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COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
José Antônio da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei
______________________________________
Flávio Neves Teixeira
Universidade Federal de São João Del Rei
______________________________________
Luiz Gustavo Monteiro Guimarães
Universidade Federal de São João Del Rei
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
A Deus pelas oportunidades e pelos os desafios vividos ao longo dessa jornada, e à
Virgem Maria por interceder por mim em minhas orações e nos momentos difíceis.
Ao meu irmão, Rafael, por ser meu maior exemplo de disciplina e força de vontade.
Aos meus pais, Márcia e Paulo, por acreditar nos nossos sonhos e que sempre se
esforçaram e estiveram dispostos a qualquer sacrifício para que nós tivéssemos totais
condições de estudar e buscar nossos objetivos.
Aos meus amigos Gabriel, Igor e Marco Túlio, pelo companheirismo e por todos os
momentos memoráveis que vivemos até aqui.
Aos meus colegas de curso, professores e todos aqueles que por todo esse tempo
tive a oportunidade de compartilhar meu dia a dia.
5
MENEZES, Paulo Henrique Assis. Projeto de Forja GLP para Tratamento Térmico,
Conformação Mecânica e Fundição de Pequenas Peças Metálicas. Trabalho de
Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Mecânica. Universidade Federal de São
João Del Rei, 2021.
RESUMO
Utilizada por ferreiros ao longo da história para a confecção dos mais diversos
artefatos, como joias, armas e ferramentas, as forjas se tornaram equipamentos
essenciais na hora de modelar metais. Originalmente alimentada com carvão (vegetal
ou mineral) ou lenha, com o tempo evoluiu até se tornar os grandes fornos industriais
que operam com a queima de óleos e/ou gases. Partindo dessa evolução tecnológica,
o presente trabalho tem como objetivo estudar o projeto de uma forja em pequena
escala que opere com a queima de gás liquefeito de petróleo (GLP). O desafio
consiste em operar sem a adição de ar forçado, utilizando-se de gradientes de pressão
para aspirar o ar atmosférico e permitir a queima em proporções ideais e fornecer a
energia necessária para aquecer o material à temperatura de trabalho. Além disso,
foram feitos estudos para avaliar qual configuração da câmara de combustão oferece
melhor rendimento térmico e viabilidade de construção, levando em conta a
disponibilidade comercial dos materiais a serem utilizados. Premissas inerentes à
operação como alterações metalúrgicas nos aços devido às altas temperaturas,
estequiometria da combustão e notas sobre segurança e manutenção também são
consideradas na elaboração do projeto.
MENEZES, Paulo Henrique Assis. LPG Forge Project for Heat Treatment,
Mechanical Forming and Melting of Small Metal Parts.. Monograph for the
Bachelor Degree in Mechanics Engineering. Federal University São João Del Rei,
2021.
ABSTRACT
Used by blacksmiths along the history to create a huge variety of artifacts, like jewelry,
weapons and tools, the forges became essential equipment at modelling metals.
Originally fed with coal (vegetal or mineral) or firewood, by the time it evolved until
become the huge industrial ovens that operates burning oils and/or gases. Starting
from this technological evolution, this paper has as objective studying the project of a
small-scale forge that operates with liquefied petroleum gas (LPG). The challenge
consists at operating without the addiction of forced air, using pressure gradients to
aspirate the atmospheric air, allow the burning on the right proportions, and deliver
the necessary energy to heat the material at the working temperature. Furthermore,
were done studies to evaluate which configuration of burning chamber offers the best
thermic efficiency and building viability, considering the commercial availability of
materials to be used. Inherent premises for operation, as metallurgical alterations at
steel due the high temperatures, combustion stoichiometry and safety notes and
maintenance were also considered at the elaboration of the project.
