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DIVISÃO DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

4ᵃ Nível VII Semestre

TEMA:

DIMENSIONAMENTO DE UMA CÂMARA FRIGORIFICA PARA A CONSERVAÇÃO


DE FÍGADO DE VACA

Discente
Docente:
Wagner de Azevedo Novo Murriane Msc. Eng.º Juvenaldo Pastola,

Songo, Junho de 2023


DIVISÃO DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

4ᵃ Nível VII Semestre

TEMA:

DIMENSIONAMENTO DE UMA CÂMARA FRIGORIFICA PARA A CONSERVAÇÃO


DE FÍGADO DE VACA

Discente
Docente:
Wagner de Azevedo Novo Murriane Msc. Eng.º Juvenaldo Pastola,

Songo, Junho de 2023


Índice
1. Resumo....................................................................................................................................1
2. Introdução................................................................................................................................2
2.1. Objetivos...........................................................................................................................2
2.1.1. Objetivo Geral...........................................................................................................2
2.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................2
3. Descrição do projecto em estudo.............................................................................................3
3.1. Local de implementação...................................................................................................3
3.2. Tipo de utilização e características da câmara..................................................................3
3.3. Planta da instalação...........................................................................................................3
4. Condições de projecto..............................................................................................................4
4.1. Condições internas e externas do projecto........................................................................4
4.2. Características construtivas das evoloventes....................................................................5
4.2.1. Paredes.......................................................................................................................5
4.2.2. Teto............................................................................................................................5
4.2.3. Pavimento..................................................................................................................5
4.2.4. Isolamento térmico....................................................................................................5
5. Cálculo de cargas térmicas......................................................................................................5
5.1. Carga térmica devido às envolventes................................................................................5
5.2. Carga térmica devido ao produto......................................................................................8
5.3. Carga térmica devido infiltração de ar na câmara.............................................................9
5.4. Carga térmica devido a cargas internas...........................................................................10
5.4.1. Carga térmica devido as pessoas.............................................................................10
5.4.2. Carga térmica devido a iluminação.........................................................................10
6. Carga térmica Total...............................................................................................................11
7. Escolha dos equipamentos básicos do ciclo..........................................................................12
7.1. Compressor.....................................................................................................................13
7.2. Condensador....................................................................................................................13
7.3. Evaporador......................................................................................................................13
7.4. Válvulas de Expansão.....................................................................................................14
8. Conclusão..............................................................................................................................15
9. Referências Bibliográficas.....................................................................................................16
Anexos...........................................................................................................................................17

Lista de Figuras
Figure 1 Planta da instalação...........................................................................................................3
Figure 2 Condições de armazenamento do produtos (ASHRAE, Commodity Storage
Requirements, 2014)......................................................................................................................17
Figure 3 Dados de espaço, peso e densidade para mercadorias (ASHRAE, Space, Weight, and
Density for Data for Commodities, 1994).....................................................................................17
Figure 4 Propriedades térmicas dos alimentos (ASHRAE, Thermal Properties of Foods, 2014).17
Figure 5 Propriedades termodinâmicas do ar a pressão atmosférica (ASHRAE, Fundamentals
Handbook, 2001)...........................................................................................................................18
Figure 6 Propriedades termodinâmicas do ar a pressão atmosférica (ASHRAE, Fundamentals
Handbook, 2001)...........................................................................................................................18
Figure 7 Diagrama de Mollier R-404A.........................................................................................19
Lista de Tabelas
Table 1 Dados do projecto...............................................................................................................4
Table 2 Condições de armazenamento............................................................................................4
Table 3 Características das envolventes..........................................................................................5
Table 4 Material para isolamento....................................................................................................6
Table 5 Dimensões das envolventes................................................................................................7
Table 6 Cargas das envolventes.......................................................................................................7
Table 7 Dados do produto................................................................................................................8
Table 8 Resumo das cargas sensíveis e latentes da câmara...........................................................11
Table 9 Resumo das cargas térmicas da câmara............................................................................12
Table 10 Parâmetros do ciclo........................................................................................................12
Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

