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31/10/2019

Introdução à Tribología

Prof. Elvys Mercado Curi

Introdução e Terminologia Definição de desgaste


A Organização para a Cooperação Económica e
O desgaste ocorre quando duas
Desenvolvimento da ONU, comenta que o desgaste
superfícies sólidas deslizam uma se define como “dano progressivo que produze a
sobre outra. perda de material, o qual ocorre na superfície de um
Se os deslizamentos são componente como resultado do movimento relativo
lubrificados o termo usado é a um componente adjacente”.
desgaste com deslizamento Scuffing – (UK) dano localizado associado com
lubrificado. soldagem no estado sólido entre superficies em
deslizamento. Usado para descrever quebra de
lubrificacao;
O desgaste com presença de Scoring – (US) sinonimo de ‘scuffing’ como descrito
partículas duras separando os acima;
componentes das superfícies em Galling – forma mais severa de ‘scuffing’ devido a
deslizamento (desgaste por 3 solda localizada, associado a dano grosseiro a
corpos) ou como um elemento da superficie.
estrutura (desgaste com 2 • Scuffing
• Scoring associados com desgaste severo
corpos). Este tipo de desgaste é por deslizamento
• Galling
chamado de desgaste abrasivo.

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Métodos de Ensaios Arranjos geométricos comuns → tribômetros

Pesquisas nos de laboratorio são realizadas


ou para examinar os mecanismos pelos quais SIMÉTRICOS
o desgaste ocorre ou para simular aplicações
praticas e fornecer dados de taxas desgaste
e coeficiente de atrito uteis para projetos. Pino sobre disco

Taxa de desgaste e coeficiente de atrito

ASSIMÉTRICOS
Dependentes das condicões de deslizamento.
(SISTEMICO)

Roda de borracha Reciprocante


Alterações mínimas nas condições podem
levar a mudancas radicais nos mecanismos
dominantes e taxas de desgaste associadas. Geometrias empregadas em testes de desgaste
por deslizamento

Métodos de Ensaios Ensaio four ball → tres esferas inferiores giram


em uma pista e a esfera superior e mantida
estacionaria e sobre a qual e aplicada uma
Tipo de contato → sobre a área nominal ou em
carga.
um ponto ou linha

conformal

Counterformal

Ensaio quatro esferas (four ball), comumente


utilizado para avaliar lubrificantes (a) vista
frontal, (b) vista superior. (Hutchings, 1992)

Geometrías de contato

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Métodos de Ensaios Tabela 1 - Testes tribológicos simplificados,


processos de desgaste e mecanismos de
• A faixa de valores de cargas e velocidades desgaste possiveis de simular (Straffelin,2015)
aplicadas varia muito.
• Alguns testes padronizados pela ASTM Processo simulado de Mecanismo simulado de
são o pino sobre disco (G99), o pino rotativo Máquina de ensaio
ensaio ensaio
sobre plano (G98), bloco sobre anel (G77), Desgaste do adesivo,
Desgaste por
cilindros cruzados (G83). Pino sobre disco desgaste Tribo-
deslizamento
• O desgaste pode ser calculado oxidativo.
interrompendo o teste em intervalos, Bloco - disco
Desgaste por Desgaste do adesivo,
pesando ou medindo a amostra. Também deslizamento desgaste Tribo-oxidação
pode ser determinado continuamente, Fadiga por contato,
Desgaste por
monitorando a dimensão. Disco sobre disco aderência tribo-
rolamento deslizante
oxidação
• E interessante medir o μ (força tangencial
Desgaste por
ou torque) do sistema. Variações podem ser 4 esferas Fadiga por contato
rolamento
detectadas e correlacionadas com Teste de abrasão de Abrasão em alta
mudança no mecanismo envolvido no Desgaste do abrasivo
pinos tensão
desgaste. Teste de desgaste de
• Estudo da superfície desgastada e das Desgaste abrasivo em
roda de borracha e Desgaste do abrasivo
baixa tensão
partículas geradas. areia seca

Métodos de Ensaios
As Figuras mostram o esquema dos tribômetros e a
Tab. 1 as máquinas de ensaio mais comuns e sua
relação como o processo de ensaio e mecanismo de
desgaste.

