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CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

3o ANO 5 o SEMESTRE 3o GRUPO

MEDIDAS ELÉCTRICAS II

MEDIÇÃO DE TEMPERATURA POR TERMOPAR

Autores: Docente:

Adil dos Santos António Engo. Nuno Nhantumbo

Artur Bernardo Mauta

Manuel da Graça Guirrengane

Titos Nicósio Miguel Comé

Songo, Maio de 2018


CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

3o ANO 5 o SEMESTRE 3o GRUPO

MEDIDAS ELÉCTRICAS II

MEDIÇÃO DE TEMPERATURA POR TERMOPAR

Autores: Docente:

Adil dos Santos António Engo. Nuno Nhantumbo

Artur Bernardo Mauta


Trabalho elaborado pelos
Manuel da Graça Guirrengane estudantes do 2o grupo, da turma
de Medidas Eléctricas II do curso
Titos Nicósio Miguel Comé
de Engenharia Eléctrica, do
Instituto Superior Politécnico de
Songo para fins de avaliação.

Songo, Maio de 2018


Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 5

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 6

1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 6

1.1.2. Objectivos Específicos .............................................................................................. 6

1.2. Metodologia de Investigação ........................................................................................... 6

2. Medição De Temperatura por Termopar ................................................................................. 7

2.1. Efeitos Termoeléctricos.................................................................................................... 8

2.1.1. Efeito termoelétrico de Seebeck ................................................................................ 8

2.1.2. Efeito termoelétrico de Peltier ................................................................................ 10

2.1.3. Efeito termoeléctrico de Thomson .......................................................................... 11

2.1.4. Efeito termoeléctrico de Volta ................................................................................ 12

2.2. Leis termoeléctricas........................................................................................................ 12

2.2.1. Lei do circuito homogéneo ..................................................................................... 12

2.2.2. Lei dos metais intermediários ................................................................................. 13

1.1.1. Lei das temperaturas intermediárias ....................................................................... 13

1.2. Correlação da f.e.m. Em função da temperatura ............................................................ 14

1.3. Tipos e características dos termopares ........................................................................... 15

1.3.1. Termopares básicos ................................................................................................. 15

1.3.2. Termopares nobres .................................................................................................. 17

1.3.3. Termopares especiais .............................................................................................. 18

1.4. Correcção da Junta de Referência .................................................................................. 19

1.5. Erros de ligação .............................................................................................................. 21

1.5.1. Usando fios de cobre ............................................................................................... 21

1.5.2. Inversão simples...................................................................................................... 22


1.5.3. Inversão dupla ......................................................................................................... 23

1.6. Termopar de isolação mineral ........................................................................................ 24

1.6.1. Vantagens dos termopares de isolação mineral ...................................................... 24

1.7. Associação de termopares .............................................................................................. 25

1.7.1. Associação série ...................................................................................................... 25

1.7.2. Associação série – oposta ....................................................................................... 26

1.7.3. Associação em paralelo........................................................................................... 27

2. Conclusão .............................................................................................................................. 28

3. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 29


Medição de Temperatura com Termopar

1. Introdução
O objectivo de medir e controlar as diversas variáveis físicas em processos industriais é obter
produtos de alta qualidade, com melhores condições de rendimento e segurança, a custos
compatíveis com as necessidades do mercado consumidor.

Todavia, temperatura é uma grandeza física vinculada à mecânica, caracterizada por seu
aspecto intensivo e não algébrico, independente das demais grandezas fundamentais. Seus
valores não são medidos directamente, obrigando a uma mensuração por meio de métodos
indirectos, ora á partir de seus efeitos em outras propriedades físicas mensuráveis nos
materiais.

Portanto o presente trabalho, aborda sobre a medição de temperatura usando o termopar,


apresentando as principais características destes instrumentos de medição, os efeitos e as leis
termoeléctricas ligadas ao princípio de medição por termopar, os erros de ligação e a
associação dos mesmos instrumentos.

