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Cargo: PESQUISADOR TECNOLOGISTA EM METROLOGIA E QUALIDADE:

Área: P15 – FISCALIZAÇÃO EM METROLOGIA LEGAL E AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE (Rio


Grande do Sul)

Conhecimentos Básicos

LÍNGUA PORTUGUESA: Leitura e compreensão de textos, informações de pequenos textos.


Estabelecer relações entre sequência de fatos ilustrados; conhecimento da língua: ortografia,
acentuação gráfica, masculino e feminino, antônimo e sinônimo e diminutivo e aumentativo.
Uso de maiúscula e minúscula; consoantes e vogais; sinais de pontuação; divisão silábica de
palavras e respectiva classificação quanto ao número de sílabas; singular e plural; substantivo
próprio e comum; artigos; adjetivos; grafia.

CONHECIMENTOS SOBRE O INMETRO: Lei nº 5.966/1973 e com atualizações da Lei nº


12.545/2011. Lei nº 9.933/1999 e suas atualizações. Portaria nº 2/2017 (Regimento Interno do
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO). Portaria nº 535/2012
(Código de Ética). Resolução nº 11/1998.

A Lei nº 9.933, de 20 de dezembro de 1999 é a principal ferramenta que o INMETRO e os seus


órgãos conveniados possuem para exercerem suas atividades, pois é ela que determina quais
as competências do INMETRO e quais os poderes que a autarquia tem sobre os produtos por
ela regulamentados, instituindo, inclusive o poder de polícia administrativa e as penalidades a
serem imputadas aos infratores.

Segundo o artigo 2º da lei acima, o CONMETRO é competente para expedir atos normativos e
regulamentos técnicos, nos campos da metrologia e da avaliação da conformidade de
produtos, de processos e serviços, desde que não constituam competência de outros órgãos ou
de entidades da administração pública federal.

O INMETRO, de acordo com o artigo 3º, com redação dada pela lei 12.545, de 14 de dezembro
de 2011, é competente para:

(a) Elaborar e expedir regulamentos técnicos que disponham sobre o controle metrológico
legal, abrangendo instrumentos de medição.
(b) Exercer, com exclusividade, poder de polícia administrativa nas áreas de metrologia
legal e de avaliação de conformidade, expedindo regulamentos técnicos de produtos,
insumos e serviços, desde que não constituam objeto de competência de outros
órgãos ou entidade da administração pública federal, abrangendo os seguintes
aspectos: segurança, proteção da vida e da saúde humana, animal e vegetal, proteção
do meio ambiente e prevenção de práticas enganosas de comércio.

O poder de polícia administrativa destina-se a assegurar o bem estar geral, impedindo, por
intermédio de ordens, proibições e apreensões, o exercício antissocial dos direitos individuais,
o uso abusivo da propriedade ou a prática de atividades prejudiciais à coletividade,
expressando-se no conjunto de órgãos e serviços públicos incumbidos de fiscalizar, controlar e
deter as atividades individuais que se revelem contrárias à higiene, à saúde, à moralidade, ao
sossego, ao conforto público e até mesmo à ética urbana.

Conhecimentos Específicos

1. METROLOGIA GERAL:
1.1. Conceito.

Metrologia é ciência das medidas e medições, que:

 abrange todos os aspectos teóricos e práticos que asseguram a exatidão exigida no


processo produtivo;
 procura garantir a qualidade de produtos e serviços através da calibração de
instrumentos e da realização de ensaios;
 é a base fundamental para impulsionar a competitividade entre as empresas.

Como ferramenta, a metrologia é imprescindível para:

 avaliar a conformidade de produtos e processos;


 garantir as justas relações de troca (relações comerciais);
 promover a cidadania no que compete saúde, segurança e meio ambiente;
 garantir qualidade, inovação e competitividade;
 assegurar reconhecimento nacional e internacional.

Espera-se que uma medição seja:

(a) Exata – mais próxima possível do valor verdadeiro;


(b) Repetitiva – com a menor diferença possível entre medições feitas nas mesmas
condições;
(c) Reprodutiva – com a menor diferença possível entre medições feitas em condições
diferentes.

Fatores que influenciam no processo de medição.


 Método: descrição genérica duma organização lógica de operações utilizadas na
realização duma medição. Pode ser:
 Direto – com resultado obtido diretamente dos dados experimentais. O valor
da grandeza é obtido ao comparar com padrões ou instrumentos de medida
graduados em unidades. Ex.: comprimento medido por uma régua,
temperatura medida por termômetro, pressão medida por manômetro.
 Indireto – resultado obtido a partir de medições diretas de outras grandezas,
ligadas por uma dependência conhecida com a grandeza procurada. Usada
quando a medição direta é difícil ou a precisão é maior indiretamente. Ex.:
cálculo da área a partir da medição direta do comprimento e da largura;
medição do volume através da pesagem (medição direta da massa) e relação
do volume com a massa específica ou ao medir diretamente as dimensões do
recipiente.
 Amostragem: método estatístico que visa examinar uma parcela representativa de
uma população, para estabelecer uma estimativa que possui um erro amostral.
Estatisticamente, o tamanho da amostra é definido segundo o grau de confiança, a
margem de erro aceitável e desvio-padrão da variável estudada. Amostras muito
grandes podem ser muito custosas em tempo e dinheiro, amostras muito pequenas
podem levar a resultados não confiáveis. Alguns cuidados na seleção da amostra
devem ser tomados:
- a forma de seleção da amostra deve ser imparcial, onde cada elemento da
população deve ter a mesma oportunidade de fazer parte da amostra;
- a amostra deve ser representativa, contendo em proporção de tudo que a
população possui;
- as medições da amostra devem ser realizadas nas mesmas condições de
fabricação, se possível;
- o lote de fabricação deve ser definido e indicado, sendo a população
associada a um mesmo lote;
- o acondicionamento da amostra deve ser adequado para evitar
contaminações que alterem as características físicas ou químicas;
- o prazo de validade da amostra deve ser verificado, quando for o caso.
O INMETRO usa amostragem na avaliação de conformidade (AC) de produtos e
instrumentos de medição. A norma ABNT NBR 54261 estabelece os planos de
amostragem adequados para esse trabalho.
 Condições ambientais: devem ser consideradas na realização das medições, tais como
temperatura, umidade, poeira, vibração, flutuações de tensão elétrica, interferência
eletromagnética, entre outros. Esses fatores devem ser monitorados e controlados, de
modo a minimizar os efeitos no resultado. P.ex. metais tem alteração significativa da
dimensão conforme a temperatura e por isso ao se comparar uma trena ou régua
metálica com o seu respectivo padrão, é preciso controlar a temperatura. Outro
exemplo são os fluxos de ar que podem afetar os últimos dígitos da pesagem em uma
balança de precisão.
 Instrumentos e Padrões: os instrumentos de medição, utilizados no âmbito da
metrologia legal, estão no comércio, nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente e
na definição ou aplicações de sanções (geralmente fiscais). O instrumento de medição
é um dispositivo utilizado para realizar medições, individualmente ou associado a um
ou mais dispositivos suplementares.
Por sua vez, um sistema de medição é o conjunto de um ou mais instrumentos de
medição e frequentemente outros dispositivos, compreendendo, se necessário,
reagentes e insumos, montado e adaptado para fornecer informações destinadas à
obtenção dos valores medidos, dentro de intervalos especificados para grandezas de
naturezas especificadas. Como exemplo, pode ser citada as bombas de gasolina.
Um instrumento de medição que pode ser utilizado individualmente é um sistema de
medição, assim como este último pode consistir apenas de um instrumento.
Os padrões de medição são a realização da definição de uma dada grandeza, com um
valor determinado e uma incerteza de medição associada, utilizada como referência.
Os padrões são dispositivos capazes de definir, reproduzir, realizar e conservar
grandezas físicas com um valor conhecido para servir de referência para outras
medições da mesma grandeza. Em alguns casos, o próprio instrumento de medição
pode ser utilizado como padrão, como por exemplo ao utilizar um voltímetro de
melhor qualidade metrológica para conferir o resultado de outro voltímetro.
Alguns cuidados devem ser tomados no manuseio e armazenamento de padrões
metrológicos, como:
- Proteção contra impactos, umidade, exposição ao sol ou à sujeira.
- Padrões submetidos à sobrecarga, manuseio incorreto, que produzem
resultados suspeitos, mostrem ter defeitos ou estarem fora dos limites especificados,
deverão ser retirados de serviço e o fato informado ao responsável pelos padrões.
- Armazenado sempre dentro de seus estojos, separado de outras ferramentas
sem estar debaixo de outros objetos.
- A etiqueta de calibração deve estar legível para que se observe se o período
de calibração ainda é válido.
- Os lacres não podem estar violados.
- As peças a serem medidas pelo padrão devem passar por uma limpeza
adequada previamente.
- Os padrões devem ser manuseados com luvas ou mãos limpas.

