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Universidade Federal de Campina Grande

Departamento de Engenharia Elétrica


Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica

GERÔNIMO BARBOSA ALEXANDRE

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS COM


CONEXÃO COM A REDE ELÉTRICA: ESTUDO DE CASOS

Campina Grande, Paraíba, Brasil.


Dezembro de 2015
GERÔNIMO BARBOSA ALEXANDRE

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS COM


CONEXÃO COM A REDE ELÉTRICA: ESTUDO DE CASOS

Relatório Final de atividades de pesquisa


submetido à Coordenação do projeto de
pesquisa ECV-DTD 002/2011 – Trabalho II da
Unidade Acadêmica de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Campina Grande
como parte da prestação de serviços do
bolsista.

Área de Concentração: Instrumentação, Automação e Controle Industrial.

Orientador:
Professor Antônio Marcus Nogueira Lima, Dr.

Co-Orientador:
Professor Maurício Beltrão de Rossiter Corrêa

Campina Grande, Paraíba, Brasil.


Dezembro de 2015

-ii-
RESUMO
Sistemas fotovoltaicos (FV) podem ser aplicados basicamente em três tipos de
aplicação: sistemas isolados, sistemas conectados com a rede elétrica e bombeamento de
água. Qualquer que seja a aplicação se faz necessário o correto dimensionamento dos
componentes que compõe o arranjo FV, o dimensionamento irá informar para o cliente
o número de placas solares, a área ocupada, a potência instalada, a estimativa de
produção de energia elétrica, o quantitativo de componentes e o custo do
empreendimento.
O projeto de um sistema FV é composto da memória de cálculo e descritiva, das
listas de materiais e os diagramas elétricos (desenhos 2D – 3D e possíveis animações),
bem como o registro nos órgãos competentes. Já as etapas de montagem,
comissionamento e integração ao sistema energético são realizadas após o projeto,
devendo ser bem executadas para o funcionamento correto e eficaz da instalação
elétrica.
Este documento descreve a metodologia proposta para dimensionamento de
sistemas FV conectados com a rede elétrica, informando as características dos
componentes do arranjo FV, a análise técnico-econômica do empreendimento e a
estimativa da produção de energia elétrica ao longo do período de vida do projeto (25
anos). A metodologia proposta foi avaliada para uma rede de distribuição secundário no
dimensionamento de 70 unidades de geração, depois foi realizado um comparativo da
metodologia proposta com aplicativos da internet (aplicativos web) no
dimensionamento de um sistema FV para um consumidor residencial monofásico com
consumo mensal de 300 kWh localizado na cidade de Campina Grande. O
procedimento proposto mostrou-se eficiente e confiável quando comparado com a
estimativa de produção real feita a partir de medições reais de radiação solar do
LEIAM/UFCG Na cidade de Campina Grande. Para o problema de instalações não
padronizadas encontradas no Brasil, sugere-se que seja estudada a criação de um
programa de padronização e certificação das instalações dos arranjos FV ou até mesmo
um selo de certificação e qualidade, a exemplo da construção civil com o Procel Edifica.

Palavras-chave: Geração fotovoltaica, Dimensionamentos de sistemas Grid-Tie,

viabilidade técnico-econômica, Estudo de casos.

-iii-
ABSTRACT

Photovoltaic (PV) systems can be applied basically three types of application:


isolated systems, systems connected to the power grid and water pumping. Whatever the
application if the right is necessary dimensioning of the components making up the PV
array, scaling will inform to the customer the number of solar panels, the occupied area,
the installed power, the estimated electricity production, the quantitative components
and the cost of the project.
The design of a PV system consists of the calculation and specification book,
lists of materials and electrical diagrams (2D and 3D drawings, possible animations), as
well as registration with the competent bodies. Since the assembly steps, commissioning
and integration in the energy system are held after the project and should be well
executed to the correct and effective functioning of the electrical installation.
This document describes the proposed methodology for design of PV systems
connected to the grid, stating the characteristics of the PV array components, the
technical and economic analysis of the project and an estimated production of electric
energy throughout the project life (25 years). The proposed methodology was evaluated
for a secondary distribution network in the design of 70 generating units, then
conducted a comparison of the proposed methodology with internet applications (web
applications) in the design of a PV system for a residential consumer monophasic with
monthly consumption 300 kWh in the city of Campina Grande. The proposed procedure
was efficient and reliable when compared to the actual production estimate made from
actual measurements of solar radiation from the LEIAM / UFCG In the city of Campina
Grande. To the problem of non-standard facilities found in Brazil, it is suggested that
consideration be given to setting up a standardization and certification program of
installations of PV arrangements or even a seal of certification and quality, such as the
construction with the Procel Build (Standardization of Brazilian buildings).

Keywords: Photovoltaic generation, Sizing of Grid-Tie Systems, Technical and


economic feasibility, Case Study.

-iv-
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1. Sistemas Conectados à Rede elétrica (Grid-tie)........................................................................11


Figura 1.2. Sistemas isolados (off-grid).......................................................................................................12
Figura 1.3. Bombeamento de água com energia solar.................................................................................12
Figura 1.4. Detalhes de um Sistema fotovoltaico conectado à rede ...........................................................13
Figura 1.5. Rede elétrica de distribuição secundária da cidade X...............................................................17
Figura 1.6. Rede de Distribuição Secundária da cidade X..........................................................................18
Figura 1.8. Demanda das concentrações de consumidores por postes para cada uma das fases.................20
Figura 2.1. Custo total decomposto por cada componente que compõe o arranjo – Média das cidades de
João Pessoa/PB e Recife/PE........................................................................................................................27
Figura 3.1. Metodologia para dimensionamento de sistema FV conectado com a rede elétrica.................29
Figura 3.2. Metodologia para avaliação da viabilidade técnico-econômica de projetos fotovoltaicos.......33
Figura 3.3. Fluxograma para avaliação econômica de um projeto fotovoltaico..........................................35
Figura 3.4 Fluxograma para avaliação técnica de um projeto fotovoltaico.................................................36
Figura 3.5. Diagrama unifilar do sistema fotovoltaico (FV).......................................................................37
Figura 3.6. Possibilidade de Layout para o quadro elétrico.........................................................................38
Figura 3.7. Fluxo de dados para o dimensionamento de um arranjo FV genérico......................................39
Figura 3.8. Perfil de irradiação medido no 01/08/14...................................................................................43
Figura 3.9. Sistema de aquisição e monitoramento de produção de energia...............................................45
Figura 3.10. Datagrama do sistema de aquisição e registro de irradiação solar..........................................46
Figura 3.11. Radiação solar medida × Radiação solar estimada..................................................................44
Figura 3.12. Valores médios de irradiação solar na Cidade de Campina Grande/PB - Ano de
2014..........47
Figura 3.13. Consumo e Produção - Simulador da Neosolar Energia.........................................................51
Figura 3.14. Consumo e Produção - Simulador do Portal do Sol................................................................52
Figura 3.15. Consumo e Produção - Simulador da América do Sol (CRESESB).......................................53
Figura 3.16. Consumo e Produção – Programa desenvolvido (MATLAB)................................................54

-v-
LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1. Características gerais da rede de distribuição da cidade X.......................................................17


Tabela 1.2. Características do transformador..............................................................................................18
Tabela 1.3. Parâmetros dos condutores. ......................................................................................................19
Tabela 2.1. Cotação de um arranjo fotovoltaico, pesquisa: João Pessoa/PB e Recife/PE...........................26
Tabela 2.2. Custo médio da operação e da manutenção de arranjos FV.....................................................27
Tabela 3.1. Dimensionamento de sistemas FV integrados a rede elétrica (Grid Tie).................................27
Tabela 3.2. Estatísticas de radiação solar inclinada– ano de 2014..............................................................49

-vi-
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
AC Alternate Current
A/D Conversor Analógico-Digital
AESA Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ANSI American National Standards Institute
ASTM International American Society for Testing and Materials
A3 e A4 Formato do tamanho da folha de papel padronizado pela ABNT
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
B1 Classe Consumidora Residencial - Baixa Tensão - Tarifa monômio
CA-CC Corrente Alternada - Corrente Continua
CCITT Consultative Committee for International Telephony and Telegraphy
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
DC Direct Current
DPS Dispositivo de Proteção Contra Surtos
DWG É a extensão de arquivos de desenhos em 2D e 3D nativa do software AutoCAD.
EPE Empresa de Pesquisas Energética
EIA Energy Information Administration for the USA
EMA Energy Management Associates, INC. certification
EPIA European Photovoltaic Industry Association
FDI Fator de Dimensionamento do Inversor
FDP Função de Densidade de Probabilidade
FV Sistema Fotovoltaico
GD Geração Distribuída
GTDU Grampo Terra Duplo com Parafuso Tipo U
HOMER Hybrid Optimization Model for Multiple Energy Resources
HSP Horas de Sol Pleno
ICEA Instituto de Controle do Espaço Aéreo - São José dos Campos - SP
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
IEC International Electrotechnical Commission
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IIW International Institute of Welding
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados

-vii-
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ISO International Organization for Standardization
LABVIEW Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench
LABSOLAR Laboratório de Energia Solar da UFSC
LEIAM Laboratório de Eletrônica Industrial e Acionamentos de Maquinas
MATLAB MATrix LABoratory, the MathWorks
MPPT Maximum Power Point Tracking
NASA National Aeronautics and Space Administration
NBR Norma Brasileira
NDU Norma de Distribuição Unificada
NEMA National Electrical Manufacturers Association
NREL USA National Renewable Energy Laboratory
OSF Open Society Foundations
PIS Programa de Integração Social
PR Performance Ratio
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional
® Marca registrada no Brasil
RET Renewable Energy Technology
SAGE Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia
SGM Sistema de Gestão de Medições
SEP Sistema Elétrico de Potência
SPDA Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
SPPM Phase-Shifted Pulse Width Modulation
STC Standard Test Conditions (Condições Padrão Para Ensaio)
TD Taxa de Desempenho
TIR Taxa Interna de Retorno do investimento
TM Trade Mark (Marca registrada nos Estados Unidos da América)
WEB World Wide Web
WMO World Meteorological Organization
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
USB Universal Serial Bus
VPL Valor Presente Líquido

-viii-
LISTA DE SÍMBOLOS

R$ Moeda brasileira (Reais)


% Percentagem
°C Grau Celsius
¿ Multiplicação
° Graus
.xlsx Formato de planilha MS Excel.
US $ Moeda Americana (Dólares)
R$ Moeda Brasileira (Reais)
kW Quilowatt- hora (potência ativa por horas)
WP Watt Pico
FC i Fluxo de Caixa dos i-ésimos anos
EG Energia elétrica gerada pelo arranjo FV mensal

-ix-
SUMÁRIO

Resumo.........................................................................................................................................................iii
Abstract.........................................................................................................................................................iv
Lista de Ilustrações........................................................................................................................................v
Lista de Tabelas............................................................................................................................................vi
Lista de Abreviaturas e Siglas.....................................................................................................................vii
Lista de Símbolos.........................................................................................................................................ix
Sumário..........................................................................................................................................................x
1 Introdução............................................................................................................................................11
1.1 Motivação...................................................................................................................................14
1.2 Objetivos....................................................................................................................................16
1.3 A Rede de Distribuição Estudada..............................................................................................16
1.4 Dados do Local do Projeto.........................................................................................................20
1.5 Organização do Trabalho...........................................................................................................20
2 Descrição do Projeto............................................................................................................................22
2.1 Escopo de Fornecimento e Serviços..........................................................................................22
2.2 Custos do Empreendimento.......................................................................................................24
3 Dimensionamento de Sistemas FV Conectados Com a Rede Elétrica................................................28
3.1 Metodologia Para Dimensionamento de um Sistema FV..........................................................28
3.2 Viabilidade Técnico-Econômica da Instalação de Sistemas FV Conectados a Rede Elétrica...33
3.3 Dimensionamento dos Sistemas FV Para Rede Elétrica Estudada............................................37
3.4 Estimativa da Energia Gerada ao Longo do Período de Vida do Empreendimento..................41
3.5 Comparativo da Estimativa da Produção de Energia Usando a Metodologia Proposta Versus
Aplicativos WEB.....................................................................................................................................50
4 Discussão dos Resultados....................................................................................................................55
5 Considerações Finais...........................................................................................................................58
Referências Bibliográficas...........................................................................................................................61
Anexos.........................................................................................................................................................63

-x-
1 INTRODUÇÃO

Um sistema solar fotovoltaico (arranjo FV) é o responsável pela conversão da


energia solar em energia elétrica disponível para consumo. No Brasil este tipo fonte de
energia alternativa vem crescendo em várias vertentes (em especial, após os aumentos
sucessivos do valor da fatura de energia ocorridos no ano de 2015), barateando o custo
do sistema FV como um todo. De maneira geral a geração solar distribuída vem sendo
incentivada em três aplicações básicas do sistema: Aplicações on-grid - aquelas que
abrangem a rede central e os sistemas isolados; Aplicações off-grid- Incluem tanto
sistemas autônomos (FV + banco de baterias) como sistemas híbridos (FV + banco de
baterias + grupo gerador) e Aplicações para bombeamento de água. Ainda podemos
citar as aplicações no Nordeste Brasileiro do uso de usinas solares para alimentar
(acionar) plantas de dessalinização de água e de eletrodiálise. Pesquisadores da UFCG
estão propondo (proposta de projetos) o uso de usinas solares para acionar fornos
elétricos para desidratação do minério caulim e na alimentação de energia elétrica de
uma unidade de tratamento de esgotos domésticos por eletrofloculação. As Figuras 1.1 -
1.3 ilustram o esquema de ligações do arranjo FV para as principais aplicações.

Figura 1.1. Sistemas Conectados à Rede elétrica (Grid-tie).


Fonte: http://www.neosolar.com.br/

-11-
Figura 1.2. Sistemas isolados (off-grid).
Fonte: http://www.neosolar.com.br/

Figura 1.3. Bombeamento de água com energia solar.


Fonte: https://www.energiapura.com/

O esquema de conexão de um sistema grid-tie mais detalhado é ilustrado na 1.4.


Durante o dia a energia elétrica excedente é mandada para a rede elétrica, durante a
noite a residência é quem recebe energia da rede elétrica.

-12-
Figura 1.4. Sistema fotovoltaico conectado à rede detalhado (SOLSTÍCIO ENERGIA, 2013).

Esses sistemas (Grid-tie) consistem em um grande número de módulos, ligados


em série e paralelo conectados a um grande inversor (ROMAN et al, 2006). Pode-se
citar algumas vantagens e desvantagens, onde se incluem questões técnicas e não
técnicas (LUQUE et al, 2011). Destacam-se como vantagens:

 Fonte de energia vasta e amplamente acessível;


 Sem emissões de combustão ou outros resíduos radioativos (baixa
contribuição para a mudança climática global ou a poluição do ar e da
água);
 Baixos custos operacionais (fonte primária gratuita);
 Ausência de partes móveis (não há desgaste);
 Funcionamento à temperatura ambiente (sem corrosão de alta
temperatura ou questões de segurança);
 Elevada fiabilidade dos módulos FV (garantias superiores a 30 anos);
 Fácil previsão da produção anual;
 Modular (incrementos de pequenas ou grandes instalações);
 Possibilidade de integração nas estruturas de edifícios novos ou
existentes;
 Pode ser instalada rapidamente em quase qualquer ponto de uso;

-13-
 Matéria-prima, utilizada nos módulos, abundante (caso do silício).

