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ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

3°Nível

Instalações Térmicas

Tema:

Caldeiras

Elementos do Grupo:

Fortuna de Carlos F. Luciano

Yuren Afonso F. Massingue

Docentes:

Eng.ᵒ Júlio Mussane

Songo, Novembro de 2023


ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

3°Nível

Instalações Térmicas

Tema:

Caldeiras

O presente trabalho tem como


objectivo avaliativo na
Elementos do Grupo: disciplina de Instalações
Térmicas no Instituto Superior
Politecnico de Songo ao
Fortuna de Carlos F. Luciano docente:
Eng.ᵒ Júlio Mussane
Yuren Afonso F. Massingue

Docentes:

Eng.ᵒ Júlio Mussane

Songo, Novembro de 2023


Índice

1. Introdução ....................................................................................................................... 1

2. Objectivos ....................................................................................................................... 2

2.1. Geral ......................................................................................................................... 2

2.2. Específicos ............................................................................................................... 2

3. Caldeiras ......................................................................................................................... 3

3.1. Definição .................................................................................................................. 3

4. Tipos de Caldeiras .......................................................................................................... 3

4.1. Caldeiras Flamotubulares ........................................................................................ 3

4.1.1. 2.1.1 Classificação ............................................................................................ 5

4.2. Caldeiras Aquotubulares .......................................................................................... 7

4.2.1. Classificação ..................................................................................................... 9

4.2.2. Caldeiras de Tubos Curvos ............................................................................... 9

4.2.3. Caldeiras com Circulação Forçada ................................................................. 10

4.2.4. Caldeira de circulação forçada com recirculação ........................................... 11

4.2.5. Aplicação e Utilização das Caldeiras Aquotubulares ..................................... 12

4.2.6. Vantagens e desvantagens das caldeiras aquatubulares ................................. 13

4.3. Caldeiras Mistas ..................................................................................................... 14

5. Balanço Enegetico nas caldeiras................................................................................... 14

5.1. Método Direto ........................................................................................................ 15

5.2. Método Indireto ..................................................................................................... 15

6. Avaliação Das Perdas Energéticas Na Caldeira ........................................................... 16

7. Conclusão ..................................................................................................................... 17

7.1. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 18


Lista de Figuras

Figura 1: Caldeira Falamatubular com sua devida legenda .................................................... 4


Figura 2: Caldeiras de tubos verticais ..................................................................................... 5
Figura 3: caldeiras de tubos horizontais ................................................................................. 6
Figura 4:Caldeira aquatubular legendada ............................................................................... 8
Figura 5: Caldeira aqua ........................................................................................................... 8
Figura 6: Exemplo de caldeira de tubos retos ......................................................................... 9
Figura 7: Caldeira de circulação forçada com recirculação .................................................. 11
Figura 8: Caldeira de La Mont e W. Workauf de circulação natural, porém com tubulão
ligado à tubos de grande diâmetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de
tubos com diâmetros menores. ............................................................................................. 12
Figura 9: Caldeira mista........................................................................................................ 14
CALDEIRAS

1. Introdução

As caldeiras desempenham um papel vital em diversos setores industriais, sendo


responsáveis por gerar vapor utilizado em processos de aquecimento e geração de energia.
Neste trabalho, exploraremos os diferentes tipos de caldeiras, seus princípios de
funcionamento e aplicações, além de discutir a Dimensionamento e segurança nesses
equipamentos essênciais.

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CALDEIRAS

2. Objectivos

2.1. Geral

 Apresentar e Explicar os diferentes tipos de caldeiras e suas características distintas.

2.2. Específicos

 Explorar os princípios de funcionamento das caldeiras, incluindo os processos de


aquecimento e geração de vapor;
 Discutir as aplicações e vantagens e desvantagens das caldeiras em diversos;
 Falar de algumas medidas de segurança necessárias ao lidar com caldeiras;
 Abordar sobre certos os impactos ambientais associados ao uso de caldeiras;
 Fornecer algumas bases teóricas para a seleção e operação adequada das caldeiras,
visando maximizar sua eficiência e segurança.