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Medição de Temperatura com Termopar

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


• Debruçar sobre a Medição de Temperatura por Termopar

1.1.2. Objectivos Específicos


• Apresentar as principais características tecnológicas dos termopares;
• Abordar sobre os efeitos termoeléctricos dos termopares;
• Apresentar as leis termoeléctricas;
• Falar sobre a correlação da f.e.m. em função da temperatura;
• Abordar sobre os tipos e características dos termopares;
• Abordar sobre a correcção da junta de referência;
• Falar sobre os fios de compensação e extensão;
• Apresentar os erros de ligação;
• Falar sobre os termopares de isolação mineral;
• Abordar sobre a associação de termopares.

1.2. Metodologia de Investigação


Para atingir os objectivos deste trabalho foi necessário realizar pesquisas em publicações de
fabricantes de instrumentos, livros, artigos técnicos e revistas técnicas na área de automação e
instrumentação industrial.

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Medição de Temperatura com Termopar

2. Medição De Temperatura por Termopar


Um termopar consiste em dois condutores metálicos, de natureza distinta, na forma de metais
puros ou de ligas homogéneas. Os fios são soldados em um extremo ao qual dá-se o nome de
junta quente ou junta de medição. A outra extremidade dos fios é levada ao instrumento de
medição de f.e.m. (força electromotriz), fechando um circuito eléctrico por onde flui a corrente.
O ponto onde os fios que formam o termopar conectam-se ao instrumento de medição é chamado
de junta fria ou de referência.

Figura 1: Esquema de ligação de um Termopar

O aquecimento da junção de dois metais gera o aparecimento de uma f.e.m. Esse princípio
conhecido por efeito Seebeck propiciou a utilização de termopares para a medição de
temperatura.

Figura 2: Termopar tipo K

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Medição de Temperatura com Termopar

A operação de um termopar é baseada na combinação de efeitos termoeléctricos que produzem


uma tensão de circuito aberto quando duas junções são mantidas em temperaturas diferentes.

O sinal de f.e.m. gerado pelo gradiente de temperatura (∆𝑇) existente entre as juntas quente e
fria, será de um modo geral indicado, registrado ou transmitido.

Figura 3: Termopar de Junção Simples

2.1. Efeitos Termoeléctricos


Quando dois metais ou semicondutores dissimilares são conectados e as junções mantidas a
diferentes temperaturas, quatro fenómenos ocorrem simultaneamente: o efeito Seebeck, o efeito
Peltier, o efeito Thomson e o efeito Volta.

O controlo de temperatura feito por pares termoeléctricos é uma das importantes aplicações do
efeito Seebeck. Actualmente, busca-se o aproveitamento industrial do efeito Peltier, em grande
escala, para obtenção de calor ou frio no processo de climatização ambiente.

2.1.1. Efeito termoelétrico de Seebeck


Este fenómeno foi descoberto em 1821 por T.J. Seebeck, quando ele notou que em um circuito
fechado, formado por dois condutores diferentes A e B, ocorre uma circulação de corrente
enquanto existir uma diferença de temperatura (∆𝑇) entre as suas junções. Denomina-se junta de
medição de 𝑇𝑚 , e a outra, junta de referência de 𝑇𝑟 (𝑇2 ). A existência de uma f.e.m. térmica AB
no circuito é conhecida como efeito Seebeck.

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Medição de Temperatura com Termopar

Quando a temperatura da junta de referência é mantida constante, verifica-se que a f.e.m.


Térmica é uma função da temperatura 𝑇𝑚 (𝑇1 ) da junção de teste. Este fato permite utilizar um
par termoeléctrico como um termómetro. Seebeck observou que:

• Quanto maior a f.e.m maior será a diferença entre as temperaturas;


• A f.e.m. depende da natureza dos metais A e B.

Figura 4: Efeito Seebeck em um Termopar

Portanto, este efeito é produzido quando os electrões livres de um metal difere de um condutor
para outro e depende da temperatura. Quando dois condutores diferentes são conectados para
formar duas junções e estas são mantidas a diferentes temperaturas, a difusão dos electrões nas
junções é produzido a ritmos diferentes.