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - PCI e PCS de Gases Combustíveis ...................................................... 15
Tabela 2.2 - Composição do GLP ............................................................................. 16
Tabela 2.3 - Classificação de Materiais Refratários .................................................. 21
Tabela 2.4 - Influência da Composição de Refratários na Temperatura Limite ......... 22
Tabela 4.1 - Parâmetros para fluxo de calor ............................................................. 35
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LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
1.1. Apresentação ............................................................................................... 11
1.2. Problema ...................................................................................................... 12
1.3. Justificativa................................................................................................... 12
1.4. Objetivos ...................................................................................................... 13
1.4.1. Objetivos Gerais .................................................................................... 13
1.4.2. Objetivos Específicos ............................................................................ 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14
2.1. Combustão e Combustíveis ......................................................................... 14
2.1.1. Gás Liquefeito de Petróleo .................................................................... 15
2.2. Queimadores ................................................................................................ 16
2.3. Efeito Venturi ................................................................................................ 17
2.4. Transferência de Calor ................................................................................. 18
2.5. Materiais refratários...................................................................................... 20
2.6. Efeitos da alta temperatura e atmosfera de forja nos aços .......................... 23
3. METODOLOGIA ................................................................................................. 24
3.1. Projeto do Forno .......................................................................................... 24
3.1.1. Estrutura ................................................................................................ 24
3.1.2. Isolamento térmico ................................................................................ 27
3.2. Queimador atmosférico ................................................................................ 29
3.2.1. Potência Térmica Requerida ................................................................. 29
3.2.2. Diâmetro do Bico Injetor ........................................................................ 29
3.2.3. Diâmetro da Garganta ........................................................................... 30
3.2.4. Distância entre o Injetor e o Estrangulamento do Queimador ............... 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 34
4.1. Projeto prático: dimensionamento e modelamento ...................................... 34
4.1.1. Perdas de calor – Forja de cobertura semicilíndrica .............................. 34
4.1.2. Perdas de calor – Forja de cobertura plana ........................................... 38
4.2. Dimensionamento do queimador atmosférico .............................................. 41
4.3. Considerações de projeto ............................................................................ 45
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 46
6. ANEXOS ............................................................................................................. 47
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 48
11
1. INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação
Desde a era primitiva, a evolução humana foi marcada pelo desenvolvimento de
habilidades e comportamentos que se tornaram símbolos da racionalidade da
espécie. Dentre estes, destacam-se a capacidade de comunicação, organização em
sociedade e o domínio sobre os recursos disponíveis na natureza. Em especial, este
último se deu pela modificação do meio em que se vivia e pela criação e manipulação
de ferramentas que facilitavam o trabalho, conquistavam territórios e impulsionavam
novas descobertas.
Em especial, o controle sobre os elementos, principalmente sobre o fogo,
garantiu alimentação, segurança, conforto, mas principalmente conhecimento, bem
ilustrado pelo mito de Prometeu, onde o semideus rouba o fogo do Olimpo, fonte do
saber dos deuses, e o entrega à humanidade. Em termos históricos, o domínio sobre
o fogo permitiu o surgimento da chamada Idade dos Metais, onde a partir dessa
preciosa fonte de energia, foi possível a descoberta do cobre, do bronze, do ferro e
de como utilizar esses recursos para as mais diversas finalidades.
Desde então, os metais estiveram presentes em todas as eras da humanidade,
tal como o ouro, a prata e o chumbo, mas a real revolução se deu pela descoberta da
adição de carbono ao ferro na composição do aço. Combinação essa que foi
fundamental nas idades medievais, na revolução industrial, nas grandes guerras, na
corrida espacial, e que ainda figura dentre tecnologias atuais.
Devido à sua importância econômica e tecnológica, a produção do aço e de
suas ligas tornou-se a principal atividade de empresas do setor siderúrgico,
otimizando todas as etapas, desde o processamento do minério de ferro à fabricação
dos produtos finais. Dessa forma, aliando o conhecimento de diversas ciências, como
a termodinâmica, a metalurgia e outras associadas, houve uma disparidade muito
grande por parte das grandes organizações, que somada à alta demanda de
mercado, praticamente extinguiu o milenar ofício dos ferreiros.
Contudo, ainda hoje, encontram-se profissionais que têm conhecimento de
como trabalhar o aço, como por exemplo, os serviços prestados por serralheiros para
pequenos trabalhos comerciais e residenciais. Outro ramo que tem se popularizado
nos últimos anos é o de cutelaria artesanal, onde ferreiros profissionais e até mesmo
entusiastas transformam material bruto em facas exclusivas e personalizadas para
as mais diversas funções, desde artigos decorativos a peças funcionais para cozinha
12
e uso geral. Além desses, ainda é recorrente o trabalho de formar o aço aos artesãos
e os ofícios de ferramentaria em geral.
1.2. Problema
Diante de ofícios que contemplem o trabalho com o aço, faz se necessária a
importação de novas tecnologias que hoje se limitam, mutas vezes, ao meio
industrial. De fato, muitas delas se tornam inviáveis dada a especificidade e
complexidade com que são utilizadas, mas adaptações às demandas do pequeno
empreendedor podem ser atendidas com base na aplicação do conhecimento
acadêmico sobre as tecnologias atuais sem adicionar, necessariamente, custos
exorbitantes.
