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CAPÍTULO UM
DESCRIÇÃO GERAL DE UMA AERONAVE
O planador é uma aeronave sem motor, que executa somente vôo planado e que se utiliza de
energia potencial gravitacional para realizar seu vôo.
O convertiplano é um avião que, através de mudança na sua configuração, pode pousar e
decolar verticalmente (Figura 1-2).
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O autogiro é uma aeronave cuja sustentação é proporcionada pela rotação livre das pás de
um rotor, não acoplado ao grupo moto-propulsor, sendo que este último se destina a fornecer a força
de tração no solo e em vôo (Figura 1-3).
Para os aviões antigos, onde existia variação na quantidade dos planos de sustentação, era
comum a classificação em monoplanos, biplanos e triplanos.
Nos dias atuais, com a predominância dos monoplanos, são mais utilizadas expressões como
asa baixa, asa média ou asa alta, além de asa reta ou enflechada.
1.1.2 Propulsão
O tipo de grupo moto-propulsor pode também ser utilizado para a classificação de uma
aeronave. Assim temos as aeronaves à reação, equipadas com motores turbo-jato, turbo-fan ou
turbo-hélice, e as aeronaves convencionais equipadas com motores a pistão.
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O tipo de superfície que a aeronave utiliza para pouso e decolagem pode também definir a
sua classificação.
Assim, temos o hidroavião, operando em superfícies líquidas (mar, rio, lagoa, etc.), a
aeronave terrestre, para superfícies sólidas (asfalto, concreto, grama, gelo, etc.), e o anfíbio, que
pode utilizar ambas as superfícies.
Sob este aspecto, temos as aeronaves VTOL – (Vertical Take Off & Landing) de decolagem
e aterrissagem verticais, as aeronaves STOL – (Short Take Off & Landing) de decolagem e
aterrissagem curtas e as convencionais, que necessitam maiores distâncias para pouso e decolagem.
1.1.6 Missão
• Reconhecimento R
• Busca e Salvamento S
• Treinamento T
• Transporte de passageiros (aviões pequenos) U
• Transporte de passageiros especiais (VIP) V
• Experimental Y
• Planador Z
Com pequenas variações os códigos acima são também empregados pelas Forças Aéreas de
outros países.
1.3.1 Função
As asas de uma aeronave são superfícies de forma aerodinamicamente adequadas a gerar
forças de sustentação quando deslocadas no ar.
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1.3.2 Designação
O perfil utilizado pela asa, bem como a sua forma em planta e sua área, são estabelecidos
na fase de projeto de uma aeronave, tendo em vista fatores como:
• finalidade da aeronave;
• velocidade desejada de pouso;
• velocidade máxima pretendida;
• tamanho e peso da aeronave;
• capacidade desejada para o tanque de combustível do interior das asas.
Nas Figuras 1-6 e 1-7, vemos alguns detalhes de dois exemplos típicos de asa.
Obs: O revestimento é fixado às nervuras, às mesas das longarinas e aos reforçadores através
de rebites, como mostrado no Capítulo 3.
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1.3.6.1 Longarina
Basicamente existem dois tipos de longarinas: a convencional (de alma cheia) e a treliçada.
Na longarina convencional podemos encontrar, como exemplificado na Figura 1-9, a alma
reforçada com elementos verticais para maior resistência às tensões de cisalhamento que surgem na
alma da longarina, tensões essas devidas às forças de sustentação, que fazem com que a longarina
trabalhe, normalmente, tracionada na sua parte inferior e comprimida na superior (Figura 1-10).
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momento fletor é menor, a espessura da alma pode ser reduzida, permitindo economia de peso e
material (Figura 1-11).
Em aviões projetados segundo o conceito fail safe, que será visto com mais detalhes na
seção1-3.8.1, podemos encontrar, por exemplo, longarinas já fabricadas com emendas, para evitar a
propagação de rachaduras de uma mesa para outra. É uma segurança a mais para aviões sujeitos a
esforços violentos, como pousos em pistas não pavimentadas.
Ocorre, logicamente, uma perda de resistência devido à emenda, compensada pelo
dimensionamento da estrutura, com acréscimo de peso e material, mas reduzindo a possibilidade de
propagação da trinca através da emenda.
Na Figura 1-12, é mostrado o detalhe de uma longarina desse tipo.
1.3.6.2 Nervura
As nervuras podem ser do tipo estampado que, na sua fabricação, são prensadas na forma
adequada e apresentam furos (lightening holes) para diminuição do peso, além de possuírem os
bordos chanfrados para aumentar a sua resistência estrutural.
As nervuras do tipo armado são formadas por partes soldadas ou rebitadas na forma
conveniente, exigindo maiores custos e tempo de fabricação.
uma parte da estrutura básica e suporta parte das cargas que agem sobre ela, sendo a resistência total
da asa proporcionada por todos os membros da estrutura (longarinas, nervuras, revestimento,
reforçadores, etc.), que trabalham juntos, como uma unidade.O revestimento de tela contribui,
apenas, para dar forma aerodinâmica ao perfil, sendo toda resistência proporcionada pela estrutura
interna da asa. Dentre os revestimentos metálicos trabalhantes, encontramos os seguintes tipos:
• convencional;
• usinado;
• integral;
• corrugado.
O revestimento de tela, como já vimos, não é trabalhante e contribui apenas para dar o
formato aerodinâmico ao perfil.
A principal vantagem do emprego da tela no revestimento de asas, fuselagens,
estabilizadores e superfícies de comando de aeronaves é a economia de peso. É muito utilizado em
aviões pequenos e leves como o Paulistinha e o Piper PA-18, e, também, aeronaves antigas, de
grande porte e baixa velocidade, como o Catalina (CA-10), utilizado pela FAB na região amazônica
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até a década de 70. Se as grandes asas desses aviões (34m de envergadura) fossem revestidas
internamente de chapa de liga de alumínio, o seu peso se tornaria excessivo. Nessas aeronaves,
somente um pouco mais que o bordo de ataque é revestido de alumínio, sendo o restante do
aerofólio envolto em tela.
As principais desvantagens do emprego do revestimento de tela são:
• maior tensão;
• maior resistência;
• maior polimento de modo a reduzir o arrasto;
• impermeabilidade contra água, óleo ou gasolina;
• a cor desejada (no caso de induto pigmentado).
O induto (dope) é uma tinta à base de nitrato de celulose, ou acetato de celulose, além de
outros elementos inflamáveis como o acetato de etila e o álcool etílico, que são usados como
dissolventes do induto para lhe conferir a consistência desejada na sua aplicação sobre a tela
(thinners);
O induto pode ser aplicado à trincha ou à pistola e seu emprego deve ser limitado somente à
tela, não sendo adequado para substituir o verniz em madeiras ou para a proteção superficial de
metais.
Os redutores ou retardadores são soluções destinadas a combater, na indutagem, a deposição
da nitrocelulose ou do acetato de celulose.
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1.3.6.4 Reforçador
Dois tipos de reforçadores são mais utilizados em estruturas aeronáuticas: os fabricados com
chapas dobradas e os extrudados, cuja fabricação é caracterizada pela passagem, sob pressão, do
metal aquecido através de moldes com o perfil desejado, num processo semelhante à passagem das
pastas de dente através do orifício de saída do tubo. Na Figura 1-18 são mostrados os perfis mais
comumente empregados:
As forças que agem sobre um aerofólio são indicadas na Figura 1-20, onde são
considerados, simplificadamente, os seguintes conceitos :
• Momento fletor
• Momento torsor
Além da flexão a asa suporta também um momento torsor. Na Figura 1-20, vemos que o
centro de pressão (ou centro de sustentação) do aerofólio age à frente do eixo elástico da seção. As
seções do aerofólio não podem ser projetadas de modo que o centro de pressão esteja sempre sobre
o eixo elástico, pois variações no ângulo de ataque o afastariam desse eixo, e conseqüentemente,
toda asa é submetida a esforços de torção tão logo começa a suportar cargas aerodinâmicas.
Nas asas com revestimento metálico trabalhante o momento torsor é suportado também em
cisalhamento em torno do caixão (ou caixa de torção) formado pela longarina dianteira,
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É oportuno lembrar que os perfis longitudinais não reforçam de modo efetivo toda a área
revestida da asa ou da fuselagem. As seções do revestimento, entre os perfis, podem normalmente
enrugar ou flambar sob fortes cargas de compressão, de modo que somente o perfil reforçador e
uma pequena faixa de revestimento sob ele trabalham em compressão. A largura da faixa do
revestimento, sob um perfil, que é suficientemente reforçada para suportar cargas de compressão é
chamada de extensão (ou largura) útil, como mostrado na Figura 1-21.
Na Figura 1-22 temos o diagrama de uma seção transversal de asa em situação normal de
vôo, em que o revestimento do extradorso está representado pela largura útil não obstante o
revestimento ser fisicamente ininterrupto.
As regiões dos bordos de ataque, à frente de A-A, e de fuga, atrás de B-B, não estão sujeitas à
cargas consideráveis. Assim, o caixão formado pela seção central da asa é responsável por toda a
resistência à flexão. Na mesma figura, notamos o menor espaçamento entre os perfis reforçadores
do extradorso em relação aos do intradorso já que, normalmente, a asa tende a fletir para cima
necessitando portanto essa região de maior quantidade de reforçadores para suportar uma maior
carga de compressão.
No intradorso, as seções do revestimento e dos reforçadores são submetidas a esforços de
tração.
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Podemos agrupar os principais problemas que podem surgir nas longarinas e reforçadores da
estrutura das asas sob os seguintes tópicos:
• rachaduras;
• falhas na rebitagem;
• corrosão;
• deformações.
Sempre que for percebida alguma das discrepâncias acima, uma análise mais cuidadosa deve
ser efetuada, pois elas poderão causar ou se tornar conseqüência de falhas mais graves da estrutura.
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Nesses casos deve ser feita uma inspeção completa em toda a estrutura da asa.
As deformações na asa podem ser decorrentes de manobras demasiadamente violentas,
turbulências atmosféricas ou pousos bruscos.
Além dos vestígios citados, através da medição da aeronave (triangulação), também podem
ser percebidas deformações na estrutura da asa e da aeronave.
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Os reparos nas longarinas, e na asa em geral, devem ser efetuados seguindo-se estritamente
as normas e instruções estabelecidas pelo fabricante no correspondente Manual de Reparos
Estruturais.
1.3.7.2 Revestimento
Além de enrugamentos nos painéis, causados por falhas na estrutura interna da asa, são
encontrados também os mesmos defeitos já mencionados para as longarinas e reforçadores, ou seja:
• rachaduras;
• falhas na rebitagem;
• corrosão.
As rachaduras podem ser originadas por grandes e continuadas variações das cargas
aerodinâmicas ou por vibrações do motor, e se propagam, geralmente, partindo de furos de rebites
ou de pequenos cortes nas bordas das chapas do revestimento.
As falhas de rebitagem são as mesmas já mencionadas anteriormente, assim como os
problemas de corrosão, e devem ser procurados durante os trabalhos de inspeção da aeronave.
É interessante lembrar que o cisalhamento é sempre evidenciado, em uma estrutura de
parede fina, por enrugamentos paralelos à medida que o revestimento flamba dentro dos elementos
de tensão diagonal.
Mesmo sem receber qualquer carga de compressão o revestimento entre os reforçadores é
extremamente importante por suportar cargas de cisalhamento, além de sua capacidade de resistir às
cargas de tração.
Durante os trabalhos de manutenção e antes de revestir uma asa com tela, deve ser
aproveitada a oportunidade do fácil acesso á estrutura interna, para que sejam examinados:
• se a tela estiver frouxa, descolorida e sem brilho, estando o dope sem fendas de
qualquer espécie, duas novas camadas de dope poderão torná-la esticada, colorida e
brilhante;
• se a tela estiver boa e o dope rachar com a pressão do dedo, ou se estiver quebradiço,
a indutagem antiga deve ser removida com um removedor apropriado. Se ainda restar
algum dope mais resistente, isto não afetará o serviço de reindutagem;
• deve-se trocar a tela sem tentar sua reindutagem se, sob pressão do dedo, apresentar
deformações permanentes, ou muitas fendas pretas, resultantes da penetração de
umidade através de rachaduras do dope, indicativas de seu apodrecimento.
Nos trabalhos de entelagem de uma asa, superfície de comando, fuselagem, etc., a tela deve
ser protegida contra quinas ou partes pontiagudas, que tenham tendência a cortar ou furar a
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cobertura. Estes pontos são encontrados, geralmente, onde as chapas metálicas são ligadas à
madeira, tais como beiras das lâminas do bordo de ataque e tiras metálicas do bordo de fuga. Se
existirem tais defeitos, o metal deve ser martelado e limado. Depois, para maior proteção, pode-se
cobrir o local com cadarço ou fita adesiva.
Qualquer peça pequena (porca, parafuso, contrapino, rebite, etc.) que force a tela para cima,
deve ser corrigida para se evitar o ressalto na tela. Onde for necessário o contato da ponta de uma
peça na tela, deve ser colocado um pedaço de couro macio, para evitar o atrito. Para se ter a certeza
de que não existem ressaltos prejudiciais, deve-se correr a mão sobre cada longarina, nervura, etc.,
onde a tela vai encostar.