1. Resumo
A caça, a pesca e a agricultura sempre foram as principais formas que os seres humanos usaram
para a aquisição de alimentos para a sobrevivência e com isso surgiu a grande necessidade de se
achar métodos para lutar contra o apodrecimento dos mesmos para que possam ser consumidos a
posterior. Por conta dessa necessidade foram desenvolvidas e melhoradas, com o tempo, várias
técnicas de conservação, com principal destaque para a refrigeração, que é o ramo da ciência que
trata dos processos de redução e conservação de temperatura de um espaço ou material, abaixo da
temperatura do ambiente circulante.

O presente projecto tem como objectivo principal o dimensionamento de uma instalação frigorífica
destinada à conservação, por meio de congelamento, do fígado da vaca. O dimensionamento da
mesma terá em vista certos factores principais como o local de implementação da câmara, pois
devem ser avaliadas certas variáveis relacionadas ao local específico de implementação, o produto e
a quantidade que se deseja armazenar e o material que irá constituir as envolventes da câmara.

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

2. Introdução
O presente projecto é elaborado como forma de elemento avaliativo da cadeira de Sistemas de
Refrigeração, e nele será feito o dimensionamento de uma câmara frigorífica destinada à
conservação do fígado da vaca, produto este que tem um período de armazenamento ligeiramente
baixo (5 dias), em comparação com outros produtos de origem animal. Esta câmara será
projectada para conservar 50 toneladas mensais deste produto, e estará localizada no distrito de
Vilanculos, distrito que se encontra na província de Inhambane. Um dos principais dados de
partida para a elaboração deste projecto foram as temperaturas que se pretende conservar o
produto e a temperatura externa média, que são de -16ºC e 31ºC respectivamente.

2.1. Objetivos
2.1.1. Objetivo Geral
 Apresentar projecto de dimensionamento de uma câmara frigorífica.

2.1.2. Objectivos Específicos


 Determinar as cargas térmicas;
 Determinar os parâmetros do ciclo;
 Seleccionar os componentes mecânicos do ciclo a serem usados.

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

3. Descrição do projecto em estudo


3.1. Local de implementação
A câmara frigorífica estará localizada na cidade de Vilanculos, província de Inhambane. Tem
limites geográficos, a norte e a oeste com o distrito de Inhassoro, a leste com o Oceano Índico e a
sul com o distrito de Massinga. O distrito de Vilanculos tem uma superfície de 5 867 Km 2 e uma
população de 135 710, de acordo com os resultados preliminares do censo populacional de 2007.
O distrito tem as seguintes coordenadas geográficas, latitude 22º 0’ 0.00’’S e longitude 35º 19’
0.00’’E.

3.2. Tipo de utilização e características da câmara


Com base no site Climates To Travel, a temperatura média anual do distrito de Vilanculos é de
24.05 ºC, no entanto a máxima anual é verificada no mês de Fevereiro e é de 31 ºC. A projecção
da câmara em questão terá em conta a temperatura máxima anual do local, com base nisso, serão
escolhidas as seguintes especificações para a câmara:

 Capacidade média mensal: 30 toneladas.


 Projecto destinado ao congelamento do projecto.
 Ciclo de compressão a vapor simples.
 O manuseio da carga será manual.

3.3. Planta da instalação


A câmara estará instalada fora da área administrativa, ou seja, não se encontrará anexada nem no
interior de qualquer outro edifício.

Figure 1 Planta da instalação

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

4. Condições de projecto
4.1. Condições internas e externas do projecto
Os dados climatéricos e geográficos foram extraídos de algumas fontes online que
disponibilizam informações sobre o distrito. E as condições de armazenamento do produto foram
extraídas do manual de Refrigeração de ASHRAE 2010.