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CALDEIRAS

3. Caldeiras

3.1. Definição

Caldeira é um conjunto de superfícies de aquecimento concebidas para o aquecimento de


fluidos térmicos ou produção de vapor de água. Quando a finalidade é o aquecimento e o
abastecimento de água quente a processos, geralmente denomina-se caldeira. Tanto o
gerador de vapor como a caldeira têm o mesmo princípio de funcionamento, sendo
ligeiramente menos trabalhosa a projecção duma caldeira devido aos valores mais baixos de
pressão e temperatura relacionados envolvidos no seu projecto. (Nhambiu, 2019)

Caldeira também pode ser um trocador de calor (aparelho térmico) que produz e acumula
vapor a partir da energia térmica obtida com a queima de um combustível (sólido, líquido
ou gasoso).

É constituído, basicamente, por um vaso fechado sob pressão, no qual se introduz água
líquida que se transforma em vapor ao receber o calor da queima de um combustível e um
comburente (combustão).

4. Tipos de Caldeiras

Existem dois tipos de aldeiras (MARTINELLI, 1998) e estas tem as suas classificações.
Estas caldeiras dividem-se em:

 Flamotubulares;
 Aquatubulares; e
 mistas

4.1. Caldeiras Flamotubulares

Também conhecidas como Pirotubulares, Fogotubulares ou, ainda, como Tubos de Fumaça,
são aquelas nas quais os gases da combustão (fumos) atravessam a caldeira no interior de
tubos que se encontram circundados por água, cedendo calor à mesma.

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Este foi o primeiro tipo de caldeira construída. É também chamada de tubo-de-fogo, tubo-
de-fumaça ou pirotubular, por causa dos gases quentes provenientes da combustão que
circulam no interior dos tubos em um ou mais passes, ficando a água por fora dos mesmos.
Posteriormente,com alguns aperfeiçoamentos,passou a chamar-se caldeira escocesa. A
caldeira tipo flamotubular não passa de um cilindro externo que contém água e um cilindro
interno destinado à fornalha.

Figura 1: Caldeira Falamatubular com sua devida legenda

Constituem a grande maioria das caldeiras, utilizadas para pequenas capacidades de geração
de vapor (da ordem de até 10 ton/h) e baixas pressões (até 10bar), chegando algumas vezes
a 15 ou 20 bar. • As caldeiras flamotubulares horizontais, constituem-se de um vaso de
pressão cilíndrico horizontal, com dois tampos planos (os espelhos) onde estão afixados os
tubos e a fornalha. As caldeiras modernas têm diversos passes de gases, sendo mais comum
uma fornalha e dois passes de gases. • A saída da fornalha é chamada câmara de reversão e
pode ser revestida completamente de refractários ou constituída de paredes metálicas
molhadas.

A harmonia entre a forma geométrica da fornalha e a chama, determina todo o equilíbrio


térmico da caldeira. Na câmara de reversão traseira efectua-se a troca de calor por radiação.
Ela situa-se no fim da fornalha. Habitualmente é cilíndrica, com diâmetro suficiente para
conter no seu interior um espelho que ancora a fornalha e aloja a extremidade traseira dos
tubos da segunda passagem de gases. É construída em chapa de aço, e resfriada pela água
do sistema no caso de câmara húmidas (Wet-Back). No seu interior, os gases, após

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descreverem um ângulo de 180° na sua trajectória, são encaminhados para a segunda


passagem

No interior da caldeira temos a fornalha onde ocorre a maior temperatura de todo o gerador
de vapor, é lá onde se processa a maior troca de calor de toda a caldeira, chegando a ser mais
de 50% do total da caldeira. É a fornalha a maior responsável pela limitação da capacidade
da caldeira e onde um stress de material acarretaria maiores inconvenientes

4.1.1. 2.1.1 Classificação


Existem vários métodos de classificação das caldeiras flamotubulares (segundo o uso, a
capacidade, a pressão, a posição da fornalha, a posição dos tubos, os tamanhos, etc.).
Adotaremos aqui dividi-las em:

4.1.1.1. Caldeiras de tubos verticais


Nas caldeiras de tubos verticais, os tubos são colocados verticalmente num corpo cilíndrico
fechado nas extremidades por placas, chamadas espelhos. A fornalha interna fica no corpo
cilíndrico logo abaixo do espelho inferior. Os gases de combustão sobem através dos tubos,
aquecendo e vaporizando a água que está em volta deles.

As fornalhas externas são utilizadas principalmente no aproveitamento da queima de


combustíveis de baixo poder calorífico, tais como: serradura, palha, casca de café e de
amendoim e óleo combustível.

