada volta completa, o parafuso avança ou recua de 0,5 mm em extensão

(linearmente).

Para medir as voltas completas do parafuso, há uma escala fixa no corpo cilíndrico e paralela ao

eixo do parafuso que é dividida a cada 0,5 mm, com os traços da divisão alternando-se acima e

abaixo da linha central.

Solidário ao parafuso, há um tambor circular dividido em 50 partes. Como a cada volta o


parafuso avança 0,5 mm, a cada divisão do tambor o parafuso avança 0,01 mm. Dessa forma, o
micrômetro possibilita estimar milésimos de milímetro (micros), e o algarismo duvidoso é lido entre

as divisões do tambor.

Leituras com micrômetro são, portanto, do tipo 4,352 mm; 12,400 mm; 5,4328 cm.

São precauções quanto ao uso do micrômetro:

deve ser manuseado com delicadeza, mantendo-o em ambiente limpo;


o objeto a ser medido deve ser postado entre suas mandíbulas usando-se apenas o parafuso de

fricção ou catraca existente na extremidade do tambor;


quando o micrômetro está fechado, o zero do tambor em um instrumento calibrado deve

coincidir com o zero da escala fixa;

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deve ser guardado em local adequado (caixa ou painel);

deve-se evitar postar qualquer objeto sobre o instrumento; e

deve-se evitar choques térmicos e mecânicos, de modo a preservar sua calibração.

Considerando o paquímetro universal e o micrômetro externo como dois dos principiais


instrumentos de medição, cabe salientar também as principais diferenças técnicas entre eles.

Paquímetro: apresenta uma precisão menor do que o micrometro, sendo sua dada por p = 1/n,
em que n é o número de divisões do nônio. Com esse instrumento, consegue-se fazer medições

com rapidez em peças cujo grau de precisão seja de até 0,02 mm ou 1/128 de polegada.

Micrômetro: tem circunferência de rosca (tambor) dividida em 50 partes iguais, possibilitando

leituras de 0,01 mm.

Assim como no caso dos paquímetros, também são vários os tipos de micrômetros, estando

alguns dos modelos ilustrados na Figura 8 a seguir. Salientamos que estes são escolhidos de acordo

com a necessidade de leitura, (geometria da peça). Em (a), temos o micrômetro digital; em (b), o

micrômetro de disco; em (c), o micrômetro interno ou imicro; e em (d), o micrômetro tipo paquímetro.

Figura 8 – Alguns tipos de micrômetros

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Créditos: Travel mania/Shutterstock; Fouad A. Saad/Shutterstock; Kimtaro/Shutterstock; Freedom Life/Shutterstock.

2.4 RELÓGIOS: COMPARADOR E APALPADOR

Na Figura 9 a seguir, ilustramos aplicações do relógio comparador. Em (a), o relógio comparador


está disposto para uso por meio de um traçador de altura; em (b), ele é usado para verificação de

ressalto (comprimento) de uma rosca.

Figura 9 – Aplicações do relógio comparador

Créditos: Travel mania/Shutterstock; Rito Succeed/Shutterstock.

Na Figura 10 a seguir, ilustramos o relógio apalpador, que é usado para alinhamento, centragem,

controle dimensional de peças, controle de excentricidades e para a medição de formas geométricas


de superfícies. O seu uso depende de algum suporte para exercer sua função na aplicação do controle

dimensional.

Figura 10 – Relógio apalpador

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Crédito: Pixel B/Shutterstock.

2.4 COMPARADOR DE DIÂMETRO INTERNO

Na Figura 11 a seguir, ilustramos o comparador de diâmetro interno, que se encontra em

situação de repouso, devidamente armazenado. O comparador de medida interna também é

conhecido tecnicamente como súbito.

Fazem parte desse sistema de medição o relógio comparador, a haste longitudinal, e, na

extremidade oposta, o elemento responsável pelo acoplamento da ponta de contato, que ao tocar o
diâmetro interno da peça promove a movimentação dos ponteiros do relógio, mostrando os valores.

O comparador de diâmetro interno tem a função de medir por comparação diâmetros internos
em diferentes profundidades, fazendo a verificação de circunferências.

Concluindo, por meio desse instrumento faz-se a verificação de ovalização e cilindricidade ou


conicidade por meio de sua ponta de contato, que transmite o movimento ao relógio comparador.

Figura 11 – Comparador de medida interna: súbito

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Crédito: Dovzhykov Andriy/Shutterstock.

2.5 RUGOSÍMETRO (RUGOSIDADE)

Tão importante quanto a dimensão linear de uma peça é a sua característica superficial. Também

é importante salientar que o acabamento superficial (a rugosidade) e a complexidade geométrica

estão relacionados à aplicação da peça e ao seu custo de fabricação.

A rugosidade ou textura primária é formada por sulcos ou marcas deixadas pela ferramenta que

atuou sobre a superfície da peça e se encontra superposta ao perfil de ondulação.

Na Figura 12 a seguir, em (a), parte de uma turbina peça totalmente usinada, e em (b), eixo

virabrequim, peça com partes usinadas por meio de retificação e partes em estado de bruto.