Dessa forma, um dos equipamentos primordiais para trabalhar o aço são
aqueles responsáveis para fornecer calor, seja para tratamento térmico ou
conformação à quente. Esses podem se apresentar na forma de fornos de
reaquecimento, como os presentes em processos de laminação, ou forjas, como no
caso de conformação mecânica com o metal aquecido. Evidentemente, os
equipamentos nos setores industriais foram desenvolvidos para minimizar perdas
energéticas e econômicas, mas por vezes não se replicaram em menor escala para
pequenas oficinas e serralherias.
1.3. Justificativa
Dado esse lastro entre as realidades da indústria e do empreendedor individual,
a proposta deste trabalho é abordar de forma técnica e acadêmica melhorias
estruturais e térmicas às forjas utilizadas no aquecimento de pequenas peças
metálicas, prezando pelo aproveitamento energético e econômico.
Visto que, ainda hoje, utilizam-se combustíveis sólidos, como o carvão vegetal
ou mineral, principalmente por ferreiros antigos, a proposta de substituição por
combustíveis mais eficientes, como o GLP ou gás natural se faz pertinente. Além
disso, essa pesquisa é uma forma de devolver o conhecimento adquirido ao longo da
graduação a um setor da sociedade que gera empregos e oportunidades, não
limitando o aprendizado somente à produtividade industrial.
13
1.4. Objetivos
1.4.1. Objetivos Gerais
O fim último deste trabalho é atender as necessidades de ferreiros, serralheiros
e cuteleiros, com um projeto que apresente uma abordagem científica, sem recorrer
a uma linguagem desnecessariamente complexa. De fato, para alguns cálculos e
embasamentos teóricos não cabe uma explicação rasa, mas o objetivo não deve
distanciar de uma comunicação compreensível para o público em geral.
Do ponto de vista técnico, espera-se desenvolver uma forja que atinja a
temperatura de 1300℃ na parede interna, que permita as condições ideais para
forjamento a quente e tratamento térmico do aço. Além disso, é desejado um
equipamento seguro e que apresente índices de perdas energéticas relativamente
baixos, além de ser funcional sem carecer de custos descomedidos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Combustão e Combustíveis
Dentre vários métodos de geração de calor, como indução, fricção ou radiação,
o mais usual é por meio da reação exotérmica entre um combustível e um
comburente, em geral o oxigênio, denominada combustão. Empregada em uma
imensa diversidade de processos, como cocção, siderurgia, caldeiraria,
termodinâmica, entre outros, a combustão é um meio viável de produzir energia frente
a grande disponibilidade de combustíveis, podendo ser categorizados, de forma
abrangente, em sólidos, líquidos e gases.
O processo de combustão requer um equilíbrio entre o combustível e o
comburente para atingir o balanço ideal. A relação estabelecida entre os dois
elementos é denominada estequiometria e é importante sua compreensão para
controlar o rendimento do processo e a energia liberada. Quando há excesso de
elemento oxidante na mistura, essa é denominada queima pobre em combustível, ao
passo em que o excesso de combustível é conhecido como queima rica. Segundo
Turns (2013) o arranjo estequiométrico da queima de um hidrocarboneto genérico
pode ser expressado como:
𝑦
𝐶𝑥 𝐻𝑦 + 𝑎(𝑂2 + 3,76𝑁2 ) → 𝑥𝐶𝑂2 + ( ⁄2)𝐻2 𝑂 + 3,76𝑎𝑁2 (2.1)
onde
𝑦
𝑎 = 𝑥 + ⁄4 (2.2)
e a relação a(O2 + 3,76N2) representa a proporção de gases presente no ar
atmosférico, onde para cada parte de oxigênio tem-se 3,76 partes de nitrogênio.
Outro ponto a se considerar na reação de oxidação de combustíveis é o
potencial energético disponível de cada um, denominado calor de combustão ou
poder calorífico, podendo ser esse superior (PCS) ou inferior (PCI). Enquanto o PCS
relaciona a máxima liberação de energia da queima supondo que toda a água do
sistema foi condensada, o PCI está relacionado à circunstância onde toda a água
permanece no estado de vapor (TURNS, 2013).