Tipos de tribômetros: a) roda de borracha b) pino sobre Máquinas de testes de impacto: a) Martelo de teste de
tambor (Arnco, 2015) impacto (Lewis, 2007) , b) Tambor rotativo (Ratia, 2015)

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Métodos de Ensaios • A temperatura de teste afeta as propriedades


mecânicas do material, a taxa de oxidação e a
• As duas variaveis principais sao a Velocidade
viscosidade do lubrificante;
de deslizamento e a carga normal (N). • A atmosfera no teste poderá trazer
• A Velocidade de deslizamento afeta a taxa de contaminantes abrasivos, gases adsorvidos, e da
dissipação de calor, alterando a temperatura presença de O2 e umidade.
localizada e, portanto, os processos químicos. • A orientação relativa dos corpos determinará se
• A carga N pode quebrar o filme oxido e as partículas arrancadas (debris) permanecerão
tambem aumentar Área real. ou sairão do sistema. Outro fator importante é a
• O mecanismo predominante neste tipo de caracterização delas (óxido ou material original).
desgaste resultara da competição entre a • Tensão de contato, condições termicas,
velocidade de deslizamento e ambiente são
passivação do material (formação do filme
ingredientes fundamentais para qualquer ensaio
óxido) e o tempo de exposição do metal cru, de desgaste. Deve se assegurar, pela medição do
diferenciando entre o desgaste suave e o atrito e pelo exame das superfícies de desgaste e
severo. fragmentos de desgaste (debris) após os ensaios,
que os mecanismos de desgaste no ensaio e na
Ha varios fatores secundarios: aplicação são os mesmos.
• O tamanho dos corpos afeta a dissipação de
calor, influenciando a forma de oxidação (em SOMENTE NESTE CASO OS RESULTADOS DE
faixas de temperaturas), além de alterar o LABORATORIO PODEM SER APLICADOS COM
CONFIANCA A UM PROBLEMA PRÁTICO.
tempo de residência das partículas abrasivas;

Fonte: M. Maru. Estudo do Desgaste e Atrito de um Par Metálico Sob Deslizamento


Lubrificado. Teses de Doutorado. USP 2003.

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Desgaste
É um processo no qual as
camadas superficiais de um
sólido se quebram ou se
desprendem da superfície. Da
mesma maneira que o atrito, o
desgaste no es somente una
propriedade do material, é
uma resposta integral do
tribo-sistema.
Em geral, o desgaste é
indesejado e produz uma
gradual mudança das
dimensiones, motivada pela
remoção gradual de
partículas da superfície em
contato e com movimento
relativo. Fonte: M. Maru. Estudo do Desgaste e Atrito de um Par Metálico Sob Deslizamento
Lubrificado. Teses de Doutorado. USP 2003.

Diminuição do
desgaste
Em toda superfície em
movimento que tenha contato
entre asperezas ocorrerá
desgaste, o que que dizer
teria desprendimento e perda
de material. Na maioria das
aplicações práticas, quando
ocorre movimento relativo
entre duas superfícies
sólidas, o movimento ocorre
com presença do
lubrificantes, usando una
lubrificação adequada se
evita o minimiza o desgaste.
Fonte: E. Tomanik. Modelamento do Desgaste por Deslizamento em Anéis de Pistão de Motores de
Combustão Interna. Teses Doutorado USP, 2000

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Sistemas
tribológicos
Tribo - Sistema Meio
Ambiente

Contra corpo Elementos


da
interface
Corpo Sólido Equação de Archard

=
• ·Corpo sólido;
Onde:
• ·Contra-corpo; Q → Volume perdido do material de amostra;
• ·Elemento da K → Coeficiente de desgaste;
W → Carga aplicada.
interface;
Fonte: E. Tomanik. Modelamento do Desgaste por Deslizamento em Anéis de Pistão de Motores de
• ·Ambiente; Combustão Interna. Teses Doutorado USP, 2000