O rugosímetro é o instrumento utilizado para verificar a rugosidade superficial de uma peça.


Duas são as classes de rugosímetros, os de contato mecânico e os ópticos. Na fábrica, o de contato é
o mais utilizado. A verificação se dá por meio de uma agulha que percorre a superfície verificada, da

qual são captados sinais, sendo estes convertidos em valores analógicos ou digitais, indicando o grau
de rugosidade da superfície.

Figura 12 – Rugosímetro (rugosidade)

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Créditos: Andrey Armyagov/Shutterstock; Nordroden/Adobestock.

É notório que superfícies mais ásperas geralmente se desgastam mais rápido do que superfícies

de menor rugosidade. Além disso, são normalmente mais susceptíveis à corrosão e rachaduras, em
contrapartida, podem ajudar na adesão. Desse modo, é muito importante, principalmente para a

maioria das superfícies envolvidas no contato deslizante. Além disso, as razões para medir a
rugosidade podem variar. Ela pode influenciar a qualidade do deslizamento, a resistência ao desgaste,

a resistência à corrosão, a vedação e até mesmo a aparência estética de um componente.

TEMA 3 – OUTROS INSTRUMENTOS ELEMENTARES NA INDÚSTRIA

3.1 CALIBRADORES

A melhoria contínua faz parte do dia a dia de qualquer empresa, independentemente se sua
atividade resulta em produto ou prestação de serviço.

Uma das formas mais rápidas de se verificar a qualidade de uma peça, aprovando-a ou não, com
base em suas dimensões, se faz por meio do calibrador.

Na Figura 13 a seguir, (a) e (b) apresentam respectivamente calibradores e externos e interno. No

caso de (a), a faixa em vermelho denota o lado não passa, enquanto que o lado de comprimento
maior indica o lado passa. Essas características denominam o calibrador de passa – não passa (P/NP).

O calibrador interno ou de anel caracteriza-se por possibilitar a passagem ou não do elemento


verificado, estando este dentro da tolerância estabelecida pelo anel.

Figura 13 – Calibradores externos e interno

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Créditos: Rinku Dua/Shutterstock; Rito Succeed/Shutterstock.

3.2 MEDIÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE ÂNGULOS

Na Figura 14 a seguir, apresentamos o goniômetro. Em (a), está o goniômetro universal; e em (b),

o goniômetro com lupa. Esse instrumento de medição de ângulo também é chamado de transferidor.

Porém, cabe ressaltar que o instrumento utilizado para transferir ângulo é a suta (que, com o apoio

do goniômetro, possibilita a fixação do valor do ângulo, transferindo-o para a peça desejada).

Figura 14 – Goniômetro

Créditos: Cristian Storto/Shutterstock; Fouad A. Saad/Shutterstock.

Na Figura 15 a seguir, em (a) ilustramos a aplicação de um goniômetro digital para a conferência

de um lote de peças fabricadas pelo processo de conformação, e em (b) exemplificamos alguns


ângulos.

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Figura 15 – Aplicação de um goniômetro e exemplificação de alguns ângulos

Créditos: ZhakYaroslav/Shutterstock; Attaphong/Shutterstock.

TEMA 4 – ADEQUAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE


MEDIÇÃO

A escolha adequada do instrumento e de acessórios são fundamentais para a obtenção dos

resultados mensurados. Também é importante salientar que o grau de complexidade da geometria da

peça, dimensões e volume de peças a verificar influenciam a escolha.

Na Figura 16 a seguir, ilustramos uma máquina de medir por coordenadas, também chamada de

Tridimensional e MMC. Seu nome é resultado da possibilidade de se medir em três dimensões. Outra

grande vantagem refere-se a possibilidades de cálculos e aos muitos pontos adquiridos durante a

medição. Em contrapartida, esse sistema envolve alto custo inicial, além da exigência de mão de obra

qualificada.

Figura 16 – Máquina de medir por coordenadas: tridimensional/MMC

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Créditos: Matveev Aleksandr/Shutterstock; Safakcakir/Shutterstock.

4.1 PROJETOR DE PERFIL

O projeto de perfil é um instrumento de medição óptica. Por meio de lâmpadas e espelhos

especiais, o sistema de iluminação de alta intensidade produz imagens nítidas da peça, resultando em

medições de grande exatidão, bem como em geometrias complexas e de pequenas dimensões, como

o conjunto apresentado na Figura 17 a seguir (interior de um relógio).

Figura 17 – Interior de um relógio

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Crédito: RobinStrower/Shutterstock.

Na sequência, na Figura 18 a seguir ilustramos o equipamento e, ao lado, seus elementos

internos.

Figura 18 – Projetor de perfil

Créditos: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

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Por meio do projetor de perfil, é possível verificar a imagem da peça de três maneiras, conforme

disposto no Quadro 6 a seguir.

Quadro 6 – Identificação das projeções

Nome Ilustração

(Projeção)

Diascópica O feixe de luz é concentrado por uma lente (condensador) e desviado por um espelho plano, iluminando por

baixo a peça posicionada sobre a mesa de medição.