Para um mesmo fim combustíveis diferentes podem ser utilizados, e saber a
energia liberada por cada, permite uma análise de processo e de viabilidade
econômica. Para o queimador abordado neste trabalho será considerada a queima
de gás liquefeito de petróleo (GLP) dada sua economicidade, mas que também
poderia ser utilizado outros combustíveis, como gás natural, butano e metano, sendo
15
2.2. Queimadores
Queimadores atmosféricos são dispositivos utilizados em fornos, fogões e
aquecedores para realizar a mistura do combustível com o comburente e permitir a
queima nas proporções ideais. Diferentemente daqueles operados por ar forçado,
onde um jato de ar comprimido é projetado para dentro do dispositivo para fornecer
a razão estequiométrica já na câmara de mistura, nos queimadores atmosféricos o ar
ambiente é arrastado para dentro do misturador fornecendo oxigênio suficiente para
iniciar a combustão.
Os queimadores podem variar em diversos aspectos, seja pela forma como é
feita a admissão de ar e a injeção do composto, pela disposição das chamas ou até
pelo combustível utilizado, sendo possível o uso de gases ou líquidos pulverizados.
O ponto em comum entre todas essas variantes é o princípio de funcionamento, onde
um bocal e um difusor unidos por um gargalo possibilitam a admissão de ar e realizam
a mistura. Esse fenômeno é denominado Efeito Venturi e possui aplicações
relevantes na mecânica de fluidos e na termodinâmica. A figura 2.1 traz em detalhes
as partes de um queimador atmosférico a gás que não opera sob adição de ar
forçado:
1 1
𝑃1 + 𝜌𝑉12 + 𝜌𝑔ℎ′1 = 𝑃2 + 𝜌𝑉22 + 𝜌𝑔ℎ′2 (2.3)
2 2
1 1
𝑃1 = 𝑃2 + 2 𝜌𝑉22 ou 𝑃1 − 𝑃2 = Δ𝑃 = 2 𝜌𝑉22
18
transferência de calor por convecção (h), que varia de acordo com o fluxo e a natureza
do meio. A equação é dada por:
′′
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑐çã𝑜 = ℎ(𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) (2.6)
Finalmente, a radiação é a emissão de calor por meio de ondas
eletromagnéticas de qualquer corpo com temperatura absoluta diferente de zero, sem
a necessidade de um meio entre as superfícies, uma vez que a transferência de calor
pode ocorrer até mesmo no vácuo. O poder emissivo (E) é uma função da
temperatura absoluta (Ts), da constante de Stefan-Boltzmann (σ) e de uma
propriedade radiante da superfície, denominada emissividade (ε), sendo:
𝐸 = 𝜀𝜎𝑇𝑠4 e σ=5,67x10-8 W/(m² ∙ K4)
A emissividade de um corpo varia entre 0 ≤ ε ≤ 1, onde uma superfície com ε=1,
dá-se o nome de corpo negro. Superfícies reais emitem radiação a valores inferiores
ao corpo negro e suas propriedades estão relacionadas às características de seu
acabamento e revestimento.
E equação que rege a transferência de calor entre uma superfície e sua
vizinhança por unidade de área é análoga à da convecção e pode ser escrita como:
′′ 4
𝑞𝑟𝑎𝑑 = 𝜀𝜎(𝑇𝑠4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 ) (2.7)
Uma vez conhecidas as formas de transferência de calor, pode-se destinar seus
usos para processos específicos, bem como otimizar sistemas pela diminuição de
perdas energéticas. No estudo proposto, a emitância da chama (radiação) e a
temperatura da atmosfera (convecção) serão importantes no aquecimento da liga
metálica a ser aquecida, e o isolamento das paredes e portas da forja (condução)
possibilitam a manutenção da temperatura e evitam perdas excessivas para o
ambiente.
Outro aspecto interessante dos materiais refratários está na sua matéria prima,
onde temperaturas de fusão mais elevadas são atingidas pelas associações de
óxidos, carbetos e boretos. A descoberta dessas combinações expandiu as
aplicações dos materiais que antes eram limitados a poucos compostos sintéticos e
naturais. O esquema a seguir ilustra a influência dessas combinações na temperatura
limite dos refratários.
3. METODOLOGIA
3.1. Projeto do Forno
O objetivo de dimensionar a estrutura do forno é buscar formatos que o tornem
usual para o fim ao qual vai ser destinado, que comporte de maneira adequada o
queimador e, sobretudo, que forneça um bom aproveitamento energético sem abrir
mão da segurança.