Após a superfície ter sido entelada, devem ser aplicadas camadas recomendadas de dope,
para a obtenção de maior impermeabilidade e resistência.
A conexão da asa com a fuselagem, na seção central, é feita através de chapas reforçadoras e
fittings de ligas metálicas (alumínio, aço, titânio). Esses elementos estruturais transferem as forças e
momentos (resultantes das cargas aerodinâmicas e forças de inércia) das longarinas para os anéis
reforçados e perfis longitudinais da fuselagem. São portanto membros de importância vital para
todas as aeronaves, independentemente de seu porte, devendo receber atenção especial durante as
inspeções e reparos.
Uma estrutura projetada sob o conceito fail safe é aquela que pode tolerar a falha em um ou
mais membros estruturais sem que ocorra uma redução significativa na sua resistência restante.
1.3.8.2 Aerofólio com maior carga aerodinâmica na parte traseira (Rear Loading
Concept)
1.3.8.3 Winglets
O turbilhonamento que aparece na ponta das asas de uma aeronave, devido à passagem da
camada de ar do intradorso (sobrepressão) para o extradorso (sucção) reduz a sustentação nas
pontas das asas e o aumenta a resistência ao avanço. Essa forma de resistência é também chamada
de arrasto induzido e diversas soluções têm sido experimentadas para reduzi-la. Alguns tipos de
aeronaves possuem pequenas superfícies verticais colocadas na asa – winglets - que modificam os
vórtices gerados na extremidade das asas. Desse modo consegue-se uma redução de arrasto, com a
conseqüente redução do consumo de combustível, melhorando também as condições de estabilidade
da aeronave.
1.4.1.1 Metálicos
• internos :
• removíveis ;
• integrais.
• externos :
• ventrais ;
• de ponta de asa.
1.4.1.2 Flexíveis
1.4.1.3 Auto-vedantes
Os tanques metálicos internos integrais fazem uso da própria estrutura da asa, onde o
compartimento formado pela longarina dianteira, revestimento superior, longarina traseira e
revestimento inferior é transformado em tanque de combustível após sua proteção com selantes
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especiais. Apresenta, em relação ao tanque removível, uma redução no peso vazio do avião e um
maior espaço disponível para o armazenamento do combustível.
Os tanques externos de ponta de asa (tip tanks), assim como os ventrais, podem ser ejetáveis
em vôo quando usados em aviões de combate, sendo não ejetáveis em outras aeronaves.
Os tanques flexíveis, removíveis, são fabricados de materiais compostos como nylon e
borracha.
Os tanques autovedantes, mais utilizados em aviões de combate, possuem a característica de,
automaticamente, vedarem qualquer orifício que porventura tenha surgido Essa vedação é
conseguida pela reação química do combustível com o material da camada mais externa que, devido
ao orifício, entrou em contato com o combustível. Esse contato provoca uma reação que causa uma
expansão do material, vedando o furo.
Durante o vôo um vazamento, em alguns casos, poderá ser percebido pela tripulação, através
da diminuição mais rápida do nível do combustível, indicada no liquidômetro, ou através da esteira
de vapor de combustível saindo pelo bordo de fuga da asa.
Muitas vezes, no entanto, o vazamento não será perceptível em vôo e, mesmo em solo, o
gotejamento poderá escorrer pela estrutura da aeronave.
Nos tanques integrais, os vazamentos são causados, na maioria das vezes, por quebra de
selante. Essa quebra pode se dar devido à ação química do próprio combustível, às deformações
causadas por fortes cargas variáveis em situações de turbulência. Podem também ser causados por
corrosão microbiológica, quando substâncias oriundas do metabolismo de colônias de fungos e
bactérias, encontradas no interior do tanque, na interface combustível-água, atacam o selante.
Nos tanques removíveis um teste simples para a pesquisa de vazamento pode ser efetuado
girando-se o tanque, com baixa pressão de ar no seu interior, em um depósito de água.
Ao ser efetuada a inspeção ou reparo do interior do tanque, devem ser usadas somente
lanternas e máquinas apropriadas, à prova de explosão.
No caso de ser necessário o reparo do tanque, devem ser verificadas se a liga de alumínio é
tratada termicamente. Nestes casos, e de acordo com as instruções do fabricante, o reparo deve ser
feito rebitando-se o remendo de liga idêntica à área avariada e usando-se selante nas costuras.
As ligas de alumínio puro, as ligas de alumínio 3003, as ligas de alumínio com magnésio e
silício ou similares podem ser reparadas por solda. Neste caso, bem como para a rebitagem, devem
ser tomadas as precauções indicadas pelo fabricante. Caso elas não existam explícitas, passar,
através do tanque um jato de água quente por cerca de duas horas e a seguir, circular um jato de ar
durante uma hora até que todo o odor do combustível tenha desaparecido.
Depois da soldagem, deve ser removido o fundente. Para isso os seguintes passos devem
ser seguidos:
1.5. Fuselagem
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Este tipo de fuselagem é construído, geralmente, com tubos sem costura de aço cromo-
molibdênio SAE4130 , SAE1020, SAE1025 ou mesmo de tubos de liga de alumínio com juntas
soldadas, formando uma treliça que pode ser revestida de chapas de liga de alumínio ou com tela de
poliéster impermeabilizada com dope.
São usados tubos de paredes finas de pequenos diâmetros, suficientemente rígidos para
resistir a cargas de tração, compressão, flambagem, flexão e torção.
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Nesse tipo de construção um tubo de parede fina de grande diâmetro, é usado como
fuselagem. Todas as tensões são resistidas pela chapa de revestimento enquanto anéis verticais
servem, principalmente, para dar a forma desejada à fuselagem, não havendo reforçadores
longitudinais.
Como a espessura da chapa de revestimento deve ser relativamente grande para que a
estrutura resista aos esforços, este tipo de construção torna a fuselagem excessivamente pesada. Por
isso só encontramos este tipo de estrutura em alguns trechos da fuselagem, como no cone da cauda
ou na ponta do nariz.
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Além dos mesmos elementos da monocoque, possui o revestimento reforçado com vigas e
perfis longitudinais.
Neste tipo de estrutura a espessura de revestimento pode ser menor do que a monocoque,
tornando menor o peso final da fuselagem para a mesma resistência estrutural.
• painéis do revestimento;
• anéis, cavernas, paredes de fogo;
• vigas do assoalho;
• vigas mestras;
• molduras estruturais e janelas;
• pontos de fixação da bequilha, asas, estabilizadores, motores.
Os anéis, cavernas e outros elementos semelhantes (nervuras, aros, anteparos, etc.) têm, de
maneira geral, as seguintes finalidades:
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Alguns desses elementos estruturais desempenham papel especial como, por exemplo:
• anéis e cavernas que possuem os fittings de conexão da asa com a fuselagem. Estes
componentes são mais reforçados, de maior espessura que os demais, devido à sua
importância na resistência do conjunto.
Geralmente, nos aviões de grande porte, a fuselagem construída somente com os elementos
estruturais já citados não é suficientemente forte para resistir às cargas impostas sendo necessária
adoção de vigas longitudinais.
São normalmente empregadas duas ou mais dessas vigas, sendo o seu comprimento bem
menor que o da fuselagem, pois, próximo do nariz e da cauda, o revestimento semi-monocoque já é
suficientemente resistente, dispensando a presença das vigas.
As vigas resistem aos momentos fletores provocados pelas forças de inércia e aerodinâmicas
que agem sobre parte dianteira e traseira da fuselagem. Esses momentos são produzidos pelas
cargas de tração e torção geradas pelo motor e pelas cargas aerodinâmicas causadas pela ação dos
estabilizadores, profundor e leme de direção. Essas cargas são transmitidas, através das vigas e da
estrutura semi-monocoque, para a seção central da fuselagem e asa.
Existem também as vigas mestras, semelhantes aos reforçadores longitudinais, destinadas a
reforçar áreas que recebam maior esforço, como por exemplo, sob as portas de entrada de carga.
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Na ponta do nariz temos, geralmente, a antena do radar fixada, em alguns aviões, na própria
caverna de pressão.
O revestimento do nariz que envolve a antena do radar não pode ser metálico para não
causar interferências e danos no equipamento. Normalmente o radome é feito de fibra de vidro, de
maneira a não acumular umidade, e resistente ao atrito com o ar e aos impactos de granizo e
pássaros. Deve ser aquecido para evitar a formação de gelo que, também, causaria interferência na
imagem.
O radome deve ser facilmente removível para facilitar a manutenção do equipamento.
1.5.4.1 Revestimento
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• falhas na rebitagem;
• rachaduras;
• corrosão;
• enrugamentos.
1.5.4.2 Vigas
As vigas longitudinais da fuselagem devem estar sempre bem inspecionadas, pois além de
sua importância estrutural, embaixo do piso existem compartimentos com equipamentos de diversos
sistemas. Sob as vigas e, muitas vezes, em furos de alívio de peso da alma de suas longarinas, é
comum a passagem de cabos de comando, tubulações de combustível, hidráulicas, de oxigênio, etc.
Se acontecer a rachadura e a deformação dessas vigas, poderão ser partidos os cabos e
tubulações, o que resultaria num acidente grave para a aeronave.
Um problema comum é a ocorrência de corrosão na estrutura da aeronave, na região
localizada sob as galleys, banheiros. Bebidas derramadas, urinas fora do vaso sanitário, etc., causam
sérios problemas estruturais devido à rápida ação corrosiva.
Também deve ser observada a limitação da resistência do piso para cada estação da
fuselagem, sempre que for transportada carga na aeronave.
Existem diversos pontos ao longo de uma fuselagem que recebem altos esforços como nas
regiões de fixação do trem de pouso, das asas, dos estabilizadores, do motor, etc.
O trem de pouso do nariz (bequilha dianteira ou triquilha) acarreta altos esforços estruturais
na fuselagem dianteira. A fixação da bequilha à estrutura da fuselagem, geralmente fica situada
próxima de uma área crítica, com grande número de furos e parafusos, já que sob a cabine de
comando existem diversas passagens de cabos de comando, tubulações de instrumentos, do sistema
hidráulico, de freios, cablagens, etc., além de ser uma área limite de compartimento pressurizado.
Uma simples rachadura pode propagar-se e causar, em vôo, a despressurização total, o que
acarretaria uma situação de emergência.
As ferragens de fixação das asas e dos estabilizadores devem ser examinadas com atenção
especial através da inspeção visual direta e com testes não destrutivos.
As fixações das antenas, inclusive a do radar, também devem ser verificadas, pois são fontes
de corrosão e rachaduras.
1.6. Estabilizadores
1.7.1 Finalidade
Os ailerons são localizados no bordo de fuga das asas, próximo das pontas. Em aviões mais
velozes, alto subsônicos ou supersônicos, encontramos ailerons de alta velocidade, colocados mais
próximos à fuselagem, na raiz das asas. Eles são conectados de tal modo que o movimento do
manche ou volante produz, simultaneamente, o abaixamento de um aileron e o levantamento do
outro, provocando o movimento de rolamento do avião.
O aileron é acionado, quase sempre, em coordenação com o movimento do leme de direção
quando se deseja uma trajetória curva para a aeronave, sem derrapagens. Para isso, é desejável que
haja maior arrasto na asa que abaixa durante a curva. Esse maior arrasto é obtido com a maior
deflexão de aileron para cima do que para baixo.
Um mecanismo diferencial que permite um maior ângulo de deflexão do aileron para cima
do que para baixo, é apresentado a seguir.
O movimento do manche ou volante para trás provoca a deflexão para cima do profundor,
abaixando a cauda do avião e, por conseguinte, causando a subida do avião.
O mecanismo de acionamento do profundor está exposto, de maneira simplificada, na Figura
1-46.
Como, normalmente, é necessária mais força para fazer o avião subir do que descer, na
maioria das aeronaves o número máximo de graus que o profundor pode ser levantado é
consideravelmente maior do que o número máximo de graus que ele pode ser baixado (Exemplo
típico: 27º para cima e 13º para baixo).
As deflexões máximas do leme de direção são iguais, tanto para esquerda como para a
direita (Exemplo típico: 22º para esquerda e 22º para direita).
Em diversas situações do vôo, principalmente durante o pouso, deseja-se que a aeronave voe
com baixa velocidade, permitindo o pouso em menor comprimento de pista. Sabemos que a
velocidade de vôo depende basicamente dos seguintes fatores:
• menor peso da aeronave;
• maior área da asa;
• maior densidade do ar;
• maior coeficiente de sustentação.
Como os fatores peso da aeronave e densidade do ar não podem ser controlados pelo piloto,
as superfícies hipersustentadoras atingirão sua finalidade através da variação do coeficiente de
sustentação e da área da asa.
Por sua vez, o coeficiente de sustentação (CL) pode ser aumentado por meio das seguintes
soluções:
• aumento da curvatura da asa;
• aumento da área da asa;
• controle de turbilhonamento.
1.7.4.1 Flap
fuga e/ou bordo de ataque para baixo. Alguns tipos de flap (Fowler flap) também aumentam a área
da asa.
Basicamente, existem três tipos de flapes:
• aumento do CL max;
• aumento da resistência ao avanço (D);
• aumento do ângulo de descida para a mesma velocidade aerodinâmica;
• diminuição da velocidade de pouso;
• diminuição da distância de pouso.