Destacam-se, também como desvantagens:

 A radiação solar é uma energia com relativa baixa densidade;


 Elevados custos iniciais;
 Produção horária ou diária imprevisível;
 Inexistência de um modo de armazenamento de energia eficiente e
econômico;
 No processo de fabricação dos painéis solares são geradas substâncias
nocivas para o ambiente;
 Consumo significativo de energia no processo de fabricação dos painéis
solares

1.1 MOTIVAÇÃO

O planejamento energético é uma atividade estratégica para o cenário atual e


futuro do Brasil, para atender a demanda energética atual e futura do país, evitando
desligamentos e um eventual racionamento de energia elétrica, o que compromete a
atividade industrial nacional. Neste cenário as fontes alternativas de energia são
soluções viáveis para melhoria deste quadro, em especial aquelas que já estão mais
desenvolvidas e onerosas, a exemplo da energia solar e da energia eólica. Além da
questão de estratégica para o crescimento populacional, econômico e industrial do país,
investir em fontes alternativas de energia é uma questão de soberania no cenário
internacional, levando o país ser líder em tecnologias sustentáveis, sendo exemplo para
outras nações.
Com o agravamento da crise hídrica e energética no País há um aumento da
procura por parte de unidades consumidoras residenciais, comerciais e industriais pelas
fontes de energia elétrica, chamadas de alternativas para atender as suas demandas.
Sendo justificado pelo aumento do número de unidades de microgeração instaladas em
todo o Brasil. Dados da ABINEE (2015) mostram que o número de projetos de geração
solar fotovoltaica no ano de 2015 (janeiro-dezembro), aumentou em 15% se
comparados com o ano de 2014. De modo geral, um projeto de unidades de geração de
energia elétrica baseada em fontes renováveis envolve quatro etapas: pré-viabilidade

-14-
econômica, viabilidade técnico-econômica, engenharia & desenvolvimento e construção
& comissionamento.
Outro fato de importância neste cenário é o aumento da complexidade do
sistema elétrico, devido às restrições de qualidade, de segurança e ambiental e uma
legislação mais rigorosa, estas últimas são razões fundamentais para o desenvolvimento
de soluções viáveis de gerenciamento da energia injetada pelas novas fontes de energia
descentralizadas para uma operação estável e confiável do sistema como um todo,
minimizando qualquer risco operacional, vindo a prejudicar a concessionária ou o
consumidor. Neste sentido projetar sistemas fotovoltaicos com base na legislação
vigente e na necessidade real do consumidor, estudar os impactos da geração
descentralizada e desenvolver sistemas de gerenciamento da energia gerada resulta em
ganhos econômicos consideráveis tanto para o sistema de distribuição de energia
elétrica como para o consumidor (cliente). Para tal estudo se faz necessário um estudo
de viabilidade técnico-econômico do kWh gerado por cada fonte de energia para
construir a curva de operação (programação) da geração. O sistema de gestão envolve
de maneira geral a operação e controle da energia trafegada no sistema elétrico de
distribuição, as estratégias de controle e as possíveis mudanças que deverão ser
necessárias nos sistemas elétricos para que estes possam suportar a penetração da
geração descentralizada.
O funcionamento eficaz do arranjo FV instalado e do sistema elétrico ao qual o
sistema FV está conectado, depende da qualidade do projeto (dimensionamento e
memória de descrição e de cálculo) e da gestão correta na execução do projeto, o que
equivale dizer que as etapas de engenharia & desenvolvimento e construção &
comissionamento devem ser bem executadas, sempre na busca do princípio da
eficiência da administração pública e/ou privada (Binômio: qualidade nos serviços +
racionalidade de gastos) na execução de seus empreendimentos.
Neste contexto o escopo de um projeto (empreendimento) de geração solar
fotovoltaica (fornecimento e serviços) envolve a seguintes etapas: levantamento de
campo, projeto básico, projeto executivo, fornecimento dos equipamentos para os
sistemas FV, Instalação dos sistemas FV, implantação do sistema de monitoramento
remoto, comissionamento, documentação, treinamento do pessoal (instalação,
manutenção e operação), garantia e monitoramento remoto.

-15-
Com a proliferação em grande escala da geração distribuída, em especial a solar

fotovoltaica, torna-se necessário, do ponto de vista das concessionárias, o estudo das

características desta geração, uma vez que estas diferem da geração centralizada,

tradicionalmente oferecida pelas concessionárias. Surgindo a necessidade da

investigação dos efeitos da penetração da geração descentralizada no sistema de

distribuição. Em primeira instância antes da análise dos efeitos da penetração da

geração descentralizada, se faz necessário avaliar se o projeto fotovoltaico

(empreendimento) é viável técnico-econômica, quer seja uma unidade consumidora ou

um conjunto de unidades consumidoras.

1.2 OBJETIVOS

Detalhar as etapas envolvidas no projeto de sistemas fotovoltaicos de pequeno,


médio e grande porte conectados com a rede elétrica de distribuição secundária,
enfocando no custo do arranjo FV, na instalação, na manutenção e na estimativa da
produção da energia gerada ao longo do período de vida do empreendimento. Para
validar a metodologia proposta estudos de casos foram avaliados: um consumidor
individual (instalação de uma unidade de geração solar fotovoltaica), uma rede de
distribuição secundária (várias unidades de geração descentralizada) e o comparativo
entre as diversas ferramentas computacionais disponíveis para projetar sistemas
fotovoltaicos. Desenvolver um algoritmo simples e de fácil manuseio que seja capaz de
projetar um arranjo FV com rapidez e eficácia, agregando as características positivas de
outros aplicativos disponíveis e que consiga sanar as principais dificuldades das
ferramentas computacionais encontradas no mercado.

1.3 A REDE DE DISTRIBUIÇÃO ESTUDADA

O sistema de distribuição considerado nesse projeto trata-se da rede elétrica de


distribuição secundária. A rede é composta, principalmente, por um transformador de
distribuição (13.8 kV – 380V/220V), alimentadores e consumidores residenciais e
comerciais, possuindo uma extensão total de cerca de 375 metros. O transformador de
distribuição de 150 kVA (Δ-Y), está, alimentando um total de 108 consumidores ligados

-16-
através de 16 postes. A Figura 1.5 ilustra a localização da rede elétrica de distribuição
secundária da cidade X.
Os dados relativos a essa rede de distribuição foram fornecidos pela
concessionária local aos pesquisadores da UFCG e têm como finalidade auxiliar o
processo de modelagem da rede, validação dos modelos, requisitos a serem atendidos
para implantação da geração fotovoltaica pela unidade consumidora, dimensionamento
dos arranjos FV a serem instalados e o estudo dos possíveis impactos da conexão das 70
unidades de geração distribuída com o sistema elétrico da rede Z. A Tabela 1.1 dispõe
as características gerais da rede de distribuição secundária.

Figura 1.5. Rede elétrica de distribuição secundária da cidade X.

Tabela 1. 1. Características gerais da rede de distribuição da cidade X.


Características Gerais da Rede
Tensão Primária 13,8 KV
Tensão Secundária 380 V / 220 V
Frequência de Operação 60 Hz
Potência do Trafo de distribuição 150 kVA
Número de Fases 3
Número de consumidores 108
Extensão total 375 m

A rede de distribuição secundária da cidade X possui estrutura majoritariamente


radial, com seus alimentadores iniciando-se no secundário do transformador de
distribuição e terminando nas barras terminais. As distâncias de cada trecho (segmento
compreendido entre dois postes sucessivos) são relativamente pequenas (≤ 30m). A
Error: Reference source not found ilustra a topologia da rede de distribuição, onde estão
representados os tipos de condutores bem como as distâncias de cada trecho e com os
consumidores conectados ao longo dos 16 postes.

-17-
Conforme ilustrado na Figura 1.6, o lado de alta tensão do transformador de
distribuição está ligado em delta enquanto que seu secundário é ligado em Y aterrado.
Vale salientar que o transformador não é equipado com regulador da tensão e que a
única proteção existente nessa rede é provida por chaves fusíveis localizadas no
primário do transformador e pelos disjuntores localizados nas instalações dos
consumidores. A Tabela 1.2 contém dados típicos referentes a um transformador desse
porte.
O fornecimento de energia é realizado através dos alimentadores aéreos
representando os condutores. Todos os condutores são do tipo de cobre com alma de
aço nu (CAA) com bitolas de 1/2 e 2. A Tabela 1.3 contém dados relativos a esses dois
condutores.
A rede de distribuição é composta em sua grande maioria por consumidores
residenciais e alguns comerciais. Os padrões de atendimento são monofásico (1F + 1N),
bifásico (2F+1N) e trifásico (3F + 1N). Os consumidores estão concentrados ao longo
dos 16 postes. Foram fornecidos dados referentes ao consumo mensal de energia
elétrica de cada consumidor. A partir desses dados pode-se ter uma noção do consumo
em termos percentuais das concentrações dos consumidores por postes para cada uma
das fases (Figura 1.7).

Figura 1.6. Rede de Distribuição Secundária da cidade X: (a) Topologia. (b) Diagrama Unifilar.

-18-
Tabela 1.2. Características do transformador.
Características Gerais
Potência nominal 150 kVA
Número de fases 380V/220V
Tipo Δ–Y
Corrente de excitação máxima 2,6 %
Perdas em vazio 540 W
Perdas totais 2450 W
Tensão de curto-circuito 3,5 %
Tabela 1. 3. Parâmetros dos condutores.
Bitola Diâmetro GMR h d1 d2
Condutor (mm) (mm) (m)
(AWG) (m) (m)
CAA 1/0 1/0 9,0 0.1 0.2
CAA 2/0 2 9,0 0.1 0.2

Usando um analisador de energia é possível obter dados de medições referentes


à rede discutida. As medições são referentes às grandezas elétricas no secundário do
transformador de distribuição, tais como, tensão, corrente, fator de potência e potência
(ativa, reativa e aparente). A Figura 1.4 ilustra os resultados das medições da demanda
por fase em kW no secundário do transformador ao longo de todos os postes.

São 108 (cento e oito) consumidores instalados na rede de distribuição radial, no


entanto nem todos apresentam perfil para instalação de um arranjo FV, foram feitas
diversas análises para identificar quais consumidores apresentam potencialidade de
instalação do arranjo FV. O critério utilizado baseia-se nas seguintes premissas: P1 – Se
o consumidor é monofásico e apresenta um consumo médio mensal superior a 30 kWh
então o consumidor apresenta potencial para instalação do sistema FV; P2 – Se o
consumidor é bifásico e apresenta um consumo médio mensal superior a 50 kWh então
o consumidor apresenta potencial para instalação do sistema FV; P3 – Se o
consumidor é trifásico e apresenta um consumo médio mensal superior a 100 kWh
então o consumidor apresenta potencial para instalação do sistema FV. A razão para
estas premissas está baseada no padrão brasileiro para medição de energia elétrica
proveniente de redes Grid-tie, onde o valor pago (Conta ou fatura de energia) pelo
consumidor que tem consumo médio mensal menor que 30 kWh (caso monofásico), 50
kWh (bifásico) ou 100 kWh (trifásico) será menor que o custo a ser pago pela taxa de
disponibilidade cobrada pela concessionária de energia elétrica (Padrão Brasileiro de
medição bidirecional em Smart Grids - Net Metering - para sistemas Grid -Tie, onde o
excedente de geração de energia elétrica não poder ser comercializado, mas gera
créditos com data de vencimento de 36 meses), pela não utilização dos serviços
ofertados pela distribuidora. Utilizando este critério 63,64% (70 consumidores) dos

-19-
consumidores instalados na rede de distribuição apresentam potencialidade para
instalação de um sistema fotovoltaico, já os 36,36% (37 consumidores) restante não
apresentam potencialidade devido ao baixo consumo.

Figura 1.7. Demanda das concentrações de consumidores por postes para cada uma das fases.

1.4 DADOS DO LOCAL DO PROJETO

O projeto deve ser implantado no município X no estado K, Brasil, localizado a


uma latitude “a” sul e uma longitude “b” oeste, estando a uma altitude de 328 metros do
nível do mar. A extensão da área do projeto será de cerca de 0,375 km por 0,375 km.
A região de projeto (rede elétrica de distribuição da cidade X, ver Figura 1.5)
apresenta tipologia de terreno predominantemente de habitações residenciais e pouco
comércio. As casas possuem em sua grande maioria 1-2 andares, alguns prédios com 3-
4 andares e as edificações comerciais (em geral como 1-2 andares). Com topografia
pouco acidentada (baixo relevo), fato interessante para instalação de um fotovoltaico
com conexão com a rede elétrica de baixa tensão (Grid Tie).

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos, organizados da seguinte


forma:
Capítulo 1 – Neste capítulo encontram-se a caracterização da problemática em
estudo, a metodologia proposta e seus desafios, os objetivos e a estrutura do trabalho.

-20-
Capítulo 2 – Descrição do que é um projeto de geração de energia solar
fotovoltaica enfocando nos desafios, escopos dos serviços e o custo do empreendimento
(percentual de cada componente no custo total).
Capítulo 3 – Neste Capítulo será apresentado à metodologia de
dimensionamento de um arranjo FV, dando enfoque a estimativa de produção de
energia elétrica do arranjo FV ao longo do seu período de vida (25 anos de vida). Nesta
etapa será feito um comparativo dos principais aplicativos web para dimensionamento
de sistemas FV.
Capítulo 4 – Este Capítulo é dedicado as discussões dos resultados
experimentais e de simulação e as sugestões de padronização e certificação dos
componentes do arranjo FV, da instalação e da manutenção do sistema FV por um
órgão competente (INMETRO - PROCEL).
Capítulo 5 – São expostas as conclusões sobre os resultados obtidos no presente
trabalho, além de propostas de trabalhos futuros.
Por fim apresentam-se as referências bibliográficas utilizadas e os anexos do
documento.

-21-
2 DESCRIÇÃO DO PROJETO

O projeto envolve a instalação de 70 unidades de geração distribuída solar


fotovoltaica (instalação turn-key), de no mínimo de 0,1 kWp , em sistema de cerca de
50,25 kWp instalados sobre telhados (inclinados) ou no solo. Cada unidade geradora
deverá ser ligada a rede elétrica de baixa tensão (220 V FN/380 V FF). A unidade
geradora deve ser dotada de sistema inteligente de medição e de monitoramento remoto,
sendo capaz de receber e armazenar dados da geração de cada sistema fotovoltaico,
alertando da ocorrência de falhas na geração de energia elétrica.

2.1 ESCOPO DE FORNECIMENTO E SERVIÇOS

Para que a rentabilidade trazida pela instalação do sistema fotovoltaico seja


lucrativa é necessário que a potência instalada seja adequada ao desejo do consumidor,
como também, é fundamental uma comparação no mercado dos preços dos
equipamentos como os painéis e o inversor. Nem sempre é vantajoso instalar-se o
sistema a fim de abater todo o consumo mensal de uma residência, por exemplo. Às
vezes, é preferível que apenas uma parte do consumo seja creditada. Outros fatores
muito importantes entram no dimensionamento como: inclinação dos painéis, o
sombreamento do local a ser instalado o arranjo, a irradiação solar incidente, entre
outras variáveis.
Um projeto de geração solar fotovoltaica consiste na elaboração de documentos
técnicos (desenhos, planilhas e relatórios) solicitados pela contratante para atender
especificações de um empreendimento, serviço ou obra pública (ou privada). A lei
8.666/1993 estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Tendo como principais modalidades de licitações: concorrência, tomada de preços,
convite, concurso, leilão e pregão eletrônico (Lei de nº 10.520/2002).
Conforme a lei 8.666/93 um projeto deve seguir as etapas de: Levantamento de
campo, projeto básico, projeto executivo, lista de material e planilha de custos,
execução do projeto, retirada de pendências e integração ao sistema elétrico. No caso de
um empreendimento de geração solar fotovoltaico o escopo do fornecimento e serviços,