3.1.1. Estrutura
Para que sua câmara de aquecimento seja usual, é necessário estimar as
dimensões das peças metálicas a serem trabalhadas de forma que haja um espaço
amplo para as inserir e remover sem interferência das paredes do forno. Também é
desejado que o comprimento longitudinal seja suficiente para comportar barras
metálicas esguias e compridas, tudo isso sem criar uma câmara excessivamente
grande, que demandaria mais energia (e consequentemente maior custo) para atingir
a temperatura de trabalho.
Em cutelarias artesanais – um dos fins a qual este trabalho é dedicado – há a
criação de facas forjadas a partir de peças metálicas dos mais variados tamanhos. A
matéria prima pode ser blocos, molas, vergalhões, esferas ou pistas de rolamentos
por exemplo. Dessa forma, é desejada uma câmara que atenda uma variada gama
de materiais. Por outro lado, a fim de viabilizar a construção, é desejado projetar um
25
′′
𝑑𝑇
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 = −𝑘 𝐴
𝑑𝑥
A fim de simplificar o projeto do revestimento, será considerada a hipótese de
que o fluxo de calor não varia com o tempo – uma vez que atingida a temperatura de
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forja esta é mantida acesa até o fim de sua utilização – assume-se então como
condução em regime permanente. Também levando em conta que o revestimento
possui área transversal regular, que a condutividade térmica do material é um valor
constante (condutividade térmica na temperatura de forja) e que a dimensão
longitudinal varia de 0 a um valor L, separa-se as variáveis e chega-se à seguinte
simplificação para a transferência de calor por condução para paredes planas
(INCROPERA, 2007):
′′
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑥 = −𝑘 𝐴 𝑑𝑇 (3.2)
𝐿 𝑇2
′′
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 ∫ 𝑑𝑥 = −𝑘 𝐴 ∫ 𝑑𝑇
0 𝑇1
′′ (𝐿 − 0) = −𝑘 𝐴 (𝑇2 − 𝑇1 ) = 𝑘 𝐴 (𝑇1 − 𝑇2 ) = 𝑘 𝐴 ∆𝑇
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜
′′
𝑘𝐴 ′′
∆𝑇 𝐿
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 = ∆𝑇 𝑜𝑢 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑅 = (3.3)
𝐿 𝑅 𝑘𝐴
Dado que a estrutura do forno é composta pelo refratário e por uma caixa
metálica, faz-se necessário calcular a condutividade térmica para uma associação
em série. Para tal, é relaciona-se a diferença de temperatura entre as superfícies e o
coeficiente de resistência térmica (R) da seguinte forma (INCROPERA, 2007):
′′
∆𝑇
𝑞𝑎𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = (3.4)
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑎ç𝑜
A equação de paredes planas é aplicável à soleira, às paredes, às portas e às
tampas da cobertura, uma vez respeitados os diferentes coeficientes de resistência
térmica. Para o topo da cúpula semicilíndrica é necessária uma abordagem diferente,
dada sua geometria.
Para tal, parte-se novamente da Lei de Fourier, para uma configuração radial e
a área (A) de um cilindro:
′′
𝑑𝑇 𝑑𝑇
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 = −𝑘 𝐴 = −𝑘 2 𝜋 𝑟 𝐿 (3.5)
𝑑𝑟 𝑑𝑟
′′
𝑑𝑟
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 = −𝑘 2 𝜋 𝐿 𝑑𝑇
𝑟
𝑟2 𝑇2
′′
𝑑𝑟
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 ∫ = −𝑘 2 𝜋 𝐿 ∫ 𝑑𝑇
𝑟1 𝑟 𝑇1
′′
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 [ln 𝑟2 − ln 𝑟1 ] = −𝑘 2 𝜋 𝐿 [𝑇2 − 𝑇1 ] = 𝑘 2 𝜋 𝐿 [𝑇1 − 𝑇2 ]
29
′′
𝑘2𝜋𝐿
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 = 𝑟 ∆𝑇 (3.6)
ln 𝑟2
1
ou também como
𝑟
∆𝑇 𝑙𝑛 𝑟2
′′
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑅𝑐𝑖𝑙 = 1 (3.7)
𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙
𝑅𝑐𝑖𝑙 𝑘2𝜋𝐿
Em suma, com base na Lei de Fourier para paredes planas e cilíndricas e a
relação para associação em série para transferência de calor por condução, os
termos da equação 3.1 podem ser determinados por:
′′
∆𝑇
𝑞𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠 = × 2 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠 (3.8)
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑎ç𝑜
′′ ′′
∆𝑇
𝑞𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = (3.9)
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑎ç𝑜
′′
∆𝑇
𝑞𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑠 = × 2 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑠 (3.10)
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑎ç𝑜
Para a cúpula semicilíndrica é necessário calcular o fluxo de calor para o topo e
para as tampas laterais:
′′ ∆𝑇 2 ∆𝑇
𝑞𝑐ú𝑝𝑢𝑙𝑎 = + (3.11)
0,5(𝑅𝑐𝑖𝑙. 𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑐𝑖𝑙. 𝑎ç𝑜 ) 𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑎ç𝑜
A fim de selecionar a cobertura mais eficiente, considerando seu formato e
composição, nas seções 4.1 e 4.2 serão calculadas as perdas energéticas em ambas
as configurações.
