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Apostila
“Tecnologia em Aerogeradores”
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Índice de Figuras
Figura 1. Evolução da Tecnologia em Aerogeradores .................................................................................. 6
Figura 2. Passagem do Fluxo de Ar pela Turbina Eólica ............................................................................... 7
Figura 3. Vetores de velocidades e forças sob um perfil aerodinâmico ....................................................... 9
Figura 4. Turbinas de Eixo Horizontal (pequena potência e alta potência) .................................................. 9
Figura 5. Turbinas Eólicas de Eixo Vertical ................................................................................................. 10
Figura 6. Coeficiente de potência em função da relação de velocidades e ângulo de passo ..................... 12
Figura 7. Características de rendimento de diversos projetos de turbinas ................................................ 12
Figura 8. Características Cp e Cq de turbina eólica.................................................................................... 13
Figura 9. Característica de potência de uma turbina eólica ....................................................................... 14
Figura 10. Efeito do ângulo de passo no rendimento da turbina ............................................................... 15
Figura 11. Característica operacional típica de uma turbina eólica ........................................................... 16
Figura 12. Características operacionais de turbinas comerciais no Brasil .................................................. 17
Figura 13. Arquiteturas de Sistemas Eólicos Conectados à Rede Elétrica .................................................. 18
Figura 14. Tipos de geradores assíncronos................................................................................................. 20
Figura 15. Curva conjugado em função da rotação da máquina de indução ............................................. 21
Figura 16. Circuitos equivalentes da máquina de indução ......................................................................... 22
Figura 17. Circuito equivalente incluindo sistema externo e capacitor de correção de reativos............... 23
Figura 18. Desempenho do gerador de indução frente a condições particulares da rede e do circuito de
rotor ........................................................................................................................................................... 23
Figura 19. Acoplamento de características entre gerador e rotor eólico................................................... 24
Figura 20. Configuração básica da máquina de indução duplamente alimentada..................................... 24
Figura 21. Fluxo de potência na máquina em operação sub-sincrona ....................................................... 25
Figura 22. Fluxo de potência na máquina em operação super-sincrona.................................................... 25
Figura 23. Características de potências de estator e rotor geradas na máquina duplamente alimentada 26
Figura 24. Rotor de gerador síncrono de oito polos ................................................................................... 28
Figura 25. Avanço da tecnologia a ímãs permanentes ............................................................................... 28
Figura 26. Topologia da máquina a ímãs permanentes de fluxo radial ...................................................... 29
Figura 27. Modelo matemático da máquina síncrona conectada a rede elétrica ...................................... 29
Figura 28. Potências ativa e reativa fornecida por um gerador síncrono conectado a rede por
conversores estáticos ................................................................................................................................. 30
Figura 29. Eficiência do gerador elétrico em função de uma estratégia operacional ................................ 30
Figura 30. – Arquiteturas de Sistemas de Geração para Aerogeradores ................................................... 32
Figura 31. Conversor limitador da corrente de conexão de gerador elétrico ............................................ 32
Figura 32. Retificador a diodos ................................................................................................................... 33
Figura 33. Conversor CC-CA a IGBT's .......................................................................................................... 33
Figura 34. Sistema de Conversão Estática com Três Conversores.............................................................. 34
Figura 35. Sistema de Conversão Estática com Dois Conversores PWM.................................................... 35
Figura 36. Curva da Potência Extraída em Função da Velocidade do Vento .............................................. 36
Figura 37 Características de potência de aerogerador a velocidade constante ......................................... 37
Figura 38 Características de potência de aerogerador a velocidade variável ............................................ 38
Figura 39 Comparação entre curvas de potência típicas de turbinas a velocidade constante e a
velocidade variável ..................................................................................................................................... 40
Figura 40 Comparação da operação de uma turbina a velocidade constante e uma turbina a velocidade
variável para ventos abaixo do vento nominal.......................................................................................... 41
Figura 41 Topologia do Aerogerador com Gerador de Indução com Rotor em Gaiola .............................. 42
Figura 42 Esquema do Aerogerador com Gerador de Indução com Resistores Chaveados no Rotor ....... 43
Figura 43 Configuração do Gerador Síncrono com Conversores PWM ...................................................... 44
Figura 44 Configuração de um Aerogerador Utilizando a Tecnologia Similar à Comercializada pela
Enercon....................................................................................................................................................... 45
Figura 45 Sistema de um Aerogerador a Velocidade Variável Utilizando Gerador de Indução Duplamente
Alimentado ................................................................................................................................................. 46
Figura 46 Tecnologias responsáveis pelos distúrbios harmônicos ............................................................. 50
3
Figura 47 Corrente de saída distorcida devido à frequência de chaveamento dos elementos dos
inversores ................................................................................................................................................... 50
Figura 48 Afundamento de tensão trifásico para 50% ............................................................................... 52
Figura 49 Curva de suportabilidade requerida pelo código de rede brasileiro .......................................... 53
Figura 50 Gerador de afundamento de tensão sugerido pela norma IEC61400-21 ................................... 53
4
1. Introdução:
Este texto discute os aspectos gerais e específicos das principais tecnologias atualmente
comercializadas nos modernos aerogeradores. Procura-se, no estado da arte, os elementos norteadores
que guiem e forneçam subsídios para uma avaliação consubstanciada das arquiteturas existentes com
foco na qualidade da energia elétrica gerada.
Entende-se, como sistema de geração elétrica neste documento, o sub-sistema que consiste do
gerador elétrico e dos conversores estáticos que promovem a adequação da energia elétrica gerada nos
terminais deste gerador com a energia fornecida às redes elétricas ou cargas isoladas. A configuração
deste sub-sistema é dependente da aplicação pretendida e apresentou grande evolução nos últimos 20
anos, seguindo o desenvolvimento de dispositivos eletrônicos e da tecnologia de materiais, que permitiu
o advento de tecnologias modernas e de alta eficiência a velocidade variável.
A aplicação de geração de eletricidade por acionamento através de rotor eólico para conexão aos
sistemas elétricos convencionais consistia normalmente de máquinas de médio/grande porte,
inicialmente na faixa de centenas de kW e chegando aos aerogeradores de multi-MW atualmente
comercializados. Na última década contudo, o curso da tecnologia em turbinas eólicas alterou-se
definitivamente, garantindo visibilidade, confiabilidade e viabilidade.
