Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MEDIDAS ELÉCTRICAS II
Autores: Docente:
MEDIDAS ELÉCTRICAS II
Autores: Docente:
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 6
2. Conclusão .............................................................................................................................. 28
1. Introdução
O objectivo de medir e controlar as diversas variáveis físicas em processos industriais é obter
produtos de alta qualidade, com melhores condições de rendimento e segurança, a custos
compatíveis com as necessidades do mercado consumidor.
Todavia, temperatura é uma grandeza física vinculada à mecânica, caracterizada por seu
aspecto intensivo e não algébrico, independente das demais grandezas fundamentais. Seus
valores não são medidos directamente, obrigando a uma mensuração por meio de métodos
indirectos, ora á partir de seus efeitos em outras propriedades físicas mensuráveis nos
materiais.
Grupo II Página 5
Medição de Temperatura com Termopar
1.1. Objectivos
Grupo II Página 6
Medição de Temperatura com Termopar
O aquecimento da junção de dois metais gera o aparecimento de uma f.e.m. Esse princípio
conhecido por efeito Seebeck propiciou a utilização de termopares para a medição de
temperatura.
Grupo II Página 7
Medição de Temperatura com Termopar
O sinal de f.e.m. gerado pelo gradiente de temperatura (∆𝑇) existente entre as juntas quente e
fria, será de um modo geral indicado, registrado ou transmitido.
O controlo de temperatura feito por pares termoeléctricos é uma das importantes aplicações do
efeito Seebeck. Actualmente, busca-se o aproveitamento industrial do efeito Peltier, em grande
escala, para obtenção de calor ou frio no processo de climatização ambiente.
Grupo II Página 8
Medição de Temperatura com Termopar
Portanto, este efeito é produzido quando os electrões livres de um metal difere de um condutor
para outro e depende da temperatura. Quando dois condutores diferentes são conectados para
formar duas junções e estas são mantidas a diferentes temperaturas, a difusão dos electrões nas
junções é produzido a ritmos diferentes.
Grupo II Página 9
Medição de Temperatura com Termopar
O coeficiente de Peltier depende da temperatura e dos metais que formam uma junção, sendo
independente da temperatura da outra junção. O calor de Peltier é reversível. Quando inverte-se o
sentido da corrente, permanecendo constante o seu valor, o calor de Peltier é o mesmo, porém
em sentido oposto.
A medição da f.e.m. da junção pode ser feita somente por meios indirectos. Se for aplicada uma
corrente proveniente de uma fonte externa, à junção, (Fig. 6), na qual a corrente circula do
“positivo” para o “negativo” da junção, haverá um aquecimento da junção, devido a potência
dissipada. Se a corrente for aplicada no sentido inverso (Fig. 7), haverá um resfriamento da
junção, devido a potência absorvida.
𝑃 =𝐸∙𝐼
Esse aquecimento ocasiona uma elevação da temperatura da junção que pode ser medida.
Observe-se que a potência dissipada devido a efeito Peltier é proporcional à corrente, não
devendo confundir-se com a potência dissipada pelo efeito Joule que é proporcional ao quadrado
da corrente:
𝑃 = 𝑅 ∙ 𝐼2
Grupo II Página 10
Medição de Temperatura com Termopar
Portanto este efeito depende do metal de que é feito o fio e da temperatura média da pequena
região considerada. Em certos metais há absorção de calor, quando uma corrente eléctrica flui da
parte fria para a parte quente do metal e que há geração de calor quando inverte-se o sentido da
corrente.
Grupo II Página 11
Medição de Temperatura com Termopar
Esta diferença de potencial depende da temperatura e não pode ser medida directamente.
Em outras palavras, a f.e.m. medida depende única e exclusivamente da composição química dos
dois metais e das temperaturas existentes nas junções.
Um exemplo de aplicação prática desta lei é que podemos ter uma grande variação de
temperatura em um ponto qualquer, ao longo dos fios dos termopares, que esta não influirá na
f.e.m. produzida pela diferença de temperatura entre as juntas, portanto, pode-se fazer medidas de
Grupo II Página 12
Medição de Temperatura com Termopar
Deduz-se que, um circuito termoeléctrico, composto por dois metais diferentes, a f.e.m.
produzida não será alterado ao inserirmos, em qualquer ponto do circuito, um metal genérico,
desde que as novas junções sejam mantidas a temperaturas iguais.