Figura73.4 – Diferentes diâmetros de bicos injetores por pressão e potência térmica (IBAÑEZ,
2005)
No gráfico estão definidos diferentes diâmetros dos orifícios de bicos injetores
que operam com gás metano. No lado direito da figura tem-se os diâmetros
equivalentes para injetores que, por sua vez, operam com butano. Feita essa
consideração, seleciona-se o diâmetro do bico injetor a partir da potência térmica
necessária e de uma pressão de entrada definida por um regulador presente na linha
de alimentação.
suficiente para atingir o balanço estequiométrico. Além disso, caso não haja uma
exaustão adequada, os gases não queimados podem aglutinar em bolsões sob o
risco de explosão.
Para n>1 ocorre uma tomada de ar de volume maior que o necessário para a
reação. Dessa forma, o forno pode operar com as portas fechadas, dispensando a
necessidade de ar secundário e sem o risco de formação de bolsões de gases não
queimados. Altos-fornos e fornos de reaquecimento industriais que operam com
grande demanda volumétrica de combustível trabalham com excesso de ar entre 5%
e 10% para assegurar a queima completa e evitar o risco de explosões. Porém, uma
chama rica em oxigênio, ou chama oxidante, pode reagir com a superfície dos metais,
em especial com o aço, que associado às altas temperaturas e tempo de exposição,
começam a apresentar oxidação superficial e ter alteradas suas propriedades
metalúrgicas.
O volume de ar primário admitido (np) é determinado por alguns parâmetros,
como a velocidade que o combustível sai do injetor – que consequentemente arrasta
o ar atmosférico –, a área, a geometria e a rugosidade do bocal. Dessa forma, é
interessante considerar no projeto um tubo de Venturi com área do bocal regulável
de acordo com a vazão de gás injetado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Projeto prático: dimensionamento e modelamento
Feitas as análises relativas aos elementos que compõem a forja, é interessante
uma abordagem prática para estudar sua viabilidade de construção e a possibilidade
de melhorias futuras. Fundamentado nas equações apresentadas nas duas seções
anteriores, será calculada a perda térmica pelo revestimento refratário e,
posteriormente, dimensionar o bico injetor e o corpo do queimador atmosférico.
Ademais, tendo todas as medidas determinadas, será demonstrado também um
modelo final do conjunto, onde será possível ver detalhes do projeto e pontos
relevantes a serem considerados sobre manutenção e segurança.