As máquinas de pequeno porte são utilizadas na geração de energia elétrica em sistemas isolados
e no bombeamento de água, sendo que nestas duas aplicações o uso de geradores síncronos e a
presença de conversores estáticos representam uma realidade que consolidou esta tecnologia. Os
sistemas de geração elétrica presentes nas turbinas eólicas de pequeno porte migraram rapidamente da
concepção arcaica utilizando geradores de corrente continua para a solução com geradores síncronos
com excitação elétrica (bobina de campo) ou a imãs permanentes. Os equipamentos com geradores em
corrente continua se mantiveram no mercado por longas décadas do século passado, mas não
conseguiram consolidar a tecnologia e foram substituídos pelos equipamentos que utilizam a conversão
eletromecânica em corrente alternada. A presença de retificadores e de inversores estáticos, para a
necessária conversão de frequência e o adequado armazenamento energético em baterias de
acumuladores, já representavam uma realidade em equipamentos comercializados nos anos 70 e 80
[Silva, 1988]. Os primeiros equipamentos comercializados naquelas décadas apresentavam máquinas
com excitação elétrica em configuração auto-excitada e com caixa de multiplicação de velocidades,
ajustando a rotação do rotor eólico com a frequência de geração do alternador para garantir que a
frequência das ondas elétricas se aproximasse de frequências comerciais das redes elétricas. A
tecnologia presente nos conversores estáticos utilizava dispositivos semicondutores a base de diodos e
tiristores, chaveando em baixas frequências.
5
Figura 1. Evolução da Tecnologia em Aerogeradores
Ec = 12 ρ. V 2
onde ρ é a massa específica de ar ( ≅ 1,2 kg/m ).
3
A potência eólica disponível é calculada pela taxa de variação desta energia eólica, sendo
expressa em Watts por:
Pe = 12 ρ. A. V3
onde A é a área varrida pelo rotor eólico.
É possível mostrar que, apenas uma parte desta energia cinética contida nas massas de ar é
conversível, uma vez que o ar deve conservar uma velocidade que permita a passagem de seu fluxo
através do rotor de uma turbina eólica
eólica, como ilustra a Figura 2.. A melhor conversão teórica de
6
energia é obtida quando a velocidade na esteira do rotor (após passar pela área varrida pelo rotor
eólico) é igual a 1/3 da velocidade do vento incidente. A partir desta relação aproximada, a
potência mecânica, teoricamente recuperável de uma instalação eólica é calculada, no máximo, a
59.3% da potência disponível incidente. Este valor estimado da eficiência máxima de conversão é
conhecido como limite de Betz, apesar de em turbinas comerciais os testes em campos tem
indicado normalmente eficiências de conversão bem inferiores.
∞
V 3 = 3 ∫ V 3 . p(V ).dV = 3 ∑ [V ] . p(V )
3 3
Uma turbina eólica é formada essencialmente por um conjunto de pás sob a ação do vento.
As forças que são exercidas sobre estas pás fazem com que estas girem em torno de um eixo. A
ação do vento sobre um corpo pode ser definida por duas componentes de forças: o arrasto e a
7
sustentação. A força de arrasto é a componente na direção da velocidade de vento relativa,
enquanto a força de sustentação é a componente perpendicular a esta direção (Figura 3).
A velocidade de vento relativa Vr é calculada levando em conta o fator de interferência (a)
sobre a velocidade de vento incidente (V) em uma turbina e o efeito da velocidade rotacional do
rotor eólico (w) na periferia do círculo de raio R, vale :
Vr = V (1 − a ) − w.R
Lembrando que nesta expressão todas as velocidades são vetores, pois possuem direções
distintas.
As forças de sustentação (FL) e de arrasto (FD) são proporcionais à densidade do ar, à área
das pás e ao quadrado da velocidade de vento relativa do aerofólio. As constantes de
proporcionalidade são definidas como coeficientes de sustentação (CL) e arrasto (CD), que são
funções do ângulo de ataque (α) e constituem características implícitas ao perfil aerodinâmico das
pás .
A força resultante sobre o rotor eólico, no plano de rotação, que contribui para o conjugado
desenvolvido pela pá, vale (Gimpel and Stodhart, 1958):
Fa = FL .senθ − FD . cosθ
onde θ =α + β
α = ângulo de ataque em relação ao plano de rotação (ângulo entre a velocidade de
vento relativa e o eixo de simetria do perfil aerodinâmico)
8
Figura 3. Vetores de velocidades e forças sob um perfil aerodinâmico
As turbinas de eixo horizontal apresentam seu eixo de rotação em paralelo com a direção
do vento. Nestes tipos de turbinas se encontram os modelos multipás americano e as turbinas
eólicas rápidas de 3, 2 e 1 pás. A Figura 4 ilustra dois tipos de turbinas de eixo horizontal, uma de
pequeno porte e outra de alta potência. Nestes dois projetos distintos pode-se identificar as
similaridades de possuírem três pás e alta eficiência de conversão, serem regidas por forças de
sustentação predominantes, além de possuírem baixa área de material nas pás em relação à área
varrida pelo rotor eólico em movimento (baixa solidez). Estas máquinas apresentam velocidades de
rotação que produzem altas velocidades tangenciais nas pontas das pás (> 10 vezes a velocidade
de vento incidente).
A qualidade das forças predominantes na operação de uma turbina eólica dita praticamente
suas características básicas.
cas. As turbinas que funcionam por arrasto (modelo Savonius, por
exemplo) apresentam normalmente baixas velocidades ro rotacionais,
tacionais, baixos rendimento
rendi
aerodinâmico e um custo elevado pela grande quantidade de material envolvido. As turbinas
rápidas como as tri-pás, bi-pás,
pás, monópteros e Darrieus, se caracterizam por operarem por susten-
susten
tação apresentando elevadas velocidades e altos rendimentos aerodinâmicos
dinâmicos sendo, portanto,
indicadas para geração de eletrici
eletricidade.