Se ligar-se um milivoltímetro a um termopar, para determinar-se a f.e.m. devida ao efeito Peltier,


o próprio contacto dos fios A e B criará novas junções, onde também existirão f.e.m.s devido ao
efeito Peltier. A indicação do instrumento não terá qualquer valor. (Fig. 5)

Figura 5: Efeito Seebeck em Termopares

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Medição de Temperatura com Termopar

2.1.2. Efeito termoelétrico de Peltier


Em 1834, Peltier descobriu que, dado um par termoeléctrico com ambas as junções à mesma
temperatura, mediante uma bateria exterior, produz-se uma corrente no termopar, as
temperaturas das junções variam em uma quantidade não inteiramente devida ao efeito Joule.
Esta variação adicional de temperatura é o efeito Peltier. Este efeito produz-se tanto pela
corrente proporcionada por uma bateria exterior como pelo próprio par termoeléctrico.

Figura 6: Efeito Peltier em Termopares

O coeficiente de Peltier depende da temperatura e dos metais que formam uma junção, sendo
independente da temperatura da outra junção. O calor de Peltier é reversível. Quando inverte-se o
sentido da corrente, permanecendo constante o seu valor, o calor de Peltier é o mesmo, porém
em sentido oposto.

A medição da f.e.m. da junção pode ser feita somente por meios indirectos. Se for aplicada uma
corrente proveniente de uma fonte externa, à junção, (Fig. 6), na qual a corrente circula do
“positivo” para o “negativo” da junção, haverá um aquecimento da junção, devido a potência
dissipada. Se a corrente for aplicada no sentido inverso (Fig. 7), haverá um resfriamento da
junção, devido a potência absorvida.

𝑃 =𝐸∙𝐼

Esse aquecimento ocasiona uma elevação da temperatura da junção que pode ser medida.
Observe-se que a potência dissipada devido a efeito Peltier é proporcional à corrente, não
devendo confundir-se com a potência dissipada pelo efeito Joule que é proporcional ao quadrado
da corrente:

𝑃 = 𝑅 ∙ 𝐼2

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Medição de Temperatura com Termopar

Figura 7: Efeito Peltier em Termopares com f.e.m. invertida

2.1.3. Efeito termoeléctrico de Thomson


Em 1854, Thomson concluiu, que através das leis da termodinâmica, a condução de calor, ao
longo dos fios metálicos de um par termoeléctrico, que não transporta corrente, origina uma
distribuição uniforme de temperatura em cada fio. Quando existe corrente, modifica-se em cada
fio a distribuição de temperatura em uma quantidade não inteiramente devida ao efeito Joule.
Essa variação adicional na distribuição da temperatura denomina-se efeito Thomson.

Portanto este efeito depende do metal de que é feito o fio e da temperatura média da pequena
região considerada. Em certos metais há absorção de calor, quando uma corrente eléctrica flui da
parte fria para a parte quente do metal e que há geração de calor quando inverte-se o sentido da
corrente.

Ao analisar-se um circuito termoeléctrico, pode-se considerar cada junção como correspondendo


a uma bateria, com uma f.e.m. dependente da temperatura e da natureza dos metais em contacto
(Fig. 8). A tensão medida com o milivoltímetro será igual a diferença entre as f.e.m.s E1 e E2 das
duas junções.

Figura 8: Efeito termoeléctrico de Thomson

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Medição de Temperatura com Termopar

2.1.4. Efeito termoeléctrico de Volta


"Quando dois metais estão em contacto a um equilíbrio térmico e eléctrico, existe entre eles uma
diferença de potencial que pode ser da ordem de Volts".

Esta diferença de potencial depende da temperatura e não pode ser medida directamente.

2.2. Leis termoeléctricas


Da descoberta dos efeitos termoeléctricos partiu-se através da aplicação dos princípios da
termodinâmica, a enunciação das três leis que constituem a base da teoria termoeléctrica nas
medições de temperatura com termopares, portanto, fundamentados nestes efeitos e nestas leis,
podemos compreender todos os fenómenos que ocorrem na medida de temperatura com estes
sensores.

2.2.1. Lei do circuito homogéneo


"A f.e.m. termal, desenvolvida em um circuito termoeléctrico de dois metais diferentes, com suas
junções as temperaturas 𝑇𝑚 E 𝑇𝑟 , é independente do gradiente de temperatura e de sua
distribuição ao longo dos fios".

Em outras palavras, a f.e.m. medida depende única e exclusivamente da composição química dos
dois metais e das temperaturas existentes nas junções.