Table 1 Dados do projecto

Valor Unidade
Descrição
Temperatura exterior 31 ºC
Humidade relativa exterior 77.9 %
Número de pessoas em serviço 3
Iluminação (lâmpadas fluorescentes) 2
Quantidade do produto 50 000 kg
Latitude 22º 0’ 0.00’’S
Longitude 35º 19’ 0.00’’E
Altitude 18 m

Table 2 Condições de armazenamento

Fígado de vaca

Descrição Valor Unidade


Temperatura de armazenamento 0 ºC
Humidade relativa interna 90 %
Aproximação do tempo de armazenamento 5 Dias
Teor de humidade 68.99 %
Ponto inicial de congelamento -1.7 ºC
Calor específico acima de congelamento 3.47 kJ/(kg·K)
Calor latente de fusão 230 kJ/kg
Calor específico abaixo de congelamento 2.16 kJ/(kg·K)
Temperatura de congelamento -16 ºC

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4.2. Características construtivas das evoloventes


4.2.1. Paredes
As Paredes serão de betão. O betão é um material formado pela mistura de cimento, de agregados
grossos e finos e de água, resultante do endurecimento da pasta de cimento, podendo ou não conter
outros aditivos.

4.2.2. Teto
O material de construção do teto será o betão armado, este que é uma estrutura que utiliza
armações feitas de barras de aço em conjunto com o concreto. As ferragens têm como objectivo
resistir aos esforços de tração e tornar a edificação mais resistente. Foi escolhido por ser um
material barato e disponível, não apresenta desgaste corrosivo, é resistente ao fogo e não
apresenta grandes problemas de fadiga.

4.2.3. Pavimento
O material usado para o pavimento é a argamassa cimentícia, produto que possui alto poder
adesivo e elevada fluidez, produto ecológico, tem boa capacidade de isolamento térmico e possui
resistência ao fogo, tendo sido escolhido como material para o pavimento a argamassa.

4.2.4. Isolamento térmico


Para o seguinte projecto foi escolhido o isolamento poliuretano expandido por possuir menor
coeficiente de condutividade térmica, massa específica reduzida, facilidade de aplicação e
manutenção, impermeabilidade e alta durabilidade comparadamente aos outros isolantes.

5. Cálculo de cargas térmicas


5.1. Carga térmica devido às envolventes
Table 3 Características das envolventes

Conductividade
Tipo de Espessura (m)
Material térmica (W/m.K)
envolvente Xi
K
Isolamento Poliuretano expandido 0.15 0.023
Parede Betão 0.3 0.275
Teto Betão armado 0.4 0.425
Pavimento Argamassa 0.5 0.425

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Table 4 Material para isolamento

PAREDE MATERIAL ESPESSURA (m) CONDUTIVIDADE


ISOLAMENTO TÉRMICA W/m.K

NORTE Poliuretano expandido 0.15 0.023


ESTE Poliuretano expandido 0.15 0.023
SUL Poliuretano expandido 0.15 0.023
OESTE Poliuretano expandido 0.15 0.023

TETO Poliuretano expandido 0.15 0.023

Quantidade máxima do produto que entra por dia (T/dia).

Qmax
mensal 50T 1.66667 T
Qmax e /dia= = = =0.01929 kg /s
30 30 dia

Quantidade máxima de produto que sai por dia (T/dia)

50 T 2.27273 T
Q max s /dia= = =0.02631 kg/ s
22 dia

Volume da câmara

Q max /mensal
V cc =
50000 kg 3
ρ∏ ¿= 3
=39.0625 m ¿
1280 kg /m

ρ∏ ¿=1280kg / m ¿(massa específica da carne de vaca sem osso) pois não temos o valor da massa
3

específica do fígado de vaca nas tabelas.

Superfície de carga para a construção da câmara

V cc 39.0625 2
F carga= = =7.8125 m
hcarga 4

Escolhe-se h carga=4 m pois o manuseio da carga é feito manualmente.

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Cálculo de coeficiente global de transferência de calor.

Considerando o ar no interior da câmara estacionário, tem-se hi =1.6 W /m2 ℃ . E considera-se


uma velocidade do ar no exterior de 27 km/h , o que significa que h e=6.55W /m2 ℃ .