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1.7.4.2 Slat
Um valor típico, para um slat bem projetado, é um ângulo de estol até duas vezes maior, em
comparação com a mesma asa sem os dispositivos.
São pequenos aerofólios articulados ou permanentemente fixos nos bordos de fuga dos
ailerons, profundores e lemes de direção, com a finalidade de auxiliar o movimento, ou a
manutenção numa determinada posição, superfícies principais.
São usados para manter o vôo na trajetória desejada, sem necessidade de pressão no manche
(ou volante) ou nos pedais do leme de direção. Podem ser de dois tipos:
• ajustável no solo;
• ajustável em vôo.
Tem a mesma finalidade do compensador ajustável no solo, sendo que permite, no entanto, o
seu acionamento durante o vôo, através de atuadores elétricos ou mecânicos.
Após ter sido comandado para uma determinada posição em relação à superfície principal, o
compensador ajustável em vôo permanece no mesmo ângulo, independente do movimento da
superfície.
Desse modo, os compensadores ajustáveis em vôo eliminam a obrigação do piloto manter
uma pressão constante nos comandos do manche ou pedais, necessária no caso do avião apresentar
alguma tendência anormal.
Suponhamos a situação em que a aeronave apresenta a tendência de levantar o nariz com a
conseqüente redução de velocidade, tornando necessário o piloto forçar constantemente o manche
para frente.
Se o compensador do profundor for ajustado para a posição indicada na Figura 1-57, a
tendência será eliminada e o piloto não precisará fazer pressão sobre o manche para manter o vôo
nivelado.
Tem por finalidade reduzir o esforço requerido pelo piloto para mover ou manter
estacionária a respectiva superfície principal de comando. O compensador de equilíbrio é instalado
de tal maneira que, no instante em que a superfície principal correspondente é atuada; o
compensador se move na direção oposta, forçando, aerodinamicamente, a superfície principal para a
posição desejada.
Esta ação é conseguida porque a haste articulada no compensador é ligada e fixada a um
ponto fixo da estrutura do estabilizado ou da asa, à frente da linha de articulação da superfície de
comando principal.
1.7.5.3 Compensador servo (servo com mola, spring tab ou servo tab).
1.7.5.4 Anti-tab
O anti-tab, ao contrário do servo tab, tem por finalidade tornar necessária maior força para o
acionamento das superfícies de comando principais, bem como proporcionar maior estabilidade
dinâmica às superfícies, forçando-as a retornar à posição neutra, alinhada com a asa (caso aileron)
ou estabilizador.
O compensador anti-tab move-se no mesmo sentido da superfície principal.
DESCRIÇÃO GERAL DE UMA AERONAVE 58 / 72
Os cabos de comando são confeccionados, em sua maioria, de aço extra flexível, pré-
moldado e resistente à corrosão.
O seu diâmetro, para uso em aviação, varia, normalmente, de 1/16 a 3/8 de polegada, sendo
típica a utilização de cabos 3/16 de polegada para acionamento das superfícies principais e 3/32 de
polegada para os compensadores.
DESCRIÇÃO GERAL DE UMA AERONAVE 60 / 72
Os cabos de 1/16 e 3/32 de polegada são compostos de 7 pernas de 7 fios em cada perna, e
os cabos de 1/8 de polegada ou maiores são compostos de 7 pernas de 19 fios cada (133 fios).
A finalidade dos fios e pernas serem pré-moldados na forma helicoidal é evitar a tendência à
abertura e ao desgaste.
A resistência à ruptura dos cabos de comando varia conforme o diâmetro, o material e a
quantidade de fios e pernas. Além da resistência devem ser observadas suas características de
resistência à corrosão e de magnetismo. Eles são, usualmente, super dimensionados e a sua
resistência deve ser cerca de 50% superior à carga de projeto.
Devido ao grande número de fios (49 ou 133), a sua ruptura nunca é repentina, mas
progressiva por longos períodos de uso. Mesmo que apresentem fios partidos, a sua perda de
resistência dependerá mais da concentração em qualquer ponto do que do número total de fios
partidos ao longo do cabo.
Os terminais soldados a estanho devem ser empregados na manutenção somente onde forem
originariamente utilizados.
Os terminais trançados, que, na sua forma final tem o aspecto da Figura 1.64, podem ser
utilizados em cabos de diâmetro igual ou maior que 3/32 de polegada, em lugar dos terminais
recalcados, somente onde os recursos de manutenção forem limitados e a substituição imediata for
imperiosa, pois atingirão, no máximo, cerca de 75% da resistência do cabo.
Os problemas mais comuns referentes às superfícies móveis, bem como suas causas mais
prováveis, estão mencionados abaixo, de forma genérica:
• montagens incorretas: não são raros os casos de montagem incorreta das superfícies
de comando, principalmente quanto ao sentido do movimento angular do
compensador em relação ao da respectiva superfície principal. Tem havido diversos
casos de montagem dos compensadores tipos ajustável, de equilíbrio e servo onde
eles erradamente foram colocados movendo-se no mesmo sentido que a superfície
principal, tendo sido o erro descoberto, posteriormente, através dos exames dos
destroços das aeronaves.
• áreas críticas: da mesma maneira que já vimos para as asas e fuselagens, as
superfícies de comando, como pequenas asas também estão sujeitas a falhas na
rebitagem, rachaduras nos pontos de fixação ao eixo de articulação, corrosão e
arranhões no revestimento e falhas na estrutura interna, composta de longarinas ou
tubos de torção, nervuras e reforçadores.
Por serem essenciais à segurança da aeronave, as superfícies de comando devem receber
uma atenção especial durante as inspeções periódicas.
Dependendo, no entanto, de outros fatores, o cabo de comando deverá ser trocado, mesmo
que apresentar um número de fios partidos menor do que o acima especificado.
Por exemplo, se o fio partido estiver em uma área já desgastada por atrito ou que já
apresente alguma corrosão, bem como se, apesar de abaixo dos limites, as polegadas de
comprimento do cabo, com fios partidos detectados, estão sempre vizinhas, consecutivas, o cabo
deverá ser trocado, assim como se já estiver previsto que a aeronave passará um bom período sem
inspeções.
Na Figura 1-66, vemos um cabo de comando 7 x 19, feito com seis pernas em torno de uma
alma, sendo que cada uma das 7 pernas possui 19 fios, num total de 133 fios.
Nesse caso o cabo deverá ser substituído, pois vemos que na polegada de comprimento mais
à esquerda da Figura 1-66 ele apresenta 7 fios partidos.
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Deve-se tomar cuidado para que a nova saliência, constituída pela emenda, não obstrua o
movimento do cabo através de guias ou polias.
Todos os cabos e emendas devem ser ensaiados antes de serem instalados na aeronave. Para
isso, devem ser colocados num teste, para receber a carga de projeto, gradualmente, com duração de
3 minutos. Devem ser usados protetores para evitar danos pessoais na eventualidade de ruptura do
cabo.
O corte do cabo deve sempre ser realizado por métodos mecânicos, pois o uso de calor ou
chama diminui sua resistência ã corrosão.
Os cabos corroídos devem ser examinados mais detalhadamente, através da inspeção dos
fios internos. Qualquer corrosão interna é motivo para a substituição do cabo.
Para acesso à parte interna, para inspeção, o cabo deve ser aliviado da sua tensão de serviço
e distorcido.
Se a corrosão for somente externa, o cabo de comando pode ser aproveitado, limpando-se a
parte corroída com palha de aço e aplicando-se protetores contra a corrosão.
Os cabos de comando devem trabalhar com uma tensão pré-determinada pelo fabricante da
aeronave. A regulagem e verificação da tensão do cabo são feitas com o auxílio do tensiômetro. Um
DESCRIÇÃO GERAL DE UMA AERONAVE 66 / 72
tipo simples de tensiômetro é o mostrado na Figura 1-68, onde a força necessária para a subida de
um ressalto levantador é indicada pelo mostrador. Essa força, convertida por meio de tabelas para a
temperatura padrão, indica a tensão existente no cabo.
1.8.1 Finalidade
Os berços dos motores têm por finalidade receber os esforços, principalmente os de tração e
flexão, devidos ao funcionamento e ao peso do grupo moto-propulsor, que nele é fixado.
Os berços dos motores são construídos, geralmente, em um conjunto único de tubos forjados
e usinados de aço cromo-molibdeno, soldados em treliça de forma a permitir o fácil acesso e a
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rápida remoção do motor, bem como a facilitar as tarefas de inspeção e manutenção dos diversos
equipamentos e acessórios do grupo moto-propulsor.
As ferragens de fixação do berço, devido aos altos esforços a que estão sujeitas, devem ser
de alta resistência e de bom acabamento, sendo fixadas à estrutura da fuselagem ou da nacele do
motor, dependendo do tipo de aeronave.
Normalmente pontos de fixação do berço do motor à estrutura do avião estão localizados na
mesma estação que a parede de fogo.
As vibrações produzidas pelo grupo moto-propulsor são recebidas pelo berço e amortecidas
antes de serem transmitidas à estrutura da aeronave.
Os dispositivos amortecedores de vibração visam diminuir consideravelmente a freqüência
natural de vibração de todo o conjunto moto-propulsor em relação àquela referente ao motor,
isoladamente, em regime de cruzeiro.
Esses dispositivos variam desde simples calços de borracha até complexos conjuntos
amortecedores, colocados nos pontos de fixação do grupo moto-propulsor ao berço.
Os esforços causados pelo motor, além da presença de vibração e calor, fazem do berço uma
região crítica da estrutura de uma aeronave. Alguns cuidados requeridos para sua manutenção estão
mencionados a seguir:
• limpeza: deve ser feita com produtos adequados; em princípio, deve ser usado
somente água limpa e sabão neutro, pois agentes fortes de limpeza, tetra-cloreto de
carbono e gasolina, associados com calor, causarão a deterioração rápida dos
amortecedores de borracha, principalmente porque estes trabalham normalmente
sujeitos a altas temperaturas, em alguns casos acima de 90ºC. Por esse motivo,
caso seja efetuado algum reparo na estrutura do berço, utilizando-se calor e estando
os amortecedores instalados, estes devem ser protegidos contra temperaturas acima
de 200ºF .
O sistema de trem de pouso, com seus componentes do sistema hidráulico, sistema de freios
e sistema direcional das rodas, será estudado, com mais detalhes, em capítulos específicos. Neste
capítulo, o assunto será abordado de uma forma resumida, dando destaque a alguns aspectos de
manutenção.
1.9.1 Finalidade
Nos aviões terrestres, o trem de pouso é constituído de rodas e perna de força, além dos
diversos componentes como: freios, dispositivos anti-shimmy, amortecedores, atuadores hidráulicos
para abaixamento e recolhimento, etc. Nos hidroaviões, o trem de pouso compõem-se de
flutuadores suportados por montantes e estais. Nos aviões anfíbios, além da quilha e flutuadores
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para pouso na água, o trem de pouso é constituído dos mesmos elementos encontrados nos aviões
terrestres.
Quanto ao seu recolhimento, o trem de pouso pode ser fixo, retrátil ou escamoteável.
O trem de pouso fixo permanece na mesma posição estendida, em todas as situações. O tipo
retrátil pode ser parcialmente recolhido para diminuir a resistência ao avanço em vôo,
permanecendo, no entanto, com parte das rodas fora do alojamento, e o escamoteável, quando
recolhido, fica totalmente embutido no seu alojamento.
Quanto à disposição do trem de pouso terrestre, ele pode ser de bequilha na cauda (ou
convencional) e de bequilha no nariz (ou triciclo). Qualquer que seja a disposição, o centro de
gravidade da aeronave, obviamente, ficará entre as rodas principais e a bequilha traseira ou dianteira
(triquilha). Vemos, na Figura 1-69, um tipo simples de trem de pouso terrestre e que pode ser
recolhido (não estando evidente se é escamoteável ou retrátil) onde os detalhes numerados apontam
os seguintes componentes:
1 - pneu;
2 - pastilha do freio;
3 - garfo da perna de força;
4 - tesoura (não permite a torção, mas possibilita o movimento vertical do
amortecedor);
5 - amortecedor;
6 - atuador hidráulico (para recolher ou baixar o trem);
7 - tubulações do fluido de freio;
8 - pontos de articulação na estrutura da aeronave.
DESCRIÇÃO GERAL DE UMA AERONAVE 70 / 72
Os defeitos mais comumente encontrados e que devem ser procurados durante as inspeções
de manutenção são:
Quanto aos pneus, os seguintes aspectos devem ser observados pelo setor de manutenção:
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• uso do nitrogênio: os pneus de aeronaves devem ser inflados com nitrogênio para
eliminar problemas de corrosão nas rodas e reduzir riscos de incêndio;
• pneus novos: os pneus novos devem ser inflados com a pressão de serviço 24 horas
antes de sua entrada em operação;
• pneus com achatamento: as aeronaves que permanecerem fora de vôo por tempo
prolongado deverão ser movimentadas diariamente para que não apresentem
achatamento dos pneus.
Caso isso aconteça o pneu deve ser inflado com uma pressão 50% acima da pressão
normal de serviço, por um período de 30 minutos.