• 𝑇3 = 𝑇4 ⟹ 𝐸1 = 𝐸2
• 𝑇3 ≠ 𝑇4 ⟹ 𝐸1 ≠ 𝐸2
Um exemplo de aplicação prática desta lei é a utilização de contactos de latão ou cobre, para
interligação do termopar ao cabo de extensão no cabeçote.
Grupo II Página 13
Medição de Temperatura com Termopar
Grupo II Página 14
Medição de Temperatura com Termopar
• Termopares Básicos;
• Termopares Nobres;
• Termopares Especiais.
a) TIPO T
❖ Cor do fio:
• (+) Azul
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Azul
❖ Liga:
• (+) Cobre – (99,9%)
• (−) Constantan – São as ligas de Cu–Ni compreendidos no intervalo entre Cu
(50%) e Cu (65%) Ni (35%). A composição mais utilizada para este tipo de
termopar é de Cu (58%) e Ni (42%).
❖ Características:
• Faixa de utilização: − 184 °C a 370 °C
• F.e.m. Produzida: − 6,258mv a 20,810mv
❖ Aplicações: Criometria (baixas temperaturas), Indústrias de refrigeração, Pesquisas
agronómicas e ambientais, Química e Petroquímica.
b) TIPO J
❖ Cor do fio:
Grupo II Página 15
Medição de Temperatura com Termopar
• (+) Branco
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Preto
❖ Liga:
• (+) Ferro – (99,5%)
• (−) Constantan – Cu (58%) e Ni (42%).
❖ Características:
• Faixa de utilização: − 0°C a 760°C
• F.e.m. Produzida: − 8,095mv a 43,559mv
❖ Aplicações: Centrais de energia, Metalúrgica, Química, Petroquímica, indústrias em
geral.
c) TIPO E
❖ Cor do fio:
• (+) Violeta
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Violeta
❖ Liga:
• (+) Chromel – Ni (90%) e Cr (10%)
• (−) Constantan – Cu (58%) e Ni (42%)
❖ Características:
• Faixa de utilização: 0°C a 870°C
• F.e.m. Produzida: − 9,835 mv a 76,298 mv
❖ Aplicações: Química e Petroquímica
d) TIPO K
❖ Cor do fio:
• (+) Amarelo
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Amarelo
❖ Liga:
• (+) Chromel - Ni (90%) e Cr (10%)
Grupo II Página 16
Medição de Temperatura com Termopar
a) TIPO S
❖ Cor do fio:
• (+) Preto
• (−)Vermelho
❖ Cor do cabo: Verde
❖ Liga:
• (+) Platina 90% e Rhodio 10%
• (−) Platina 100 %
Características:
b) TIPO R
❖ Cor do fio:
• (+) Preto
Grupo II Página 17
Medição de Temperatura com Termopar
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Verde
❖ Liga:
• (+) Platina 87% e Rhodio 13%
• (−) Platina 100%
❖ Características:
• Faixa de utilização: 0 °C a 1480 °C
• F.e.m. Produzida: −0,226 mv a 21,101 mv
❖ Aplicações: As mesmas do tipo S
c) TIPO B
❖ Cor do fio:
• (+) Cinza
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Cinza
❖ Liga:
• (+) Platina 70 % e Rhodio 30 %
• (−) Platina 94 % e Rhodio 6 %
❖ Características:
• Faixa de utilização: 870 à 1705 °C
• F.e.m. Produzida: 0mv a 13,809mv
❖ Aplicações: Vidro, Siderúrgica, alta temperatura em geral.
a) Tungsténio – Rhênio: podem ser usados continuamente até 2300°C e por curto período
até 2750°C.
b) Irídio 40% – Rhodio/Irídio: podem ser utilizados por períodos limitados até 2000°C.
c) Platina – 40% Rhodio / Platina – 20% RHODIO: são utilizados em substituição ao tipo
B onde temperaturas um pouco mais elevadas são requeridas. Podem ser usados
continuamente até 1600°C e por curto período até 1800°C ou 1850°C.
Grupo II Página 18
Medição de Temperatura com Termopar
É importante não esquecer que o termopar mede realmente a diferença entre as temperaturas das
junções. Então para medirmos a temperatura do ponto desejado precisamos manter a temperatura
da junção de referência invariável.