Um importante parâmetro do projeto de turbinas eólicas é a relação entre a área total das
pás do rotor e a área varrida por estas, num perímetro correspondente a 770%
0% do raio das pás. Este
parâmetro adimensional é conhecido por solidez (σ) e vale (Gimpel e Stodhart, 1958):
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11
n. c
σ=
0. 7 π D
onde n = número de pás;
c = corda a 0.7 do raio das pás (m);
D = diâmetro do rotor (m(m).
A referência ao ponto de 70% do raio é utilizada pois esta região das pás da turbina eólica
está sujeita aos maiores esforços estruturais.. Pela análise de alguns projetos eólicos tem-se
tem
observado que a solidez pode fornecer informações mais detalhadas ssobre a operaçãoração da turbina.
Um rotor de alta solidez apresenta alto conjugado de partida e bom desempenho em baixas
velocidades. Rotores de baixa solidez operam a velocidades elevadas, a rendimentos maiores e
com pobre característica
terística de partida. A solidezz de turbinas eólicas modernas atinge valores entre
5% e 10%, já que devem ser projetadas para altas eficiências e altas velocidades o que implica
aplicações direcionadas à geração de energia elétrica. No caso de uma turbina eólica multipás a
solidez excede 50%.
w. R
λ=
V
onde R (em metros) é o raio do rotor eólico, medido na ponta da pá, w (em radianos por
segundo) é a rotação da turbina eólica e V é a velocidade de vento (em metros por segundo).
segundo)
O coeficiente de potência Cp,, também chamado de rendimento aerodinâmico de uma
turbina eólica, é um parâmetro adimensional normalmente expresso em função da relação de
velocidades λ e do ângulo de passo β, é definido como:
Pt
Cp =
2 ρAV
1 3
T Cp
Cq = =
2 ρARV λ
1 2
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λQmax.. A região de baixas relações de velocidades é caracterizada pelo "estolamento" das pás,
isto é, a perda de sustentação que ocorre das seções externas da pá (ponta) para as internas
i (raiz
da pá).
Pt = 12 . Cp. ρ. A . V 3
onde
nde Cp é chamado de coeficiente de potência, que repres
representa
enta a eficiência aerodinâmica da
turbina eólica e depende da velocidade de vento e da velocidade rotacional do rotor eólico.
Algumas estimativas da energia eólica extraível podem ser obtidas utilizando-se
utilizando o valor
médio do coeficiente de potência ou a caracaracterística
cterística Cp(V) de um rotor eólico característico,
através da função de distribuição de probabilidade p(V), da seguinte forma:
∞
Pt = ρ . A.∫ Cp (V ).V 3 . p (V ).dV = 12 ρ . A.∑ Cp (V ).V 3 . p (V
1
2 ( )
0
Outra expressão da energia extraível é o "fator de capacidade", que pode ser calculado
pela razão entre a potência extraível e a potência nominal do aerogerador ou da usina eólica.
eólica
Como a turbina eólica possui um dado valor de máximo coeficiente de potência (Cpmax)
que ocorre em uma dada relação de velocidades λo para cada ângulo de passo, é importante
avaliar o que representa a operação em pontos de Cpmax. Além disto, d devido
evido à operação em altas
velocidades, os rotores de baixa solidez necessitam de dispositivos de controle e proteção a fim de
garantir confiabilidade e segurança aaos equipamentos.
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C p max
Pt = 12 ρ . A.V 3 .C p max = 12 ρ . A.R 3 .w3 .
λo 3
Torna-se
se praticamente difícil prever uma carga cuja potência consumida varie de forma
cúbica em ampla escala de rotação. Além disto, os próprios equipamentos de geração elétrica
e não
operariam acima de sua potência nominal. Assim é usual limitar a potência desenvolvida por uma
turbina eólica, de modo que, a partir da velocidade nominal de projeto VR, a rotação e, portanto a
potência, permaneçam aproximadamente constantes.
Esta limitação de potência pode ser implementada por diversas maneiras, entre elas: o
sistema de variação do passo (em turbinas de passo variável
variável- controle de passo passivo ou ativo) e
o controle por "stall" (em turbinas de passo fixo). A variaçã
variaçãoo do passo consiste no aumento do
ângulo de passo da pá , β, com o aumento da rotação, levando a uma redução no ângulo de
ataque, que reduz a sustentação
tação e o rendimento aerodinâmico de turbina. O efeito da variação do
ângulo dee passo nas características de Cp de uma turbina típica é ilustrado n
na Figura 10,
10 onde pode
se compreender o impacto deste mecanismo de regulação sobre a rotação do aerogerador.
aerogerador
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Turbinas da IMPSA/Vensys
Figura 12.. Características operacionais de turbinas comerciais no Brasil
A conversão de energia mecânica em energia elétrica por meio de turbinas eólicas é promovida
pelo uso de geradores trifásicos síncronos ou assíncronos de corrente alternada, em diversas
arquiteturas, como ilustrado na Figura 13 [Heier, 1998]. O uso de cada tipo de gerador é função de uma
série de fatores que consideram normalmente:
• As características de amortecimento;
• A capacidade de consumo e/ou fornecimento de potência reativa;
• A resposta dinâmica frente a curtos-circuitos;
• A robustez de sua construção;
• A possibilidade de projeto e construção de equipamentos com alto número de pólos;
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Neste capítulo são discutidos os diversos tipos de geradores elétricos para sistemas de geração em
turbinas eólicas. As características que definem a escolha por uma máquina elétrica específica serão
assunto que transcende este capítulo
capítulo, mas suas bases se estabelecem aqui.