Figura 9: Representação da Lei do circuito Homogéneo

Um exemplo de aplicação prática desta lei é que podemos ter uma grande variação de
temperatura em um ponto qualquer, ao longo dos fios dos termopares, que esta não influirá na
f.e.m. produzida pela diferença de temperatura entre as juntas, portanto, pode-se fazer medidas de

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Medição de Temperatura com Termopar

temperaturas em pontos bem definidos com os termopares, pois o importante é a diferença de


temperatura entre as juntas.

2.2.2. Lei dos metais intermediários


"A soma algébrica das f.e.m. Termais em um circuito composto de um número qualquer de
metais diferentes é zero, se todo o circuito estiver a mesma temperatura".

Deduz-se que, um circuito termoeléctrico, composto por dois metais diferentes, a f.e.m.
produzida não será alterado ao inserirmos, em qualquer ponto do circuito, um metal genérico,
desde que as novas junções sejam mantidas a temperaturas iguais.

Figura 10: Circuito representando a lei dos metais intermediários

Onde, conclui-se que:

• 𝑇3 = 𝑇4 ⟹ 𝐸1 = 𝐸2
• 𝑇3 ≠ 𝑇4 ⟹ 𝐸1 ≠ 𝐸2

Um exemplo de aplicação prática desta lei é a utilização de contactos de latão ou cobre, para
interligação do termopar ao cabo de extensão no cabeçote.

1.1.1. Lei das temperaturas intermediárias


“A f.e.m. Produzida em um circuito termoeléctrico de dois metais homogéneos e diferentes entre
si, com as suas junções as temperaturas T1 e T3 respectivamente, é a soma algébrica da f.e.m.
Deste circuito, com as junções as temperaturas T1 e T2 e a f.e.m. deste mesmo circuito com as
junções as temperaturas T2 e T3.”

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Medição de Temperatura com Termopar

Figura 11: Representação da lei das temperaturas intermediarias

Um exemplo prático da aplicação desta lei, é a compensação ou correcção da temperatura


ambiente pelo instrumento receptor de milivoltagem

1.2. Correlação da f.e.m. Em função da temperatura


Visto que a f.e.m. gerada em um termopar depende da composição química dos condutores e da
diferença de temperatura entre as juntas, i.e., a cada grau de variação de temperatura, podemos
observar uma variação da f.e.m. gerada pelo termopar, portanto, podemos construir uma tabela de
correlação entre temperatura e a f.e.m., por uma questão prática padronizou- se o levantamento
destas curvas com a junta de referência à temperatura de 0°C.

Figura 12: Correlação: curvas da f.e.m. Gerada em função da Temperatura.

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Medição de Temperatura com Termopar

1.3. Tipos e características dos termopares


Em combinações foram feitas de modo a obter-se uma alta potência termoeléctrica, aliando-se
ainda as melhores características como homogeneidade dos fios e resistência a corrosão, na faixa
de utilização, assim cada tipo de termopar tem uma faixa de temperatura ideal de trabalho, que
deve ser respeitada, para que tenha-se a maior vida útil do mesmo. Podemos dividir os
termopares em três grupos, a saber:

• Termopares Básicos;
• Termopares Nobres;
• Termopares Especiais.

1.3.1. Termopares básicos


São assim chamados os termopares de maior uso industrial, em que os fios são de custo
relativamente baixo e sua aplicação admite um limite de erro maior.

a) TIPO T
❖ Cor do fio:
• (+) Azul
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Azul
❖ Liga:
• (+) Cobre – (99,9%)
• (−) Constantan – São as ligas de Cu–Ni compreendidos no intervalo entre Cu
(50%) e Cu (65%) Ni (35%). A composição mais utilizada para este tipo de
termopar é de Cu (58%) e Ni (42%).
❖ Características:
• Faixa de utilização: − 184 °C a 370 °C
• F.e.m. Produzida: − 6,258mv a 20,810mv
❖ Aplicações: Criometria (baixas temperaturas), Indústrias de refrigeração, Pesquisas
agronómicas e ambientais, Química e Petroquímica.
b) TIPO J
❖ Cor do fio:

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Medição de Temperatura com Termopar