-22-
contempla as etapas de: Levantamento de campo, projeto executivo, fornecimento dos
equipamentos para os sistemas FV, instalação dos sistemas FV, comissionamento,
documentação, treinamento, garantia e monitoramento remoto. Detalhadas como segue:
Etapa 01 - Levantamento de campo: consiste na análise estrutural das residências
onde será instalado o arranjo FV, caso a estrutura da edificação não suporte o arranjo,
deve-se projetar a estrutura para isso; avaliação da energia a ser gerada por cada unidade
de geração, incluindo perdas por sombreamento e orientação.
Etapa 02 - Projeto executivo: consiste na elaboração das plantas elétricas e
arquitetônicas, dimensionamento do arranjo FV e de todos os seus componentes para
aprovação da contratante, projeto do SPDA, geração de ART’s e projeto do sistema de
monitoramento do desempenho, integrado a rede inteligente de comunicação de dados.
Etapa 03 - Fornecimento dos equipamentos para montagem do sistema FV:
composição da lista de material (módulo fotovoltaicos, inversores, cabos, DPS,
disjuntores e proteção, strings, hastes e condutores de aterramento, chaves de conexão,
cabos para interligação de arranjos FV, caixa principal e demais materiais pertinentes) e
as listas de execução (listas de conexões “De - Para”) a serem repassadas para equipe de
montagem (equipe de campo).
Etapa 04 - Montagem dos arranjos FV: esta etapa consiste na montagem
estrutural da cobertura onde ficarão instalados os painéis solares, montagem mecânica
de todos os componentes e instalação elétrica.
Etapa 05 - Instalação do sistema de monitoramento remoto: implantação da
estação meteorológica e instalação do sistema de aquisição e monitoramento do
desempenho do arranjo FV instalado, interligado rede inteligente e estação
meteorológica.
Etapa 06 – Comissionamento: cumprir os requisitos estabelecidos pela norma
internacional (International Electrotechnical Commission - IEC 62446:2009) para
projetos fotovoltaicos, execução e testes de campo e de testes de fábrica (medição da
curva de corrente sobre tensão, medição de potência CA, verificação de pontos quentes
e medições de isolamento de cada string).
Etapa 07 – Documentação: elaboração de diagramas Unifilar e trifilar, registros
fotográficos da obra, laudo estrutural, memórias de cálculo e descritivo, catálogos e
manuais, geração de ART’s e relatórios de comissionamento.
Etapa 08 - Treinamento: esta etapa consiste no treinamento da equipe de campo
sobre operação e manutenção da unidade de geração distribuída, bem como no uso dos

-23-
equipamentos de hardware e software que compõe o sistema de monitoramento remoto
do arranjo FV.
Etapa 09 – Garantia e monitoramento remoto: garantir por meio de índices de
desempenho (por exemplo, Performance Ratio – PR mínimo), operação eficaz da
instalação por 12 meses e do sistema de monitoramento remoto por 11 meses (para
verificação do desempenho).
Na prática a execução destas etapas não é fácil como descritas, surgem
adversidades: gestão do dinheiro, escassez de material, projeto feito no campo, excesso
de trabalho, ensaios realizados várias vezes e desorganização. O que obriga a equipe de
campo a interagir como a equipe do escritório e com a contratante para sanar possíveis
conflitos e entregar o produto final.
A proposta de projeto deve vir bem discriminada os seguintes pontos:
I. Informações sobre:
a) A potência total dos módulos a ser fornecidos em kWp;
b) Potência global incluindo os impostos incidindo sobre o fornecimento de bens
e serviços;
c) Preço global específico e o preço global dividido pela potência (R$/kWp);
II. Detalhamento de preço por item, discriminando impostos;
III. Descrição dos equipamentos utilizados, inclusive com apresentação de
catálogos e manuais técnicos, fabricante, modelo e características dos
equipamentos principais: módulos fotovoltaicos, inversor, sistema de
montagem dos módulos, caixa principal do sistema FV, equipamentos da
estação meteorológica e o sistema de monitoramento remoto, demais
equipamentos e materiais, diagrama unifilar do sistema padrão proposto e
cronograma para implantação do projeto (em geral utiliza-se o gerenciamento
de tarefas por meio do diagrama de Gantt).

2.2 CUSTOS DO EMPREENDIMENTO

Dentro dos aspectos financeiros (econômicos), o custo do investimento de um


sistema fotovoltaico conectado com a rede elétrica pode ser dividido em três partes:
(Nota Técnica EPE - Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira,
2012).
 Painéis solares;

-24-
 Inversor (es);
 Infraestrutura e Serviços.
Segundo Villava e Gazolli (2012) para cada kW instalado necessita-se de 10 m²,
de um investimento de R$ 6.000,00 a R$ 10.000,00 e gera em média 1,3 a 1,5
MWh/ano. Pensando em determinar o preço médio de um arranjo fotovoltaico na região
da Paraíba e do Pernambuco, a equipe de trabalho fez um levantamento dos custos na
referida região. O procedimento seguido pela equipe foi conforme descrito abaixo.

Num primeiro momento foi feito um levantamento das empresas fornecedoras


de equipamentos para arranjos FV, em seguida foram solicitados orçamentos (cotações)
as empresas de maior porte (10 empresas presentes na Grande João Pessoa e na Grande
Recife). Desta forma foi possível construir vários cenários de cotação para arranjos FV.

A comunicação com os fornecedores de materiais foi feita essencialmente por


telefone, e-mail e visitas aos fornecedores. Por telefone era sempre estabelecido o
primeiro contato com o comercial do fornecedor, além de discutir as propostas,
acompanhar as cotações e redefinir premissas. Das conversas, uma lista de ações é
estabelecida e por e-mail é registrado toda a documentação.

Após receber as diversas propostas de orçamento (cotação) escolhe-se a melhor


proposta com o menor preço.

Feita a análise das cotações dos principais fornecedores da região construiu-se


um banco de dados com o custo de cada componente que integra o arranjo FV. Na
Tabela 2.1 é ilustrada a proposta de projeto (cotação) fornecida por uma empresa
(fornecedor) da região. O custo por componente é composto por três categorias
principais: inversores, módulos e instalação. Na categoria instalação estão inclusos os
cabos, conectores, suporte, medidor bidirecional, proteção, estação de monitoramento
remoto e o frete para o transporte dos materiais. Para termos o custo individual de cada
componente, o valor total do empreendimento é dividido pela potência instalada, esta
relação é chamada de taxa de utilização do sistema fotovoltaico em R$/Wp, com a taxa
calculada por ser encontrado o custo unitário por componente do arranjo fotovoltaico.

Com o banco de dados montado é possível identificar o percentual


correspondente de cada componente (módulo, inversor e instalação) no custo total do
empreendimento. Em seguida foi feita uma média aritmética entre os valores
encontrados no mercado para cada potência instalada do sistema dentre os fornecedores
consultados. Assim, construiu-se uma planilha para as cotações de sistemas FV com

-25-
potência instalada de 1kWp até 1000kWp, para cada valor de potência instalada (ou
faixa de potências) para os diversos fornecedores, foi feito um tratamento matemático
(interpolação linear) para termos um valor médio das potências cotadas.
Tabela 2.1. Cotação de um arranjo fotovoltaico, pesquisa: João Pessoa/PB e Recife/PE.
1 Fornecedor Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D
2 Pot. Instalada (Wp) 960,00 1.000,00 1.200,00 960,00
3 R$/Wp 16,5 14,9 12,83 21,35
4 Especificação
5 Módulo 4 4 4 4
6 Área Área A Área B Área C Área D
7 Marca Marca A Marca B Marca B Marca D
8 Potência (W) 240 250 250 250
9 R$ (incl. tax) 1.250 950 975 1.375
10 Inversor 1 1 1 1
11 Marca Inversor A Inversor B Inversor C Inversor D
12 Potência (W) 1.500 1.000 1.200 2.000
13 R$ (incl. tax) 4.500,00 4.000,00 3.500,00 5.000,00
Taxa de Utilização 64% 100% 100% 48%
14 Composição
15 Inversor 4.500,00 4.000,00 3.500,00 5.000,00
16 Módulo 5.000,00 3.800,00 3.900,00 5.500,00
17 Instalação 6.000,00 7.100,00 8.000,00 10.000,00
18 Mao de obra 2.000,00 3.000,00 2.500,00 3.000,00
19 Cabos 1.000,00 1.300,00 2.000,00 3.000,00
20 Painel interliga. Inv. - - - -
21 Conectores 500,00 800,00
22 Fixadores do módulo
23 Suporte 1.500,00 2.000,00 3.500 2.000
24 Eletrocalha
25 Outros
26 Projeto Elétrico 1.000,00
27 Total 15.500,00 14.900,00 15.400,00 20.500,00
Fonte: Autoria própria (2015).
Feitas essas considerações, determinou-se a média das diversas cotações obtidas,
obtendo assim a relação em R$/Wp para cada potência instalada analisada dos módulos,
da instalação, do inversor e do sistema FV como um todo. A Figura de 2.1 ilustra o
percentual que cada componente contribui para formar o custo total do arranjo FV na
região em estudo, em R$/Wp, em função das potências instaladas em kWp.

O termo denominado de outros, aconteceu devido em alguns casos em o


percentual não fechou com os 100%. Este fato pode ser atribuído a componente de
instalação e operação com preços oscilantes entre os fornecedores consultados. A
participação de cada componente no custo total foi determinada por meio da média
aritmética de cada componente separado.

-26-
Figura 2.1. Custo total decomposto por cada componente que compõe o arranjo – Média das cidades de
João Pessoa/PB e Recife/PE.

Conforme EPE (2012, p.30), os valores gastos com a operação e manutenção de


um arranjo FV, correspondem o equivalente a 1% ao ano sobre o valor do investimento
inicial, desta forma pode estimar estes custos para arranjos FV com as devidas potências
instaladas (ver Tabela 2.2), considerando uma vida útil do empreendimento de 30 anos.

Tabela 2.2. Custo médio da operação e da manutenção de arranjos FV.


Potência instalada do Valor médio (R$) Potência instalada do Valor médio (R$)
Arranjo FV (kWp) Arranjo FV (kWp)

1kWp 4.0000,00 10 kWp-20 kWp 30.000,00

2kWp 7.000,00 20 kWp-40 kWp 58.000,00

3kWp 8.500,00 40 kWp-80 kWp 113.000,00

4kWp 10.500,00 80 kWp-160 kWp 216.000,00

5kWp 12.300,00 160 kWp-300 kWp 410.000,00

10kWp 21.100,00 300 kWp-720 kWp 854.000,00

720 kWp-1000 kWp 1.300.000,00

Fonte: Autoria própria (2015).

-27-
3 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FV CONECTADOS COM

A REDE ELÉTRICA

O projeto e a instalação das 70 unidades geradoras devem atender as normas


técnicas e recomendações da ABNT, nos casos onde as normas da ABNT não existam
ou são omissas, deve-se observar os padrões internacionais das seguintes organizações:
ANSI, ASTM, ICEA, IEC, IIW, IEEE, ISO, NEMA, EIA, CCITT e OSF.
Para o presente projeto devem ser consultadas as seguintes normas:

o Resolução Normativa Nº 414, de 9 de setembro de 2010 - Condições Gerais de


Fornecimento de Energia Elétrica;
o Resolução Normativa Nº 482, de 17 de abril de 2012 - Acesso de microgeração e
minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o
sistema de compensação de energia elétrica;
o PRODIST Módulo 03- Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no
Sistema Elétrico Nacional.
o NBR 5410/2004, Instalações Elétricas de Baixa Tensão;
o NBR 13570:1996 – instalações elétricas em locais com afluência pública;

As normas internacionais devem ser consultadas, sempre observando as


peculiaridades do projeto para adaptar a norma internacional a realidade brasileira.

3.1 METODOLOGIA PARA DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FV

Para elaboração de um projeto de geração solar fotovoltaico devem ser


executadas as seguintes etapas:
I. Estudo da viabilidade técnico-econômico do empreendimento de geração
solar fotovoltaico;
II. Levantamento adequado do recurso solar disponível no local da aplicação;
III. Definição da localização e configuração do sistema;
IV. Levantamento adequado de demanda e consumo de energia elétrica;
V. Dimensionamento do gerador fotovoltaico (potência instalada e o quantitativo
de placas solares);

-28-
VI. Dimensionamento dos equipamentos de condicionamento de potência que, no
caso dos sistemas fotovoltaicos conectados com a rede elétrica (Grid Tie), se
restringe ao inversor para interligação com a rede;
VII. Dimensionamento do sistema de armazenamento, usualmente associado aos
sistemas isolados (se for o caso de redes isoladas).
VIII. Estimativa da energia elétrica gerada ao longo do período de vida do
empreendimento;
Como o foco deste documento está no dimensionamento do arranjo FV com
conexão com a rede elétrica, se faz necessário elaborar um roteiro de passos a ser
seguido no projeto de um sistema FV qualquer (Na literatura foi constatado que não
existe um roteiro padrão para projeto, foram encontrados métodos fragmentados, aqui
serão unidos todos os passos em um único roteiro). A metodologia proposta para
dimensionamento de um projeto fotovoltaico (arranjo FV) consiste na execução das
etapas descritas no fluxograma da Figura 3.1. Todas estas etapas poderão não seguir
obrigatoriamente a sequência descrita, mas interagem harmoniosamente para o
dimensionamento do sistema FV evitando retrabalho e perda de recursos.

Localização da Dimensionamento dos


Avaliação do
instalação do componentes do arranjo
recurso solar
arranjo FV FV

Estudo da viabilidade Estimativa da implantação da estação


técnico-econômico do energia elétrica metereológica e do sistema de
empreendimento gerada monitoramento remoto

Figura 3.1. Metodologia para dimensionamento de sistema FV conectado com a rede elétrica.

Etapa 01 – Avaliação do recurso solar: consiste em determinar a irradiação solar


média diária dada em kWh /m2 para um intervalo de tempo (no caso em dias) e depois
calcular o HSP (número de Horas de Sol Pleno) por dia, sendo calculado pela expressão
(3.1),

Irradiação da região[kWh /m2 dia ]


HSP= (3.1)
1[kWh/m2 ]

Vale ressaltar que o HSP depende da inclinação dos painéis, visto que este fato
influencia na irradiação solar captada pelos painéis.

-29-
Etapa 02 – Localização para instalação do arranjo FV: escolher a melhor
superfície (arranjo estrutural) para instalação do arranjo FV, podendo ser em telhados
inclinados ou em estruturas montadas no solo (área destinada para estes fins). Vale
ressaltar que o ângulo de inclinação dos painéis deve ficar entre 30 ° e 45 ° , sendo
interessante que os painéis sejam instalados em estruturas móveis que acompanhem o
movimento do sol ao longo do dia (tais estruturas elevam os custos do
empreendimento). Outro ponto de análise é o sombreamento, devendo ser evitado, pois
compromete diretamente a energia gerada pelo arranjo FV.

Etapa 03 – Dimensionamento dos componentes que compõe o arranjo FV: Para


o cálculo da potência que deve ser instalada deve ser levado em consideração o
consumo médio da unidade consumidora e deve ser projetada para atender 90 % deste
consumo, não é viável economicamente projetar o arranjo FV para atender toda
demanda do consumidor ou mais do que a demanda. Deve ser feito em quatro etapas,
sendo:

I. Calcular a média diária anual de consumo (MA): deve-se somar o consumo ( C i)


registrado nas últimas doze faturas (12 meses) e depois dividir o valor pelo
número de dias do ano em estudo (365 dias), ou seja,
12

∑ Ci
i=1
MA= (3.2)
365

II. Dividir a média diária anual encontrada pelo fator HSP médio anual do local:
calcular o valor de potência a ser instalado dividindo (3.2) por (3.1), logo,

( MA /TD )
P FV ( W P ) = ,(3.3)
HSP

Onde: P FV ( W P ) é a potencia de pico do painel FV; MA (Wh /dia) é o consumo diário


médio anual da edificação ou fração deste; HSP MA é a média diária anual das HSP
incidente no plano do painel FV e TD (adimensional) é a taxa de desempenho do
arranjo FV.

A taxa de desempenho (Performance Ratio) do arranjo FV (TD) é dada pela


relação entre desempenho real do sistema sobre o desempenho máximo teórico possível,
seno um índice de avaliação da produção de energia elétrica do arranjo FV, pois leva em
consideração a potência real do sistema sob condições de operação e todas as perdas

-30-
envolvidas. No Brasil para sistema Grid-Tie residenciais, bem ventilados e não
sombreados o valor de TD está entre 70 e 80% dependendo da região onde está
instalado o arranjo FV (condições de radiação solar no Brasil).

III. Quantidade de painéis a serem instalados: divide-se a potência instalada pela


potência nominal do painel selecionado,

P FV [W ]
nº paineis= (3.4)
Pnominal [W ]

IV. Dimensionamento do inversor: calcular o fator de dimensionamento do inversor


(FDI), dividindo a potência nominal de saída CA do inversor escolhido ( P NCA)
pela potência de pico dos painéis ( P FV ). O valor do FDI deve ser ajustado pela
escolha do inversor disponível no mercado que leve este fator para uma faixa
entre 0,75 a 0,85 (melhor relação custo/benefícios). A expressão para cálculo é
dada por:

P NCA [W ]
0,75< FDI = <0,85(3.5)
P FV [W ]

A variável a ser calculada é a potência do inversor ( P NCA) dada em Watts.