Tipos de instrumento de medição


 Medida materializada: instrumento de medição que fornece ou reproduz, de
maneira permanente durante sua utilização, grandezas de um ou mais tipos,
cada uma com um valor designado.
Dependendo da situação, uma medida materializada pode ser utilizada como
instrumento ou padrão. Assim, a indicação de uma medida materializada é o
valor a ela designado. Ex.: peso-padrão, medida de capacidade (que fornece
um ou mais valores, com ou sem escala), resistor-padrão, escala graduada,
bloco-padrão, gerador-padrão de sinais, material de referência certificado.
 Instrumento de medição indicador: instrumento de medição que fornece um
sinal de saída, o qual contém informações sobre o valor da grandeza medida.
Podem ser agrupados em: com mostrador analógico e com mostrador digital.
Instrumentos de medição indicadores com mostrador analógico se
baseiam na indicação do valor de uma grandeza pelo deslocamento de
um ponteiro sobre uma escala graduada. Devido ao seu aspecto
construtivo, o instrumento analógico assegura uma estreita
correspondência entre as variações de grandeza e as indicações no
mostrador. Indica-se seu uso em situação onde as grandezas a serem
medidas não apresentam grandes variações instantâneas e a leitura
não exige grande exatidão. Algumas limitações são:
- Alto tempo de leitura.
- Para sensibilidades elevadas, as técnicas de construção são complexas
e com alto custo associado.
- É passível de erros de visualização por paralaxe e erros de estimativa
do operador.
- A operação é local e manual, o que dificulta ou até impossibilita a
integração em sistemas automáticos de medição.
- O tempo de calibração é menor por conta dos desajustes mecânicos
associados ao próprio uso e alta sensibilidade às condições ambientais.

Instrumentos de medição indicadores com mostrador digital exibem


diretamente o valor da grandeza. As principais vantagens são a menor
sensibilidade a perturbações externas, capacidade de maior resolução
e representação da medida de forma numérica (como vai ser
manipulada em análises e divulgações). Há possibilidade de construção
de equipamentos portáteis com menor dependência das condições de
funcionamento e também armazenamento e computação dos
resultados, pois a informação está representada por sinais elétricos.
Algumas limitações são:
- Versatilidade reduzida, uma vez que as funções são definidas de
forma rígida pelo hardware.
- Custo mais elevado que os analógicos.
- A falta de acesso ao software pode limitar alterações nos
instrumentos pelo fabricante ou operador.

Todo instrumento de medição indicador é composto por três partes:


(a) Sensor é o elemento diretamente afetado pelo fenômeno, corpo ou
substância que contém a grandeza a ser medida. Ex.: bobina sensível de um
termômetro de resistência de platina, rotor de um medidor de vazão de
turbina, tubo de Bourdon de um manômetro, boia de um instrumento de
medição de nível, fotocélula de um espectrômetro, cristal líquido
termotrópico. A característica fundamental de um sensor é sua
sensibilidade elevada à grandeza a ser medida associada a uma baixa
sensibilidade às grandezas que podem influenciar no resultado da medida.
(b) Dispositivo de elaboração da medida (transdutor) fornece uma grandeza de
saída, a qual tem uma relação especificada com a grandeza de entrada
obtida pelo sensor. Ex.: termopar, transformador de corrente,
extensômetro, eletrodo de pH. O transdutor pode conter elementos que
compensam a sensibilidade indesejável do sensor a outras grandezas que
não são aquela que se deseja medir e/ou elementos que combinam mais
de uma grandeza diretamente medida de modo a gerar sinais
correspondentes.
(c) Dispositivo de apresentação da medida (mostrador) transforma a grandeza
de saída do transdutor e apresenta de forma visual em uma escala
analógica ou em um visor digital.
Em um barômetro, o sensor é cápsula, em forma de disco, com o interior em
vácuo. As alterações de pressão são convertidas em alterações de altura da
cápsula. A variação de altura é elaborada através de um conjunto de alavancas
e engrenagens (transdutores), que transformam em posição de ponteiro sobre
uma escala calibrada que mostra o valor da pressão medida.