𝐿 0,0063 𝑚 ℎ℃
𝑅𝑎ç𝑜. = = = 0,0013 (4.3)
𝑘 𝐴 52,021 𝑘𝑐𝑎𝑙 0,0946 𝑚² 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃
• Perdas na soleira
∆𝑇
𝑞′′𝑠𝑜𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = (4.5)
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡. + 𝑅𝑎ç𝑜
Calculando a resistividade térmica:
𝐿 0,063 𝑚 ℎ℃
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡. = = = 0,8775 (4.6)
𝑘 𝐴 0,55 𝑘𝑐𝑎𝑙 0,1305 𝑚² 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃
𝐿 0,0063 𝑚 ℎ℃
𝑅𝑎ç𝑜. = = = 0,0009 (4.7)
𝑘 𝐴 52,021 𝑘𝑐𝑎𝑙 0,1305 𝑚² 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃
E então o fluxo de calor é:
1150 ℃ 𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑞′′𝑠𝑜𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 1309,1985 (4.8)
ℎ℃ ℎ℃ ℎ
0,8775 + 0,0009
𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑐𝑎𝑙
• Perdas totais
Finalmente, as perdas térmicas para a forja de cobertura semicilíndrica podem ser
calculadas:
′′ ′′ ′′ ′′ ′′
𝑞𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑖𝑐. = 𝑞𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠 + 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 + 𝑞𝑐ú𝑝𝑢𝑙𝑎 + 𝑞𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑠 (4.22)
′′
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑞𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑖𝑐. = 1897,85 + 1309,20 + 5282,7 + 763,3 [ ] (4.23)
ℎ
′′
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑞𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑖𝑐. = 9253,0650 (4.24)
ℎ
• Perdas no teto
Novamente, a partir da equação de paredes planas:
∆𝑇
𝑞′′𝑡𝑒𝑡𝑜 = (4.36)
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡. + 𝑅𝑎ç𝑜
Calculando a resistividade térmica:
𝐿 0,063 𝑚 ℎ℃
𝑅𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡. = = = 1,1266 (4.37)
𝑘 𝐴 0,55 𝑘𝑐𝑎𝑙 0,1017 𝑚² 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃
𝐿 0,0063 𝑚 ℎ℃
𝑅𝑎ç𝑜. = = = 0,0012 (4.38)
𝑘 𝐴 52,021 𝑘𝑐𝑎𝑙 0,1017 𝑚² 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃
E então o fluxo de calor:
1150 º𝐶 𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑞′′𝑡𝑒𝑡𝑜 = = 1019,6843 (4.39)
ℎ℃ ℎ℃ ℎ
1,1266 + 0,0012
𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑐𝑎𝑙
• Perdas totais
Finalmente, as perdas totais para a forja de cobertura plana pode ser calculada
como a soma das perdas em todas as suas faces:
′′
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑞𝑠𝑢𝑝. 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎 = 1897,85 + 1309,199 + 763,308 + 1538,92 + 1019,684 [ ] (4.40)
ℎ
′′
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑞𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎 = 6528,961 (4.41)
ℎ
substituição do concreto por uma manta refratária, desde que bem acomodada e
afixada, de forma que não se solte e obstrua o espaço de crescimento da chama.
A concluir, para o fim último deste projeto, dada sua viabilidade, o queimador
atmosférico será dimensionado a partir da energia demandada pela forja de cobertura
plana.
Uma vez que o gráfico fornece valores para metano, deve ser feita a conversão do
diâmetro na escala da direita. Dessa forma, o projeto terá um bico injetor convencional
de latão, porém com diâmetro de 1,3mm.
42
• Diâmetro da garganta
Pela equação 4.41 pode-se determinar o diâmetro da garganta, mas para isso é
necessário determinar os parâmetros faltantes e isolar di.
𝜌𝐺𝐿𝑃 𝑑𝑔 𝜌𝑚 1⁄2
𝑅′ = 1,3 [ ( ) − 1] (4.41)
𝜌𝑎 𝑑𝑖 𝜌𝐺𝐿𝑃
A relação volumétrica de ar combustível (R’) pode ser estabelecida pela
quantidade de ar teórico estequiométrico para a combustão do butano e por um
parâmetro de aeração desejado para a mistura pela seguinte relação (IBAÑEZ, 2005):
𝑅′ = 4,76 × 𝑛 × 𝐴𝑡 (4.42)
Realizando o balanço estequiométrico do butano:
𝐶4 𝐻10 + 𝐴𝑡 (𝑂2 + 3,76𝑁2 ) ⇌ 𝑋 𝐶𝑂2 + 𝑌 𝐻2 𝑂 + 𝑍 𝑁2 (4.43)
𝐶4 𝐻10 + 6,5 (𝑂2 + 3,76𝑁2 ) ⇌ 4 𝐶𝑂2 + 5 𝐻2 𝑂 + 24,44 𝑁2 (4.44)
E do propano:
𝐶3 𝐻8 + 𝐴𝑡 (𝑂2 + 3,76𝑁2 ) ⇌ 𝑋 𝐶𝑂2 + 𝑌 𝐻2 𝑂 + 𝑍 𝑁2 (4.45)