Figura 2: Caldeiras de tubos verticais

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4.1.1.2. Caldeiras de tubos horizontais


As caldeiras de tubos horizontais abrangem vários modelos, desde as caldeiras Cornuália e
Lancaster, de grande volume de água, até as modernas unidades compactas. As principais
caldeiras horizontais apresentam tubulões internos nos quais ocorre a combustão e através
dos quais passam os gases quentes. Podem ter de 1 a 4 tubulões por fornalha.

Figura 3: caldeiras de tubos horizontais

4.1.1.3. Vantagens e Desvantagens das Caldeiras Flamatubulares


Vantagens:

 Atendem a aumentos instantâneos na demanda de vapor, pois possuem grande


volume de água;
 Construção fácil, sendo totalmente pré-fabricada;
 Fácil operação;
 Não exige tratamento muito apurado da água de alimentação;
 Normalmente necessitam de pouca ou nenhuma alvenaria;
 Fácil limpeza da fuligem nos feixes de tubos;
 Fácil substituição de tubos.
 Custo de aquisição mais baixo;
 Exigem pouca alvenaria;
 Atendem bem a aumentos instantâneos de necessidades de vapor.

Desvantagens:

 Partida lenta devido ao grande volume de água;


 Limitada quanto à capacidade de pressão;
 Ocupam muito espaço com relação à área de aquecimento;
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 Circulação natural de água deficiente;


 Grande peso por metro quadrado de superfície de aquecimento;
 Dificuldade de adaptação de equipamentos, tais como superaquecedor,
economizador e pré-aquecedor de ar;
 baixo rendimento térmico;
 partida lenta devido ao grande volume interno de água;
 limitação de pressão de operação (máx. 15 kgf/cm²);
 baixa taxa de vaporização - kg de vapor/(m². hora);
 capacidade de produção limitada;
 dificuldades para instalação de economizador, superaquecedor e préaquecedor

4.2. Caldeiras Aquotubulares

São aquelas nas quais os gases da combustão circulam por fora e a água por dentro dos tubos,
onde é transformada em vapor. São empregues nas centrais termoelétricas e indústrias que
consomem grandes quantidades de vapor, já que a taxa de produção de vapor por área de
troca de calor é bem maior do que a das caldeiras flamotubulares.

Também conhecidas como Caldeiras Tubos de Água ou Aquatubulares se caracterizam pelo


fato dos tubos situarem-se fora dos tubulões da caldeira (tambor) constituindo com estes um
feixe tubular.

Diferenciam-se das Pirotubulares no fato da água circular no interior dos tubos e os gases
quentes se acham em contato com sua superfície externa. São empregadas quando interessa
obter pressões e rendimentos elevados, pois os esforços desenvolvidos nos tubos pelas altas
pressões são de tração ao invés de compressão, como ocorre nas pirotubulares, e também
pelo fato dos tubos estarem fora do corpo da caldeira obtemos superfícies de aquecimento
praticamente ilimitadas.

Para dar uma idéia de ordem de grandeza, as caldeiras flamotubulares modernas podem
produzir cerca de 60 Kg de vapor/m², enquanto que as caldeiras aquatubulares podem
produzir 250 Kg de vapor/m².

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CALDEIRAS

Figura 4:Caldeira aquatubular legendada

As caldeiras aquatubulares fazem a produção de vapor dentro de tubos que interligam 2 ou


mais reservatórios cilíndricos horizontais: o tubulão superior, onde se dá a separação da
fase líquida e do vapor, e o tubulão inferior, onde é feita a decantação e purga de sólidos
em suspensão. Os tubos podem ser rectos ou curvados.

As primeiras caldeiras aquatubulares utilizavam tubos rectos, solução hoje completamente


abandonada, apesar de algumas vantagens, como a facilidade de limpeza interna dos tubos.

Figura 5: Caldeira aqua

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4.2.1. Classificação
Como vimos as caldeiras aquotubulares poderiam ser classificadas de diversas maneiras,
mas iremos dividi-las em:

Caldeiras de Tubos Retos

Podendo possuir tambor transversal ou longitudinal, estas caldeiras são ainda bastante
utilizadas devido a possuírem fácil acesso aos tubos para fins de limpeza ou troca, causarem
pequena perda de carga, exigir chaminés pequenas, e porque também todos os tubos
principais são iguais necessitando de poucas formas especiais.

Os tubos de água, normalmente de 4, são inclinados de aproximadamente 22º, sendo ligados


nas extremidades aos coletores também chamados câmaras onduladas, formando com o
tubulão um circuito fechado por onde circula a água que entra pela parte inferior do tambor,
desce pelo interior do coletor posterior e sobe pelos tubos inclinados onde se forma o vapor.
A mistura de vapor e água ascende rapidamente pelo coletor frontal retornando ao tambor
onde tem lugar a separação entre o vapor e a água.