Classificação dos processos


ou mecanísmo de desgaste

FADIGA
SUPERFICIAL

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Generalidades
O desgaste é um processo
• por adesão:
complexo, resultado de Desgaste • por abrasão;
diferentes processos que quaseestático
pode ocorrer de forma • por corrosão
independente ou combinada. •Térmico
Há quatro mecanismos Desgaste
principais de desgaste: tribológico

• Adesivo: • Pitting
• Abrasivo; • Esfolamento (Galling)
• Corrosivo
Desgaste
• Fadiga superficial. dinâmico •Fadiga

Outros tipos de classificação


•Freeting (corrosão por
dos mecanismos de desgaste atrito)
adicionais são:

Formação e quebra de ligações interfaciais adesivas

Adesão Abração Fatiga e formação


de trincas devido
a ciclos de
tensões

Reações
triboquímicas Fadiga superficial

Interação química Remoção do material


entre os elementos devido às imperfeições da
que resulta em reação superfície ou ranhuras
química

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A carga total na superfície:


Equação de Archard Volume perdido das
asperezas “Q” da =∑ (7)
A figura apresenta uma simples contato de superfície em função
aspereza, no qual assume-se a aspereza de raio de 1 aspereza de Substituindo (1) em (7):
“r”. percurso 2r:
r = ∑ . (8)
= . (3)
. ∑ . = (9)
Onde:
Substituindo (9) em (6):
k → Número de
asperezas da = (10)
superfície em
Pressão e carga para 1 aspereza: deslizamento reto.A tensão P relaciona-se com a
tensão máxima de deformação
= . . (1) Substituindo (2) em (3)
plástica e esta relaciona-se
Onde: com a dureza da superfície H:
= . (4)
dW → Carga aplicada na superfície da aspereza; =3 (11)
P → Tensão na superfície da aspereza; Perda de volume em
r → Raio da aspereza. toda a superfície: Substituindo (11) em (10):
Volume “V” de 1 aspereza: =∑ (5) = (12) Equação de Archard

= (2) Substituindo (4) em (5) K é o coeficiente de desgaste


de um tribosistema. É
= ∑ (6)
adimensional e menor a 1.

A tendência da perda de volume (Q)


Equação de Archard corresponderem a um desgaste linear
Para validar a equação de Archard se realizaram ensaios na conforme o modelo formulado por Archard,
máquina pino no disco de diferentes materiais. Os resultados mas precissa considerar a distancia percorrida
experimentais do volume removido são mostrados na L no deslizamento.
seguinte figura. Os ensaios apresentam o volume removido
(mm3) em função da distancia em km dos seguintes materiais: = (13)
polímeros (PTFE), Bronze (α/β brass), aço inoxidável ferrítico
(Ferritic stainless steel) cobre (Be – copper) Estelita (Stellite) Em aplicações de engenharia é util avaliar o
sinterizado WC de aço carbono, (sintered WC - on mild steel). desgaste considerando o coeficiente:

= (14)

Onde:
k → Coeficiente dimensional de desgaste com
unidades mm3.(N.m)-1.
O coeficiente k representa:

= → = . . (15)
.

Para avaliar um comportamento linear utiliza-


se a equação da reta:
= + → = . + (16)

k é a pendiente da reta e b um erro sistemático.

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Comportamentos Transientes
Equação de Archard
O coeficiente de desgaste k é util na comparação de
desgaste de diferentes materiais. Em alguns materiais,
como os elastómetros por exemplo, a dureza de
identação do material não pode ser definido para usar o
modelo de Archard.

Em muitos processos de desgaste por deslizamento, o


volume removido é proporcional à carga, mas em alguns
casos ocorre um comportamento transitório ou
desequilibrio, nestes casos o desgaste pode ser maior ou
menor, dependendo da naturaliza do deslizamento.