Recalibrar o pneu antes da entrada em operação;
• falha de um pneu em um conjunto de roda múltipla: a falha ou esvaziamento de um
dos pneus do conjunto de várias rodas requer a remoção e a substituição de todos os
pneus do conjunto, pois estas podem ter sofrido sobrecarga;
• decolagem abortada: os pneus devem ser removidos para uma avaliação segura de
suas condições operacionais;
• os pneus devem ser mantidos limpos e livres da contaminação de produtos tais como
óleo hidráulico, óleo de freio, gasolina, JP-1, graxa, e solventes que tenham efeito
deteriorante sobre a borracha;
DESCRIÇÃO GERAL DE UMA AERONAVE 72 / 72
CAPÍTULO DOIS
2.1 Introdução
2-1
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2-2
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.
Forma de Temperatura de
Liga Resfriamento
apresentação solubilização 0C
2024 Todas 488-498
6061 Todas 516-551
Em água
Laminados 460-498
7075
Extrudados e tubos 460-471
2-3
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2-4
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2-5
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Como já vimos, a liga de alumínio 2017, por exemplo, atinge 90% da sua dureza
máxima no primeiro dia após o tratamento.
Envelhecimento artificial
Condição Forma de Condição
Liga Temperatura Tempo
anterior apresentação 0
final
C horas
T3 Chapas 185-196 12 T81
T351 Laminados 185-196 12 T851
T3510 Extrudados 185-196 12 T8510
T3511 Extrudados 185-196 12 T8511
2024 Barras 185-196 12 T6
T4
Extrudados 185-196 T81
Chapas e
185-196 9 T62
T42 placas
Outras 185-196 16 T62
Extrudados 171-182 8 T6
T4
Outras 155-165 18 T6
6061
Extrudados 171-182 8 T6
T42
Outras 155-165 18 T6
7075 W Todas 116-126 24 T6
2-6
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2-7
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2.3.1 Extrudados
2-8
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2.3.3 Usinados
2-9
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2.4 Alumínio
2 - 10
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2 - 11
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
as ligas 1100-O (ex 2S-O) e 3003-O (ex 3S-O) devem ser usadas quando
o trabalho em perspectiva para a peça embora não exigindo grande
2 - 12
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2 - 13
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2.4.3 Alclad
Já foi mencionado que a resistência à corrosão das ligas de alumínio não é tão
boa quanto a do alumínio puro. Por outro lado, a resistência mecânica deste último não
é tão boa quanto a das ligas. A solução encontrada foi revestir as ligas de alumínio com
uma camada muito fina (5,5% da espessura total da chapa, de cada lado) de alumínio
puro (1100).
2 - 14
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2.5. Aços
2.5.1 Nomenclatura
O termo ferroso aplica-se ao grupo de materiais que tenham o ferro como seu
constituinte principal.
2.5.1.2 Ferro
2 - 15
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Numerosos tipos de aços ao carbono, variando entre macio e muito duro, podem
ser produzidos variando-se seu teor de carbono até o limite de 1%.
O aço que contenha carbono de 0,10% a 0,30% é classificado como aço de
baixo teor de carbono, e de 0,50 a 1,05% é aço de alto teor de carbono.
O manganês, o silício, o enxofre e o fósforo também se encontram no aço, em
pequenas porcentagens.
O aço ao carbono forma a base das ligas de aço, que são obtidas combinando o
aço ao carbono com quantidades de elementos como o silício, o manganês, o níquel, o
vanádio, tungstênio, o molibdênio e o cromo, para melhorar algumas de suas
propriedades, principalmente após um tratamento térmico adequado.
1 xxx carbono;
2 xxx níquel;
3 xxx níquel-cromo;
4 xxx molibdênio;
5 xxx cromo;
6 xxx cromo-vanádio;
7 xxx tungstênio;
8 xxx silício-manganês.
2 - 16
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_________________________________________________________________________________________________________
Exemplo: o aço SAE 4150 indica um aço ao molibdênio, com 1% deste elemento
e 0,50% de carbono. O aço SAE 1010 indica um aço ao carbono com 0,10% de
carbono (o 2o algarismo sendo 0 indica que não tem outro elemento de liga além do
carbono).
De uma maneira geral, podemos dizer que o cromo aumenta a resistência à
corrosão do aço, o molibdênio e o níquel aumentam a resistência mecânica.
2 - 17
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Os aços de alto teor de carbono, como o SAE 1095, têm aplicação limitada na
construção aeronáutica. Podem ser encontrados em molas de chapa, arames de molas
helicoidais, e cabos de comando.
Os aços de baixo teor de carbono, como o SAE 1020 ou 1025, são encontrados
em arames de freno, porcas e terminais roscados, bem como em certas estruturas de
treliças sujeitas a esforços moderados, como a do Paulistinha (1025).
Os vários tipos de aço-níquel, com 3,0% a 3,75% de níquel, são usados
comumente em aeronaves. O níquel aumenta a dureza, a resistência à tração e o limite
de elasticidade. O aço SAE 2330 é encontrado em parafusos, terminais, pinos, etc.
Os aços cromo têm propriedades melhoradas quanto à resistência à corrosão e
mecânica e quanto à dureza. São encontrados, por exemplo, em roletes e esferas de
mancais.
Os aços cromo-níquel, com mais níquel do que cromo, são usados pela sua
tenacidade proporcionada pelo níquel, e dureza devida ao cromo. Encontramos eixos
de manivelas e bielas de aço SAE 3140. Com maior percentagem de cromo (18% Cr e
8% Ni), o aço é resistente à corrosão, sendo empregado em tubos de escapamento,
anéis coletores e tubulações.
2 - 18
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_________________________________________________________________________________________________________
2.6 Titânio
2 - 19
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Material Ruptura à tração (MPa) 107 sem chanfro (MPa) 107 com chanfro (MPa)
Titânio 617 506 189
Alumínio 2024 482 176 65
Aço SAE 4130 1592 615 338
2.7 Madeira
2 - 20
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_________________________________________________________________________________________________________
Tabela 2-7 Comparação entre aeronaves da mesma categoria e mesma época, e de materiais
diferentes
2 - 21
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2 - 22
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_________________________________________________________________________________________________________
A parte ideal para uso estrutural é o lenho, que deve ser cortado na diagonal,
como mostrado na Figura 2-4:
2 - 23
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Pn − Po
H= ⋅100
Po
2 - 24
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_________________________________________________________________________________________________________
onde:
W é o trabalho absorvido na ruptura;
b é a largura da seção;
h é a altura da seção;
D é o peso específico a 15%.
Para uso aeronáutico, a madeira deverá apresentar uma cota dinâmica de pelo
menos 1,2.
Quando se compara o freijó com o spruce, utilizado nos Estados Unidos, obtém-
se os seguintes resultados:
2 - 25
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Tração (Mpa)
Espessura (mm) Gramatura (g/m²)
Direção paralela Perpendicular 45º
0,8 603 15 78 57
1,0 752 117 93 54
1,2 867 128 85 45
1,5 1007 109 98 47
2,0 1409 107 86 35
2,5 1667 102 93 42
3,0 1987 107 77 35
Tabela 2-10 Propriedades do contraplacado IPT
2 - 26
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_________________________________________________________________________________________________________
deve-se evitar tocar a superfície para não entupir os poros com gordura
da mão;
devem ser utilizadas lâminas de freijó com espessura máxima de 10 mm.
Para a preservação da madeira, são utilizados vernizes, que devem ser de boa
qualidade (flexíveis e com filtro solar). Como alternativa, pode ser utilizada uma mistura
de 50% de Araldite® e 50% de álcool em volume. Essa mistura deve ser testada quanto
à qualidade da seguinte forma: após 48h de imersão em água, o acréscimo de peso de
uma amostra deverá ser inferior a 5%.
2.8 Plásticos
2 - 27
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2 - 28
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_________________________________________________________________________________________________________
T = 10 + 80y/25
onde:
T = Tempo em minutos
y = espessura da chapa em milímetros
2.9,1 Introdução
2 - 29
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2 - 30
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_________________________________________________________________________________________________________
madeira
unha
tijolos com palha
concreto armado
2 - 31
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
falta de ductilidade;
não são condutores de eletricidade;
custo elevado;
complexidade de cálculos;
dificuldade de homologação;
produção artesanal;
degradação por exposição à radiação ultra-violeta.
2.9.3 Matrizes
baixo custo;
facilidade de trabalho;
boa resistência química;
baixa estabilidade dimensional;
temperatura de serviço de aproximadamente 120 ºC.
2 - 32
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_________________________________________________________________________________________________________
matriz de poliamida:
mais barata;
mais usada (maior know-how);
boa resistência mecânica;
ótima resistência à abrasão.
dificuldade de corte;
2 - 33
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
custo elevado;
dificuldade de corte;
não é lixável.
2 - 34
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2,0
CARBONO
1,8
1,6
1,4
Tensão de flexão Gpa
1,2
VIDRO
1,0
0,8
2024 T3
0,6
0,4
KEVLAR
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Deformação na flexão %
2 - 35
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2.9.5.1 Roving
2.9.5.2 Tecido
Quanto à manta seu emprego fica restrito à peças não estruturais devido à sua
baixa resistência mecânica, apresentando como vantagem seu custo reduzido.
2 - 36
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Vantagens:
baixo custo
fácil manuseio
resistência à abrasão
Desvantagens:
baixa rigidez
alta densidade
Vantagens:
Desvantagens:
Vantagens:
2 - 37
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Desvantagens:
Vantagens:
Desvantagens:
alto custo
fragilidade
2 - 38
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Apesar de não ser objetivo deste curso um estudo aprofundado sobre fadiga em
metais, é interessante que o assunto seja aqui abordado, visando alertar os
engenheiros de manutenção de aeronaves para os fatores que podem causar falhas
estruturais prematuras devidas à fadiga.
Freqüentemente, também, o engenheiro aeronáutico é requisitado para julgar
sobre a causa da falha de uma peça em serviço.
2 - 39
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Figura 2-9 Curva tensão x deformação típica para materiais com limite de escoamento
definido
2 - 40
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Figura 2-10 Curva tensão x deformação típica para materiais com limite de escoamento não
definido
Figura 2-11 Curva tensão x deformação típica para materiais com dois limites de escoamento
2 - 41
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2 - 42
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Três fatores básicos são necessários para causar uma falha por fadiga:
2 - 43
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
Vejamos os tipos gerais de ciclos de tensão flutuante que podem causar falha
por fadiga, sendo que o primeiro diagrama é de um ciclo sinusoidal que corresponde a
uma situação ideal que pode ser reproduzida nas máquinas de teste de fadiga por
flexão rotativa (Figura 2-14).
No segundo a tensão máxima é diferente da tensão mínima (Figura 2-15).
No terceiro, as tensões são irregulares e aleatórias, como, por exemplo, na
longarina de um avião (Figura 2-16):
Figura 2-14 Variação de esforços no tempo, para uma tensão média nula
2 - 44
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Figura 2-15 Variação de esforços no tempo, para uma tensão média não nula
2 - 45
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
concentração de tensões;
estrutura metalúrgica;
corrosão;
temperatura;
tipo de carregamento;
tensões combinadas.
2 - 46
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rugosidade superficial;
concentradores de tensão;
condições ambientais corrosivas;
tratamento térmico ou mecânico.
2 - 47
CONSIDERAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE USO AERONÁUTICO
_________________________________________________________________________________________________________
2 - 48
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CAPÍTULO TRÊS
3.1 Rebitagem
Cada tipo de cabeça de rebite pode ser identificado por uma série de letras e
números, de acordo com as normas AN (Army-Navy) ou MS (Military Specification),
implantadas pelas Forças Armadas dos EEUU.
3-1
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
3-2
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3-3
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
Exemplo:
AN 470 AD 5-12 ou MS 20470 AD 5-12
5. 1 =5 polegadas
32 32
12 ⋅ 1 = 12 = 3 polegadas
16 16 4
3-4
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3-5
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
3-6
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3-7
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
Os rebites cegos são utilizados em locais onde, para a rebitagem, não é possível
o acesso do encontrador, isto é, da peça contra a qual é formada, por martelamento, a
cabeça de oficina, nos rebites comuns.
Os rebites cereja (cherry) são encontrados em dois tipos: o oco (pouco utilizado
em aeronaves) e o de vedação própria, em que uma haste preenche o furo interno.
Para a rebitagem do rebite cherry, é usada uma ferramenta especial, que é
apoiada na cabeça do rebite após este ser colocado no furo da peça ou chapa.
Um êmbolo interno da ferramenta puxa continuamente a haste do rebite,
forçando-a a penetrar na luva, formando a cabeça de oficina, até o rompimento da
haste.
Com um alicate de corte, retira-se, então, a parte saliente da haste restante,
alinhando-a com a cabeça do rebite, como exemplificado na Figura 3.4:
3-8
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Exemplo:
CR 163 – 4 – 6 ou MS 20600AD – 4 – 6
3-9
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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3 - 10
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3 - 11
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
3 - 12
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Os rebites para materiais compostos diferem um pouco dos rebites citados até
agora, normalmente utilizados em painéis metálicos.
Fabricantes oferecem diversas opções que se adaptam melhor a cada condição
de rebitagem.
Condições que não são afetadas apenas pelo acesso ou pelo esforço envolvido,
como no caso dos rebites para chapas metálicas, mas também variam conforme o
compósito em si.