As propriedades dos instrumentos de medição, que podem ser utilizadas para


classificar os instrumentos de medição, são:

1. Indicação é o valor fornecido por um instrumento de medição ou por um


sistema de medição. Pode ser representada de forma visual, acústica ou
pode ser transferida a outro dispositivo. É a posição de um ponteiro de um
mostrador analógico, o valor impresso na saída digital, um padrão de
códigos em saídas codificadas ou o valor designado por uma medida
materializada. A indicação e o valor correspondente da grandeza medida
não são, necessariamente, valores de grandezas de mesmo tipo.
2. Intervalo de indicações trata-se de um conjunto de valores compreendidos
entre duas indicações extremas. Também chamado de faixa de indicações.
Geralmente os instrumentos de medição são classificados segundo o
intervalo nominal de indicações (faixa nominal), que é conjunto de valores
compreendidos entre duas indicações extremas arredondadas ou
aproximadas. Ex.: termômetro clínico com intervalo de 35 a 42 °C,
manômetro com intervalo de 0 a 100 bar, paquímetro com intervalo de 0 a
300 mm, balança com intervalo de 0 a 1000 g. Em algumas áreas, o
intervalo de indicações são conhecidos como “faixa de medição”, “faixa de
operação” ou “faixa de trabalho”.
Em um multímetro digital de 3½ dígitos ajustado para medir tensão elétrica
alternada na faixa de indicação de 0 a 700 V, este intervalo é dividido em
intervalos de medição: 0 a 2 V, 0 a 20 V, 0 a 200 V, 0 a 700 V.
3. Sensibilidade trata-se do quociente entre a variação de uma indicação de
um sistema de medição e a variação correspondente do valor ada grandeza
medida. Pode ser calculada por:
Δi
, onde Δi é o acréscimo ou mudança na indicação (ou variável de
Δg
saída de um sensor) e Δg é o acréscimo ou variação na
grandeza física medida.
Ex.: - um termômetro de resistência de platina, tipo Pt-100,
apresenta uma sensibilidade de 0,38 Ω/°C, i.e., cada 1 °C de
estímulo provoca uma variação de resistência elétrica de 0,38
Ω.
- um termopar tipo K deve apresentar uma sensibilidade de
39,5 μV/°C, enquanto para um tipo J, a sensibilidade deve ser
de 50,4 μV/°C.
4. Resolução trata-se da menor variação da grandeza medida que causa uma
variação perceptível na indicação correspondente.
Para instrumentos com mostradores digitais, a resolução corresponde ao
incremento digital. Ex.: para o termo-higrômetro digital abaixo, a
temperatura é medida com resolução de 0,1 °C, enquanto que a umidade
relativa com resolução de 1%

Para instrumentos com mostradores analógicos, a resolução de leitura será


sempre o menor valor que pode ser lido em uma medição, com segurança,
através da percepção pelo operador da menor variação da grandeza. Ex.:
para o manômetro abaixo a divisão da escala de unidades em bar é 0,5 bar
e operador pode perceber variações de 0,25 bar de pressão; na escala psi,
a divisão se dá por 5,0 psi e o operador pode perceber variações de 2,5 psi
de pressão.
5. Exatidão de medição é o grau de concordância entre um valor medido e um
valor verdadeiro de um mensurando (grandeza que se pretende medir). É a
característica mais importante de um instrumento de medição. Como valor
verdadeiro pode se considerar o valor de um padrão de medição. A
exatidão não chega a ser uma grandeza, não tendo um valor numérico
atribuído e uma medição é mais exata quando apresenta menor erro de
medição, assim como pode representar o grau de concordância entre
valores medidos.
6. Precisão de medição é o grau de concordância entre indicações ou valores
medidos, obtidos por medições repetidas do mesmo objeto ou em objetos
similares, sob condições especificadas. A precisão é geralmente expressa
numericamente por indicadores estatísticos de incerteza como dispersão,
desvio-padrão, variância ou coeficiente de variação. As condições
especificadas se referem a condições de repetitividade, de precisão
intermediária ou de reprodutibilidade, sendo esses fatores definidos pela
utilização da precisão.
7. Repetitividade trata-se da precisão de medição sob um conjunto de
condições de repetitividade no mesmo. Essas condições compreendem os
mesmos procedimentos de medição, operadores, sistema de medição,
condições de operação e local, assim como medições repetidas no mesmo
objeto ou em objetos similares durante um curto tempo.
8. Reprodutibilidade é a precisão de medição conforme um conjunto de
condições de reprodutibilidade. Representa a aptidão de um instrumento
de medição em fornecer indicações muito próximas, em repetidas
aplicações do mesmo mensurando, sob condições diferentes de medição.
As condições de reprodutibilidade compreendem diferentes locais,
operadores, sistemas de medição e medições repetidas no mesmo objeto
ou em objetos similares. Os procedimentos podem ser diferentes entre
sistemas de medição e as condições que mudaram ou não devem ser
especificadas, na medida do possível.
9. Classe de exatidão é a classe de instrumentos ou sistemas de medição que
atendem a requisitos metrológicos estabelecidos para manter os erros de
medição ou as incertezas de medição instrumentais dentro de limites
especificados, sob condições de funcionamento especificadas. É
usualmente caracterizada por um número ou símbolo adotado por
convenção. Esse conceito é comumente aplicado a medidas materializadas,
mas em metrologia legal, muitos instrumentos de medição indicadores
também são classificados em classes de exatidão, tais como balanças e
hidrômetros.
Cada classe de exatidão de um instrumento de medição estabelece os erros
máximos admissíveis que o instrumento pode apresentar para ser
considerado pertencente a uma determinada classe. O erro máximo
admissível é o valor extremo do erro de medição em respeito a um valor de
referência conhecido, aceito por especificações ou regulamentos para uma
dada medição, instrumento ou sistema de medição. Usualmente esse
termo e “erros máximos admissíveis”, “erros máximos permissíveis”, “erros
máximos tolerados” ou “limites de erro” são utilizados quando há dois
valores extremos. O termo “tolerância” não deve ser utilizado para
designar erro máximo admissível.

 Operador: o técnico que realiza as medições deve conhecer o método de medição,


saber avaliar as condições ambientais e decidir sobre a realização de medições, além
de ser capaz de selecionar adequadamente a amostra a ser avaliada. Ao final, deve
registrar e interpretar corretamente o resultado.
Uma mesma pessoa pode obter diversos resultados na repetição de um mesmo
procedimento de medição, devido ao desconhecimento do operador. Erros humanos
são geralmente a tendência de leitura mais alta ou mais baixa, podendo estarem
relacionados com a capacidade, a habilidade e o estado psicológico (fadiga, monotonia,
desatenção, etc.) da pessoa em questão. Um bom treinamento é capaz de prevenir
erros humanos.
Incerteza e erros de medição

Incerteza de medição é um parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores
atribuídos a um mensurando, com base nas informações utilizadas. Se trata da dúvida que
existe a respeito do resultado de uma medição colocada em termos numéricos, expressa em
“mais ou menos” um valor. Por exemplo, uma barra de metal que pode medir 1 m de
comprimento com uma incerteza de ±1 cm.