• (+) Branco
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Preto
❖ Liga:
• (+) Ferro – (99,5%)
• (−) Constantan – Cu (58%) e Ni (42%).
❖ Características:
• Faixa de utilização: − 0°C a 760°C
• F.e.m. Produzida: − 8,095mv a 43,559mv
❖ Aplicações: Centrais de energia, Metalúrgica, Química, Petroquímica, indústrias em
geral.
c) TIPO E
❖ Cor do fio:
• (+) Violeta
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Violeta
❖ Liga:
• (+) Chromel – Ni (90%) e Cr (10%)
• (−) Constantan – Cu (58%) e Ni (42%)
❖ Características:
• Faixa de utilização: 0°C a 870°C
• F.e.m. Produzida: − 9,835 mv a 76,298 mv
❖ Aplicações: Química e Petroquímica
d) TIPO K
❖ Cor do fio:
• (+) Amarelo
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Amarelo
❖ Liga:
• (+) Chromel - Ni (90%) e Cr (10%)

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Medição de Temperatura com Termopar

• (−) Alumel – Ni (95,4%), Mn (1,8%), Si (1,6%), Al (1,2%)


❖ Características:
• Faixa de utilização: 0°C a 1260°C
• F.e.m. Produzida: −6,458mv a 54,852mv
❖ Aplicações: Metalúrgicas, Siderúrgicas, Fundição, Usina de Cimento e Cal, Vidros,
Cerâmica, Indústrias em geral.

1.3.2. Termopares nobres


São aqueles que os pares são constituídos de platina. Embora possuam custo elevado e exijam
instrumentos receptores de alta sensibilidade, devido à baixa potência termoeléctrica,
apresenta alta precisão, dada a homogeneidade e pureza dos fios dos termopares.

a) TIPO S
❖ Cor do fio:
• (+) Preto
• (−)Vermelho
❖ Cor do cabo: Verde
❖ Liga:
• (+) Platina 90% e Rhodio 10%
• (−) Platina 100 %

Características:

• Faixa de utilização: 0 °C a 1480 °C


• F.e.m. Produzida: − 0,236 mv a 18,693 mv
❖ Aplicações: Siderúrgica, Fundição, Metalúrgica, Usina de Cimento, Cerâmica, Vidro e
Pesquisa Científica.

Observação: É utilizado em sensores descartáveis na faixa de 1200°C à 1768°C, para


medição de metais líquidos em Siderúrgicas e Fundições

b) TIPO R
❖ Cor do fio:
• (+) Preto

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Medição de Temperatura com Termopar

• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Verde
❖ Liga:
• (+) Platina 87% e Rhodio 13%
• (−) Platina 100%
❖ Características:
• Faixa de utilização: 0 °C a 1480 °C
• F.e.m. Produzida: −0,226 mv a 21,101 mv
❖ Aplicações: As mesmas do tipo S
c) TIPO B
❖ Cor do fio:
• (+) Cinza
• (−) Vermelho
❖ Cor do cabo: Cinza
❖ Liga:
• (+) Platina 70 % e Rhodio 30 %
• (−) Platina 94 % e Rhodio 6 %
❖ Características:
• Faixa de utilização: 870 à 1705 °C
• F.e.m. Produzida: 0mv a 13,809mv
❖ Aplicações: Vidro, Siderúrgica, alta temperatura em geral.

1.3.3. Termopares especiais


Ao longo dos anos, novos tipos de termopares foram desenvolvidos para atender as condições de
processo onde os termopares básicos não podem ser utilizados.

a) Tungsténio – Rhênio: podem ser usados continuamente até 2300°C e por curto período
até 2750°C.
b) Irídio 40% – Rhodio/Irídio: podem ser utilizados por períodos limitados até 2000°C.
c) Platina – 40% Rhodio / Platina – 20% RHODIO: são utilizados em substituição ao tipo
B onde temperaturas um pouco mais elevadas são requeridas. Podem ser usados
continuamente até 1600°C e por curto período até 1800°C ou 1850°C.

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Medição de Temperatura com Termopar

d) Ouro- Ferro/Chromel: esses termopares são desenvolvidos para trabalhar em


temperaturas criogénicas.
e) Nicrosil / Nisil: basicamente, é um substituto para o par tipo K, apresentando uma f.e.m.
Um pouco menor em relação ao tipo K.