Os compósitos são um tanto mais sensíveis a danos durante a rebitagem do que
os metais. Nas chapas metálicas, o crítico é o estado do rebite após a rebitagem. No
caso dos compósitos, a operação de rebitagem pode causar danos como a
delaminação, o esmagamento ou mesmo o rompimento da região que está sendo
rebitada, como mostrado na Figura 3.9.
3 - 13
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
Cada fabricante oferece uma solução para uma dada aplicação. Vejamos alguns
exemplos:
Exemplo1: Os rebites Keenserts® da Tridair Fastners eliminam os problemas
mostrados na Figura 3.10. Os diâmetros de apoio são bem maiores do que os do furo,
permitindo uma distribuição melhor do esforço sobre o laminado.
Além disso, existe uma distância mínima entre o anel inferior e superior, isso
evita que haja o esmagamento do laminado.
Uma desvantagem desse rebite é que o furo não é circular. Isso impede a
rotação do rebite durante a instalação, porém requer uma ferramenta especial na fase
de preparação do furo.
3 - 14
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Nesse caso, o torque é dado pela mola. Esse rebite satisfaz à norma MIL-F-
22978, que trata de vibração de painéis.
3 - 15
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
A chapa inferior possui dois furos adicionais para a instalação dos rebites de
travamento do receptáculo e um rebaixo para o assentamento da parte do anel superior
que sobressai ao furo. O anel superior deve ser posicionado e cravado na chapa
superior, de maneira a formar duas flanges, uma acima e outra abaixo na chapa
superior.
Em seguida, deve-se travar o receptáculo com os rebites laterais Feito isso, o
parafuso central faz a união das peças.
A operação é bem trabalhosa. Só para o travamento do receptáculo, são
necessárias duas operações de rebitagem.
Exemplo 3:
3 - 16
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Exemplo 4:
Tabela 3-5
3 - 17
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
precisamos de um rebite Dash 250 (-250), que é o que possui uma faixa compatível de
variação do comprimento G (vide Figura 3-13 e Tabela 3-6).
Resta agora saber qual tipo de rebite necessitamos.
Supondo-se que precisemos de um rebite com cabeça escareada de 1000, o
nosso rebite é da série MBF 2012. A designação completa para o pedido junto ao
fabricante será MBF 2012-7-250. A Tabela 3.7 traz as dimensões para os rebites da
série MBF 2012. O catálogo possui informações adicionais sobre os materiais
empregados e os respectivos tratamentos térmicos, bem como informações sobre o
peso dos rebites.
3 - 18
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A A' D E R
Grip H L
Part Number Diâmetro Diâmetro Diâmetro Diâmetro Raio
. máximo. máximo
0,332 0,1640
MBF 2012-5-( ) 0,296 0,1640 0,017 0,070 0,450 0,030
0,325 0,1625
0,385 0,1985
MBF 2012-6-( ) 0,342 0,1985 0,027 0,077 0,558 0,030
0,378 0,1970
0,416 0,2275
MBF 2012-7-( ) 0,373 0,2275 0,035 0,077 0,650 0,030
0,409 0,2260
0,507 0,2595
MBF 2012-8-( ) 0,463 0,2595 0,055 0,104 0,692 0,030
0,499 0,2580
0,538 0,494 0,2895 0,2895 0,065 0,104 0,815 0,040
MBF 2012-9-( )
0,530 0,2880
0,635 0,3110
MBF 2012-10-( ) 0,577 0,3110 0,070 0,136 0,892 0,040
0,628 0,3095
0,666 0,3433
MBF 2012-11-( ) 0,608 0,3433 0,075 0,136 0,941 0,040
0,657 0,3418
0,762 0,3740
MBF 2012-12-( ) 0,696 0,3740 0,080 0,162 1,090 0,040
0,752 0,3725
Embora essa seja uma designação específica de um fabricante, ela serve para
ilustrar como é a seleção de um rebite, pois o processo de seleção é basicamente o
mesmo, a não ser por pequenas modificações.
3 - 19
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
então: σ C = F =F
A tD
onde:
F = força aplicada;
A = área do rebite suportando a força aplicada;
t = espessura mínima das chapas da junta;
D = diâmetro do rebite;
tD = área do retângulo (área projetada no plano).
τ S = F A = 4F 2
πD
3 - 20
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O rebite instalado estará sujeito, também, a este tipo de esforço, sendo, porém,
uma situação menos crítica do que a compressão e cisalhamento.
A figura 3.13 traz um exemplo de uma montagem na qual o rebite está sujeito à
flexão.
3 - 21
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
Se o rebite for muito comprido, ele empenará quando estiver sendo rebatido. Se,
pelo contrário, for muito curto, não será possível formar a cabeça de oficina.
O comprimento do rebite deve ser aproximadamente igual à espessura da
chapa, ou das chapas ou peças a serem rebitadas, adicionada de uma vez e meia o
diâmetro do rebite, para permitir a formação da contra cabeça, isto é, um comprimento
de rebite igual a 1,5 D deve estar disponível para formar a cabeça de oficina.
3 - 22
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O diâmetro da contra cabeça deve ser, em princípio, maior que 1,5 D e menor
que 1,75 D e sua altura, em relação à chapa, deve ser maior que 0,5 D e menor que
0,65 D.
3 - 23
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
A carga mínima que causará a rachadura na borda da chapa pode ser calculada
da seguinte maneira:
P = 2ltτ S , onde:
Na prática, dizemos que a distância de bordo (edge distance) deve ser maior
que 1,5 D (D = diâmetro do furo do rebite) e a distância medida da borda da chapa ao
centro do rebite (edge margin), deve ser maior que 2 D. (rebites de cabeça escareada:
2,5 D).
3 - 24
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Ps
L= , onde:
2tτ e
3 - 25
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
t = espessura da chapa;
τe = resistência ao cisalhamento da chapa.
3.11.1 Fixação
3 - 26
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Os centros dos furos de rebite devem ser marcados com punção, para evitar que
a máquina de furar, mecânica, escorregue para fora da posição.
Quando se utilizar de rebites escariados, a chapa deve ser previamente
preparada.
Para chapas finas, até 0,64 polegadas, o escariamento pode ser feito em
covinha (dimple ou mameado), e para as mais espessas, utiliza-se o escariamento à
máquina.
A escariação propriamente dita, é feita utilizando-se a máquina de furar com
broca especial, para retirar uma certa quantidade de material da chapa, formando um
encaixe para a cabeça do rebite, o que provoca, nas chapas finas, um considerável
enfraquecimento da junta.
A mameação ou escariamento em covinha é o processo de embutimento no qual
a chapa metálica é estampada, formando depressão com as dimensões exatamente
iguais às da cabeça do rebite.
Vemos na Figura 3-23 que a covinha é feita com um conjunto de matrizes,
composto de calcador (ou punção) e matriz de embutimento (ou mameação).
A operação de escariamento ou mameação de peças, para substituições ou
reparos, onde elas devem fixar-se nos mameados ou escariados da estrutura original,
apesar de simples, exige um operador treinado, com habilidade para a tarefa, bem
3 - 27
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
_________________________________________________________________________________________________________
como ferramental que produza depressões de igual contorno e ângulo que os originais
e, assim, assegure que as juntas reparadas tenham a resistência adequada.
Existem diversos tipos de teste com corpo de prova e inspeções para verificação
da qualidade das operações de mameação ou de escariamento à máquina, porém, a
principal segurança de que foi feito um escariado correto consiste no trabalho ter sido
realizado por um operador bem treinado.
A mameação ou covinha em chapas grossas pode ser realizada com a utilização
de matrizes aquecidas. O calor proveniente do aquecimento controlado das matrizes
provoca o recozimento suave do material na área da depressão a qual, conjuntamente
com a ação mecânica, permite a deformação necessária.
A mameação em chapas finas, em locais de difícil acesso, pode ser executada
através do próprio rebite de cabeça escareada, utilizando-se um martelete pneumático
comum de rebitagem e uma barra encontradora previamente preparada com um furo
de profundidade suficiente para o encaixe do rebite.
3.11.3 Encontrador
3 - 28
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3 - 29
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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Faz-se, então, uma mossa na superfície plana com um punção, de modo que a
broca possa ser centrada corretamente. Deve-se usar uma broca de diâmetro um
pouco menor que o da espiga do rebite, para furar sem enfraquecer a cabeça. Não se
deve deixar a espiga girar juntamente com a broca, o que poderia ocasionar um
rasgamento na chapa.
Firmando a contra cabeça do rebite, corta-se a cabeça original com uma
talhadeira aguda, forçando a ferramenta na direção da beira da chapa.
Após a remoção da cabeça do rebite, se este ainda estiver apertado e não cair
com uma leve puncionada, deve-se removê-lo por furação, pois uma martelada mais
forte pode danificar a chapa ou alargar o furo.
3 - 30
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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3.2 Soldagem
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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É um método barato de soldagem, porém não tem resistência suficiente para ser
usado em partes estruturais da aeronave.
O material mais usual é uma mistura de estanho e chumbo.
É utilizado sem o aquecimento prévio das partes a serem soldadas.
A solda forte é feita com as partes aquecidas a uma temperatura acima do ponto
de fusão do material a soldar.
Um dos métodos de solda forte é a solda à prata, no qual as superfícies a serem
soldadas são colocadas suficientemente próximas uma da outra e aquecidas na
presença de liga de prata fundida, a qual penetra no espaço entre as superfícies, por
ação capilar.
Existem outros métodos de solda forte, como solda forte de bronze, utilizada em
partes ferrosas e fundidas, com o auxílio de um agente de enchimento de liga cobre
latão, bem como métodos conhecidos como copper brazing, etc.
Esses métodos não devem, em princípio, ser usados na estrutura primária e
secundária da aeronave, a menos que aprovados pelo fabricante, pois geralmente
serão menos resistentes do que os outros métodos de soldagem.
• a liga é soldável ?
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• há necessidade de desmontagem ?
• há necessidade de gabaritos ?
diâmetro do bico
pressão de oxigênio
pressão de acetileno Oxi-acetileno
vareta de adição
geometria da junta
3 - 41
REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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REBITAGEM , SOLDAGEM E COLAGEM
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CAPÍTULO QUATRO
4.1 Introdução
Normalmente o metal isolado está num estado de energia muito mais elevado do
que no minério correspondente.
A corrosão é, portanto, um regresso a estados mais baixos de energia, através
de reações com o meio ambiente, tendendo para formas combinadas como óxidos,
hidróxidos, carbonatos, silicatos, sulfetos e sulfatos.
4-1
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
corrosão eletroquímica;
corrosão química;
corrosão por eletrólise.
muito fina;
invisível;
uniforme.
4-2
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anodo;
4-3
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
catodo;
tem deficiência de elétrons, liberados para a solução;
é o terminal positivo, onde ocorre reação de redução.
4-4
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_________________________________________________________________________________________________________
4.5.4 Inerte
É o metal que, numa solução eletrolítica, não ganha nem perde massa.
4-5
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
anodo;
perde íons de Zn+ para a solução;
terminal negativo;
reação do anodo:
Zn Zn2+ + 2e-
perde ganha
catodo;
ganha íons cúpricos Cu+ da solução;
terminal positivo;
reação no cátodo:
Cu2+ Cu – 2e-
ganha perde
4-6
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Quando se retira corrente, para um uso qualquer (ex: para acender a lâmpada
no desenho anterior), de uma pilha como a do tipo de Daniell, ocorrem certos efeitos
irreversíveis junto aos eletrodos, que tendem a se opor à direção do fluxo de corrente.
Esse fenômeno é conhecido como polarização dos eletrodos.
Devido a este fenômeno, o potencial de solução do anodo torna-se mais
catódico e o do catodo mais anódico, e assim a diferença de potencial entre os
eletrodos decresce constantemente, diminuindo, portanto, a quantidade de corrente no
circuito fechado. Atribui-se a polarização dos eletrodos a três causas:
4-7
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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4-8
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Esta corrosão pode ocorrer não intencionalmente como, por exemplo, a que
ocorre em tubulações de gás, água, telefone, petróleo, etc., enterradas. A corrente
elétrica pode ser fornecida por perdas de circuitos elétricos conduzidas através do solo
até as estruturas nele enterradas. Por isso a condutividade elétrica do solo
desempenha um papel importante na extensão da corrosão. Esta condutividade
depende de:
temperatura;
presença de oxigênio.
4-9
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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4 - 10
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4 - 11
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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Ácido sulfúrico e ácido clorídrico são mais ativos que o ácido fosfórico e o
acético.
As baterias ácido-chumbo usam, como eletrólito, o ácido sulfúrico.
4 - 12
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4 - 13
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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Obs.:
S = forjado, que é diferente de fundido;
SO = maleável ou recozido;
SH = trabalhado a frio;
SW = estado após o tratamento térmico. e antes do envelhecimento;
ST = estado após o envelhecimento e após o envelhecimento;
RT = têmpera por trabalho a frio, após tratamento térmico. e envelhecimento.
4 - 14
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4 - 15
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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gotas d’água: as áreas cobertas pela gota não terão acesso ao oxigênio,
tornando-se anódicas em relação às outras áreas livremente expostas ao
oxigênio do ar.
4 - 16
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4 - 17
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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4.8.5.1 Umidade
4.8.5.3 Chuva
4 - 18
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PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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4 - 20
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4 - 21
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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Temos na Tabela 4-1 uma ordenação de metais e ligas numa série baseada nas
condições do meio mais próximas daquelas encontradas na prática.