Diversos tipos de máquinas elétricas são/foram propostas para utilização em sistemas de geração
para turbinas eólicas, onde se pode elencar:
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A máquina de indução com rotor em gaiola, devido a sua construção particular com enrolamento
de rotor fechado em curto-circuito
circuito por anéis terminais, é energizado apenas pelo enrolamento
enrolamen de
estator, sendo induzidas correntes no rotor quando há diferença de rotação entre o rotor e o campo
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O primeiro circuito equivalente da Figura 16 representa o modelo genérico que pode ser utilizado
para estudo
udo da máquina de indução com rotor em gaiola (bastando curtocurto-circuitar
circuitar a fonte de tensão de
rotor), da máquina de indução com rotor bobinado com resistências externas inseridas no rotor
(bastando incluir a resistência externa no lugar da tensão de rotor) ou da máquina de indução de dupla-
dupla
alimentação (bastando incluir uma fonte de tensão externa no circuito de rotor). O segundo circuito
equivalente desta Figura 16 constitui um modelo simplificado usualmente utilizado para estudos de
conexão da máquina de induçãodução de rotor em gaiola na rede elétrica, e sua aproximação do circuito
original se deve apenas ao deslocamento do ramo de magnetização que simplifica bastante as equações
matemáticas.
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Quando uma máquina de indução está conectada solidamente à rede elétrica, isto é, seus
enrolamentos de estator estão diretamente energizados pela rede a tensão e frequência constante, o
comportamento da máquina como gerador é tipicamente análogo à sua operação como motor.
motor Assim a
máquina normalmente opera a baixos escorregamentos, isto é, a rotação é praticamente constante
c e
próxima da rotação síncrona. Além disto, a máquina consome potência reativa para sua magnetização e
seu conjugado eletromagnético é diretamente proporcional ao escorregamento, como pode ser
verificado na expressão deduzida do circuito equivalent
equivalente simplificado:
,
3 3
,
2 .
, 2 . ,
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A Figura 17 ilustra
tra um circuito equivalente completo de um aerogerador com gerador de indução
de rotor em gaiola, destacando o capacitor de correção de fator de potência e a impedância do sistema
externo (transformador mais rede elétrica). Da análise deste circuito pode-sse inferir sobre o
comportamento deste gerador quando conectado a redes elétricas fracas (alta impedância) ou fortes
(baixa impedância) ou quando sujeitas a quedas de tensão.
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− Região supersíncrona: PN = Ps + PR
− Região subsíncrona: PN = Ps − PR
0.7 wsíncrono < wr < wsíncrono
onde
As características de potências estatórica e rotórica em função da velocidade de vento é ilustrada
na Figura 23, indicando a região onde se busca maximizar a potência gerada e a região onde se busca
limitar a potência gerada. Além disto, destacam
destacam-sese os fluxos em modos de operação sub-sincrono
sub e
supersincrono.
Potência Estator
Potência Rotor
1
0.8
Potência Ativa [pu]
0.6
0.4
0.2
-0.2
-0.4
0 5 10 15 20 25 30
V V
cutin Velocidade de Vento [m/s] cutout
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A máquina síncrona possui enrolamento trifásico em estator onde são induzidas as tensões
trifásicas que alimentam
limentam os sistemas elétricos modernos. Contudo, é no circuito de rotor que esta
máquina se diferencia, possuindo projetos particulares:
− Rotor bobinado: provê a excitação elétrica que induz as tensões no estator, regula tensões
e os fluxos de reativos ent
entre máquina e rede;
− Rotor a ímãs permanentes: a excitação é provida por ímãs instalados no rotor em diversas
configurações, permitindo projetos especiais adequados a aplicações típicas;
− Rotor em relutância variável: não possui excitação no circuito de rotor,
rotor logo irá consumir
reativos, mas possui a vantagem de ter um rotor robusto e sem perdas elétricas.
As máquinas síncronas têm a capacidade de prover sua própria excitação, que pode ser obtida por
meio de um eletroímã no rotor (bobina de campo) ou através d de
e imãs permanentes. A máquina
síncrona com excitação elétrica tem uma interessante característica quando comparada com a máquina
a imãs permanentes: excitação ajustável e, consequentemente tensão a vazio variável. Isto explica o
porquê do seu uso em sistemas mas de geração conectados à rede e a velocidade constante em
hidroelétricas e termelétricas.
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29
P= sin δ Q=
X s + X EQ X s + X EQ
Apesar da simplicidade
ade da operação da máquina síncrona conectada à rede elétrica, este modo
operativo não é possível para aerogeradores. A operação a velocidade variável da turbina eólica é
incompatível com a operação do gerador síncrono conectado diretamente na rede elétrica,
elétric que
caracteriza uma operação a velocidade constante, logo problemas de sincronismo com a rede e de
estresses dinâmicos devido a oscilações angulares tornariam a operação impossível.
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naturalmente no controle dos conversores, representa uma operação completamente diferente. Como
a máquina opera como fonte de tensãtensão e é possível operar os conversores como fonte de corrente
controlada, o controle dos fluxos de ativos e reativos pode ser projetado para uma grande diversidade
de objetivos. Na Figura 28 é ilustrada a característica de potência gerada por um gerador síncrono
sínc a
ímãs permanentes, conectado a rede elétrica por conversores estáticos. Observa
Observa-se
se que o projetista
busca neste caso maximizar a potência ativa gerada em função da velocidade de vento que atinge o
rotor eólico que o aciona, mantendo a potência reati
reativa
va nos terminais do gerador nula,
nula o que maximiza a
utilização da capacidade do conversor e reduz as perdas na máquina elétrica.
Figura 28.. Potências ativa e reativa fornecida por um gerador síncrono conectado a rede por
conversores estáticos
Para exemplificar o sucesso da estratégia operativa da Figura 28, na Figura 29 é apresentada a
eficiência do gerador nos mesma faixa operacional. Assim ilustra
ilustra-se
se que na presença de um conversor
estático várias estratégias operacionais podem ser desenvolvidas e o controle da potência gerada pode
buscar atender a um dado objetivo operacional.
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Os geradores de acionamento direto (“direct drive”) constituem uma possibilidade para melhoria
da conversão em aerogeradores [Grauers, 1996], desde que podem reduzir os custos da eletricidade
produzida nestes artefatos. Estes geradores diferem de outras máquinas elétricas principalmente
porque são projetados para operação em baixa rotação e baixa frequência,, além de possuir um ciclo de
carga específico da conversão eólica
eólica,, para o qual são otimizados. Os principais fatores que permitem os
geradores de acionamento direto constituírem soluções de menor custo são:
- Manutenção reduzida: Este constitui um fator muito relevante, pois afeta o custo operacional que
agrega o efeito de disponibilidade
idade do aerogerador.