A seguinte figura, apresenta o ensaios no pino (bronze)


sob disco (aço inoxidavel), em um caso se incrementa o
desgaste para uma faixa de carga do aço inoxidável
(Stainless steel), no outro caso do Bronze (Brass), se
mantem um desgaste em estado estatico. Comparando-
se o desgaste do aço inoxidavel em algumas condições
pode ser maior que um material de menor dureza.

Comportamentos Transientes
Em ensaios de pino no disco de bronze (pino)
sobre aço (disco) apresentaram uma relação
de reduzão da resistência elétrica quando
ocorre o estado transitorio de desgaste.
Desgaste
Severo

Desgaste
Moderado
Fonte: E. Tomanik. Modelamento do Desgaste por Deslizamento em Anéis de Pistão
de Motores de Combustão Interna. Teses Doutorado USP, 2000

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Comportamentos Transientes
Equação de Archard

Considerando que a constante K é


Leis do desgaste una característica do sistema
tribologico
a) A quantidade de desgaste Q é
diretamente proporcional à carga W. WL
b) A quantidade de desgaste Q é QK (18)

diretamente proporcional à distância H


de deslizamento L. Alguns valores típicos de K
c) A quantidade de desgaste Q é
inversamente proporcional à dureza Tipo de contato Coeficiente de
da superfície H desgaste
Aço sobre aço 7x10-3
sem lubrificação
WL Aço sobre aço 1x10-9
Q (17)
com lubrificação
H

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Desgaste e Atrito
Equação de Archard: Fa v
W
= (19)

Onde:
K → Coeficiente de desgaste; s1
H → Dureza superficial do material; t0 t1
W → Carga normal aplicada na superficie;
L → Deslocamento da superficie; Desgaste = Resultado de
Atrito = Força de
um processo, apresenta a
Equação de Coulonbs Amotons’: resistência ao movimento
remoção do volume ou
= → = . (20) perda de material
μ = Fa / W
Onde:
μ → Coeficiente de atrito;
W → Carga normal aplicada na superficie; => Fa = μ · W Q=κ · W· L
Fa → Força de atrito.
=> κ = Q / ( W · L )
Substituindo (20) em (19) • μ Em um instante t1
• κ para um intervalo
= . . (21)
de tempo t0 - t1 ~ s1

Desgaste adesivo
•Alta pressão local
•Asperezas em contato
•Deformação plástica
•Adesão
•Micro soldaduras
localizadas
•Transferência de
material
•Aumento de atrito

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Desgaste Adesivo
Desgaste adesivo ou por desalojamento
consiste em retira a uma parte de metal
para ser transferido a outro metal. A
explicação dos processos diferem entre
um analise e outros.

Desgaste Adesivo

Fonte: M. M. Farias. Influencia da


velocidade de deslizamento, da
carga normal e da transformação
martensítica induzida por
deformação plástica na resistência
ao desgaste por deslizamento dos
aços inoxidáveis austeníticos. Teses
de doutorado USP- 2004

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Desgaste Adesivo
Sasada (1979) observa que as partículas de desgaste não são produzidas a partir de fragmentos
desprendidos da superfície do material, estas corresponde a sequencias de eventos que ocorre no
desgaste adesivos quais são apresentados na seguinte figura.

Fonte: M. M. Farias. 2004

Desgaste Adesivo

Fonte: M. M. Farias. 2004

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Desgaste Adesivo

Fonte: M. M. Farias. 2004

Galling – Esfolamento
Desgaste Adesivo Severo - Galling Desgaste Adesivo Severo

Fonte:
http://pt.slideshare.net/Engenharia.de.Superf
icies/desgaste-por-deslizamento. Laboratório
Fonte: M. M. Farias. 2004
do Fenomeno de superficie - USP- 2016

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Desgaste Adesivo Severo - Galling

Fonte:
http://pt.slideshare.net/Engenharia.de.Superf
icies/desgaste-por-deslizamento. Laboratório
do Fenomeno de superficie - USP- 2016

Desgaste Adesivo Severo - Galling


Ensaios em laboratório sem revestimento: Ensaios em laboratório com revestimento:
A adesão inicia-se nos “defeitos” deixados pela AlTiCrN.
usinagem.