A margem e a dúvida a respeito de uma medição são necessárias para quantificar uma
incerteza. Expresso em números, o primeiro se refere à largura da margem ou intervalo e o
segundo é definido pela probabilidade de abrangência, que informa o quanto estamos certos
de que o valor da medição está dentro da margem/intervalo.

Por exemplo, pode se dizer que uma barra possui um comprimento de 20 cm ±1 cm, com uma
probabilidade de abrangência de 95%, o que significa que estamos 95% certos de que a barra
mede entre 19 e 21 cm. A diferença entre erro e incerteza se dá pois o erro se refere à
diferença entre o valor medido e o valor de referência, enquanto que a incerteza é a
quantificação da dúvida sobre o resultado da medição. Os erros conhecidos são corrigíveis
através da aplicação de correções declaradas nos certificados de calibração, mas todo erro de
valor desconhecido é uma fonte de incerteza.

O resultado de uma medição, após a correção dos efeitos sistemáticos reconhecidos, é apenas
uma estimativa do valor do mensurando, por causa da incerteza proveniente dos efeitos
aleatórios e da correção imperfeita. Na prática, muitas fontes de incerteza são possíveis, tais
como:

 Definição incompleta do mensurando ou sua realização imperfeita.


 Amostragem não representativa.
 Conhecimento inadequado dos efeitos das condições ambientais sobre a medição ou
medição imperfeita das próprias condições.
 Erro de tendência pessoal do operador na leitura de mostradores analógicos.
 Resolução finita do instrumento ou limiar de mobilidade.
 Valores inexatos dos padrões de medição e materiais de referência.
 Valores inexatos de constantes e outros parâmetros obtidos de fontes externas e
usados no algoritmo de redução de dados.
 Aproximações e suposições incorporadas ao método e procedimento de medição.
 Variações nas observações repetidas do mensurando sob condições aparentemente
idênticas.

Essas fontes não são necessariamente independentes entre si. Um efeito sistemático não
reconhecido não pode ser levado em consideração na avaliação da incerteza do resultado de
uma medição, mas contribui para o seu erro.

Algumas boas práticas podem minimizar as incertezas, sendo isso tão ou mais importante que
quantificá-las, tais como:

 Utilizar instrumentos de medição calibrados por laboratórios acreditados.


 Efetuar correções para compensar por quaisquer outros erros conhecidos.
 Verificar as medições através da repetição ou de outros tipos de checagem.
 Conferir os cálculos.
 Utilizar instrumentos com resolução maior.
 Lembrar que, em uma cadeia de sucessivas calibrações, a incerteza aumenta quanto
mais longe estivermos da primeira calibração.
 Obedecer às instruções do fabricante no que diz respeito ao uso e manutenção de
instrumentos.
 Utilizar apenas planilhas e/ou softwares validados.
 Anotar os resultados de um ensaio sempre no momento em que eles são obtidos, sem
passar a limpo o registro dessas medições.

O erro de medição é a diferença entre o valor medido de uma grandeza e um valor de


referência, podendo ser um valor positivo ou negativo. O conceito de erro de medição pode ser
utilizado:

(a) Quando existe um único valor de referência, o que ocorre se uma calibração for
realizada por meio de um padrão com um valor medido cuja incerteza de medição é
desprezível, ou se um valor convencional for fornecido. Nestes casos, o erro de
medição é conhecido.
(b) Caso se suponha que um mensurando é representado por um único valor verdadeiro
ou por um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezível. Neste caso, o
erro de medição é desconhecido.

Não se deve confundir erro de medição com erro de produção ou erro humano.

Os erros se dividem nas seguintes categorias:

 Erros grosseiros – normalmente oriundos de falha humana, ocorrem apenas de forma


ocasional e levam à ocorrência de valores anômalos, resultados que diferem
marcadamente dos outros dados de um conjunto de réplicas da medida.
 Erros sistemáticos – componente do erro de medição que, em medições repetidas,
permanece constante ou varia de maneira previsível. Influenciam as medições sempre
em um mesmo sentido, denotando sistematicamente um acréscimo ou diminuição em
relação ao valor de referência (valor verdadeiro ou convencional), não tendo um
caráter aleatório.
Ex.: uma balança que sempre adiciona 10 g ao peso de embalagens

Entre as possíveis causas de erros sistemáticos estão:


 Fonte instrumental – gerada pela má calibração do instrumento, por exemplo.
 Fonte ambiental – decorrente da interferência do ambiente através de fatores
como temperatura, pressão, umidade, campo magnético terrestre, etc.
 Fonte observacional – decorrente de procedimento inadequado do
observador, como erro de paralaxe ao medir uma grandeza em um mostrador
analógico de ponteiro.
 Fonte teórica – decorrente, em medidas indiretas, do uso de fórmulas teóricas
aproximadas ou de valores aproximados de constantes físicas.

O valor de referência a ser usado para um erro sistemático é um valor verdadeiro ou


um valor medido de um padrão acompanhado da incerteza de medição.

O erro sistemático e suas causas podem ou não ser conhecidos. Uma correção pode ser
aplicada para compensar os erros conhecidos, que são detectados através da
calibração.

O erro sistemático é igual à diferença entre o erro de medição e o erro aleatório.

O erro sistemático pode ser calculado ao subtrair a média que resultaria de um


conjunto infinito de medições do mensurando (em condições de repetitividade) do
valor verdadeiro convencional do mensurando. O número infinito de medições visa
minimizar o erro aleatório, pois suas contribuições positivas e negativas se anulam,
fazendo com que fique apenas a contribuição do erro sistemático.

Como o número de medidas é finito, acaba-se determinando uma tendência do


instrumento de medição, a qual é chamada de erro sistemático de indicação do
instrumento.

Quando o erro sistemático de um instrumento é conhecido através do certificado de


calibração, os resultados devem ser ajustados por um fator de correção, a fim de
eliminar esse erro sistemático. Por exemplo, um termômetro calibrado cujo certificado
aponta um erro de medição para a temperatura de 50,00 °C é de +0,50 °C. Ao realizar
outra medida de temperatura, se o resultado for 51,80 °C, deve se descontar 0,50 °C e
a temperatura de 51,30 °C deve ser considerada.

Na maioria das vezes, os erros sistemáticos são reduzidos ou insignificantes, sendo as


discordâncias observadas ao tomar medidas sucessivas de uma grandeza associadas ao
erro aleatório.