A serie galvânica indica qualitativamente o provável comportamento de um metal
ou liga em um par galvânico, estabelecendo qual será o catodo ou anodo. Deve-se,
porem, ressalvar que mesmo pequenas alterações do meio podem deslocar o potencial
de cada metal ou liga.
Quanto mais distanciados um metal do outro na serie galvânica, maior será a
intensidade da corrosão, se ambos forem colocados na presença de um eletrólito
comum.
Magnésio
Anodo;
Ligas de magnésio
Maior potencial
negativo; Zinco
4 - 22
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Alumínio 7178
Cádmio
Alumínio 17 St (2017-T4)
Alumínio 2024-T4
Alumínio 2014-T6
Aços-carbonos
Aços-cobre
Ferro fundido
Aço-cromo (4% a 6% de Cr)
Aço-cromo (12% a 30% de Cr)
Aço inox Cr-ni (18%, 8%)
Aço inox Cr-Ni-Mo (18%, 8% , 3%)
Hastelloy C (62% Ni,18% Cr,5% Mo,5% Fe)
Soldas de chumbo e estanho
Chumbo
Estanho
Níquel (ativo)
Inconel (80% Ni, 13% Cr, 7% Fe ) (ativo)
Hastelloy A (60% Ni, 20% Mo, 20% Fe)
Hastelloy B (65% Ni, 30% Mo, 5% Fe)
Latões (cu-Zn)
Cobre
Bronze (Cu-Sn)
Niquel-prata
Ligas de Cobre-Níquel
Titânio
Monel
Solda de prata
Níquel
Inconel
Catodo;
Aço-cromo (13% Cr)
Menor potencial Aço-inox Cr-Ni (18% e 8%)
negativo;
Aço-inox Cr-Ni-Mo (18% Cr,8% Ni, 3% Mo)
Mais nobre;
Menos ativo;
4 - 23
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
(passivo)
Hastelloy C
Prata
Grafite
Ouro
Platina
Subgrupo A - 2S, 3S, 52S, 53S, 61S, 75S, 13, 43, 220, 355, 356, e todas as ligas
Alclad e Pureclad;
4 - 24
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Para evitar a corrosão galvânica, usar, nas junções de metais, os mais próximos
entre si na série galvânica.
4.10.1.3 Isolamento
4 - 25
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Exemplo 3:
A corrosão rápida e total de um barco de liga de alumínio (anodo) que foi
amarrado, com cabo de aço, a um dique flutuante de aço inoxidável (catodo). Apesar
do barco estar excelentemente tratado e pintado, a relação [área do cais (catodo) /
área do barco (anodo)] foi muita alta e o processo corrosivo foi intensificado.
4 - 26
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4.10.1.5 Limpeza
4 - 27
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
4 - 28
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• tipo de proteção;
4 - 29
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
• local;
• condições do eletrólito;
• disponibilidade de fontes de energia, etc.
4 - 30
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• revestimentos metálicos;
• revestimentos inorgânicos;
• revestimentos orgânicos;
• revestimentos cerâmicos.
• cadmiagem;
• zincagem ou eletrogalvanização;
• cobreação ;
4 - 31
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
• niquelagem;
• cromagem;
• estanhação;
• douração, etc.
4.10.5.1.1 Cadmiagem
4 - 32
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4.10.5.1.2 Zincagem
4 - 33
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
• zinco : sherardização;
• alumínio : aluminação ou calorizing;
• cromo : cromeação ou cromizing.
4 - 34
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4.10.5.2.1 Anodização
4 - 35
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Uma boa película anódica deve ter, pelo menos, 0,006 mm de espessura,
porém é engano pensar que quanto mais espessa a camada de óxido melhor a
proteção do metal, pois acima de certa espessura as películas se tornarão porosas e
oferecerão pouca proteção.
A alta estabilidade química que é exibida pelo alumínio e suas ligas, a despeito
de sua posição ruim na tabela de nobreza, é devida ao fato que quando presentes o
oxigênio ou certos compostos que contenham oxigênio ou água, forma-se naturalmente
uma camada de óxido insolúvel.
Este revestimento é transparente e de pouca espessura, mas, apesar disto,
perfeitamente impermeável e aderente, protegendo o metal de outros ataques
corrosivos.
A camada de óxido formada na anodização artificial é mais espessa, resistente e
neutra do que a natural.
Se, por algum motivo, for impedida aderência da camada de óxido, esta
continuará a se produzir até consumir todo o alumínio.
Isto pode acontecer, por exemplo, no caso de um manômetro de mercúrio
quebrar e o mercúrio se espalhar sobre a superfície do alumínio.
O mercúrio impede a aderência do óxido e a corrosão consumira o alumínio.
4 - 36
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4.10.5.2.2 Fosfatização
4.10.5.2.3 Iridite
Este tratamento tem por finalidade dar uma superfície protetora aos
revestimentos de zinco ou cádmio, principalmente.
O processo (no caso do zinco) induz a superfície de zinco a combinar-se com
um sal de cromo, formando um revestimento protetor que irá retardar a formação dos
produtos de corrosão.
4 - 37
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
4.10.5.2.4 Passivação
O aço inoxidável deve parte de sua resistência à corrosão pela presença de uma
de óxido que adquire naturalmente ou que pode ser assegurada pela imersão em
determinados ácidos.
Ex.: ácido nítrico 50%, quente.
A imersão nestes ácidos fortes é chamada passivação.
• tintas
• vernizes
• lacas
4 - 38
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• esmaltes
• resinas
• dispersões
• emulsões
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Obs:
Aços: jatos de areia e bolas de vidro são mais utilizados para remoção mecânica
dos produtos de corrosão do aço, assim como o ácido nítrico e fluorídrico para a
remoção química, no metal.
4 - 45
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Obs: Sempre que possível evitar utilizar removedores de aço no alumínio, para
evitar contato de metais dissimilares.
Caso as ferramentas sejam utilizadas, limpar bem a superfície, para evitar
acúmulo de partículas.
4 - 46
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aplicada com um pincel ou esfregão de pano. Continuar aplicando até que as bolhas
cessem.
Deixar a solução permanecer sobre a superfície por mais cinco minutos.
Remover a solução de bicarbonato de sódio, enxaguando com água limpa e a
seguir secar com um pano.
Tratar a área afetada com uma solução a 5% de ácido acético, aplicado com
pincel ou esfregão de pano, até que toda reação cesse. Deixar a solução permanecer
sobre a superfície por cinco minutos adicionais. Remover a solução de ácido acético
enxaguando com grande quantidade de água da torneira e depois secar com um pano.
4 - 49
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
4.12.1 Drenagens
• drenar os tanques algum tempo após cada vôo (mínimo de dois litros de
cada tanque);
• observar as amostras colhidas e verificar a presença de água no fundo do
recipiente;
4 - 50
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Utiliza o produto Hydrokit, ESP 26041, fornecido pela Esso®, a ser aplicado da
forma seguinte:
4 - 51
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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Utiliza o produto Shell Detector Unit, fornecido pela Shell®:, a ser aplicado da
forma seguinte:
4 - 52
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biocidas.
A análise pode ser feita, por exemplo, com o auxilio de um produto chamado de
Microbmonitor Test Kit, da Boron Oil Company®.
O kit é composto de dois vidros etiquetados A e B. O vidro A vem absolutamente
estéril, mas possui substancias favoráveis ao desenvolvimento de colônias de
microorganismos.
O vidro B possui as mesmas substancias do vidro A, mais um aditivo
estabilizante que, além de impedir o desenvolvimento de colônias, constitui um
ambiente letal para os microrganismos.
A introdução de quantidades iguais de combustível nos dois vidros permite,
dependendo do caso, num período de quarenta e oito horas, a comparação visual dos
dois vidros. Se a amostra estiver contaminada, o vidro A mudará gradualmente de cor,
de transparente para rosa ou vermelho, dependendo do grau de contaminação.
Os microrganismos, dependendo de seu tipo, podem se localizar no
combustível, na água ou na interface água-combustível ( mais comum ).
Dessa maneira, se o combustível estiver contaminado, poderemos saber onde
os microrganismos estão localizados, utilizando três kits.
4 - 53
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
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prévios.
• prolongada durabilidade;
• aumento da eficiência;
4 - 55
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
• limpeza manual;
• lavagem com jato (força mecânica do jato + ação química e física da
solução);
• limpeza em tanque (peças desmontáveis ou pequenas).
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• costuras do revestimento;
• juntas sobrepostas;
• áreas onde areias , sujeira e lama se acumulam;
• fendas onde os compostos de limpeza se acumulam;
• áreas onde a umidade não se evapora rapidamente;
• áreas sujeitas a ácidos de bateria;
• áreas sujeitas a respingos do mictório;
• áreas sujeitas a fumaça;
• áreas sujeitas a gases do escapamento ou armas de fogo.
4 - 57
PRECAUÇÕES CONTRA A CORROSÃO EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
• áreas de trem de pouso, rodas, flap de mergulho, etc. São áreas expostas
à tensões repetidas e à lama, água, sal, detritos, etc.;
• tanques integrais de combustível;
• áreas com resíduos de sabões não especificados. Os resíduos de alguns
sabões são higroscópicos, atraem a umidade do ar, e , também, são
corrosivos para alguns metais;
• peças pesadas ou espessas. são susceptíveis de corrosão intergranular e
esfoliação inicialmente aparece como uma pequena saliência na
superfície na chapa ou na película de tinta, devido à força de expansão
dos produtos da corrosão, que ocorre nos limites dos grãos que ficam
logo abaixo da superfície. É uma evidência de corrosão intergranular.
Peças estruturais grossas estão sujeitas à ataque corrosivo, devido à
possíveis variações de composição, principalmente se são tratadas
termicamente durante a fabricação.
4 - 58
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intergranular.
A extensão da corrosão comum pode ser determinada com ensaios das
cavidades com agulha fina.
É uma questão de critério decidir se tal corrosão, quando encontrada, pode ser
reparada ou se o metal deve ser cortado e instalada uma peça de substituição.
De uma maneira geral, podemos considerar que os seguintes efeitos não vão
afetar a resistência:
4 - 59
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CAPÍTULO CINCO
5-1
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
5-2
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5.1.2 Colisão
5.1.3 Fogo
Uma estrutura pode sofrer a ação do fogo após uma colisão, aterragem de
emergência, incêndio no motor, ou incidente de manutenção.
O fogo pode causar alteração da qualidade do tratamento térmico do material e
perda de sua resistência estrutural, mesmo que não tenha deformação ou mudança no
aspecto da peça, bem como pode provocar o surgimento de ambiente corrosivo devido
à queima de certos materiais não metálicos.
5.1.4 Fadiga
5.1.5 Corrosão
5-3
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Sempre que possível, remova, pelo menos, dois rebites ou parafusos de uma
junta sob suspeita e verifique se apresentam indícios de empeno ou cisalhamento, bem
como se os furos de passagem estão ovalados.
A estrutura pode apresentar, em suas bordas ou nas suas uniões, indício de que
foram deformadas ou que tiveram um deslocamento relativo.
Estas características são: falhas na pintura em torno das bordas das peças,
folgas nas extremidades das superfícies de contato, na junção, além de rebites e
parafusos cisalhados.
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5-5
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
existência de ondulações;
vazios;
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5-7
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
projeto de reforço seja mais adequado ou que sejam introduzidas modificações nas
demais aeronaves do mesmo modelo.
As ligas de alumínio de alta resist6encia, usadas nas gerações mais recentes de
aviões militares ou comerciais, são relativamente quebradiças e tendem a fragmentar-
se em múltiplas fraturas.
Os materiais de alta resistência, geralmente, apresentam uma fratura sem
deformações apreciáveis, enquanto os materiais dúcteis costumam indicar a direção
das cargas aplicadas no momento da falha.
Se, por exemplo, o eixo da turbina de um avião acidentado indicar que foi
entortado ou torcido antes de fraturar, conclui-se que o motor estava em movimento na
ocasião do impacto; se, porém, apresentar apenas sinais de empeno, pode-se concluir
que o motor já estava parado antes do impacto.
O aspecto da peça fraturada por fadiga também pode ser caracterizado,
conforme visto no item 10 do Capítulo 2 Considerações sobre materiais de construção
aeronáutica. No caso de fratura ocorrida devido à corrosão sob tensão (stress
corrosion), a rachadura também será progressiva como na fadiga, porém se propagará
através dos contornos de grãos da rede cristalina do material, apresentando um
aspecto áspero, diferente da zona de fadiga, que é normalmente lisa e brilhante.
Além do aspecto geral do componente da estrutura que falhou, as superfícies
das seções fraturadas devem ser examinadas com uma lente de aumento (10X ou
12X), para identificação de pontos de corrosão, rachaduras por fadiga, áreas de
corrosão sob tensão. Também se deve procurar identificar a direção de propagação
das rachaduras e as forças aplicadas no momento da fratura.
A seguir, são mostrados diversos aspectos de falhas estruturais típicas, em
materiais metálicos.
5-8
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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5 - 11
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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Estas dimensões deverão então ser comparadas entre si para verificação das
possíveis diferenças das medidas que não deverão exceder as tolerâncias
estabelecidas pelo fabricante da aeronave. Essas tolerâncias variam de acordo com a
localização na aeronave e com o tipo de aeronave.