1.4. Correcção da Junta de Referência


As curvas existentes da f.e.m. Gerada em função da temperatura, têm fixando-se a junta de
referência à 0°C (ponto de solidificação da água), porém nas aplicações práticas dos termopares
junta de referência é considerada nos terminais do instrumento receptor e esta encontra-se a
temperatura ambiente que é normalmente diferente de 0°C e variável com o tempo, tornando
assim necessário que se faça uma correcção da junta de referência, podendo esta ser automática
ou manual.

A medição da temperatura nos terminais do instrumento, através de circuito electrónico, cujo


este circuito adiciona a milivoltagem que chega aos terminais, uma milivoltagem correspondente
a diferença de temperatura de 0°C à temperatura ambiente.

Figura 13: diferença entre as temperaturas das junções

É importante não esquecer que o termopar mede realmente a diferença entre as temperaturas das
junções. Então para medirmos a temperatura do ponto desejado precisamos manter a temperatura
da junção de referência invariável.

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Medição de Temperatura com Termopar

Figura 14: Compensação da junta de referência

Hoje em dia a maioria dos instrumentos fazem a compensação da junta de referência


automaticamente. A compensação da junta de referência pode ser feita manualmente. Fios de
compensação e extensão

Na maioria das aplicações industriais torna-se necessário que o instrumento seja ligado ao
termopar, através de fios que possuam uma curva de f.e.m. Em função da temperatura similar
aquela do termopar, afim de que no instrumento possa ser efectuada a correcção na junta de
referência.

Definições:

A. Convenciona-se chamar de fios aqueles condutores constituídos por um eixo sólido e de


cabos aqueles formados por um feixe de condutores de bitola menor, formando um
condutor flexível.
B. Chama-se de fios ou cabos de extensão aqueles fabricados com as mesmas ligas dos
termopares a que se destinam.
Exemplo: Tipo TX, JX, EX e KX.
C. Chama-se de fios ou cabos de compensação aqueles fabricados com ligas diferentes das
dos termopares a que se destinam, porém que forneçam, na faixa de utilização
recomendada, uma curva da f.e.m. Em função da temperatura equivalente à desses
termopares.
Exemplo: Tipo SX e BX.

Os fios e cabos de extensão e compensação são recomendados na maioria dos casos para
utilização desde a temperatura ambiente até um limite máximo de 200 °C. Nos manuais dos

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Medição de Temperatura com Termopar

fabricantes de termopares existe uma tabela com o código de cores para cada tipo de cabo ou fio
de compensação/extensão de acordo com a norma correspondente.

1.5. Erros de ligação

1.5.1. Usando fios de cobre


Geralmente na aplicação industrial, é necessário que o termopar e o instrumento encontrem-se
relativamente afastados, por não convir que o aparelho esteja demasiadamente próximo ao local
onde mede-se a temperatura. Tal, procedimento é executado sem problemas desde que, o
cabeçote onde estão os terminais do termopar e o registador, estejam a mesma temperatura de
medição.

Figura 15: Erros de ligação, usando fios de cobre em forno há temperatura de 538°𝐶.

Na figura acima um termopar de Chromel - Alumel é colocado em um forno, cuja temperatura é


de 538°𝐶. Das tabelas características dos termopares constata-se que a f.e.m. É de 22,26𝑚𝑉 na
junta de medição. Na extremidade do termopar encontra-se em um cabeçote, onde são
conectados a um fio duplo de cobre, que daí prossegue até um registador a 24°𝐶. Pode-se
facilmente verificar pela ilustração, que a f.e.m. Gerada no cabeçote é 1,529𝑚𝑉, portanto, a
f.e.m.. Efectiva nos terminais do cabeçote é de 20,731𝑚𝑉 (22,26 à 1,529𝑚𝑉).

Esta é a f.e.m. Efectiva, que está chegando ao registador e é adicionada a 𝑚𝑉 gerada pelo
compensador automático de temperatura do registador, ou seja, 20,731𝑚𝑉 + 0,96𝑚𝑉 que será
igual a 21,69𝑚𝑉. Esta f.e.m. (21,69𝑚𝑉) corresponde a uma temperatura de 525°𝐶, existindo,
portanto um erro de 13°𝐶.

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Medição de Temperatura com Termopar

Uma solução simples é que normalmente é usada na prática, será a inserção de fios de
compensação entre o cabeçote e o registador.