 Erros aleatórios – são imprevisíveis e produzem alterações randômicas ora positivas


ora negativas no resultado. Têm origem diversa, muitas vezes difícil ou inacessível
identificá-la. Entretanto, é possível reduzir ou eliminar praticamente o erro aleatório.
Por exemplo, é possível reduzir flutuações na medida de uma balança ao colocá-la
sobre uma mesa à prova de vibrações. Em instrumentos eletrônicos, uma blindagem
apropriada previne o ruído gerado por sinais eletromagnéticos externos ao circuito,
reduzindo as flutuações na medida. O uso da média de várias medidas de um mesmo
mensurando também reduz o erro aleatório, aumentando a exatidão da medição e
diminuindo a incerteza do resultado.
O valor de referência para um erro aleatório é a média de um número infinito de
medições do mesmo mensurando.
Os erros aleatórios de um conjunto de medições repetidas formam uma distribuição
que pode ser resumida por sua esperança matemática ou valor esperado, o qual é
geralmente assumido como sendo zero, e por sua variância.
O erro aleatório é igual à diferença entre o erro total da medição e o erro sistemático.
 O atirador A conseguiu acertar os tiros próximos ao centro do alvo, o que significa um erro
sistemático quase não observável (marcas equidistantes do centro) e um baixo erro
aleatório (dispersão).
 O atirador B apresentou um espalhamento grande em torno do centro (alto erro aleatório),
com os tiros equidistantes (baixo erro sistemático).
 O atirador C apresenta baixa dispersão (baixo erro aleatório) com os tiros deslocados para
uma mesma região em relação ao centro, o que aponta para um erro sistemático (mira
desregulada).
 O atirador D apresenta um espalhamento muito grande e todos deslocados para o mesmo
lado em relação ao centro. Isso é reflexo de um alto erro sistemático e aleatório.

Os erros na Metrologia Legal

 Erro de histerese – é a maior diferença em módulo entre os valores medidos na carga e


os medidos na descarga de um instrumento de medição. A histerese consiste na
tendência de um instrumento, material ou sistema de medição conservar suas
propriedades na ausência do estímulo que as gerou, típico em instrumentos mecânicos
(balanças, dinamômetros e manômetros analógicos).
Ex.: uma balança com peso-padrão de 1 kg adicionado inicialmente, com pesos
adicionais para se chegar uma carga total de 5, 10 e 15 kg (carga). Fazer medições
novamente ao retirar os pesos adicionados do último para o primeiro (descarga). Ao
comparar os valores indicados durante a carga e a descarga para uma mesma massa,
algumas divergências podem ser observadas e a diferença entre os valores é o erro de
histerese.

No exemplo acima, maior diferença encontrada entre a carga e a descarga da balança


acima é de 2 kg, sendo essa a histerese da balança.
 Erro máximo admissível (EMA) – é o valor extremo do erro de medição, com respeito
a um valor de referência conhecido, aceito por especificações ou regulamentos para
uma dada medição, instrumento ou sistema de medição. Também conhecido como
erro máximo permissível, erro máximo tolerado ou limite de erro.
Ex.:
(1) Os esfigmomanômetros só podem ser comercializados se o erro de indicação for
menor que ±3 mmHg.
(2) No caso de manômetros tipo Bourdon, segundo a norma ABNT NBR 14105, os
erros máximos admissíveis são:

(3) Instrumentos de pesagem não automáticos (balanças) são enquadrados em quatro


classes: I – exatidão especial, II – exatidão fina, III – exatidão média e IV – exatidão
ordinária. Ao conhecer a classe a qual uma balança pertence, algumas
características do instrumento de medição são obtidas como a faixa dos valores de
divisão, carga mínima, número de valores de divisão, faixa erro máximo admissível,
entre outras.
(4) Segundo as recomendações da OIML, as massas-padrão usadas na calibração de
balanças são classificadas nas seguintes classes de exatidão: E1, E2, F1, F2, M1 e
M2, com erro máximo crescente. Por exemplo, para uma massa de 100 mg, os
erros máximos admissíveis para cada classe assumem valores conforme a tabela
abaixo.
1.2. Objetivos.

Os objetivos da metrologia são:

 traduzir a confiabilidade nos sistemas de medição;


 garantir que especificações técnicas, regulamentos e normas existentes proporcionem
as mesmas condições de aceitabilidade na montagem e encaixe de produtos finais,
independente de onde sejam produzidas;
 melhorar o nível de vida da população, através do consumo de produtos com
qualidade e da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente.

A metrologia cobre as atividades de medição em três áreas principais:

1. A definição de unidades de medida internacionalmente aceitas.


2. A realização das unidades de medida por meio de métodos científicos, como a
realização do metro por meio do uso de um laser.
3. O estabelecimento de cadeia de rastreabilidade, determinando o valor e a exatidão de
uma medição e disseminando o conhecimento.

1.3. Vantagens.

As principais vantagens da metrologia são:

 garantir a qualidade do produto final, através


 do favorecimento das negociações pela confiança do cliente e
 do estabelecimento de um diferenciador tecnológico e comercial para as
empresas;
 reduzir o consumo e o desperdício de matéria-prima devido
 à calibração de componentes e equipamentos e
 ao aumento da produtividade;
 eliminar a possibilidade de rejeição do produto ao
 resguardar os princípios éticos e morais da empresa no atendimento das
necessidades da sociedade em que está inserida e
 evitar desgastes que podem comprometer a imagem perante o mercado.

1.4. Laboratórios de Metrologia.

1.5. Tipos de metrologia:

1.5.1 Metrologia Científica: se utiliza de instrumentos laboratoriais e das


pesquisas e metodologias científicas, tendo por base padrões de medição nacionais e
internacionais para o alcance de altos níveis de qualidade metrológica. Organiza e
desenvolve padrões de medida, assim como os conserva e mantêm.

1.5.2. Metrologia Industrial (Metrologia Aplicada): cujos sistemas de medição


controlam processos industriais e são responsáveis pela garantia da qualidade dos
produtos acabados. Cuida do funcionamento adequado dos instrumentos de medição
usados na indústria, na produção e nos ensaios e garante a possibilidade de controle e
monitoramento das linhas de produção, promovendo a qualidade do produto e da vida
dos usuários.
Calibração, rastreabilidade, padrões, acreditação, erro de medição, incerteza de
medição

1.5.3. Metrologia Legal: que está relacionada a sistemas de medição usados


nas áreas da saúde, segurança e meio ambiente. Se trata da prática e processo de
aplicar à metrologia uma estrutura legal e regulamentadora e implementar sua
execução, baseada no estabelecimento de transparência e confiança nos resultados
das medições, com base em ensaios imparciais na economia, saúde, segurança e meio
ambiente.

1.6. A metrologia no Brasil.

Os agentes dos órgãos delegados do INMETRO, os Institutos de Pesos e Medidas (IPEM),


formando a Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, presente em todos Estados. A
nível internacional, a Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML) controla todas as
redes dos países aderentes.

O INMETRO é uma autarquia federal, vinculada ao atual Ministério da Economia, instituído


pela Lei nº 5.966, de 11 de dezembro de 1973 em substituição ao Instituto Nacional de Pesos e
Medidas (INPM) para ampliar a atuação a serviço da sociedade brasileira.