1 2
U paredes = =0.11918W /m ℃
1 xi 1
+ +
hi k i h e

1 2
U teto = =0.58178 W /m ℃
1 x i 1
+ +
hi k i he

1 2
U Piso= =0,55510 W /m ℃
1 x Piso
+
h0 k Piso

Table 5 Dimensões das envolventes

Envolventes Comprimento [m] Largura [m] Altura [m] Área [m2]


Porta ---- 1.3 2.2 2.86
Norte 4 ---- 3 12
Sul 4 ---- 3 12
Este ---- 3 3 9
Oeste ---- 3 3 9
Teto 4 3 ---- 12

Q1=UA ( T e −T i)

Table 6 Cargas das envolventes

Envolvente U(W ¿ ¿ m2 ℃)¿ Área (m2) ( T e −T i) Qi ( W )


Norte 0.11918 12 47 67.21752
Sul 0.11918 12 47 67.21752
Este 0.11918 9 47 50.41314
Oeste 0.11918 9 47 50.41314
Teto 0.58178 12 47 67.21752
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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

Piso 0.55510 12 0 0
Q 1= ∑ Q i 302.47884
Q1=302.47884 W

Aplicando um coeficiente de segurança de 10%, teremos:

Q1=332.76724 W =0.3328 kW

5.2. Carga térmica devido ao produto


Visto que se deseja congelar um produto de origem animal, serão feitas várias analises dos
processos termodinâmicos que irão reger desde o início até ao final do congelamento desejado.

Table 7 Dados do produto

DADOS DO PRODUTO
Descrição Valor Unidade
t1 25 ℃
t2 0 ℃
t3 -16 ℃
tf -1.7 ℃
ρ∏ ¿ ¿ 1280 kg /m
3

hif 230 kJ /kg


C1 3.47 ºC
C2 2.16 ºC
X wo 68.99 %
Cp 1.4

Calor removido do produto para resfriar a temperatura com a qual entrou até a uma temperatura
relativamente baixa, no entanto acima do início do congelamento.

q 21=m c1 ( t 1 −t 2 )

q 21=4337500 kJ

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Calor removido para resfriar até à temperatura de início de congelamento.

q 22=m c1 ( t 1 −t f )

q 22=4632450 kJ

Calor removido para congelar o produto.

q 23=m hif

q 23=11500000 kJ

Calor removido para resfriar o produto desde a temperatura de início de congelamento até à
temperatura desejada abaixo da temperatura de início de congelamento.

q 24=m c 2 ( t f −t 3)

q 24=1544400 kJ

Calor removido devido às embalagens.

q 25=memb c p ∆ t

O produto será transportado em caixas de fibra, e estas não vão constituir 10% do peso total do
produto bruto que se pretende transportar. Por esta razão, o calor removido devido às embalagens
será desprezado no cálculo.

q 25=0 KJ

q 21+q 22+ q23 +q 24+ q25


Q 2= =382.19 kW
n ∙ 3600

Aplicando um coeficiente de segurança de 10%, teremos:

Q2=420.41 kW

O cálculo acima foi feito considerando um funcionamento de 16 horas por dia.

5.3. Carga térmica devido infiltração de ar na câmara


Q3=qinf , S+ qinf , L

Sendo que:
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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

q inf ,S =ṁar ×(he −hi )

q inf ,L =ṁar ×(W e −W i)×h fg

Os valores de h e, hi , W e, W i e V ar são extraídos do mapa de psicometria de acordo com as


temperaturas internas e externas da câmara.

V cc
ṁar= ∙n
V ar

ṁar=725.5630 kg/h

ṁar=0.2015 kg /s

q inf ,s=18.135 kW

q inf ,L =0.0107 kW

Q3=18.146 kW

Aplicando o coeficiente de segurança de 10% teremos:

Q3=19.96 kW

5.4. Carga térmica devido a cargas internas


5.4.1. Carga térmica devido as pessoas
q p=272−6 T

q p=0.368 kW

T – temperatura da câmara em ºC.