𝐶3 𝐻8 + 5 (𝑂2 + 3,76𝑁2 ) ⇌ 3 𝐶𝑂2 + 4 𝐻2 𝑂 + 18,8 𝑁2 (4.46)
Uma vez que a tomada de ar do bocal pode apresentar uma válvula de regulagem
de abertura, será dimensionado um parâmetro de aeração 10% superior ao equilíbrio
estequiométrico (n=1,1). Essa válvula vai possibilitar o controle de ar admitido de
acordo com a velocidade de injeção do gás, uma vez que a pressão no interior do
botijão vai se perdendo à medida que o combustível vai chegando ao fim, além de
servir para controlar chamas ricas ou oxidantes quando desejado. Considerando
também que metade do volume do combustível é butano e a outra metade propano,
portanto demandando 5,75 partes de ar para cada parte de gás, o a relação pode ser
dada como:
𝑅′ = 4,76 × 1,1 × 5,75 = 30,107 (4.47)
Novamente, considerando a composição do GLP como 50% do volume de propano
e 50% de butano, suas massas específicas, bom como a do ar (BORGNAKKE, 2017)
são:
𝑘𝑔 𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝜌𝑝𝑟𝑜𝑝𝑎𝑛𝑜 = 1,808 𝜌𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 = 2,407 𝜌𝑎𝑟 = 1,169
𝑚³ 𝑚³ 𝑚³
• Afastamentos e diâmetros
Primeiramente, o afastamento entre o injetor e a garganta (Lafast) pode ser
calculado por
𝐿𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡 = 0,97 𝑑𝑔 + 42 = 0,97 ∙ 23 𝑚𝑚 + 42 (4.51)
𝐿𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡 = 64,31 𝑚𝑚
O afastamento do bocal à garganta (Lbg) deve ser 20% a 30% do afastamento entre
a garganta e o injetor:
𝐿𝑏𝑔 = (0,2~0,3) 𝐿𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡 = (0,2~0,3) 64,31 (4.52)
O valor máximo admissível é um afastamento de 19,293 mm. Arredondando para
valores mais convencionais de fabricação, será admitida uma distância de 19mm.
O ângulo de conicidade do bocal (θ) pode ter um ângulo variando entre 14º e 20º
(IBAÑEZ, 2005), e o diâmetro de entrada (de) é dado por:
𝑑𝑒 = 𝑑𝑔 + 2 ∙ 𝐿𝑏𝑔 ∙ tan 𝜃 (4.53)
𝑑𝑒 = 23 𝑚𝑚 + 2 ∙ 19 𝑚𝑚 ∙ tan(14° ~20°) (4.54)
Os valores mínimos e máximos para o diâmetro de entrada do bocal são 32,47 mm
e 36,83 mm, respectivamente. Novamente, a fim de facilitar a construção, e também
para ter uma tomada de ar mais robusta, será selecionado um diâmetro de 36 mm.
O comprimento do difusor (Ld) deve estar compreendido entre 4 e 7 vezes o
diâmetro da garganta. Logo:
44
5. CONCLUSÃO
A partir da análise dos resultados e de construção da forja, pode-se dizer que esta
é de simples dimensionamento e concepção, já que não requer materiais de difícil
acesso e nem demanda montagem e fabricação complexas, além de ser um
equipamento viável do ponto de vista de projeto. Dessa forma, é adequada para servir
pequenas oficinas e cutelarias artesanais, uma vez que é um projeto acessível,
principalmente por usar gás de cozinha - GLP, em sua queima.
Outro aspecto perceptível ao longo do estudo é a capacidade de otimização do
projeto buscando reduzir perdas, aumentar a capacidade de aquecimento e até
mesmo diminuir o consumo de gás. Geometrias diferentes, adição de ar forçado, dupla
camada refratária e combinação de dois ou mais queimadores são exemplos de
melhorias e modificações que podem ser feitas e são oportunidades para estudos
futuros. Ainda nessa linha, é um projeto plenamente adaptável - desde que
considerados os novos parâmetros nos cálculos do projeto – como a substituição do
GLP por butano, propano ou metano, os tijolos refratários por mantas isolantes ou o
aumento do volume interno para acomodar peças maiores. Inclusive há a
possibilidade de fins distintos, como o uso do queimador para aquecimento de
cadinhos de fundição ou seu dimensionamento em menor escala para o uso em fornos
de cocção de alimentos.
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6. ANEXOS
Tabela 6.1 – Condutibilidade térmica de tijolos e concretos refratários IBAR
7. REFERÊNCIAS
EBPR. A energia do gás que move o país. Março de 2022. Disponível em:
<https://epbr.com.br/glp-a-energia-do-gas-que-move-o-pais/>. Acesso em: 13 de
março de 2022.