Episcópica O feixe de luz é concentrado pelo condensador, incidindo em um espelho parcial (refletor) em um ângulo de

45º. A luz é refletida para baixo, iluminando toda a superfície da peça. A peça reflete a luz incidente que

passa pelo refletor, sendo desviada até um anteparo (tela).

Mista A imagem da peça é projetada mostrando o contorno e detalhes da superfície.

Fonte: Carlos Eduardo Costa/Emerson da Silva Seixas.

Outro instrumento óptico de medição é o microscópio. Nesse caso, semelhante ao projetor de

perfil, a medição pode ser direta e por deslocamento.

No caso da medição direta, utiliza-se um padrão, também chamado de máscara, sendo a peça

sobreposta a essa imagem.

No caso da medição por deslocamento, este é resultado de deslocamentos da mesa ou da peça

pelos eixos x, y e z, promovendo o foco.

Independentemente do sistema utilizado na medição, de acordo com o Inmetro (2012), duas

condições que podem influenciar os resultados, sendo estes apresentados no Quadro 7 a seguir.

Quadro 7 – Condições de resultados

Condição Definição

De repetibilidade Condição de medição num conjunto de condições, as quais


de medição incluem o mesmo procedimento de medição, os mesmos

operadores, o mesmo sistema de medição, as mesmas


condições de operação e o mesmo local, assim como

medições repetidas no mesmo objeto ou em objetos

similares durante um curto período.

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De reprodutibilidade de medição Condição de medição num conjunto de condições, as quais


incluem diferentes locais, diferentes operadores, diferentes

sistemas de medição e medições repetidas no mesmo objeto

ou em objetos similares.

Fonte: elaborado com base em Inmetro, 2012.

Ainda relacionado à escolha do instrumento de medição, no Quadro 8 a seguir, mostramos

situações que devem ser observadas quanto à sua definição.

Quadro 8 – Situações observadas quanto a escolha do instrumento de medição

Item Definição

Valor nominal Valor arredondado ou aproximado de uma grandeza característica de um instrumento de

medição, ou de um sistema de medição o qual serve de guia para sua utilização apropriada.

Resolução Menor variação da grandeza medida, o que causa uma variação perceptível na indicação

correspondente.

Estabilidade do Propriedade de um instrumento de medição segundo a qual este mantém suas propriedades

instrumento de medição metrológicas constantes ao longo do tempo.

Incerteza de medição Componente da incerteza de medição proveniente do instrumento de medição ou do sistema

de medição utilizado.

Fonte: elaborado com base em Inmetro, 2012.

TEMA 5 – DISPOSITIVOS APLICADOS À METROLOGIA

Além dos instrumentos citados até então, muitos outros considerados especiais, bem como

outros específicos existem e são desenvolvidos de acordo com as crescentes necessidades.

Juntamente com esses instrumentos, de acordo com geometria da peça, dimensões, tolerâncias,
e mesmo com o material, muitas vezes faz-se necessária a utilização de dispositivos, às vezes para
suportar a peça, e em outros casos, para dar sustentação ao instrumento. Para as duas situações, tais

dispositivos visam garantir ao operador condições sólidas que cooperem para a obtenção de valores
relacionados à unidade e tolerâncias de acordo com a expectativa de projeto.

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Em concordância com as citações anteriores, de acordo com o Inmetro (2012), instrumento de

medição é um dispositivo utilizado para realizar medições, individualmente ou associado a um ou

mais dispositivos suplementares.

Na sequência, por meio de ilustrações, vamos apresentar alguns dispositivos normalmente


utilizados para a efetivação de medições.

O principal elemento considerado suplementar, ou complementar aos sistemas de medição, é a


base de referência, pois é com base nessa referência que todas as medidas são verificadas.

Na Figura 19 a seguir, ilustramos o relógio comparador como instrumento de medição


propriamente dito. Nesse caso, uma peça de grande dimensão precisa ser devidamente centralizada

para o torneamento em uma máquina convencional. Para o desenvolvimento da ação de medição,

são utilizados como elementos complementares ao sistema. Sobre o carro transversal do torno,

encontra-se a base magnética (com comandos liga e desliga), que possibilita sua fixação. Sobre a

base magnética, verifica-se uma haste vertical e, transversal a esta, outra haste. Ambas as hastes são

polidas de modo a possibilitar deslocamentos suaves e com sistemas de fixação em pontos de acordo

com a necessidade da medição.

Figura 19 – Dispositivos para fixação

Crédito: Red ivory/Shutterstock.

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FINALIZANDO

Por mais preciso que sejam os instrumentos e apurado o sistema de medição, o resultado
metrológico ainda pode conter erros, como o sistemático, que ocorre da mesma forma toda vez que

determinada medição é feita em razão a uma falha no instrumento de medição ou a um erro no

método usado, e o aleatório, que ocorre inevitavelmente em razão de mudanças no ambiente físico

em que a medição é feita ou falhas no operador.

REFERÊNCIAS

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA – INMETRO. Vocabulário


Internacional de Metrologia – VIM: conceitos fundamentais e gerais e termos associados. Duque de

Caxias, 2012. 94 p.

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