Equação de carga das pessoas, é muitas vezes multiplicado por um factor de correcção de 1,25 para
complementar a entrada e saída das pessoas.

q p=( 272−6 T ) ∙1.25

q p=0.460 kW

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

5.4.2. Carga térmica devido a iluminação


Tendo em conta as dimensões da câmara frigorífica, optou por se usar duas lâmpadas
fluorescentes de 58 Watt cada, sendo assim, a potência total das lâmpadas é de 116 Watt. O que
significa que a quantidade total de calor dissipada pela iluminação será dada por:

q 42=0.116 kW

Visto que o manuseio do produto no interior da câmara será manual, o calor devido a motores
eléctricos será nulo.

Q4 =q p+ q 42

Q4 =0.576 kW

Aplicando o coeficiente de segurança de 10% teremos:

Q4 =0.6336 kW

6. Carga térmica Total


O valor da carga térmica total será dado pelo somatório de todas as cargas térmicas achadas até
então, ou seja:

n
Qtotal=∑ Q i ; i=1 … n
i

Qtotal=441.336 kW

Table 8 Resumo das cargas sensíveis e latentes da câmara

Númer Tipo de carga


Parcela da carga
o Sensível (W) Latente(W)
1 Envolventes 332.767
2 Produto: 80424.479 199652.778
Para remover calor até o ponto inicial de
congelamento 26812.5
Para tirar o calor latente/congelar o produto

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

Calor para manter o produto em períodos longos de


congelamento
3 Infiltração 18135 10.7
4 Carga interna:
Pessoas em serviço 368
Iluminação 116
Motores eléctricos 0
Total 241672.992 199663.478
441336.4

Table 9 Resumo das cargas térmicas da câmara

Parcela de Carga Térmica Carga Térmica (kW) Carga Térmica (%)


Envolventes (Q1) 0.3328 0.075
Produto (Q2) 420.41 95.26
Infiltração (Q3) 19.96 4.52
Carga interna (Q4 ) 0.6336 0.14
Qtotal +10 % 441.336 100

7. Escolha dos equipamentos básicos do ciclo


A câmara é dimensionada considerando um ciclo de compressão a vapor simples. A câmara
possui capacidade frigorífica de Qe =441.336 kW . O refrigerante a ser utilizado é o R404A pois,
apresenta vasta gama de vantagens tais como a alta compressibilidade baixo índice de emissões
de agentes tóxicos.

Table 10 Parâmetros do ciclo

Pontos T (°C) P (MPa) h (kJ/kg) S (kJ/kg.K) v (m3/kg)


1 -16 0.36 360 1.63 0.0571
2 40 1.5 390 1.63 ----
3 31 1.5 295 ---- ----
4 -16 0.36 295 ---- ----

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

Qe 441.336 kg
mv = = =6.7898
h1−h4 360−295 s

Qc =m v ( h2 −h3 )=6.7898 (390−295 ) =645.031 kW

W c=mv ( h2−h1 ) =6.7898 ( 390−360 )=203.694 kW

Qe 441.336
COP= = =2.1667
W c 203.694

Gasto em meticais pela instalação

É Previsto que o ciclo do projecto em causa funcione por 16 horas.

Eterm W ct ×t 203.694 ×16


Eelect = = = =1504.1787 kWh
COP COP 2.1667

Assumindo que a tarifa por kWh é de 4,06 MZN e a taxa fixa é de 2826,99 MZN, teríamos:

E MZN / ano =Eel × ( kWhp )+ p =( 1504.1787 ×4.06 + 2826.99


fixa
30 )
∙ 365

E MZN / ano =2263 437.461 MZN

7.1. Compressor
O projecto necessita de compressor que foi desenvolvido para trabalhar sob grandes capacidades,
por isto optou-se por compressor do tipo centrifugo pois. Eles podem ser utilizados em sistemas
de frio desde 200 a 10000 kW de capacidade de refrigeração. E apresentam algumas vantagens
como o facto de ser silencioso em relação aos compressores alternativos e serem melhores em
relação aos compressores alternativos, devido a sua compressão.