Cálculo da tensão máxima de entrada do inversor: o máximo número de


módulos em série que pode ser conectado ao inversor é dado pela equação (3.6), sendo a
razão entre a máxima tensão de entrada do inversor e da tensão de circuito aberto para
baixas temperaturas (Pinho & Galdino, 2014).

Nº modulosSerie∗V ocTmin<Vi max (3.6)

Sendo, V ocTmin a máxima tensão CC permitida de entrada do inversor e Vimax a tensão em


circuito aberto de um modulo FV na menor temperatura de operação prevista.

Faixa de tensão de operação do SPPM do inversor: para inversores com MMPT


o número de módulos conectados em série deve resultar em tensões que atendam a faixa
de tensão do SPPM do inversor (Pinho & Galdino, 2014), conforme equação (3.7).

ViSPPMmin Vi SPPMmax
< Nº modulosSerie< (3.7)
V mpTmax V mpTmin

Onde, Vi SPPMmin é a mínima tensão CC de operação do SPPM do inversor; Vi SPPMmax é a


máxima tensão CC de operação do SPPM do inversor; V mpTmin (V ) é tensão de potência
mínima de um modulo FV na menor temperatura de operação prevista;V mpTmax (V ) é

-31-
tensão de potência máxima de um modulo FV na maior temperatura de operação
prevista.

Cálculo da corrente CC máxima de entrada do inversor: a corrente máxima de


entrada de um inversor pode ser dimensionada calculando o número de fileiras das
series fotovoltaicas, conectadas em paralelo, conforme equação (3.8).

I imax
Nº serieParalelo= (3.8)
I sc

Sendo: I imax ( A ) a corrente máxima CC permitida na entrada do inversor e I sc é a


corrente de curto-circuito do modulo FV nas STC.

Etapa 04 – Estação meteorológica e sistema de monitoramento remoto: projetar,


fornecer e implantar a estação meteorológica de cada unidade de geração e a integração
do sistema de monitoramento remoto (por meio dos medidores inteligentes) ao SAGE
(Sistema Aberto de Gestão de Energia) no caso da interligação do sistema elétrico e/ou
ao SGM (Sistema de Gestão de Medições) da rede elétrica de distribuição Z no caso
local.

Etapa 05 – Estimativa da energia elétrica gerada para cada unidade geradora:


Estimar a energia produzida pelo arranjo fotovoltaico ao longo da vida útil do projeto:
Esta etapa consiste em estimar (predizer) a energia gerada ao longo do período de vida
do projeto (no caso em questão de 25 anos), a energia gerada é uma variável aleatória
função de três parâmetros ( EG =f (Ra , η ,T ): a irradiação solar ( Ra ) do ano em questão
(variável aleatória), a temperatura na superfície do painel solar (T ) e do rendimento do
arranjo fotovoltaico (η). Nesta etapa pode ser usado o programa ou pseudocódigo
desenvolvido em MATLAB para esta finalidade, o modelo implementado está de
acordo com o modelo determinado pela European Photovoltaic Industry Association
(EPIA), emulado pelos simuladores RET Screen International Plus e o Homer Energy
Software.

Etapa 06 – Análise da viabilidade técnico-econômica do empreendimento:


Construção dos fluxos de caixa do empreendimento ao longo dos anos de vida útil, estes
são calculados em função da energia produzida pelo arranjo ( FC i=f (E G) ) onde,
i=1 , 2 ,3. ..25 é o período em anos; aplicação dos métodos de análise econômica e
escolha da melhor proposta de projeto.

-32-
Tomando os dados de medições de irradiação do ano base, as especificações e as
características do sistema fotovoltaico, pode-se calcular o total de energia gerado
durante o período desejado.

3.2 VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS

FV CONECTADOS A REDE ELÉTRICA

Uma variável decisiva na implantação de um arranjo FV é a análise da


viabilidade técnico-econômica do investimento, considerando a geração de renda
(Renda = Lucro Líquido = Receita – despesas - impostos) para o investidor, conforme
verificado na literatura não existe um roteiro padrão para tomada de decisão por parte
do empresário na hora de escolher a melhor proposta de negócio na geração
fotovoltaica, diante desta constatação se faz necessário definir (elaborar) um roteiro
padrão de avaliação da viabilidade econômica para projetos de investimentos na geração
de energia solar fotovoltaica.

A metodologia proposta para análise da viabilidade técnico-econômica de um


projeto fotovoltaico consiste na execução das etapas descritas no fluxograma da Figura
3.2.
Etapa I Etapa II Etapa III Etapa IV

Construção dos Aplicar os métodos Aplicar os métodos


Estimação da
fluxos de caixa de análise econômica de análise econômica
Energia Gerada
do que não consideram a que consideram a
pelo Arranjo PV
empreendimento incerteza incerteza

Escolha da melhor Modelagem e


Avaliar os possíveis Escolha das melhores
proposta de projeto de simulação do
impactos da opções de projetos
investimento, que sistema FV e da
penetração da GD pelos critérios
atenda os critérios rede distribuição
na rede elétrica econômicos.
técnicos de energia
Etapa VIII Etapa VII Etapa VI Etapa V

Figura 3.2. Metodologia para avaliação da viabilidade técnico-econômica de projetos fotovoltaicos.

Etapa I – Estimar a energia produzida pelo arranjo fotovoltaico ao longo da vida


útil do projeto: esta etapa consiste em estimar (predizer) a energia gerada ao longo do
período de vida do projeto (no caso em questão de 25 anos), a energia gerada é uma
variável aleatória função de três parâmetros ( EG =f (Ra , η ,T ).

-33-
Etapa II – Construção dos fluxos de caixa do empreendimento ao longo dos anos
de vida útil: os fluxos de caixa do empreendimento são construídos em função da
energia produzida pelo arranjo ( FC i=f (E G) ) onde, i=1 , 2 ,3. ..25 é o período em anos,
vale lembrar que o painel fornece apenas 90% da capacidade de produção nos 15
primeiros anos, mesmos usando a técnica de MPPT e 80% da capacidade de produção
para os anos restantes (10 anos considerando 25 anos de vida útil). Para calcular os
fluxos de caixa ( FC i=economia em R $) usar a expressão:
( Economia R $ ) =EG∗Tarifa∗impostos . Vale ressaltar que a tarifa é ajustada para os
valores de inflação do país.
Etapa III – Aplicar os métodos de análise econômica que não consideram a
incerteza: a finalidade desta etapa é avaliar a viabilidade econômica do projeto pelos
principais métodos de avaliação econômica de projetos de investimento sem considerar
a incerteza do mercado (VPL, TIR, Payback e custo/benefícios). Selecionar as propostas
que sejam viáveis e descartar as que não sejam, dentre as propostas viáveis
selecionadas, considerar a que mais gerar renda para o investidor.
Etapa IV – Aplicar os métodos de análise econômica que consideram a
incerteza: a finalidade desta etapa é avaliar a viabilidade econômica do projeto pelos
principais métodos de avaliação econômica de projetos de investimento que consideram
a incerteza do mercado (Simulação de Monte Carlo, análise de sensibilidade, árvore de
decisão e séries temporais). Selecionar as propostas que sejam viáveis e descartar as que
não sejam, dentre as propostas viáveis selecionadas, considerar a que mais gerar renda
para o investidor.
Etapa V – escolha da melhor proposta do ponto de vista econômico: dentre as
propostas candidatas de projeto de investimento escolher a que melhor atenda os
requisitos exigidos pelo investidor e der maior rentabilidade ao empreendedor.
Etapa VI – Modelar o sistema FV e a rede de distribuição em software
especializado ou em plataforma de simulação em tempo real para estudar os possíveis
impactos da inserção da geração distribuída na rede elétrica por meio de simulação. Esta
etapa demanda o acompanhamento de um especialista da área para execução e
acompanhamento dos testes.
Etapa VII – Estudo dos possíveis impactos da penetração da GD na rede elétrica:
por meio das simulações em tempo real, avaliar os índices de harmônicos, distúrbios de
tensão e corrente, assimetrias, obtenção de curvas de demanda no olhar do consumidor e

-34-
no olhar da concessionária, compensação de ativos e de reativos, enfim avaliar a
operação do sistema frente à penetração da Geração distribuída solar. Esta etapa
demanda o acompanhamento de um especialista da área para execução e
acompanhamento dos testes
Etapa VIII – Escolha da melhor alternativa de projeto: a escolha da alternativa
que será implementada deve atender os critérios de viabilidade técnica (qualidade dos
equipamentos empregados, baixo impacto da penetração da GD na rede elétrica) e os
critérios de viabilidade econômica (retorno do capital investido e geração de renda para
o investidor), para tal a proposta vencedora deve atender alguns indicadores (índices).

Figura 3.3. Fluxograma para avaliação econômica de um projeto fotovoltaico.

O fluxograma da Figura 3.3 ilustra o algoritmo implementado na avaliação


econômica para mensurar o tempo de retorno do capital investido da implementação de
um projeto fotovoltaico. Percebe-se que o algoritmo torna-se complexo, pois as
variáveis envolvidas são variáveis aleatórias descritas por modelos estocásticos ou por
estimativas feitas por órgãos nacionais ou internacionais (NASA, AESA, INPE, entre
outros), a exemplo da irradiação solar, a temperatura na superfície do painel. O que leva
os fluxos de caixas do empreendimento serem também variáveis aleatórias. Estas
variáveis de decisão podem ser modeladas por funções de densidade de probabilidade
com uma média e uma covariância determinadas pela análise de um banco de dados de

-35-
medições de produção de energia e irradiação solar por um período de tempo superior a
05 anos.

Figura 3.4. Fluxograma para avaliação técnica de um projeto fotovoltaico.

O fluxograma da Figura 3.4 ilustra o algoritmo implementado na avaliação


técnica de um projeto fotovoltaico. Vale ressaltar que a certificação dos componentes do
arranjo fotovoltaico a ser implementado é de suma importância, pois a avaliação de um
(uma unidade) sistema FV padronizado pode ser estendida sem perda alguma para a
análise técnico-econômica de várias unidades idênticas padronizadas, caso as unidades
não estejam utilizando de componentes certificados, a análise passa ser pontual, visto
que as diversas unidades irão produzir valores energéticos diferentes. A modelagem e a
simulação são importantes, pois os testes que não são possíveis de se fazer com a rede
energizada, podem ser feitos em plataforma de tempo real com boa precisão nos
resultados. Para tal finalidade usar de um simulador em tempo real. A simulação dos
possíveis impactos gerados pela penetração do sistema PV na rede elétrica deve ser

-36-
analisada na ótica do consumidor e na ótica da concessionária de energia, pois há
distinções entre ambos os olhares.

3.3 DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS FV PARA REDE ELÉTRICA

ESTUDADA

No projeto de instalação do arranjo FV para cada unidade de geração solar


fotovoltaica deve vir incluído o SPDA (caso ainda não tenha na instalação), proteções
básicas, malha de aterramento ou interligação ao malha de aterramento, sistema de
monitoramento remoto, memória de cálculo e o diagrama Unifilar (conforme ilustrado
na Figura 3.5).
Na caixa de junção devem estar instaladas todas as proteções básicas do sistema
FV. Todos os arquivos em formato .DWG devem ser entregues a contratante, devendo
apresentar boa qualidade e bem definidos as ligações físicas e de interligação entre os
painéis e entre suas respectivos quadros. Todos os documentos devem ser entregues em
formato digital e em papel impresso (tamanho A3 para os documentos .DWG e A4 para
outras impressões) em duas vias.

-37-
Figura 3.5. Diagrama unifilar do sistema fotovoltaico (FV).
A caixa principal ou quadro principal deve ficar de fácil acesso e dispor de
amplo espaço para possíveis intervenções (podendo ser utilizada a configuração da
Figura 3.6), o quadro principal deve abrigar os componentes de potência e interconexão:
inversor, chave seccionadora CC e CA, Disjuntor principal, DPS CC e DPS CA,
medidor inteligente de energia elétrica, barra de equipotencialização, barra CA,
conexões bornes e barramentos. Junto ao padrão de entrada de energia (caixa de
junção); próximo à caixa de medição/proteção (caixa principal), deverá ser instalada
uma placa de advertência com os seguintes dizeres: “CUIDADO – RISCO DE
CHOQUE ELÉTRICO – GERAÇÃO PRÓPRIA”. A placa de advertência deverá ser
confeccionada em “PVC” 250x180x1 mm.

-38-
Figura 3.6. Possibilidade de Layout para o quadro elétrico.

Todos os cabos da instalação deverão ser identificados com anilhas ou fitas com
as seguintes cores: Fase “A” (PRETO); Fase “B” (VERMELHO); Fase “C” (BRANCO)
e Neutro (AZUL).
Caso a instalação já tenha um sistema de SPDA, o sistema de aterramento da
geração deverá ser conectado a malha de aterramento da unidade consumidor-geradora.
O aterramento do padrão de medição será através de 01 haste do tipo Copperweld de
5/8’ x 2,40m, que será interligada através de cabo de cobre nu 6 mm² ao sistema de
aterramento existente da edificação e/ou barramento de equipotencialização – BEP da
edificação, caso exista. A conexão cabo/haste deverá ser feitas através de soldas
exotérmicas ou Conector Grampo GTDU revestido com massa de calafetar a fim de
proteger contra oxidação e demais fatores externos. A resistência do sistema de
aterramento não deverá ultrapassar 10 Ohms, em qualquer época do ano (NBR
5419/2005). No caso da falta de um SPDA, este deve ser projetado, sendo computado o
seu custo ao projeto de geração FV.
Os ajustes da proteção e do inversor devem seguir as normas recomendadas pela
distribuidora. A anotação de responsabilidade técnica deve ser emitida para cada
unidade geradora ao invés de ser uma única ART para todas as unidades de geração de
energia elétrica.
Os dados do dimensionamento para cada unidade geradora fora obtidos por meio
de ferramenta computacional (Algoritmo desenvolvido na ferramenta MATLAB,

-39-
MathWorks®), cujo fluxograma (pseudocódigo) é ilustrado na Figura 3.7. A Tabela 3.1
ilustra os dados de projeto para uma unidade geradora genérica (quadro resumo), nos
anexos estão disponíveis os dados referentes a cada unidade geradora, bem como o
algoritmo desenvolvido.

Figura 3.7. Fluxo de dados para o dimensionamento de um arranjo FV genérico.

Segundo Pinho e Galdino (2014) ferramentas computacionais, quando bem


utilizadas geram bons resultados. Sendo possível o uso de mais de uma ferramenta, a
primeira dando uma ideia preliminar, indicativa e as demais dando resultados mais
precisos, com a simulação da operação do sistema. É de fundamental importância que
os dados de entrada sejam de boa qualidade e que a pessoa responsável pelas simulações
tenha clareza das limitações da ferramenta selecionada.
De maneira geral as aplicações relacionadas com software dedicadas aos
projetos de sistemas fotovoltaicos dizem respeito: Análise de viabilidade,
Dimensionamento, Simulação de operação, Localização, Monitoramento e controle,
Curvas de Carga, Cabeamento, dados meteorológicos e Sistemas híbridos.
A ferramenta computacional deve ser usada como ferramenta de apoio ao
projeto, pois estas automatizam o processo de cálculos. Entretanto não dispensa o
conhecimento do especialista, visto que este deve fazer a correta utilização dessas
ferramentas, bem como a interpretação dos resultados por elas fornecidos.