Grupo II Página 19
Medição de Temperatura com Termopar
Na maioria das aplicações industriais torna-se necessário que o instrumento seja ligado ao
termopar, através de fios que possuam uma curva de f.e.m. Em função da temperatura similar
aquela do termopar, afim de que no instrumento possa ser efectuada a correcção na junta de
referência.
Definições:
Os fios e cabos de extensão e compensação são recomendados na maioria dos casos para
utilização desde a temperatura ambiente até um limite máximo de 200 °C. Nos manuais dos
Grupo II Página 20
Medição de Temperatura com Termopar
fabricantes de termopares existe uma tabela com o código de cores para cada tipo de cabo ou fio
de compensação/extensão de acordo com a norma correspondente.
Figura 15: Erros de ligação, usando fios de cobre em forno há temperatura de 538°𝐶.
Esta é a f.e.m. Efectiva, que está chegando ao registador e é adicionada a 𝑚𝑉 gerada pelo
compensador automático de temperatura do registador, ou seja, 20,731𝑚𝑉 + 0,96𝑚𝑉 que será
igual a 21,69𝑚𝑉. Esta f.e.m. (21,69𝑚𝑉) corresponde a uma temperatura de 525°𝐶, existindo,
portanto um erro de 13°𝐶.
Grupo II Página 21
Medição de Temperatura com Termopar
Uma solução simples é que normalmente é usada na prática, será a inserção de fios de
compensação entre o cabeçote e o registador.
Figura 16: Erros de ligação, usando fios de cobre com f.e.m. efectiva no cabeçote há 20,74𝑚𝑣
Como no caso acima, a f.e.m. efectiva no cabeçote é de 20,74𝑚𝑣. Dela, até o registador, são
utilizados fios de extensão compensados, os quais adicionam à f.e.m. Uma parcela igual a
0,57mv, fazendo assim com que chegue ao registador uma f.e.m. Efectiva de 22,26mv. Este valor
corresponderá a temperatura real dentro do forno (538°C).
Grupo II Página 22
Medição de Temperatura com Termopar
Grupo II Página 23
Medição de Temperatura com Termopar
Grupo II Página 24
Medição de Temperatura com Termopar
Grupo II Página 25
Medição de Temperatura com Termopar
Exemplo: Os termopares estão medindo 56°C e 50°C respectivamente, e a diferença será medida
pelo milivoltímetro.
Grupo II Página 26
Medição de Temperatura com Termopar
Não é necessário compensar a temperatura ambiente desde que as juntas de referência estejam a
mesma temperatura.
Grupo II Página 27
Medição de Temperatura com Termopar
2. Conclusão
Em suma, um termopar consiste em dois condutores metálicos, de natureza distinta, na forma de
metais puros ou de ligas homogéneas. Os fios são soldados em um extremo ao qual se dá o nome
de junta quente ou junta de medição. A outra extremidade do fio é levada ao instrumento de
medição de f.e.m. (força electromotriz), fechando um circuito eléctrico por onde flui a corrente
eléctrica.
As combinações de fios devem possuir uma relação razoavelmente linear entre temperatura e a
f.e.m.; devem desenvolver uma f.e.m. por grau de mudança de temperatura, que seja detectável
pelos equipamentos normais de medição.
Grupo II Página 28
Medição de Temperatura com Termopar
3. Referências Bibliográficas
• MARQUES. Prof. Alessandro, TM362 - Sistemas de Medição 2,
www.metrologia.ufpr.br
• ACOSTA. Simone Massulini, Medição De Temperatura,
• http://paginapessoal.utfpr.edu.br/camara/INSTRUMENTAÇÃOINDUSTRIAL
• ‘Rocha’, Balanço energético e coeficientes culturais, Pyrus communis, Anexo I
• GOMES. Breno Henrique Tavares; FREIRE. Carolina da Silva; DE SÁ. Larissa Mota,
Medição de temperatura de caldeiras usando termopar
• COELHO. Eng. João Paulo, SENSORES & ACTUADORES: Material de Apoio às
Aulas, Instituto Politécnico de Bragança: Escola Superior de Tecnologia e Gestão,
2004/2005
• SEIDEL. Álysson Raniere, INSTRUMENTAÇÃO APLICADA, Universidade Federal
de Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 3ª ed. 2010
• SENSE, Medição de Temperatura em Processos Industriais: Variáveis de Processo
(Temperatura)
Grupo II Página 29