- Projeto da nacele
cele do aerogerador pode ser simplificado: O gerador de acionamento direto deve
agregar um projeto em harmonia com o rotor eólico, simplificando o projeto total, com impacto nos
custos.
Definido o conceito de geradores de acionamento direto, persiste ainda questões sobre a escolha
entre geradores síncronos a excitação elétrica e a imãs permanentes. Contudo considerando-se
considerando que
para um dado conjugado nominal, as máquinas síncronas com maior número de polos são capazes de
uma redução de massa no núcleo de estator e de rotor, além de naquelas máquinas com menor passo
polar podem agregar redução de massa e de custo [Grauers, 1996]. As máquinas síncronas com
excitação elétrica
étrica não se adéquam a configurações de enrolamentos com passo encurtado, além de
possuírem rotores mais pesados e mais volumosos que aquelas com imãs permanentes, para criar a
mesma densidade de fluxo no entreferro.
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Apesar de serem mais caros, a presença de imãs permanentes eliminam as perdas da bobina de
excitação e permitem menores passos polares do que aqueles permitidos pela excitação elétrica. Assim
as máquinas a imãs permanentes podem ser menores, sendo se seus
us passos polares limitados pelo
aumento do fluxo de dispersão nos imãs. A comparação feita constitui uma avaliação ainda simplificada
e não incluiu o impacto da reação de armadura das correntes de estator.
3.2.1 Características
cas da Conversão Estática
Para operação a velocidade variável, as usinas eólicas que utilizam geradores síncronos
apresentam-sese em duas estruturas distintas dos conversores estáticos de potência. Estas arquiteturas
são:
• Aerogerador síncrono com retificado
retificador a diodos e conversor boost;
• Aerogerador síncrono com retificador PWM
Estas alternativas apresentam diferenças apenas no estágio de retificação (conversão CA-CC)
CA dos
conversores de potência, mantendo
mantendo-se
se o inversor PWM no estágio de inversão (conversão CC-CA).
CC Estas
diferenças nas características construtivas afetam o comportamento operacional destas tecnologias,
com reflexos sobre o custo de instalação, e merecem, portanto, estudos técnico-econômicos
técnico
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A conexão
onexão com a rede através de um transformador é normalmente composta também de filtros
para minimizar a penetração de harmônicos na ordem da frequência de chaveamento na rede elétrica.
Destaca-se
se na literatura técnica a utilização de filtros RL série, LCL série-paralela
paralela ou filtros sintonizados
nas frequências próximas à frequência de chaveamento.
Com a topologia acima descrita, é possível implementar o controle da potência ativa gerada
através do controle de corrente do conversor do gerador, de forma tal a se trabalhar em um ponto
ótimo de extração de potência para uma dada velocidade de vento local. O controle de conversor do
lado da rede possibilita entrega máxima da energia gerada para a rede, podendo ainda, contribuir para
compensação da potência reativa va da rede elétrica aproveitando a ociosidade em sua potência aparente
nominal ou pode minimizar distúrbios como flutuações de tensão, harmônicos e desequilíbrios,
melhorando a qualidade da energia elétrica fornecida aos consumidores.
4. Engenharia de Sis
Sistemas
temas de Conversão de Energia
Eólica:
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36
Quando acionado por uma turbina eólica, um gerador elétrico deve se comportar da seguinte
forma,, como ilustrado na Figura 36
36:
• Na região sub-nominal
nominal (quando a velocidade de vento no local de instalação da turbina é
inferior à velocidade de vento nominal da turbina): neste caso, o gerador elétrico deve operar
com potência ativa variável em função da velocidade de vento, podendo nas tecnologias a
velocidade variável garantir máxima eficiência da conversão. Por isto esta região é conhecida
como região de otimiz
otimização
ação de potência, e o controle de potência é eletromagnético (ou
elétrico ou eletrônico, se existir);
• Na região nominal (quando a velocidade de vento é igual ou superior à velocidade nominal da
turbina): neste caso, a potência ativa gerada deve ser constan
constante
te e igual ao valor nominal, por
ação do sistema de controle de passo (nas tecnologias a velocidade variável) ou de regulação
por estol (nas tecnologias a velocidade constante). Esta região é também denominada de
região de limitação de potência e o control
controle
e de potência é mecânico ou aerodinâmico.
Região
Nominal
1
Potência Gerada [pu]
0.8
Região Sub-
Nominal
0.6
0.4
0.2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
V V
cutin Velocidade de Vento [pu] cutout
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37
As curvas características
ísticas de potê
potência
ncia versus rotação, para vários valores de velocidade de vento,
ilustram bem as diferençasas em termos de o otimização da potência
ncia para aerogeradores que operam a
velocidade constante ou variável.
vel. Conforme ilustra a Figura 37, o gerador opera em uma velocidade
constante que é determinada pela frequfrequência da rede elétrica, pelo número
úmero de pólos
pó e a relação de
transmissão, independente da velocidade de vento incidente. Neste caso o gerador somente é capaz de
atingir o ponto ótimo
timo da curva quando a velocidade do vento
vento, neste caso, é de 11 m/s, causando uma
perda de potência
ncia para velocidades diferentes.
Para a produção de energia el elétrica através dos aerogeradores, são o utilizados dois tipos de
máquinas elétricas: as síncronas
ncronas e as ass
assíncronas. Os geradores assíncronos,
ncronos, quando de indução
indu em
gaiola de esquilo, são
o empregados para aplicações
es em velocidade constante, enquanto que os geradores
de induçãoo com rotor bobinado e os ssíncronos são, geralmente, utilizados em conjunto com conversores
estáticos caracterizando sistemas que operam velocidade variável.
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38
Figura 38 Característica
Características de potência de aerogerador a velocidade variável
Os sistemas de conversão de energia eólica podem ser classificados como sistemas que operam a
velocidade constante e sistemas que operam a velocidade variáv
variável.
el. Estes modos de operação são função
da tecnologia de conexão do gerador à carga ou à rede elétrica.