Figura 6: Exemplo de caldeira de tubos retos

Estas caldeiras podem ser adaptadas à produção de energia e possui um apreciável volume
de água, fator importante para várias aplicações. Sua superfície de aquecimento varia de 67
a 1.350 m², com pressões de até 45 kg/m² para capacidades variando de 3 a 30 tVapor/h ².

4.2.2. Caldeiras de Tubos Curvos


A utilização de vapor em centrais térmicas exigia geradores de grande capacidade de
produção e com isto as caldeiras de tubos curvos, devido à sua ilimitada capacidade de
produzir vapor, tomaram uma posição de grande importância para casos desta natureza. São

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compostas por tubos curvos ligados à tambores e suas concepções iniciais possuíam quatro
e até cinco tambores, sendo revestidos completamente por alvenaria.

Atualmente, por motivos de segurança, economia e para eliminar o uso de peças de grande
diâmetro, o número de tambores foi reduzido a dois (2) e com um único tambor, sendo este
último aplicado a unidade de altas pressões e capacidades. As paredes de refratário
representavam um custo enorme das instalações por isto desenvolveram-se estudos quanto
a um melhor aproveitamento do calor irradiado, e a aplicação de paredes de água veio
eliminar o uso destes custosos refratários.

Com o maior proveito do calor gerado, alem de reduzir o tamanho da caldeira, promove-se
uma vaporização mais rápida e aumenta-se a vida do revestimento das câmaras de
combustão.

Este tipo de caldeira encontra uma barreira para sua aceitação comercial no que se refere ao
fato de exigirem um controle especial da água de alimentação (tratamento da água), embora
apresente inúmeras vantagens, tais como, manutenção fácil para limpeza ou reparos, rápida
vaporização, sendo o tipo que atinge maior vaporização especifica com valores de 28 a 30
kg.V/m² nas instalações normais, podendo atingir até 50kg.V/m² nas caldeiras de tiragem
forçada.

4.2.3. Caldeiras com Circulação Forçada


A diferença de pesos específicos da água de alimentação fria, com a água aquecida e
misturada com bolhas de vapor promove uma circulação natural da água no interior dos
tubos. Fatores como incrustações, variações de carga, etc., acabam por tornar-se obstáculos
a esta circulação, portanto, apesar de vários cuidados tomados, não se consegue uma
circulação orientada, ou como é chamada, uma circulação positiva.

Baseado nisto substituiu-se a circulação por gravidade pela circulação forçada por uma
bomba de alimentação e com isto reduz-se o diâmetro dos tubos, aumenta-se o circuito de
tubos e estes podem dispor-se em forma de uma serpentina contínua formando o
revestimento da fornalha, melhorando-se a transmissão de calor e reduzindo-se o tamanho
dos tambores, coletores e tornando mínimo o espaço requerido. Foi Mark Benson da

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Siemens alemã o autor deste tipo de caldeira, que se caracterizava pelo fato de não utilizarem
bomba de recirculação ou tambor, trabalhando com pressões supercríticas, exigindo assim
um controle rigoroso.

Devido a compressão, ha um aumento da densidade dos gases e de sua velocidade até valores
próximos a 200 m/s, melhorando-se assim a transmissão de calor em alguns casos com
coeficientes 15 vezes maiores que nos casos comuns.

Por este motivo a caldeira requer aproximadamente l/4 do espaço e pesa um sétimo (1/7) do
valor de geradores convencionais de mesma capacidade de produção de vapor. Outras
vantagens atribuídas a este tipo são uma resposta rápida aos controles e 27 rápida entrada
em funcionamento (5 a 7 minutos), alcançando uma vaporização especifica de ate 500
kg.v/m².h.

Figura 7: Caldeira de circulação forçada com recirculação

4.2.4. Caldeira de circulação forçada com recirculação


As caldeiras de circulação forçada devido, entre outras coisas, a serem mais leves, formarem
vapor praticamente seco ou superaquecido e instantaneamente, ocuparem menor espaço e
possuírem grandes coeficientes de transmissão de calor, pareciam tomar conta
completamente do mercado, porém o seu uso apresentou certos inconvenientes como super
sensibilidade, paradas constantes por mínimos problemas, etc., o que levou La Mont a
elaborar juntamente com W. Vorkauf um outro tipo sem bomba de alimentação (circulação

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natural), porém com tubulão ligado à tubos de grande diâmetro que por sua vez se ligam ao
feixe de troca de calor de tubos com diâmetros menores.