[O INPM foi instituído em 1961, no contexto de crescimento da indústria nacional, onde se


observou a necessidade do governo brasileiro aumentar o controle metrológico da produção
industrial e a fiscalização sobre as relações comerciais.

Na década de 1960 se iniciaram as atividades de combate às fraudes metrológicas de forma


mais efetiva e eficaz, especialmente em postos de gasolina e feiras livres.

Na década de 1970, o INPM ampliou sua atuação na regulamentação e fiscalização das


transações comerciais, associadas às primeiras medidas legais para proteção ao consumidor,
como padronização de embalagens.

Ao ampliar cada vez mais o âmbito de atuação, sua importância para o reconhecimento da
qualidade dos produtos industriais e para promover segurança nas transações comerciais, o
INPM se transforma em INMETRO em 1973. O novo órgão agregou a normalização e
certificação de qualidade dos produtos brasileiros, além das atividades metrológicas.

O INMETRO importou do INPM a estrutura de delegação das atividades de fiscalização


metrológica aos órgãos estaduais, denominados Institutos de Pesos e Medidas (IPEM).]

O INMETRO atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), que é o órgão normativo do Sistema
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO). INMETRO,
CONMETRO e SINMETRO formam uma estrutura sistêmica articulada.

No âmbito da missão institucional, o INMETRO objetiva fortalecer as empresas nacionais,


aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados a melhoria da
qualidade de produtos e serviços.

Missão: “Prover infraestrutura da qualidade para viabilizar soluções que adicionem confiança,
qualidade e competitividade aos produtos e serviços disponibilizados pelas organizações
brasileiras, em prol da prosperidade econômica e bem-estar da nossa sociedade.”

Atribuições e competências do INMETRO:


(1) Executar as políticas nacionais de metrologia e qualidade.
(2) Prestar suporte técnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) e aos seus comitês
assessores, atuando como sua secretaria executiva.
(3) Verificar e fiscalizar a observância das normas técnicas e legais, no que se
refere às unidades de medida, métodos de medição, medidas materializadas,
instrumentos de medição e mercadorias pré-embaladas.
(4) Estimular a utilização de técnicas de gestão da qualidade nas empresas
brasileiras.
(5) Fortalecer a participação do país nas atividades internacionais relacionadas
com metrologia e avaliação de conformidade, promovendo o intercâmbio com
entidades e organismos estrangeiros e internacionais.
(6) Desenvolver atividades de prestação de serviços e transferência de tecnologia e
cooperação técnica, quando voltadas à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica em metrologia e avaliação de conformidade.
(7) Coordenar, no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (SINMETRO), a atividade de avaliação de conformidade,
voluntária e compulsória de produtos, processos e pessoas.
(8) Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e
de ensaios, de provedores de ensaios de proficiência, de Organismos de
avaliação de conformidade e de outros necessários ao desenvolvimento da
infraestrutura de serviços tecnológicos no País.
(9) Manter e conservar os padrões das unidades de medida, assim como implantar
e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de medida no
país, de forma a torná-las harmônicas internamente e compatíveis no plano
internacional, visando à sua aceitação universal e à sua utilização com vistas à
qualidade de bens e serviços.
(10) Planejar e executar as atividades de pesquisa, ensino e desenvolvimento
tecnológico em metrologia e avaliação de conformidade.

O INMETRO desenvolve as seguintes atividades:

 Metrologia Científica e Industrial


 Metrologia Legal
 Avaliação de Conformidade
 Acreditação
 Secretaria Executiva do CONMETRO e dos seus comitês técnicos assessores.
 Supervisão dos Organismos de Fiscalização e Verificação da Certificação.

As áreas são organizadas, administrativamente, de acordo com o Regimento Interno do


INMETRO que, de acordo com a versão atual (Portaria nº 2 de 4 de janeiro de 2017), é
composto pelas unidades principais (UP) e unidades organizacionais (UO).

Em Xerém-RJ se localiza o campus central do INMETRO, que abriga um conjunto de


laboratórios e prédios administrativos. As seguintes grandezas são mantidas:

fluidos força e dureza massas medidas dimensionais pressão


capacitância e indutância elétrica
resistência elétrica, potência e energia e transformação elétrica
tensão e corrente elétrica acústica eletroacústica vibrações
interferometria fotometria radiometria termometria pirometria
higrometria laboratório de motores e de metrologia química

2. QUALIDADE:

2.1. Fundamentos e conceitos, planejamento e ferramentas.

2.2. Sistema de Gestão da Qualidade: Fundamentos, justificativas, requisitos e


abordagens.

2.3. Auditorias de Sistemas de Gestão; ABNT NBR ISO 19011 Diretrizes para auditorias
de sistema de gestão da qualidade.

3. FISCALIZAÇÃO EM METROLOGIA LEGAL:

3.1. Objetivo.

3.2. Métodos.

No âmbito da metrologia legal no Brasil, estão sujeitos à regulamentação e ao controle


metrológico legal: os instrumentos de medição e medidas materializadas utilizados nas
atividades econômicas e nas medições que interessem à incolumidade das pessoas nas áreas
da saúde, da segurança e da proteção ao meio ambiente e as mercadorias pré-embaladas.
Novos instrumentos de medição, sujeitos à regulamentação, devem ter seu modelo aprovado
pelo INMETRO, que examina, ensaia e verifica se o mesmo está adequado para a sua
finalidade. Após a fabricação, cada instrumento deve ser submetido à verificação inicial para
assegurar sua exatidão, antes de seu uso. Quando está em utilização, o seu detentor é o
responsável pela manutenção de sua exatidão e uso correto, sendo o mesmo controlado por
verificações periódicas e inspeções.

3.3. RBMLQ-I.

O INMETRO delega as atividades de verificação e de fiscalização da certificação às entidades da


Rede Brasileira de Metrologia Legal e de Qualidade (RBMLQ), que são os Institutos de Pesos e
Medidas (IPEM) dos estados brasileiros. A Rede efetua o controle de equipamentos e
instrumentos de medição para assegurar que os consumidores estão recebendo medidas
corretas.

4. AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE (AC):

4.1. Definições, conceitos, vocabulário e princípios gerais.

Consumidores, clientes empresariais, usuários ou autoridades públicas possuem expectativas


quanto às características de qualidade, segurança, ecologia, economia, confiabilidade,
compatibilidade, interoperabilidade, eficiência, eficácia, entre outros atributos dos produtos e
serviços que adquirem. Os questionamentos em relação a esses atributos são naturais, pois há
uma assimetria de informação entre fornecedor e comprador, que pode favorecer uma parte
em detrimento da outra.