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Desgaste Abrasivo
Desgaste abrasivo ocorre pela ação de partículas duras
pressionadas e deslizadas sobre as superfícies de menor dureza.

Desgaste Abrasivo

•Retiro de material por partícula


• Aprisionados
• Soltos
• Protuberantes

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Desgaste Abrasivo

Microcorte
Microfadiga Microlascamento Fonte: E. Tomanik. Modelamento do Desgaste por
Deslizamento em Aneis de Pistão de Motores de
Combustão Interna. Teses de Doutorado, USP 2000

Microsulcamento

Segundo Cozza et al, 2011, em particulas como


Desgaste Abrasivo areia geralmente são observadas dois modos
Microscópica se observa, as partículas abrasivas de desgaste abrasivo com riscos na superfície:
produzem diferentes modos de desgaste: por corte, a de ''abrasão com sulcamento'', que occorre
onde um grão é composto de uma ponta afiada ou quando as partículas abrasivas deslizam sobre
mesmo com uma característica mais dura corta a o material, enquanto que ''abrasão por
parte da superfície menos dura (Fig a); a fratura, rolamento'' se observa quando as partículas
quando geralmente se trabalha com materiais abrasivas rolam sobre a amostra, dependiendo
frágeis como cerâmicos, ocorrendo micro trincas na das condições do ensaio, ''abrasão por
parte afetada (Fig b); por fadiga, onde a superfície rolamento'' e ''abrasão com sulcamento'' podem
sobre uma serie de deformações no mesmo local(Fig ocorrer simultaneamente em uma determinado
c); por arrancamento, no momento em que o grão risco. A figura a apresenta a abrasão com
desliza, ele puxa junto uma pequena parte sulcamento e a fig. b mostra a abrasão por
superficial (Fig d). ( Stachowiak and Batchelor, rolamento.
2013).

Mecanismos de desgaste abrasivo: a - corte, b - fratura, c - fadiga, Partículas Abrasivas


d - arrancamento de grão (Stachowiak e Batchelor, 2000).

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Desgaste Abrasivo
Segundo Kruschov (1957), o parâmetro usado para prever o regime de desgaste
abrasivo, moderado ou severo, é a razão entre dureza do abrasivo (Ha) e a dureza do
material desgastado (H). A perda de volume em função desta razão, resulta em uma
curva de transição para dois regimes, moderado, na faixa entre 0,8 e 1,2, e qualquer
medida maior a 1,2 estaria no regime severo. Pintaude (2009)

Segundo o experimento de Bradley (2000), o aumento do atrito no deslizamento


abrasivo não significou aumento de desgaste. A relação da dureza com desgaste se
apresentou de dois maneiras: em aços inoxidáveis endurecidos ao frio, mostraram que
o aumento da dureza não melhorou a resistência à abrasão. Em materiais endurecidos
por precipitação mostraram que o endurecimento teve pouco efeito nas fortes
deformações da abrasão, mas, o atrito foi um indicador do desgaste, concluindo que
nem sempre há boa correlação entre a relação de dureza e desgaste como sugere
Kruschov.

Desgaste Abrasivo – Dureza da Partícula


Taxa de Desgaste Q

Para caracterizar a dureza dos abrasivos, se utiliza a


escala de Mohs, que varia de 1 a 10 nos minerais.
Sendo 1 para talco (mole) e 10 para diamante (duro).
Tabor (1956) investigou a possibilidade de que a
escala fosse arbitrária, e correlacionou os valores
dos minerais às medidas de dureza Vickers. Relação de Dureza ( )
í
(Pintaúde, 2002),

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Desgaste Abrasivo – Dureza da Partícula