Um valor típico é de 0,2% a 0,5% da distância medida.
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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avaria desprezível
avaria que permite somente vôo de translado;
avaria que exige reparo.
Considerar uma avaria como desprezível é uma concessão quase que subjetiva,
que varia de acordo com o tipo de aeronave, e mesmo com o estado geral de cada
aeronave. Muitas vezes, é difícil ao engenheiro de manutenção assegurar que um
determinado dano é desprezível, a menos que o projetista da aeronave tenha definido
perfeitamente os parâmetros necessários ao julgamento.
Se, portanto, existir qualquer dúvida, a avaria deverá ser considerada como
exigindo reparo.
De maneira geral, avaria desprezível é aquela que pode permanecer como está
sem restrições para o vôo, ou que pode ser corrigida por processo simples, como:
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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não enfrente zonas de turbulência, utilize baixas velocidades de cruzeiro e não seja
submetida a curvas de grande inclinação, etc.
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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Todo elemento estrutural que sofrer grandes avarias deverá ser reparado pela
substituição da peça completa por uma nova.
Neste caso, estão incluídas as peças avariadas que só podem ser reparadas em
oficinas especializadas, ou cujo reparo seja antieconômico.
Este método aplica-se normalmente a componentes pequenos que podem ser
facilmente substituíveis.
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As seguintes providências devem ser tomadas sempre que for necessária uma
substituição, reforço ou emenda:
A espessura de uma peça a ser substituída pode ser facilmente obtida medindo-
se a peça original com um micrômetro.
Nunca substituir por uma chapa mais fina ou com área de seção transversal
menor do que a original, mesmo que a nova chapa seja de material mais resistente do
que a avaria.
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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reparo;
pressurizadas;
rebites;
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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desta com a longarina da seção central, etc., não está contida no manual, é mais
conveniente consultar o fabricante da aeronave sobre a maneira mais adequada de
executar o reparo.
Existem, entretanto, princípios gerais presentes nos diversos tipos de reparos.
Os métodos empregados dependem mais do tipo do membro estrutural do que
da função ou da posição particular do componente na estrutura.
O engenheiro responsável pela recuperação da aeronave, após familiarizar-se
com as características gerais dos reparos para cada tipo de componente estrutural, não
terá dificuldade em adaptá-las ao projeto do reparo de qualquer parte de uma
determinada estrutura.
Um reparo eficiente deve ser simples, porém deve restituir a resistência original
ao componente afetado. Isto nem sempre é possível, devido à necessidade de
introduzir furações para rebites ou parafusos na área reparada.
Para que haja um mínimo de perdas de resistência, o engenheiro projetista do
reparo deve considerar as seguintes questões:
5 - 22
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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inversão completa de forças, de tal maneira que um reparo calculado para tração deve
ser sempre verificado para esforços de compressão e vice-versa.
5 - 24
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cortada de uma peça nova do estoque. Esta solução é para uma situação
normal. Algumas vezes, nos deparamos com situações de emergência
que tornam necessárias outras soluções, como as seguintes;
5 - 25
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Se for necessário aplicar, em substituição, uma liga mais fraca que a primitiva, o
reparo deverá ter uma espessura maior, para dar uma resistência equivalente.
Entretanto, o inverso não é uma solução segura.
Nunca se deve empregar uma seção transversal menor, mesmo que seja
utilizado um metal mais resistente.
Se a liga A for substituída pela liga B, a liga B deverá ter uma espessura maior.
Se a liga B for substituída pela liga A, a liga A deverá ter uma espessura maior.
Esta aparente incongruência pode ser explicada pelo seguinte exemplo:
5 - 26
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Concluímos que um material de substituição mais fino que o original, mesmo que
seja mais resistente à compressão e ao cisalhamento, reduzirá as resistências à
flambagem e à torção da peça.
Voltando ao início deste assunto, se o material usado para o reparo é mais frágil
que o da estrutura original, maior área será necessária para resistir aos esforços.
(Carga = resistência da liga x área da seção).
Este aumento de área pode ser obtido pelo aumento da espessura e/ou do
comprimento do material de reparo.
A relação para o aumento da área poderá ser obtida da tabela que veremos a
seguir ou da comparação da carga de deformação (alongamento) e de ruptura do dois
materiais, usando-se a relação crítica (o maior valor).
Por exemplo:
Para substituir uma liga de alumínio anodizado 24SRT por Alclad 24ST, as
relações serão:
Resistência à ruptura:
Resistência à deformação:
Assim uma área danificada de 24SRT deverá ser substituída por uma área de
1,49 vezes maior de Alclad 24ST.
5 - 27
Alclad Alclad Alclad Alclad Alclad Alclad Alclad Alclad
14S 14S 61S 24S Alclad 24S 24S 24S 24S 75S
52S- 24S 24S 75S
T4 T6 T6 T4 24S T36 T81 T84 T6 T6
H38 T4 T36 T6
T6
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 75S-T6
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,08 Alclad 75S-T6
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,07 Alclad 24S-T86
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,02 1,00 1,08 Alclad 24S-T84
com o material substituído.
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,13 1,15 1,13 1,22 Alclad 24S-T81
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,13 1,27 1,29 1,27 1,37 24S-T36
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,07 1,20 1,35 1,37 1,35 1,46 Alclad 24S-T36
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,05 1,17 1,32 1,34 1,32 1,48 Alclad 24S-T6
5 - 28
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,18 1,15 1,18 1,38 1,55 1,58 1,55 1,68 24S-T4
1,00 1,00 1,00 1,00 1,08 1,27 1,25 1,33 1,49 1,68 1,71 1,68 1,81 Alclad 24S-T4
1,00 1,00 1,00 1,06 1,15 1,35 1,32 1,40 1,57 1,77 1,80 1,77 1,92 61S-T6
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
1,00 1,00 1,06 1,12 1,22 1,43 1,40 1,49 1,67 1,88 1,91 1,88 2,04 Alclad 14S-T6
1,00 1,03 1,10 1,16 1,25 1,47 1,44 1,58 1,72 1,94 1,96 1,94 2,10 Alclad 14S-T4
1,00 1,03 1,10 1,16 1,25 1,47 1,44 1,58 1,72 1,94 1,96 1,94 2,10 52S-H38
1,15 1,15 1,18 1,25 1,32 1,43 1,68 1,65 1,75 1,97 2,22 2,26 2,22 2,40 52S-H36
1,39 1,39 1,44 1,53 1,61 1,74 2,05 2,00 2,14 2,40 2,70 2,74 2,70 2,92 52S-H34
1,60 1,60 1,65 1,75 1,85 2,00 2,35 2,30 2,35 2,75 3,10 3,15 3,10 3,38 52S-H32
_________________________________________________________________________________________________________
A Tabela 5-1 dá, para as ligas de alumínio, os fatores pelos quais devemos
multiplicar a espessura da chapa a ser substituída, para obter a resistência equivalente
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1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,22
1,40
H36
52S
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,15
H34
52S
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
H32
52S
Exemplo:
Notas:
5 - 29
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
5 - 30
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5 - 31
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
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A parte superior da Figura 5-10 mostra uma chapa de alumínio com um furo no
centro não submetida a esforço. Na parte inferior, ela foi submetida a esforço de tração.
Vemos que na vizinhança do furo, a área líquida é grandemente diminuída.
Como a carga é constante e a área líquida diminui, o esforço na área reduzida
aumentará muito e a chapa falhará na área sobre tencionada, entre o furo e a borda.
Tanto em tração como em compressão, um membro estrutural sem furos é mais
resistente do que um membro idêntico, porém com furos.
5 - 33
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
5 - 34
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
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0,018 104
.020 106
0,025 211
0,032 217 374
0,036 380
0,040 386 575
0,045 388 584
0,051 594 838
0,064 596 862 1494
0,072 1519 2371
0,081 1544 2396
0,091 1550 2421
0,102 2450 3412
0,128 2460 3510
5 - 37
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
5 - 38
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
E/D = 2,0 1/16 1/32 1/8 5/32 3/16 1/4 5/16 3/8
0,016 95
0,018 107 153
0,020 119 170
0,025 149 212 284
0,032 189 272 364 450
0,036 213 306 410 506 609
0,040 237 340 455 563 676
0,045 267 382 512 634 761
Espessura da chapa mais fina em polegadas
5 - 40
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Materiais pol 0,012 0,016 0,020 0,025 0,032 0,040 0,063 0,080 0,090 0,100 0,125
Designação mm 0,305 0,406 0,508 0,635 0,813 1,016 1,600 2,032 2,286 2,540 3,175
1100 0,6 0,6
r mínimo em milímetros
1100 H14 0,6 1 1 1,6 2,5 2,5 2,5 4
Alclad
1 1 1,6 1,6 2,5 2,5 6 6 10 10 10
2024 – T3
Alclad 2024
0,6 0,8 1 1 1,6 1,6 4 4 6 6 6
T4 ou T3
Alclad
0 0,5 0,8 0,8 1 1,6 2,5 2,5 4 4
2024 - O
5052 H34 1 1 1,6 1,6 2,5 2,5 6 6 10 10 10
5 - 43
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
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40 70 10 8 17
50 80 20 11 20
60 90 30 14 24
70 100 40 18 27
80 110 50 21 30
90 120 60 24 33
100 130 70 27 36
(Base de cálculo P=10mm)
Tabela 5-10 Reparos por inserção em revestimento de alumínio
5 - 47
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________________________________________
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A utilização de aço para reparar uma peça de alumínio, requer que os dois
elementos sejam isolados entre si antes da montagem, para evitar a corrosão
galvânica.
Este isolamento pode ser obtido por meio da aplicação de compostos de
proteção contra a corrosão (cromato de zinco), aplicação de fitas isolantes especiais ou
deposição de camadas de proteção galvanoplásticas (cadmiagem, fosfatização, etc.).
A junção dos metais diferentes requererá, ainda, a utilização de rebites ou
parafusos de aço em lugar dos rebites de alumínio originais.
A dimensão C da peça de reparo A deve ser igual ou ligeiramente superior à
espessura da peça avariada, para a recuperação da área original da seção transversal,
pois a dimensão de A é menor que a da peça danificada.
O reparo externo B pode ser confeccionado com chapa de liga de alumínio já
tratada termicamente, pois o raio de dobragem provavelmente não será crítico.
5 - 53
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
5 - 54
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REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Obs.: não usar reparos por luvas parafusadas em tubos de aço soldados.
A área removida do tubo pelos furos dos parafusos, neste tipo de reparo,
pode tornar-se crítica.
5 - 56
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5 - 57
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Figura 5-21 Elementos com mossas em uma seção (reparo por luva soldada)
5 - 58
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5 - 59
REPAROS ESTRUTURAIS EM AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Figura 5-24 Emenda pelo método de luva externa (substituição por luva externa soldada)
5 - 60
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_________________________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO SEIS
6-1
PESAGEM E CENTRAGEM DE AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
60
50
40 Total de
acidentes
30
Fatais
20
10
0
1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977
Gráfico 6-1 Acidentes com aeronaves envolvendo problemas de peso e/ou centragem
É fácil imaginar para cada uma das condições acima uma situação de acidente
com perda de vidas e equipamentos valiosos, devendo o pessoal de manutenção estar
particularmente atento à ocorrências dessa natureza.
6-2
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Peso de operação: é a soma do peso básico com os pesos de itens móveis que
estão presentes em todos os vôos e que, substancialmente, não se alteram durante a
missão, tais como óleo, água da toillet, material de comissaria, equipamentos de
emergência, bagagem da tripulação e tripulação.
6-3
PESAGEM E CENTRAGEM DE AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
Peso máximo de rampa é o maior peso com o qual a aeronave poderá iniciar a
partida e efetuar rolagem e testes sem que ultrapasse, no momento da decolagem, o
peso máximo de decolagem.
Peso máximo zero combustível é peso máximo que a aeronave carregada pode
ter excetuando o peso de combustível.
6.4.1 Alcance
À medida que o peso bruto do avião aumenta, este tende a estolar mais cedo,
isto é, tende a estolar a velocidades mais altas.
6-4
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_________________________________________________________________________________________________________
6-5
PESAGEM E CENTRAGEM DE AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
6.5 Centragem
6.5.1 Generalidades
6-6
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_________________________________________________________________________________________________________
paralelos, mas não coincidentes, criando também um binário, com tendência a girar em
sentido contrário ao anterior, dando o equilíbrio e a reserva de torque para aplicação
dos comandos da aeronave. Desta maneira se pode criar momentos necessários à
dirigibilidade e à estabilidade do vôo. Se as duas forças verticais, peso e sustentação e
as duas forças horizontais (tração e arrasto) estivessem diretamente alinhadas, duas a
duas, o centro de massa da aeronave poderia girar sem controle.
A forças de sustentação e peso tem sentidos opostos. Dependendo do projeto
da aeronave, o eixo de aplicação da força peso normalmente está mais próximo do
nariz da aeronave do que o eixo da força de sustentação. O resultado é uma tendência
do nariz da aeronave girar (em relação a um eixo passando ao longo das asas e
perpendicular ao plano vertical descrito). O giro pode se dar no sentido nariz para cima
ou nariz para baixo, dependendo do desequilíbrio entre os momentos das duas forças
verticais, peso e sustentação. Esse desequilíbrio é causado pela atuação do profundor
(estabilizador horizontal), sob comando do piloto.