A desconfiança perante as promessas da venda de um produto/serviço exige a necessidade de


evidências. A avaliação de conformidade é o processo que demonstra se as características dos
produtos e serviços atendem aos requisitos de normas, regulamentos e outras especificações,
ajudando a assegurar ao comprador que produtos e serviços cumprem suas promessas.
Segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC 17000:2005, a avaliação de conformidade é a
demonstração de que requisitos especificados relativos a um produto, processo, sistema,
pessoa ou organismo são atendidos. De acordo com a Portaria INMETRO nº 248, de 25 de maio
de 2015, a avaliação de conformidade é um processo sistematizado, com regras
preestabelecidas, devidamente acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau
de confiança de que um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional, atende a
requisitos preestabelecidos por normas ou regulamentos com o menor custo possível para a
sociedade.

Os serviços de AC são realizados por Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC), como:

 Laboratórios;
 Organismos de Inspeção;
 Organismos de Certificação;
 Provedores de ensaios de proficiência;
 Provedores de material de referência; e
 Organismos de verificação de inventários de gases de efeito estufa.

Os vários tipos de OAC podem realizar atividades específicas (ensaios, calibração ou inspeção)
ou conduzir processos mais amplos (certificação ou ensaios de proficiência). O processo de
acreditação atesta a competência desses organismos para realizar os serviços de AC, à luz de
normas técnicas específicas para seu funcionamento. O conjunto de OACs compõe a
infraestrutura da qualidade do país, fundamental para agregar competitividade à indústria
brasileira.

Ensaio de proficiência: Avaliação do desempenho do participante contra critérios pré-


estabelecidos por meio de comparações interlaboratoriais, conforme definido pela ABNT NBR
17043:2011 (Avaliação de Conformidade – Requisitos gerais para ensaios de proficiência).

Acreditação: Atestação realizada por terceira parte relativa a um organismo de avaliação de


conformidade, exprimindo demonstração formal da sua competência para realizar tarefas
específicas de avaliação de conformidade.

A AC serve:

 para o consumidor, ao se tornar base para a decisão de compra, pois este pode confiar
que o produto apresenta as características desejada;
 para os fornecedores, a avaliação de seus produtos/serviços impulsiona o nível destes
para o estado da arte na respectiva área, além de evitar custos de falhas do produto no
mercado, assim como os qualifica para participar de licitações ou para obter a
autorização para comercialização de seus produtos pela autoridade regulatória; e
 para os órgãos reguladores, a AC é um meio de se fazer cumprir a legislação nacional
de saúde, de segurança e de meio ambiente, alcançando os objetivos das políticas
públicas

4.2. Classificação da atividade de AC.

A AC pode ser compreendida como um conjunto de três funções, ao longo das quais a
informação sobre o produto vai sendo apurada até que, ao final, caso este atenda aos
requisitos, seja emitida a afirmação de que o produto está conforme:

1. Seleção:
2. Determinação:
3. Análise crítica e atestação:
4. Supervisão:

4.3. Mecanismos de avaliação da conformidade.

No âmbito da avaliação de conformidade, a competência legal do CONMETRO e, por


consequência, do INMETRO, tem caráter residual. A escolha dos objetos que serão
regulamentados pelo INMETRO passa por uma análise criteriosa quanto ao atendimento dos
critérios legais. O CONMETRO avalia e prioriza as demandas recebidas de diversos setores da
sociedade e aprova, por resolução, os objetos que terão a sua conformidade avaliada com base
em um Programa de Avaliação da Conformidade estabelecido pelo INMETRO, excetuando os
objetos que têm seus programas estabelecidos pelo INMETRO na forma do artigo 3º, inciso IV
da Lei nº 9.933/1999, alterada pela Lei nº 12.545/2011.

A atividade de avaliação de conformidade, por meio da fiscalização dos objetos


regulamentados de forma compulsória é exercida pelos agentes fiscais que compõem a
RBMLQ-I. Essa fiscalização é feita mediante delegação de competência do INMETRO aos órgãos
com ele conveniados. Para ter eficácia e legalidade, só pode ser executada por órgãos que
detém o poder de polícia administrativa.

4.4. Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – SINMETRO.

O SINMETRO é uma composição de entidades públicas e privadas cujos objetivos individuais se


complementam para a finalidade comum de prover a infraestrutura no Brasil para as atividades
de metrologia, normalização, qualidade industrial, acreditação e avaliação de conformidade. A
estrutura visa atender às necessidades da indústria, do comércio, do governo e do consumidor.

O SINMETRO foi instituído com uma infraestrutura de serviços tecnológicos capaz de avaliar e
certificar a qualidade de produtos, processos e serviços por meio de organismos de
certificação, rede de laboratórios de ensaio e de calibração, organismos de treinamento,
organismos de ensaios de proficiência e organismos de inspeção, todos acreditados pelo
INMETRO. Apoiam esse sistema os organismos de normalização, os laboratórios de metrologia
científica e industrial e de metrologia legal dos estados.

O SINMETRO também está envolvido em muitas atividades relacionadas ao Programa Brasileiro


de Qualidade e Produtividade (PBPQ), programa voltado para a melhoria da qualidade de
produtos, processos e serviços na indústria, comércio e administração federal.
Entre as principais organizações que compõem o SINMETRO figuram:

 CONMETRO e seus Comitês Técnicos


 INMETRO
 Organismos de Certificação Acreditados (Sistemas da Qualidade, Sistemas de Gestão
Ambiental, Produtos e Pessoal)
 Organismos de Inspeção Acreditados
 Organismos de Treinamento Acreditados
 Organismo Provedor de Ensaio de Proficiência Credenciado
 Laboratórios acreditados – Calibrações e Ensaios – RBC/RBLE
 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
 Institutos Estaduais de Pesos e Medidas (IPEM)
 Redes Metrológicas Estaduais

O INMETRO atua no SINMETRO com as seguintes atribuições:

 Secretaria Executiva do CONMETRO e dos seus comitês técnicos assessores.