Segundo Bruce (2010), a
resistência dos materiais ao A dureza e o desgaste
desgaste abrasivo segue sempre é proporcional.
Desgaste
um padrão dependente de sua
Severo
dureza, sua liga metálica, e para
o tratamento a qual o material é
submetido. A Fig a demonstra o
padrão que relaciona dureza e
Regime
desgaste. Por outro lado, Transitório
Kruschov (1957), afirma que “a
relação entre a dureza do Muda a dureza mas o
abrasivo e a dureza do material desgaste é o mesmo.
permite caracterizar o tipo de
Desgaste
abrasivo, se é “duro” ou “mole” e Moderado 0,9 1,2
consequentemente a perda de
volume que ocorrerá no
trabalho. O gráfico da Fig. b Incremento da dureza
demonstra a relação de durezas Relação de dureza e desgaste abrasivo a) Resistência dos materiais
e os níveis de desgaste ao Desgaste Abrasivo. (Bruce, 2010) b) Relação entre dureza dos
moderado com a relação de corpos e perda de volume. (Pintaúde, 2002 apud Kruschov, 1957).
dureza mole ou desgaste severo
com a relação de dureza duro.

Desgaste Abrasivo – Dureza da Partícula


A relação entre resistência ao desgaste Escala de Mohs da dureza Relação de durezas e a
abrasivo e dureza é intuitiva. A escala de dos materiais tendencia ao desgaste
Mohs de medida de dureza é uma escala
arbitrária, que classifica de 1 a 10 a dureza
dos minerais, sendo o talco o número 1 e 10 o
diamante. A escala de Mohs se relacionada
com medidas de dureza Vickers (Kgf/mm²)
conforme a Fig. a.
A relação de dureza do abrasivo (HA) em
relação à dureza da superfície metálica (H) é
importante, já que com essa relação de
valores pode-se classificar a tendência de
desgaste definindo se ela é moderada,
transitória ou severa, a Fig. b apresenta essa
categorização. Os valores de k1 e k2 que
definem a transição dos regimes de moderado
a severo não são precisos, segundo Pintaúde Relação da dureza do abrasivo a) Relação da escala
(2002) algumas publicações classificam k1 de Mohs e a escala Vickers (Pintaúde, 2002 apud
entre <0,7 a 1,1> outros como 0,8 e para k2 Tabor, 1956) b) relação entre a dureza abrasiva e a
<1,3 a 1,7> outros como 1,2 para materiais superfície de deslizamento. (Pintaúde, 2002 apud
monofásicos, e para materiais polifásicos a Kruschov, 1957).
transição compreenderia de 1 a 1,2.

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Desgaste Abrasivo – Modelos de cálculo


Para avaliar o desgaste, em relação ao O coeficiente de desgaste adimensional k, é
volume do material removido ∆ , se relacionado com a dureza do material estudado e
usa o modelo de Archard (Kawakame, o coeficiente de desgaste dimensional, mostrado
2000) da seguinte equação: na seguinte equação.

= . [--] [Eq. 02]


∆ = . [mm³] [Eq. 01]
Onde:
Onde: H [N/mm2]: Dureza do material estudado.
K [mm²/N]: Coeficiente de desgaste dimensional.
N [N]: Carga normal sobre a superfície
que desgasta. O que permite reescrever a Eq. 02 da forma:
H [N/mm2]: Dureza do material
estudado. ∆ = . [mm³] [Eq. 03]
k [--]: Coeficiente de desgaste de
Archard (adimensional). Onde:
L [mm]: Distância percorrida pela N [N]: Carga normal sobre a superfície que
superfície. desgasta.
K [mm²/N]: Coeficiente de desgaste dimensional.
L [mm]: Distância percorrida pela superfície.

Desgaste de
indentação é o
resultado de uma
penetração de metal
duro em uma de baixa
dureza com remoção
de material gerador.

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Mecanismos de desgaste
Microsurcamento
Microcorte
Microlascamento
Microsurcamento Microcorte Microlascamento

Microsurcamento e
Microcorte
• Dúctiles
• Ángulo de ataque
• Material
• Coeficiente de fricción
• Dureza
-Grandes
Tensiones
- Más fricción

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