-40-
Tabela 3.1. Dimensionamento de sistemas FV integrados a rede elétrica (Grid Tie).
Dados da instalação

Cidade: Distribuidora:

Localização (Lat./ Long.): Tarifa Média:

Consumo médio: Tipo do local:

Percentual a ser gerado: Tipo do consumidor:

Empresa: Cliente:

Configuração do Sistema FV

Potência instalada: Inclinação:latitude+10 ° Azimute: 180 ° (N)

Inversor: Área: xx m2 cobertura solar: 77%, Eficiência Estimada:

Painel: Cabo solar Prysmian Tecsun PV1-F 4mm² Preto 1kV:

Quadro Elétrico Fotovoltaico (Stringbox): Kit de montagem Thesan para telhado metálico e
fibrocimento inclinado - 4 painéis fotovoltaicos:
Kit de montagem Thesan para telhado metálico Jogo de conexão para perfis Thesan Universal Medium:
e fibrocimento inclinado - 3 painéis
fotovoltaicos:
Produção média: kWh/mês | kWh/ano Investimento total (estimado): R$
Análise Econômica (Período de vida - 25 anos)
TIR (% a.a.) Payback (anos):
ROIC (% a.a.) VPL:
Estimativa de Energia Gerada (kWh) no período de vida do projeto (25 anos)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Total

Os resultados podem variar dentro de uma determinada faixa dependendo da


complexidade da instalação (por exemplo: altura do telhado, distância, rede local, entre
outros fatores). A estimativa da produção de energia do arranjo FV baseia-se na
estimativa da radiação solar da região selecionada (em estudo), bem como da inclinação
dos painéis fotovoltaicos, sombras ou outro tipo de interferência.

3.4 ESTIMATIVA DA ENERGIA GERADA AO LONGO DO PERÍODO DE

VIDA DO EMPREENDIMENTO

-41-
A energia produzida pode ser estimada utilizada de técnicas de MPPT onde
durante todo o tempo o módulo funciona em seu ponto de máxima potência. Conforme
Villalva (2012), a energia produzida pode ser calculada por,

E P=R a A m η( 3.9)

Onde, E P é a Energia produzida pelo módulo diariamente [kWh]; Ra é irradiação global


diária [kWh/m2/dia]; Am é a área da superfície do módulo [m2] e η é a eficiência do
módulo.

Quando não é disponibilizada a eficiência do módulo, esta pode ser calculada


utilizando-se a expressão (3.10) (Villalva, 2012),

P max
η= (3.10)
A m∗1000

Onde, η é a eficiência do módulo; Pmax é a potência máxima de pico do módulo [Wp];


Am é Área da superfície do módulo [m 2]. A constante 1000 refere-se à taxa de irradiação
padronizada de 1000 W/m2 em STC.

Quando dispomos apenas dos dados da irradiação solar global e da potência


máxima de pico do painel, pode-se calcula a energia produzida pelo módulo diariamente
pela expressão (3.11),

Ra Pmax
E P= (3.11)
1000

Onde, E P é a energia produzida pelo módulo diariamente [kWh]; Ra é a irradiação global


diária [kWh/m2/dia] e Pmax é a potência máxima de pico do módulo [Wp].

Conhecido os níveis de insolação, a energia produzida por hora pelo sistema FV


pode ser calculada usando a expressão (3.12) (Villalva & Gazoli, 2012),

EG =ηmodulo N m Ra A m ηinversor ( 1− perdas ) (3.12)

Onde, EG em [Wh] é a energia gerada; ηmodulo é o rendimento do módulo; N m é o número


de módulos FV; Am é a área da superfície do módulo [m2]; Ra é a irradiação global
diária [Wh/m2]; ηinversor é o rendimento do inversor.

O termo denominado de perdas é o valor atribuído a perdas diversas na


instalação. O rendimento dos inversores do modelo escolhido varia de 90,9% a 92,1%.

-42-
Para estimativa da geração será utilizado o valor médio desses rendimentos, que é
91,6%.
A equação (3.12) só é valida se o arranjo FV, for composto por N m módulos
iguais (certificados), pois basta analisar um modulo solar e multiplicar N m vezes, caso
contrário (os módulos que compõe o arranjo FV não estejam certificados), a equação
(3.12) pode ser reescrita como:

EG =E P + EP + … E P , onde E P =η modulo Ra Am ηinversor ( 1− perdas1 ) ( 3.13)


1 2 n 1 1 1 1

Sendo n o número de módulos solares que compõe o arranjo FV da unidade de geração.

Segundo EPE (2012), o valor de perdas nos condutores e conexões adotados é de


3% para perdas ôhmicas nos inversores, 3% nos diodos de bloqueio, 3% de perdas por
sujeira e poluição nos módulos e 2% por perdas por sombreamento.
A irradiação solar incidente sobre a superfície do painel solar é um fator de suma
importância na produção da energia gerada pelo arranjo FV, visto que a quantidade de
incidência em determinado local é critério preponderante para instalação do arranjo e
para produção de energia. Observando as equações (4.6) e (4.9) para calcular (estimar) a
energia gerada pelo módulo solar ou pelo arranjo FV diário é necessário conhecer os
dados de irradiação solar, logo para estimar a produção de energia ao longo do período
de vida do projeto é necessário determinar os dados de irradiação nos anos futuros, ou
ter um modelo matemático que consiga estimar os valores de irradiação a partir de
dados passados.
A Figura 3.8 ilustra o perfil de radiação solar (W/m2) incidente sobre os painéis
solares instalados no LEIAM/UFCG, medida no dia 25/01/2014 (durante todo o dia, das
04h30min da manhã às 18h30min da noite) na estação meteorológica instalada no
LEIAM/UFCG na cidade de Campina Grande/PB, cuja temperatura média na superfície
do painel solar é de 25 ° (latitude + 15 °). Esses dados foram coletados com auxílio de
um piranômetro instalado na miniestação meteorológica, cuja medição ocorre de
segundo em segundo totalizando 57600 amostras diárias de radiação solar, percebe-se
que a irradiação solar pode ser descrita por um modelo estocástico, semelhante ao
modelo de distribuição gaussiano ou normal contínuo, dado como:
2
−1 ( t−μ )
1 2 σ2
Ra ( t∨σ , μ )= e (3.14)
σ √2 π

-43-
Onde μ é média dos dados medidos e σ é o desvio padrão das leituras, vale ressaltar que
a variância dos dados é igual ao desvio padrão ao quadrado, ou seja, σ =√2 variância .

Perfil de Irradiância diária (25 de Janeiro de 2014)


500

450

400

350

300
Irradiância (W/m²)

250

200

150

100

50

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (h)

Figura 3.8. Perfil de irradiação medido no 25/01/14.

A organização Mundial de Meteorologia classifica as estações meteorológicas


em três tipos quanto a sua finalidade: estação agroclimatológica (fornece informações
para estudos da influência do tempo sobre a lavoura), estação climatológica (fornece
dados para prever o clima de determinada região, sendo necessário um histórico de 30
anos de observações, computando medições de vento, umidade relativa do ar, chuva,
nuvens, pressão atmosférica, geadas, temperatura do solo, evaporação, radiação solar e
evapotranspiração, com medições feitas as 9, 15 e 21 horas) e estação sinótica (previsão
do tempo, medição de chuva, nuvens, umidade relativa do ar, pressão atmosférica e
ventos, com medições as 9, 15 e 21 horas). Conforme The Guindace to Meteorological
Instruments and Methods of Observation (WMO, 1983) uma estação meteorológica
automática (EMA) típica deve cobrir uma abrangência de cerca 150 km2 ao redor da
estação.
Como a radiação solar é de suma importância apara estimativa da energia gerada
pelo arranjo solar fotovoltaica a World Meteorological Organization - WMO recomenda
que o número mínimo de anos de dados climáticos para servir como modelo de
referência para estudos de variabilidade e mudança climática é de 30 anos (WMO,

-44-
1983). A estimação de dados meteorológicos vem sendo realizada a partir de séries
temporais de 30 anos de dados climáticos independentemente da estação do ano e da
localização. Para dados de radiação solar essa recomendação não deve passar
despercebida, devendo ser cumprida, o que exige uma máquina com grande massa de
memória para o processamento eficiente dos dados.
A ideia de termos disponível um modelo alternativo as séries temporais, quer
seja por funções de densidade de probabilidade ou por modelos de regressão linear e
não linear, estar no fato que estes métodos exigem menos esforço computacional e
podem ter um desempenho satisfatório ao uso de séries temporais, além do fato de
descobrir as propriedades estatísticas dos dados coletados pela estação meteorológica e
enviados para unidade de monitoramento remoto do arranjo FV.
O alcance da estação meteorológica está limitado às restrições tecnológicas
(excluindo as estações de observações via satélite, mesmo assim são necessárias várias
estações espalhadas pelo globo para o devido monitoramento), o que dificulta a
construção de um modelo matemática que seja valida para regiões com características
climáticas semelhantes, por exemplo, o Estado da Paraíba possui oito estações
meteorológicas (Campina Grande, João Pessoa, Monteiro, Patos, São Gonçalo, Areia,
Camaratuba e Cabaceiras) para monitorar as condições climáticas do estado. Um
modelo matemático desenvolvido com os dados de radiação coletados em Campina
Grande deve ser ajustado para as condições climáticas da cidade de Patos, que dista em
torno de 150 km do município de Campina Grande (limiar do alcance das estações
meteorológicas de Campina Grande e de Patos), já se levarmos o modelo para estimar a
radiação solar da Cidade de Queimadas, o modelo não passaria por ajustes. Neste
contexto pesquisadores da UFCG, trabalham na construção de um modelo matemático
baseado no movimento das nuvens e nas condições atmosféricas, por exemplo, o
modelo é projetado para as condições da cidade de Campina Grande, como transladar
com valor e precisão este modelo para outra região? A resposta será dada pelas
características análogas de movimento das nuvens e pressão atmosféricas.
O LEIAM/UFCG possui 34 (trinta e quatro) painéis fotovoltaicos instalados
variando entre 80 (oitenta), 130 (cento e trinta) e 250 (duzentos e dez) Watts pico.
Deste, dois painéis de 250 (duzentos e dez) Watts pico estão conectados à rede elétrica,
de modo a medir a sua produção e desempenho. Os demais painéis ficam a disposição
dos pesquisadores do laboratório para realização de experimentos envolvendo geração
distribuída e alimentação de motores/bombas hidráulicas. Como mencionado apenas

-45-
dois módulos (painéis) estão conectados com a rede elétrica e sua produção é
monitorada em tempo real. Os dois painéis estão ligados em série, os dados de tensão e
corrente produzidos pelos dois módulos são captados pelo inversor e enviados para o
Field logger/data logger (Equipamento da BenQ Solar) que está conectado por ethernet
com o fabricante, permitindo o acompanhamento em tempo real via aplicativo Web da
geração da energia produzida pelo arranjo PV instalado.
O sistema de aquisição de dados e monitoramento on-line consiste em três
componentes: AC Unison Modules, Data Logger e Sistema de Monitoramento Solar. A
Figura 3.9 ilustra o sistema aplicado ao LEIAM/UFCG.

Figura 3.9. Sistema de aquisição e monitoramento de produção de energia.


Fonte: Adaptado de BenQ Solar User guide.

Além da produção de energia, uma mini estação meteorológica foi montada para
medir e armazenar em tempo real dados de irradiação solar. O sistema de medição e
armazenamento de dados de irradiação solar tem por objetivo fazer a leitura
(instantânea) do piranômetro e armazená-lo, de modo a criar um histórico de perfis de
irradiação solar. Essas leituras são repassadas aos usuários do laboratório que tiverem
interesse sobre os dados coletados.

O sistema de aquisição de irradiação solar é dividido em duas partes: hardware e


software. A primeira se refere ao piranômetro CM21, fabricado pela Kipp & Zonen,
elemento sensor de medição de irradiância; e ao Fieldlogger NOVUS, que é um
datalogger (equipamento de aquisição e registro de dados analógicos e digitais). A
segunda se refere ao LABVIEW, software que processa as informações recebidas do

-46-
datalogger; e ao software MySQL, que é um sistema gerenciador de banco de dado,
onde são armazenados os dados coletados.

Figura 3.10. Datagrama do sistema de aquisição e registro de irradiação solar.

Na Figura 3.10 pode-se observar um datagrama que ilustra a visão macro do


sistema. A fonte primária de energia é o Sol, cuja irradiância será medida, no
piranômetro há a primeira conversão de energia: térmica (proporcional à irradiância)
para elétrica. O sinal elétrico, após passar por um amplificador de sinal, é convertido de
analógico para digital pelo conversor analógico/digital (A/D) do datalogger. O
computador recebe o sinal digital através de uma porta USB, para então ser processado
pelo LABVIEW em conjunto com o banco de dados. Por fim, as informações são
exportadas em formas de planilhas para que seja repassada ao usuário que queira
informações sobre o perfil de irradiância solar incidente sobre os painéis do laboratório.

Com os dados de radiação solar incidente no plano inclinado dos painéis é


possível observar que o perfil de radiação solar medido (gráfico de radiação solar no
tempo, diário) apresenta um comportamento análogo a uma função de densidade de

-47-
probabilidade normal (gaussiana), conforme ilustrado na Figura 3.11 para o dia
19/01/14, cujo modelo estatístico é dado pela equação (3.10).

Perfil de Irradiância diária (19 de Janeiro de 2014)


500
Real
450 Estimado

400

350

300
Irradiância (W/m²)

250

200

150

100

50

0
4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (h)

Figura 3.11. Radiação solar medida × Radiação solar estimada.

O modelo construído apresenta confiabilidade de 90%, como um erro médio


quadrado de R2=0,001. As medições de radiação feitas pela miniestação são para um
kW
ano de observação, cujas estatísticas para o ano de 2014 são: média anual de 0,3765 2
m
kW kW
, mediana de 0,27 2 e desvio padrão das leituras de 0,56 .
m m2

-48-
Perfil de Irradiância Média Mensal Para o ano de 2014
420

400

380

360
Irradiância (W/m²)

340

320

300

280

260
0 2 4 6 8 10 12
Mês

Figura 3.12. Valores médios de irradiação solar na Cidade de Campina Grande/PB - Ano de 2014.

O gráfico da Figura 3.12 ilustra o comportamento dos valores médios mensais de


radiação solar inclinada para o ano de 2014. Observando a Figura 3.12 das medições na
Cidade de Campina Grande/PB acompanha bem o que aconteceu no referido ano,
inicialmente começa com valores de radiação altos, reduz nos meses de maio, junho e
julho (São João de Campina Grande sempre frio) e depois volta acrescer devido ao
verão. Contudo o ano todo apresenta boa incidência solar na Cidade, o que a torna
viável para instalação de empreendimentos de geração solar fotovoltaica.

Sabe-se que a radiação solar medida apresenta um comportamento de


distribuição normal, pergunta-se qual é o modelo matemático para representar as
medições de radiação solar mensal ou anual? Será que pode ser uma soma de funções
gaussianas deslocadas no tempo, conforme descrito na equação (3.15),

Rano ( t=1,2… 365 ) =R jan ( t=1,2 … 31 ) + Rfev ( t=32,33 …59 )+ … R dez (t=334,335 … 365 ) ,(3.15)
2 2
−1 ( t−μ jan ) −1 (t −μfev )
Onde: R jan ( t =1,2… 31 )= 1 2 σ jan
, R fev ( t=32,33 … 59 )= 1 2 σ fev
e
e e
σ jan √ 2 π σ fev √ 2 π
2
−1 ( t− μdez )
1 2 σdez
Rdez ( t=334,335 … 365∨σ dez , μdez ) = e .
σ dez √ 2 π σ dez

-49-
O comportamento da radiação solar inclinada média para o ano de 2014 pode ser
entendido como somas de funções de distribuição deslocada no tempo, não apenas uma
soma das médias diárias e das variâncias diárias medidas. Um a alternativa
(possibilidade) para representar matematicamente os dados medidos é por modelos de
regressão linear ou não linear.

Os resultados estatísticos extraídos dos dados mensurados para radiação solar


inclinada para o ano de 2014 na cidade de Campina Grande (Paraíba) mostram-se
coerentes e precisos, em especial os valores de mediana, quando comparados como os
dados fornecidos por bases de meteorológicas confiáveis. Porém os modelos
construídos para o ano de 2014 são precisos para a região circunvizinha (raio de alcance
da estação meteorológica de 150 km2), contudo não apresenta relevância para estimar
dados futuros, pois a Organização Mundial de Meteorologia prescreve que se tenha no
mínimo as medições dos últimos 30 anos para prever para os próximos 30 anos, visto
que se trata de dados climático altamente estocásticos.

Modelos baseados em séries temporais ou modelos usando redes neurais (análise


de padrão) podem ser usados para estimar a irradiação solar para os próximos 25 anos
de vida do empreendimento solar, com os dados de irradiação solar é possível estimar a
energia produzida pelo arranjo FV (claro que considerando a depreciação do arranjo FV
e as trocas de equipamentos que compõe o arranjo). Com a estimativa de produção de
energia é construído os fluxos de caixa anuais e a partir deles pode-se determinar a data
para o retorno do investimento inicial (retorno do investimento em anos).