A conexão direta naa rede elétrica de aerogeradores caracteriza o conceito de turbinas eólicas
operando a velocidade constante (“conceito dinamarquês”), q que dominou as usinas eólicas no mundo
durante as duas últimas décadas do século passado, prioritariamente utilizando geradores de indução
em gaiola. A operação a velocidade constante pressupõe normalmente o uso de geradores com uma
excursão bastante restrita de velocidade
velocidade, o que normalmente afeta seu aproveitamento energético. Em
contrapartida,, estes sistemas por estarem mais rigidamente conectados às redes elétricas, são mais
susceptíveis às variações de tensão (perda de excitação em geradores de indução) e aos problemas de
estabilidade (principalmente quando se usam geradores síncronos, o que praticamente eliminou esta
opção entre os sistemas instalados no mundo). Neste tipo de conexão, o amplo uso de geradores de
indução em gaiola se justifica pela facili
facilidade
dade de sincronismo com a rede elétrica e pela limitada
contribuição a curtos-circuitos.
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A limitação da potência transformada pelo sistema eólico garante a segurança operacional dos
equipamentos. A potência de grande parte das usinas a velocidade constante é limitada de forma
passiva, isto é, utiliza o efeito aerodinâmico de stall da turbina para garantir a geração de potência
inferior à nominal para velocidades de vento superiores à velocidade de vento para a qual o sistema foi
projetado. Apesar da simplicidade, pois não necessita de um sistema de controle e atuadores dedicados
ao grampeamento da potência eólica, o controle por stall, além de causar maiores esforços mecânicos
sobre os componentes do sistema, não se comporta idealmente, isto é, a potência gerada para
velocidades de vento o acima do valor nominal são inferiores à potência máxima, o que causa redução na
capacidade de geração da usina.
Em sistemas de conversão de energia eólica que operam com velocidade variável, a conexão na
rede elétrica é feita normalmente pela utilização de conversores estáticos e prioritariamente com uso
de barramentos intermediários em corrente contínua, tecnologia que é dominante nos sistemas
modernos de conversão de frequência utilizados nos acionamentos ntos industriais. A conexão estática
permite o controle desacoplado de potência ativa e reativa, o amortecimento efetivo das flutuações de
potência, a operação com máxima eficiência energética e a minimização dos problemas de qualidade da
energia gerada (dependente
ependente da tecnologia a ser utilizada), facilitando sua integração em redes fracas.
Em alguns equipamentos,, o uso de geradores síncronos com excitação elétrica (bobina de campo),
campo)
embora representem investimentos mais elevados, se justifica pela possibili
possibilidade
dade da aplicação de
retificadores à comutação natural, consideravelmente mais baratos. Além disto, a possibilidade de
projetos com alto número de polos permite a redução das relações de transmissão mecânica, ou mesmo
a eliminação das caixas de transmissão
transmissão, como nas turbinas “gearless”, atualmente identificadas
dentificadas também
pelo termo “direct drive”.. Nesta tecnologia competem os aerogeradores com geradores síncronos com
excitação elétrica, a exemplo dos modelos de turbinas eólicas comercializadas pela ENERCON
(atualmentee denominado “conceito alemão”) e os geradores síncronos a imãs permanentes.
Apesar do uso de geradores de indução com rotor em gaiola ser competitivo devido a sua inerente
robustez, esta máquina quando compondo um aerogerador a velocidade variável, requer retificadores a
comutação forçada, que apresentam custos mais altos que as outras tecnologias disponíveis. Estes
conversores são projetados para uma potência aparente mais elevada, em razão do consumo de
potência reativa da máquina elétrica e logo, esta
sta tecnologia ainda é pouco atrativa ao mercado.
Já o uso de geradores de indução com rotor bobinado, em sua estrutura mais utilizada com dupla
alimentação, embora represente, à semelhança dos geradores síncronos, investimentos e custos de
operação mais elevados, permite a especificação de conversores estáticos com potência aparente
bastante inferior (cerca de 30 a 40% da potência nominal da máquina), o que explica o elevado número
de modelos atualmente disponíveis no mercado. Todavia, os geradores de in indução
dução duplamente
excitados permitem uma excursão de velocidade limitada a ±30% 30% em torno do valor nominal,
dependendo da potência de seus conversores estáticos de rotor, limitando sua capacidade de
otimização energética. Além disto, ao utilizar
utilizar-se um conversor
sor de menor potência, estes geradores
possuem menor capacidade de compensação de distúrbios nas tensões das redes elétricas onde se
encontram conectados.
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40
Apesar do aumento do custo inicial do projeto, diversos benefícios são decorrentes da utilização de
topologias
opologias a velocidade variável. A capacidade de extração de potência com máximo rendimento, a
redução dos esforços mecânicos, a capacidade do controle da injeção de reativos no sistema, mesmo
em momentos de falta, a melhoria da qualidade da energia elétrielétrica
ca gerada são alguns dos fatores mais
relevantes. Em (BURTON, et al., 2001), é realizado um cálculo comparativo da energia elétrica gerada
por usinas a velocidade constante e a velocidade variável. Relata
Relata-se
se um ganho de 6% das topologias a
velocidade variável.. Os custos adicionais das turbinas a velocidade variável são decorrentes da utilização
de dispositivos semicondutores de potência e da aplicação de mecanismos para variação do ângulo de
passo, garantindo regulação de potência próxima à curva ideal.
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Figura 40 Comparação da operação de uma turbina a velocidade constante e uma turbina a velocidade
variável
ariável para ventos abaixo do vento nominal
5. Tecnologias de Aerogeradores:
Neste documento serão o apresentadas cinco tecnologias de aerogeradores, sendo duas operando
em velocidade constante, máquinaquina de indu
indução (GI), e uma com gerador de indução o com rotor bobinado
com chaveamento de resistores no rotor, semelhante ao modelo comercializado pela Suzlon e outras
três operando em velocidade vari variável, compreendendo duas tecnologias com gerador síncrono
s e uma
com gerador de indução o duplamente alimentado (DFIG).
Nota-se,
se, atualmente, uma tend
tendência de maior utilização de aerogeradores em velocidade variável,
vari
posto que são o mais comercializados (Medeiros et al., 2005). Assim foram levadas em conta as
características elétricas
tricas e operacionais das tecnologias eeólicas, estudadas sob o ponto de vista da
qualidade de energia elétrica.