Um gerador deste tipo produz aproximadamente 2.750 kg.v/h ocupando um espaço de 2,1 x
2,1m. Este tipo teve grande aceitação dos usuários, pois aproveitou as vantagens das
caldeiras de circulação forçada e eliminou os defeitos das mesmas.

Figura 8: Caldeira de La Mont e W. Workauf de circulação natural, porém com tubulão


ligado à tubos de grande diâmetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de
tubos com diâmetros menores.

4.2.5. Aplicação e Utilização das Caldeiras Aquotubulares


As caldeiras tubos de água perseguem os mesmos objetivos de uma caldeira qualquer, isto
é, custo reduzido, compacta cidade, ser acessível, tubos com forma simples, boa circulação,
coeficiente de transmissão de calor elevado e alta capacidade de produção de vapor. Poderia
se dizer que este tipo atinge todos ou quase todos dos objetivos pretendidos, como por
exemplo, a sua limpeza é facilmente realizada pois as incrustações são retira das sem
dificuldade utilizando um dispositivo limpa-tubo movido com água ou ar.

Possuem as mais variadas aplicações industriais sendo também usadas para caldeiras de
recuperação e aplicações marítimas, tipo este estudado com maiores detalhes por
Engenheiros Navais. Porém, destacamos sua utilização em centrais térmicas onde trabalham
com elevadas pressões de ate 200 kg/m² e capacidades atingindo valores de
aproximadamente 800 t.V/h.

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Com respeito às grandes centrais térmicas, não e raro um alto consumo de combustíve1 e
por isto qualquer aumento de rendimento, por menor que seja, torna-se econômico mesmo
se os investimentos aplicados forem grandes. Em caldeiras de pressões elevadas, devido aos
grandes esforços aplicados, os tambores resultam um custo muito elevado por isto conclui-
se que seu número e tamanho deva ser o menor possível, e isto é função dos seguintes fatores:

 Rendimento
 Tipo de combustível;
 Natureza da carga;
 Pressão de trabalho;
 Ampliações futuras;
 Espaço disponível; e
 Condições do clima.

4.2.6. Vantagens e desvantagens das caldeiras aquatubulares


As principais vantagens das caldeiras deste tipo são:

 Grandes pressões de 50 á 165 bar;


 Grandes produções • Rapidez de arranque ;
 Fácil adaptação a diferentes tipos de combustível ;

As principais desvantagens das caldeiras deste tipo são:

 Grandes dimensões;
 Sensíveis às variações bruscas de carga;
 Grandes exigências na qualidade da água de alimentação devido à elevada pressão
de funcionamento;
 Elevado custo;
 Grande complexidade de montagem.

Em resumo, as caldeiras aquatubulares são empregadas quase exclusivamente quando


interessa obter elevadas pressões grandes capacidades e altos rendimento.

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4.3. Caldeiras Mistas

A necessidade de utilização de combustíveis sólidos para caldeiras de pequena capacidade


fez surgir uma solução híbrida que são as caldeiras mistas. Basicamente são caldeiras
flamotubulares com uma antecâmara de combustão com paredes revestidas de tubos de água.
Na antecâmara se dá a combustão de sólidos através de grelhas de diversos tipos
possibilitando assim o espaço necessário para os maiores volumes da câmara de combustão
necessários à combustão de sólidos, principalmente em grandes tamanhos, tais como lenha
em toras, cavacos, etc, além da possibilidade de retirada de cinzas por baixo das grelhas (o
cinzeiro).

As caldeiras mistas não reúnem todas as vantagens da aquatubular, como a segurança, maior
eficiência térmica, etc., porém, é uma solução prática e eficiente quando se tem
disponibilidade de combustível sólido a baixo custo. Tem ainda a possibilidade de queimar
combustível líquido ou gasoso, com a instalação de queimadores apropriados.

O rendimento térmico destas caldeiras é menor que as flamotubulares, devido a perda de


calor pela antecâmara. Dificilmente as paredes frontais e traseiras são revestidas de tubos,
devido a dificuldade construtiva pelo pequeno tamanho da caldeira.