7.2. Condensador
Tendo em conta a temperatura média anual, que é menor que 33ºC, irá optar por se usar o
condensador arrefecido por ar, mas tendo em conta o tipo de instalação em causa, será um

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condensador de convecção forçada pois este tem como principal vantagem a facilidade de
equilibrar a temperatura de condensação.

7.3. Evaporador
Dada a capacidade frigorífica já determinada será instalado o evaporador seco, é um dos tipos de
evaporadores muito difundido na indústria, no qual o refrigerante entra no evaporador de uma
forma intermitente proveniente de uma válvula de expansão geralmente do tipo termostática.
Sendo completamente vaporizado e aquecido ao ganhar calor no seu escoamento pelo interior do
tubo (serpentina).

7.4. Válvulas de Expansão


A Válvula de expansão termostática (VET) é o dispositivo de expansão do fluido frigorigéneo
mais versátil, sendo utilizada em instalações de grande potência frigorífica e viável e segura no
seu funcionamento.

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

8. Conclusão
Concluída a elaboração do presente projecto conclui-se que há vários factores que devem ser
levados em consideração no dimensionamento de uma câmara frigorífica, e foram tomados em
conta todos estes no dimensionamento da instalação frigorífica deste projecto, que era destinada
à conservação do fígado de vaca. A primeira parte do dimensionamento da câmara está
relacionado ao cálculo das cargas térmicas que servirão para determinar em quais faixas irá
trabalhar o ciclo posteriormente selecionado para a instalação que se dimensionou, o cálculo
destas cargas considera alguns factores tais como a constituição das envolventes da câmara em
questão, propriedades do produto que se pretende armazenar, a infiltração do ar no interior da
câmara e as cargas internas, estas que são achadas tendo em conta factores como a iluminação da
câmara, o número de pessoas em serviço e a existência de motores funcionando no interior da
câmara.

Após feito o cálculo destas cargas térmicas, é feito um somatório de todas as cargas calculadas,
este somatório nos deu a capacidade frigorífica que a câmara possui, e com essa capacidade nos
ajuda a determinar outros parâmetros importantes para o dimensionamento da câmara tais como
a potência que o compressor e o condensador dissipam, o COP, e o consumo energético da
câmara dimensionada.

A parte final do dimensionamento da instalação consiste na escolha dos principais equipamentos


que irão constituir este sistema de refrigeração, tais como o compressor, o condensador, a
válvula de expansão e o evaporador que melhor se adeque aos parâmetros calculados tendo em
conta o produto que se pretende armazenar e o local no qual a câmara será instalada.

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9. Referências Bibliográficas
 http://www.longitude-latitude-maps.com/city/146_33,Vilanculos,Mozambique
 https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/inhambane/vilanculos-52395/
 https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/content/download/2948/23792/version/1/file/
Vilankulo.pdf
 https://www.inhambane.gov.mz/por/A-Provincia/Perfil-dos-Distritos/Vilanculos
 Aulas de Sistemas de Refrigeração, 2023
 ASHRAE. (1994). Commodity Storage Requirements.
 ASHRAE. (2001). Fundamentals Handbook.
 ASHRAE. (2009). Thermophysical properties of refrigerants.
 ASHRAE. (2014). Commodity Storage Requirements.
 ASHRAE. (2014). Thermal Properties of Foods.

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Anexos

Figure 2 Condições de armazenamento do produtos (ASHRAE, Commodity Storage Requirements, 2014).

Figure 3 Dados de espaço, peso e densidade para mercadorias (ASHRAE, Space, Weight, and Density for Data for
Commodities, 1994)

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

Figure 4 Propriedades térmicas dos alimentos (ASHRAE, Thermal Properties of Foods, 2014)

Figure 5 Propriedades termodinâmicas do ar a pressão atmosférica (ASHRAE, Fundamentals Handbook, 2001)

Figure 6 Propriedades termodinâmicas do ar a pressão atmosférica (ASHRAE, Fundamentals Handbook, 2001)

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Dimensionamento de uma câmara frigorífica para a conservação de fígado de vaca

Figure 7 Diagrama de Mollier R-404A

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