Para aeronaves de pequeno porte é normalmente considerada apenas a
centragem longitudinal, já que as mudanças verticais e laterais do centro de gravidade
são normalmente desprezíveis para afetar a estabilidade do avião.
Em aeronaves de grande porte os altos valores de peso de carga transportada
e combustível podem exigir atenção extra com relação ao eixo de rolamento. No item
6.5.2 são comentados os problemas de centragem de combustível.
6-7
PESAGEM E CENTRAGEM DE AERONAVES
_________________________________________________________________________________________________________
6-8
MANUTENÇÃO E FABRICAÇÃO DE AERONAVES
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PESAGEM E CENTRAGEM DE AERONAVES
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Este limite poderá variar com o peso bruto do avião, sendo muitas vezes
associado à necessidade de controle das condições de pouso.
Um CG muito dianteiro pode ainda possibilitar um vôo estável e seguro, mas
para a manobra de pouso poderia se tornar crítica à preservação da estrutura do avião
e, ou ser perdida a condição de que a deflexão do profundor seja suficiente se atingir a
velocidade de estol.
À medida que o CG é deslocado para frente, as forças sobre o manche e a
deflexão necessária do profundor para mudar a trajetória de vôo se tornam maiores.
Quando estas forças se tornam muito altas, podem implicar em fadiga e numa
incapacidade do piloto em executar algumas manobras. Se as limitações estruturais ou
as grandes forças sobre o manche não limitam a posição dianteira do CG, este ponto
será determinado como a posição do CG na qual é necessário que se deflita
completamente o profundor para se obter um alto ângulo de ataque para o pouso.
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PESAGEM E CENTRAGEM DE AERONAVES
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A estabilidade longitudinal fica reduzida pois o profundor fornece quase toda sua
sustentação positiva para o vôo nivelado. A aeronave poderá desenvolver uma
tendência a cabrar, aumentando perigosamente o ângulo de ataque da asa ao menor
descuido.
Como resultado podem ocorrer estóis perigosos ou parafusos de difícil
recuperação. No caso de uma posição de CG. ligeiramente atrás do centro de
sustentação podermos manter condições de estabilidade.
O estabilizador fornece uma sustentação positiva, ajudando a asa, devendo
existir uma reserva de sustentação, positiva ou negativa, para as manobras de baixar
ou subir o nariz, sem maiores dificuldades.
A medida que o CG é deslocado para trás, as alterações de forças sobre o
manche, e da posição do manche, necessárias para a mudança de velocidade e,
consequentemente, da trajetória de vôo, se tornam menores.
Além disso, as forças sobre o manche em manobras, isto é, a força de comando
do piloto sobre o manche por aumento de fator de carga (g), torna-se menor à medida
que o CG é deslocado para trás.
Sob condições extremas, estas forças chegarão a zero ou se inverterão,
resultando em falhas da asa, em muitos casos devido à capacidade do piloto de impor
grandes fatores de carga à estrutura do avião.
Normalmente os fabricantes apresentam os limites de CG associados às
diversas condições de peso e carregamento, chamada Carta de Envoltória de Peso x
Centro de Gravidade, como exemplificado na Figura 6-6
.
6.8 Exemplo de cálculo do CG de aeronave
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viii. transportar os valores acima para uma tabela, como a Tabela 6.2.
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Peso Momento
[ kgf ] [ kgf.m ]
Total I 4640,3 27977,35
Total II -1322,8 -8424,9
Avião básico 3317,5 19552,45
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iii. Eletrônica (Caixa Cox Steven): são elementos sólidos com célula interna,
intercalados entre os macacos e o avião. Através da variação de tensão
resultante do peso do avião, teremos, através de circuitos elétricos, a
indicação do peso sobre o macaco. Os problemas desse sistema estão
ligados, em geral, à fragilidade do equipamento comparado com as
balanças convencionais.
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CAPÍTULO SETE
7.1 Introdução
7- 1
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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7- 2
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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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Existem casos em que uma área não está coberta pelas padronizações de
inspeções ou o equipamento sugerido de inspeção não está disponível.. As
informações sobre os diversos processos de inspeção deverão ser usadas para se
fazer a escolha do melhor método alternativo para a área. A Tabela 7-1 apresenta, de
forma resumida, uma análise comparativa de alguns métodos de modo a auxiliar nessa
tomada de decisão.
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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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No revestimento inferior de uma asa foi detectada uma trinca por fadiga, no furo
de um fixador. O fixador foi removido e feita uma inspeção com líquido penetrante para
determinação do comprimento da trinca.
A região da trinca foi removida por corte no revestimento. Depois se fez
necessária uma verificação em volta do corte para se assegurar que toda a trinca foi
eliminada.
Foram considerados os seguintes métodos: raios X, corrente parasita, ultra-som
e líquido penetrante. A seguir é discutida a conveniência do uso de cada um deles.
o método de líquido penetrante foi considerado inadequado devido à
dificuldade de se conseguir uma cuidadosa limpeza da área. .
o raio X não foi considerado viável para inspeção, pois sua sensibilidade
a trincas muito pequenas não é tão boa quanto a do ultra-som ou corrente
parasita.
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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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7.9.2 Borescópios
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7.9.3 Fibroscópios
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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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encontrada deverá ser testada, para se definir sua extensão e severidade. Corrosão
severa exige ação corretiva imediata. Se houver corrosão leve, deverá ser removida
cuidadosamente e completamente, antes de prosseguir com as preparações para a
inspeção visual. Ver Capítulo 4 Corrosão em aeronaves.
Em todas as partes onde houve remoção da corrosão leve deverá ser feita
limpeza completa, usando-se um solvente aprovado.
A recuperação da superfície do metal não deverá ser feita nesse momento, pois
pode interferir numa inspeção com líquido penetrante subseqüente.
Na pesquisa de falha estrutural o primeiro passo deverá ser um exame da área
quanto a prendedores (rebites, parafusos, etc.) deformados ou mesmo faltando.
Deverão ser identificados para reparo subseqüente. A seguir deve ser feito um
exame minucioso quanto à trincas nas superfícies de membros estruturais com a ajuda
de uma lanterna. A maioria das trincas começam em pontos de tensão concentrada,
como cortes agudos em cantos e furos de prendedores. As trincas podem ainda ocorrer
nos raios de dobramento de chapas metálicas e locais semelhantes que forem
submetidos a severas operações de conformação, durante a manufatura.
As áreas a serem inspecionadas deverão ser limpas de quaisquer depósitos que
possam impedir a descoberta de fendas superficiais. O acabamento protetor não
necessita ser removido.
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Método do penetrante lavável com água é o menos sensível dos três métodos
envolvendo penetrantes fluorescentes.
O método utiliza penetrante com base oleosa, ao qual foi adicionado
emulsificador para torná-lo lavável com água e um corante altamente fluorescente.
Após a aplicação do penetrante, a superfície de teste é lavada para remover o
excesso de penetrante e é aplicado um revelador. Pode ser usado um revelador úmido
ou seco. O tipo pó seco resulta em melhor sensibilidade e deve ser usado onde for
exigida inspeção mais rigorosa.
Em ambos os casos, quando vista sob luz negra, qualquer descontinuidade na
superfície de teste se incandesce com uma luz amarela verde brilhante contra um
fundo escuro. A intensidade da fluorescência está relacionada com o volume de
penetrante retido na fenda da superfície.
A Tabela 7-2 apresenta as vantagens e desvantagens da inspeção com
penetrante fluorescente lavável com água.
Vantagens Desvantagens
Possui fluorescência para maior Pode ser difícil reoperar as peças.
visibilidade.
Facilmente lavável com água. A anodização pode afetar sensibilidade.
O acabamento cromado pode afetar a
Bom para pequena quantidade de peças.
sensibilidade.
Exige inspeção com luz negra em áreas
Bom em superfícies ásperas.
escuras.
Não confiável para detectar rachaduras e
Bom em chavetas e roscas. condições semelhantes de superfícies
rasas.
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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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Vantagens Desvantagens
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ideal para operações de pista é usando kits de inspeção portáteis, contendo todos os
fluidos necessários em latas pressurizadas tipo aerosol. A Tabela 7-4 mostra as
vantagens e desvantagens da inspeção com penetrante corante visível removível com
solvente.
Vantagens Desvantagens
Pode ser usada em kits portáteis. Materiais muito inflamáveis.
Não exige fonte de luz especial. Remoção lenta do penetrante da superfície.
Pode ser usada em áreas locais suspeitas de
Dispendiosa em homens/horas.
grandes peças.
Pode ser usado em peças, onde não é Indicações menos visíveis do que indicações
permissível o contato com água. fluorescentes.
Materiais não podem ser usados em tanques
Pode ser usado em superfícies anodizadas.
abertos.
Ideal para componentes operacionais que não Difícil de usar em superfícies ásperas,
podem ser desmontados. especialmente em magnésio fundido.
Oferece altíssima precisão de inspeção.
Melhor de todas as técnicas em defeitos
contaminados.
Tabela 7-4 Características da inspeção com penetrante corante visível removível com
solvente
Após conclusão de qualquer processo com líquido penetrante corante, caso não
for exigida qualquer ação de reparo, todos os traços de resíduos de materiais de
inspeção devem ser removidos dentro de quatro horas. Limpar completamente as
peças ou estrutura usando qualquer método adequado aprovado. Secar
completamente a superfície e restaurar o seu acabamento original. Caso não seja isso
praticável, aplicar um acabamento alternativo adequado.
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É muito importante que a peça esteja limpa e livre dos materiais estranhos de
toda espécie, inclusive umidade, que possam entupir as descontinuidades superficiais
e, daí, interferir com a ação eficiente do penetrante.
Tinta, verniz ou revestimento semelhantes, bem como graxa, sujeira e corrosão,
devem ser completamente removidas para evitar desenvolvimento de indicações
enganadoras. A galvanização também deverá ser removida até o metal nu se isto
puder ser feito convenientemente, sem camuflar quaisquer defeitos superficiais.
A condição da superfície de cada peça individual determinará o tipo de limpeza
exigido. Referir-se às instruções do fabricante para informações sobre a preparação da
peça. A inspeção confiável de uma peça por qualquer método de líquido penetrante
depende da capacidade do penetrante em se filtrar para dentro dos defeitos existentes
na superfície de teste.
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Quando a peça for muito grande para aplicar contatos na extremidade, a peça
pode ser magnetizada com contatos de ponta ou contatos de grampos.
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A superfície da área sob inspeção deve ser completamente limpa para que a
sonda de corrente parasita possa fazer bom contato.
Sujeira, carbono ou depósitos de graxa devem ser limpos com solventes.
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7.14.3.1 Voltagem
A nitidez da imagem será tanto maior quanto maior for a distancia fonte/filme,
mas a intensidade da radiação recebida pelo filme diminui com o quadrado dessa
distancia.
Por essa razão a distancia é geralmente escolhida como a menor possível.
Um compromisso entre o tempo de exposição necessário e a nitidez da imagem
definirá a melhor distancia. Existe a alternativa do uso de telas intensificadoras de
radiação.
7.15 Gamagrafia
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7.17.6 Infravermelho
Os cristais líquidos têm propriedades óticas únicas que podem ser aplicadas no
campo dos ensaios não destrutivos. Em faixas de temperatura claramente definidas, os
cristais líquidos parecem combinar as características de fluxo de um líquido com a
organização de um sólido cristalino. Cada cristal líquido responde, à sua própria
maneira, às mudanças de temperatura com reflexos de cor (vermelha, verde, etc.),
dependendo da temperatura a que são expostos.
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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS EM AERONAVES
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Na inspeção não destrutiva são usados cristais líquidos sob a forma de uma
pasta fluida ou impregnados em uma fita. Essa fita ou pasta fluida é aplicada à
superfície da peça sob inspeção. A mudança de temperatura na peça fará com que o
cristal líquido mude a cor. Algumas aplicações incluem verificações de delaminações
em materiais compostos tipo colméia e localização de pontos quentes ou sobre
aquecimento em dispositivos eletrônicos.
A radiografia convencional com filme preto e branco é uma das mais antigas
técnicas de ensaio não destrutivo usadas em aviação. Entretanto os inspetores desses
ensaios experimentam dificuldades na interpretação dos filmes, devido à limitação
associada com o a leitura do filme preto e branco.
Em parte, isso pode se dever aos procedimentos radiográficos inadequados, que
resultaram numa indicação de fendas mal registradas no filme. devido à falta de um
contraste adequado. O olho humano tem limitações na resolução entre vários matizes
de cinza, sendo que eles podem ser essenciais numa indicação de defeitos.
Recentemente têm sido pesquisados a expansão da capacidade de detecção da
radiografia com filme colorido. Foram desenvolvidos dois sistemas básicos para
intensificação de cores. Um deles é o sistema fotográfico e o outro é um sistema
eletrônico. Este último já comercialmente disponível permite uma interpretação do filme
mais rápida, mais fácil e mais precisa.
Alguns defeitos não serão registrados no filme, já que o cabeçote do tubo de
raios X não foi posicionado em ângulo perfeitamente normal ao plano da fenda.
Entretanto, o processo eletrônico e/ou fotográfico de intensificação de cores permite
alargar o ângulo do feixe incidente, dentro de certos limites, e com isso a fenda poderá
ser indicada no filme
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