Figura 9: Caldeira mista

5. Balanço Enegetico nas caldeiras

Um balanço energético consiste basicamente na obtenção de índices que traduzem o


rendimento destas caldeiras. O rendimento de uma caldeira caracteriza a perfeição com que
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o sistema térmico opera. Entretanto, a caldeira depende de uma série de dispositivos, cada
um deles, consumindo uma parcela da energia que entra. Para tanto, dois métodos diferentes
serão utilizados: Método Direto e Método Indireto.

Todo o equacionamento obtido foi a partir das literaturas especializadas (Hugot, 1967;
Bejan, 1988; Camargo et al, 1990; Kota, 1993; Sonntag, 1998.)

5.1. Método Direto

Do balanço de energia em uma caldeira, obtém-se:

(Equação 1)

Neste caso a eficiência do processo é definida por:

(Equação 2)

Onde o calor útil é aquele que realmente é utilizado para vaporizar a água e formar o vapor
saturado, ou vapor superaquecido, com a vazão 9 desejada. Já o calor disponível, é todo
aquele oriundo da combustão, neste caso específico, da queima do bagaço.

A energia disponível pode ser considerada igual ao PCI.

5.2. Método Indireto

O cálculo da eficiência por este método é bem mais realista, uma vez que contabiliza todas
as perdas de energia que ocorrem ao longo do processo, sendo estas, portanto, outra
abordagem para estudo. Logo, conhecendo-se as perdas de energia, bem como as suas
causas, pode-se encontrar a maneira de minimizá-las, tornando o funcionamento de uma
caldeira mais adequado. Neste caso, tal eficiência é dada pela Equação 3:

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(Equação 3)

Faz-se necessário ressaltar que na Qperdas, contabiliza todo o calor perdido ao longo do
processo. Independentemente do método de cálculo utilizado para calcular a eficiência de
uma caldeira, o rendimento térmico é sempre inferior a 100% e quanto menor a quantidade
de perdas, maior será o seu rendimento.

6. Avaliação Das Perdas Energéticas Na Caldeira

Como já foi visto anteriormente, a eficiência da caldeira geradora de vapor, calculada pelo
método indireto, é feita através das perdas de energia ao longo do processo, ou seja:

Neste trabalho foram consideradas as perdas oriundas de:

 Calor junto aos produtos gasosos da combustão;


 Calor devido à combustão incompleta;
 Isolamento falho, havendo perda por convecção;
 Calor com o material purgado da caldeira;
 Calor junto às cinzas;
 Perda de carga.

O dimensionamento de uma caldeira basea-se no cálculo desses parâmetros.

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7. Conclusão

Em conclusão, as caldeiras desempenham um papel fundamental em diversos setores


industriais, proporcionando aquecimento e geração de vapor para uma ampla gama de
aplicações. Ao longo deste trabalho, exploramos os diferentes tipos de caldeiras, seus
princípios de funcionamento e aplicações, além de destacar a importância da manutenção e
segurança desses equipamentos.

É essencial que as empresas que utilizam caldeiras adotem práticas adequadas de


manutenção para garantir seu desempenho eficiente e prolongar sua vida útil. Além disso, a
segurança é uma prioridade ao lidar com caldeiras, exigindo treinamento adequado dos
operadores e o cumprimento rigoroso das normas regulatórias.

Também é importante considerar os impactos ambientais do uso de caldeiras e buscar


medidas para tornar seu funcionamento mais sustentável, como o uso de tecnologias mais
eficientes e a adoção de práticas de conservação de energia.

Em resumo, as caldeiras são componentes essenciais em muitos processos industriais e seu


estudo aprofundado é fundamental para garantir seu uso seguro e eficiente. Esperamos que
este trabalho tenha fornecido uma visão abrangente sobre o tema das caldeiras, contribuindo
para um melhor entendimento de sua importância e aplicação na indústria moderna.

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7.1. Referências Bibliográficas

 MARTINELLI Jr., Luiz Carlos. Máquinas Térmicas I – Noções sobre geradores de


vapor. Cadernos UNIJUÍ, Série Tecnologia Mecânica, n.º 8, Editora Unijuí, Ijuí, RS,
1998.
 BAZZO, E. 1995, “Geraҫão de Vapor”, 2a Ed., UFSC, Brasil.
 Apontamentos de: DZECO, Fernado (2018); Instalações Térmicas; (ISPS).
 Apontamentos/Apostila de: [1] NHAMBIU, Jorge (2012); Instalações Térmicas;
(UEM).
 HUGOT, 1967; Bejan, 1988; Camargo et al, 1990; Kota, 1993; Sonntag, 1998.

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