A Tabela 3.2 ilustra as estatísticas básicas (média, mediana, desvio padrão e


variância) observadas para os dados medidos para cada mês do ano de 2014.

Tabela 3.2. Estatísticas de radiação solar inclinada medida (W/m2): Ano de 2014 – Campina Grande/PB.

Estatísticas Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Média μ jan=418,31 μfev =414,18 μmar =410,47 μabr =391,76 μmai =395,23 μ jun=277,86

Mediana M jan =298,67 M fev =293,72 M mar =290,14 M abr =274,76 M mai =276,43 M jun =202,2

Desvio σ jan =386,66 σ fev =384,25 σ mar =385,05 σ abr =376,404 σ mai =373,32 σ jun =271,91
padrão

Variância 5
v jan =1,52∗10 v fev =1,45∗10
5 5 5 5
v mar =1,53∗10 v abr =1,44∗10 v mai=1,44∗10 v jun =0,77∗10
5

-50-
2 2 2 2 2
FDP −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1
1 2
1 2
1 1 2
1 2
1 2

e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
Ra ( t∨σ , μ )= Ra ( t∨σ e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
e 2 ,σμ )= e 2

σ √2π σ √2 π σ √2 π σ √2π σ √2 π σ √2 π
Estatísticas Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Média 316,39 352,31 367,23 368,7 417 389

Mediana 224,93 267,56 272,97 244,61 295,5 292,2

Desvio 307,34 332,04 344,59 371,99 390,84 359,88


padrão

Variância 0,99∗10
5
1,13∗10
5
1,25∗10
5
1,4∗10
5
1,56∗10
5
1,31∗10
5

2 2 2 2 2
FDP −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1 ( t−μ ) −1
1 2
1 2
1 1 2
1 2
1 2

e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
Ra ( t∨σ , μ )= Ra ( t∨σ e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
e 2 ,σμ )= Ra ( t∨σ
e 2 ,σμ )= e 2

σ √2π σ √2 π σ √2 π σ √2π σ √2 π σ √2 π

3.5 COMPARATIVO DA ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO DE ENERGIA

USANDO A METODOLOGIA PROPOSTA VERSUS APLICATIVOS WEB

O procedimento proposto consiste na sequência de passos: 1) estimar a radiação


solar média incidente no arranjo ao longo do ano, usando o programa desenvolvido
(descrito no fluxograma da Figura 3.7); 2) Estimar a temperatura média na superfície
dos painéis (como observado em medições há mudanças leves, podendo ser considerada
constante); 3) calcular a energia produzida pelo arranjo usando (3.9) ou (3.10).
O comparativo da produção estimada para um ano produção foi feito entre os
aplicativos da Neosolar, Portal do Sol, simulador América do sol e programa
desenvolvido (estratégia proposta) para um consumidor residencial monofásico (tarifa
energética ditada pela concessionária de energia local - Energisa de R$ 0,45) localizado
na Cidade de Campina Grande (Paraíba) que apresenta consumo médio mensal de 300
kWh/mês. Vale ressaltar que dentre estas ferramentas computacionais a única que
projeta a estimativa da produção gerada pelo arranjo FV ao longo do período de vida
(25 anos) é programa desenvolvido (metodologia proposta), mesmo com todas as
dificuldades de encontrar e importar dados reais históricos de 30 anos.
As Figuras 3.13-3.16 ilustram os dados de consumo e produção de energia para
o consumidor residencial em estudo durante o ano de 2015.

-51-
O simulador da Neosolar Energia é um aplicativo web que leva em consideração
o padrão de conexão de geração distribuída com a rede elétrica (Net Metering – o custo
de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento mensal do consumidor
responsável por unidade o consumidor do grupo B, é o valor em moeda correspondente
a: I -30 kWh, se monofásico ou bifásico a dois condutores; II- 50 kWh, se bifásico a três
condutores; ou III- 100 kWh, se trifásico), mas apenas para consumidores monofásicos,
fazendo o dimensionamento da potencia a ser instalado igual à diferença entre o
consumo médio e a disponibilidade ( P FV =Consumo ( kWh )−30 kWh). Como limitações,
o aplicativo não permite inserir o consumo dos últimos dozes meses, como vantagens
pode-se citar que no site é possível obter o valor do custo de cada componente e o custo
total do arranjo.
No quesito de estudo econômico, este aplicativo só fornece a economia mensal
que teria com a instalação do arranjo FV, não é feito nenhum estudo de viabilidade
econômica e retorno do capital investido.
A calculadora do site do Portal do Sol é uma ferramenta de análise rápida,
apenas para o cliente ter uma informação rápida do dimensionamento do sistema solar
fotovoltaico, informando o valor médio do gasto com o empreendimento e estimativa da
energia gerada. Neste quesito não é tão preciso, pois não solicita dados de tarifação
energética, fazendo a estimativa para todo o consumo da unidade consumidora, não
respeitando a taxa de disponibilidade. Caso um sistema FV seja instalado conforme
dimensionado por este aplicativo, a fatura do cliente depois de instalado o arranjo FV,
pode ser maior que sem o arranjo FV (taxa de disponibilidade), esta informação pode
ser observada na Figura 3.13.
Vale ressaltar que os dados de consumo e estimação de produção de energia são
para o ano de 2015 e que os simuladores (aplicativos web) utilizam de dados de
radiação solar da NASA, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) do
LABSOLAR (Laboratório de Energia Solar da UFSC) ou do NREL (USA National
Renewable Energy Laboratory) dependendo do aplicativo utilizado.
O orçamento fornecido pela Neosolar prescreve os seguintes itens: um inversor
Fronius Galvo 1.5-1 (1.500 W), um quadro elétrico fotovoltaico (stringbox – 16 A, 660
V) e sete painéis solares fotovoltaicos da Canadian CSICS6P-255P (255 Wp), uma
potência instalada de 1.785 Wp (geração média mensal de 210 kWh/mês e de 2.527
kWh/ano) com um custo médio (aproximado) de R$ 24.190,00. Já o orçamento
disponibilizado pela calculadora do Portal do Sol prescreve os seguintes itens: um

-52-
inversor Fronius Galvo 1.5-1 (1.500 W), um quadro elétrico fotovoltaico (stringbox –
20 A, 660 V) e nove painéis solares fotovoltaicos Painel da chinesa Yingli YL250P 29b
(250 Wp), área ocupada de 14 m2, uma potência instalada de 2,15 kWp (geração média
mensal de 264 kWh/mês e de 3.600 kWh/ano) com um custo médio (aproximado)
variando de R$ 18.300,00 até R$ 23.700,00.
Produção e Consumo Energético - Simulador da Neosolar
300
Consumo
Produção
250
Energia Gerada e Consumida (kWh)

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês

Figura 3.13. Consumo e Produção - Simulador da Neosolar Energia.

Produção e Consumo Energético - Portal do Sol


350
Consumo
Produção
300
Energia Gerada e Consumida (kWh)

250

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês

Figura 3.14. Consumo e Produção - Simulador do Portal do Sol.

Comparando os dados fornecidos pelos dois aplicativos para o mesmo


consumidor (monofásico residencial de consumo de 300 kWh/mês), percebe-se que o
custo do arranjo fornecido por ambos estão próximos, mesmo utilizando de tecnologias
diferentes nos itens do arranjo (tecnologia canadense versus tecnologia chinesa). Já no

-53-
quesito de estimação da produção de energia há uma diferença (quantidade de placas,
consequente a potência instalada difere – 1,785 kWp versus 2,15 kWp), contudo o
simulador da Neosolar leva vantagens por ser mais preciso ao utilizar dados da NASA e
do NREL, mas para uma consulta rápida a calculadora do Portal do Sol é eficiente.
Devido a estas diferenças na estimativa da produção de energia para os 25 anos de vida
do arranjo pelos diversos aplicativos, desenvolve-se uma metodologia para estimar com
precisão a produção do sistema FV para os anos de vida (observar o diagrama da Figura
3.5), a qual faz uso de dados passados (dados de 30 anos de medição, conforme
prescrito pela World Meteorological Organization - WMO) e de fontes confiáveis
(NASA) para estimar dados de radiação solar para os anos seguintes e
consequentemente a energia gerada pelo arranjo FV, sempre considerando a
deterioração do arranjo ao longo do tempo (Queda no rendimento do arranjo FV, nos
primeiros 15 anos eficiência do arranjo de 90% e para os dez anos restantes, uma
eficiência de 80% do arranjo FV).
Produção e Consumo Energético - Simulador América do Sol
400
Consumo
Produção
350
Energia Gerada e Consumida (kWh)

300

250

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês

Figura 3.15. Consumo e Produção - Simulador da América do Sol (CRESESB).

As características técnicas fornecidas pelo Simulador da América do Sol para o


consumidor monofásico são: um inversor Fronius Galvo 1.5-1 (1.500 W), um quadro
elétrico fotovoltaico (stringbox – 16 A, 660 V) e nove painéis solares fotovoltaicos da
chinesa Yingli YL250P 29b (250 Wp), área ocupada entre 15 m2 a 19 m2, uma potência
instalada de 2,25 kWp (geração média mensal de 248 kWh/mês e de 2.974 kWh/ano).
Se compararmos os resultados com o simulador da Neosolar percebe-se que a estimativa
de produção de energia ao longo do ano é bem próxima, isto é justificado pelos dados
de radiação solar usado por ambos simuladores no cálculo da produção de energia

-54-
elétrica (mesma base de dados - NASA). Este simulador não dar ideia de custo, mas
informa dados de radiação e economia de energia com a instalação do arranjo FV.
Dados de consumo e produção de energia (kWh/mês)
400
Consumo Mensal
Energia Produzida
350

300

250
kWh/mês

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês

Figura 3.16. Consumo e Produção – Programa desenvolvido (MATLAB).

O comparativo entre diversas ferramentas de projeto é importante para validar a


metodologia proposta e sinalizar para o cliente que as ferramentas são de apoio à
tomada de decisão, sendo que a decisão final de empreender o arranjo FV, deve passar
pela análise criteriosa de um especialista da área, o qual irá identificar a melhor
oportunidade de investimento, daí a necessidade da análise técnico-econômica do
empreendimento.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

-55-
Um fator preponderante para o correto dimensionamento de um arranjo FV é a
padronização dos componentes do arranjo fotovoltaico (módulos, inversores e a
instalação como um todo), visto que a padronização e a certificação garante não apenas
qualidade de produto, como eficiência e otimização da energia gerada. No Brasil a
padronização de painéis solares já é uma realidade, não caso de inversores inicia-se um
movimento para padronização e certificação. Contudo não é discutida a padronização e
a certificação da instalação do arranjo FV (desenhos, diagramas unifilares e trifilares,
estrutura de suporte, local de instalação, dispositivos de comando e proteção, quadros
elétricos, entre outros), pois mesmo que o projeto esteja padronizado, atendendo as
prescrições da legislação nacional e internacional, quando a equipe de campo cumprir a
etapa de montagem e comissionamento, pode acontecer de não ser respeitado o local de
instalação e arranjo apresentar baixa produção de energia, causado por sombreamento,
inclinação menor que a especificada, ligações de circuitos entrelaçados entre outras.

Como sugestão para este problema pode lançada um programa de padronização


e certificação das instalações dos arranjos FV ou até mesmo um selo de certificação e
qualidade a exemplo da construção cível com o Procel Edifica (Selo Procel
Edificações).

No estudo de análise econômica percebe-se que a análise feita pelos diversos


aplicativos da internet (web) há inconsistências, visto que consideram os fluxos de caixa
do empreendimento ao longo do período de vida do empreendimento como fixos e
constantes para cada ano de vida, o que não é verdade, os fluxos de caixa do
investimento são variantes ao longo do tempo (25 anos ou 30 anos de vida), dependendo
da energia gerada pelo arranjo FV, ou seja, os fluxos de caixa é função da energia (
FC i=1,2 … 25=f ( EG )) gerada e esta por sua vez é função da radiação solar e da
temperatura na superfície dos módulos solares ( EG =F(R a ,T a )). Logo usando os
aplicativos da web para o consumidor em estudo (consumidor residencial monofásico –
consumo médio de 300 kWh/mês) o estudo de viabilidade econômica levando em
consideração as taxas de investimento da poupança (CAIXA Econômica Federal) leva a
concluir que será necessário entre 8 a 9 anos para o retorno do investimento inicial,
usando a metodologia proposta - Fluxograma da Figura 3.3 que considera a geração de
energia elétrica variante ao longo do ano devido a diversos fatores, a economia em
dinheiro que o consumidor deixa de pagar para concessionária de energia elétrica do seu
estado também é variante ao longo dos anos, logos os fluxos de caixa são variantes e o

-56-
tempo de retorno do investimento inicial para os valores de potência instalada para o
arranjo FV do consumidor de 300 kWh/mês aumenta para uma faixa entre 11 a 12 anos.
Percebe-se que os aplicativos disponíveis não estão fornecendo dados precisos para os
clientes e cidadãos que venham a comprar sistema de geração solar fotovoltaico, claro
que todas as ferramentas computacionais devem ser usadas como ferramentas de apoio
no projeto, por isso é importante à figura de um profissional (de preferência um
especialista e crítico) da área durante as etapas de elaboração, instalação, operação e
manutenção do arranjo FV, de modo que não haja inconsistências, consequentemente
mau funcionamento do arranjo FV e baixa satisfação do cliente ao comprar e instalar
um sistema FV. Outro fator que influi no custo do arranjo FV (investimento inicial do
sistema FV) são os impostos pagos (impostos de importação, IPI, ICMS, PIS e
COFINS), se houvesse um incentivo fiscal (redução de impostos sobre os componentes
do arranjo FV), com certeza a popularização de sistemas Grid-tie aumentaria e a
instalação do arranjo FV ficaria mais viável para o consumidor final e aumentando do
número de residências com geração distribuída instalada.

De maneira geral as aplicações relacionadas com software dedicadas aos


projetos de sistemas fotovoltaicos dizem respeito: Análise de viabilidade,
Dimensionamento, Simulação de operação, Localização, Monitoramento e controle,
Curvas de Carga, Cabeamento, dados meteorológicos e Sistemas híbridos. A ferramenta
computacional deve ser usada como ferramenta de apoio ao projeto, pois estas
automatizam o processo de cálculos. Entretanto não dispensa o conhecimento do
especialista, visto que este deve fazer a correta utilização dessas ferramentas, bem como
a interpretação dos resultados por elas fornecidos.

Um problema enfrentado para implementação da metodologia proposta é a


padronização do arranjo FV, pois a avaliação de um (uma unidade) sistema FV
padronizado pode ser estendida sem perda alguma para a análise técnico-econômica de
várias unidades idênticas padronizadas, caso as unidades não estejam utilizando de
componentes certificados, a análise passa ser pontual, visto que as diversas unidades
irão produzir valores energéticos diferentes, desta premissa surge à necessidade de
proposta de uma metodologia organizar de forma de check list os ensaios e testes para
de certificação do arranjo FV.