Figura 16: Erros de ligação, usando fios de cobre com f.e.m. efectiva no cabeçote há 20,74𝑚𝑣

Como no caso acima, a f.e.m. efectiva no cabeçote é de 20,74𝑚𝑣. Dela, até o registador, são
utilizados fios de extensão compensados, os quais adicionam à f.e.m. Uma parcela igual a
0,57mv, fazendo assim com que chegue ao registador uma f.e.m. Efectiva de 22,26mv. Este valor
corresponderá a temperatura real dentro do forno (538°C).

1.5.2. Inversão simples


Conforme o esquema a seguir, os fios de compensação foram invertidos. Assume-se que o forno
esteja a 538°C, o cabeçote a 38°C e o registador a 24°C. Devido a diferença de temperatura entre
o cabeçote e o registador, será gerada uma f.e.m. De 0,57mv. Porém em virtude da simples
inversão, o fio positivo está ligado no borne negativo do registador e vice-versa. Isto fará com
que a 𝑓. 𝑒. 𝑚. Produzida ao longo do circuito oponha-se àquela do circuito de compensação
automática do registador. Isto fará com que o registador indique uma temperatura negativa.

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Medição de Temperatura com Termopar

Figura 17: Inversão simples de termopares

1.5.3. Inversão dupla


No caso a seguir, consideramos o caso da existência de uma dupla inversão, isto acontece com
frequência pois, quando uma simples inversão é constatada, é comum pensar-se que uma nova
troca de ligação dos terminais compensará o erro.

É evidente que se o cabeçote e o registador estiverem a uma mesma temperatura, a dupla


inversão não ocasionará discrepância na medição, contudo, estudaremos o caso em que o
cabeçote e o registador estão a temperaturas deferentes. O cabeçote está a 38°C e o registador a
24°C. Novamente consideramos como sendo 538°C a temperatura do forno.

Figura 18: Inversão dupla de termopares

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Medição de Temperatura com Termopar

1.6. Termopar de isolação mineral


O termopar de isolação mineral é constituído de um ou dois pares termoeléctricos, envolvidos
por um pó isolante de óxido de magnésio, altamente compactado em uma bainha externa
metálica. Devido a esta construção, os condutores do par termoeléctrico ficam totalmente
protegidos contra a atmosfera exterior, consequentemente a durabilidade do termopar depende da
resistência a corrosão da sua bainha e não da resistência a corrosão dos condutores.

1.6.1. Vantagens dos termopares de isolação mineral

Figura 19: Termopar de isolação mineral

A. Estabilidade na f.e.m. – A estabilidade da f.e.m. Do termopar é caracterizada em função


dos condutores estarem completamente protegidos contra a acção de gases e outras
condições ambientais, que normalmente causam oxidação e consequentemente perda da
f.e.m. Gerada.
B. Resistência mecânica – O pó muito bem compactado, contido dentro da bainha metálica,
mantém os condutores uniformemente posicionados, permitindo que o cabo seja dobrado
achatado, torcido ou estirado, suporte pressões externas e choque térmico, sem qualquer
perda das propriedades termoeléctricas.
C. Dimensão reduzida – O processo de fabricação permite a produção de termopares de
isolação mineral, com bainhas de diâmetro externo até 1.0mm, permitindo a medida de
temperatura em locais que não eram anteriormente possíveis com termopares
convencionais.

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Medição de Temperatura com Termopar

D. Impermeabilidade a água, óleo e gás – A bainha metálica assegura a impermeabilidade


do termopar a água, óleo e gás.
E. Facilidade de instalação – A maleabilidade do cabo, a sua pequena dimensão, longo
comprimento grande resistência mecânica, asseguram facilidade de instalação, mesmo
nas situações mais difíceis.
F. Adaptabilidade – A construção do termopar de isolação mineral permite que o mesmo
seja tratado como um condutor sólido. Em sua capa metálica podem ser montados
acessórios, por soldagem ou brasagem e quando necessário, sua seção pode ser reduzida
ou alterada em sua configuração.
G. Resposta mais rápida – A pequena massa e a alta conductividade térmica do pó de
óxido de magnésio, proporcionam ao termopar de isolação mineral um tempo de resposta
que é virtualmente igual ao de um termopar descoberto de dimensão equivalente.
H. Resistência a corrosão – As bainhas podem ser seleccionadas adequadamente para
resistir ao ambiente corrosivo.
I. Resistência de isolação elevada – O termopar de isolação mineral tem uma resistência
de isolação elevada, numa vasta gama de temperaturas, a qual pode ser mantida sob
condições mais húmidas.
J. Blindagem electrostática – A bainha do termopar de isolação mineral, devidamente
aterrada, oferece uma perfeita blindagem electrostática ao par termoeléctrico.