 Único organismo acreditador reconhecido pelo SINMETRO, assim como
internacionalmente.
 Campi de Laboratórios – os laboratórios de Metrologia Científica e Tecnologia do
INMETRO mantêm os padrões que permitem fazer as “realizações práticas” das
unidades de medida do SI. O INMETRO participa do Acordo de Reconhecimento Mútuo
do Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM), do Bureau Internacional de Pesos
e Medidas (BIPM), que é uma rede através da qual os Institutos Nacionais de
Metrologia de todo o mundo demonstram a equivalência internacional de seus
padrões de medição e dos certificados de medição e calibração que emitem. O
INMETRO é responsável, ainda, por organizar ensaios de proficiência, com o objetivo
de oferecer uma ferramenta para avaliação de desempenho de laboratórios em
calibrações e ensaios, para agregar confiança aos resultados das medições dos
laboratórios.
 Regulamentador exclusivo no campo da Metrologia Legal, estabelecendo
Regulamentos Técnicos Metrológicos (RTM) para instrumentos de medir e produtos
pré-embalados, ou seja, produtos que são colocados à disposição do consumidor e que
já trazem uma indicação quantitativa. Desenvolve, ainda, as atividades de aprovação
de modelos dos instrumentos de medir e coordena as atividades de verificação inicial e
periódica dos mesmos. Desenvolve, ainda, as atividades de aprovação de modelos dos
instrumentos de medir e coordena as atividades de verificação inicial e periódica dos
mesmos.
 Ponto focal do Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio da Organização Mundial do
Comércio (OMC), ao ter a responsabilidade de notificar à OMC os regulamentos
técnicos e procedimentos de avaliação de conformidade compulsórios que impactam o
comércio internacional para que esta notifique os pontos focais dos países signatários
do mesmo Acordo e, da mesma maneira, também tem a responsabilidade de
disponibilizar as notificações da OMC para as partes interessadas. As notificações se
aplicam tão somente aos regulamentos que são ocasionalmente estabelecidos, sem
tomar por base uma norma internacional.
 Regulamentador, em caráter residual, de objetos com foco na proteção da saúde e
segurança do consumidor e do meio ambiente e no combate às práticas enganosas no
comércio. O caráter residual se refere à atuação do INMETRO nas esferas em que não
há uma autoridade regulamentadora legalmente estabelecida.
 Supervisão dos Organismos de Fiscalização, ao delegar e coordenar as atividades de
fiscalização nos campos da metrologia legal e dos produtos com conformidade avaliada
compulsoriamente às entidades da RBMLQ-I, presentes em todos Estados.

O CONMETRO é o fórum político do SINMETRO, presidido pelo Ministro da Economia, tendo o


INMETRO como secretaria executiva.

Na prática, o CONMETRO atua no estabelecimento de políticas e diretrizes, por meio de seus


comitês técnicos assessores, que são abertos à sociedade, para a participação de entidades
representativas das áreas acadêmica, industrial, comercial e outras atividades interessadas na
questão da metrologia, da normalização e da avaliação da conformidade no Brasil. Cabem aos
comitês propor as políticas a serem estabelecidas pelo CONMETRO, o que é feito através de
resoluções assinadas por seu Presidente.

As competências do CONMETRO incluem:

 Formular, coordenar e supervisionar a política nacional de metrologia, normalização


industrial e certificação da qualidade de produtos, serviços e pessoal, prevendo
mecanismos de consulta que harmonizem os interesses públicos, das empresas
industriais e dos consumidores.
 Assegurar a uniformidade e a racionalização das unidades de medida utilizadas em
território nacional.
 Estimular as atividades de normalização voluntária no país.
 Estabelecer regulamentos técnicos referentes a materiais e produtos industriais.
 Fixar critérios e procedimentos para certificação da qualidade de materiais e produtos
industriais.
 Fixar critérios e procedimentos para aplicação das penalidades nos casos de infração a
dispositivo da legislação referente à metrologia, à normalização industrial, à
certificação da qualidade de produtos industriais e aos atos normativos dela
decorrentes.
 Coordenar a participação nacional das atividades internacionais de metrologia,
normalização e certificação da qualidade.

Os comitês técnicos assessores do CONMETRO são:

 CBN – Comitê Brasileiro de Normalização


 CBM – Comitê Brasileiro de Metrologia
 CBAC – Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade
 CCAB – Comitê Codex Alimentarius do Brasil
 CBTC – Comitê Brasileiro de Barreiras Técnicas ao Comércio
 CBR – Comitê Brasileiro de Regulamentação
Contando também com seguintes órgãos de assessoramento:
 CPCon – Comissão Permanente dos Consumidores
 Comitê Gestor do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo da Vida

4.5. Impacto da AC no Comércio Internacional (Barreiras Técnicas e Reconhecimentos


Mútuos).
No comércio internacional, a AC desempenha um importante papel, podendo livrar os
exportadores dos obstáculos ao comércio transfronteiriço. Procedimentos de AC não
transparentes ou discriminatórios podem se tornar ferramentas protecionistas ou barreiras
técnicas ao comércio, dificultando o livre comércio global. O acordo da Organização Mundial do
Comércio (OMC) sobre barreiras técnicas ao comércio (Acordo WTO/TBT – World Trade
Organization/Technical Barriers to Trade) foi estabelecido para assegurar que as normas e os
regulamentos técnicos, bem como os procedimentos de AC, não criem obstáculos
desnecessários ao comércio internacional. Para isso, é preciso que boas práticas em AC sejam
utilizadas, de forma harmonizada, entre países no globo.

A ISO, organização que congrega os organismos de normalização dos países signatários para a
elaboração de normas técnicas internacionais, possui um comitê específico para discutir os
critérios para AC, chamado de CASCO (Committee on Conformity Assessment). O comitê atua
na elaboração de normas com os requisitos para as melhores práticas de AC, apoiando os
organismos que as realizam. As normas técnicas internacionais em AC promovem práticas
consistentes e internacionalmente harmonizadas entre os organismos de AC e os organismos
de acreditação.

Dessa forma, é estabelecida uma referência comum entre os países de todo o mundo para o
estabelecimento dos seus procedimentos de AC. Na ABNT, o espelho do CASCO é o Comitê
Brasileiro da Qualidade (CB-025), que é responsável por acompanhar o desenvolvimento de
documentos normativos no âmbito internacional (ISO-CASCO) e articular com as partes
interessadas no Brasil para contribuírem com o processo.

O CASCO produz publicações que orientam sobre o tema como conceitos, boas práticas e casos
de sucesso no uso da AC. Atualmente a “caixa de ferramentas” de AC, composta por normas e
guias, contém mais de 30 documentos normativos que podem ser utilizados para “prover a
base de uma infraestrutura de qualidade que é efetivamente adaptada às necessidades
específicas do país em questão e é concorrente com os requisitos da OMC”. A série 17000 de
normas ABNT NBR ISO/IEC fazem parte dessa caixa de ferramentas.

Norma Descrição
17000 Avaliação de conformidade – Vocabulário e princípios gerais
17011 Requisitos para os organismos de acreditação que acreditam organismos de
avaliação de conformidade
17020 Requisitos para o funcionamento de diferentes tipos de organismos que
executam inspeção
17021 Requisitos para organismos que fornecem auditoria e certificação de sistemas
de gestão
17024 Requisitos gerais para organismos que certificam pessoas
17025 Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração
17030 Requisitos gerais para marcas de conformidade de terceira
17043 Requisitos gerais para ensaios de proficiência
17050 Declaração da conformidade de fornededor
17065 Requisitos para organismos de certificação de produtos, processos e serviços

4.6. ABNT NBR ISO/IEC 17011.

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