Cumprido as exigências de padronização do arranjo FV, há a necessidade da


adequação (ou padronização) dos projetos FV as normas nacionais e internacionais, daí

-57-
surge a necessidade do desenvolvimento de um roteiro de passos a ser seguido para
padronização e atendimento das normas aos projetos fotovoltaicos (Metodologia de
Adequação as normas os projetos PV). Tendo a metodologia proposta para avaliação da
viabilidade técnico-econômica, check list dos ensaios de certificação e as especificações
de projeto que atendem as boas normas de engenharia de projetos fotovoltaicos, o
próximo passo é avaliar os resultados da aplicação da metodologia proposta para
dimensionamento de sistemas fotovoltaicos conectados com a rede elétrica aos projetos
de investimentos de geração solar reais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

-58-
A metodologia proposta para projetos (dimensionamento) de sistemas
fotovoltaicos com conexão com a rede elétrica (Grid-tie) – Dimensionamento dos
componentes do arranjo FV, documentação, listas de materiais, avaliação técnico-
econômica e estimativa da produção de energia elétrica ao longo do período de vida do
empreendimento - mostrou-se eficiente e confiável quando avaliada a uma unidade
consumidora residencial (consumo médio de 300 kWh/mês), no comparativo com
outras ferramentas computacionais e no projeto de várias unidades de consumo
(consumidores monofásicos, bifásicos e trifásicos) de uma de distribuição de energia
elétrica.
Os resultados da aplicação da metodologia proposta mostraram-se confiável e
viável a instalação do sistema FV para o consumidor monofásico estudado (consumo
mensal de 300 kWh/mês), considerando que a vida útil do projeto seja de 25 anos e que
seja realizado uma manutenção preventiva e periódica a cada dois anos, o investimento
será amortecido em 13 anos, gerando lucro para o investidor, se consideramos redução
dos impostos (incentivos fiscais), o investimento inicial será depreciado em 8,5 anos no
caso não haver impostos e em 11 anos caso fosse reduzido à carga de impostos pela
metade. Vale ressaltar que na avaliação dos aplicativos comerciais o retorno do
investimento fia em torno de 08 anos, sendo uma informação errônea, pois estes
aplicativos consideram o cenário ideal (fluxos de caixa fixos e constantes ao longo da
vida útil do empreendimento), eles desconsideram a variação da moeda, o reajuste
tarifário, as flutuações da produção de energia mensal devido às condições climáticas.
Portanto devem ser usadas para uma analise rápida, demandando uma avaliação
detalhada do projeto de investimento por parte de especialista na área.
O projeto de dimensionamento dos consumidores instalados na rede distribuição
estudada foi elaborado conforme metodologia discutida no Capítulo 03, sendo
executado para cada unidade consumidor-gerador de maneira individual. Caso todas as
unidades de geração solar distribuída (que venham a ser instaladas) sejam ligadas ao
mesmo tempo a potência ativa injetada na rede chega a 140 kW, bem próxima a
potência aparente fornecida no secundário do transformador de distribuição (potência
aparente de 150 kVA). Esta situação mostra a inversão do sentido do fluxo de potência
que trafega na rede de distribuição, logo uma pergunta pode ser elaborada, os
enrolamentos do transformador de distribuição sofrerão com esta inversão de fluxo de
potência? A resposta é não, claro que haverá um sobreaquecimento, mas não chega a
danificar o equipamento, o que acontece que este equipamento é projetado baseado no

-59-
princípio de indução eletromagnético, como o sentido do fluxo de potência se inverteu o
transformador deixa de ser um transformador abaixador e passa a ser um transformador
elevador (esta pergunta precisa ser mais detalhada e investigada com experimentos
laboratoriais).
Como trabalhos futuros que podem ser desenvolvidos para a continuação do
trabalho iniciado neste relatório, sugere-se:
1. Modelagem da rede elétrica e da geração distribuída conectada com o
sistema elétrico, visando avaliar parâmetros de qualidade de energia elétrica
(geração de harmônicos, flutuações de tensão, perdas energéticas entre
outros);
2. Avaliação dos principais métodos de dimensionamento e analise econômica
de projetos FV, visando modificações para adaptação a realidade do
Nordeste;
3. Estudo do uso de energia solar fotovoltaica (projeto de usinas solares) para
o acionamento de plantas industriais, especificamente em plantas de
eletrodiálise, de dessalinização e de tratamentos de esgotos em reatores de
fluxos contínuo usando a técnica de eletrofloculação (eletrodos metálicos
são introduzidos dentro do reator que contém o efluente líquido e quando
ligados a uma tensão elétrica faz circular um acorrente elétrica pelo material
liquido, gerando uma reação eletroquímica);
4. Estudar e avaliar os métodos de análise econômica que consideram a
incerteza do mercado financeiro (flutuação da taxa de cambio, inflação,
ajuste tarifário, entres outros) em casos reais de empreendimentos FV
(empreendimentos residenciais, industriais e comerciais);
5. Construir e validar um modelo matemático baseado em sereis temporais
e/ou inteligente (redes neurais) para predizer (estimar) a produção de
energia do arranjo FV ao longo do período de vida, a partir de uma base de
dados de 30 anos de medições de radiação solar da região.
6. Elaboração de cartilha (guia) para elaboração de um arranjo FV para
distribuição gratuita em meios de divulgação e comunicação pública;
7. Elaboração de um website para divulgação de novidades sobre sistemas
fotovoltaicos, bem como o dimensionamento instantâneo (on-line) do
arranjo FV do cliente.

-60-
8. Elaboração de roteiro (cartilha ou check-list) da manutenção de sistemas
FV, inclusive manutenção preventiva.
9. Elaboração e execução de curso rápido (duração de duas semanas), sobre
projetos de sistemas FV com ferramentas computacionais para alunos de
graduação na área;
10. Elaboração e execução de curso rápido (duração de três semanas), sobre
montagens e manutenção de sistemas FV para alunos de graduação na área;

Por fim, os autores esperam que este trabalho possa ser uma plataforma para

estudos na área de dimensionamento de sistemas FV conectados com a rede elétrica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-61-
ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Propostas para
Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na Matriz Elétrica Brasileira. 2012.

Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Nota Técnica EPE: Análise da Inserção da


Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:
http://www.epe.gov.br/geracao/Documents/Estudos_23/NT_EnergiaSolar_2012.pdf
Acesso em: 10 de outubro de 2015.

Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Balanço Energético Nacional 2013: Ano base
2012. Rio de Janeiro, 2013.
Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2013.pdf
Acesso em: 12 de outubro de 2015.

Empresa de Pesquisa Energética – EPE. Balanço Energético Nacional 2014: Ano base
2013. Rio de Janeiro, 2014.
Disponível em: https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2014.aspx
Acesso em: 15 de outubro de 2015.

EPIA - European Photovoltaic Industry Association, Solar Generation 6 – Solar


Photovoltaic Electricity Empowering the World, 2011.

IEEE STANDARD 1547 – Standard for Interconnecting Distributed Resources


with Electric Power Systems. July, 2003.

Luque, A. and Hegedus, S. Handbook of Photovoltaic Science and Engineering,


Second Edition ed.: John Wiley & Sons, Ltd, 2011.

NDU- 13 -Norma de Distribuição Unificada, Critérios de Acessantes de Geração


Distribuída ao Sistema de Distribuição da Energisa, 2012.

Pinho, João Tavares & Galdino, Marco Antônio. Manual de Engenharia de Para
Sistemas Fotovoltaicos. CEPEL-CRESESB, Edição Revisada e Atualizada, Rio de
Janeiro, Brasil, Março de 2014.

Resolução Normativa Nº 482/2012 - Condições gerais para o acesso de microgeração


e mini geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o
sistema de compensação de energia elétrica. Brasília, Abril, 2012.

Roman, E.; Alonso, R.; Ibanez, P.; Elorduizapatarietxe, S.; Goitia, D. Intelligent PV
Module for Grid- Connected PV Systems. Industrial Electronics, IEEE Transactions
on. Volume: 53. Issue: 4 Publication Year: 2006, Pages: 1066 – 1073.

-62-
Solstício Energia: Sistema Fotovoltaico. Disponível em:

http://www.solsticioenergia.com.br/wp-content/uploads/2013/05/sistemafotovoltaico1.png

Acessado em 20 de outubro de 2015.

Villalva, Marcelo Gradella; Gazoli, Jonas Rafael. Energia solar fotovoltaica: conceito
e aplicações. 1ª Edição, São Paulo: Érica, 2012. 224 p.

World Meteorological Organization – Guide to Meteorological Instruments and


Methods of Observation. 1983, United Kingdom. Disponível em:

https://www.wmo.int/pages/prog/gcos/documents/gruanmanuals/CIMO/CIMO_Guide-
7th_Edition-2008.pdf

ANEXOS

A1. Ficha Técnica do Projeto FV

-63-
Dados de localização e área ocupada pelo arranjo FV
Área da superfície selecionada do telhado em m²:
Orientação – Latitude e longitude:
Inclinação do telhado em graus (latitude+ 10):

Dados referentes aos painéis solares


Fabricante do módulo: Código:
Potência Nominal: Eficiência:
Altura: Largura:
Área: Preço:
Tipo de célula: Garantia:
Tomadas de ligação: Número de díodos de “bypass”
Área da superfície do Gerador em m2: Número de módulos:
Potência do Gerador instalada:
Dados referentes aos inversores CC-CA
Configuração com inversor central: Tensão reduzida:
Tensão elevada: Mestre-escravo:
Configuração do inversor de cadeia de módulos: Conceito de campo ou fileira fotovoltaica
Módulo AC: Número de inversores:
Fabricante: Código:
Potência nominal DC: Potência máxima fotovoltaica:
Intervalo UMPP: Local do ponto de ligação:
Tensão de corte DC: Eficiência:
UDCmax: IDCmax:
Preço: Garantia: Registo de dados/visualizador:
Dimensionamento
Conferir a compatibilidade entre o esquema de ligação dos módulos e o inversor (tendo em atenção os
seguintes casos: T = –10 °C, +70 °C, Imax).
Número de módulos por cada fileira:
Potência total dos módulos por inversor:
Dimensão do sistema e número de componentes:
Módulos por fileira: Número de fileiras: Número de inversores:
Número total de módulos:
Área total da superfície dos módulos: Potência do gerador:

Diagramas unifilares e trifilares do sistema FV


Prever no desenho os módulos, inversores, díodos, proteções contra curto-circuitos e sobretensões, pontos
de isolamento, aparelhos de corte e de medidas. Desenhos 3D dos painéis instalados na edificação e todas
as partes constituintes do projeto.
Dimensionamento dos cabos e condutores
Cabos de fileira comprimento total (m2): Secção transversal (mm²):
Cabo principal DC Comprimento total (m) Secção transversal (mm²):
Cabo do ramal de ligação à rede Comprimento total (m): Secção transversal (mm²):
Caixa de junção do gerador e interruptor principal DC
Selecionar da caixa de junção do gerador, os fusíveis e se necessário dos díodos de bloqueio da fileira.
Seleção do interruptor principal DC. Especificação das medidas de proteção contra descargas
atmosféricas. Seleção dos descarregadores de sobretensões.
Ligação ao sistema eléctrico público
Seleção e teste do ponto de ligação à rede elétrica receptora, Verificar o comprimento e a secção dos
cabos do ramal de interligação com a rede elétrica de distribuição.

-64-
Cotação da obra
Listagem das principais partes do sistema e dos respectivos custos. Estimativa dos recursos materiais e
humanos, assim como do tempo envolvidos no projeto. Elaboração do orçamento do projeto.
Dados de estimativa da produção de energia elétrica pelo Arranjo durante o ciclo de vida
Irradiação em cada unidade de área (kWh/m2):
Irradiação na área da superfície total do gerador (kWh):
Perdas percentuais por sombreamento (%):
Produção total do sistema fotovoltaico (kWh):
Produção específica (kWh/kWp:

A2. Ficha Técnica do Projeto da rede de distribuição estudada

Como são 70 unidades de geração solar fotovoltaica a serem instaladas, para cada unidade geradora foi
elaborado um projeto elétrico (memória de cálculo e descritiva, desenhos unifilares e trifilares, medidor
bidirecional e estação de monitoramento). A documentação técnica (Anotação de Responsabilidade
Técnica - ART) deve ser retirada para cada unidade de geração e não uma para todas. Para cada projeto
foi fornecido um quadro resumo das características gerais do projeto sendo exemplificado no quadro A.2
para um consumidor monofásico que faz parte da rede elétrica estudada (não serão ilustrados os 70
quadros resumo neste documento, porque ficaria muito longo - número exagerado de folhas). No quadro
A.1 as características gerais do projeto para a rede de distribuição em estudo.

Quadro A.1. Características Gerais do projeto das unidades de geração solar fotovoltaica.
Número de clientes (unidades geradoras): 70 Potência instalada: 140 kW
unidades Número de placas: 560 painéis de 250 Wp

Tipo de consumidores: 15 trifásicos, 03 bifásicos e Período de vida do empreendimento: 25 anos.


52 monofásicos.

Medidor bidirecional individual: Sim Estação de monitoramento de produção: Sim

Quadro A.2. Dimensionamento do sistema FV para o consumidor 46344 BN.


Dados da instalação

Cidade: Distribuidora:

Localização (Lat./ Long.): Tarifa Média: R$ 0,38/kWh

Consumo médio: 109 kWh/mês Tipo do local: Residencial

Percentual a ser gerado: 100% Tipo do consumidor: Baixa tensão monofásico 220 V/ 380V

Empresa: GBA Engenharia Ltda. Cliente: 46344 CN

Configuração do Sistema FV

Potência instalada: 0,75 kWp Inclinação:39 ° , Azimute: 180 ° (N), Peso/m2=13 kg/m2

Inversor: 1x inversor Sunny Boy SMA (0,6 kW) Área: 5 m 2 cobertura solar: 86%, Eficiência Estimada: 78%.

Painel: 3x Painel solar fotovoltaico Yingli YL250P Cabo solar Prysmian Tecsun PV1-F 4mm² Preto 1kV: 24 cabos
29b (250 Wp) de 1m cada, peso de 3 kg

-65-
Kit de montagem Thesan para telhado metálico e fibrocimento
Quadro Elétrico Fotovoltaico (Stringbox): 1 unid. inclinado - 3 painéis fotovoltaicos: 1unid.
Kit de montagem Thesan para telhado metálico e
fibrocimento inclinado - 4 painéis fotovoltaicos: Jogo de conexão para perfis Thesan Universal Medium: 1
1unid. unidade, 4,2 m peso de 14 kg.

Produção média: 110,5 kWh/mês | 1200 kWh/ano Investimento total (estimado): Varia de R$ 7.482,20 até R$
9.976,27.

Análise Econômica (Período de vida - 25 anos)

TIR (% a.a.) Payback (anos):

ROIC (% a.a.) VPL:

Estimativa de Energia Gerada (kWh) no período de vida do projeto (25 anos)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

1200

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Total

A3. Programa I – Ambiente MatLab: Dimensionamento do arranjo FV (Fluxograma da


Figura 3.7).