A aplicação de cada um desses aerogeradores é função de uma série rie de fatores, que consideram
normalmente:
• as características cas de amortecimento do gerador;
• a capacidade de consumo e/ou fornecimento de pot potência reativa;
• o nível vel de contribui
contribuição para curtos-circuitos;
• a robustez de sua constru
construção;
• a possibilidade de projeto e construção de equipamentos com alto número mero de polos;
p
• os custos de aquisi
aquisição e de operação e
• as dificuldades de sincronismo com a rede el elétrica.
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42
As principais características
sticas de cada uma das tecnologias estudadas ser
serão apresentadas a seguir,
buscando consolidar uma compreensão maior dos aerogeradores comercialmen
comercialmente
te existentes.
existentes
Esta tecnologia de aerogerador é bastante simples e não possui qualquer tipo de controle de
potência, operando em velocidadedade constante, determinada pela frequênciancia da rede elétrica
el à qual a
mesma encontra-se conectada, independente da velocidade do vento.
O gerador de indução o trabalha em uma faixa de opera operação o de velocidade ligeiramente
supersíncrona,
ncrona, estabelecendo um escorr
escorregamento negativo. A ausência
ncia de elementos armazenadores
de energia em sua estrutura permite que todos os distúrbios inerentes às variações da potência
existente no vento (rajadas de vento) sejam diretamente transferidos à rede elé étrica, ocasionando
diversos
os problemas de qualidade de energia para o consumidor final. Estes problemas se agravam
quando esta tecnologia de aerogerador é instalada em locais de baixa potência ncia de curto-circuito
curto
(Mendes et al., 2008). Além m destas desvantagens, esta configura
configuração apresenta
senta um custo final mais
elevado em comparação o com outros aerogeradores, proveniente, em grande parte, pela necessidade
constante de manutenção o de sua caixa de transmissão mecânica.
nica. Devido aos problemas mencionados
essa tecnologia vem sendo gradualmente substituída. Entretanto ainda há uma considerável
consider potência
instalada de usinas eólicas
licas utilizando geradores de indu
indução em todo o mundo, razãão pela qual, ainda
hoje, diversos estudos ainda devem ser considerados (Silva et al., 2006).
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Ainda existe no mercado mais uma tecnologia de aerogerador que opera a velocidade constante,
apesar desta classificação não ser acolhida com unanimidade na literatura técnica, pois é muito usual
encontrar a citação de “sistemama com faixa velocidade restrita”
restrita”. A Figura 42 apresenta o esquema
simplificado de um aerogerador similar ao comercializado pela Suzlon. Este aerogerador é constituído
por uma máquina de indução o de rotor bobinado, um conjunto de resistências
ncias ligadas no rotor,
rot um
retificador a comutação o natural e um conjunto de chaves semicondutoras a IGBT’s,
IGBT’s responsável pela
comutação das resistências continuamente
continuamente.
através da injeçãoo de corrente na rede funcionando como um inversor. Ele tem a função
fun de converter a
energia elétrica gerada a frequêência fixa do sistema elétrico. Já o conversor do lado do gerador controla
a potência
ncia convertida da turbina, funcionando como um retificador controlado, convertendo
converte a energia
gerada a frequência variávelvel em corrente contínuanua para o barramento CC intermediário.
intermedi Os pulsos
fornecidos aos conversores são o provenientes de comandos PWM independentes.
No barramento CC, que conecta os conversores, um chopper de frenagem é utilizado para dissipar
a energia excedente
xcedente do capacitor durante transit
transitórios. O chopper é acionado cada vez que a tensão
tens no
capacitor ultrapassa um determinado limite, equilibrando variaçõeses no fluxo de potência
pot e, ao mesmo
tempo, evitando um aumento excessivo na tens tensão do barramento. O chopper opper aumenta a
suportabilidade do aerogerador frente às faltas e pode ser considerado como um importante dispositivo
de ride-through (Ramos,
Ramos, 2010
2010). Um filtro do tipo LC minimiza os harmônicos nicos produzidos pelo
chaveamento dos conversores. O diagrama simplif
simplificado dessa tecnologia está apresentado na Figura 43.
Comparada com as outras tecnologias com gerador ssíncrono, ncrono, esta alternativa apresenta duas
características
sticas principais que as diferem: a presen
presença de um gerador síncrono hexafásico
sico e um conversor
a comutação natural do lado do gerador para realizar a retifica
retificação CA-CC.
CC. A Figura 44 apresenta a
estrutura básica
sica desta tecnologia para aerogeradores ssíncronos, onde se destacam o conversor estático
est
com retificador não o controlado, conversor CC/CC boost (elevador de tensão), o), dois barramentos de
corrente contínua
nua e um conversor trifásico PWM.
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45
O gerador de indução o duplamente alimentado (DFIG) é uma das tecnologias mais competitivas
para aerogeradores queue operam a velocidade varivariável. Esta tecnologia é composta de uma máquinam de
indução com rotor bobinado e, portanto, com alimenta
alimentação através de anéis is deslizantes onde o estator
está solidamente ligado à rede atrav
através do transformador. O circuito de rotor, por sua vez, é alimentado
por um conversor CA/CC/CA constru
construído por duas pontes conversoras trifásicas
sicas PWM e conectadas entre
si através de um circuito intermedi
intermediário
rio em corrente continua (barramento CC)(Mendes et al., 2008),
como ilustra a Figura 45.
Essa configuração
o possibilita que o gerador de indu
indução de dupla alimentação o trabalhe variando a
velocidade dentro dos limites de opera
operação impostos pela turbina eólica, isto é,, em rotação
rota subsíncrona
e supersíncrona.
ncrona. Essa tecnologia permite fornecer energia para a rede, com a mááquina trabalhando
abaixo, acima e, inclusive, na velocidade ssíncrona (Oliveira, 2004). O fluxo de potência pot pode se
estabelecer tanto do rotor do gerador de indu
indução para a rede elétrica
trica como no sentido inverso. Para a
transferência de potência elétrica
trica do circuito de rotor para a fonte de alimenta
alimentação, o, faz-se
faz necessário
que os conversores operem respectivamente nos modos de retifica retificação o e inversão.
invers Quando os
conversores sãoo invertidos em suas fun
funções, o fluxo de potência também m muda de sentido.