1.7. Associação de termopares

1.7.1. Associação série


Podemos ligar os termopares em série simples para obter a soma das 𝑚𝑉 individuais. É a
chamada termopilha. Este tipo de ligação é muito utilizada em pirómetros de radiação total, ou
seja, para soma de pequenas 𝑚𝑉.

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Figura 20: Associação série de termopares

O instrumento de medição pode ou não compensar a 𝑚𝑉 da junta de referência. Se compensar,


deverá compensar uma 𝑚𝑉 correspondente ao nó. De termopares aplicados na associação.

1.7.2. Associação série – oposta


Para medir a diferença de temperatura entre 2 pontos ligamos os termopares em série oposta. O
que mede maior temperatura vai ligado ao positivo do instrumento. Os termopares sempre são do
mesmo tipo.

Exemplo: Os termopares estão medindo 56°C e 50°C respectivamente, e a diferença será medida
pelo milivoltímetro.

Figura 21: Associação série-oposta de termopares

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Não é necessário compensar a temperatura ambiente desde que as juntas de referência estejam a
mesma temperatura.

1.7.3. Associação em paralelo


Ligando 2 ou mais termopares em paralelo a um mesmo instrumento, teremos a média das
𝑚𝑉 geradas nos diversos termopares se as resistências internas foram iguais.

Figura 22: Associação em paralelo de termopares

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2. Conclusão
Em suma, um termopar consiste em dois condutores metálicos, de natureza distinta, na forma de
metais puros ou de ligas homogéneas. Os fios são soldados em um extremo ao qual se dá o nome
de junta quente ou junta de medição. A outra extremidade do fio é levada ao instrumento de
medição de f.e.m. (força electromotriz), fechando um circuito eléctrico por onde flui a corrente
eléctrica.

Quando dois metais ou semicondutores dissimilares são conectados e as junções mantidas a


diferentes temperaturas, quatro fenómenos ocorrem simultaneamente: o efeito Seebeck, o efeito
Peltier, o efeito Thomson e o efeito Volta. Existem várias combinações de 2 metais condutores
operando como termopares.

As combinações de fios devem possuir uma relação razoavelmente linear entre temperatura e a
f.e.m.; devem desenvolver uma f.e.m. por grau de mudança de temperatura, que seja detectável
pelos equipamentos normais de medição.

As curvas existentes da f.e.m. gerada em função da temperatura, têm fixando-se a junta de


referência à 0°C (ponto de solidificação da água), porém nas aplicações prácticas dos termopares
junta de referência é considerada nos terminais do instrumento receptor e esta encontra-se a
temperatura ambiente que é normalmente diferente de 0°C e variável com o tempo, tornando
assim necessário que se faça uma correcção da junta de referência, podendo esta ser automática
ou manual.

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3. Referências Bibliográficas
• MARQUES. Prof. Alessandro, TM362 - Sistemas de Medição 2,
www.metrologia.ufpr.br
• ACOSTA. Simone Massulini, Medição De Temperatura,
• http://paginapessoal.utfpr.edu.br/camara/INSTRUMENTAÇÃOINDUSTRIAL
• ‘Rocha’, Balanço energético e coeficientes culturais, Pyrus communis, Anexo I
• GOMES. Breno Henrique Tavares; FREIRE. Carolina da Silva; DE SÁ. Larissa Mota,
Medição de temperatura de caldeiras usando termopar
• COELHO. Eng. João Paulo, SENSORES & ACTUADORES: Material de Apoio às
Aulas, Instituto Politécnico de Bragança: Escola Superior de Tecnologia e Gestão,
2004/2005
• SEIDEL. Álysson Raniere, INSTRUMENTAÇÃO APLICADA, Universidade Federal
de Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 3ª ed. 2010
• SENSE, Medição de Temperatura em Processos Industriais: Variáveis de Processo
(Temperatura)

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