%Geronimo B. Alexandre - Eletrobras


%Programa para Dimensionamento de Arranjo FV
%Criado em 22/09/2015 - Atualizado em 08/10/2015
clear all
close all
clc
%r=(4.85+4.88+4.89)/3; %Radiação solar média diária em kWh/m2.dia
r=5500;
HSP=r/1000;% Numero de Horas de Sol Pleno
global investimento;
%Potência instalada
disp('Informe os Valores de consumo dos últimos doze meses em kWh/mes')

janeiro=input('\ninforme o valor do mes de janeiro em kWh/mes:\njaneiro=');


fevereiro=input('\ninforme o valor do mes de fevereiro em kWh/mes:\nfevereiro=');
marco=input('\ninforme o valor do mes de março em kWh/mes:\nmarco=');

abril=input('\ninforme o valor do mes de abril em kWh/mes:\nabril=');


maio=input('\ninforme o valor do mes de maio em kWh/mes:\nmaio=');
junho=input('\ninforme o valor do mes de junho em kWh/mes:\njunho=');

julho=input('\ninforme o valor do mes de julho em kWh/mes:\njulho=');


agosto=input('\ninforme o valor do mes de agosto em kWh/mes:\nagosto=');
setembro=input('\ninforme o valor do mes de setembro em kWh/mes:\nsetembro=');

outubro=input('\ninforme o valor do mes de outubro em kWh/mes:\noutubro=');


novembro=input('\ninforme o valor do mes de novembro em kWh/mes:\nnovembro=');
dezembro=input('\ninforme o valor do mes de dezembro em kWh/mes:\ndezembro=');

tipo=input('\nTipo de consumidor - (1)Monofasico,(2)Bifasico ou (3)Trifásico:\ntipo=');


tarifa=input('\ninforme o valor da tarifa paga pelo kWh consumido:\ntarifa=');

CM=(janeiro+fevereiro+marco+abril+maio+junho+julho+agosto+setembro+outubro+novembro+dezembro)/12;
TD=0.75;
switch tipo

-66-
case 1
MA=((janeiro-30)+(fevereiro-30)+(marco-30)+(abril-30)+(maio-30)+(junho-30)+(julho-30)+(agosto-30)+
(setembro-30)+(outubro-30)+(novembro-30)+(dezembro-30))/365;% Consumo médio Diário
Pfv=((MA/TD)/HSP)*1000;% potência a ser instalada, para atender em 100% do consumo em Wp
%Pfv=0.9*(MA/HSP)*1000;%para atender em 90% do consumo do consumo em Wp
case 2
MA=((janeiro-50)+(fevereiro-50)+(marco-50)+(abril-50)+(maio-50)+(junho-50)+(julho-50)+(agosto-50)+
(setembro-50)+(outubro-50)+(novembro-50)+(dezembro-50))/365;% Consumo médio Diário
Pfv=((MA/TD)/HSP)*1000;% potência a ser instalada, para atender em 100% do consumo em Wp
%Pfv=0.9*(MA/HSP)*1000;%para atender em 90% do consumo do consumo em Wp
case 3
MA=((janeiro-100)+(fevereiro-100)+(marco-100)+(abril-100)+(maio-100)+(junho-100)+(julho-100)+(agosto-100)+
(setembro-100)+(outubro-100)+(novembro-100)+(dezembro-100))/365;% Consumo médio Diário
Pfv=((MA/TD)/HSP)*1000;% potência a ser instalada, para atender em 100% do consumo em Wp
%Pfv=0.9*(MA/HSP)*1000;%para atender em 90% do consumo do consumo em Wp
otherwise
tipo=input('Tipo de consumidor - (1)Monofasico,(2)Bifasico ou (3)Trifásico:\ntipo=');
end
%
paineis=Pfv/250; % Instalação de paineis com potência de 250 Wp (Painel Solar Fotovoltaico Yingli YL250P 29b-
250Wp)

% Dimensionando o Inversor.
FDI=0.75;% Fator de dimensionamento do inversor
Pca=FDI*Pfv; %Potência CA de saida do Inversor
area=paineis*1.65*0.99; %Area ocupada em m2

%Neosolar
%consumo=input('Consumo Médio Mensal (kWh)\nconsumo=')
%percentual=input('% Desejado de Energia Solar\npercentual=')
%tarifa=input('Tarifa c/ Impostos (R$)\ntarifa=')
%Eg=percentual*consumo; Energia Solar a ser Gerada (kWh / mês)
%Economia=tarifa*Eg
%Pfv=((Eg*12)/HSP)*1000;% potência a ser instalada em Wp
%paineis=Pfv/250; % Instalação de paineis com potência de 250 Wp (Painel Solar Fotovoltaico Yingli YL250P
29b-250Wp)
%FDI=0.8;% Fator de dimensionamento do inversor
%Pca=FDI*Pfv; %Potência CA de saia do Inversor
%area=paineis*1.65*0.99; %Area ocupada em m2

%Estimativa da energia produzida


perdas=0.11;%Perdas: 3% para perdas ôhmicas nos inversores, 3% nos diodos de bloqueio, 3% de perdas por sujeira
e poluição nos módulos e 2% por perdas por sombreamento.
eficinversor=0.9;%O rendimento dos inversores do modelo escolhido varia de 90,9% a 92,1%. Média=91,6%
eficmodulo=0.08;%O rendimento dos módulos do modelo escolhido varia de 10% a 11% (dados do fabricante)
Ra=[5.68,5.69,6.03,5.48,5.05,4.53,4.50,5.09,5.89,6.17,5.91,5.60]*5.2;%Dados de radiação solar mensal inclinado da
cidade de CG, Fonte: Sundata-CRESESB-CEPEL-ELETROBRAS
for h=1:12
Eg(h)=eficmodulo*eficinversor*area*paineis*Ra(h)*(1-perdas);%energia produzida pelo arranjo FV mensalmente
%Economia(h)=Eg(h)*tarifa*1.325;%Impostos = 32,5% = ICMS de 27%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%.
Economia(h)=Eg(h)*tarifa;%Impostos = 32,5% = ICMS de 27%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%,
%Economia=Eg*tarifa+impostos
end

%Relatório: Dados do Projeto


disp('**************************************')
disp('Relatório: Dados do Dimensionamento FV')

fprintf('\nPotência Instalada:%f em kW\n',Pfv/1000);


fprintf('\nQuantidade de Placas Solares:%f de 250 Wp\n',paineis);
fprintf('\nArea Ocupada:%f m2\n',area);

switch tipo
case 1
fprintf('Potência CA de Saída do Inversor monofásico:%f em kW\n',Pca/1000);
if(Pfv/1000>=0.6 && Pfv/1000<1)%Potencia instalada entre 600 Wp e 1 kWp
investimento=(8000+12000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma

-67-
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=1 && Pfv/1000<1.5)%Potencia instalada entre 1 kWp e 1.5 kWp
investimento=(10000+15000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=1.5 && Pfv/1000<2)%Potencia instalada entre 1.5 kWp e 2 kWp
investimento=(12000+16000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=2 && Pfv/1000<3)%Potencia instalada entre 2 kWp e 3 kWp
investimento=(15000+20000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=3 && Pfv/1000<4)%Potencia instalada entre 3 kWp e 4 kWp
investimento=(23000+33000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=4 && Pfv/1000/1000<5)%Potencia instalada entre 4 kWp e 5 kWp
investimento=(40000+54000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=5 && Pfv/1000<6)%Potencia instalada entre 5 kWp e 6 kWp
investimento=(50000+70000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=6 && Pfv/1000<10)%Potencia instalada entre 6 kWp e 10 kWp
investimento=(80000+100000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo
uma estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
case 2
fprintf('Potência CA de Saída do Inversor bifásico:%f em kW\n',Pca/1000);
if(Pfv/1000>=1 && Pfv/1000<5)%Potencia instalada entre 1 kWp e 5 kWp
investimento=(11000+50000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
case 3
fprintf('Potência CA de Saída do Inversor Trifásico:%f em kW\n',Pca/1000);
if(Pfv/1000>=2 && Pfv/1000<3)%Potencia instalada entre 2 kWp e 3 kWp
investimento=(15000+20000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=3 && Pfv/1000<54)%Potencia instalada entre 3 kWp e 4 kWp
investimento=(23000+38000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=5 && Pfv/1000<10)%Potencia instalada entre 4 kWp e 5 kWp
investimento=(50000+90000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo uma
estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end
if(Pfv/1000>=10 && Pfv/1000<20)%Potencia instalada entre 5 kWp e 6 kWp
investimento=(100000+150000)/2;% Valores médios do mercado - varia de região para região, aqui sendo
uma estimativa
fprintf('Custo médio do emprendimento:%f em Reais\n',investimento);
end

-68-
otherwise
tipo=input('Tipo de consumidor - (1)Monofasico,(2)Bifasico ou (3)Trifásico:\ntipo=');
end

disp('Peso Médio por Metro Quadrado: 13 kg/m2 (aprox)');


fprintf('\nProdução Média de Energia: %f kWh/mês e %f kWh/ano\n',mean(Eg),sum(Eg));
disp('Inclinação de 28 graus'),disp('Angulo de azimute de 180 graus');
disp('Quantidade de inversores: 1 unidade')

fprintf('\nCabo solar Prysmian Tecsun PV1-F 4mm² Preto 1kV:%f cabos de 1m cada, peso de 3 kg\n',30);
disp('Quadro Elétrico Fotovoltaico (Stringbox, 2 string IP65 25A 1kV): 1 unidade')

fprintf('\nKit de montagem Thesan para telhado metálico e fibrocimento inclinado - 3 painéis fotovoltaicos: %f unid.
4m, peso de 3 kg\n',paineis/10);
fprintf('\nKit de montagem Thesan para telhado metálico e fibrocimento inclinado - 4 painéis fotovoltaicos: %f unid.
4m, peso de 3 kg\n',paineis/5);
fprintf('\nJogo de conexão para perfis Thesan Universal Medium: %f unidades, 4,2 m peso de 14 kg\n',paineis*3);

consumo=[janeiro,fevereiro,marco,abril,maio,junho,julho,agosto,setembro,outubro,novembro,dezembro];
r1=[consumo',Eg'];
figure(1),bar(r1),grid,title('Dados de consumo e produção de energia
(kWh/mês)'),xlabel('Mês'),ylabel('kWh/mês'),legend('Consumo Mensal','Energia Produzida')

%Viabilidade Econômica
%investimento=8500; %Custo do empreendimento - Temos que compor este valor para o arranjo+inversor
Payback=investimento/(sum(Economia)); %Metodo de decisão - Payback em anos
ROIC=sum(Economia)/investimento;%Metodo de decisão - Return On Invested Capital em % a.a.
FC=sum(Economia)*ones(1,25);%Fluxos de caixa ao longo dos 25 anos
%Taxa Selic de 12% a.a. para o calculo do VPL
VPL=zeros(1,25);
for h=1:25
VPL(h)=investimento-(FC(h)/(1.12^h));
amortizacao(h)=investimento;
investimento=investimento-(FC(h)/(1.12^h));
end
figure(2)
subplot(2,1,1),bar(VPL),grid,xlabel('Tempo (anos)'),ylabel('VPL')
subplot(2,1,2),bar(amortizacao),grid,xlabel('Tempo (anos)'),ylabel('Amortização da Dívida (Reais)')

A4. Programa II – Ambiente MatLab: Estatísticas de irradiação solar medidas na cidade


de campina grande/PB ano de 2014.

%Estatística Dados de Produção - Sistema Real


%Geronimo B. Alexandre - 12/12/2015
clear all
close all

%Ano de 2014 - Radiação em W/m2


janeiro=xlsread('janeiro_2014.xlsx');
fevereiro=xlsread('fevereiro_2014.xlsx');
marco=xlsread('marco_2014.xlsx');
abril=xlsread('abril_2014.xlsx');
maio=xlsread('maio_2014.xlsx');
junho=xlsread('junho_2014.xlsx');
julho=xlsread('julho_2014.xlsx');
agosto=xlsread('agosto_2014.xlsx');
setembro=xlsread('setembro_2014.xlsx');
outubro=xlsread('outubro_2014.xlsx');
novembro=xlsread('novembro_2014.xlsx');
dezembro=xlsread('dezembro_2014.xlsx');

% Tempo
t(1) = 4.5*60*60; % 04 h30min da manha
dt = 1;
for i = 2:length(janeiro(:,19))

-69-
t(i) = t (i-1) + dt;
end
% Conversão para hora
t = t./3600;

%Estatitiscas- Janeiro
a1=mean(janeiro)% Media Janeiro
b1=median(janeiro)%Mediana Janeiro
c1=var(janeiro)%Variancia Janeiro
desvio1=std(janeiro)%Desvio Padrão Janeiro
norm1 = normpdf(janeiro, mean(a1),mean(desvio1));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de janeiro

figure(1) % Média
plot(t' , janeiro(:,28)), grid , xlabel ('Tempo (h)'), ylabel ('Irradiância (W/m²)'),
title ('Perfil de Irradiância diária (Janeiro de 2014)')

%Estatitiscas- Fevereiro
a2=mean(fevereiro)% Media Fevereiro
b2=median(fevereiro)%Mediana Fevereiro
c2=var(fevereiro)%Variancia Fevereiro
desvio2=std(fevereiro)%Desvio Padrão Fevereiro
norm2 = normpdf(fevereiro, mean(a2),mean(desvio2));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Fevereiro

%Estatitiscas- Março
a3=mean(marco)% Media Março
b3=median(marco)%Mediana Março
c3=var(marco)%Variancia Março
desvio3 = std(marco)%Desvio Padrão Março
norm3 = normpdf(marco, mean(a3),mean(desvio3));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Março

%Estatitiscas- Abril
a4=mean(abril)% Media Abril
b4=median(abril)%Mediana Abril
c4=var(abril)%Variancia Abril
desvio4=std(abril)%Desvio Padrão Abril
norm4 = normpdf(abril, mean(a4),mean(desvio4));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades Gaussianas
- Cada dia do Mês de Abril

%Estatitiscas- Maio
a5=mean(maio)% Media Maio
b5=median(maio)%Mediana Maio
c5=var(maio)%Variancia Maio
desvio5=std(maio)%Desvio Padrão Maio
norm5 = normpdf(maio, mean(a5),mean(desvio5));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Maio

%Estatitiscas - Junho
a6=mean(junho)% Media Junho
b6=median(junho)%Mediana Junho
c6=var(junho)%Variancia Junho
desvio6=std(junho)%Desvio Padrão Junho
norm6 = normpdf(junho, mean(a6),mean(desvio6));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Junho

%Estatísticas - Julho
a7=mean(julho)% Media Julho
b7=median(julho)%Mediana Julho
c7=var(julho)%Variancia Julho
desvio7=std(julho)%Desvio Padrão Julho
norm7 = normpdf(julho, mean(a7),mean(desvio7));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Julho

%Estatitiscas- Agosto
a8=mean(agosto)% Media Agosto

-70-
b8=median(agosto)%Mediana Agosto
c8=var(agosto)%Variancia Agosto
desvio8=std(agosto)%Desvio Padrão Agosto
norm8 = normpdf(agosto, mean(a8),mean(desvio8));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Agosto

%Estatísticas - Setembro
a9=mean(setembro)% Media Setembro
b9=median(setembro)%Mediana Setembro
c9=var(setembro)%Variancia Setembro
desvio9=std(setembro)%Desvio Padrão Setembro
norm9 = normpdf(setembro, mean(a9),mean(desvio9));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Setembro

%Estatísticas - Outubro
a10=mean(outubro)% Media Outubro
b10=median(outubro)%Mediana Outubro
c10=var(outubro)%Variancia Outubro
desvio10=std(outubro)%Desvio Padrão Outubro
norm10 = normpdf(outubro, mean(a10),mean(desvio10));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Outubro

%Estatísticas - Novembro
a11=mean(novembro)% Media Novembro
b11=median(novembro)%Mediana Novembro
c11=var(novembro)%Variancia Novembro
desvio11=std(novembro)%Desvio Padrão Novembro
norm11 = normpdf(novembro, mean(a11),mean(desvio11));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Novembro

%Estatísticas - Dezembro
a12=mean(dezembro)% Media Dezembro
b12=median(dezembro)%Mediana Dezembro
c12=var(dezembro)%Variancia Dezembro
desvio12=std(dezembro)%Desvio Padrão Dezembro
norm12 = normpdf(dezembro, mean(a12),mean(desvio12));% Vetor de Funções de Densidades de Probabilidades
Gaussianas - Cada dia do Mês de Dezembro

A5. Programa III – Ambiente MatLab: Comparativo da Produção de energia elétrica


fornecida pelo arranjo FV pelos principais aplicativo e pela metodologia proposta.

%Comparativo de Aplicativos
%Geronimo B. Alexandre - 05/11/15
%Consumidor Monofásico - Consumo Médio de 300 kWh/mês

%Calculadora do Portal do Sol


consumo1=[300,300,300,300,300,300,300,300,300,300,300,300];%Consumo Médio mensal em kWh/mês
producao1=[309,310,312,291,272,239,236,310,310,341,344,320];%Produção de energia, arranjo FV
r1=[consumo1' producao1'];
figure(1)
bar(r1),grid,xlabel('Mês'),ylabel('Energia Gerada e Consumida (kWh)'),title('Produção e Consumo Energético -
Portal do Sol'),legend('Consumo','Produção')

%Simulador America do Sol


consumo2=[344,376,289,317,336,265,364,340,277,348,352,250];%Consumo mensal em kWh/mês
producao2=[266.22,239.38,278.38,244.83,233.14,202.39,207.75,234.99,263.15,284.85,264.04,258.53];%Produção
de energia, arranjo FV
r2=[consumo2' producao2'];
figure(2)
bar(r2),grid,xlabel('Mês'),ylabel('Energia Gerada e Consumida (kWh)'),title('Produção e Consumo Energético -
Simulador América do Sol'),legend('Consumo','Produção')

%Simulador da Neosolar
consumo3=[300,300,300,300,300,300,300,300,300,300,300,300];%Consumo Médio mensal em kWh/mês
producao3=[234,215,226,196,196,175,177,203,221,234,218,226];%Produção de energia, arranjo FV

-71-
r3=[consumo3' producao3'];
figure(3)
bar(r3),grid,xlabel('Mês'),ylabel('Energia Gerada e Consumida (kWh)'),title('Produção e Consumo Energético -
Simulador da Neosolar'),legend('Consumo','Produção')

-72-

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