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A qualidade da energia elétrica tem sido assunto de estudos desenvolvidos no Brasil há algumas
décadas, contudo o impacto da instalação de turbinas eólicas na rede elétrica é tema relativamente
recente. Vários entre os trabalhos publicados no país foram consequência da implantação das primeiras
usinas eólicas,
ólicas, principalmente a Usina do Morro do Camelinho (CEMIG) e a Usina de Taiba (COELCE).
Estes trabalhos enfocaram, em caráter experimental, a avaliação da qualidade da energia gerada [Silva
et alli, 1999 e Junior et alli, 1999] e já indicavam as consequências do contínuo avanço tecnológico dos
artefatos eólicos.
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Atualmente
ualmente existe um código de rede nacional que define os procedimentos e delimita os critérios
para conexão nas redes nacionais de usinas eólicas [ONS, 2008], com sua aprovação pela ANEEL muito
favoreceu a instalação de novos equipamentos adequados à realidade nacional. Além disto, uma nova
edição da norma IEC61400-21 21 [2007] consolida os procedimentos de medição e de avaliação da
qualidade da energia em usinas eólicas.
Na seção seguinte é apresentada uma discussão sucinta sobre os parâmetros elétricos que
caracterizam os diversos distúrbios de qualidade da energia, tendo como ffoco
oco os distúrbios que podem
ser causados por turbinas eólica
eólicas ou que as afetam particularmente.
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Dependendo do tipo do sistema de geração que compõe a turbina eólica, este poderá operar com
sucesso em redes ditas fracas. Cuidado adicional deve se ter com instalaç
instalação
o de uma única ou de poucas
unidades de turbinas eólicas e com ttecnologias
ecnologias não adequadamente projetadas para operarem em
redes fracas, tendo em vista que poucas unidades são mais perturbadoras que usinas com grande
número de turbinas.
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5.1.8 Harmônicos
Os harmônicosos constituem um fenômeno associado à distorção de forma de onda das tensões da
rede, distanciando do seu format
formato ideal senoidal.
Ambas as topologias têm em comum o fato de usar conversores eletrônicos (PWM) que
programam a modulação por largura de pulso, estratégia que permite a operação com velocidade
variável e adaptação dos limites fator de potência.
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50
Gerador síncrono
ncrono Gerador de indução
o duplamente
G
D
Retifica Inversor
dor na rede
no
estator Retificador Inversor
no rotor na rede
Corrente
(A)
I1 I2 I3
O comando de inversores utilizando modulação por largura de pulso tem como objetivo principal
minimizar as distorções em frequências baixas. A utilização do PWM faz com as frequências de distorção
mais significativass passem a estar localizadas na região da frequência de chaveamento, minimizando,
assim, os custos com filtros, que passam a poder possuir frequências de corte mais elevadas.
Normalmente
malmente são usados os filtros L série, LC ou LCL série-paralelo
paralelo ou filtros sintonizados nas
frequências próximas à frequência de chaveamento. Estes filtros são fundamentais para minimizar a
penetração de harmônicos na ordem da frequência de chaveamento na rede elétrica a valores
permitidos
tidos para o fornecimento de energia.
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Além dos distúrbios destacados anteriormente, outros devem ser considerados quando planeja-se
planeja
a conexão de aerogeradores em redes fracas:
Um sistema de conversão de energia eólica pode tanto ser um gerador de distúrbios na rede
elétrica, isto é, causador de fenôme
fenômenos de qualidade de energia como as flutuações de tensão (flicker),
(fl
distorção harmônica,
nica, entre outros, quanto sofrer o efeito de dist
distúrbios existentes na rede elétrica.
elétrica Entre
estes, o efeito dos afundamentos moment
momentâneos de tensão (AMT)) em sistemas de geração
gera se destaca.
Segundo os Procedimentos de Rede, submsubmódulo 2.8 (ONS, 2008), um AMT é um evento em que o
valor eficaz da tensão
o atinge a faixa entre 10% e 90% da tensão nominal e cuja duraçã
ção é maior ou igual
a um ciclo (16,67 ms) e menor ou igual a 3 segundos. Estes eventos estão incluídos
dos entre os fenômenos
fen
de variação de tensão de curta dura
duração (VTCD).
Define-se
se que a amplitude da VTCD é definida pelo valor extremo do valor eficaz da tensão
tens em
relação à tensãoo nominal do sistema no ponto considerado, enquanto perdurar o evento. A duração
dura da
VTCD é o intervalo de tempo decorrido entre o instante em que o valor eficaz da tensão
tens em relação à
tensãoo nominal do sistema no ponto considerado ultrapassa determinado limite e o instante em que qu
essa variável
vel volta a cruzar esse limite (ONS, 2008).
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Em vários países,
ses, os operadores do sistema el elétrico têm desenvolvido critérios
rios para a integração
integra
de usinas eólicas à rede elétrica.
trica. Estes crit
critérios agregam, entre outros requisitos, a suportabilidade de
usinas frente a faltas (“ride-through
through fault capability“ ou RTF) (Erlich and Bachmann, 2005), isto é, a
capacidade de manter-se se conectadas à rede durante AMT´s no ponto de conexão ão (PCC). No Brasil, como
em vários paises,, um requisito de suportabilidade frente a AMT´s foi proposto pelo ONS, e é
apresentado na Figura 49,, buscando garantias para a manuten manutenção da qualidade
lidade da energia e da
estabilidade do sistema elétrico.
trico. Nesta figura o eixo x representa a dura
duração do afundamento, o eixo y é
a tensão o remanescente no PCC e a regi região hachurada caracteriza a exigência
ncia da usina manter-se
manter
conectada à rede. Os requisitos presentes nos códigos digos de rede mais modernos, no que se refere às
turbinas eólicas, são
o muito mais abrangentes e tratam a gera geração eólica
lica cada vez mais como uma usina
convencional.
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6. Considerações Finais
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